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Quando a gente diz a “função” de algo, estamos respondendo à pergunta “Para que isso

serve?”. Identificar a função das coisas é um bom caminho para defini-las: por exemplo, uma
cadeira serve para que sentemos nela. Se alguém perguntasse “O que é uma cadeira?”,
certamente poderíamos responder “Cadeira é um objeto sólido cuja finalidade é acomodar os
seres em postura sentada”. Observe que ninguém jamais dirá que uma cadeira não é sólida,
simplesmente porque não é possível sentar-se diretamente sobre gases ou líquidos.

Com base nessa ideia, responda nos espaços indicados: para que serve a linguagem nas
representações a seguir?

Situação 1

Situação 2

Situação 3
Situação 4

Situação 5- Poesia extraída do livro Em alguma parte alguma

Uma pedra é uma pedra

(Ferreira Gullar)

uma pedra
(diz
o filósofo, existe
em si,
não para si
como nós)
uma pedra
é uma pedra
matéria densa
sem qualquer luz
não pensa
ela é somente sua
materialidade
de cousa:
não ousa
enquanto o homem é uma
aflição
que repousa
num corpo
que ele
de certo modo
nega
pois que esse corpo morre
e se apaga
e assim
o homem tenta
livrar-se do fim
que o atormenta
e se inventa
Situação 6- Verbete de dicionário

Situação 7- crônica publicada na revista TPM

Eu, nua*

Eu tinha 17 anos e 9 meses, e não 18, como diziam minhas amigas. Já estava na faculdade, havia
lido Dom Casmurro e fazia teatro com garotas hippies que se cumprimentavam com beijo na
boca e não depilavam embaixo do braço. Tudo em mim recusava a adolescência, e o fato de
nunca ter ficado nua diante de um homem nu era um dado trágico e humilhante da minha curta
biografia naquele ano de 1993.

Era preciso acabar logo com isso, mais ou menos como faço hoje com as festas de fim de ano.
Sem romance ou delongas. Um problema a ser resolvido, como consertar os dentes ou aprender
inglês.

Mas o destino surpreende numa terça- feira às duas da tarde, e uma carona com o irmão de
uma amiga jogou por terra meu projeto frio e calculista de início de vida sexual. E assim,
apaixonada por um rapaz comunista que dirigia um Lada vermelho, minha história ficou comum
que só: namoramos, fomos felizes, sofremos depois. Mas a questão da virgindade – não sei por
que implico com essa palavra, talvez por conta da pobre menina do leilão – estava resolvida, e
da forma mais bonita que há: com amor.

Acontece que, em meio à poesia que as paixões proporcionam ao mais vil dos homens, há os
detalhes técnicos. E, embora o primeiro namoro seja Carnaval na Bahia, ficar pelada nunca foi o
meu forte.

A puberdade me transformou de garota magrela em adolescente roliça em três piscadas, sem


dar chance ao meu pobre cérebro pacmaníaco de absorver tamanha revolução. E assim, usando
sutiãs 46 e ainda brincando com o salão da Barbie, passei quatro verões em casa rezando pra
ninguém comemorar aniversário na piscina do clube.

Meu calvário durou até os 16 anos, quando descobri que cirurgia plástica não beneficiava
somente mulheres candidatas a sapo, mas também mudava a vida de quem esconde uma orelha
de abano, um peito desproporcional, uma cicatriz no rosto. A faca me deixou em paz pra ir à
praia e namorar, usar regata e jogar vôlei, e até pra gostar de alguém...

Mas a verdade é que mesmo hoje, 20 anos depois, ainda convivo com uma curiosa e incômoda
consciência do meu corpo nu. Na praia, na hora do parto, atuando e até no chuveiro: sou um
ser que encontrou a plenitude na calça jeans. Mesmo quando fiz fotos pra Trip – e as fiz por
prazer, além de me vingar de todos os garotos que me desprezavam no ensino médio – havia
uma ansiedade remanescente do começo da minha feminilidade que talvez não vá embora
nunca.
Mas que pode ser amaciada com a luz e os drinques certos, alguma terapia e, principalmente,
com a intimidade. Com alguém que saiba que dentro de uma mulher de 37 pode morar uma
insegura garota de 15, e que isso não é mau, porque há um desconforto que pode ser bonito e
te acompanhar.

E viva Carolina Dieckmann, que, mesmo sem querer, ficou pelada de graça e por amor. Sua
nudez foi quase cristã: deu um baile na Playboy, fez a festa do Brasil inteiro e mostrou o
casamento infalível da bunda com a cara de sono.

Eu me apaixonei.
*Maria Ribeiro, 37 anos, é atriz, documentarista, jornalista de formação e dá graças a Deus que (de vez em quando)
ficar pelada faz parte do trabalho.

Com a conclusão da atividade acima, certamente você pode perceber que, embora a
linguagem execute funções diferentes, ela está sempre a serviço de um “Processo de
Comunicação”, o qual, basicamente, precisa de 6 elementos para acontecer:

1. alguém para emitir uma mensagem;

2. alguém para receber essa mensagem;

3. a própria mensagem;

4. um código que se seja conhecido tanto pelo emissor quanto pelo receptor da mensagem;

5. um canal (que pode ser um instrumento, um meio ou um mediador) pelo qual a mensagem é
transmitida;

6.uma ambientação, ou seja, um contexto dentro do qual a mensagem faz sentindo.

Veja:

Vamos chamar de “ruído” qualquer fator que atrapalhe a veiculação de uma mensagem
de um emissor a um receptor em um dado processo de comunicação!
Observe a tirinha abaixo e responda:

• Quem é o emissor da mensagem?


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• Quem é o receptor da mensagem?
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• Qual a mensagem?
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• Qual o código utilizado pelo emissor para elaborar a
mensagem?
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• O receptor domina o código adotado pelo emissor?
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• Como a mensagem foi transmitida do emissor ao
receptor?
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• Qual o objetivo do emissor ao enviar a mensagem?
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• Em que contexto essa mensagem foi transmitida?
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• Houve comunicação entre as velhinhas? Por quê?
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Para casa:

Retorne ao início desta atividade, observe novamente as situações de 1 a 7 e complete


o esquema abaixo:
Situação 1 2 3 4 5 6 7
Emissor
Receptor
Mensagem
Canal/meio/
mediador
Código
Contexto
Função
predominante
da Linguagem
Justificativa
para a resposta
anterior

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