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Uma das garantias pedidas pelos bancos aquando de um pedido de crédito à habitação é
a hipoteca da casa que vai comprar. Mas existe um tipo de hipoteca que não é acordado
entre a instituição e o devedor: é o caso da hipoteca judicial, que ocorre em casos de
incumprimento severo – como os que levam à insolvência. Nunca se sabe o dia de
amanhã e, por isso, mais vale informar-se do que remediar.
Afinal, o que é uma hipoteca?
Antes de mais, importa perceber o que é uma hipoteca. Esta é uma garantia do
pagamento do empréstimo pedido pelo consumidor. O objetivo é que o credor consiga
reaver o montante do financiamento em caso de incumprimento no pagamento.
No geral, a hipoteca poderá incidir tanto sobre bens imóveis, como é o caso de uma
habitação, como também sobre bens móveis equiparáveis, como o seu automóvel. Estes
devem pertencer ao devedor ou até a um terceiro indivíduo se este último consentir uma
garantia hipotecária sobre os seus bens.
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Vejamos o exemplo do senhor Joaquim e da Dona Anabela. Este casal, que mora no
interior do país, passou por um processo de hipoteca judicial. A Dona Anabela é
doméstica e o senhor Joaquim tem uma pequena empresa de construção civil.
O Senhor Joaquim pediu um empréstimo para investir na sua empresa e já tinha, em seu
nome, o crédito à habitação (no qual deu a casa que construiu como garantia
hipotecária).
Com a crise económica que afetou todos os portugueses, o setor da construção foi
também bastante afetado e quase todos os pequenos empresários desapareceram. Foi o
caso da empresa do senhor Joaquim. Infelizmente, não foi capaz de conseguir manter o
seu negócio e o casal acabou por ficar endividado.
Assim, num piscar de olhos, o casal deixou de ter possibilidades de pagar os créditos
que tinha em seu nome, não conseguiu sustentar a sua casa e entrou em incumprimento.
A empresa do senhor Joaquim entrou em insolvência e, por decisão judicial, a habitação
do casal ficou hipotecada – esta é uma situação típica de hipoteca judicial.
Se o senhor Joaquim tivesse os dois empréstimos em instituições financeiras diferentes,
independentemente de ter a sua hipoteca da habitação numa entidade em específico, as
duas organizações estariam em pé de igualdade com a hipoteca judicial. Ou seja, a
habitação do casal não pode ser hipotecada pela instituição que lhe concedeu o crédito à
habitação e essa decisão é tomada pelo tribunal.
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Após saldada a dívida da hipoteca judicial, deverá ser feito o cancelamento do registo
da mesma, para que fique provado o cumprimento do pagamento da dívida.
Por fim, é importante conhecer o prazo de caducidade da hipoteca judicial. Segundo o
Código do Registo Predial, a hipoteca judicial caduca decorridos 10 anos sobre a data
do seu registo quando o montante em dívida não é superior a 5 mil euros.
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