O livro "O Alienista" de 1882 descreve a história do médico Simão Bacamarte que inaugura um asilo chamado Casa Verde para estudar a loucura. Ele passa a internar grande parte dos moradores de Itaguaí, gerando revolta popular. O barbeiro Porfírio lidera protestos e se torna governante, mas depois permite que o asilo continue operando, sendo acusado de corrupção. A obra critica problemas sociais e definições de loucura de forma relevante para a época.
O livro "O Alienista" de 1882 descreve a história do médico Simão Bacamarte que inaugura um asilo chamado Casa Verde para estudar a loucura. Ele passa a internar grande parte dos moradores de Itaguaí, gerando revolta popular. O barbeiro Porfírio lidera protestos e se torna governante, mas depois permite que o asilo continue operando, sendo acusado de corrupção. A obra critica problemas sociais e definições de loucura de forma relevante para a época.
O livro "O Alienista" de 1882 descreve a história do médico Simão Bacamarte que inaugura um asilo chamado Casa Verde para estudar a loucura. Ele passa a internar grande parte dos moradores de Itaguaí, gerando revolta popular. O barbeiro Porfírio lidera protestos e se torna governante, mas depois permite que o asilo continue operando, sendo acusado de corrupção. A obra critica problemas sociais e definições de loucura de forma relevante para a época.
Resenha do livro “O Alienista” – Victor Nunes, Caio Mário e Luís Eduardo – Turma 23
O livro “O Alienista”, escrito originalmente em 1882, é uma obra literária do período
Realista que conta a história do médico Simão Bacamarte na pequena cidade de Itaguaí. O protagonista, com o objetivo de estudar a loucura e a insanidade humana, inaugura um asilo chamado de Casa Verde, por conta da cor de suas janelas, e interna lá qualquer tipo de pessoa que possa estar fora de suas faculdades mentais, o que o leva a tornar-se o alienista. Ao longo da narrativa, são abordadas as constatações de Simão sobre a loucura, os problemas pessoais dos personagens, o recolhimento da população à Casa Verde e os desdobramentos disso em Itaguaí. Esse livro foi escrito pelo autor brasileiro Machado de Assis, que nasceu no dia 21 de junho de 1839, em uma região marginalizada do Rio de Janeiro, e morreu em 29 de setembro de 1908, aos 69 anos. Descendente de escravos, pobre, gago e epilético, Machado publicou seu primeiro romance em 1872, chamado de “Ressurreição” e, a partir desse momento, começou a ganhar muito destaque na literatura brasileira. As obras do escritor são muito características pela presença de ironia, críticas sociais, metalinguagem e conversas diretas com o leitor, o que também é possível de se perceber em “O Alienista”. Durante a obra, Simão Bacamarte realiza diversos estudos sobre qual seria a definição de loucura, através do recolhimento de pessoas à Casa Verde, de experimentos com seus pacientes e da observação do comportamento das pessoas. Em alguns capítulos do livro, o doutor expõe seus pensamentos e conclusões sobre a temática, por meio da narração ou de conversas com outros personagens. Além disso, suas ideias mudam conforme a narrativa avança, o que é um modo interessante de entender o ponto de vista do protagonista e compreender o motivo dele realizar algumas decisões durante a história. Um exemplo disso é o capítulo 4 “Uma Teoria Nova”, no qual Simão, enquanto conversa com o boticário Crispim Soares, afirma que a razão é o perfeito equilíbrio de todas as faculdades mentais, enquanto qualquer estado fora disso é apenas insanidade. Porém, no capítulo 12 o protagonista muda de perspectiva e libera todos os internados da Casa Verde, que eram a maioria da população de Itaguaí, por acreditar que a loucura significava o perfeito equilíbrio mental, enquanto o que antes era considerado insanidade passa a ser normal. Ao longo da narrativa, os personagens passam por diversos problemas pessoais, e esses acontecimentos possuem relação direta com as internações na Casa Verde, por revelarem algum tipo de desequilíbrio mental. A esposa de Simão Bacamarte, D. Evarista, passou a ficar magra, melancólica, e definhava por conta que o doutor não lhe dava mais atenção por estar focado nos estudos sobre a loucura. Com isso, o doutor organiza uma comissão para a mulher passear no Rio de Janeiro e ficar mais alegre. Entretanto, após retornar à Itaguaí, D. Evarista passa a conversar profundamente sobre os objetos, roupas e joias das pessoas, e por conta dessa vaidade, Simão interna sua própria esposa na Casa Verde. O recolhimento da população no hospício de Bacamarte também é muito bem aprofundado e explicado com base na perspectiva do doutor. Conforme Bacamarte observa as pessoas da cidade, seus comportamentos, ações e ideologias, ele constrói sua ideia de definição de loucura e recolhe qualquer pessoa que possua um desequilíbrio das faculdades mentais. Por acreditar que aqueles em perfeito equilíbrio detém a razão, o protagonista interna a esmagadora maioria da população na Casa Verde, incluindo sua esposa, membros da Câmara Municipal e alguns de seus próprios amigos, com a convicção de que está realizando seu trabalho corretamente. Como Machado de Assis ironiza no livro, o alienista acreditava que era “Hipócrates forrado de Catão”, ou seja, um gênio da medicina com a dignidade de um homem honesto. Contudo, esse recolhimento em massa de pessoas para o asilo de janelas verdes causa diversos desdobramentos e consequências na cidade ao longo da história, que são excepcionalmente bem exploradas pelo escritor. Primeiramente, as atitudes de Simão Bacamarte geram grande revolta popular e insatisfação por enviarem à Casa Verde pessoas que eram consideradas racionais pelo resto da população, o que leva a questionamentos acerca da sanidade mental do próprio doutor. Além disso, a revolta popular se transformou em um grande movimento de protesto em frente ao hospício, com diversas pessoas seguidoras do barbeiro Porfírio, motivadas a derrubar a Casa Verde e retirar de dentro todas as pessoas internadas. Esse movimento de revolta também possibilitou que o barbeiro fosse proclamado como “Protetor de Itaguaí”. Ele tornou-se o novo governante da Câmara dos Vereadores, jurou restaurar a paz da cidade e derrubar a Casa Verde. Mas após essas declarações, o barbeiro passou a conversar mais com o alienista e permitiu que o asilo de loucos continuasse ativo, o que foi amplamente questionado pela população, que considerou o novo governo do barbeiro como corrupto e “vendido ao ouro de Simão Bacamarte”. Para concluir, “O Alienista” é um livro que trata profundamente bem sobre as definições de loucura e razão, diversos problemas sociais como corrupção, hipocrisia e egocentrismo, e as consequências em Itaguaí devido à internação da população. Porém, por ser um livro muito antigo, a linguagem da obra não é de fácil entendimento para os padrões atuais, tornando-se necessário o uso recorrente de um dicionário e vocabulários para um bom entendimento do texto. Dessa forma, a obra literária de Machado de Assis revela grandes perspectivas sobre esse tema, traz contribuições para a atualidade por tratar de problemas sociais, assim como diversos outros livros desse autor, e é um clássico da literatura brasileira escrito por um dos grandes escritores do Brasil.