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O prazo para a prescrição de dívidas varia conforme o tipo de serviço que não foi pago.
Saiba quanto tempo demoram as dívidas a prescrever.
Os prazos para que uma dívida prescreva variam desde poucos meses a 20 anos e, para
que um devedor se possa recusar a pagar, é necessário primeiro invocar a prescrição.
Não basta ignorar e deixar passar o tempo.
Ao contrário do que possa parecer, esperar pela prescrição de dívidas não é uma boa
estratégia para se ver livre de um encargo. Até porque é pouco provável que o seu
credor não tome nenhuma iniciativa para que lhe seja pago o que é devido.
Para poder invocar a prescrição de dívidas é necessário conhecer os prazos, porque nem
todas prescrevem no mesmo período. O momento a partir do qual começa a contar o
prazo é aquele em que o pagamento falha, mas existem exceções, como veremos.
Isto, claro, se não tiver existido, da parte do credor, uma notificação judicial ou, por
parte do devedor, uma confissão de dívida e acordo de pagamento. Se surgir uma destas
situações, o prazo começa novamente a contar.
Seis meses
Dois anos
Três anos
Este é mais um caso em que é cada vez mais difícil invocar a prescrição de dívidas.
Cinco anos
Isto significa que dívidas relativas a prestações do crédito habitação, por exemplo,
prescrevem ao fim de cinco anos, embora não seja expectável que o banco não tome,
durante este período, qualquer ação para que sejam cobradas. Ou seja, dificilmente estas
dívidas são suscetíveis de prescrição.
Já no caso das dívidas relacionadas com cartão de crédito, o prazo é superior (ver mais à
frente).
O Que Diz a LeiTenho de pagar uma dívida de crédito pessoal com mais de 15
anos?
A lei diz também que cinco anos é o prazo de prescrição de dívidas à Segurança
Social. O prazo começa a contar a partir do momento em que falha o pagamento.
Porém, é interrompido sempre que seja feita qualquer diligência administrativa para que
a dívida seja paga e seja dado conhecimento ao devedor. O prazo sofre também uma
interrupção sempre que for apresentado um requerimento de procedimento extrajudicial
de conciliação.
Oito anos
A mesma lei diz que o Fisco tem um prazo de quatro anos para notificar o contribuinte
que deve pagar um determinado imposto (IRS, IRC, IMI, IUC, IVA) ou taxa. Se não o
fizer nesse período, o direito a liquidar o imposto caduca (art.º 45.º da Lei Geral
Tributária).
No entanto, este prazo não é assim tão linear. A AT tem ainda mais quatro anos para
tentar, através de execução fiscal, receber os valores em dívida. Assim, seriam
necessários oito anos para a prescrição da dívida às Finanças (art.º 48.º).
Além disso, a lei determina também que os prazos são interrompidos sempre que exista
uma notificação, citação ou ato equiparado (art.º 49.º). E, nesse caso, o novo prazo de
prescrição não se inicia “enquanto não passar em julgado a decisão que puser termo ao
processo”.
Ou seja, os processos podem prolongar-se e conseguir a prescrição da dívida não é fácil.
Um dos pressupostos para a prescrição de dívidas é que o credor não tenha tomado
nenhuma medida judicial para receber os montantes em falta.
Assim, se este não exigir, dentro dos prazos previstos na lei, que o pagamento seja feito,
o devedor pode invocar a prescrição da dívida. A partir desse momento, o credor já não
pode recorrer ao tribunal para que a dívida seja paga. Ou seja, na prática, já não tem, do
ponto de vista legal, como reclamar o que lhe é devido.
No entanto, e para que a prescrição de dívidas seja válida, é necessário que seja
invocada pelo devedor (art.º 303.º do Código Civil). Isto é, não basta ignorar e deixar
passar o tempo.
Se tem dívidas prescritas, o mais aconselhável é enviar, à entidade em causa, uma carta
registada com aviso de receção. Além disso, será necessário que alegue essa condição
se, por exemplo, receber uma notificação para pagar e o prazo já tiver sido ultrapassado.
A partir desse momento, deixa de ter a obrigação de pagar e o credor já não pode usar a
via judicial para receber.