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APROVEITEM! UM ABRAÇO, THAÍS. Implícitos ou subentendidos – algum fato ou juízo envolvido em determinado contexto
que é apenas sugerido, mas não revelado por ele. Trata-se da maneira como se entende o
enunciado, mas é possível negá-la.
O TEXTO E A CONSTRUÇÃO DOS SENTIDOS
Dessa forma, é uma manifestação linguística produzida por alguém, em algum contexto
com determinada intenção, pressupondo um interlocutor.
Referências textuais
Helga afirma que por trás de um grande homem há uma grande mulher. Como Helga está
- Explícitas – presença de marcas textuais que explicitam o contexto.
caminhando à frente dele, fica implícita a noção de que ela não o considera um grande
A gripe suína tornou-se um problema de saúde global.
homem. Note, porém, que em nenhum momento ela afirma categoricamente isso.
Gripe suína é um problema de saúde pública
- Inferências – conclusão decorrente do levantamento de indícios e da compreensão da
Gripe suína é “global”
realidade associada àquela situação.
- Pressupostos – circunstância ou fato considerado antecedente natural de outro, ou seja,
uma informação que integra o enunciado e denuncia determinada situação. Não é possível
negá-la.
“Família Silva
Indícios:
- Um globo terrestre estilizado para parecer um porco Minha terra tem primores,
- A presença de “atchim” indica que o porco está com gripe Que tais não encontro eu cá;
- o globo representa o mundo “globalizado” Em cismar — sozinho, à noite —
Mais prazer encontro eu lá;
Compreensão da realidade: Minha terra tem palmeiras,
- Gripe (atchim) suína (porco) atinge o mundo (globo) Onde canta o Sabiá.
5)Tradução - A tradução de um texto literário implica em recriação, por isso ela está no
Mona Lisa, Leonardo da Vinci. Óleo sobre tela, 1503. campo da intertextualidade. Veja um poema de Edgar A. Poe traduzido por dois escritores
da língua portuguesa:
(Tradução de Fernando Pessoa) Barros, Diana Luz Pessoa de; Fiorin, José Luiz (organizadores). Dialogismo, Polifonia,
Inter-textualidade. lª edição, São Paulo, Edusp, 1994.
“Natal 1961
Deslocados por uma operação burocrática – o recenseamento da terra – a Virgem e o
carpinteiro José aportam a Belém.
“Não há lugar para essa gente”, grita o dono do hotel onde se realiza um congresso
internacional de solidariedade.
O casal dirige-se a uma estrebaria, recebido por um boi branco e um burro cansado do
trabalho.
Os soldados de Herodes distribuem elementos radioativos a todos os meninos de menos de
dois anos.
Uma poderosa nuvem em forma de cogumelo abre o horizonte e súbito explode.
O menino nasce morto.” MENDES, Murilo. Conversa portátil. Poesia completa e 4. As informações do gráfico indicam que:
prosa.Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1944. p. 1486.
A o maior desmatamento ocorreu em 2004.
B a área desmatada foi menor em 1997 que em 2007. Toda língua possui variações que podem ser divididas em:
C a área desmatada a cada ano manteve-se constante entre 1998 e 2001.
D a área desmatada por ano foi maior entre 1994 e 1995 que entre 1997 e 1998. a) Variação histórica (ou diacrônica)
E o total de área desmatada em 1992, 1993 e 1994 é maior que 60.000 km2.
- no som/pronúncia ou na flexão e na derivação;
Vossa Mercê – Vosmecê – Você – Cê - Vc
Em boa hora - embora
Arbores – árvores
Fidele - fiel
Debere – dever
Super - sobre
conceptu - conceito
(Gramática Histórica - Ismael de Lima Coutinho)
FONÉTICA :
Porta – para cariocas – piracicabanos- paulistanos
LEXICAL :
mandioca – aipim - macaxeira
cheiro – beijo
SINTÁTICA
Tu já estudaste? Você já estudou?
Assaltante Mineiro
Ô sô, prestenção... Isso é um assalto, uai...
6) A propaganda acima parte da plurissignificação do vocábulo “enrolado” para gerar efeito Levanta os braços e fica quetin que esse trem na minha mão tá cheio de bala...
de sentido. Esclareça os dois sentidos deste adjetivo utilizados na propaganda e que Mió passá logo os troado que eu num tô bão hoje.
palavras são modificadas por ele. Vai andando, uai! Tá esperando o que uai!!
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA Assaltante Gaúcho
Ô guri, ficas atento... Báh, isso é um assalto. Pessoas de mesmo grupo social expressam-se com falas diferentes de acordo com
Levantas os braços e te quieta, tchê. as diferentes situações de uso, sejam situações formais, informais ou de outro tipo.
Não tentes nada e cuidado que esse facão corta uma barbaridade, tchê. Assim, fatores tais como sexo, faixa etária, condição socioeconômica, profissão,
Passa as pilas prá cá! E te manda a la cria, senão o quarenta e quatro fala. religião e até mesmo convicções político-partidárias e esportivas, entre outros, condicionam
mudanças no uso efetivo da língua.
c) Variação social (ou diastrática) Para quaisquer falantes de português, “homem” pode ter um sentido amplo, geral,
Em sociedades complexas convivem variedades lingüísticas diferentes, usadas por de “ser humano” ou mais específico, isto é “ser humano do sexo masculino”.
diferentes grupos sociais, com diferentes acessos à educação formal; note que as diferenças No entanto, em certas situações de uso, a mesma palavra pode significar “polícia”,
tendem a ser maiores na língua falada que na língua escrita. como em “-Corre, que lá vem os home!”, ou “patrão”, como em “O homem te mandou
embora?”
FONÉTICA : Além disso, há falares específicos para grupos específicos, como profissionais de
peneu em vez de pneu uma mesma área (médicos, policiais, profissionais de informática, metalúrgicos, alfaiates,
adevogado em vez de advogado por exemplo), jovens, grupos marginalizados, entre outros. São as gírias e os jargões.
4) O texto acima apresenta mais de um tipo de variação lingüística. Identifique: Fática – palavra fático significa “ruído, rumor”. Foi utilizada inicialmente para designar
a) uma variação regional certas formas que se usam para chamar a atenção (ruídos como psiu, ahn, ei). Essa função
b) uma variação social ocorre quando a mensagem se orienta sobre o canal de comunicação ou contato, buscando
verificar e fortalecer sua eficiência.
5) Apesar de gramaticalmente incorreto o registro de “sesse” como Pretérito Imperfeito do
Subjuntivo do verbo “ser”, esta construção se justifica na própria formação deste tempo Olá, estão todos ouvindo?
verbal. Explique esta afirmação
Referencial ou Denotativa – referente é o objeto ou situação de que a mensagem trata. A
ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO função referencial privilegia justamente o referente da mensagem, buscando transmitir
No ato da fala, pode-se observar: informações objetivas sobre ele. Essa função predomina nos textos de caráter científico e é
o emissor: aquele que diz algo a alguém privilegiado nos textos jornalísticos.
o receptor: aquele com quem o emissor se comunica
a mensagem: tudo o que é transmitido do emissor para o receptor Este refrigerante contém açúcar.
o código: a convenção que permite ao receptor compreender a mensagem. Ex: Língua
Portuguesa UM FILME FALADO - Idem. França/Itália/Portugal, 2003. Direção: Manoel de Oliveira.
o canal: o meio que conduz a mensagem ao receptor. Ex: a língua oral Com: Leonor Silveira, John Malkovich, Catherine Deneuve, Stefania Sandrelli e Irene
o referente: o assunto da mensagem Papas. Jovem professora de história embarca com a filha em um cruzeiro que vai de Lisboa
a Bombaim. 96 min. 12 anos. Cinearte 1, desde 14. Frei Caneca Unibanco Arteplex7, 13h,
15h10, 17h20, 19h30 e 21h50.
FUNÇÕES DA LINGUAGEM
Metalingüística – quando a linguagem se volta sobre si mesma, transformando-se em seu
Emotiva ou Expressiva – O emissor imprime no texto as marcas de sua atitude pessoal: próprio referente, ocorre a função metalingüística. Ênfase no código, usado para explicar ou
emoções, avaliações, opiniões. O leitor sente no texto a presença do emissor. discutir o próprio código.
Eu sempre quis viajar para a Alemanha. Escrever é um processo ao mesmo tempo complexo e prazeroso. Organizar as idéias e
expressa-las no papel parece difícil, mas não é impossível.
“Não só baseado na avaliação do Guia da Folha, mas também por iniciativa própria, assisti
cinco vezes a “Um filme falado”. Temia que a crítica brasileira condenasse o filme por não Palavra de origem latina, "ars" significa técnica ou habilidade. Segundo o
se convencional, mas tive uma satisfação imensa quando li críticas unânimes na imprensa. dicionário Houaiss, arte é a "produção consciente de obras, formas ou objetos voltada para a
concretização de um ideal de beleza e harmonia ou para a expressão da subjetividade Ela: - Ah, não sei explicar.
humana". Ele: - E então?
Ela: - Então o quê?
Poética – ênfase na mensagem, quando a mensagem é elaborada de forma inovadora e Ele: - Olhe, eu vou embora porque você é impossível!
imprevista, utilizando combinações sonoras ou rítmicas, jogos de imagem ou de idéias, Ela: - É que só sei ser impossível, não sei mais nada. Que é que eu faço para conseguir ser
temos a manifestação da função poética da linguagem. Essa função é capaz de despertar no possível?
leitor prazer estético e surpresa. É explorado na poesia e em textos publicitários. Presença Ele: - Pare de falar porque você só diz besteira! Diga o que é do seu agrado.
de musicalidade, rimas, linguagem figurada (conotativa) Ela: - Acho que não sei dizer.
Ele: - Não sabe o quê?
Todos bebemos futebol! Ela: - Hein?!
Ele: - Olhe, estou até suspirando de agonia. Vamos não falar em nada, está bem?
A bela e a fera. * Título adaptado do romance de Clarice Lispector A hora da estrela.
Tecendo a manhã 1) Não só o personagem, mas também o leitor deve ter suspirado de agonia ao ler o texto
João Cabral de Melo Neto acima, especialmente porque nele uma das principais funções da comunicação, a de
Um galo sozinho não tece uma manhã: informar, não foi atendida. De fato, os personagens não falam sobre nada durante todo o
ele precisará sempre se outros galos. diálogo. Considerando essas afirmações e os elementos de comunicação envolvidos no
De um que apanhe esse grito que ele texto, avalie as afirmações abaixo:
e o lance a outro; de um outro galo I – No diálogo entre o casal, em vários momentos as falas têm objetivos diferentes, o que
que apanhe o grito que um galo antes gera dificuldade de compreensão da mensagem. Esse problema de comunicação é
e o lance a outro; e de outros galos conhecido como ruído.
que com muitos outros galos se cruzem II - A intenção do casal, ao longo do diálogo, é transmitir uma mensagem cifrada, ou seja,
os fios de sol de seus gritos de galo, em código, que pode ser compreendida apenas pelos dois.
para que a manhã, desde uma tela tênue, III - O diálogo não tem qualquer carga informativa, pelo contrário, caracteriza-se
se vá tecendo, entre todos os galos. unicamente pela manutenção do contato entre os falantes, por meio de expressões vazias e
sem sentido claro (hein?!/ como assim?/ quê?).
Texto para as questões 1 e 2 Sobre as afirmações acima, aponte a alternativa que apresenta apenas as que analisam
Os dois não sabiam inventar acontecimentos* corretamente o texto:
Sentavam no que é de graça: banco de praça pública. E, ali acomodados, nada os distinguia a) I e II
do resto do nada. Para a grande glória de Deus. b) II e III
Ele: - Pois é. c) I e III
Ela: - Pois é, o quê? d) II
Ele: - Eu só disse pois é! e) III
Ela: - Mas “pois é” o quê?
Ele: - Melhor mudar de conversa porque você não entende. 2) Quando os falantes não comunicam um conteúdo, mas apenas testam o canal, ou seja,
Ela: - Entender o quê? tentam iniciar a comunicação com expressões como “Pois é”, “Então”, “Hein?”, a função
Ele: - Santa Virgem, Macabéa, vamos mudar de assunto, e já! da linguagem presente é:
Ela: - Falar então de quê? a) apelativa
Ele: - Por exemplo, de você. b) emotiva
Ela: - Eu?! c) referencial
Ele: - Por que esse espanto? Você não é gente? Gente fala de gente. d) fática
Ela: - Desculpe, mas não acho que sou muito gente. e) poética
Ele: - Mas todo mundo é gente, meu Deus!
Ela: - É que não me habituei. 3) Assinale a alternativa incorreta sobre os elementos que compõem a comunicação:
Ele: - Não se habituou com o quê? a)Emissor é aquele que envia uma mensagem a um receptor por meio de um canal (meio);
b)O canal de comunicação entre duas pessoas não varia, é sempre o contato físico entre - A crônica é um gênero egresso das páginas fugazes de jornais e revistas que, em certos
elas; casos de elaboração estética das informações do cotidiano, merece permanência entre o que
c)O código utilizado na comunicação é essencial para a compreensão da mensagem, se você há de melhor no patrimônio literário do Brasil.
utiliza um código desconhecido, sua mensagem não é interpretada de maneira coerente. - Pode focalizar: memórias, lembranças da infância, flagrantes do cotidiano, comentários
d)Quando se utiliza uma linguagem diferente daquela que a pessoa está acostumada, existe metafísicos, considerações literárias, poemas em prosa e pequenos contos.
um problema de comunicação porque o código usado entre as pessoas é diferente. - A crônica brasileira privilegia a linguagem escrita e falada no contexto urbano, dando
e)O receptor da mensagem pode corresponder a uma só pessoa, como também pode se ênfase ao registro coloquial e informal da variedade padrão da língua portuguesa.
referir a um grupo de pessoas.
O beijo
TIPOS TEXTUAIS O beijo é uma coisa que todo mundo dá em todo mundo. Tem uns que gostam
muito, outros que ficam aborrecidos e limpam o rosto dizendo já vem você de novo e tem
NARRATIVO ainda umas pessoas que quanto mais beijam, mais beijam, como a minha irmãzinha que
- ficção e criação (personagens) quando começa com o namorado dá até aflição. O beijo pode ser no escuro e no claro. O
Gêneros: contos, lendas, fábulas, romances, crônicas, histórias em quadrinhos, texto beijo no claro é o que o papai dá na mamãe quando chega, o que eu dou na vovó quando
teatral. vou lá e mamãe obriga, e que o papai deu de raspão na empregada noutro dia, mas esse foi
tão rápido que eu acho quefoi sem querer... (Millôr Fernandes)
EXPOSITIVO ou INFORMATIVO
- divulgação de algum conhecimento
Gêneros: artigos científicos, conferências, sinopses, verbetes de enciclopédias A luta e a lição Autor: Carlos Heitor Cony. Publicado na Flha Online
- relato de algo que ocorreu Um brasileiro de 38 anos, Vítor Negrete, morreu no Tibete após escalar pela
Gêneros: diários, reportagens, relatórios, biografias, notícias. segunda vez o ponto culminante do planeta, o monte Everest. Da primeira, usou o reforço
de um cilindro de oxigênio para suportar a altura. Na segunda (e última), dispensou o
- processamento de informações cilindro, devido ao seu estado geral, que era considerado ótimo.
Gêneros: bilhete, e-mail, telegrama, fax, memorando, ofício, resenhas não-críticas,
indicadores, previsão do tempo, cotações, obituários.
As façanhas dele me emocionaram, a bem sucedida e a malograda. Aqui do meu
ARGUMENTATIVO canto, temendo e tremendo toda a vez que viajo no bondinho do Pão de Açúcar, fico
- defesa de um posicionamento meditando sobre os motivos que levam alguns heróis a se superarem. Vitor já havia vencido
Gêneros: carta aberta, carta de leitor, carta de reclamação, abaixo-assinado, artigo de o cume mais alto do mundo. Quis provar mais, fazendo a escalada sem a ajuda do oxigênio
opinião, editorial, comentário, artigo, dissertações, resenha crítica, requerimento, suplementar. O que leva um ser humano bem sucedido a vencer desafios assim?
caricaturas, charges.
INSTRUCIONAL Ora, dirão os entendidos, é assim que caminha a humanidade. Se cada um repetisse
- informação de procedimentos meu exemplo, ficando solidamente instalado no chão, sem tentar a aventura, ainda
Gêneros: manuais, tutoriais, receitas, regras de jogos, regulamentos, estatutos estaríamos nas cavernas, lascando o fogo com pedras, comendo animais crus e puxando
nossas mulheres pelos cabelos, como os trogloditas –se é que os trogloditas faziam isso.
Somos o que somos hoje devido a heróis que trocam a vida pelo risco. Bem verdade que
ALGUNS GÊNEROS TEXTUAIS escalar montanhas, em si, não traz nada de prático ao resto da humanidade que prefere ficar
na cômoda planície da segurança.
CRÔNICA
Mas o que há de louvável (e lamentável) na aventura de Vítor Negrete é a
- A crônica é uma forma que ganhou invulgar vitalidade literária nas últimas décadas, aspiração de ir mais longe, de superar marcas, de ir mais alto, desafiando os riscos. Não sei
tendo experimentado momentos altos em Rubem Braga, Manuel Bandeira, Paulo Mendes até que ponto ele foi temerário ao recusar o oxigênio suplementar. Mas seu exemplo –e seu
Campos, Fernando Sabino, Carlos Drummond de Andrade. sacrifício- é uma lição de luta, mesmo sendo uma luta perdida.
Carta do Leitor: Carta de leitor é um gênero cujos textos aparecem em seções específicas
de jornais ou revistas, em que os leitores expressam suas opiniões sobre os textos
publicados.
"Li ontem o artigo da senadora Marina Silva ('Leitura obrigatória', Opinião) e penso que o
verbo "regularizar" deveria ser banido do vocabulário brasileiro, pois ele tem construído
uma consciência política de que não vale a pena cumprir a lei, já que sempre é possível
"regularizar" uma situação de fato, mesmo que ilegal.
Assim, surgem monstruosidades como a MP 458, o Código Ambiental Catarinense e outras
tantas anistias fiscais." ANTÔNIO JOSÉ MOREIRA DA SILVA (Chapecó, SC)
Sinopse: A sinopse é um gênero cujos textos normalmente aparecem em domínios
"Se a criminosa Suzane von Richthofen for solta, estará provado que, no Brasil, o crime jornalísticos, sites de editoras, em materiais publicitários ou na ciência, sua composição
compensa. Matar os pais, ameaçar o irmão e ficar apenas três anos presa... Isso é um existe o predomínio do tipo expositivo e narrativo, depende do assunto da sinopse. Se a
convite ao crime. Fica fácil matar, dar uma de santa dentro da prisão e então ser solta. sinopse for de um filme, além do resumo da trama, o texto já traz algum posicionamento
Para crimes como esse deveria ser obrigatório o cumprimento das penas na sua totalidade. crítico (uma classificação por estrelinhas, por exemplo, e que nos auxilia a levantar
Sem essa de diminuição de pena, o que apenas servirá de exemplo a outros." hipóteses sobre o que iremos assistir).
ANTONIO JOSÉ G. MARQUES (São Paulo, SP)
“Billy Elliot”, de Stephen Daldry (2000)
Charge Billy Elliot (interpretado por Jamie Bell) é um menino de onze anos, filho de mineiro de
As charges, caricaturas e ilustrações editoriais são um meio visual e extremamente carvão do norte da Inglaterra, que, em plena greve dos mineiros de 1984, decide ter aulas de
eloqüente de expressar opiniões, geralmente por meio de técnicas de humor. ballet com a Sra. Wilkinson (Julie Walters). Billy se escondendo do pai viúvo e do irmão,
ambos participantes ativos do movimento grevista. Mas logo seu segredo vem a tona e suas
esperanças são barradas. Entretanto a paixão de Billy pela dança e seu talento são
reconhecidos pelo pai que o leva a inscrever-se no Royal Ballet em Londres. O filme de
Daldry busca exprimir de forma alegórica a transição de uma época histórica para outra
(este é, por exemplo, o mesmo tema de The Full Monty, de Peter Cattaneo, realizado em
1997 e que utilizou o mote da flexibilização do corpo para traduzir as novas disposições de
subjetivação do capital pós-fordista). Billy é o contraste pessoal de seu irmão mais velho,
Tony Elliot - enquanto ele é mineiro e sindicalista, vinculado à sociedade industrial de
velho tipo, das minas de carvão e da indústria de chaminé; Billy, por outro lado, é o jovem
talentoso e sensivel, entusiasmado pela arte do ballet, cujas qualidades pessoais (e a escolha
profissional) estão ligadas à denominada "sociedade pós-industrial de serviços".
a) parte do assunto cotidiano e acaba por criar reflexões mais amplas; São Paulo vai se recensear. O governo quer saber quantas pessoas governa. A indagação
b) tem como função informar o leitor sobre os problemas cotidianos; atingirá a fauna e a flora domesticadas. Bois, mulheres e algodoeiros serão reduzidos a
c) apresenta uma linguagem distante da coloquial, afastando o público leitor; números e invertidos em estatísticas. O homem do censo entrará pelos bangalôs, pelas
d) tem um modelo fixo, com um diálogo inicial seguido de argumentação objetiva; pensões, pelas casas de barro e de cimento armado, pelo sobradinho e pelo apartamento,
e) consiste na apresentação de situações pouco realistas, em linguagem metafórica. pelo cortiço e pelo hotel, perguntando:
— Quantos são aqui?
Pergunta triste, de resto. Um homem dirá:
“Deve haver normas que protejam o que é essencial à humanidade – nossa diversidade. Na — Aqui havia mulheres e criancinhas. Agora, felizmente, só há pulgas e ratos.
verdade, a questão é a mesma. Será que realmente queremos um mundo sem homossexuais E outro:
ou no qual não haja pessoas de olhos castanhos? Recentemente viajei para o norte da — Amigo, tenho aqui esta mulher, este papagaio, esta sogra e algumas baratas. Tome nota
Califórnia para ver as sequóias. Elas são fantásticas. Maravilhosas. Mas será que queremos dos seus nomes, se quiser. Querendo levar todos, é favor... (...)
que todas as árvores sejam sequóias? Acho que também precisamos de palmeiras, de E outro:
bordos, carvalhos e, quem sabe, de algumas ervas daninhas.” (GAVRAS, Costa. O Estado — Dois, cidadão, somos dois. Naturalmente o sr. não a vê. Mas ela está aqui, está, está! A
de São Paulo, São Paulo, 11 fev. 1996.) sua saudade jamais sairá de meu quarto e de meu peito!
Rubem Braga. Para gostar de ler. v. 3. São Paulo: Ática, 1998, p. 32-3 (fragmento).
4. Nesse texto, o autor:
6. O fragmento acima, em que há referência a um fato sócio-histórico — o recenseamento
—, apresenta característica marcante do gênero crônica ao
A expressar o tema de forma abstrata, evocando imagens e buscando apresentar a idéia de
uma coisa por meio de outra.
B manter-se fiel aos acontecimentos, retratando os personagens em um só tempo e um só
espaço.
C contar história centrada na solução de um enigma, construindo os personagens
psicologicamente e revelando-os pouco a pouco.
D evocar, de maneira satírica, a vida na cidade, visando transmitir ensinamentos práticos do
cotidiano, para manter as pessoas informadas.
E valer-se de tema do cotidiano como ponto de partida para a construção de texto que
recebe tratamento estético.