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O que é preciso para obter uma licença de


alojamento local?

 Negócios

Quer rentabilizar um imóvel através do aluguer


de curta duração? Saiba o que é preciso para ter
uma licença de alojamento local.

17-08-2022

Tempo estimado de leitura: 10 minutos

A licença de alojamento local é um dos primeiros passos para quem pretende


dedicar-se a este negócio. O procedimento é gratuito e pode ser feito online, mas há
que saber como cumprir todos os requisitos e prazos antes de começar a receber
hóspedes.

O registo do seu alojamento local é obrigatório e caso não o tenha, sujeita-se a multas
pesadas. A angariação, oferta, disponibilização, publicidade e intermediação de
estabelecimentos de alojamento local não registados ou com registos desatualizados
é punível com coimas entre 2 500 a 4 000 euros (no caso de pessoa singular) e de 25
000 a 40 000 euros, se for uma pessoa coletiva.
Leia também:

Direito de preferência na compra de casa: tudo o que precisa saber


 Guia do alojamento local
 

Alojamento local: o que saber antes de avançar

O conceito de Alojamento Local (AL) abrange estabelecimentos que prestam serviços


de alojamento temporário mediante um pagamento. Excluem-se desta definição os
empreendimentos turísticos.

Considera-se que existe um alojamento local quando este é publicitado,


disponibilizado ou intermediado como alojamento para turistas ou como alojamento
temporário. Entende-se também por AL um espaço mobilado e equipado, em que
sejam oferecidos ao público, além de dormida, serviços complementares ao
alojamento, como limpeza, por períodos inferiores a 30 dias.

Pode funcionar em quatro modalidades, moradias; apartamentos; estabelecimentos


de hospedagem (o que inclui os hostels) ou quartos. Neste último caso, o AL é
explorado na residência da pessoa que arrenda e que corresponde ao seu domicílio
fiscal. O quarto é considerado a unidade de alojamento e não é possível ter mais de
três quartos nesta modalidade.

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O exercício desta atividade pode ser feito por pessoas singulares ou coletivas, sendo
sempre necessário obter a licença de alojamento local para a exercer.

Onde obter mais informação?

Além da licença para exploração de alojamento local, é importante conhecer


todas as obrigações relacionadas com o exercício desta atividade e que,
incluem, por exemplo, a existência de livro de reclamações e de seguros
próprios ou a comunicação com o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras. Este
Guia do Turismo de Portugal reúne todas as informações, incluindo o quadro
legal. O regime jurídico da exploração dos estabelecimentos de alojamento
local, criado em 2014 e alterado em 2018, estabelece as regras para esta
atividade. Pode conhecê-las aqui. A Associação Alojamento Local em Portugal
também tem informação útil e atualizada sobre este tema.
Leia também: Os 10 termos sobre empreendedorismo que precisa conhecer

Como se pede a licença de alojamento local?

O pedido é feito online através do Balcão Único Eletrónico. A cada pedido é atribuído o
número de registo do estabelecimento de alojamento local, que permite a abertura ao
público.

O pedido só é aceite se, no prazo de 10 dias (20 dias, caso seja um hostel), não existir
oposição por parte da câmara municipal competente. A oposição pode ser motivada
por incorreções no pedido, falta de autorização adequada do edifício ou por violação
de restrições definidas. Estas restrições podem estar relacionadas com áreas de
contenção identificadas pela câmara municipal ou com uma proibição temporária de
registo.

As zonas de contenção ou de proibição temporária de registo ocorrem em áreas onde


a proporção de alojamentos locais em relação à habitação disponível ultrapassa,
respetivamente, os 25% e os 10 a 20%. Antes de pedir a licença de alojamento local, é
importante perceber qual é a situação na freguesia onde se situa o imóvel. 

O QUE A CAIXA PODE FAZER POR SI?

Nas épocas de pico turístico, é importante ter as condições ideais para acolher
quem nos visita. Se tiver um negócio aberto capaz de beneficiar desta visita,
conheça as alternativas que o podem apoiar a incrementar o seu acolhimento.

Saiba mais aqui

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Quais os documentos necessários?


Ao submeter o pedido de licença de alojamento local deve anexar documentação que
identifique o imóvel e o titular da exploração do AL. Deve submeter cópias dos
seguintes documentos:

Documento de identificação do titular da exploração (se for uma pessoa singular)


ou indicação do código de acesso à certidão permanente do registo comercial
(pessoa coletiva);
Termo de responsabilidade, subscrito pelo titular da exploração do
estabelecimento a assegurar que o edifício ou fração autónoma podem ser
usados para alojamento local e que respeitam as normas legais e regulamentares
aplicáveis;
Caderneta predial do imóvel se for proprietário;

Leia também:

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Contrato de arrendamento ou outro título que legitime o titular da exploração ao


exercício da atividade;
Declaração apresentada junto da Autoridade Tributária de início ou alteração de
atividade do titular da exploração do estabelecimento (a atividade autorizada deve
ser de prestação de serviços de alojamento);
Se for um hostel, ata da assembleia de condóminos em que conste a autorização
para a sua instalação;
Número de título de autorização de utilização do edifício, se for posterior a 1951.
 

O número de registo é obrigatório na publicidade, documentação comercial e


merchandising dos estabelecimentos de AL. As plataformas eletrónicas que
disponibilizem, divulguem ou comercializem alojamento também são obrigadas a
exibir este número.
 

Leia também:

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A lei do alojamento local pode mudar?

As regras para instalação de alojamentos locais podem estar a mudar. Um Acórdão


Uniformizador de Jurisprudência do Supremo Tribunal de Justiça, datado de 22 de
março de 2022, esclareceu que “no regime da propriedade horizontal, a indicação no
título constitutivo, de que certa fração se destina a habitação, deve ser interpretada no
sentido de nela não ser permitida a realização de alojamento local”.

Ou seja, segundo este acórdão, sempre que no título constitutivo (que é uma espécie
de bilhete de identidade do edifício) se indicar que determinada fração se destina a
habitação, esta finalidade não pode mudar.
O acórdão já foi publicado em Diário da República e tem gerado alguma discussão
sobre a sua aplicação. Isto poderá levar a que seja criada nova legislação. 

 Tome Nota:

O Acórdão de uniformização de jurisprudência é uma decisão do Supremo


Tribunal de Justiça cujo objetivo, em nome da segurança jurídica, é
terminar com divergências ou contradições entre vários acórdãos
(decisões) de vários tribunais sobre a mesma questão de direito.

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