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Departamento de Estradas de Rodagem/DER

Governo do Estado de São Paulo


Secretaria dos Transportes
Junta Administrativa de Recursos de Infrações
Recurso Administrativo de Multa de Trânsito

São Paulo, 30 de Outubro de 2010.

PROPRIETÁRIA DO VEÍCULO:

NOME:
Endereço: Rua
Bairro: Macedo Cidade: Guarulhos
Placa do veículo: Município: Guarulhos

AUTO DE INFRAÇÃO (AIIP):

Número do AIT:................... Data: 01/06/2010


Hora: 23:45 Local: SP 348 acesso 000 KM 126
Código de Processamento da infração: 6637-2
Descrição da Infração: Art. 230 - Inc. IX do CTB – Veículo com
equipamento obrigatório ineficiente/inoperante

O requerente, qualificado como PROPRIETÁRIA abaixo assinado, foi


autuado pela infração de trânsito acima especificada e em sua defesa apela
pelo cancelamento da PENALIDADE, pelo seguinte motivo:

Na ocasião, meu veículo, quando estava devidamente estacionado nesta


Rodovia foi autuado irregularmente, pelo fato de eventualmente estar com
equipamento de uso obrigatório ineficiente/inoperante segundo a versão do
policial que lavrou o AIT, com base no com base no artigo 230, Inciso IX
do CTB:

ART. 230. Conduzir o veículo:


IX-com equipamento obrigatório ou estando este ineficiente ou inoperante.
Infração - grave
Penalidade - multa (120 UFIR)
Medida administrativa - retenção do veículo para regularização.

Apelo a essa digna JARI para que não mantenha a penalidade, por estar
esta requerente amparada no Parágrafo único, Inciso I do CTB, em razão da
inconsistência do AIT, visto que, no mínimo, duas irregularidades foram
cometidas pelo agente de trânsito quando da lavratura do AIT, a saber:

1ª IRREGULARIDADE
Não pode a o agente de trânsito autuar um veículo apenas pela suposição
que o veículo estivesse transitando antes da fiscalização, posto que quando
esta ocorreu, o veículo estava devidamente estacionado, inclusive, esta
requerente estava parada, quando foi chamado pelo policial para vistoriar o
veículo.

Senhor Presidente:

--É até possível que o policial militar ao fiscalizar o veículo, tenha notado a
falta de equipamento ineficiente ou inoperante, porém, deixou de consignar
no AIT, qual seria o citado equipamento, de modo que esta requerente
sequer ficou sabendo o que é que estava faltando.

Todavia, a imaginação do policial não pode sobrepor-se ao que estabeleceu


o Legislador quando este redigiu o artigo 230 do CTB e seus incisos I a
XXII, onde deixa claro através do verbo CONDUZIR, que a infração
somente será cometida se o veículo estiver sendo conduzido, ou seja, EM
MOVIMENTO na via pública, não prevendo nenhuma transgressão quando
este estiver imobilizado, ou, na suposição de que estava transitando antes
ou que poderia ser movimentado oportunamente.

Portanto, apelo para que a justiça seja feita, uma vez que não se justifica a
autuação, posto que o veículo NÃO ESTAVA
TRANSITANDO.Estávamos eu e o motorista autuado, jantando.E
poderíamos estar sanando o referido problema, antes de dar
prosseguimento.

2º MOTIVO:
Há que se considerar que nesses casos (falta de equipamento ou
inoperante), além da autuação, os policiais militares ao fiscalizarem tais
veículos, devem efetuar a sua retenção e, se for o caso, sua conseqüente
recolha ao pátio, conforme penalidade prevista para essa infração,
principalmente para evitar que se constituam em riscos para a segurança do
trânsito.

A Lei de Trânsito vigente no País repudia a autuação irregular e determina


o seu arquivamento, conforme se verifica no CTB, em seu artigo 281 e seus
incisos:

“Art. 281 do CTB - A Autoridade de Trânsito, na esfera da competência


estabelecida neste Código e dentro de sua circunscrição, julgará a
consistência do auto de infração e aplicará a penalidade cabível.

Parágrafo único. O auto da infração será arquivado e seu registro julgado


insubsistente:

I- se considerado insubsistente ou irregular;


“II- se, no prazo máximo de trinta dias, não for expedida a notificação da
autuação.”
(Redação dada pelo Art. 3º da Lei 9.602/98).

Portanto, diante de uma INFRAÇÃO IMPOSSÍVEL DE TER SIDO


COMETIDA. (afirmo peremptoriamente que o veículo estava estacionado).

OBSERVAÇÃO: Existe Testemunha, que comprovam o fato de estar


estacionado o veículo, quando foi fiscalizado. Sendo necessário podem
solicitar que poderei estar enviando uma declaração da testemunha, para
que comprove o fato.

Finalmente, considerando que a Administração, segundo a Carta Magna de


1988, deve orientar seus atos pela legalidade e moralidade e os atos que
contiverem erros de responsabilidade da Administração devem ser
corrigidos até “ex-officio”; requer para que sejam apreciados os
fundamentos de fato e de direito articulados, e que ao final seja dado
PROVIMENTO, com o CANCELAMENTO da multa oriunda de uma
autuação IRREGULAR, por ser de lídima justiça.

Assim sendo, registro antecipadamente, os meus mais sinceros


agradecimentos à esta Digna Jari, pela atenção designada para este
histórico apresentado.

Atenciosamente

________________

Obs. ”Quando a alegação do Recurso for de divergência manifesta com o Auto de


Infração, e estando devidamente comprovada esta circunstância, a Junta
Julgadora competente deverá tomar conhecimento do recurso e apreciá-lo
Independentemente da Intempestividade, prevista para outros casos, fica mantida
a Deliberação 148/94”.

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