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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

INSTITUTO DE CIÊNCIA POLÍTICA

PROFESSORA: CELINA PEREIRA


ALUNO: THIAGO HENRIQUE CARVALHO FURTADO
MATRÍCULA: 19/0038560

Controle 2

BRASÍLIA
2021
A segunda parte do livro A Utopia, de Thomas More, o autor fala sobre aspectos
estruturais da cidade, quer dizer, faz uma abordagem sociológica da mesma. Nesse
contexto, no inicio do seu raciocínio More faz questão de descrever a cidade. Explica,
portanto, como é sua geografia natural – em outras palavras, seus vales, biomas, seus
caracteres físicos não antropicos – e sua geografia com participação humana – essa é a
compreendida pelas cidades e outras formas de interação da sociedade com a natureza.
Dessa forma, o autor emprega, também, como os utopoienses se relacionam entre si
dentro de sua realidade geográfica. (MORE, 1516, pp. 47 – 51).
No compasso em que o autor discorre sobre a geografia da cidade, há,
notavelmente, uma preocupação em como as cidades são dispostas e a localização da
capital que está no centro da ilha de utopia. Isso porque, com a capital no centro, seria,
então um meio termo para todas as outras cidades, levando a “lei do menor esforço” e
uma vez que a capital é centro polarizador de um Estado. (MORE, 1516, pp. 51-54).
Coadunando ao exposto em relação à organização, More agora se deleita sobre
os magistrados. Esses são escolhidos dentre os homens da cidade pela população de
cada uma. Ademais, o que mais intriga o autor é que tais pessoas, ao se tornarem
magistrados permanecem vivendo como cidadãos comuns e não tentam se valer de seu
titulo para adquirir bonança, tão pouco o príncipe age de tal maneira, ambos nem
mesmo pela vestimenta. Na mesma toada, há os outros ofícios, aqueles destinados aos
demais cidadãos, nessa situação é vista divisão do trabalho, que segundo o autor
apresenta uma grande peculiaridade que é a liberdade de escolha do ofício que se deseja
realizar, ao mesmo tempo em que é colocada uma carga laboral de três horas pela
manha e três pela tarde para não sobrecarregar os cidadãos, a menos que os mesmos,
por livre vontade, sigam no oficio. Isso, segundo More, só é possível porque em utopia
os cidadãos só se dedicam a trabalhos realmente úteis. (MORE, 1516, pp. 54 – 62).
Adentrando pois, na parte em que o autor fala das relações interpessoais em
utopia, percebemos que tal sociedade se comporta de forma muito distinta da européia.
Essa última parte é colocada em cheque, pois, os utopienses prezam pela solidariedade
entre as pessoas; assim como, os prazeres que os mesmos consideram ser de fato
importante não estão ligados ao status social - indistinção das vestimentas do príncipe e
dos magistrados - e tão pouco a questão monetária é importante - tal sociedade não dá
valor ao ouro e prata -, na mesma toada é visto o emprego de poucas leis, isso seria pelo
fato de prezarem bastante pela liberdade e por terem uma educação ímpar. Ainda na
perspectiva de como conduzir a sociedade, utopia é assim porque, de acordo com a
filosofia deles, os prazeres verdadeiros estão na natureza - para o ser humano, a saúde -
e no conhecimento, razão. Dessa forma, é vista a diferença dos modos operante de vida
de tal civilização comparada com a européia. E, como um adendo, o autor realça que tal
forma de viver não influencia na exímia capacidade que eles têm de lidar com as
interações de povos estrangeiros, isso, talvez, por serem muito dedicados ao saber.
(MORE, 1516, pp. 62 – 101)
Por fim, vale destacar como Utopia lidava com a guerra. Não é difícil de
imaginar que é de uma maneira distinta da européia, uma vez que utopia prefere abster-
se de guerrilhar, guardam a vida de seus cidadãos a todo custo e pensam que o uso da
força cabe aos outros animais, já que os seres humanos foram capazes de lograr êxito
sobre as outras espécies tão somente com a razão. (MORE, 1516, pp. 101 – 112)

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