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ASSOCIAÇÃO CATARINENSE DE ENGENHEIROS

I SEMINÁRIO NACIONAL SOBRE DEMARCAÇÃO


DE TERRAS DE MARINHA EM FLORIANÓPOLIS
FLORIANÓPOLIS, SANTA CATARINA
DEZEMBRO, 2016

“ASPECTOS JURÍDICOS SOBRE


DEMARCAÇÃO DE TERRENO DE MARINHA”
EXPOSITOR

PARAGUASSÚ ÉLERES
Prof. MSc. Direito Agrário, Advogado - Agrimensor

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Belém, PA – paragua@paragua.com.br
Ofereço este modesto
trabalho à memória dos
jovens atletas e membros da
Chapecoense, Verdão do Oeste,
tão cedo levados para os
gramados da Eternidade

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DEMARCAÇÃO DE TERRENOS DE MARINHA E
TERRENOS MARGINAIS DOS RIOS NAVEGÁVEIS
ROTEIRO DA PALESTRA
1. Referencial Legislativo
2. Questão Dominial e Competência para Aforar
3. Questão da Tributação
4. Demarcação do Terreno de Marinha - LPM-1831
5. Causas da imprecisão topográfica na demarcação da
LPM-1831 (Linha do Preamar Médio ocorrido em 1831)
6. Demarcação do Terreno Marginal dos Rios Navegáveis
LMEO (Linha Média das Enchentes Ordinárias)
7. PECs no Congresso Nacional sobre Terreno de Marinha
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ORIGEM LEGAL E TOPOGRÁFICA DA LPM-1831
1. REFERENCIAL LEGISLATIVO
1.1. Lei Imperial Orçamentária de 1831 (para 1832 e 1833),
Art. 51 - dispôs os TERRENOS DE MARINH A às
Câmaras Municipais com foros a cobrar pelo uso
1.1.1. Não fixou marco inicial nem largura do terreno
1.2. Instrução 348 - 14, novembro, 1832 - Art. 4o : “Hão
de considerar-se terrenos de marinha os que,
banhados pelas águas do mar ou dos rios
navegáveis, vão até a distância de 15 braças
craveiras para a parte da terra, contadas desde
os pontos a que chega o preamar médio”.
(Faixa do Terreno de Marinha = 15 br. crav. x 2,2m = 33 m)

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1.3. O art. 64/CF/1891 deu as Terras Devolutas das antigas Províncias
aos Estados-Membros, deixando para a União as Fronteiras, as
Margens das Ferrovias Federais e Áreas para Construção de
Quartéis, mas nem mencionou os Terrenos de Marinha.
1.3.1. Decisão do STF, 1905 (Bahia e Espírito Santo) declarou que
Terrenos de Marinha são bens nacionais, imprescritíveis.
1.4. DECRETO-LEI 24.643 (CÓDIGO DE ÁGUAS) - 10 de julho de 1934
Art. 30... pertencem à União ... "os terrenos de marinha ..."
1.5. CF de 16 de julho de 1934 (6 dias depois...) - Art. 20. São do
domínio da União: "II - os lagos e quaesquer correntes em
terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado,
.... limites com paizes ... se estendam a território estrangeiro...“
1.6. Art. 21. São do domínio dos Estados: “II - margens dos rios
e lagos ... uso público, se por algum título não forem do domínio
federal, municipal ou particular“.
A CF/1934 não recepcionou o art. 30 do Código de Águas
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1.7. CF DE 1937 – MANTEVE O TEXTO DE 1934
1.8. DECRETO-LEI 9.760 - 5 de setembro de 1946
Art. 1O - “Incluem-se entre os bens imóveis da União:
“a) os terrenos de marinha”
“b) os terrenos marginais dos rios navegáveis ...”
1.9. CF de 18 de setembro de 1946 (13 dias depois...)
Art. 34 - “Incluem-se entre os bens da União:”
“I - Os lagos e quaisquer correntes de água em terrenos
de seu domínio ou que banhem mais de um Estado,
sirvam de limites com outros países ou se estendam
a território estrangeiro, e bem assim as ilhas fluviais
e lacunares nas zonas limítrofes com outros países”
A CF/1946 não recepcionou o art. 1o do Dec-Lei 9.760 /1946 e
não mencionou o Terreno de Marinha
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2. QUESTÃO DOMINIAL E COMPETÊNCIA PARA AFORAR
2.1. A combinação dos arts. 678 e 859 do CÓDIGO CIVIL/1916,
base legal dos aforamentos até o novo CC, cujo art. 2038
vedou o aforamento, salvo para Terrenos de Marinha,
678 - “Dá-se a enfiteuse, aforamento ... quando o
proprietário atribui a outrem o domínio útil do
imóvel”.
859 - “Presume-se pertencer o direito real em nome
de quem inscreveu ou transcreveu”,

deixa claro que, se não for homologada a demarcação e


arrecadada a terra, o que permite a matrícula no Registro
de Imóveis das terras que alega domínio,

A UNIÃO NÃO PODERÁ CONCEDER AFORAMENTOS

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2.2. A QUESTÃO DOMINIAL DA ÁREA DE BELÉM ENVOLVE O
TÍTULO SESMARIAL CONCEDIDO PELO REI DE PORTUGAL
(1627) 204 ANOS ANTES (1831) DA LEI IMPERIAL SOBRE
TERRAS DE MARINHA (DIREITO ADQUIRIDO)

2.3. PARA EFEITO DE ARRECADAÇÃO, NA DEMARCAÇÃO


DO TERRENO DE MARINHA EM BELÉM A SPU NÃO
IMPLANTOU EM CAMPO O POLÍGONO TOPOGRÁFICO.
APENAS DESENHOU SOBRE MAPA CADASTRAL DA
COMPANHIA DE ADMINISTRAÇÃO E DESENVOLVIMENTO
DA ÁREA METROPOLITANA DE BELÉM – CODEM
2.3.1. VIOLOU AS REGRAS DO ART. 960 DO CPC DE 1973
E DA LEI 3081/1956 (DISCRIMINATÓRIA)
2.3.2. MORADORES DAS ÁREAS ATINGIDAS PELA MEDIDA
(FOREIROS DA CODEM, OUTRORA DA PREFEITURA
DE BELÉM E MEROS OCUPANTES) NÃO SABEM QUE
OCUPAM TERRAS TIDAS COMO DOMÍNIO DA UNIÃO
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2.4. EM BELÉM, A SPU-PA PRETENDE
ARRECADAR EM NOME DA UNIÃO,
COMO TERRENO DE MARINHA
21.000.000m2 - 48,5% DA Ia LÉGUA
PATRIMONIAL, CONCEDIDA PELO REI
TERRENO DE
DE PORTUGAL (1627) À COMUNIDADE
MARINHA
DE SANTA MARIA DE BELÉM DO
DESENHADO
GRÃO-PARÁ, MEDIANTE PELA SPU
TÍTULO DE SESMARIA
A TERRA FOI DEMARCADA, TOMADA
POSSE E INSCRITA NO REGISTRO DE
IMÓVEIS DE BELÉM, EM NOME DA
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELÉM E
DEPOIS DA CIA. DE ADMINISTRAÇÃO MARCO DA
LÉGUA
E DESENVOLVIMENTO DA ÁREA
METROPOLITANA DE BELÉM – CODEM,
COM MILHARES DE LOTES AFORADOS 1ª LÉGUA
PELA PREFEITURA E PELA CODEM. PATRIMONIAL

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3 – QUESTÃO DA TRIBUTAÇÃO
Constituição Federal de 1988 :
Art. 145, II – “A União, os Estados, o Distrito Federal e
os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
II – taxas, em razão de exercício do poder de polícia
ou pela realização, efetiva ou potencial, de serviços
públicos específicos e divisíveis, prestados ao
contribuinte ou postos à sua disposição”

- Para justificar as taxas de ocupação, em relação aos


Terrenos de Marinha e Marginais dos Rios Navegáveis,
que serviços públicos a União presta ou põe à
disposição da população, em especial a urbana?
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Ação violenta da maré na Ilha do Mosqueiro, Belém,
PA, 2009 - Recuperação pela Prefeitura Municipal

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Belém, PA: Igarapé das
Armas, 1875, e em 1997,
modificado pelo “Canal
da Doca”,

Urbanização custeada
pela Prefeitura de
Belém, a exemplo do
“Aterro do Flamengo”,
no Rio de Janeiro, e em
outras cidades do país

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3.1. “...o voraz apetite tributário federal é de tal
monta que se em Belém a SPU intentou contra a
lei de propriedade, ..., para declarar como da
União terra de domínio municipal secular doada
pelo Rei de Portugal em 1627, ... em Niterói a
SPU atentou contra a lei da gravidade, ao tentar
mostrar que as marés do Atlântico afetam o
nível das águas das lagoas Piratininga e Itaipu que
estão em patamar de cota topográfica acima ...” *
- Acórdão do STF (1922) declarou as margens das lagoas
como propriedade privada * *
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* ÉLERES, Paraguassú - “Terreno de Marinha e Terreno Marginal dos Rios
Navegáveis”, pg. 182, Ed. do autor, Imprensa Oficial do Estado, Belém, 2014
** Comissão de Foro e Laudêmio da Câmara de Vereadores de Niteró, 2006
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3.2. Exemplo de OBJETIVO ARRECADATÓRIO é a
Medida Provisória 691 – 31.agosto.2015:
“Art. 1o Esta Medida Provisória dispõe sobre a
administração, a alienação, a transferência
de gestão de imóveis da União e seu uso para a
constituição de fundos, permitindo a
delegação para sua execução...”
A MP 691/2015 enseja uso eleitoreiro se delegada a gestor
regional da SPU do mesmo partido político do Ministro do
Planejamento, como ocorreu em Belém (2010) onde foram
distribuídos milhares de Certificados de Habilitação de
Regularização Fundiária Urbana, que atestam o endereço do
ocupante mas não constituem domínio pois veda a matrícula
da ocupação certificada no Registro de Imóveis.
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MARIANA, MG - 5 DE NOVEMBRO DE 2015
Completou um ano o acidente das barragens da
mineradora Samarco (Vale e BHP Billiton) que matou
19 pessoas, mutilou milhões de vidas, destruiu e
afetou centenas de cidades nos municípios dos
estados de Minas Gerais e Espírito Santo, poluiu o
ambiente com escória de minérios de alumínio, ferro,
cromo, cobre e arsênio, nas margens do Rio Doce,
que - conforme a lei federal, constituem Terrenos
Marginais e de Marinha, na parte afetada pelas
marés do Atlântico - Qual o volume de “serviços
públicos” que a União colocou à disposição das
populações rurais e urbanas atingidas por essa
tragédia ambiental que transformou aquela bela
paisagem geográfica num Vale do Rio Amargo ?
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Evento – Mariana/MG
Barragem Fundão - Mineradora Samarco
Município Mariana - Distrito Bento Rodrigues Imagem SPOT-7
SPOT-6 de 14/06/2015
KOMPSAT-2 06/11/2015
de 11/11/2015

Fonte: VISIONA
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3.3. O instituto jurídico do TERRENO DE MARINHA e do
TERRENO MARGINAL DOS RIOS NAVEGÁVEIS é meramente
PATRIMONIAL, não comprova FUNÇÃO SOCIAL e não
atende aos OBJETIVOS ALEGADOS em sua defesa:

3.3.1 - SEGURANÇA ESTRATÉGICA DO PAÍS - (Lei do


canhão, séc. XVII ) - Superada por mísseis intercontinentais

3.3.2 - PROTEÇÃO AMBIENTAL - O art. 20, VII, da Carta


Magna, e o Decreto - Lei 9.760/1946, não tratam da matéria

3.3.3 - A Lei 7.661/1988, Plano Nacional de Gerenciamento


Costeiro abrange área mais ampla, com utilização racional
dos recursos da zona costeira, aborda a qualidade da vida
da população e a proteção do patrimônio natural,
histórico, étnico e cultural, e integra a Política Nacional de
Meio Ambiente e a Política Nacional de Recursos do Mar
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4. DEMARCAÇÃO DO TERRENO DE MARINHA
4.1. DEVE TER POR BASE O REFERENCIAL TOPOGRÁFICO
AFIXADO NO PONTO ONDE, COMPROVADAMENTE, A
LINHA DO PREAMAR MÉDIO TOCOU O SOLO EM 1831
4.1.1. EM GERAL É USADO O MÉTODO “CICLO METÔNICO”
(Anton Méton, Atenas, 460 aC.), EQUIVALE A
MARÉS IGUAIS, ESPAÇADAS DE 18,5 ANOS.
4.2. CONSIDERAR A EROSÃO, A SEDIMENTAÇÃO E A
ELEVAÇÃO DO NIVEL DOS OCEANOS (30 cm/século)
4.3. SE NÃO FOR IDENTIFICADO O PONTO DA LPM-1831
(MARCO LEGAL E REFERENCIAL TOPOGRÁFICO)
O TERRENO DE MARINHA É INDEMARCÁVEL
4.4. EXEMPLOS DE INEXISTÊNCIA DE TERRENO DE MARINHA:
ATAFONA (RJ), CAMETÁ (PA, RIO TOCANTINS) - NESSES
LUGARES O MARCO LIMITE LEGAL ONDE A LPM TOCOU
O SOLO EM__________________________________________
1831 NÃO MAIS EXISTE - FOI DERROCADO
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4.5. Questão de interesse público não resolvida
é a da competência exclusiva da Secretaria
do Patrimônio da Uniã- SPU, para executar
as demarcações dos Terrenos de Marinha e
dos Marginais dos Rios Navegáveis, (art. 9º
do Decreto-Lei 9.760/1946) deixando a
descoberto as demarcações e perícias em
Ações Judiciais particulares, pois os peritos
nomeados não as podem executar.

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4.6. DEMARCAÇÃO DA LPM-1831 DE
FLORIANÓPOLIS - HÁ QUE LEVAR
EM CONTA A ELEVAÇÃO DO NÍVEL DO
MAR, AS SESMARIAS EXISTENTES E
SE A POLIGONAL FOI EFETIVAMENTE
IMPLANTADA NO ESPAÇO FUNDIÁRIO
DA ILHA DE SANTA CATARINA

- CADA OCUPANTE DE TERRENO


DE MARINHA DEVE SER CITADO

LIMINAR DO STF (MARÇO/2011) ANULOU


DEMARCAÇÃO DA LPM DE RECIFE, DESDE A
CITAÇÃO - AÇÃO CIVIL PÚBLICA (PROC.
4264/2009) DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA
DE PERNAMBUCO CONTRA A UNIÃO POR
INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 11 DO
DEC-LEI 9.760/1946, QUE AUTORIZA A
SPU A CONVIDAR OS MORADORES
“PESSOALMENTE OU POR EDITAL”

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4.7. Joinville, SC - O Terreno de Marinha afeta a Sesmaria de François
Ferdinand Phillippe Louis Marie, príncipe de Joinville – Lei 166, de 1840,
dote de casamento da princesa Francisca Carolina, filha de D. Pedro I.

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4.7.1. DECISÃO NA DEMARCAÇÃO DE JOINVILLE

STJ, 4ª Reg. Federal, RESP 1109899, 06.Mai.2009,


TERRENO DE MARINHA, TAXA DE OCUPAÇÃO:

“Sendo o terreno parte das terras ... dote de casamento


da princesa Dona Francisca Carolina, ... Neste caso
histórico ... ocorreu a desafetação ... deixando as ...
terras de pertencer ao patrimônio da União e passando à
propriedade ... que, de formas diversas, transferiram a
propriedade a particulares, dando início à cadeia
dominial dos referidos imóveis até a data de hoje ... Por
conseguinte, não configuram ... terras de marinha,
não estando sujeitas a processo demarcatório”

Ministro Humberto Martins

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5. CAUSAS DA IMPRECISÃO TOPOGRÁFICA
NA DEMARCAÇÃO DA LINHA DO PREAMAR
MÉDIO (LPM) DE 1831 :
5.1. EROSÃO (INEXISTÊNCIA DA LPM-1831)
5.2. ELEVAÇÃO DO NÍVEL DO MAR (30cm/Séc., ONU)

(2016 – 1831 = 185 anos x 0,3mm = 55,5cm)

2016
TM
33m
LPM SUBMERSA
E INDEMARCAVEL
TM
33m
1831 Erosão
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5.1. ELEVAÇÃO DO NÍVEL DOS OCEANOS - ADAPTADO DA
REVISTA NATIONAL GEOGRAPHIC, Setembro, 2013, pág. 39
As mensurações locais por meio de mareógrafos Médio alto
tornaram-se comuns após 1880. Desde 1992, 1,2 metro
dispomos de medições globais realizadas por
satélites. Todas mostram que o nível dos
oceanos (máximo, não o médio) sobe
duas vezes mais rápido que algumas décadas atrás.
CONVENÇÕES : Médio baixo
Calculado com base em sedimentos simples 0,5 metro
Observado a partir de 1880
Estimado (clima, degelo calotas polares)
Baixo
0,2 metro

Estimativa do nível do mar em 1831


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ALTERAÇÃO DA ORIGEM DA LPM-1831
(OCORRÊNCIA AO VIVO, NA TELEVISÃO)

6 DE JANEIRO DE 2014 - DESBARRANCAMENTO DAS MARGENS


DO RIO MARATAUIRA, COM INFLUÊNCIA DE MARÉS - CIDADE DE
ABAETETUBA (PA) - 30 CASAS DESTRUÍDAS, 300 DESABRIGADOS
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ALTERAÇÃO DA ORIGEM DA LPM-1831

“TERRA CAÍDA”, URUCURITUBA, RIO AMAZONAS, PARÁ (DIVULGADA


PELA DEFESA CIVIL DA PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTARÉM)
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ALTERAÇÃO DA ORIGEM DA LPM-1831
NORDESTE DA ILHA DO MARAJÓ
RETIRO DA FAZENDA “ORIENTE”
FOTOGRAMA ACIMA, 1970
FOTOGRAMA ABAIXO, 1980
RETIRO LEVADO PELA VORAGEM
DAS ÁGUAS DO CANAL SUL DO
RIO AMAZONAS E DO ATLÂNTICO
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5.2. QUESTÃO DA PRECISÃO ALTIMÉTRICA
Na determinação da LPM-1831 há que considerar a
precisão altimétrica do NMM – Nível Médio do Mar.
José Clovis M. Alencar, do IBGE, observa que nos
datuns desde o Rio Grande do Sul até o Pará, entre o
datum de Imbituba (SC) e o de Salvador (BH) “existe
pequena discrepância de 11,3mm”, e de “Salvador
até Salinópolis (PA) passando por Recife e Fortaleza,
a variação ... acusa divergência de +0,6422m... ” -
Ou seja, mais de 60 centímetros.
Essa precisão deve ser levada em conta, pois a cota da
LMEO (item 6.3.) será relativizada ao NR local, do IBGE,
da Rede de Nivelamento do Brasil.
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5.3. PROPOSIÇÃO SPU–PA:
SE FOR COMPROVADA A
INEXISTÊNCIA DA LPM,
PASSA A VALER A LMEO
1 - Demarcado no “verão” 4
amazônico (águas baixas)
3
2 - “Teso” – Parte alta, 2
não alagável
3 - LPM–1831 (que, na 1
exemplificação, não
mais existe)
4 - LMEO (rios Pará e
Tocantins, baia do Marajó,
afetando o imóvel na
inexistência da LPM)
- continua (...transfere...)
a jurisdição federal-
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6. DEMARCAÇÃO DE TERRENO MARGINAL DOS RIOS
NAVEGÁVEIS - LMEO
6.1. CONTROLE DOS NÍVEIS DAS ENCHENTES ANUAIS
- Medições a cargo do DNAE e CPRM (hoje, satélites)
COTAS (cm) MENSAIS NO PORTO DE ÓBIDOS – RIO AMAZONAS
ANO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ MÁX DATA MIN DATA MÉD
1968 436 521 621 617 544 449 357 299 249 253 - - - - - -
1970 217 360 510 615 685 686 652 578 437 269 137 126 693 25/05 110 25/12 439
1971 226 421 562 678 734 749 721 648 525 353 276 308 757 15/06 155 01/01 517
1972 326 493 617 673 723 724 685 603 488 339 216 253 733 23/05 196 17/11 512
1973 354 413 508 593 677 713 692 641 549 436 328 352 718 10/06 288 28/11 521
1974 429 544 630 698 740 738 702 637 533 395 326 328 749 05/06 309 25/11 558
1975 411 524 616 703 753 765 732 675 578 411 229 226 773 15/06 179 27/11 552

COTAS (cm) MENSAIS NO PORTO DE SANTARÉM – RIOS AMAZONAS E TAPAJÓS


ANO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ MÁX DATA MIN DATA MÉD
1969 244 305 374 462 520 485 422 321 178 73 50 70 531 20/05 38 28/10 292
1970 115 230 402 489 544 533 500 431 310 171 71 65 556 12/05 141 25/12 322
1971 145 310 439 537 591 597 565 498 391 249 191 218 610 14/06 94 05/01 394
1972 232 379 497 547 586 581 539 476 359 245 139 164 594 18/05 121 17/11 395
1973 258 319 410 487 555 576 554 505 424 339 232 261 584 05/06 199 01/01 410
1974 334 442 523 582 612 603 563 508 415 292 236 242 623 25/05 218 27/11 446
1975 319 428 511 587 625 628 592 538 450 308 166 150 637 15/06 103 30/11 442
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6.2. Na determinação da LMEO considerar o
período de ocorrências (PR) das cheias médias
ordinárias dos rios navegáveis, fora do alcance
das marés, para determinar a Cota Básica.
6.3. Transferir a Cota Básica da LMEO
(nivelamento geométrico) para os NRs, Níveis de
Referência, do IBGE, relativizando a LMEO ao NMM,
Nível Médio dos Mares, como no esquema do porto
de Santarém (1998) na imagem seguinte.
6.4. Apesar da variação diuturna acima de 5 cm, a
jurisdição federal do litoral de Santarém é com base
na LMEO e não na LPM, pois os efeitos são de Maré
de Retenção, desde Prainha, rio Amazonas abaixo.
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PERFIL – CROQUIS RÉGUA
RN Nº 1329, DO IBGE 7m
RN-2 = 7,269m, DA RÉGUA
RN-1 = DHN
LEITURA EM 09.JAN.1998 : 7,00m – 1,38m 1,38m 7–
Coronel Engº Exército Omar Sidrim, SPU 6–
5–
4–
6m 3–
Nível d’água em 09.jan.1998

3 anos 16. 115,93 7,25m...


4 anos 12. 89,09 7,42m... dif: 0,17m
5 anos 10. 75,45 7,54m... 0,12m... 0,29m
6 anos 8. 61,69 7,71m... 0,16m... 0,46m
7 anos 7. 54,67 7,81m... 0,10m... 0,56m
(foi mantida a cota de 3 anos)

Figura 35, Pag. 146 – ÉLERES, Paraguassú - “Terreno de Marinha e Terreno Marginal
dos Rios Navegáveis” - Ed. do Autor, Imprensa Oficial do Estado, 2014, Belém, PA

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7. PROJETOS NO CONGRESSO NACIONAL
1. DEP. ELISEU PADILHA (1996) DEMARCAÇÃO DA LPM E
TRANSFERE A ADMINISTRAÇÃO DOS TERRENOS DE MARINHA
AOS ESTADOS E MUNICÍPIOS
2, SENADOR PAULO HARTUNG (ES) 617/1999, ALTERA O CAPUT DO
ART. 2O DO DEC.-LEI 9.760/1946, NOVO CONCEITO DE TERRENO
DE MARINHA E REDUZ LARGURA (33 p/13 METROS),
3. PEC 040/ 1999, REVOGA O INCISO VII ART. 20 CF § 3O ART. 49 ADCT
E EXTINÇÃO DO TERRENO DE MARINHA
4. SENADOR ALMEIDA LIMA (SE) PEC 053/2007, EXTINÇÃO DO
TERRENO DE MARINHA, TRANSFERE AOS MUNICÍPIOS;
5. DEPUTADO ARNALDO JORDY (PA) PEC 39-A/2011, EXTINÇÃO DO
TERRENO DE MARINHA, TRANSFERE AOS MUNICÍPIOS;
6. DEPUTADO ESPIRIDIÃO AMIM (SC) PEC 30/2015, EXTINÇÃO DO
TERRENO DE MARINHA, TRANSFERE AOS ESTADOS E MUNICÍPIOS.
AS PECS NÃO CONTEMPLAM OS TERRENOS MARGINAIS
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PARA REFLETIR
APESAR DA VASTA LEGISLAÇÃO E JURISPRUDÊNCIA
DOS TRIBUNAIS, AMPLOS ESTUDOS DOUTRINÁRIOS,
JURÍDICOS E DE ENGENHARIA OCEANOGRÁFICA,
CARTOGRÁFICA E URBANA,

VALE INDAGAR :
1 – QUAL A FUNÇÃO SOCIAL DO TERRENO DE MARINHA
E DO TERRENO MARGINAL DOS RIOS NAVEGÁVEIS ?

2 – ADMITIDAS AS EXISTÊNCIAS, POR QUE TÊM QUE


SER DA UNIÃO, E NÃO DOS ESTADOS E MUNICÍPIOS ?

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E para encerrar
Santa Catarina é um dos estados brasileiros que mais
padeceu intervenção territorial. Além dos 150 km de
jurisdição federal (Lei 6.634/1979), comuns aos estados das
fronteiras Norte, Oeste e Sul, houve a Questão de “Palmas“
com a Argentina, no entrerrios Peperiguassú-Uruguai,
resolvida com a arbitragem do presidente norte-americano
Grover Creveland; a Questão do “Contestado” com o
estado do Paraná decidida pelo STF, e a cessão pelo governo
federal das terras ao longo da ferrovia São Paulo – Porto
Alegre a Percival Farqhuar (o mesmo do porto de Belém, da
ferrovia Madeira-Mamoré e da Cia. Itabira Iron, desapropriada por
Getúlio Vargas em 1942 para criar a Cia. Vale do Rio Doce) fatos esses
objetos de vasta literatura e filmografia insertos na
História como “Guerra dos Pelados” (1912 – 1916) onde
terá morrido mais gente que em Canudos, e cuja memória
está guardada em Caçador.
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Região do “Contestado”
disputa entre os estados
Paraná e Santa Catarina
Ferrovia São Paulo – Porto
Alegre, da empresa norte
americana, “Brazil Railway
Company” - Área cedida
pelo governo federal a
Percival Farquhar, para
exploração de madeira pela
“Southern Brazil Lumber
and Colonization Company”
Zona da “Guerra dos
Pelados”
Rio Uruguai – Navegável ?

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É hora de lutar pelo berço
açoriano da História
desta terra santa.

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OBRAS CONSULTADAS
1. MADRUGA, Manuel – Terrenos de Marinha, Imprensa Nacional, Rio de Janeiro, 1923
2. SANTOS, Rosita de Sousa – Terras de Marinha, Ed. Forense, Rio de Janeiro, 1985
3. DERENGOSKI, Paulo Ramos, O Desmoronamento do Mundo Jagunço, Ed. Secretaria de
Cultura de Santa Catarina, Florianópolis, SC, 1986
4. CAVALCANTI, Walter Tenório, (Guerra) Verdade Histórica – Contestado, Ed. Secretaria de
Cultura de Santa Catarina, Florianópolis, SC, 1986
5. Determinação da LPM-1831 e LMEO em Cabo Frio, URJ – Instituto de Geociências – Dep.
Cartografia, Plano Piloto para Cadastramento de Imóveis da União, 1988
6. AGUIAR, Ana Cláudia Allet - Natureza Jurídica da Ilha de Santa Catarina, Ed. Universidade
Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, 1993
7. AURAS, Marli, Guerra do Contestado: A Organização da Irmandade Cabocla, 2ª Edição, Ed.
DAUFSC, Florianópolis, SC, 1995
8. Relatório Final da Comissão de Foro e Laudêmio da Câmara Municipal de Niterói, Niterói, Rio
de Janeiro, 2007
9. SANTOS, Walmor, Contestado – A Guerra dos Equívocos – O Poder da Fé, Ed. Record, Rio de
Janeiro, 2009
10. ÉLERES, Paraguassú – Terreno de Marinha e Terreno Marginal dos Rios Navegáveis,
Ed. do Autor, Belém, PA, 2014
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Prof. MSc. PARAGUASSÚ ÉLERES
Advogado, Agrimensor e Geomensor
Trav. Angustura, 3579, Marco - CEP 66093-041
BELÉM - PARÁ - BRASIL

+ 55 91 3276 1720 – paragua@paragua.com.br

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