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Faculdade de Educação - FE
Educação em Geografia- 2021.2
Docente: João Roberto Vieira
Discente: Julia Godoi Gonçalves de Oliveira- 18/0137352
Atividade 3
Atividade 6
"Questões teórico-metodológicas do ensino da geografia"
A partir do momento que nos deparamos com uma sala de aula precisamos
compreender o porquê de ensinarmos e além disso, quais são as práticas
pedagógicas que melhor conversam com o conteúdo. Dentro do ensino de
geografia, muitas vezes, os livros didáticos e os próprios professores se limitam a
uma descrição dos espaços desvinculada do todo, deixando de lado o mais
importante, o processo social dos mesmos e sua dinâmica.
É fundamental que o ensino da geografia faça com que exista uma
interpretação crítica da organização do espaço, que o aprender geográfico não se
limita à observação, que ele se faz pela percepção por trás do que vemos.
Quando se observa um espaço, é necessário compreender que existe um
motivo para um espaço ser o que é, que eles não apareçam do nada e sem uma
intenção, e que essas intenções se dão pelo desenvolvimento do trabalho, em certo
período histórico.
O olhar aberto profundo crítico do que nos cerca é a base de um ensino
engajado e transformador, e ele se dá por uma observação bem estruturada e a
interpretação das dinâmicas sociais e espaciais. Essa produção de conhecimento
depende da interação do indivíduo com a sala de aula, do seu meio cultural e social
e para além disso, da sua segurança afetiva.
Os lugares de aprendizado, como escolas e universidades, precisam estar
em constante movimento de compreensão da diversidade e de acolhimento ao
aluno ali inserido. A partir desses meios, criar estratégias de ensino em parceria
com todos dentro da sala e além disso uma avaliação processual que vá além de
lembrar conceitos, mas o seu desempenho em função do quem vem sendo
construído.
Existem alguns procedimentos que podem ser efetivados para que o ensino
seja crítico e científico, e ele se inicia na potência de observação, em caracterizar
fenômenos, questionar suas ocorrências e a localização. Depois o aluno pode
começar a tecer comparações, compreendendo os processos que influenciam
nesses fenômenos, indo mais fundo nas relações sociais e como o espaço
influencia e é influenciado por elas. A interdisciplinaridade é uma grande chave para
que essas comparações sejam feitas, analisadas e contextualizadas.
O espaço tem funções ideológicas e estratégicas, eles não existem de forma
alheia à sociedade, ou seja, foram desenhados, construídos e explorados em volta
de todo esse contexto, da relação do homem com o trabalho e das organizações de
poder.
Quando o aluno começa a abrir o olhar para essas relações, ele pode
entender melhor a forma que vive, os mecanismos políticos e sociais que
influenciam em tudo que o cerca. E assim, o conhecimento se torna um instrumento
de transformação e de um saber estratégico, e assim potencializa em si a ação para
modificar a sociedade e a si próprio.