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INSTITUTO FEDERAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE PERNAMBUCO

CAMPUS RECIFE

FILIPE ALEXANDRE PEREIRA ALVES

IGOR VINICIUS REGUEIRA SILVÉRIO DA SILVA

ISABELLY JAMILE OLIVEIRA DA SILVA

SANDRINY JARLEM CAVALCANTI DE SANTANA

YASMIM AGUIAR DA SILVA

SISTEMA EXCRETOR/URINÁRIO

Recife, 2017
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FILIPE ALEXANDRE PEREIRA ALVES

IGOR VINICIUS REGUEIRA SILVÉRIO DA SILVA

ISABELLY JAMILE OLIVEIRA DA SILVA

SANDRINY JARLEM CAVALCANTI DE SANTANA

YASMIM AGUIAR DA SILVA

SISTEMA EXCRETOR/URINÁRIO

Seminário apresentado à disciplina de


Biologia II, do Curso de Edificações
(Integrado) 2° período, no Instituto Federal de
Ciência e Tecnologia de Pernambuco,
orientado pelo Prof. Gilberto de Souza.

Recife, 2017
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO n 3

2 SISTEMA EXCRETOR/URINÁRIO 4

2.1 RINS 4

2.2 TRAJETO DA URINA n 7

2.2.1 URETER 7

2.2.2 BEXIGA URINÁRIA n 8

2.2.3 URETRA 11

2.3 TÚBULOS URINÍFEROS n 12

2.3.1 NÉFRON n 12

2.3.2 DUCTOS COLETORES 18

2.4 FORMAÇÃO DA URINA 19

2.4.1 ADH 21

2.5 HOMEOSTASE 22

3 CONCLUSÃO 24

REFERÊNCIAS 25
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1 INTRODUÇÃO

O sistema urinário é o responsável por garantir que as diversas substâncias


encontradas em excesso no corpo e os produtos tóxicos do metabolismo sejam
eliminados. Portanto esse sistema contribui ativamente para a manutenção da
Homeostase por meio da produção da urina.
Esse sistema é constituído por dois rins, dois ureteres, uma bexiga urinária e
uma uretra.
Esse estudo adentra a fisiologia do Sistema Urinário, as estruturas que o
compõem e seu funcionamento, mas também traz um pequeno aclaramento sobre a
anatomia desse sistema, o que é indispensável para compreender o funcionamento
do corpo humano como um todo.
Sendo assim, serão mostrados os órgãos integrantes desse sistema, bem
como suas características, seus funcionamentos e suas importâncias.
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2 SISTEMA EXCRETOR/URINÁRIO

O sistema urinário (Figura 1, é constituído por dois rins, dois ureteres, uma
bexiga urinária e uma uretra (Figura 1) e é o responsável por garantir que as diversas
substâncias encontradas em excesso no corpo e os produtos tóxicos do metabolismo
sejam eliminados. Portanto esse sistema contribui ativamente para a manutenção da
Homeostase por meio da produção da urina.

Figura 1. Sistema Excretor humano

2.1 RINS

Os rins são os órgãos principais do sistema urinário, pois é neles que ocorrem
a filtração do sangue e a formação da urina. Suas principais funções são excretar
resíduos através da urina (exemplos: ureia e creatina); possibilitar a homeostase do
organismo; produzir alguns tipos de proteínas como, por exemplo, a renina; regular o
volume de líquidos extracelulares; produzir urina; e excretar substâncias de origem
externa, como, por exemplo, medicamentos. Estima-se que em 24 horas sejam
filtrados cerca de 180 litros de sangue. Isso indica que o volume total do sangue é
filtrado cerca de sessenta vezes por dia. Apesar dessa grande filtração ocorrida nos
glomérulos e na cápsula, formam-se apenas cerca de 1 a 2 litros de urina por dia, o
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que significa que aproximadamente 99% do filtrado glomerular é reabsorvido ao longo


dos túbulos néfricos e do ducto coletor.

Figura 2. Rim humano

Os rins se desenvolvem a partir de colunas de células da mesoderme do


embrião denominadas mesoderme intermediária. Essas colunas iniciam sua formação
na região superior do tronco do embrião de 3 semanas.
Os rins são órgãos pares com formato semelhante ao de um feijão (Figura 2),
de cor marrom-avermelhada que se localizam abaixo do diafragma, próximos à parede
posterior do abdômen, um em cada lado da coluna vertebral (Figura 2). O rim
esquerdo limita-se com o pâncreas, o baço, o estômago e o intestino delgado,
enquanto que o direito é delimitado pelo fígado, e pelos intestinos delgado e grosso.
Os rins têm aproximadamente 11cm de comprimento, 5 de largura e 3 de espessura
(embora o rim esquerdo costume ser maior e mais longo que o direito). Cada rim
possui duas faces (anterior e posterior), duas bordas (lateral e medial) e dois polos
(superior e inferior). Nos polos superiores de cada rim, há uma glândula suprarrenal
(Figura 2), embora esta não tenha relação com os rins. A borda lateral de cada rim é
convexa, enquanto que a medial é côncava (Figura 2). A última também apresenta
uma fenda, o hilo renal, por onde entram a artéria e o nervo renais, e por onde saem
a veia renal e o ureter (Figura 2). O hilo se abre num espaço no interior do rim
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denominado seio renal, onde se encontram a pelve renal, os cálices, os vasos


sanguíneos, nervos e uma certa quantidade de gordura.
Duas regiões principais podem ser distinguidas em cada rim: o córtex renal e a
medula renal (Figura 2). O córtex é a camada mais externa do rim (Figura 2), enquanto
que a medula está localizada abaixo do córtex e consiste de várias estruturas
triangulares (até 18) denominadas pirâmides renais (Figura 2). Essas pirâmides são
orientadas de maneira que suas bases amplas se encontrem revestidas pelo córtex,
e que seus ápices (ou papilas renais) sigam em direção à pelve renal (Figura 2). As
pirâmides são separadas entre si pelas colunas renais, prolongamentos do córtex em
direção à pelve (Figura 2).
A urina goteja de pequenos poros existentes nas papilas e atinge os cálices
menores. Vários cálices menores se unem para formar os cálices renais maiores
(Figura 2). Existem normalmente 2 ou 3 cálices maiores e 8 a 13 cálices menores em
cada rim (Figura 2). Os cálices renais maiores, por sua vez, se unem para formar a
pelve renal, que é a extremidade superior dilatada do ureter (Figura 2).

Figura 3. Camadas que envolvem os rins

Cada rim é envolvido por quatro camadas de tecidos (Figura 3). A mais interna,
que cobre a superfície do rim é a cápsula fibrosa do rim (Figura 3), uma camada
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fibromuscular fina e brilhante que se desgruda facilmente num rim saudável.


Envolvendo a cápsula fibrosa, está uma massa de gordura perirrenal (Figura 3)
denominada cápsula adiposa. A terceira camada que reveste o rim, bem como as
glândulas suprarrenais, é uma fáscia de paredes duplas, a fáscia renal (Figura 3). A
fáscia renal envolve o rim e a cápsula adiposa e ancora o rim na parede posterior do
abdome. Existe ainda um acúmulo adicional de gordura conhecido como corpo
adiposo pararrenal (Figura 3), externamente à fáscia renal.
Os rins também secretam uma enzima chamada renina, conhecida também
como angiotensinogenase, que é segregada quando o organismo experimenta uma
volemia reduzida (isto é, um volume de sangue circulante baixo) ou hipotensão (baixa
pressão arterial). A renina permite a ativação do chamado sistema renina-
angiotensina, que contribui para a regulação dos fluídos extracelulares e da pressão
do sangue.

2.2 TRAJETO DA URINA

A partir da filtração do sangue, a urina é formada nos rins e sai deles pelos
ureteres, que a conduzem até a bexiga urinária, que, por sua vez, armazena a bexiga
até que ela seja transportada para fora do corpo pela uretra.

2.2.1 URETERES

São tubos musculares de 25 a 30 cm de comprimento que se iniciam nas pelves


renais e que seguem em direçao à bexiga urinária, conectamdo-a aos rins. Eles têm
duas partes: uma superior abdominal e outra, inferior pelvina;
Sua função é conduzir a urina dos rins até a bexiga
Assim, a urina que foi formada nos néfrons flui pelos túbulos coletores em
direção a pelve renal e, desta, para o ureter e, com isso, a urina vai passar pela sua
parte inferior através de ondas de contração e entra na bexiga em esguichos de
intervalos de uma a seis vezes por minuto.
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2.2.2 BEXIGA URINÁRIA

A bexiga é um órgão muscular elástico (Figura 4), uma espécie de bolsa que
em um adulto tem a capacidade de armazenar de 700 a 800 ml de urina. Todo seu
epitélio deriva da parte vesical do seio urogenital, assim como sua maior parte. A única
exceção é feita em relação ao trígono da bexiga (Figura 4), o qual tem o seu tecido
originado dos túbulos mesonéfricos.
Estruturalmente, apresenta 3 camadas:
Camada mucosa: Formada por tecido epitelial de transição, é a mais interna e
recobre todo interior do órgão;
Camada muscular ou Músculo detrusor (Figura 4): Formada por fibras de
músculo liso. Porém, na região do trígono da bexiga (Figura 4), essa camada muscular
é a continuação da camada muscular da uretra.
Camada serosa ou adventicia: Recobre a porção externa do órgão; A sua parte
superior é coberta pelo peritoneo (camada serosa), enquanto que a restante é coberta
por tecido conjuntivo da região pélvica (camada adventicia).
Sua função é armazenar a urina temporariamente e elimina-la através do canal
da uretra.

Figura 4. Bexiga urinária humana


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É importante enfatizar que a bexiga precisa da ajuda dos músculos e nervos


que vão prender a urina e libera-la no momento adequado, pois, quando o volume da
urina chega a aproximadamente 300ml, os sensores nervosos e músculos da parede
da bexiga vão enviar mensagens para o cérebro, fazendo com que sintamos vontade
de urinar.
A bexiga é dividida anatomicamente em ápice (anterior), corpo, fundo ou base
(posterior) e colo (Figura 5). O ápice é a região onde ocorre a junção da face superior
com as faces ínfero-laterais (Figura 5). Aponta para frente em direção à sínfise púbica;
o corpo é a região entre o ápice e o fundo da bexiga (Figura 5). É delimitado pelas
faces superior e ínfero –laterais; o fundo ou base corresponde a face posterior (Figura
5), que no homem está em contato com a vesicula seminal e reto e na mulher com a
parede interior da vagina; o colo é a parte menos móvel da bexiga e está firmemente
ancorado ao diafragma pelvino (Figura 5). É onde ocorre a convergência da face
posterior com as faces índero-laterais e é o local onde se abre a uretra.

Figura 5. Regiões da bexiga

No interior da bexiga encontramos o trígono da bexiga (Figura 4), que é formado


pelo óstio da uretra e pelos dois óstios dos ureteres (Figura 4). Sua mucosa é lisa,
chata e recobre a face interna da base da bexiga.
A túnica muscular da bexiga (Figura 5) possui fibras musculares entrelaçadas
em toda as direções, originando o músculo detrusor.
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A bexiga vazia é pregueada (Figura 4) e sua mucosa apresenta um aspecto


enrugado, porém, quando ela enche, as pregas desaparecem e sua mucosa
apresenta um aspecto liso.
O principal músculo responsável pela micção é o esfíncter urinário. Quando o
esfíncter relaxa, o colo da bexiga se move para o inferior, este movimento ora ativa
ora inicia a contração do musculo detrusor, fazendo com que o óstio uretral interno
abra e a urina seja expelida da bexiga (Figura 6). Já quando o esfíncter contrai, ocorre
uma elevação do colo da bexiga e o músculo detrusor relaxa fazendo com que a uretra
aumente ocasionando o fechamento do óstio uretral interno, interrompendo a micção
(Figura 7).

Figura 6. Bexiga no ato de urinar

Figura 7. Bexiga armazenando urina


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2.2.3 URETRA

É um tubo fibromuscular, que se encontra fechada quando nao esta ocorrendo


a passagem de nenhum líquido e que, para o sistema urinário, tem a função de
conduzir a urina da bexiga para fora do corpo, embora no homem também tenha a
função de transportar o esperma para fora do corpo.
No homem, consiste da membrana mucosa variando em espessura, cor e tendo
contato com o exterior e da túnica muscular constituída por duas camadas de fibras
musculares (Figura 8). Se inicia no colo da bexiga e segue até a ponta da glande
(Figura 8). Se divide em três partes: prostática, membranacea e esponjosa (Figura 8).

Figura 8. Uretra masculina

Prostática: Passa por dentro da próstata, possuindo uma região onde se abre
a maioria dos ductos prostáticos. É a parte mais larga de toda uretra apresentando
uma cavidade fusiforme (Figura 8).
Membranácea: Parte mais curta, estreita e menos dilatada (Figura 8).
Esponjosa: Localizada no corpo esponjoso, nela ocorre uma dilatação da
uretra, dando origem à fossa navicular (Figura 8) e em sua região sao encontradas
glândulas produtoras de muco responsável pela lubrificação sexual.
Na mulher, consiste de uma membrana mucosa que contem óstios de
glândulas uretrais pequenas e numerosas depressões (lacunas uretrais) e de duas
túnicas musculares que são fusiformes na parte média e não existem na parte inferior.
A uretra funde-se com a parte anterior da vagina (Figura 9) e pode ser palpada entre
a parede vaginal anterior e a sínfese da pube e se encontra presa a mesma através
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do ligamento pubovesical. Sua função é simplesmente transportar a urina. É um canal


curto e por este fato facilita a ocorrência de infecções urinárias. É bastante distensível
e pode ser dilatada cerca de 1cm sem ser lesionada.

Figura 9. Uretra feminina

2.3 TÚBULOS URINÍFEROS

Os Túbulos Uriníferos são estruturas presentes nos rins, formadas pelos


néfrons e pelos ductos coletores.

2.3.1 NÉFRON

O néfron (Figura 13) é uma estrutura microscópica que realiza todas as funções
renais, sendo considerado a unidade funcional do rim. É composto pelo corpúsculo
renal, a parte inicial responsável pela filtração, e pelos túbulos renais, que tem a
função de reabsorção e secreção. Em cada rim existe cerca de 1 milhão de néfrons.
Suas principais funções são eliminar resíduos do metabolismo do sangue;
manter o equilíbrio hidroeletrolítico e ácido-básico do corpo humano; controlar a
quantidade de líquidos no organismo; regular a pressão arterial e secretar hormônios;
produzir a urina.
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O néfron é composto pelo corpúsculo renal, a parte inicial responsável pela


filtração, e pelos túbulos renais, que tem a função de reabsorção e secreção.
O corpúsculo renal e formado pelo glomérulo (Figura 10) e pela Cápsula de
Bowman (Figura 10), formando o começo do néfron.
O corpúsculo renal (Figura 11) possui um polo vascular por onde penetra a
arteríola aferente e sai a arteríola eferente; além de um polo urinário, de onde nasce
o túbulo contorcido proximal.
O glomérulo (Figura 10) é um emaranhado de capilares provenientes da
arteríola aferente, uma ramificação da artéria renal. Esses capilares se unem,
formando a arteríola eferente, que sai da Cápsula de Bowman (Figura 10).
Os capilares do glomérulo são semelhantes a outros capilares, ou seja, são
formados por endotélio (epitélio pavimentoso simples). Entretanto, existe uma
diferença: a presença de vários pequenos poros que perfuram as células endoteliais.
Assim, esse tipo de endotélio é chamado de endotélio fenestrado. Além disso, existe
ainda uma membrana basal e uma membrana fendilhada, formada por podócitos,
constituindo junto com o endotélio fenestrado uma barreira de filtração (Figura 12).

Figura 10. Cápsula de Bowman em branco e Glomérulo em vermelho


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Figura 11. Corpúsculo renal

Os podócitos (Figura 12) são células que estão aderidas as membranas dos
capilares, contribuindo assim para a seletividade de tamanho e mantendo uma
superfície de filtração massiva. Outra célula presente no glomérulo são as células
mesangiais (Figura 12), localizada entre as alças dos capilares, são responsáveis pela
sustentação do glomérulo (produz uma matriz extracelular rica em proteínas) e por
fazer a fagocitose das substâncias estranhas retidas na barreira de filtração (Figura
13). Além disso, possuem função contrátil, já que há a presença de filamentos de
miosina e actina, e também por serem receptoras de duas substâncias principais: a
angiotensina II, que é um peptídeo que auxilia no aumento do fluxo sanguíneo e o
Fator Natriurético, que é produzido no átrio do coração e inibe o Sistema renina-
angiotensina.

Figura 12. As células mesangiais e os podócitos no glomérulo.


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Figura 13. A barreira de filtração do glomérulo

Figura 14. Néfron

Já a Cápsula de Bowman é a extremidade do néfron. Ela envolve o glomérulo


e é formada por dois folhetos e um Espaço Capsular:
Folheto Parietal ou Externo: Forma os limites do Corpúsculo Renal. É formado
por epitélio pavimentoso simples que repousa sobre uma delgada lâmina basal.
Folheto Visceral ou Interno: Está colado às alças capilares. É formado por um
epitélio pavimentoso simples, apoiado em uma lâmina basal muito tênue, e pelos
podócitos, que se aderem à lâmina basal que envolve as células do endotélio dos
capilares dos glomérulos.
Espaço Capsular: Onde está presente o liquido filtrado da parede dos capilares
e do folheto visceral. É o espaço entre os dois folhetos
Os túbulos renais são a parte do néfron que possui o líquido produzido pelo
glomérulo durante o processo de filtração glomerular (filtrado glomerular). Ao longo
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dos túbulos renais estão presentes capilares peritubulares (Figura 14) provenientes
da arteríola aferente e da veia renal, permitindo assim a reabsorção e secreção de
substâncias entre o sangue e os néfrons.
Os túbulos renais são divididos em vários segmentos:
Túbulo Proximal: Primeiro segmento dos túbulos renais, originando-se logo
após o corpúsculo renal. Recebe esse nome por que está próximo ao corpúsculo
renal. É formado por duas partes: uma contorcida, composta de epitélio cúbico simples
(Figura 15); e uma reta, ou descendente, composta por epitélio pavimentoso simples;

Figura 15. Paredes formadas por epitélio cúbico simples do Túbulo Contorcido
Proximal

Alça de Henle: É o segmento do néfron que vem logo após o túbulo contorcido
proximal, sendo uma estrutura tubular em forma de U, com uma porção espessa e
outra delgada. É formada pela parte reta ou descendente do Túbulo Proximal e pela
parte reta ou ascendente do Túbulo Distal. A maior parte da porção descendente é
delgada e formada por epitélio pavimentoso simples; já a porção ascendente, em sua
maior parte, é espessa e formada por epitélio cúbico simples (Figura 16).
17

Figura 16. Células da parte ascendente espessa da Alça de Henle, formada por
Epitélio Cúbico Simples.

Túbulo Distal: É o segmento final dos túbulos renais. Recebe esse nome por
estar mais distante do Corpúsculo renal. É formado por duas partes: uma reta ou
ascendente, composta por epitélio cúbico simples; e outra contorcida, formada por
epitélio cúbico simples (Figura 17).

Figura 17. Parede formada por Epitélio Cúbico Simples no Túbulo Contorcido Distal.

O túbulo distal tem contato com a arteríola aferente (Figura 11) que está
adentrando no glomérulo. Nessa região de contato, as células das duas estruturas se
modificam.
Na arteríola aferente existem células que apresentam grânulos proeminentes
em seu citoplasma, as células justaglomerulares (Figura 11). Já no túbulo distal existe
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uma concentração de núcleos, fazendo as células aparecerem maiores. Essa região


é chamada de mácula densa (Figura 11).
O conjunto das células justaglomerulares mais a mácula densa é denominado
complexo justaglomerular. As células justaglomerulares são secretoras da enzima
renina, que é responsável pelo aumento da pressão sanguínea, além de agir sobre a
angiotensina, determinado assim a constrição das arteríolas e promovendo a
liberação do hormônio aldosterona do córtex da glândula supra-renal. Essas
substâncias fazem parte do Sistema renina-angiotensina.
No ser humano existe dois tipos de Néfrons (Figura 18), considerando-se a
profundidade de penetração da alça de Henle na medula:
Néfrons corticais: associado com a Alça de Henle curta, adentra apenas em
uma pequena porção da medula;
Néfrons justamedulares: associado com a Alça de Henle longa, adentra
profundamente na medula.

Figura 18. Os dois tipos de Néfrons.

2.3.2 DUCTOS COLETORES

Os túbulos contorcidos distais de diversos néfrons acabam em um ducto coletor


comum que transporta a urina para o interior da pirâmide renal. As células das paredes
dos ductos coletores variam de cúbicas para cilíndricas.
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O sistema de ductos coletores não é considerada uma parte anatômica do


néfron pois tem origem embrionária diferente dos outros seguimentos que fazem parte
do néfron, apesar de todos os componentes do néfrons estão funcionalmente
relacionados.

2.4 FORMAÇÃO DA URINA

A formação da urina (Figura 21) é um processo importante que ocorre no


interior dos rins, em uma estrutura conhecida como néfrons. Por meio da urina,
eliminamos substâncias que se encontram em excesso e que são tóxicas para o nosso
corpo, como por exemplo a ureia, formada durante o metabolismo dos compostos
nitrogenados. A urina é composta aproximadamente por 95% de água e 2% de ureia.
Nos 3% restantes, encontramos fosfato, sulfato, amônia, magnésio, cálcio, ácido
úrico, creatina, sódio, potássio e outros elementos (Figura 20). Resultante da
degradação dos aminoácidos, e muito tóxica, a amônia é rapidamente convertida em
uréia pelo organismo dos mamíferos, através do ciclo da ornitina, que acontece no
fígado. Inicialmente, o gás carbônico e a amônia combinam-se com o composto
ornitina, formando a citrulina. A combinação da citrulina com mais amônia forma a
argenina. Finalmente, a reação da argenina com a água produz arnitina e uréia.

Figura 19. Processo de filtração do sangue

As etapas da formação da urina são:


Filtração: O sangue chega ao rim através das artérias renais e segue através
de uma série de arteríolas até o glomérulo. No interior do glomérulo, o sangue é
submetido a uma forte pressão, que força a passagem de substâncias dissolvidas no
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plasma sanguíneo para o interior da cápsula de Bowman (Figura 19). Entre essas
substâncias, podemos citar a água, a ureia, pequenas moléculas de sais, glicose e
aminoácidos (Figura 20). As proteínas, por serem moléculas grandes, não conseguem
passar através da parede dos glomérulos. A esse conjunto de substâncias filtradas é
dado o nome de urina primária ou filtrado glomerular. O filtrado glomerular segue por
uma série de alças e dutos até atingir o duto coletor. Essa etapa da formação é dada
pela barreira de filtração glomerular que está localizada entre o lúmen do capilar
glomerular e o espaço capsular, e é constituída por uma parede endotelial fenestrada,
cuja superfície está carregada negativamente, e cujos poros impedem a passagem
das células presentes no sangue.
A lâmina basal que consiste numa rede frouxa de fibrilas embebidas numa
matriz, e constituída por uma camada densa central (lâmina densa) e duas camadas
claras (lâmina rara interna e externa). Esta membrana impede a passagem de
proteínas e também funciona como uma barreira seletiva pelo facto de estar carregada
negativamente (a maioria das proteínas plasmáticas estão carregadas negativamente
pelo que são repelidas pela membrana basal).
E células denomidadas podócitos que constituem a camada visceral (folheto
interno) da cápsula de Bowman e cuja carga negativa, devido à presença de
sialoproteínas, também limita a passagem de proteínas.
Reabsorção: Nessa etapa, algumas substâncias do filtrado são reabsorvidas
para o sangue (Figura 21). Estima-se que 65% do total de sódio e água (Figura 20)
presentes no filtrado sejam reabsorvidos no túbulo proximal. A glicose e os
aminoácidos são quase que completamente reabsorvidos. Na alça de Henle, são
reabsorvidos principalmente sais, ação da bomba sódio-potássio (ATPase), que
auxilia na reabsorção de sódio e secreção de potássio (a expressão da mesma é
contralada pela aldoesterona). Já o túbulo distal apresenta alta capacidade de
reabsorção de íons. Estima-se que cerca de 99% do filtrado seja reabsorvido nessa
etapa de formação da urina.
21

Figura 20. Composição da urina

Secreção: ocorre a transferência de moléculas presentes no sangue para


dentro do lúmen do néfron (Figura 21). Entre os principais produtos secretados,
podemos citar o hidrogênio, potássio e amônia.
Podemos resumir a formação da urina em uma equação básica:
Urina = Filtração - Reabsorção + Secreção (Figura 20).

2.4.1 ADH

O volume de água eliminado pela urina é também controlado pelo hormônio


antidiurético (ADH), também conhecido como vasopressina. Produzido pelo
hipotálamo e liberado pela porção posterior da hipófise, atua nas paredes dos túbulos
coletores, aumentando a permeabilidade à água. O ADH promove a reabsorção de
água, que é enviada de volta para os capilares sanguíneos. A secreção de ADH é
inibida em temperaturas baixas (em dias frios a diurese é maior), pelo álcool e pela
cafeína.
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Figura 21. Etapas da formação da urina

2.5 HOMEOSTASE

Homeostase é o estado relativamente estável do meio interno do corpo. Para


isso acontecer substâncias como água, sódio, potássio, cálcio e hidrogênio devem
permanecer relativamente constantes. Bem como uma variedade de produtos e
nutrientes celulares. É considerado que um organismo está em homeostasia quando
substâncias químicas estão em concentrações adequadas, a temperatura é estável e
a pressão é apropriada.
A manutenção da homeostase envolve a maioria dos sistemas do corpo. No
corpo humano, é possível identificar vários tipos diferentes de homeostasia.
A homeostasia hídrica, ou osmorregulação, acontece nos rins e significa a
regulação da água dentro do organismo. São decisivamente importantes para a
manutenção do balanço das substâncias exigidas para o equilíbrio do meio interno
(líquido intersticial). Conservando se em temperatura adequada (37 graus) ela garante
que as trocas necessárias para o corpo ocorram, e assim as células do corpo se
desenvolvam.
Em condições de temperatura normal, um adulto necessita ingerir cerca de 2
litros de água por dia. A principal fonte de água vem dos líquidos, porém existem
outras formas de extraí-las. Os alimentos principalmente frutas e hortaliças possuem
quantidades de água significativas para o organismo.
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A água é expelida do organismo através da urina, pela pele (suor) e pelas fezes,
em menor quantidade.
Um indivíduo por dia expele cerca de 500 a 700 ml de água sob a forma de
suor em condições normais. Em casos de atividades físicas e expostos ao calor, o
indivíduo perde cerca de 2 a 3 litros de água por hora de exercício. Nesse caso a
homeostase requer maiores trabalhos para manter o equilíbrio hídrico.
Quando há uma perda rápida e intensa de água no corpo, gerando uma
desidratação, podem ocorrer consequências trágicas em várias partes do corpo. A
falta de apenas 2% de água pode ocasionar perda momentânea de memória.
O excesso do consumo de água pode desequilibrar a quantidade de sódio no
sangue e desregular os rins.
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3 CONCLUSÃO

Com as informações apresentadas, conclui-se que o Sistema Urinário começa


nos rins, onde ocorrem a filtração do sangue e a formação da urina, e termina na
uretra, por onde a urina é expelida do organismo.
Logo, o Sistema Urinário é responsável pela manutenção da homeostase
hídrica, equilibrando os níveis de água, sais e outras substâncias (como glicose) do
corpo, eliminando substâncias nocivas à saúde dos indivíduos (como a ureia e o ácido
úrico) e outras, de origem externa (alguns medicamentos). Além disso, alguns
componentes do sistema colaboram para outras atividades do corpo: um hormônio
secretado pelos rins, a renina, participa da conservação da pressão arterial; a uretra
masculina transporta, além da urina, o esperma.
Devido aos conteúdos exibidos, percebe-se a importância do Sistema Excretor,
pois é o responsável por nutrir uma estabilidade hídrica e eletrolítica que é essencial
para o bom funcionamento e para a saúde do corpo que, caso não existisse, poderia
causar uma radical diminuição na qualidade de vida do ser.
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REFERÊNCIAS

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anatomia humana. 4° ed. São Paulo: Manole, 1999

CASTRO, Nelson; TAGLIAFIERRI, Túlio; TAGLIAFIERRI, Cleide Biologia. São


Paulo: Scipione, 1989. Vol. 3

GARDNER, Ernest; GRAY, Donald J.; O’RAHILLY, Ronan Anatomia. 4° ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2008

NETHER, Frank H. Atlas de anatomia humana. 5° ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011
SPENCE, Alexander P. Anatomia básica. 2° ed. Nnnnnnnn: Manole, 1991

SPENCE, Alexander P. Anatomia humana básica. 2° ed. São Paulo: Manole, 1991

UZUNIAN, Armênio; BIRNER, Ernesto Biologia. 2° ed. São Paulo: Harbra, 2004.
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