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Universidade de Brasília

Faculdade de Educação - FE
Educação em Geografia- 2021.2
Docente: João Roberto Vieira
Discente: Julia Godoi Gonçalves de Oliveira- 18/0137352

Atividade 3

O espaço de produção: No documentário nos é mostrado alguns tipos de espaços


de produção, o do campo, na plantação de tomates do Senhor Suzuki estabelecido
em Belém Novo, no município do Rio Grande do Sul. Nesse espaço, é onde ocorre
uma pequena produção de tomates que são produzidos para a venda em
supermercados.
Outro espaço de produção é a fábrica de perfumes, onde Dona Nete compra seus
perfumes para vender. Também podemos relacionar aqui o espaço de produção das
flores, que são plantadas, colhidas e vendidas para que a fábrica utilize na produção
de perfumes.
Por fim, outro espaço de produção é o da pecuária, onde são mantidos os porcos
que depois serão "trocados" por dinheiro.
A relação entre esses espaços é mais próxima do que podemos imaginar, pois
dentro do contexto mostrado dentro do documentário, um não existiria sem o outro.
Eles se conectam para que as trocas possam existir.

O espaço de circulação: Podemos perceber logo no início do documentário as


estradas, por onde circulam o transporte que leva os tomates produzidos nos
campos para os supermercados. O supermercado, outro espaço de circulação, é
onde ocorre o acesso dos seres humanos a certos produtos, e no contexto do curta,
acesso aos tomates e a carne de porco que Dona Nete compra.
As casas dos clientes também é um espaço de circulação onde Dona Nete troca
seus perfumes por dinheiro.
As vias urbanas, e depois as estradas de terra, é onde ocorre o transporte do lixo
para a Ilha das Flores, onde esse lixo é separado e consumido pelos moradores de
lá como forma de sobrevivência. O acesso ao lixo, é dentro da cerca que ocorre a
separação do alimentos dos porcos, que pode ser, mesmo que inóspito e
desumano, um lugar de circulação onde os moradores de lá, os grupos de mulheres
e crianças, tem acesso ao seu meio de sobrevivência, o alimento considerado
impróprio para o consumo.
Os mares/rios também são mostrados como meio de circulação, já que podem
ocorrer uma viabilização de acesso a bens e serviços por meio de barcos que
chegam até a Ilha.
Esses meios de circulação nos fazem refletir sobre o acesso aos bens que temos
direito, e que deveria ser garantido com segurança e de forma justa, o que não
acontece. Espaços que nem seriam considerados como uma paisagem por alguns,
um lugar ignorado por muitos, é o espaço de circulação, de sobrevivência e
existência para outros.
O espaço das ideias: A partir de uma folha que foi jogada no lixo e encontrada na
Ilha das Flores, nos é mostrado a escola, um dos principais espaços das ideias na
nossa sociedade, onde está sendo aplicada uma prova de história, e traz a reflexão
de “recordar é viver”, ou seja, mostrando que uma das alunas tem que ter decorado
e memorizado os conteúdos para assim ser aprovada.
Outro espaço das ideias é a religião católica,ou igrejas católicas, quando é
apresentado que o lucro já foi considerado crime pelos Romanos e quando se fala
da religião de Dona Nete.

Atividade 6
"Questões teórico-metodológicas do ensino da geografia"

A partir do momento que nos deparamos com uma sala de aula precisamos
compreender o porquê de ensinarmos e além disso, quais são as práticas
pedagógicas que melhor conversam com o conteúdo. Dentro do ensino de
geografia, muitas vezes, os livros didáticos e os próprios professores se limitam a
uma descrição dos espaços desvinculada do todo, deixando de lado o mais
importante, o processo social dos mesmos e sua dinâmica.
É fundamental que o ensino da geografia faça com que exista uma
interpretação crítica da organização do espaço, que o aprender geográfico não se
limita à observação, que ele se faz pela percepção por trás do que vemos.
Quando se observa um espaço, é necessário compreender que existe um
motivo para um espaço ser o que é, que eles não apareçam do nada e sem uma
intenção, e que essas intenções se dão pelo desenvolvimento do trabalho, em certo
período histórico.
O olhar aberto profundo crítico do que nos cerca é a base de um ensino
engajado e transformador, e ele se dá por uma observação bem estruturada e a
interpretação das dinâmicas sociais e espaciais. Essa produção de conhecimento
depende da interação do indivíduo com a sala de aula, do seu meio cultural e social
e para além disso, da sua segurança afetiva.
Os lugares de aprendizado, como escolas e universidades, precisam estar
em constante movimento de compreensão da diversidade e de acolhimento ao
aluno ali inserido. A partir desses meios, criar estratégias de ensino em parceria
com todos dentro da sala e além disso uma avaliação processual que vá além de
lembrar conceitos, mas o seu desempenho em função do quem vem sendo
construído.
Existem alguns procedimentos que podem ser efetivados para que o ensino
seja crítico e científico, e ele se inicia na potência de observação, em caracterizar
fenômenos, questionar suas ocorrências e a localização. Depois o aluno pode
começar a tecer comparações, compreendendo os processos que influenciam
nesses fenômenos, indo mais fundo nas relações sociais e como o espaço
influencia e é influenciado por elas. A interdisciplinaridade é uma grande chave para
que essas comparações sejam feitas, analisadas e contextualizadas.
O espaço tem funções ideológicas e estratégicas, eles não existem de forma
alheia à sociedade, ou seja, foram desenhados, construídos e explorados em volta
de todo esse contexto, da relação do homem com o trabalho e das organizações de
poder.
Quando o aluno começa a abrir o olhar para essas relações, ele pode
entender melhor a forma que vive, os mecanismos políticos e sociais que
influenciam em tudo que o cerca. E assim, o conhecimento se torna um instrumento
de transformação e de um saber estratégico, e assim potencializa em si a ação para
modificar a sociedade e a si próprio.

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