Você está na página 1de 3

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO - UFES

FABÍOLA MOREIRA

O PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM DE


PERCEPÇÃO MUSICAL
Trabalho apresentado à Universidade
Federal do Espírito Santo - UFES, como
requisito parcial para obtenção do grau de
Licenciatura em Música, da disciplina
Linguagem Musical II.
Professor: Darcy Alcântara

VITÓRIA, 2012
O PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM DE PERCEPÇÃO MUSICAL

Ao pensarmos no processo ensino aprendizagem, seja ele em que área for, é


preciso considerar ao menos duas perspectivas: a de quem ensina e a de quem
aprende. Dessa forma, não é possível considerarmos o processo de ensino sem
mencionarmos a figura do professor; da mesma maneira, a figura do aluno é
essencial no processo de aprendizagem.
Este trabalho relata experiências vivenciadas pela turma 2011/2, de
Licenciatura em Música, da Universidade Federal do Espírito Santo – UFES, da qual
faço parte, conduzida pelo Professor Darcy Alcântara, durante dois semestres
consecutivos, na disciplina Linguagem Musical.
Ao iniciarmos o curso de Música, no segundo semestre do ano de 2011, uma
característica se mostrou notável em nossa turma, que era composta por alunos
com os mais variados níveis de conhecimento teórico musical. Tal característica
poderia certamente ter resultado em desmotivação principalmente por parte
daqueles alunos que tinham um conhecimento um pouco mais avançado em relação
à maioria dos colegas da turma. No entanto, a forma como a construção do
conhecimento em Linguagem Musical foi conduzida, possibilitou crescimento a
todos, desde os menos experientes aos mais experientes.
A importância do passo a passo no processo de construção do conhecimento
da Linguagem Musical é notória. Utilizando linguagem simples e métodos não tão
convencionais, como o método O Passo, de Lucas Ciavatta, que consiste em um
método de Educação Musical, “baseado num andar específico e orientado por
quatro eixos (corpo, representação, grupo e cultura), O Passo introduziu no ensino-
aprendizagem de ritmo e som novos conceitos, como posição e espaço musical, e
novas ferramentas, como o andar que dá nome ao método, notações orais e
corporais e a Partitura d`O Passo”, o professor Darcy Alcântara conduziu a turma na
construção desse conhecimento. O método O Passo, apresentado antes mesmo da
notação musical tradicional, facilitou o entendimento e a posterior associação à
notação musical tradicional daqueles alunos que nada ou pouco sabiam de teoria
musical. Por outro lado, o método O Passo também foi importante para aqueles
alunos que já possuíam conhecimento da linguagem musical tradicional, uma vez
que tiveram acesso a um novo método de ensino e a um novo conhecimento.
Durante os dois semestres em que a disciplina Linguagem Musical foi
conduzida pelo professor Darcy Alcântara, a turma foi levada a construir diversos
trabalhos de criação musical em grupo. Certamente essa foi uma maneira riquíssima
de aplicação na prática de conhecimentos teóricos e também de construção de
novos conhecimentos. A diversidade de conhecimentos, talentos e concepções
vivenciadas na junção de alunos para confecção de trabalhos mostrou grande
riqueza, além de oportunizar participação e envolvimento a todos.
A construção de trabalhos práticos certamente foi um grande diferencial na
disciplina Linguagem Musical. Pessoalmente, foram os momentos de maior
aprendizado, em todos os sentidos.
O resultado dessa maneira pouco tradicional de se ensinar Linguagem
Musical é bem visível. Pude ver colegas que chegaram ao curso sem qualquer
conhecimento teórico musical, desenvolvendo e apresentando trabalhos admiráveis.
Cada aluno, à sua maneira, partindo de seu nível de conhecimento inicial, teve a
oportunidade de se envolver, criar e crescer.
Com Paulo Freire aprendemos que uma educação libertadora consiste num
ambiente de aprendizado, onde o educador já não é o que apenas educa, mas o
que, enquanto educa, é educado, em diálogo com o educando que, ao ser educado,
também educa. Ambos, assim se tornam sujeitos do processo em que crescem
juntos e em que os “argumentos de autoridade” já, não valem.
Dessa forma, fomos conduzidos por dois agradáveis semestres: num
ambiente libertador, onde o educador não se mostrou distante, arrogante e detentor
de todo o conhecimento, mas sim, incentivou seus alunos a alcançarem outros
níveis de conhecimento, não apenas por meio de suas palavras, mas também
através de sua vida, seu conhecimento, seu profissionalismo, certamente mostrou-
se alguém estimulador de sonhos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. CIAVATTA, Lucas. O Passo - A Pulsação e o Ensino-Aprendizagem de Ritmos . Rio de Janeiro,


2003.
2. FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 12ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983. 

Você também pode gostar