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Roberto Belo de Paula

Assessoria Jurídica
Exm.º Sr. Dr. Juiz de Direito do XVII Juizado Especial Cível da Comarca da Capital
do Estado do Rio de Janeiro

Proc. n.º 2003.800.103652-7

CLENIR DA SILVA DE MELLO, brasileira, divorciada,


decoradora, identidade n.º 04351656-6 ( IFP ), CIC n.º 635.206.307/10, residente na
Rua do Governo n.º 676, bloco “C”, apt.º 302 - Realengo, nesta cidade - CEP
21760.000, vem, por seu patrono infra firmado ( doc. n.º 01 ), em vista do que consta na
assentada de fls. , concernente a AUDIENCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO
realizada no passado dia 23 de março, tempestivamente, apresentar o instrumento de
outorga, além do ADITAMENTO à peça exordial, nos termos em que segue:
1. Na polaridade passiva deve constar em face de MÁRCIA NOGUEIRA
DOS SANTOS DE OLIVEIRA, brasileira, portadora da identidade
n.º 08.203.839-9, CIC n.º 025.830.017/52,, residente na Rua Nepomuceno n.º 103 –
Realengo – Rio de Janeiro - RJ – CEP 21710 000 .

AÇÃO DE RESSARCIMENTO
POR DANOS MORAIS

abordoado aos seguintes elementos fáticos e jurídicos.

AV. ALT. BARROSO 90 GR.909/11 - CASTELO – RIO DE JANEIRO - RJ - CEP 20019 900 1
TELEFONES ( 21 ) 2240.2646 – 25240542 – 2524.0530 – 2262.0456 ( FAX ) - CELULAR - 9912.8232
E-MAIL = robelpa@uol.com.br
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DOS F A T O S

1. A Autora, no dia 02 de agosto de 2003, na qualidade de sócia da firma CLEN’S


FESTAS, conforme contrato acostado aos autos, foi contratada pelo SR. EVANDRO
DUTRA CAMPOS para prestar serviços em eventos social – ANIVERSÁRIO DE
QUINZE ANOS – no salão de festas HAPPY DAYS de propriedade da Suplicada;

2. Como de hábito, desde 09,00 horas iniciou os preparativos para o evento para que
fora contratada, consoante a realização da decoração ambiental, valendo-se de parte
de sua equipe;

3. É de se esclarecer que durante certo tempo privou de bom relacionamento com a


Suplicada, inclusive realizando alguns serviços em seu salão de festas, época em que
chegou a disponibilizar mostruários de seus serviços para apresentação aos
contratantes do SALÃO HAPPY DAYS, eventuais clientes da firma da Suplicante;

4. Ocorre, por desentendimentos decorrentes da postura inadequada da Sr.ª Márcia no


que tange a acertos de comissões, o acordo tácito foi rompido, passando a existir, da
parte da mesma, séria animosidade em relação a Suplicante;

5. Assim, contratada pelo dono da festa que se realizaria no salão de propriedade da


Suplicada, ao sair para providenciar algumas peças, orientou sua idosa genitora, no
sentido de que ficasse atente a qualquer anormalidade, inclusive, de forma expressa,
NÃO DEVERIA PERMITIR QUEM QUER QUE FOSSE, FOTOGRAFAR OU
FILMAR A DECORAÇÃO, EM VIAS DE CONCLUSÃO;

6. Dessa forma, ao retornar, cerca das 15,00 horas, surpreendeu a Suplicada agredindo
verbalmente sua idosa mãe, inclusive, não fosse a pronta intervenção da Suplicante,
a mesma teria sido agredida com um tapa;

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7. Contornada a situação, a Suplicada em meio a toda sorte de ameaças se retirou
dizendo: - “ EM MEU SALÃO QUEM MANDA SOU EU, E EU VOU TIRAR
FOTOS, DOA QUEM DOER!”

8. Destarte, cerca das 19 horas a Suplicada retornou ao salão, fazendo-se acompanhar


de seu marido, o qual mesmo sem o consentimento da Suplicante executou alguma
tomadas, gerando toda sorte de impropério, quando a Suplicada promoveu extrema
baixaria, xingando a Suplicante, ofendendo sua moral e culminando em chamá-la de
MACACA, um vez se tratar de uma pessoa negra.

9. A essa altura, já se faziam presente a equipe de trabalho as Suplicante, constituída de


12 ( DOZE ) pessoas que a tudo assistiu, não se verificando na oportunidade fatos
mais graves, em respeito aos contratantes do evento, que nada tinham com o que se
passava, e, certamente, sofreriam os prejuízos, caso por qualquer circunstancia o
evento viesse a ser empanado;

10.Não satisfeita com os atos praticados, a Suplicada saiu do local dizendo que acabaria
com a raça da Suplicante, destruindo sua imagem comercial, fato que desde o dia
seguinte buscou concretizar, através de ligações telefônicas “pixando” o bom nome
da Suplicante, detratando o seu serviço e tudo mais que pode fazer, conforme veio a
Ter notícia através de diversos clientes;

11.Diante da situação, foram apresentados os fatos e lavrada a ocorrência na 33.ª


DP, e objeto do protocolo n.º E-09-2110-033/2004, cuja cópia encontra-se anexa
aos autos;

DA RESPONSABILIDADE CIVIL
POR DANOS MORAIS

I. Patrimônio inalienável, o conceito que o cidadão desfruta no meio social e


profissional, a sua honra pessoal, a sua imagem e reputação, frente aos seus
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semelhantes, não podem ser objetos de gratuitas agressões e, em sendo,
devem ensejar a justa reparação.

II. Pacífico é atualmente, em nosso Direito, o entendimento de


RESPONSABILIDADE CIVIL por dano moral, encontrando abrigo na
Lei, doutrina e Jurisprudência.

III. Eminentes tratadistas, como o Min. Aguiar Dias, Prof. Caio Mário Pereira,
Prof. Carlos Alberto Bitar, entre muitos outros de irrefutáveis saber, já
tiveram a oportunidade de manifestar a sua adesão a corrente que admite a
reparação por danos morais.

IV. Diz ANTOLISEI, jurista italiano em “MANUALE DE DIRITTO


PENALE” (7.ª ed. 1977 pág. 144)
“ Honra é um complexo do qual depende o valor
social do indivíduo e que gera o prestígio que
goza no ambiente em que habita “.

V. Sobre a questão bem definiu o Prof. Carlos Alberto Bitar, em


“RESPONSABILIDADE CIVIL” (Ed. Forense 1990, pag. 17)
São morais os danos a atributos (virtudes) de pessoa
como ente social, ou seja, integrada a sociedade, vale
dizer dos elementos que a reputação, as
manifestações do intelecto.

VI. Do aludido mestre, novamente, na pré citada obra, pags. 18/19.


“A regra, a respeito, é a da plena ressarcibilidade de qualquer dano, em razão do
princípio natural do “NEMINEM LAEDERE”, bem como em face a indistinção legal. Em
nosso Direito, e a partir da própria textura do Código consideramos indenizável
também o dano moral puro, em consonância com a melhor doutrina e jurisprudência,
que, da negação a admissão da ressarcibilidade nos caso de reflexo patrimonial,
atingiu a tese da plena reparabilidade, que ora vem prosperando”

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VII. A reparação por dano moral é, pois, uma forma de compensação a


HUMILHAÇÃO SOFRIDA, INJUSTAMENTE, PELA VÍTIMA.

VIII. Urge, portanto, reparar toda aquela expectativa, a dor e o sofrimento de


frustração, vivenciados pela ocorrência de fato ilícito, por responsabilidade
da Reclamada.

IX. Daí, até alguns doutrinadores terem vislumbrado na reparação por dano
moral, um condenação pecuniária em grande montante, uma característica
punitiva e, também, inibidora para novas incidências do ato ilícito.

X. Sendo assim, é oportuno registrar o entendimento do STF.

“O dano moral é ressarcível. A corrente que lhe restringe a ressarcibilidade


e contraria a Lei e a lógica jurídica. A regra geral e a da responsabilidade
plena, não havendo como confundir princípio atinente ao direito de
reparação” ( V.U. em 26.04.96 RE N.º 59.940, RTJ39/338 e RF 217/67).

XI. A pretensão da Reclamante encontra amparo ainda, no Novo Código Civil


Brasileiro, em seu artigo 927 e seguintes, no art. 84 parágrafo 4.º do
Código de Defesa do Consumidor e na Carta Magna, art. 5.º, inciso V e X.

XII. Tem, ainda, a proteção prevista no artigo 6.º, VI, do Código de Proteção e
Defesa do Consumidor. Diz que um dos Direitos básicos do consumidor e a
“GARANTIA DA EFETIVA PREVENÇÃO E REPARAÇÃO DE
DANOS PATRIMONIAIS E MORAIS, INDIVIDUAIS, COLETIVOS
E DIFUSOS”.

DO OBJETO DA AÇÃO

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A. Assim sendo, o objeto da presente ação é obter a reparação do direito solapado


indevidamente a Autora, superar o constrangimento que passou, vítima de
anomalia praticada pela Reclamada.
Embora aguardasse, não obteve a justa e devida reparação, ou foi ressarcido
pelos prejuízos morais sofridos, por inteira culpa da Rda.
B. Certamente, não será meia dúzia de Patacas que ressarcirá a ofensa, porém, no
mundo moderno, somente o vil metal representa e sopesa nos bolsos de
empresários, comerciantes, banqueiros, enfim de todo e qualquer recalcitrante.

C. Destarte, inexistindo outra maneira para dimensionar e reparar os prejuízos


causados a Autora, a valoração sempre será abstrata, podendo para uns
representar pouco, entrementes, para outros, poderá representar muito. A
quantia ora postulada não define o verdadeiro valor da honra maculada e sim,
a mensuração de uma quantia ponderável, a qual aplacará, de certa forma, os
malefícios causados pelo ato danoso.

D. A boa doutrina e a jurisprudência nos leva a deixar ao talante do julgador, na


procedência do pleito, a fixação do justo valor indenizatório. Tratando-se,
pois, de pedido certo e determinado a INDENIZAÇÃO POR DANO
MORAL, autônomo.

E. Como podemos observar, JURISPRUNDENCIALMENTE, também é prática


aconselhada deixar a critério do Juiz o valor da condenação:

“RESPONSABILIDADE CIVIL, DANO MORAL INDEVIDO LANÇAMENTO DO NOME DO


AUTOR NO ROL DOS MAUS PAGADORES, ARBITRAMENTO DO VALOR DO DANO MORAL
DEVE FICAR A CRITÉRIODO JUIZ, POIS NÃO HÁ OUTRO MODO RAZOÁVEL DE AVALIÁ-
LO” (Unanime, rel. Des. Renato Maneschy, 17/04/91 DOERJ - Sup. Jurisprudência, n.º
26, junho 91, pág. 7, verbete n.º 433)

F. Ressalta, ainda, a ora Autora que, a reparação pecuniária, por um dano moral,
tem, além de uma função compensatória, caráter penal, devendo o encargo

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imposto ao Reclamado ser suficientemente pesado, para inibi-lo a praticar
novos atos desse jaez.

G. No caso concreto presente, é notória a total boa fé da Autora, que buscou


civilizadamente colaborar com a fiscalização e mesmo depois do vexame
passado, aguardou a melhor solução, sem, entretanto, merecer qualquer
atenção dos responsáveis pela lamentável ocorrência, embora existam na
delegacia o registro e certamente a apuração dos fatos, na órbita penal.

DAS PROVAS

A Autora pretende produzir todos os meios de provas admitidas em Direito,


especialmente, documental, pericial, testemunhal e depoimento pessoal dos
representantes da Reclamada.

DO PEDIDO

Inquestionável, pois, o direito da Autora e, assim sendo, REQUER:

a) A citação da Ré, para, querendo, dentro prazo legal, oferecer a defesa que tiver,
contrária a presente ação, sob pena de revelia;

b) Ao final, seja julgado procedente o pedido, com a CONDENAÇÃO DA


RECLAMADA, no pagamento dos DANOS MORAIS causados, custas e honorários
de sucumbencia no valor máximo, importando, na quantia total de R$ 9.600,00.

Protesta por prova documental, testemunhal, depoimento pessoal do Réu, na


pessoa de seu representante legal, que deverá ser intimado para tanto, PERICIAL e o
que mais o controvertido dos autos exigir.

Dá à causa o valor de R$ 10.400,00

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Nestes termos
P. Deferimento.
Rio de Janeiro, 31 de março de 2005.

P R O C U R A Ç Ã O

Pelo presente instrumento particular de PROCURAÇÃO o firmante nomeia e constitui seus


procuradores os advogados ROBERTO BELO DE PAULA, LEONAS SANTOS TORRES, ILTON VIEIRA DA
SILVA, NIRCEU MESA MONTENEGRO e ALBERTO JACINTO MENEZES FILHO brasileiros, inscritos na
OAB/RJ, respectivamente, sob os n.ºs 71.643, 50.781, 52.980, 66.485 e 120223/E, estabelecidos no
endereço supra, outorgando-lhes os poderes para FORO EM GERAL, em qualquer juízo ou grau de
jurisdição, além dos constantes da cláusula EXTRA JUDICIA, habilitando-os a praticar todos os atos
extrajudiciais de direito privado, quaisquer pessoas de direito público, seus órgãos, ministérios e
repartições de qualquer natureza, autarquias, empresas pública, fundações e sociedades de
economia mista, inclusive BANCO DO BRASIL, CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, BANCO DO ESTADO DO
RIO DE JANEIRO, ou de qualquer outro estado da federação, bancos comerciais, de investimentos ou
financeiras.
Outorga, além disso, poderes especiais para prestar compromisso e assinar termo de
Inventariante, fazer as declarações necessárias, concordar ou não com avaliações, cálculos e
partilhas, confessar, transigir, desistir, reconhecer a procedência do pedido, receber e dar quitação,
firmar compromisso, requerer e acompanhar falência, propor e aceitar concordata e mais os poderes
abaixo descritos, para, in solidum ou de per si, praticar todos os atos em direito permitidos para o
fiel cumprimento desta mandato, inclusive substabelecer, no todo ou em parte, com ou sem reservas
de poderes.

ESPECIALMENTE PARA ASSISTIREM A OUTORGANTE NO PROCESSO N.º 2003.800.103652-7 EM


FACE DE MÁRCIA NOGUEIRA DOS SANTOS DE OLVIEIRA, EM CURSO NO XVII JUIZADO ESPECIAL
CÍVEL.

OUTORGANTE: CLENIR DA SILVA DE MELLO, brasileira, divorciada, decoradora, identidade n.º


04351656-6 ( IFP ), CIC n.º 635.206.307/10, residente na Rua do Governo n.º 676, bloco “C”, apt.º 302 - Realengo, nesta
cidade - CEP 21760.000
Rio de Janeiro, 05 de Maio de 2005.

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