Você está na página 1de 2

Recurso Administrativo de Multas de Transito.

Departamento de Estradas de Rodagem/DER


Governo do Estado de São Paulo
Secretaria Estadual de Transportes
Junta Adm. De Recursos de Infrações/JARI.
São Paulo, 10 de Março de 2010.

Descrição da Infração: Art. 230 - Inc. IX do CTB – Veículo sem


equipamento obrigatório
O requerente, qualificado como PROPRIETÁRIO abaixo assinado foi
autuado pela infração de trânsito acima especificada e em sua defesa apela
pelo cancelamento da PENALIDADE, pelo seguinte motivo:
Na ocasião, meu veículo, quando estava devidamente estacionado na via
pública foi autuado irregularmente, pelo fato de por estar sem equipamento
de uso obrigatório, segundo a versão dos policiais que lavraram o AIT, com
base no com base no artigo 230, Inciso IX do CTB:
ART. 230. Conduzir o veículo:

IX- sem equipamento obrigatório ou estando este ineficiente ou inoperante.

Infração - grave

Penalidade - multa (120 UFIR)

Medida administrativa - retenção do veículo para regularização.

Apelo a essa digna JARI para que não mantenha a penalidade, por estar
este requerente amparado no Parágrafo único, Inciso I do CTB, em razão
da inconsistência do AIT, visto que, no mínimo, duas irregularidades foram
cometidas pelo agente de trânsito quando da lavratura do AIT, a saber:

1ª IRREGULARIDADE

Não pode a o agente de trânsito autuar um veículo apenas pela suposição


que o veículo estivesse transitando antes da fiscalização, posto que quando
esta ocorreu, o veículo estava devidamente estacionado, inclusive, este
requerente estava estacionado no acostamento existente neste local, quando
foi chamado pelos policiais para vistoriarem o veículo.

Senhor Presidente

É até possível que o policial militar ao fiscalizar o veículo, tenha notado a


falta de algum equipamento, porém, deixou de consignar no AIT, qual seria
o citado equipamento, de modo que este requerente sequer ficou sabendo o
que é que estava faltando.

Todavia, a imaginação do policial não pode sobrepor-se ao que estabeleceu


o Legislador quando este redigiu o artigo 230 do CTB e seus incisos I a
XXII, onde deixa claro através do verbo CONDUZIR, que a infração
somente será cometida se o veículo estiver sendo conduzido, ou seja, EM
MOVIMENTO na via pública, não prevendo nenhuma transgressão quando
este estiver imobilizado, ou, na suposição de que estava transitando antes
ou que poderia ser movimentado oportunamente.

Portanto, apelo para que a justiça seja feita, uma vez que não se justifica a
autuação, posto que o veículo NÃO ESTAVA TRANSITANDO.

2º MOTIVO:

Há que se considerar que nesses casos (falta de equipamento), além da


autuação, os policiais militares ao fiscalizarem tais veículos, devem efetuar
a sua retenção e, se for o caso, sua conseqüente recolha ao pátio, conforme
penalidade prevista para essa infração, principalmente para evitar que se
constituam em riscos para a segurança do trânsito.
A Lei de Trânsito vigente no País repudia a autuação irregular e determina
o seu arquivamento, conforme se verifica no CTB, em seu artigo 281 e seus
incisos:
“Art. 281 do CTB - A Autoridade de Trânsito, na esfera da competência
estabelecida neste Código e dentro de sua circunscrição, julgará a
consistência do auto de infração e aplicará a penalidade cabível.
Parágrafo único. O auto da infração será arquivado e seu registro julgado
insubsistente:

I- se considerado insubsistente ou irregular;

“II- se, no prazo máximo de trinta dias, não for expedida a


notificação da autuação.”

Portanto, diante de uma INFRAÇÃO IMPOSSÍVEL DE TER SIDO


COMETIDA, (o veículo estava estacionado).

Finalmente, considerando que a Administração, segundo a Carta Magna de


1988, deve orientar seus atos pela legalidade e moralidade e os atos que
contiverem erros de responsabilidade da Administração devem ser
corrigidos até “ex-officio”; requer para que sejam apreciados os
fundamentos de fato e de direito articulados, e que ao final seja dado
PROVIMENTO, com o CANCELAMENTO da multa oriunda de uma
autuação IRREGULAR, por ser de inequívoca justiça.

Atenciosamente

__________________
Rodrigo Castilho

Você também pode gostar