funcionamento
Como sentimos a dor?
A dor é um sistema complexo concebido para limitar os
danos infligidos ao nosso corpo – mas como a sentimos?
A dor é uma experiência
sensorial e emocional
desagradável, muitas vezes
associada a lesões nos
tecidos. Diferentes tipos de tecidos
são sensíveis a certos tipos de lesões;
o tecido da pele, por exemplo,
é altamente reativo a cortes
e queimaduras, enquanto os tecidos
renais e pulmonares são insensíveis
a quase todos os estímulos, salvo alguns
específicos e raros.
Os estímulos causadores de dor
dividem‑se em três categorias:
mecânicos, químicos e térmicos,
cada um detetado por recetores de dor
– fibras nervosas nos tecidos corporais
com terminações sensíveis e excitáveis.
Estas fibras convergem e são mediadas
por dois tipos de fibras nervosas
aferentes (centrais) primárias,
Ativação
e inibição da dor
Ativação
Através dos efeitos de um
estímulo nocicetivo (como feridas,
queimaduras e inflamações),
um impulso nervoso é lentamente
transmitido pelas fibras nervosas
aos neurónios espinais de largo
espectro dinâmico e depois para
o tronco cerebral, através
do hipotálamo, tálamo e córtex
(no caso de fatores cognitivos)
ou diretamente para o tronco
cerebral, no caso de fatores
sensoriais.
Inibição
A inibição é gerida por estímulos
táteis sensoriais pela pele,
que transmite o impulso nervoso Fibras nervosas
aos neurónios espinais de largo
espectro dinâmico mais depressa.
Desta forma, a informação
provoca um “curto-circuito”
à sensação de dor e atinge o tronco
cerebral, difundindo-se mais Estímulos
nocicetivos
rapidamente pelo cérebro.
120 | Quero Saber
que transmitem impulsos elétricos dos
tecidos para a medula espinal através
de tratos nervosos ascendentes. Estes
consistem em fibras A delta, que são
maiores e estão associadas à dor aguda
e localizada de um estímulo nocivo,
e em fibras C, mais pequenas, que
respondem a estímulos químicos,
mecânicos e térmicos, associados à dor
prolongada e não localizada.
Quando os impulsos de dor entram
na medula espinal, fazem sinapses
(unem-se) nos neurónios do corno
dorsal (parte da “massa cinzenta”
da coluna vertebral), onde são regulados
e enviados para o tronco cerebral
e tálamo, para processamento através
do trato espinotalâmico – afetando a
sensação de dor consciente – ou do trato
espinorreticular – afetando o despertar
e aspetos emocionais da dor.
Hipotálamo
Neurónios de
espectro dinâmico
Tronco
cerebral
Produção
lacrimal
Descubra porque choramos e de
que são feitas as nossas lágrimas.
Existem três tipos de lágrimas e, dependendo da
circunstância, produzimos diferentes tipos de lágrimas.
As lágrimas basais mantêm a córnea lubrificada,
impedem a entrada de pó e combatem as infeções.
Contêm muitas substâncias químicas, incluindo potássio, sódio
e glucose, e cerca de um grama é segregado pelos canais lacrimais
em 24 horas – embora a quantidade diminua com a idade.
Se o choro ocorre devido a estímulos externos, como os vapores da
cebola ou um objeto estranho dentro do olho, são libertadas lágrimas
de reflexo para o limpar. O último tipo é aquele a que normalmente
chamamos “choro”. É estimulado pela emoção, normalmente devida
a tristeza extrema, stress ou dor. Ao contrário das outras lágrimas,
contém mais substâncias que funcionam como analgésicos naturais,
como a leucina-encefalina, para combater o stress físico e mental.
Canais lacrimais Glândula lacrimal
A partir do globo ocular, levam as lágrimas É aqui que as lágrimas
em excesso para o saco lacrimal, de onde são segregadas para o
depois passam para as fossas nasais – é globo ocular. Cada olho
por isso que o nariz pinga quando chora. tem a sua.
Canal
nasolacrimal
É por aqui que
passam as lágrimas
em excesso até
chegarem ao nariz.
Saco lacrimal
É onde são recolhidas
as lágrimas em excesso
segregadas pela
glândula lacrimal,
transferidas depois ao
nariz para expulsão.
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aparelho lacrimal
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SABIA QUE... A asma pode ser desencadeada pela exposição prolongada a substâncias como a solda ou os sulfitos?

Ataque
asmático Interior
A camada interior dos canais
brônquicos pode inflamar-se
A coagulação
Muco com a asma, ficando inchada Como é que o corpo reage a lesões
Num brônquio saudável,
a produção de muco é mínima
e dificultando a passagem do ar.
nos vasos sanguíneos e os repara?
e o canal está desimpedido.
Graças à ação da trombina, a coagulação do sangue ocorre
Sem asma instantaneamente no local onde se dá um corte ou uma
Inflamação Numa pessoa não asmática,
lesão num vaso sanguíneo. O coágulo, composto por
Os músculos lisos das os músculos não são
vias respiratórias do demasiado suscetíveis a plaquetas e filamentos “adesivos” de fibrina, forma
asmático estímulos ambientais. uma espécie de tampão na zona lesada, impedindo que o sangue
expandem‑se e flua livremente para fora e permitindo que continue a circular.
contraem-se, À medida que a lesão sara, a plasmina (enzima) decompõe as redes
inflamando o tecido.
de fibrina e o coágulo acaba por ser dissolvido. Os coágulos também
se podem formar no interior dos vasos devido a inatividade, velhice,
obesidade, tabagismo, má alimentação e até gravidez. Esta formação
chama-se trombose e pode conduzir a uma embolia.

A formação
do coágulo
© Science Photo Library

1. Pele
Composta por uma
camada impermeável
Resíduos e protetora chamada
Resíduos de células e muco epiderme; por baixo
bloqueiam as vias respiratórias, está a derme, com
dificultando a respiração. vasos sanguíneos

Asma
e tecido conjuntivo.

Epiderme
Derme

Porque causa esta doença dificuldades

2. Corte
de respiração a quem dela padece? Quando a pele é
cortada, as plaquetas
A asma é causada pela contração vezes hereditária, a asma também pode ser da zona afetada
súbita dos músculos lisos das vias desencadeada pela exposição prolongada tornam-se “adesivas” e
respiratórias, normalmente devido a substâncias como a solda ou os sulfitos. juntam-se, começando
a muco anormalmente viscoso Nos ataques de asma graves, a acumulação a formar o coágulo.
Outras reações
produzido nas glândulas mucosas brônquicas. de muco nos brônquios também pode impedir

© SPL
químicas criam uma
Uma das principais causas da asma a passagem do ar através das vias rede de filamentos
é o estreitamento dos brônquios devido respiratórias, dificultando ainda mais de fibrina que adere
a inflamação. Os asmáticos são mais sensíveis a respiração do asmático. Vários fatores podem à parede do vaso
(hiperreativos) a estímulos ambientais desencadear um ataque, incluindo o exercício sanguíneo danificado.
que podem causar a contração dos músculos físico ou o fumo dos escapes. Para o travar,
e dos canais brônquicos. Os canais ficam pode usar-se um inalador de asma para Filamentos de fibrina
irritados e inchados, produzindo muco demais relaxar os músculos e dilatar os brônquios, o
Plaquetas
e bloqueando o fluxo de ar. Embora muitas que permite voltar a respirar normalmente.

A inflamação 3. Cicatrização
dos canais brônquicos O coágulo impede que
pode causar ataques o sangue saia pela
de asma. ferida e permite a
circulação normal dos
glóbulos vermelhos,
que transportam
oxigénio pelo corpo,
e dos glóbulos
© Science Photo Library

brancos, que o
protegem de infeções.

Glóbulo branco
Glóbulo vermelho

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