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CONTABILIDADE DE CUSTOS E
ORÇAMENTO
Florianópolis – SC
2021
2
Copyright © Faculdade de Tecnologia AEROTD 2021
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização
desta instituição.
Professor Conteudista
Edna Ghiorzi Varela Parente
Design Instrucional
Sandra Mazutti
ISBN
000-00-0000-000-0
Diagramação
Marcos Elias
Revisão
Juliana Bordinhão Diana
CDU:
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Faculdade AEROTD
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SUMÁRIO
UNIDADE I - CONCEITOS BÁSICOS E FUNDAMENTOS CONTÁBEIS.............................................. 7
1.1 NOÇOES BÁSICAS de contabilidade ...................................................................................... 7
1.1.1 História da contabilidade no mundo e no Brasil ................................................................. 7
1.1.2 Conceitos e noções básicas de contabilidade ..................................................................... 9
1.1.2.1 Princípios contábeis ............................................................................................................ 11
1.1.3 O patrimônio (os bens, os diretos e as obrigações) .......................................................... 12
1.1.4 Finalidades da contabilidade ........................................................................................... 17
1.1.5 A escrituração, os atos, os fatos e método das partidas dobradas..................................... 20
1.1.6 Plano de contas .............................................................................................................. 25
1.1.7 Origem e aplicação de recursos ....................................................................................... 31
1.1.8 Livro Diário, Razão e Balancete ....................................................................................... 31
1.2 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ........................................................................................... 33
1.2.1 Balanço Patrimonial........................................................................................................ 33
1.2.2 Demonstração de Resultado do Exercício ........................................................................ 38
1.2.3 Demonstração das Origens e Aplicações dos Recursos ..................................................... 39
1.2.3.1 Capital Circulante Líquido ................................................................................................... 41
1.2.3.2 Elaboração da Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos................................ 41
1.2.4 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido........................................................ 42
UNIDADE II - CONTABILIDADE DE CUSTOS................................................................................ 47
2.1 INTRODUÇÃO AOS CUSTOS ................................................................................................ 47
2.1.1 Terminologia de Custos ................................................................................................... 48
2.1.2 Custos Diretos e Indiretos ............................................................................................... 50
2.1.2 Apuração e apropriação dos custos diretos e indireto ...................................................... 51
2.1.2.1 Avaliação de estoques ........................................................................................................ 54
2.1.3 Custos fixo e variável ...................................................................................................... 56
2.1.3.1. Despesas e Custos Fixos..................................................................................................... 56
2.1.3.1. Despesas e Custos Variáveis .............................................................................................. 56
2.1.3.2 Apropriação dos Custos Fixos e Variáveis ........................................................................... 57
2.2 SISTEMAS E MÉTODOS DE CUSTEIO ................................................................................... 57
2.2.1. Sistema de custeio por absorção .................................................................................... 57
2.2.1 sistemas de custeio variável ou direto ............................................................................. 59
UNIDADE III – CONTABILIDADE GERENCIAL E ORÇAMENTO .................................................... 64
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3.1 INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE GERENCIAL .................................................................... 64
3.1.1 Funções e características da Contabilidade Gerencial ....................................................... 65
3.1.2 Custos ............................................................................................................................ 66
3.1.1.1 Custo de capital .................................................................................................................. 67
3.1.1.2 Custo, volume e lucro ........................................................................................................ 67
3.1.1.3 Custos para formação de preço de venda .......................................................................... 71
3.2 ALAVANCAGEM E ORÇAMENTO ......................................................................................... 72
3.2.1 Alavancagem .................................................................................................................. 72
3.2.2 Orçamento ..................................................................................................................... 74
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APRESENTAÇÃO
Caro estudante, SEJA BEM-VINDO!
Lembre-se de que você não estará só nesse processo, estarei com você em cada
unidade, motivando-o na sua caminhada, prestando as orientações, alimentando você
com informações e sanando as dúvidas que poderão surgir no decorrer da disciplina.
Bons estudos!
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UNIDADE I - CONCEITOS BÁSICOS E FUNDAMENTOS
CONTÁBEIS
Apresentação da Unidade I
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Figura 1 – Retrato de Frei Luca Pacioli, 1945
Fonte: https://www.gettyimages.com.br/detail/foto-jornal%C3%
AD stica/portrait-of-fra-luca-pacioli-italian-mathematician-foto-
jornal%C3%ADstica/587489206?adppopup=true
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Como dito, o processo evolutivo da contabilidade encontra-se atrelada ao
desenvolvimento da humanidade, e assim ocorreu no Brasil também, com maior força
a partir do século XIX, com a chegada da Família Real no país. (PEREIRA ET AL, 2013).
No final do século XIX, a Associação de Guarda-Livros buscava a criação de um
curso regular que oficializasse a profissão contábil. Assim, em 20 de abril de 1902 foi
criada a Escola Prática de Comércio, que posteriormente passaria a denominar-se
Escola de Comércio Álvares Penteado, em homenagem a um de seus fundadores
(SCHMIDT, 1996).
Com o Decreto-Lei 9.295 de 27 de maio de 1946, foram criados os Conselhos
Federal e Regionais de Contabilidade, com a determinação de fiscalizar e reger a
profissão contábil. Em 1976, a lei 6.404 (Lei das Sociedades por Ações) surgiu para
orientar a elaboração das demonstrações contábeis.
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os bens, direitos e obrigações, ou seja, o Ativo e Passivo; e b) diferenciais que
representa o Patrimônio Líquido e as receitas e despesas de uma entidade (empresa).
A Aziendalista define a Contabilidade como a ciência da administração da
entidade. A azienda se constituiu em dois elementos: pessoas e riqueza.
A Patrimonialista define a Contabilidade como a ciência que estuda o
patrimônio. A primeira escola a defender a contabilidade como ciência do patrimônio.
A Neopatrimonialista foi a primeira escola originária do Brasil, teve início em
1978 com os estudos de Antônio Lopes de Sá. Consiste em uma nova corrente
científica que se aplicou na direção de classificar e reconhecer especialmente as
relações lógicas que determinam a essência do fenômeno patrimonial, as das
dimensões ocorridas e, com ênfase “no porque ocorrem os fatos”, ou seja, qual a
verdadeira influência dos fatores que produzem a transformação da riqueza (e que são
os dos ambientes interno e externo que envolvem os meios patrimoniais (FAVERO et
al., 2011).
As doutrinas contábeis foram introduzidas por diferentes escolas, de época, que
conceituaram a Contabilidade sob diversos aspectos.
Patrimônio
Bens
e Obrigações
Diretos
Fonte: autora,2021
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Dentro da contabilidade os bens se subdividem em bens móveis, imóveis,
tangíveis, intangíveis (bens fixos).
Os bens móveis são bens que tem existência material, passível de remoção sem
danos, são objetos que podem ser transportados sem perda das características.
Exemplo: Mesas, cadeiras, automóveis, dinheiro, máquinas, semoventes, entre e
outros.
Os bens imóveis são os que não podem ser removidos, retirados do lugar
natural, pois são fixos. São imóveis por não poderem ser transportados de um lugar
para outro sem alteração de sua substância. Exemplo as árvores, os edifícios, os
terrenos, entre outros.
Os bens tangíveis denominados de bens corpóreos ou bens materiais,
constituem-se com forma física, bens palpáveis, que podem ser tocados. Ex.: mesas,
cadeiras, máquinas, veículos, terrenos, dinheiro, móveis e utensílios, estoques etc.
Os bens intangíveis chamados de bens incorpóreos ou bens imateriais, são os
bens que não compõem uma realidade física e que não são palpáveis. Ex.: nome
comercial de uma entidade (Ex.: Itaú), marcas, (Ex.: Coca-Cola), registro patente de
invenção, ponto comercial (reconhecimento de um negócio pela clientela), etc.
Os bens fixos, de permanência relativamente duradoura e que constitui meios
básicos indispensáveis ao funcionamento de uma entidade.
Os direitos em contabilidade são valores a receber, ou “direito a auferir”, é
o poder de receber alguma coisa. São títulos a receber, contas a receber, duplicatas a
receber ou clientes. Mais alguns direitos pode-se citar como: aluguéis a receber, ações
a receber.
As obrigações representam dívidas de um indivíduo, entidade, instituição
(entidade, ente) com o outro, àquele que irá cobrar, exigir o valor de volta. São
nomeadas obrigações exigíveis, são pagamentos que serão exigidos acordo com
critérios, como o pagamento na data de vencimento. Marion (2009).
As obrigações se dividem em obrigações com terceiros (Fornecedores (compras a
prazo de produtos e serviços); Salários a pagar; Encargos sociais a pagar; Empréstimos)
e obrigações com sócios, acionistas ou proprietários (capital Social, Patrimônio Líquido
ou obrigações próprias).
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Na representação gráfica a seguir, do lado esquerdo apresenta-se os bens e
direitos que são denominados como elementos positivos. Já do lado direito, as
obrigações, estão evidenciados os elementos negativos.
Fonte:http://leandrovagner.blogspot.comestudando-contabilidade-o-patrimonio.html
Vale lembrar que o patrimônio é composto por duas partes: ativos (bens +
direitos), passivos (obrigações com terceiros) e patrimônio líquido. O patrimônio
líquido é calculado somando os bens e direitos e deduzindo as obrigações com
terceiros. Pode ser representado pela situação líquida (SL). Marion (2009).
Patrimônio
ATIVO PASSIVO
Bens Obrigações
Direitos Patrimônio Líquido
Fonte: http://leandrovagner.blogspot.com/2011/05/estudando-contabilidade-o-patrimonio.html
Representação Gráfica
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Fonte: Situação líquida. Soares, 2020
Representação Gráfica
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Exemplo:
2.500,00 2.500,00
3.000,00 1.000,00
P.L.
O Patrimônio Líquido é
2.000,00
a diferença entre o
Ativo (3.000,00) e o
3.000,00 3.000,00 Passivo (1.000,00)
2º) O Ativo igual ao Passivo
3.000,00 3.000,00
Resultado numa Situação Líquida Nula ou Compensada.
Apenas a 1ª primeira situação é real (o Ativo maior que o Passivo), pois apresenta
uma situação de equilíbrio patrimonial na entidade uma vez que o conjunto de bens e
direitos é suficiente e superior para saldar os compromissos da entidade com terceiros,
representados pelas obrigações. Greco et al (2009)
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Considerando, ainda que uma parte do Ativo é constituída de bens que são destinados
ao uso da entidade (Móveis e utensílios, Instalações, Máquinas e Equipamentos etc.)
não podendo se desfazer deles, são necessários ao funcionamento da entidade, o Ativo
deverá ser maior que o Passivo, no mínimo pela soma desses valores, senão é bem
provável que a entidade tenha que alienar esses bens, para saldar seus compromissos,
não sobrando nada para que possa continuar funcionando. Greco et al (2009)
Para Marion (2009) como funções básicas da contabilidade observa-se duas, uma
é a administrativa, e a outra é a econômica.
A contabilidade tem como finalidade ser a ciência da riqueza. Os dados coletados são
analisados pela gestão das entidades (usuários) para que possam tomar decisões com
base em resultados (Greco, Arend,2013).
a) Usuários da contabilidade
Representação gráfica
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De acordo com Marion (2009) a pessoa física é a pessoa natural, é todo ser
humano, é todoindivíduo (sem qualquer exceção). A existência da pessoa física termina
com a morte. Já a pessoa jurídica é a união de indivíduos que, por meio de um contrato
reconhecido por lei, formam uma nova pessoa, com personalidade distinta da de seus
membros. As pessoas jurídicas podem ser com fins lucrativos (entidades industriais,
comerciais etc.) ou sem fins lucrativos (cooperativas, associações culturais, religiosas
etc.).
b) Técnicas contábeis
São os métodos empregados, para o registro dos fatos ou eventos contábeis, para
a elaboração de demonstrações contábeis por meio dos lançamentos. As técnicas são:
• Escrituração
• Demonstrações Financeiras
– Balanço Patrimonial
– Demonstração do Resultado do Exercício
– Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados
– Demonstração das Mutações do patrimônio Líquido
– Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos
• Auditoria
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• Análise das Demonstrações Financeiras
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São aqueles que provocam entre os elementos componentes do Ativo e/ou do
Passivo, sem modificar o valor do Patrimônio Líquido.
d)Fatos Modificativos
São aqueles que acarretam alterações, para mais ou para menos, no Patrimônio
Líquido.
e) Fatos Mistos
Envolve, ao mesmo tempo, um Fato Permutativo e um Fato Modificativo.
ESQUEMA PARA FIXAÇÃO
Para facilitar a fixação dos tipos de Fatos Administrativos, veja o seguinte esquema:
• Fatos Permutativos: envolvem apenas Contas Patrimoniais.
• Fatos Modificativos: envolvem apenas uma Conta Patrimonial e uma ou mais
Contas de resultado ou do Patrimônio Líquido.
• Fatos Mistos: envolvem mais de uma Conta Patrimonial e uma ou mais Contas
de Resultado ou do Patrimônio Líquido.
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3º Passo:
Todo fato administrativo, objeto de escrituração, envolve, no mínimo, dois
elementos patrimoniais, ou de resultado. Então, esse 3º passo consiste em identificar
quais são os elementos envolvidos na operação.
Resposta: relendo o exemplo, nota-se:
- compra à vista .... significa que movimentamos dinheiro.
1º elemento: é dinheiro.
2º elemento: uma Impressora, Marca HP 3550.
4º Passo:
Verificar no Plano de Contas que conta deveremos utilizar para registrar cada um
dos elementos identificados no 3º passo.
Resposta: Dinheiro será registrado na conta Caixa.
Computador será registrado na conta, Computador e Periférico.
5º Passo: Preparar o histórico do Lançamento.
O histórico consiste em relatar o fato. Este relato deve conter apenas os dados
necessários para o bom esclarecimento do evento. Nunca esquecer de identificar a
espécie e o número do documento comprobatório, bem como o nome da entidade
com quem se transaciona.
Resposta: Compra de uma Impressora, Marca HP 3550, conforme Nota Fiscal nº
91932 da Casa de Informática Ltda.
6º Passo: Identificar que conta será debitada e que conta será creditada.
O que é conta a ser debitada e conta a ser creditada?
Observe que todo fato que ocorre na entidade ocorre em forma de troca. Vamos
tomar, por exemplo, a compra à vista da Impressora em questão.
A entidade receber Impressora e dá em troca o dinheiro. Pode-se concluir, nesta
fase da aprendizagem, que em todo evento ocorrido na entidade envolvendo
elementos materiais, existe pelo menos um elemento que entra para a entidade,
podendo acarretar aumento nos elementos patrimoniais.
E existe, também, pelo menos um elemento que sai em troca do que entrou,
podendo acarretar diminuição entre os elementos patrimoniais.
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Sendo assim, todo fato objeto de contabilização poderá aumentar e ou diminuir
os elementos do Ativo, do Passivo e do Patrimônio Líquido.
Continuando o raciocínio, primeiro exemplo de lançamento, busca-se, agora,
identificar a conta a ser debitada:
Resposta: é a Impressoras, porque a Impressora está entrando para o patrimônio
da Entidade.
b) Fórmulas contábeis
Para Marion(2009) o método das partidas dobradas, que deu origem as quatro
fórmulas de lançamentos de eventos contábeis foi descrito pela primeira vez em 1494,
na Itália, por Luca Pacioli em seu livro “Summa de Aritmética, Geometria, Proportioni
et Proportionalità, conhecido como Contabilidade por Partidas Dobradas, que trata da
contabilidade. Isto quer dizer que não há débito sem crédito correspondente.
1) Débito: Registro realizado para aumentar o valor de uma conta do ativo (bens
e direitos) ou diminuir uma conta do passivo (obrigações).
2) Crédito: Registro realizado para aumentar o valor de uma conta do passivo
(obrigações) ou diminuir uma conta do ativo (bens e direitos).
Segundo Greco et al (2009) a finalidade do método das partidas
dobradas descreve que para cada lançamento contábil em uma entidade, a quantia
lançada nas contas a débito deve ser sempre igual ao total do valor lançado nas contas
a crédito. Ou seja, para todo débito corresponde um crédito de igual valor e vice-versa.
Para cada elemento (Ativo, passivo ou Patrimônio Líquido) existe uma conta para
representá-lo. Para o dinheiro existente, temos uma conta própria para representá-lo
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que se chama “Caixa”. Outras contas “Móveis e utensílios”, “Duplicatas a receber”,
“Duplicatas a pagar” e assim por diante.
A função de cada conta é representar a variação que um fato promoveu no
Patrimônio da entidade, essa variação pode ser a DÉBITO ou a CRÉDITO da conta. A
diferença entre o débito e crédito de uma conta, é chamada de SALDO, e esse saldo
pode ser DEVEDOR ou CREDOR.
Utiliza-se para isso uma representação gráfica e a representação é chamada de
CONTA EM T, ou RAZONETE.
Essa representação é usada para facilitar o aprendizado, na prática veremos
depois que isso é feito através de um livro chamado de Livro Razão, daí o nome de
RAZONETE, o qual prefiro chamar assim ao invés de CONTA EM T.
Cada T desse é uma conta. E para identificá-la coloca-se na parte superior, logo
acima do T o nome da conta, ficou assim:
Bancos
Bancos
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DÉBITO > CRÉDITO = SALDO DEVEDOR = SALDO POSITIVO
• Contas do Ativo que podem ser debitadas ou creditadas, mas seu saldo será
sempre devedor.
• Conta do Passivo pode ser creditada e debitada, mas seu saldo sempre será
credor.
VENDAS
DESPESAS: ADMINISTRATIVAS
FINANCEIRAS
VENDAS
RECEITAS: PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
FINANCEIRAS
Receitas: Todo valor obtido decorrente da venda dos produtos e serviços da sua
atividade.
1. ATIVO 2. PASSIVO
1.1 ATIVO CIRCULANTE 2.1 PASSIVO CIRCULANTE
1.1.01 Caixa 2.1.01 Fornecedores
1.1.02 Bancos conta Movimento 2.1.02 Duplicatas a Pagar
1.1.03 Clientes 2.1.03 Promissórias a Pagar
1.1.04 Duplicatas a Receber 2.1.04 Salários a Pagar
1.1.05 Promissórias a Receber 2.1.05 Impostos e Taxas a Recolher
1.1.06 Estoque de Mercadorias
1.1.07 Estoque de material de
Expediente
1.2 ATIVO NÃO-CIRCULANTE 2.2 PASSIVO NÃO-CIRCULANTE
1.2.01 Duplicatas a Receber LP 2.2.01 Duplicatas a Pagar LP
1.2.02 Computadores 2.2.02 Promissórias a Pagar LP
1.2.04 Imóveis 2.3 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
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1.2.05 Instalações 2.3.01 Capital
1.2.06 Móveis e Utensílios 2.3.02 Reservas
1.2.07 Veículos 2.3.03 (-) Prejuízos Acumulados
1.2.08 Fundo de Comércio
CONTAS DE RESULTADO
3. DESPESAS 2. RECEITAS
3.1 DESPESAS OPERACIONAIS 4.1 RECEITAS OPERACIONAIS
3.1.01 Água e Esgoto 4.1.01 Aluguéis Ativos
3.1.02 Aluguéis Passivos 4.1.02 Descontos Obtidos
3.1.03 Café e Lanches 4.1.03 Juros Ativos
3.1.04 Combustíveis 4.1.04 Receitas Eventuais
3.1.05 Descontos Concedidos 4.1.05 Receitas de Serviços
3.1.06 Despesas Bancárias
3.1.07 Despesas de Organização
3.1.08 Energia Elétrica
3.1.09 Fretes e Carretos
3.1.10 Impostos e Taxas
3.1.11 Juros Passivos
3.1.12 Material de Expediente
3.1.13 Material de Limpeza
3.1.14 Serviços de Terceiros
3.1.15 Telefones
3.1.16 Despesas Eventuais
5. CONTAS DE APURAÇÃO DO RESULTADOS
5.1 RESULTADO LÍQUIDO
5.1.01 Resultado do Exercício
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O plano de contas, genericamente tido como um simples elenco de contas,
constitui na verdade um conjunto de normas do qual deve fazer parte, ainda, a
descrição do funcionamento de cada conta, com comentários e indicações gerais sobre
a aplicação e o uso de cada uma das contas.
O título de uma conta deve expressar o significado adequado das operações nela
registradas.
O primeiro passo para determinar o débito ou crédito de certa conta, é saber a
origem dela, se ele é um direito (Ativo), uma obrigação (Passivo) ou representa um
elemento do Patrimônio Líquido positivo ou negativo.
Lembrando, o Ativo é composto das contas de saldo devedor e o Passivo das
contas com saldo credor. O Patrimônio Líquido positivo é sempre creditado o seu saldo
sempre credor, e o Patrimônio Líquido negativo, sempre debitado, seu saldo sempre
devedor.
PASSIVO
ATIVO
PATRIMÔNIO LÍQUIDO (+)
PATRIMÔNIO LÍQUIDO (-)
PATRIMÔNIO LÍQUIDO (-)
PASSIVO CRÉDITO
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SISTUAÇÃO LÍQUIDA POSITIVO CRÉDITO
RECEITA CRÉDITO
CUSTOS DÉBITO
DESPESAS DÉBITO
− Conta “Caixa” terá SALDO a débito pois se trata de um bem, portanto, Ativo.
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c) As contas do Patrimônio Líquido Positivo têm o seu valor inicial a crédito, serão
sempre creditadas.
d) As contas do Patrimônio Líquido Negativo têm o seu valor inicial a débito, serão
sempre debitadas.
ENTRADA DE MERCADORIA
“CONTA DE ESTOQUE”
São contas do Ativo, e a regra diz que o Ativo aumenta com o débito e diminui o
crédito.
Relembrando:
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− As contas do Ativo diminuem com o crédito.
− As contas do Passivo diminuem com o débito.
− As contas de despesas são sempre debitadas.
− As contas de receitas são sempre creditadas.
a) Diário
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os atos ou operações da atividade, ou que modifiquem ou que possam a vir modificar a
situação patrimonial da pessoa jurídica.
Representação Gráfica
b) Livro razão
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c) Balancete
Representação Gráfica
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É uma demonstração estática, sintética e ordenada do patrimônio de uma
entidade, mostrando posição financeira na forma quantitativa e qualitativa em um
momento.
De acordo com o Portal de Contabilidade acessado em 20/06/2021, o Balanço
Patrimonial é a demonstração contábil destinada a evidenciar, qualitativa e
quantitativamente, numa determinada data, a posição patrimonial e financeira da
Entidade.
No balanço patrimonial, as contas deverão ser classificadas segundo os
elementos do patrimônio que registrem e agrupadas de modo a facilitar o
conhecimento e a análise da situação financeira da entidade.
Na Lei 6.404/76 (artigos 176 a 182 e artigo 187) e NBC T.3, o Balanço Patrimonial
é constituído pelo Ativo, pelo Passivo e pelo Patrimônio Líquido. A Lei 6.404/76 teve
algumas alterações propiciadas pelas Leis 11.638/07 e 11.941/09.
Quadro comparativo antes e depois das alterações advindas das Leis 11.638/07 e
11.941/09.
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O Passivo compreende as origens de recursos representados pelas obrigações
para com terceiros, resultantes de eventos ocorridos que exigirão ativos para a sua
liquidação. As contas que compõem o passivo são dispostas em ordem crescente dos
prazos de exigibilidade (Greco et al, 2009).
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As despesas apropriáveis após o exercício seguinte também são classificadas no
Ativo Realizável a Longo Prazo. Os direitos não derivados de vendas, e adiantamentos
ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas, diretores, acionistas ou
participantes no lucro da entidade, que não constituírem negócios usuais na
exploração do objeto da entidade, serão classificados no Ativo Realizável a Longo
Prazo. (IUDÍCIBUS, 2010).
No subgrupo Investimentos do Ativo Não Circulante devem ser classificadas as
participações societárias permanentes, assim entendidas as importâncias aplicadas na
aquisição de ações e outros títulos de participação societária, com a intenção de
mantê-las em caráter permanente, seja para se obter o controle societário, seja por
interesses econômicos, entre eles, como fonte permanente de renda. (IUDÍCIBUS,
2010).
O Ativo Imobilizado é formado pelo conjunto de bens e direitos necessários à
manutenção das atividades da entidade, caracterizados por apresentar-se na forma
tangível (edifícios, máquinas e etc.). O imobilizado abrange, também, os custos das
benfeitorias realizadas em bens locados ou arrendados. (IUDÍCIBUS, 2010).
Nos ativos intangíveis compreendem o leque de bens incorpóreos destinados à
manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de
comércio adquirido. (IUDÍCIBUS, 2010).
Trata-se de um desmembramento do ativo imobilizado, que, a partir da vigência
da Lei 11.638/2007, ou seja, a partir de 01.01.2008, passa a contar apenas com bens
corpóreos de uso permanente. PEREIRA (2005).
Como exemplos de intangíveis, os direitos de exploração de serviços públicos
mediante concessão ou permissão do Poder Público, marcas e patentes, softwares e o
fundo de comércio adquirido (PEREIRA, 2005).
No passivo circulante são escrituradas as obrigações da entidade, inclusive
financiamentos para aquisição de direitos do ativo não-circulante, quando se vencerem
no exercício seguinte. No caso de o ciclo operacional da entidade ter duração maior
que a do exercício social, a concepção terá por base o prazo desse ciclo. (IUDÍCIBUS,
2010).
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No Passivo não Circulante são escrituradas as obrigações da entidade, inclusive
financiamentos para aquisição de direitos do ativo não-circulante, quando se vencerem
após o exercício seguinte. No caso de o ciclo operacional da entidade ter duração
maior que a do exercício social, a concepção terá por base o prazo desse ciclo.
(IUDÍCIBUS, 2010).
Já o Patrimônio Líquido é a diferença entre o valor dos ativos e dos passivos. É
constituído por Capital Social, Reservas de Capital, Ajustes de Avaliação Patrimonial,
Reservas de Lucros, Ações em Tesouraria e Prejuízos Acumulados. (IUDÍCIBUS, 2010).
CIRCULANTE CIRCULANTE
NÃO CIRCULANTE NÃO CIRCULANTE
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
INVESTIMENTOS
IMOBILIZADO
INTANGÍVEL
Fonte: http://www.portaldecontabilidade.com.br/guia/balancopatrimonial.htm.Acesso em 20/06/2021
Neste sentido, vale ressaltar que o Ativo, com saldo em débito, representam o
lado positivo, são as aplicações de recursos. Já o passivo, representa o lado negativo,
tem saldo credor e são as origens de recursos.
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(+) Receitas Não Operacionais
(=) LUCRO LÍQUIDO ANTES DO IR E DA CSLL
(-) Provisão para IR e CSLL sobre o lucro
(=) LUCRO LÍQUIDO PÓS-PROVISÃO E ANTES DAS PARTICIPAÇÕES
(-) Participações
(=) LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
Fonte: Marion (2012)
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De acordo com o Portal de Contabilidade, até 31.12.2007, a Demonstração das
Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) era obrigatória para as companhias abertas e
para as companhias fechadas com patrimônio líquido, na data do balanço patrimonial,
superior a R$ 1.000.000,00 (limite este atualizado pela Lei nº 9.457/97). A DOAR indica
as modificações na posição financeira da companhia.
Os financiamentos estão representados pelas origens de recursos, e os
investimentos pelas aplicações de recursos, sendo que o significado de recursos aqui
não é simplesmente o de dinheiro, ou de disponibilidades, pois abrange um conceito
mais amplo; representa capital de giro líquido que, na denominação dada pela lei, é
Capital Circulante Líquido.
A partir de 01.01.2008, a DOAR foi extinta, por força da Lei 11.638/2007, sendo
obrigatória para apresentação das demonstrações contábeis encerradas somente até
31.12.2007.
A DOAR indicará as modificações na posição financeira da companhia,
discriminando:
1 - as origens dos recursos, agrupadas em:
a) dividendos distribuídos;
40
3 - o excesso ou insuficiência das origens de recursos em relação às aplicações,
representando aumento ou redução do capital circulante líquido;
2º passo: apurar as variações dos saldos das contas, ou seja, a diferença líquida
entre os mesmos. Os grupos de Exigível a Longo Prazo, Resultados de Exercícios
Futuros e Patrimônio Líquido, por serem credores, devem ser indicados como
negativos.
EXEMPLO:
41
DAS OPERAÇÕES:
Lucro Líquido do Exercício 46.000,00
Mais: Depreciação e amortização 68.000,00
SOMA DAS OPERAÇÕES 114.000,00
DOS ACIONISTAS:
Integralização de capital
91.000,00
SOMA DOS ACIONISTAS 91.000,00
DE TERCEIROS:
Ingresso de novos empréstimos 50.000,00
Baixa do imobilizado (valor de venda) 50.000,00
SOMA DE TERCEIROS 100.000,00
TOTAL DAS ORIGENS 305.000,00
42
Veja:
43
https://www.fab.mil.br/noticias/mostra/27697/GEST%C3%83O%20-
%20SEFA%20realiza%20segunda%20edi%C3%A7%C3%A3o%20de%20Semin%C3
%A1rio%20de%20Contabilidade%20de%20Custos
https://www.fab.mil.br/noticias/tag/CONTABILIDADE
_________________________________________________________________
Sobre partidas dobradas... débitos e crédito quando usar? acesse o link e saiba
mais:
https://www.youtube.com/watch?v=_ZO8IfkRo6A
Lançamentos
https://www.youtube.com/watch?v=zjKSEwcM6JY
https://www.youtube.com/watch?v=Dc5JVZv3VTg
DRE o que é?
youtube.com/watch?v=WEMvtyUrX-
4&list=RDCMUC1u_OyuxX1TU_FCPVnYRIiw&index=19
44
BACHITOLD,Ciro. Contabilidade básica. Instituto Federal Paraná. Educação a Distância,
2011
BARRETO FILHO, José Rômulo Fraga. Preparatório para Forças Armadas: contador.
Salvador: SANAR,2017
BRASIL, lei 6.404 (Lei das Sociedades por Ações)
BRASIL, Decreto-Lei 9.295 de 27 de maio de 1946
BRASIL, Lei 11.638/07
BRASIL, Lei 11.941/09
BRASIL, Lei nº 9.457/97).
FAVERO, Hamilton Luiz. Et Al. Contabilidade: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2011.
FLOZINO, A. V. B.; SILVÉRIO, F. H. Auditoria interna e sua importância para micro e
pequenas empresas. Interatividade, Andradina, v. 2, n. 2, p. 131-141, 2014. Disponível
em: <http://www.firb.br/editora/index.php/interatividade/ article/view/141/207>.
Acesso em: 8 jul. 2021
GRECO, Alvísio; et. al.. Contabilidade: teoria e prática básicas. São Paulo: Saraiva, 2009.
HENRILKSEN, Eldon S.; VAN BREDA, Michael F. Teoría da Contabilidade. Tradução de
Antonio Zoratto Sanvicente. 1. ed. 7. reimpr. São Paulo: Atlas, 2012
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da contabilidade. São Paulo: Atlas, 2009.
IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos. Curso de contabilidade para não
contadores. São Paulo: Atlas, 2010.
LEONE, George Sebastião Guerra; LEONE, Rodrigo José Guerra . Curso de contabilidade
de custos. São Paulo: Atlas,1995.
MARION, José Carlos. Contabilidade básica. 10 ed. São Paulo: Atlas, 2009
MARION, José Carlos. Contabilidade empresarial. 16. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 10. ed. São Paulo: Atlas, 1996.
NISHIO, Elaine et al. Principais Alterações na Estrutura das Demonstrações Contábeis a
Lei nº 11.638/07.Disponivel em http://docs.uninove.br/arte/fac/publicacoes/
pdfs/ricardo _eliane.pdf.Acesso jul 2021.
PADOVEZE, C. L. Contabilidade Gerencial: um enfoque em sistema de informação
contábil. 4. Ed. São Paulo: Atlas, 2004.
PEREIRA et al. Fundamentos da Contabilidade. ‘São Paulo: Pearson, 2005
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade geral fácil. São Paulo: Saraiva, 2009
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade básica fácil. São Paulo: Saraiva, 2013.
RIBEIRO,Osni Moura,COELHO,Juliana Moura Ribeiro,Princípios de contabilidade
Comentadas. São Paulo:Saraiva,2014.
SCHMIDT, Paulo. Uma Contribuição ao Estudo da História do Pensamento Contábil.
1996. Tese (Doutorado em Contabilidade)–Faculdade de Economia, Administração e
Contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1996.
TORQUATO, Cícero. Contabilidade & Mobilidade. IX Encontro de Contabilidade do
Agreste Alagoano. < https://docplayer.com.br/17445138-Contabilidade-mobilidade-
cicero-torquato-ix-encontro-de-contabilidade-do-agreste-alagoano-maceio-maio-
2016.html>. Maceió. Alagoas. Acesso 10 de Mai 2016.
45
VAGNER, Leandro. Estudante administração. Disponível
http://leandrovagner.blogspot.com/2011/05/estudando-contabilidade-o-patrimonio.
html: Acesso em jun 2021.
ZANLUCA, Júlio Cesar. A Contabilidade e o planejamento tributário. Disponivel em
http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/contabilidade_planejamento_tri
butario.htm. Acesso em jun 2021.
Vem comigo!
46
UNIDADE II - CONTABILIDADE DE CUSTOS
Apresentação da Unidade II
Então vou lhe ajudar falando mais sobre isso. Vem comigo!
47
com relação a determinadas alternativas, a fim de que a administração possa tomar
decisões quanto à escolha.
O gasto é todo dispêndio financeiro, todo sacrifício que uma entidade assume
para a aquisição de um bem ou serviço. Para Iudícibus (1996) quando um gasto for
atribuído aos vários produtos de uma entidade, ela passa a denominar custo, ou custo
de produção.
Megliorini (2001) diz que custos são classificados de várias formas para atender
as várias finalidades para as quais são apuradas.
48
Os principais objetivos da Contabilidade de Custos são: a)Permitir a avaliação dos
estoques, para atendimento das legislações comercial e fiscal; b) Apurar o custo dos
produtos/serviços vendidos (no caso das entidades comerciais, o custo das
mercadorias vendidas); c) Dar suporte à tomada de decisões gerenciais no tocante a
fixação do preço de venda; d) Atender à necessidade de controles e informações
específicas (como para o atendimento à legislação fiscal) e e)Embasar orçamentos e
projeções financeiras.
No comércio:
São aplicadas as premissas básicas à formação do custo de mercadorias vendidas e
irá determinar:
• O custo das mercadorias vendidas
• O estoque de mercadorias
• O estoque de bens não destinados á revenda (como materiais de consumo,
etc.)
49
2.1.2 Custos Diretos e Indiretos
Segundo Silva (2008) “custo é direto quando for possível mensurá-lo de forma
exata, através de uma medida de consumo (quilos, horas de mão de obra etc.) Assim,
os custos diretos variam conforme a quantidade produzida”.
Segundo Bruni e Famá (2010), os custos diretos são aqueles que podem ser
fisicamente identificados na fabricação do produto, ou seja, apresentam a propriedade
de serem perfeitamente mensuráveis de maneira objetiva.
Ex. Matéria-prima
Ainda Silva e Santos (2017) enfatizam que: os custos indiretos são aqueles que
não podem ser identificados fácil e corretamente aos objetos de custo.
De acordo com Bruni e Famá (2010, p. 29), “todos os custos relacionados com a
fabricação que não podem ser economicamente identificados com as unidades que
estão sendo produzidas”.
Ex.: aluguel, energia elétrica, depreciação, salários de supervisores etc.
Em relação aos custos e a necessidade de rateio é devido a incorporação aos
produtos que requer a utilização de algum tipo de distribuição (rateio) em virtude da
impossibilidade da sua mensuração direta.
Segundo Bruni e Famá, (2012, p. 154):
Os rateios de custos indiretos, formados em boa parte por custos fixos,
podem distorcer os processos de tomada de decisões em finanças. Uma
solução para os problemas decorrentes do emprego de rateios consistiria em
sua eliminação. Isto é, apenas os custos diretos ou variáveis seriam
associados aos produtos. Todos os custos fixos e indiretos deveriam ser
subtraídos da margem de contribuição total – sem divisões ou rateios
51
ocorrência. Os critérios p para rateio podem ser: mão-de-obra indireta, rateada por
horas/homem da mão de obra direta, gastos com energia, com base em
horas/máquinas utilizadas etc.
Custo indireto pode ser entendido, como aquele custo que não pode ser
atribuído (ou identificado) diretamente a um produto, linha de produto, centro de
custo ou departamento. Necessita de taxas/critérios de rateio ou parâmetros para
atribuição ao objeto custeado.
São aqueles que apenas mediante aproximação podem ser atribuídos aos
produtos por algum critério de rateio sendo assim entendido o meio de apuração e
apropriação.
Exemplos:
3. Outros custos indiretos: são os custos que dizem respeito à existência do setor fabril
ou de prestação de serviços, como depreciação, seguros, manutenção de
equipamentos etc.
52
Fonte: Classificação de custos, adaptado de Bruni e Famá(2007)
53
Gráfico ilustrativo – Fórmula Básica
Bruni e Famá(2007)
55
É relevante considerar a natureza dos custos na atividade empresarial, eles
podem e devem ser reduzidos em função de uma maior lucratividade.
https://www.youtube.com/watch?v=sDnd9oc9-xs
_________________________________________________________________
Neste tipo de custeio entende-se que possíveis variações na produção não irão
afetar os gastos, estes gastos estão com os valores fixados. Por isso chama-se de
custos fixos. Zanluca(2021).
56
2.1.3.2 Apropriação dos Custos Fixos e Variáveis
No sistema de custo variável o custo final do produto (ou serviço) será a soma do
custo variável, dividido pela produção correspondente, sendo os custos fixos
considerados diretamente no resultado do exercício. Neste sistema a geração de
riqueza está na venda e não na produção. Zanluca (2021).
Vale lembrar que este sistema de custos, custeio variável, não é permitido pelo
legislação fiscal brasileira, e serve somente para fins gerenciais. O custo de absorção é
o utilizado legalmente conforme o Decreto 3.000/99.
Mesmo não sendo aceito pela legislação fiscal, o custeio variável apresente
vantagens sobre as demais. Pode-se destacar as seguintes:
57
Consiste na apropriação de todos os custos (diretos e indiretos, fixos e variáveis)
causados pelo uso de recursos da produção aos bens elaborados, e só os de produção,
isto dentro do ciclo operacional interno. Todos os gastos relativos ao esforço de
fabricação são distribuídos para todos os produtos feitos.
Exemplo:
DESCRIÇÃO VALOR R$
58
COMPONENTES DO CUSTO
• Matérias-Primas
• Comissões de Vendas
• Insumos produtivos (Água, Energia) Despesas e Custos Fixos Despesas ou
Custos fixos são aqueles que não sofrem alteração de valor em caso de aumento ou
diminuição da produção.
A contabilidade de custos é responsável pelo controle dos gastos, gerando
informações para o processo decisório. Ela produz informações imperativos para a
gestão de qualquer negócio. É a partir dela que é possível tomar decisões buscando
saúde financeira de uma entidade, seja empresa ou instituição.
60
Qual a diferenca entre custos diretos, indiretos, fixos e variáveis ? Existe
diferença?
https://www.youtube.com/watch?v=44SfHq-j8oo
_________________________________________________________________
Para você entender melhor e ter uma visão mais abrangente sobre a
contabilidade de custos assista os videos acessando os links abaixo.
Custos
Exercitando as terminologias em custos
https://www.youtube.com/watch?v=5MzUOUQar-s
https://www.youtube.com/watch?v=lmL8PiA-Ar0
https://www.youtube.com/watch?v=A1DDLY8bdiA
Custeio Diretos
https://www.youtube.com/watch?v=migP9aLRmUM
Inventário
https://www.youtube.com/watch?v=kL_1e4J74co
_________________________________________________________________
61
BRUNI, A. L. & FAMÁ, R. Gestão de Custos e Formação de Preços: Com Aplicação na
Calculadora HP 12C e Excel. São Paulo: Atlas S.A., 2007
BRUNI, Adriano Leal. FAMÁ, Rubens. Gestão de Custos e Formação de preços: com
aplicações na calculadora HP e Excel. 4. reimpr. São Paulo: Atlas, 2010.
BRUNI, Adriano Leal, FAMÁ, Rubens. Gestão de custos e formação de preços: com
aplicações na calculadora HP 12C e Excel, Atlas, São Paulo 2012.
FARIA, Ana Cristina de; COSTA, Maria de Fátima Gameiro da. Gestão de Custos
Logísticos: Custeio Baseado em Atividade (ABC), Balanced Scorecard (BSC) e Valor
Econômico Agregado (EVA). São Paulo: Atlas. 2005.
PERES, JOSÉ H. JR.; OLIVEIRA, LUIS M.; COSTA, ROGÉRIO G. Gestão estratégica de
custos. São Paulo: Atlas, 2001.
SANTOS, Joel José. Manual de contabilidade e análise de custos. 7. Ed. – São Paulo:
Atlas, 2017.
62
Até aqui você conheceu conceitos que serão importantes para dar continuidade
aos estudos sobre contabilidade.
Vimos que a contabilidade de custos destina a dar informações para diversos
níveis de gestão para melhorar o desempenho.
Muito bem! Agora vamos em frente e na próxima unidade você aprenderá sobre
a contabilidade gerencial, que também auxilia na gestão empresarial, utilizando dados
financeiros, de informações de outras áreas como administração, planejamento e
orçamento.
Vem comigo!
63
UNIDADE III – CONTABILIDADE GERENCIAL E
ORÇAMENTO
Então vou lhe ajudar falando mais sobre isso. Vem comigo!
A Contabilidade Gerencial tem várias funções, mas uma das mais importantes é o
fornecimento de informação para apoiar o processo de tomada de decisões. Atkinson
et al. (2000, p. 45) afirmam que “A informação gerencial contábil participa de várias
funções organizacionais diferentes – controle operacional, custeio do produto e do
cliente, controle administrativo e controle estratégico”.
65
Iudícibus (2015 p. 21) explica as características da contabilidade gerencial:
A contabilidade gerencial pode ser caracterizada, superficialmente, como um
enfoque especial conferido a várias técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos
e tratados
1. na contabilidade financeira,
2. na contabilidade de custos,
3. na análise financeira,
4. balanços etc.
3.1.2 Custos
O que é custo? Custo é estimado como todo valor gasto com produção de bens,
mercadorias e serviços para que haja a criação de algo.
De acordo com Martins (2003, p.15)
Com o significativo aumento de competitividade que vem ocorrendo na
maioria dos mercados, seja industriais, comerciais ou de serviços, os custos
tornam-se altamente relevantes quando da tomada de decisões em uma
empresa. Isto ocorre pois, devido à alta competição existente, as empresas
já não podem mais definir seus preços apenas de acordo com os custos
66
incorridos, e sim, também, com base nos preços praticados no mercado em
que atuam.
67
pois, segundo Jiambalvo (2002, p. 76), “o gestor precisa saber como os custos se
comportam, quando o nível de atividade do negócio [...] se altera”.
De acordo com Sebrae (2019) todo negócio possui gastos, sejam eles recorrentes
ou não e é necessário identificar os gastos que são fixos e os gastos que são variáveis
em sua empresa.
• Contas de água;
• Aluguel;
68
Exemplo:
Em uma indústria de móveis, são produzidas, por mês, 250 cadeiras. Para a
produção, é contratada mão de obra temporária, que varia de acordo com a
empreitada. O pagamento é feito também por trabalho.
Como estas produções exigem maior gasto de energia, quando a produção
aumenta a conta de energia sobe 40%. Este percentual é um exemplo de custo variável.
(SEBRAE,2019)
A análise do custo-volume-lucro, de acordo com Horngren, Foster e Datar (2000,
p. 45) “pode ser usada para examinar como várias alternativas de simulação levadas
em consideração por um tomador de decisão afetam o lucro operacional. O ponto de
equilíbrio é, frequentemente, um item de interesse nesta análise”.
O exame ou a forma de analisa levando em consideração o custo-volume-
lucro (CVL) propicia visão financeira com certa amplitude junto ao processo de
planejamento. O CVL avalia o comportamento das receitas totais, dos custos totais e
do lucro à medida que ocorre uma mudança no nível de atividade, no preço de venda
ou nos custos fixos.
O comportamento de custo volume lucro é fundamental para a tomada de
decisões contribuindo para a administração de preços, diminuição de custos,
maximização de lucro, melhoria contínua e aumento do nível competitivo (ANDERSON
et al. 2002).
A análise CVL abrange os conceitos de:
• ponto de equilíbrio,
• margem de contribuição,
• margem de segurança e o grau de alavancagem operacional.
O ponto de equilíbrio ou Break-even Point, ponto de equilíbrio da empresa, de
acordo com Atkinson et al. (2000, p. 192), é “o nível em que o volume de vendas cobre
os custos fixos dos recursos comprometidos”, ou seja, é o patamar acima do qual a
empresa deve operar para não obter prejuízo. O ponto de equilíbrio em quantidade
pode ser obtido por meio da fórmula: PE = MCU CF Onde: PE = ponto de equilíbrio em
unidades CF = custos fixos MCU = margem de contribuição unitária3
69
A margem de contribuição é a quantia de dinheiro que sobra da receita após
deduzir os gastos variáveis e despesas variáveis. É entendida como a diferença entre
as vendas e os respectivos custos e despesas do produto ou serviço vendido.
Representa o percentual que o valor das vendas contribui para o pagamento das
despesas fixas e na geração de lucro.
Margem de contribuição é a diferença entre receita e a soma dos custos e
despesas variáveis. É uma ferramenta gerencial, e possui a capacidade de tornar mais
fácil e visível o potencial de cada produto, demonstrando como cada um colabora para,
primeiro, cobrir os gastos fixos, e, assim, constituir o lucro desejado
(HORNGREN,2004).
Para calcular não se utilizam os custos fixos da empresa e sim as s despesas e
custos variáveis é que são diretamente relacionadas ao volume de vendas.
Margem de Contribuição = Valor das Vendas – (Custos Variáveis + Despesas
Variáveis)
A margem de segurança é a quantidade vendida acima do ponto de equilíbrio.
Crepaldi (1999), conceitua como sendo Margem de Segurança, o valor de vendas que
superar o valor das vendas da empresa no ponto de equilíbrio. Assim, é possível,
determinar o volume de receitas que a empresa deverá ter para suprir as suas
despesas, tanto fixas quanto variáveis, da produção de determinado produto. Quanto
mais baixa for a margem de segurança, maior será o risco econômico, pois a empresa
estará trabalhando muito próximo do seu ponto crítico, podendo apresentar prejuízos.
Para a Margem de Segurança pode ser utilizadas as fórmulas:
Margem de Segurança em Valor = Vendas totais realizadas ou projetadas (-)
menos Vendas Totais no Ponto de Equilíbrio.
Margem de Segurança em Unidades = Vendas Totais realizadas ou projetadas em
unidades menos Vendas Totais em unidades.
Na sequência a abordagem será sobre custos para formação de preços de
vendas.
70
3.1.1.3 Custos para formação de preço de venda
71
Mark Up é um termo usado em economia para indicar quanto, do preço, do
produto está acima do seu custo de produção e distribuição.
72
patrimônio líquido, para mais ou para menos do que aquele que seria obtido caso todo
o investimento fosse feito apenas com recursos próprios.
De acordo com Silva (2003, p.80) Como cada empresa expõe uma estrutura
financeira e operacional própria e individualizada, o emprego de capitais de
terceiros em corporações diferentes, produz resultados diferentes em
termos de alavancagem. Então se diz que, o grau de alavancagem financeira
de uma transação é a coerência entre endividamento de longo prazo e o
capital empregado pela empresa.
Fórmula
Alavancagem Operacional = Lucro antes Juros e Provisão IRPJ e CSL/Ativos
Ainda Silva (2013, p 3) decisão de investimento, empregando recursos
próprios e de terceiros, é determinada pela perspectiva de maior
rentabilidade sobre os capitais empregados. Pode-se completar que
somente é saudável utilizar capitais dispendiosos quando a alavancagem
operacional do empreendimento for superior ao respectivo ônus.
73
3.2.2 Orçamento
O planejamento incorpora algumas ideias como planos, metas e orçamento, que
se completam. Os planos e metas fazem parte do planejamento organizacional ou
planejamento
O que é planejamento?
74
O controle é uma ferramenta usada no desenvolvimento e aplicação do
orçamento.
Segundo Bruni e Famá(2007) realiza-se no curto prazo, normalmente um ano, e
fornece uma direção dos passos que os gestores devem seguir no período corrente
para que os objetivos organizacionais sejam atingidos.
Orçamento é o programa financeiro estratégico de uma administração para certo
exercício. Aplica-se tanto ao setor governamental quanto ao privado.
O orçamento é um instrumento de planejamento e controle de resultados
econômicos e financeiros. É um modelo de mensuração que avalia e demonstra, os
comportamentos econômicos e financeiros da empresa, bem como das unidades que a
compõem.
Para tanto, na execução do orçamento acompanham informações acerca do
planejamento empresarial e o controle sobre o desempenho.
De acordo com Horngren, Foster e Datar (1997, p. 125) “orçamento é a expressão
quantitativa de um plano de ação futura da administração”, sendo assim estar
amparado pelo conjunto de análises exigidas pelo orçamento assegura um futuro
melhor para a empresa. Os estudos de mercado, de produtos, dos métodos de
comercialização e manufatura, dos recursos necessários, permitem um planejamento
muito mais seguro para o médio e longo prazo da empresa
Orçamento empresarial tem como objetivo identificar os elementos do
planejamento financeiro com o emprego de um sistema orçamentário, compreendido
como um projeto, envolvendo todo o conjunto das intervenções anuais de uma
empresa, através da formalização do comportamento dessas funções gerencias.
Orçamento geral segundo Moreira (1989, p.15), é: um conjunto de planos e políticas
que formalmente estabelecidos e expressos em resultados financeiros, permite à
administração conhecer, a priori, os resultados operacionais da empresa e, em seguida,
executar os acompanhamentos necessários para que esses resultados sejam
alcançados e os possíveis desvios sejam analisados, avaliados e corrigidos.
75
Hora de pensar sobre os conteúdos apresentados.
Custo e Despesa não são sinônimos; têm sentido próprio, assim como
Investimento, Gasto e Perda. A utilização de uma terminologia homogênea
simplifica o entendimento e a comunicação. Custo só se refere a sacrifício
na produção, salvo quando expressamente alertada a modificação da
terminologia utilizada.
_________________________________________________________________
https://www.youtube.com/watch?v=migP9aLRmUM
Custos fixos e variáveis, Margem e Ponto de Equilíbrio (Contabilidade)
https://www.youtube.com/watch?v=xMcUuan9SWg
Markup e formação do preço de venda.
https://www.youtube.com/watch?v=O_S_ogVc9Jk
Orçamento empresarial
_________________________________________________________________
ANDERSON, Mark; BANKER, Rajiv; JANAKIRAMAN, Surya. Are selling, general and
administrative costs “Sticky”? Journal of Accounting Research, 2002.
76
CREPALDI, Silvio Aparecido. Curso básico de contabilidade de custos. São Paulo: Atlas,
1999.
DAFT, Richard L. Administração/ Richard L. Daft; [tradução Robert Brian Taylor]. São
Paulo: Thomson Learning, 2006.
HEALY, P.M.; PALEPU, K.G. Information asymmetry, corporate disclosure, and the capital
markets: a review of the empirical disclosure literature. Journal of Accounting and
Economics, v.31, n.1-3, p.405-440, 2001.
PADOVEZE, Clóvis Luís. Controladoria Estratégica e Operacional. 3ª ed. São Paulo: Cengage
Learning, 2012.
SILVA, Joilma Neves da. Alavancagem financeira como instrumento de gestão racional
dos recursos de terceiros nas organizações. Disponivel em
https://semanaacademica.org.br/system/files/artigos/artigocientificojoilmaneves.pdf,
acesso em 25 de mai 2021.
77
Olá, pessoal. Chegamos ao final da disciplina!!!
Foi um grande prazer ter você nesta caminhada. Aqui puderam conhecer sobre
contabilidade financeira, custos e previsão orçamentaria por meio de análise de
relatórios e demonstrativos contábeis para tomadas de decisões.
78