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Fonte da questão: q concurso.

Sentenças da CIDH –

https://www.corteidh.or.cr/docs/casos/articulos/seriec_333_por.pdf

https://www.corteidh.or.cr/docs/casos/articulos/seriec_149_por.pdf

https://www.corteidh.or.cr/docs/casos/articulos/seriec_435_por.pdf

Ano: 2022 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: DPE-PR Prova: INSTITUTO AOCP - 2022 - DPE-PR -


Defensor Público

Considere os seguintes casos em que o Brasil foi condenado pela Corte interamericana de
Direitos Humanos:

• Caso Favela Nova Brasília;

• Caso Empregados da Fábrica de Fogos de Santo Antônio de Jesus e Seus Familiares vs. Brasil;

• Caso Márcia Barbosa de Souza e Outros vs. Brasil;

• Caso Ximenes Lopes vs. Brasil.

O que tais condenações têm em comum?

A)Em todas elas, considerou-se que o Brasil, dentre outros pontos, violou a independência e a
imparcialidade previstas no artigo 8.1 da Convenção Interamericana de Direitos Humanos.

B)Em todas elas, considerou-se que o Brasil, dentre outros pontos, violou a igualdade perante
a lei prevista no art. 24 da Convenção Interamericana de Direitos Humanos.

C)Em todas elas, discutiu-se o direito de circulação e residência previsto no art. 22 da


Convenção.

D)Em todas elas, considerou-se que o Brasil, dentre outros pontos, violou o prazo razoável
previsto no artigo 8.1 da Convenção Interamericana de Direitos Humanos.

E)Não há nenhum direito previsto na Convenção Interamericana de Direitos Humanos que foi
discutido em todas as condenações listadas.

Gabarito : Letra D
Caso Empregados da Fábrica de Fogos de Santo Antônio de Jesus e seus familiares
vs. Brasil: O caso se refere à responsabilização do Estado pela explosão de uma fábrica
de fogos de artifício na cidade de Santo Antônio de Jesus (BA) em 1998, quando 64
pessoas morreram, 22 delas crianças. A corte considerou que o Brasil violou os direitos à
vida e da criança em prejuízo das 64 pessoas falecidas na explosão. Violou também o
direito à integridade dos seis sobreviventes. O tribunal entendeu ainda que o Brasil não
cumpriu suas obrigações de fiscalização da fábrica, pois sabia da existência de
irregularidades no ambiente, como o armazenamento de materiais perigosos e explosivos.
A decisão também considerou violados os princípios de igual proteção da lei, a proibição
de discriminação e o direito ao trabalho — uma vez que a única opção de ocupação
econômica dos habitantes do município, devido à sua situação pobreza, era aceitar as
condições de alto risco impostas pela fábrica. Além disso, para a Comissão
Interamericana, o Estado descumpriu seu dever de investigar os fatos com a devida
diligência e em prazo razoável. O órgão evocou o Comitê de Direitos Econômicos, Sociais
e Culturais, que estabeleceu o dever estatal de oferecer meios adequados de reparação
às pessoas prejudicadas e de garantir a responsabilização das empresas.

Caso Márcia Barbosa de Souza e outros vs. Brasil: Márcia Barbosa de Souza era uma
estudante paraibana, afrodescendente e pobre. Em meados de junho de 1998, aos 20
anos, Márcia foi vítima de um homicídio cometido pelo ex-deputado estadual Aércio
Pereira de Lima (1939-2008), da Paraíba, que a sufocou, asfixiando-a até a morte.
Aparentemente o crime ocorreu no interior do Motel Trevo, de onde seu corpo foi retirado e
levado ao altiplano Cabo Branco, para ser ocultado. O criminoso teria contado com a ajuda
de cúmplices para livrar-se do cadáver da vítima. Tendo em conta a demora da
investigação, causada pela recusa de levantamento da imunidade parlamentar do
denunciado, a Corte concluiu, no §137 da sentença, que o “Brasil violou o prazo razoável
para a investigação e a tramitação do processo penal pelo homicídio de Márcia Barbosa
de Souza.”

Caso Ximenes Lopes vs. Brasil: Damião Ximenes Lopes foi vítima de torturas e maus
tratos enquanto passava por tratamento psiquiátrico na Casa de Repouso Guararapes
(Sobral-CE), equipamento de atendimento ligado ao Sistema Único de Saúde. Três dias
após a internação, em 4 de outubro de 1999, ele morreu em decorrência dos tratamentos
cruéis. O Estado brasileiro foi condenado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos
por violação ao direito à vida e à integridade pessoal de Lopes. O tribunal também decidiu
que o Brasil não cumpriu os direitos à garantia de proteção judicial com relação à família
da vítima, por não realizar, em prazo razoável, a obrigação de investigar e sancionar os
responsáveis pelas graves violações de direitos humanos perpetradas.

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