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Edna Ghiorzi Varela Parente

CONTABILIDADE DE CUSTOS E
ORÇAMENTO

Florianópolis – SC
2021

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Copyright © Faculdade de Tecnologia AEROTD 2021

Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização
desta instituição.

Edição – Livro Didático

Professor Conteudista
Edna Ghiorzi Varela Parente

Design Instrucional
Sandra Mazutti

ISBN
000-00-0000-000-0

Projeto Gráfico e Capa


Marcos Elias

Diagramação
Marcos Elias

Revisão
Juliana Bordinhão Diana

Parente, Edna Ghiorzi Varela


Contabilidade de Custos e Orçamento / Edna Ghiorzi Varela
Parente. –
Florianópolis: Publicações AEROTD, 2021.
Inclui Bibliografia.
1. Contabilidade. 2. Livro didático. I. Título.

CDU:
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Faculdade AEROTD

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SUMÁRIO
UNIDADE I - CONCEITOS BÁSICOS E FUNDAMENTOS CONTÁBEIS.............................................. 7
1.1 NOÇOES BÁSICAS de contabilidade ...................................................................................... 7
1.1.1 História da contabilidade no mundo e no Brasil ................................................................. 7
1.1.2 Conceitos e noções básicas de contabilidade ..................................................................... 9
1.1.2.1 Princípios contábeis ............................................................................................................ 11
1.1.3 O patrimônio (os bens, os diretos e as obrigações) .......................................................... 12
1.1.4 Finalidades da contabilidade ........................................................................................... 17
1.1.5 A escrituração, os atos, os fatos e método das partidas dobradas..................................... 20
1.1.6 Plano de contas .............................................................................................................. 25
1.1.7 Origem e aplicação de recursos ....................................................................................... 31
1.1.8 Livro Diário, Razão e Balancete ....................................................................................... 31
1.2 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ........................................................................................... 33
1.2.1 Balanço Patrimonial........................................................................................................ 33
1.2.2 Demonstração de Resultado do Exercício ........................................................................ 38
1.2.3 Demonstração das Origens e Aplicações dos Recursos ..................................................... 39
1.2.3.1 Capital Circulante Líquido ................................................................................................... 41
1.2.3.2 Elaboração da Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos................................ 41
1.2.4 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido........................................................ 42
UNIDADE II - CONTABILIDADE DE CUSTOS................................................................................ 47
2.1 INTRODUÇÃO AOS CUSTOS ................................................................................................ 47
2.1.1 Terminologia de Custos ................................................................................................... 48
2.1.2 Custos Diretos e Indiretos ............................................................................................... 50
2.1.2 Apuração e apropriação dos custos diretos e indireto ...................................................... 51
2.1.2.1 Avaliação de estoques ........................................................................................................ 54
2.1.3 Custos fixo e variável ...................................................................................................... 56
2.1.3.1. Despesas e Custos Fixos..................................................................................................... 56
2.1.3.1. Despesas e Custos Variáveis .............................................................................................. 56
2.1.3.2 Apropriação dos Custos Fixos e Variáveis ........................................................................... 57
2.2 SISTEMAS E MÉTODOS DE CUSTEIO ................................................................................... 57
2.2.1. Sistema de custeio por absorção .................................................................................... 57
2.2.1 sistemas de custeio variável ou direto ............................................................................. 59
UNIDADE III – CONTABILIDADE GERENCIAL E ORÇAMENTO .................................................... 64
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3.1 INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE GERENCIAL .................................................................... 64
3.1.1 Funções e características da Contabilidade Gerencial ....................................................... 65
3.1.2 Custos ............................................................................................................................ 66
3.1.1.1 Custo de capital .................................................................................................................. 67
3.1.1.2 Custo, volume e lucro ........................................................................................................ 67
3.1.1.3 Custos para formação de preço de venda .......................................................................... 71
3.2 ALAVANCAGEM E ORÇAMENTO ......................................................................................... 72
3.2.1 Alavancagem .................................................................................................................. 72
3.2.2 Orçamento ..................................................................................................................... 74

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APRESENTAÇÃO
Caro estudante, SEJA BEM-VINDO!

Esta é mais a disciplina e trata sobre a Contabilidade Gerencial, de custos e


introdução ao orçamento. Ela tem por objetivo geral propiciar compreensão das
informações combinadas de contabilidade financeira, custos e previsão orçamentaria
por meio de análise de relatórios e demonstrativos contábeis para tomadas de
decisões.

Esta disciplina está dividida nas seguintes unidades de estudo:


Unidade I: CONCEITOS BÁSICOS E FUNDAMENTOS CONTÁBEIS
Unidade II: CONTABILIDADE DE CUSTOS
Unidade III: CONTABILIDADE GERENCIAL E ORÇAMENTO
Espera-se que, ao final da disciplina, você tenha compreendido a importância da
contabilidade gerencial e de custos para as tomadas de decisões com base
informações fidedignas.

Lembre-se de que você não estará só nesse processo, estarei com você em cada
unidade, motivando-o na sua caminhada, prestando as orientações, alimentando você
com informações e sanando as dúvidas que poderão surgir no decorrer da disciplina.

Encontro você nas webs conferências, nos nossos encontros previamente


agendados na sala de aula virtual.

Bons estudos!

Profa. Edna Ghiorzi Varela Parente

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UNIDADE I - CONCEITOS BÁSICOS E FUNDAMENTOS
CONTÁBEIS

Apresentação da Unidade I

Olá, vamos dar início à disciplina de Contabilidade Gerencial, de Custos e


Orçamento, começaremos por conhecer um pouco sobre a história da contabilidade,
entender os conceitos básicos e compreender os fundamentos de contabilidade e suas
áreas de atuação.
Na sequência aprenderemos sobre os demonstrativos contábeis e como analisá-
los. Estes demonstrativos darão suporte às tomadas de decisões.
Então vou lhe ajudar falando mais sobre isso. Vem comigo!

1.1 NOÇOES BÁSICAS de contabilidade


1.1.1 História da contabilidade no mundo e no Brasil

A história da contabilidade é tão antiga quanto a própria história da civilização.


(Zanluca,2021). A linha do tempo em relação à contabilidade remonta os primórdios,
desde a existência do ser humano na face terra. Pereira (et al, 2005 p.4), menciona o
Código de Manu, na Índia, com menções sobre renda, negócios e hierarquia
organizacional, registrado entre os séculos II a.C. e II d.C. de diversas localidades como
China, Egito, Caldéia, Assíria, Fenícia, Israel e Pérsia, foram encontrados registros
contábeis de 8.000 a.C. até a era cristã.
Para Leone (1995 p. 5) o registro das operações contábeis pelos comerciantes de
Veneza no século XV, deu origem ao método de partidas dobradas, divulgado por Lucca
Pacioli em 1494. Desde então, ocorre o desenvolvimento na contabilidade chegando à
Revolução industrial.

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Figura 1 – Retrato de Frei Luca Pacioli, 1945

Fonte: https://www.gettyimages.com.br/detail/foto-jornal%C3%
AD stica/portrait-of-fra-luca-pacioli-italian-mathematician-foto-
jornal%C3%ADstica/587489206?adppopup=true

Para Martins (1996) com a Revolução Industrial no século XVIII, a contabilidade


financeira (geral) estava estruturada para servir as entidades comerciais, para apuração
do resultado de cada período. Começou então a adaptação, dentro do mesmo
raciocínio, de contabilidade geral, com a formação dos critérios de avaliação de
estoques no caso industrial. Com o aparecimento das indústrias a contabilidade se
tornou percebeu nova necessidade, evoluindo para a contabilidade de custos, que deu
origem a contabilidade gerencial.
Padoveze (2004) menciona que a contabilidade em sua expressão
contemporânea, com a consagração do método das partidas dobradas e seu progresso
como ciência, passou a mostrar-se sob a forma de um dos mais valiosos sistemas de
informação que existem, em virtude de seus objetivos. E assim, o desenvolvimento
tecnológico tem permitido que a Ciência Contábil seja capaz de ampliar a sua aplicação
e seus limites.
Neste sentido, desde a história da contabilidade antiga, passando pela
contabilidade moderna e chegando à contemporânea percebe-se a evolução no mundo
contábil. A ciência da contabilidade integrada à tecnologia da informação aliada ao
sistema de computação evoluiu de guarda-livros, arquivos físicos, para contabilidade,
digital, online ou em nuvem.
Para Torquato (2016) há tempos, em uma terra pouco distante, os contadores
eram titulados de “guarda-livros”. A origem desse estranho nome era proveniente da
sua principal função que, até então, era a de escriturar e manter em boa ordem os
livros mercantis das entidades comerciais.

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Como dito, o processo evolutivo da contabilidade encontra-se atrelada ao
desenvolvimento da humanidade, e assim ocorreu no Brasil também, com maior força
a partir do século XIX, com a chegada da Família Real no país. (PEREIRA ET AL, 2013).
No final do século XIX, a Associação de Guarda-Livros buscava a criação de um
curso regular que oficializasse a profissão contábil. Assim, em 20 de abril de 1902 foi
criada a Escola Prática de Comércio, que posteriormente passaria a denominar-se
Escola de Comércio Álvares Penteado, em homenagem a um de seus fundadores
(SCHMIDT, 1996).
Com o Decreto-Lei 9.295 de 27 de maio de 1946, foram criados os Conselhos
Federal e Regionais de Contabilidade, com a determinação de fiscalizar e reger a
profissão contábil. Em 1976, a lei 6.404 (Lei das Sociedades por Ações) surgiu para
orientar a elaboração das demonstrações contábeis.

Depois de trinta e um anos a contabilidade no Brasil recebe da Lei 11.638/07 e


em seguida a Lei 11.941/09, em alguns artigos, inovações para suprir a necessidade da
harmonização das normas contábeis, denominadas de Normas Brasileiras de
Contabilidade (NBC). As NBC se classificam em Normas Profissionais e Técnicas (de
acordo com o art. 2º. Da Resolução CFC no. 1.298/10), em nível internacional, diante
da globalização e a dinâmica dos negócios, que passou por uma reestruturação,
destacando-se a promulgação da Lei 11.638/07 e Lei 11.941/09, as quais atribuíram
nova redação ao texto da Lei das Sociedades por Ações - Lei 6.404/76. (SILVERIO, et
al,2014).

Concomitantemente, a contabilidade evoluiu em relação à escrituração, de


manual para digital, de digital para online, bem como a guarda dos documentos, na
atualidade, está passando de arquivamento físico para virtual, em nuvem.

1.1.2 Conceitos e noções básicas de contabilidade

Contabilidade é a ciência que estuda o patrimônio do ponto de vista econômico e


financeiro, bem como seus princípios e as técnicas necessárias ao controle, exposição,
e a análise dos elementos patrimoniais e de suas modificações (HENDRIKSEN; VAN
BREDA, 2012).
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Marion (2009) apresenta um dos conceitos de contabilidade como sendo a
ciência que estuda, registra, controla e informa os atos e fatos econômico-financeiros
que afetam o patrimônio de uma entidade, ou entidade, seja pública ou privada.
Assim, o objeto da Contabilidade é o próprio patrimônio. Comumente, quando se
refere a contabilidade, parece ser somente no âmbito empresarial, mas não, entidade,
como visto acima pode ser uma pessoa física ou jurídica.
O conceito de acordo com Ribeiro (2013, p.10) infere que: “A contabilidade,
portanto, é uma ciência social que tem por objeto o patrimônio das entidades
econômico-administrativas. Seu objetivo principal é controlar o patrimônio das
entidades em decorrência de suas variações”.
As noções de contabilidade perpassam por entender que o patrimônio é riqueza
de um ente (público ou privado, de pessoa física ou jurídica). Para tanto, se faz
necessário conhecer o campo de aplicação, o objeto de estudo da contabilidade e
patrimônio.
O campo de aplicação da contabilidade são as entidades econômico-
administrativas, sejam com fins lucrativos ou não. Já o objeto de estudo da
contabilidade é o patrimônio de um ente ou entidade. Assim sendo, o patrimônio é o
conjunto de bens, direitos e obrigações vinculados à entidade econômico
administrativa. O conjunto de bens e direitos forma o Ativo da entidade, já as
obrigações são o passivo.
A contabilidade também teve um processo evolutivo considerando algumas
escolas pelas quais passou que de acordo com Schimdt (1996) a Contista define a
Contabilidade como a ciência das contas. Devido à falta de suporte e enunciação a
escola contista perdeu sua influência. A Controlista limita a Contabilidade em função
do controle das entidades. Dividiam a administração econômica em: gestão, direção e
controle para impedir o desperdício.
Já a Personalista enfatiza a relação jurídica entre as pessoas como objetivo da
Contabilidade. Tinha o objetivo de explicar os direitos e obrigações. Diferente da escola
personalista, a escola Materialista defende uma visão econômica das contábeis, ou
seja, a relação entre as contas e a empresa é uma relação material e não pessoal. Desta
forma a escola materialista dividiu os tipos de contas em: a) integrais que representam

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os bens, direitos e obrigações, ou seja, o Ativo e Passivo; e b) diferenciais que
representa o Patrimônio Líquido e as receitas e despesas de uma entidade (empresa).
A Aziendalista define a Contabilidade como a ciência da administração da
entidade. A azienda se constituiu em dois elementos: pessoas e riqueza.
A Patrimonialista define a Contabilidade como a ciência que estuda o
patrimônio. A primeira escola a defender a contabilidade como ciência do patrimônio.
A Neopatrimonialista foi a primeira escola originária do Brasil, teve início em
1978 com os estudos de Antônio Lopes de Sá. Consiste em uma nova corrente
científica que se aplicou na direção de classificar e reconhecer especialmente as
relações lógicas que determinam a essência do fenômeno patrimonial, as das
dimensões ocorridas e, com ênfase “no porque ocorrem os fatos”, ou seja, qual a
verdadeira influência dos fatores que produzem a transformação da riqueza (e que são
os dos ambientes interno e externo que envolvem os meios patrimoniais (FAVERO et
al., 2011).
As doutrinas contábeis foram introduzidas por diferentes escolas, de época, que
conceituaram a Contabilidade sob diversos aspectos.

1.1.2.1 Princípios contábeis

Conforme Iudícibus (2009) os princípios contábeis tiveram início nos Estados


Unidos, na década de 30 e ficaram conhecidos como: Princípios contábeis geralmente
aceitos (PCGAs). No Brasil, os princípios passaram a valer resolução n° 750/93. Com. No
ano de 2010 houve atualizações que foram introduzidas na resolução do CFC-Conselho
Federal de Contabilidade nº 1.282/10, resultando os princípios de entidade, prudência,
continuidade,
O princípio da competência, segundo Iudícibus (2009) as receitas e despesas
deverão ser incluídas nas contas de resultado do exercício no período em que ocorrem,
independentemente se houve recebimento ou pagamento.
O princípio da prudência de acordo com Iudícibus (2009) esse princípio
determina o cálculo de menor valor para contas do ativo e do maior para o passivo,
quando houver probabilidade de mudanças patrimoniais que possam alterar o
patrimônio líquido.
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O princípio da continuidade pressupõe que a Entidade continuará em operação
no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio
levam em conta esta circunstância.
O princípio da oportunidade refere-se ao processo de mensuração e
apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e
tempestivas. Em seu parágrafo único enfatiza que falta de integridade e
tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil pode ocasionar a
perda de sua relevância, por isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade
e a confiabilidade da informação (Normas legais,2018).
Sobre o princípio do registro pelo valor original, Iudícibus (2009) diz que os
componentes do patrimônio terão que ser registrados pelos valores originais das
transações feitas e também que serão de acordo com a moeda corrente do país.
O princípio da entidade para Iudícibus (2009) é qualquer atividade de negócio
que tem como objetivo a lucratividade por meio de sua atividade principal, esse
princípio tem como base que o patrimônio da entidade não se confunde com o
patrimônio dos sócios.

1.1.3 O patrimônio (os bens, os diretos e as obrigações)

Segundo Greco et al (2009) patrimônio é o conjunto bens materiais e ou


imateriais, avaliáveis em dinheiro, os direitos e obrigações ligado a uma pessoa ou a
uma entidade. Compreende tudo o que uma pessoa tem (bens e direitos) e tudo aquilo
que a pessoa deve (obrigações). Os bens e direitos (Ativo) e obrigações (Passivo) são
aqueles que podem ser avaliados em moeda. Os bens e direitos constituem a parte
positiva do Patrimônio, chamada Ativo. As obrigações representam a parte negativa do
Patrimônio, chamada Passivo.

Figura 2 – Representação Gráfica

Patrimônio
Bens
e Obrigações
Diretos
Fonte: autora,2021

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Dentro da contabilidade os bens se subdividem em bens móveis, imóveis,
tangíveis, intangíveis (bens fixos).
Os bens móveis são bens que tem existência material, passível de remoção sem
danos, são objetos que podem ser transportados sem perda das características.
Exemplo: Mesas, cadeiras, automóveis, dinheiro, máquinas, semoventes, entre e
outros.
Os bens imóveis são os que não podem ser removidos, retirados do lugar
natural, pois são fixos. São imóveis por não poderem ser transportados de um lugar
para outro sem alteração de sua substância. Exemplo as árvores, os edifícios, os
terrenos, entre outros.
Os bens tangíveis denominados de bens corpóreos ou bens materiais,
constituem-se com forma física, bens palpáveis, que podem ser tocados. Ex.: mesas,
cadeiras, máquinas, veículos, terrenos, dinheiro, móveis e utensílios, estoques etc.
Os bens intangíveis chamados de bens incorpóreos ou bens imateriais, são os
bens que não compõem uma realidade física e que não são palpáveis. Ex.: nome
comercial de uma entidade (Ex.: Itaú), marcas, (Ex.: Coca-Cola), registro patente de
invenção, ponto comercial (reconhecimento de um negócio pela clientela), etc.
Os bens fixos, de permanência relativamente duradoura e que constitui meios
básicos indispensáveis ao funcionamento de uma entidade.
Os direitos em contabilidade são valores a receber, ou “direito a auferir”, é
o poder de receber alguma coisa. São títulos a receber, contas a receber, duplicatas a
receber ou clientes. Mais alguns direitos pode-se citar como: aluguéis a receber, ações
a receber.
As obrigações representam dívidas de um indivíduo, entidade, instituição
(entidade, ente) com o outro, àquele que irá cobrar, exigir o valor de volta. São
nomeadas obrigações exigíveis, são pagamentos que serão exigidos acordo com
critérios, como o pagamento na data de vencimento. Marion (2009).
As obrigações se dividem em obrigações com terceiros (Fornecedores (compras a
prazo de produtos e serviços); Salários a pagar; Encargos sociais a pagar; Empréstimos)
e obrigações com sócios, acionistas ou proprietários (capital Social, Patrimônio Líquido
ou obrigações próprias).

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Na representação gráfica a seguir, do lado esquerdo apresenta-se os bens e
direitos que são denominados como elementos positivos. Já do lado direito, as
obrigações, estão evidenciados os elementos negativos.

Fonte:http://leandrovagner.blogspot.comestudando-contabilidade-o-patrimonio.html

Patrimônio, seja no âmbito legal ou econômico, menciona o conjunto de bens,


direitos e obrigações que tem valor monetário, para pessoas físicas ou jurídica.

Vale lembrar que o patrimônio é composto por duas partes: ativos (bens +
direitos), passivos (obrigações com terceiros) e patrimônio líquido. O patrimônio
líquido é calculado somando os bens e direitos e deduzindo as obrigações com
terceiros. Pode ser representado pela situação líquida (SL). Marion (2009).

Patrimônio

ATIVO PASSIVO

Bens Obrigações
Direitos Patrimônio Líquido

Fonte: http://leandrovagner.blogspot.com/2011/05/estudando-contabilidade-o-patrimonio.html

As situações podem ser: Situação Líquida Nula, Situação Líquida Positiva


(superavitária) ou ainda Situação Líquida negativa (Deficitária ou Passivo a Descoberto).

Na sequência apresenta-se um exemplo para elucidar. Greco et al (2009).

Representação Gráfica
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Fonte: Situação líquida. Soares, 2020

O saldo é conhecido como Situação Líquida ao qual é denominado de Patrimônio


Líquido. Considerações sobre a situação líquida em que se apresenta sob três aspectos
como visto: Positiva, Nula e Negativa. Marion (2009).

Representação Gráfica

ATIVO MENOS O PASSIVO EXIGIVEL = SITUAÇÃO LÍQUIDA (SL)


BENS + DIREITOS – OBRIGAÇÕES = PL OU SL
ATIVO MAIOR QUE O PASSIVO → SITUAÇÃO LÍQUIDA POSITIVA
BENS + DIREITOS MENOS AS OBRIGAÇÕES
ATIVO MENOR QUE O PASSIVO → SITUAÇÃO LÍQUIDA NEGATIVA
BENS + DIREITOS MENOS AS OBRIGAÇÕES
ATIVO = PASSIVO → SITUAÇÃO LÍQUIDA NULA
BENS + DIREITOS MENOS OBRIGAÇÕES
Fonte: a autora (2021)

Para se conhecer a riqueza líquida da entidade (ou pessoa): somam-se os bens e


os direitos e, desse total, subtraem-se as obrigações; os resultados é a riqueza líquida,
ou seja, a parte que sobra do patrimônio para a pessoa ou entidade. Ela é denominada
patrimônio líquido ou situação líquida. Greco et al (2009).

ATIVO (+) PASSIVO (-)


BENS OBRIGAÇÕES
PATRIMÔNIO
DIREITOS LIQUÍDO

Assim sendo, o Patrimônio Líquido representa a diferença entre o Ativo e o


Passivo.

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Exemplo:

ATIVO (+) PASSIVO (-)


Equilíbrio
2.500,00 500,00 Patrimonial
P.L.
2.000,00

2.500,00 2.500,00

Então, pode-se apresentar o Patrimônio de três formas diferentes, ou seja:


1º) O Ativo maior que o Passivo
ATIVO (+) PASSIVO (-)

3.000,00 1.000,00
P.L.
O Patrimônio Líquido é
2.000,00
a diferença entre o
Ativo (3.000,00) e o
3.000,00 3.000,00 Passivo (1.000,00)
2º) O Ativo igual ao Passivo

ATIVO (+) PASSIVO (-)

3.000,00 3.000,00
Resultado numa Situação Líquida Nula ou Compensada.

3º) O Ativo menor que o Passivo

ATIVO (+) PASSIVO (-) O Passivo Descoberto


representa a diferença
3.000,00 3.500,00 entre o Passivo e o
PASSIVO Ativo
DESCOBERTO
500,00

Apenas a 1ª primeira situação é real (o Ativo maior que o Passivo), pois apresenta
uma situação de equilíbrio patrimonial na entidade uma vez que o conjunto de bens e
direitos é suficiente e superior para saldar os compromissos da entidade com terceiros,
representados pelas obrigações. Greco et al (2009)

Na 2ª segunda situação, uma posição muito difícil de acontecer, pois sendo o


Ativo igual ao Passivo, representa que toda a parte do proprietário já foi consumida
pelas obrigações que representam o mesmo valor do conjunto de bens e direitos.

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Considerando, ainda que uma parte do Ativo é constituída de bens que são destinados
ao uso da entidade (Móveis e utensílios, Instalações, Máquinas e Equipamentos etc.)
não podendo se desfazer deles, são necessários ao funcionamento da entidade, o Ativo
deverá ser maior que o Passivo, no mínimo pela soma desses valores, senão é bem
provável que a entidade tenha que alienar esses bens, para saldar seus compromissos,
não sobrando nada para que possa continuar funcionando. Greco et al (2009)

A 3ª é mais crítica ainda, (o Ativo é menor que o Passivo), apresenta o Patrimônio


numa situação muito difícil de ser encontrada, sendo as obrigações superiores ao
conjunto de bens e direitos. Mesmo transformando seus bens e direitos em
numerários, não é suficiente para cobrir as obrigações. Daí, o nome PASSIVO A
DESCOBERTO, pois a soma do Ativo não dá pra cobrir a soma do Passivo. Greco et al
(2009).

Então, a situação líquida patrimonial mostra a diferença entre o Ativo Total


deduzido o Passivo Exigível, conhecido como capital de terceiros, também
denominado de Patrimônio Líquido (capital próprio). Acesse o link e saiba
mais.
https://www.youtube.com/watch?v=_e0ep0hqhPw

1.1.4 Finalidades da contabilidade

Para Marion (2009) como funções básicas da contabilidade observa-se duas, uma
é a administrativa, e a outra é a econômica.

– Função administrativa: controlar o patrimônio.

– Função econômica: apurar o resultado.

Em resumo pode-se representar o objeto, objetivo e finalidade de uma entidade


a partir da figura 1.
17
O objetivo da Contabilidade é o estudo do patrimônio e de suas variações,
quantitativamente e qualitativamente, visando o fornecimento de informações que
sejam úteis para tomadas de decisões.

A contabilidade tem como finalidade ser a ciência da riqueza. Os dados coletados são
analisados pela gestão das entidades (usuários) para que possam tomar decisões com
base em resultados (Greco, Arend,2013).

a) Usuários da contabilidade

Os usuários da contabilidade são os grupos de pessoas, físicas ou jurídicas, sejam


participantes do ambiente interno e externo, que têm interesse em avaliar a situação
patrimonial de uma entidade. Alguns deles podem ser:

– Sócios, acionistas, proprietários;


– Diretores, administradores, executivos;
– Institutos de pesquisas;
– Fornecedores;
– Clientes;
– Órgãos governamentais;
– Instituições financeiras;
– Empregados;
– Sindicatos e associações.

Representação gráfica

Fonte: Usuários da contabilidade (Marion,2009)

18
De acordo com Marion (2009) a pessoa física é a pessoa natural, é todo ser
humano, é todoindivíduo (sem qualquer exceção). A existência da pessoa física termina
com a morte. Já a pessoa jurídica é a união de indivíduos que, por meio de um contrato
reconhecido por lei, formam uma nova pessoa, com personalidade distinta da de seus
membros. As pessoas jurídicas podem ser com fins lucrativos (entidades industriais,
comerciais etc.) ou sem fins lucrativos (cooperativas, associações culturais, religiosas
etc.).

A contabilidade para atingir sua finalidade se utiliza das seguintes técnicas.

b) Técnicas contábeis

São os métodos empregados, para o registro dos fatos ou eventos contábeis, para
a elaboração de demonstrações contábeis por meio dos lançamentos. As técnicas são:

• Escrituração

É o registro de todos os fatos que ocorrem no patrimônio por meio de


lançamentos, utilizando-se dos métodos das partidas dobradas. O método das
partidas dobradas significa que para cada lançamento devedor haverá um
lançamento credor de igual valor.

• Demonstrações Financeiras

São demonstrativos expositivos dos fatos ocorridos num determinado


período. Representam a exposição gráfica dos fatos. São elas:

– Balanço Patrimonial
– Demonstração do Resultado do Exercício
– Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados
– Demonstração das Mutações do patrimônio Líquido
– Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos
• Auditoria

É o exame e a verificação da exatidão ou não dos procedimentos


contábeis.

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• Análise das Demonstrações Financeiras

Analisa e interpreta as demonstrações financeiras.

c) Aspectos Qualitativos e quantitativos

Os relatórios contábeis são elaborados a partir da escrita contábil deverão


ressaltar esses dois aspectos:

1) Qualitativo - consiste em qualificar, dar nomes aos elementos


componentes do respectivo relatório, permitindo que se conheça a natureza de
cada um;

2) Quantitativo - consiste em atribuir, aos respectivos elementos, seus valores


em moeda.

1.1.5 A escrituração, os atos, os fatos e método das partidas dobradas

A escrituração será executada em forma contábil. Será executada em ordem


cronológica de dia, mês e ano, com ausência de espaços em branco, entrelinhas,
borrões, rasuras, emendas ou transportes para as margens.
A escrituração será executada com base em documentos de origem externa ou
interna ou na sua falta, em elementos que comprovem ou evidenciem fatos e a prática
de atos administrativos (RIBEIRO,2009).
a) Atos Administrativos
São os acontecimentos que ocorrem na empresa e não provocam alterações no
Patrimônio.
Exemplo: aval de títulos, fianças em favor de terceiros, contratação de seguros,
remessa de duplicatas para cobrança simples.
b) Fatos Administrativos
São os acontecimentos que provocam variações nos valores patrimoniais,
podendo ou não alterar o Patrimônio Líquido.
Podem ser classificados em três grupos:
c) Fatos Permutativos

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São aqueles que provocam entre os elementos componentes do Ativo e/ou do
Passivo, sem modificar o valor do Patrimônio Líquido.
d)Fatos Modificativos
São aqueles que acarretam alterações, para mais ou para menos, no Patrimônio
Líquido.
e) Fatos Mistos
Envolve, ao mesmo tempo, um Fato Permutativo e um Fato Modificativo.
ESQUEMA PARA FIXAÇÃO
Para facilitar a fixação dos tipos de Fatos Administrativos, veja o seguinte esquema:
• Fatos Permutativos: envolvem apenas Contas Patrimoniais.
• Fatos Modificativos: envolvem apenas uma Conta Patrimonial e uma ou mais
Contas de resultado ou do Patrimônio Líquido.
• Fatos Mistos: envolvem mais de uma Conta Patrimonial e uma ou mais Contas
de Resultado ou do Patrimônio Líquido.

Segundo Marion (2009), em contabilidade, a maneira para contabilizar as


movimentações, operações ou eventos é o método das partidas dobradas. Os registros
de um fatos contábeis, ocorrem por meio do lançamentos:
a) Lançamentos
Cada lançamento, que é o registro das movimentações (fato ou evento) do
patrimônio, deve ser composto dos seguintes elementos:
Para elaborar um lançamento você deverá seguir os seguintes passos:
1º Passo: Verificar o local e a data da ocorrência do fato.
Resposta: considerar a sua cidade e a data de emissão da Nota Fiscal.
2º Passo: Verificar que documento foi emitido na operação.
Se não houver documentos idôneos que comprove a ocorrência do fato, não
poderá ser contabilizado.
Resposta: no exemplo, o documento emitido foi a Nota Fiscal nº. 91932.

21
3º Passo:
Todo fato administrativo, objeto de escrituração, envolve, no mínimo, dois
elementos patrimoniais, ou de resultado. Então, esse 3º passo consiste em identificar
quais são os elementos envolvidos na operação.
Resposta: relendo o exemplo, nota-se:
- compra à vista .... significa que movimentamos dinheiro.
1º elemento: é dinheiro.
2º elemento: uma Impressora, Marca HP 3550.
4º Passo:
Verificar no Plano de Contas que conta deveremos utilizar para registrar cada um
dos elementos identificados no 3º passo.
Resposta: Dinheiro será registrado na conta Caixa.
Computador será registrado na conta, Computador e Periférico.
5º Passo: Preparar o histórico do Lançamento.
O histórico consiste em relatar o fato. Este relato deve conter apenas os dados
necessários para o bom esclarecimento do evento. Nunca esquecer de identificar a
espécie e o número do documento comprobatório, bem como o nome da entidade
com quem se transaciona.
Resposta: Compra de uma Impressora, Marca HP 3550, conforme Nota Fiscal nº
91932 da Casa de Informática Ltda.
6º Passo: Identificar que conta será debitada e que conta será creditada.
O que é conta a ser debitada e conta a ser creditada?
Observe que todo fato que ocorre na entidade ocorre em forma de troca. Vamos
tomar, por exemplo, a compra à vista da Impressora em questão.
A entidade receber Impressora e dá em troca o dinheiro. Pode-se concluir, nesta
fase da aprendizagem, que em todo evento ocorrido na entidade envolvendo
elementos materiais, existe pelo menos um elemento que entra para a entidade,
podendo acarretar aumento nos elementos patrimoniais.
E existe, também, pelo menos um elemento que sai em troca do que entrou,
podendo acarretar diminuição entre os elementos patrimoniais.

22
Sendo assim, todo fato objeto de contabilização poderá aumentar e ou diminuir
os elementos do Ativo, do Passivo e do Patrimônio Líquido.
Continuando o raciocínio, primeiro exemplo de lançamento, busca-se, agora,
identificar a conta a ser debitada:
Resposta: é a Impressoras, porque a Impressora está entrando para o patrimônio
da Entidade.

E qual a conta a ser creditada?

Resposta: é a Conta Caixa, porque está saindo dinheiro da entidade.

b) Fórmulas contábeis

Em 1924, no I Congresso Brasileiro de Contabilidade, foram aprovadas


quatro fórmulas de escrituração baseadas no método das partidas dobradas:
1ª fórmula: um débito para cada crédito
2ª fórmula: um débito e vários créditos
3ª fórmula: vários débitos e um crédito
4ª fórmula: vários débitos e vários créditos

Para Marion(2009) o método das partidas dobradas, que deu origem as quatro
fórmulas de lançamentos de eventos contábeis foi descrito pela primeira vez em 1494,
na Itália, por Luca Pacioli em seu livro “Summa de Aritmética, Geometria, Proportioni
et Proportionalità, conhecido como Contabilidade por Partidas Dobradas, que trata da
contabilidade. Isto quer dizer que não há débito sem crédito correspondente.
1) Débito: Registro realizado para aumentar o valor de uma conta do ativo (bens
e direitos) ou diminuir uma conta do passivo (obrigações).
2) Crédito: Registro realizado para aumentar o valor de uma conta do passivo
(obrigações) ou diminuir uma conta do ativo (bens e direitos).
Segundo Greco et al (2009) a finalidade do método das partidas
dobradas descreve que para cada lançamento contábil em uma entidade, a quantia
lançada nas contas a débito deve ser sempre igual ao total do valor lançado nas contas
a crédito. Ou seja, para todo débito corresponde um crédito de igual valor e vice-versa.
Para cada elemento (Ativo, passivo ou Patrimônio Líquido) existe uma conta para
representá-lo. Para o dinheiro existente, temos uma conta própria para representá-lo
23
que se chama “Caixa”. Outras contas “Móveis e utensílios”, “Duplicatas a receber”,
“Duplicatas a pagar” e assim por diante.
A função de cada conta é representar a variação que um fato promoveu no
Patrimônio da entidade, essa variação pode ser a DÉBITO ou a CRÉDITO da conta. A
diferença entre o débito e crédito de uma conta, é chamada de SALDO, e esse saldo
pode ser DEVEDOR ou CREDOR.
Utiliza-se para isso uma representação gráfica e a representação é chamada de
CONTA EM T, ou RAZONETE.
Essa representação é usada para facilitar o aprendizado, na prática veremos
depois que isso é feito através de um livro chamado de Livro Razão, daí o nome de
RAZONETE, o qual prefiro chamar assim ao invés de CONTA EM T.

Cada T desse é uma conta. E para identificá-la coloca-se na parte superior, logo
acima do T o nome da conta, ficou assim:

Bancos

No Razonete em forma de T coloca-se do lado esquerdo DÉBITO e o lado direito


da conta chamamos de lado de CRÉDITO, veja:

Bancos

Lado do Débito Lado do Crédito

Se lançar no Razonete em forma de T R$ 500,00 a débito da conta “Banco” pela


entrada de dinheiro e R$ 200,00 a crédito da mesma conta para pagamento de algo se
tem o saldo dito devedor, porém positivo.
Bancos
DEVEDOR
R$ 500,00 R$ 200,00 R$ 300,00

24
DÉBITO > CRÉDITO = SALDO DEVEDOR = SALDO POSITIVO

• Contas do Ativo que podem ser debitadas ou creditadas, mas seu saldo será
sempre devedor.

• Conta do Passivo pode ser creditada e debitada, mas seu saldo sempre será
credor.

• Contas Mistas debitadas e creditadas, apresentando o saldo ora devedor ora


credor.

1.1.6 Plano de contas

Para Marion (2009) é necessário que se tenha em qualquer entidade um PLANO


DE CONTAS razoável, que estabeleça por finalidade principal norma de conduta para
registro das operações da organização de qualquer sistema contábil.
Para Pereira et al (2005), um plano de contas refere-se a um documento que
registra a estrutura das contas a serem utilizadas para registro das transações, devem
ser levados em conta três elementos básicos: Elenco das contas; Função atribuída a
cada conta; Funcionamento (quando deve ser debitada e quando deve ser creditada).
Estes grupos por sua vez também se dividem em subgrupos, os quais
passaremos a analisar:
CIRCULANTE (Bens e direitos realizáveis num prazo inferior a 365 dias)
ATIVO NÃO CIRCULANTE (Idem, em um prazo superior a 365 dias)
Realizável a Longo Prazo
Investimentos
Imobilizado
Intangível

O ATIVO representa a parte positiva do patrimônio, a fonte de investimentos, as


aplicações de recursos (BENS E DIREITOS).

CIRCULANTE (Obrigações exigíveis num prazo inferior a 365 dias)


PASSIVO NÃO CIRCULANTE (Idem, num prazo superior a 365 dias)
25
PATRIMÔNIO LÍQUIDO (Capitais próprios)

O PASSIVO representa a parte negativa do patrimônio, a fonte de financiamentos,


as origens dos recursos (OBRIGAÇÕES).

VENDAS
DESPESAS: ADMINISTRATIVAS
FINANCEIRAS

Despesas: Todo gasto despendido na manutenção da atividade da entidade.

VENDAS
RECEITAS: PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
FINANCEIRAS

Receitas: Todo valor obtido decorrente da venda dos produtos e serviços da sua
atividade.

MODELO DE UM PLANO DE CONTAS PARA ENTIDADES COMERCIAIS


CONTAS PATRIMONIAIS

1. ATIVO 2. PASSIVO
1.1 ATIVO CIRCULANTE 2.1 PASSIVO CIRCULANTE
1.1.01 Caixa 2.1.01 Fornecedores
1.1.02 Bancos conta Movimento 2.1.02 Duplicatas a Pagar
1.1.03 Clientes 2.1.03 Promissórias a Pagar
1.1.04 Duplicatas a Receber 2.1.04 Salários a Pagar
1.1.05 Promissórias a Receber 2.1.05 Impostos e Taxas a Recolher
1.1.06 Estoque de Mercadorias
1.1.07 Estoque de material de
Expediente
1.2 ATIVO NÃO-CIRCULANTE 2.2 PASSIVO NÃO-CIRCULANTE
1.2.01 Duplicatas a Receber LP 2.2.01 Duplicatas a Pagar LP
1.2.02 Computadores 2.2.02 Promissórias a Pagar LP
1.2.04 Imóveis 2.3 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
26
1.2.05 Instalações 2.3.01 Capital
1.2.06 Móveis e Utensílios 2.3.02 Reservas
1.2.07 Veículos 2.3.03 (-) Prejuízos Acumulados
1.2.08 Fundo de Comércio
CONTAS DE RESULTADO

3. DESPESAS 2. RECEITAS
3.1 DESPESAS OPERACIONAIS 4.1 RECEITAS OPERACIONAIS
3.1.01 Água e Esgoto 4.1.01 Aluguéis Ativos
3.1.02 Aluguéis Passivos 4.1.02 Descontos Obtidos
3.1.03 Café e Lanches 4.1.03 Juros Ativos
3.1.04 Combustíveis 4.1.04 Receitas Eventuais
3.1.05 Descontos Concedidos 4.1.05 Receitas de Serviços
3.1.06 Despesas Bancárias
3.1.07 Despesas de Organização
3.1.08 Energia Elétrica
3.1.09 Fretes e Carretos
3.1.10 Impostos e Taxas
3.1.11 Juros Passivos
3.1.12 Material de Expediente
3.1.13 Material de Limpeza
3.1.14 Serviços de Terceiros
3.1.15 Telefones
3.1.16 Despesas Eventuais
5. CONTAS DE APURAÇÃO DO RESULTADOS
5.1 RESULTADO LÍQUIDO
5.1.01 Resultado do Exercício

De acordo com Greco et al (2009) o plano de contas é o instrumento que o


profissional consulta quando vai fazer um lançamento contábil, pois indica qual conta
deve ser debitada e qual conta deve ser creditada.

27
O plano de contas, genericamente tido como um simples elenco de contas,
constitui na verdade um conjunto de normas do qual deve fazer parte, ainda, a
descrição do funcionamento de cada conta, com comentários e indicações gerais sobre
a aplicação e o uso de cada uma das contas.
O título de uma conta deve expressar o significado adequado das operações nela
registradas.
O primeiro passo para determinar o débito ou crédito de certa conta, é saber a
origem dela, se ele é um direito (Ativo), uma obrigação (Passivo) ou representa um
elemento do Patrimônio Líquido positivo ou negativo.
Lembrando, o Ativo é composto das contas de saldo devedor e o Passivo das
contas com saldo credor. O Patrimônio Líquido positivo é sempre creditado o seu saldo
sempre credor, e o Patrimônio Líquido negativo, sempre debitado, seu saldo sempre
devedor.

SALDO DEVEDOR SALDO CREDOR

PASSIVO
ATIVO
PATRIMÔNIO LÍQUIDO (+)
PATRIMÔNIO LÍQUIDO (-)
PATRIMÔNIO LÍQUIDO (-)

De acordo com ZANLUCA (2021) o primeiro lançamento que se faz em


determinada conta terá que ser de acordo com a sua origem. Uma conta que
represente um bem ou direito, seu valor inicial sempre a débito, se trata de uma conta
do Ativo.
Contas que representam obrigações seu valor inicial a crédito, trata-se de contas
do Passivo.
Contas do Patrimônio Líquido são unilaterais como já vimos, ou seja, despesas
debitadas e receitas sempre creditadas.

CONTAS VALOR INICIAL


ATIVO DÉBITO

PASSIVO CRÉDITO

28
SISTUAÇÃO LÍQUIDA POSITIVO CRÉDITO

SITUAÇÃO LÍQUIDA NEGATIVO DÉBITO

RECEITA CRÉDITO

CUSTOS DÉBITO

DESPESAS DÉBITO

− Conta “Caixa” terá SALDO a débito pois se trata de um bem, portanto, Ativo.

− Conta “Fornecedores” terá SALDO a crédito pois representa uma obrigação,


portanto, Passivo.

Partindo de um valor inicial, as contas bilaterais (Ativo e Passivo) vão sendo


debitadas e creditadas com o seu saldo variando a cada operação:

Note que o DÉBITO


− Os aumentos do Ativo
− As reduções do Passivo
− Os aumentos do Patrimônio Líquido Negativo
Note que o CRÉDITO
− As reduções do Ativo
− Os aumentos do Passivo
− Os aumentos do Patrimônio Líquido Positivo.
ELEMENTOS VALOR VARIAÇÕES CRÉDITO /
INICIAL DÉBITO
(+) DEBITO
ATIVO DÉBITO (a)
(--) CRÉDITO
(--) CRÉDITO
PASSIVO CRÉDITO (b)
(+) DÉBITO
SITUAÇÃO LIQUIDA CRÉDITO (+) CRÉDITO
POSITIVA (c)
SITUAÇÃO LQIUIDA DÉBITO (+) DÉBITO
NEGATIVA (d)
a) As contas do Ativo têm o valor inicial a débito, aumentam com débito e diminuem
com os créditos.

b) As contas do Passivo têm o valor inicial a crédito, aumentam com os créditos e


diminuem com os débitos.

29
c) As contas do Patrimônio Líquido Positivo têm o seu valor inicial a crédito, serão
sempre creditadas.

d) As contas do Patrimônio Líquido Negativo têm o seu valor inicial a débito, serão
sempre debitadas.

Exemplo: Compra de Mercadoria a Vista - Entrada de Mercadorias na entidade.


(aumenta conta Mercadorias) e a saída de dinheiro do caixa (diminui conta Caixa).

ENTRADA DE MERCADORIA

“CONTA DE ESTOQUE”

Fonte: Nota ..., s.d.

DÉBITO CONTA ESTOQUE (MERCADORIAS)

CRÉDITO CONTA CAIXA

São contas do Ativo, e a regra diz que o Ativo aumenta com o débito e diminui o
crédito.

A conta que aumentou


(Mercadorias) foi debitada e
a que diminui (Caixa) foi
creditada. ATIVO

Relembrando:

As contas do Ativo aumentam com o débito.

− As contas do Passivo aumento com o crédito.

30
− As contas do Ativo diminuem com o crédito.
− As contas do Passivo diminuem com o débito.
− As contas de despesas são sempre debitadas.
− As contas de receitas são sempre creditadas.

1.1.7 Origem e aplicação de recursos

De acordo com Marion (2009) no Balanço Patrimonial são apresentadas as contas


de Ativo, Passivo Exigível e Patrimônio Líquido. As contas que compõem Ativo,
representam, por sua natureza, aplicações de recursos e as contas do passivo exigível e
Patrimônio liquido representam as origens.

Na representação gráfica acima, observa-se que o aumento (a entrada) no ativo


(de bens e direitos) é aplicação. No Passivo (obrigações com terceiros e Patrimônio
Líquido (obrigações com sócios) a entrada de recurso é origem.

1.1.8 Livro Diário, Razão e Balancete


Segundo Marion (2009) o lançamento contábil informatizado é executado uma
vez, depois efetua-se os comandos indispensáveis para o programa de contabilidade
gerar o Diário, Razão e o Balancete.

a) Diário

O livro diário, são registradas as movimentações contábeis diárias. É obrigatório o


seu e os lançamentos serão efetuados “dia a dia”. Entende-se por lançamentos, todos

31
os atos ou operações da atividade, ou que modifiquem ou que possam a vir modificar a
situação patrimonial da pessoa jurídica.

Representação Gráfica

Fonte: Livro Diário, Bachitold (2011)

b) Livro razão

No Livro Razão estão registradas as movimentações, a escrituração, que tem por


fim trazer dados cronológicos das transações do Livro Diário e organizados por contas
distintas.

Fonte: http://www.portaldecontabilidade.com.br/obrigacoes/livrorazao.htm.Acesso em 26 de mai 2021

32
c) Balancete

O Balancete de Verificação é considerado instrumento e utilizado de acordo com


o Método das Partidas dobradas, universalmente aceito e criado, do Frei Luca Pacioli,
introduzi na Itália, século XV, segundo Marion (2004) para a criação de um rol de
contas.

Representação Gráfica

Exemplo de um Balancete de Verificação

Cia. Contabilidade Clara


Balancete Mensal de Verificação - Mês _______ Ano _____
Contas Natureza Débito Crédito
Caixa
AC 4.800 -
Bancos C/ Movimento
AC 10.200 -
Duplicatas a Receber
AC 6.000 -
Mercadorias
AC 9.400 -
Imobilizado
ANC 32.000 -
Fornecedores
PC - 17.800
Empréstimos e Financiamentos
PNC - 10.100
LP
PL - 28.000
Capital Social
PL - 6.500
Lucros ou Prejuízos Acumulados
Total 62.400 62.400

O balancete de verificação é um relatório auxiliar de caráter não obrigatório. Na


sequência apresenta-se o conteúdo acerca das demonstrações contábeis.

1.2 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS


1.2.1 Balanço Patrimonial
Marion (2012) assevera que o Balanço Patrimonial é uma demonstração que
informa o patrimônio de uma entidade em determinado período, ou seja, mostra todos
os BENS, DIREITOS E OBRIGAÇÕES em certa data.
Inicialmente registra dados, depois processa evidenciando as informações em
relatórios e demonstrações.

33
É uma demonstração estática, sintética e ordenada do patrimônio de uma
entidade, mostrando posição financeira na forma quantitativa e qualitativa em um
momento.
De acordo com o Portal de Contabilidade acessado em 20/06/2021, o Balanço
Patrimonial é a demonstração contábil destinada a evidenciar, qualitativa e
quantitativamente, numa determinada data, a posição patrimonial e financeira da
Entidade.
No balanço patrimonial, as contas deverão ser classificadas segundo os
elementos do patrimônio que registrem e agrupadas de modo a facilitar o
conhecimento e a análise da situação financeira da entidade.
Na Lei 6.404/76 (artigos 176 a 182 e artigo 187) e NBC T.3, o Balanço Patrimonial
é constituído pelo Ativo, pelo Passivo e pelo Patrimônio Líquido. A Lei 6.404/76 teve
algumas alterações propiciadas pelas Leis 11.638/07 e 11.941/09.
Quadro comparativo antes e depois das alterações advindas das Leis 11.638/07 e
11.941/09.

Fonte: http://docs.uninove.br/arte/fac/publicacoes/pdfs/ricardo_eliane.pdf.Acesso 10/05/2021.

De acordo com Greco et al (2009) o Ativo compreende as aplicações de recursos


representadas por valores, direitos e bens, capazes de gerar benefícios econômicos
futuros, originados de eventos ocorridos. No ativo as contas serão dispostas em ordem
decrescente de grau e liquidez.

34
O Passivo compreende as origens de recursos representados pelas obrigações
para com terceiros, resultantes de eventos ocorridos que exigirão ativos para a sua
liquidação. As contas que compõem o passivo são dispostas em ordem crescente dos
prazos de exigibilidade (Greco et al, 2009).

O Patrimônio Líquido compreende os recursos próprios da Entidade, e seu valor


é a diferença entre o valor do Ativo e o valor do Passivo, em determinado momento
(IUDÍCIBUS, 2010).
O ativo circulante abrange valores realizáveis no exercício social subsequente.
Assim, por exemplo, uma entidade cujo exercício social encerre em 31 de dezembro, ao
realizar o encerramento do exercício de 31 de dezembro de 2020, deverá classificar no
Ativo Circulante todos os valores realizáveis até 31 de dezembro de 2021.
Na entidade cujo ciclo operacional tiver duração maior que o exercício social, a
classificação no circulante ou longo prazo terá por base o prazo deste ciclo. Raramente,
porém, é usado esta classificação mais extensa, de forma que, como padrão, pode-se
adotar a classificação das contas como circulante se forem realizáveis ou exigíveis no
prazo de 1 (um) ano. (IUDÍCIBUS, 2010).
Já no ativo não circulante estão inclusos os bens de permanência duradoura,
destinados ao funcionamento normal da sociedade e do seu empreendimento, assim
como os direitos exercidos com essa finalidade.
Para (IUDÍCIBUS, 2010) o Ativo Não Circulante será composto dos seguintes
subgrupos:
Ativo Realizável a Longo Prazo
Investimentos
Imobilizado
Intangível

No Ativo Realizável a Longo Prazo, são classificáveis contas da mesma natureza


das do Ativo Circulante, que, todavia, tenham sua realização certa ou provável após o
término do exercício seguinte, o que, normalmente, significa realização num prazo
superior a um ano a partir do próprio balanço. (IUDÍCIBUS, 2010).

35
As despesas apropriáveis após o exercício seguinte também são classificadas no
Ativo Realizável a Longo Prazo. Os direitos não derivados de vendas, e adiantamentos
ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas, diretores, acionistas ou
participantes no lucro da entidade, que não constituírem negócios usuais na
exploração do objeto da entidade, serão classificados no Ativo Realizável a Longo
Prazo. (IUDÍCIBUS, 2010).
No subgrupo Investimentos do Ativo Não Circulante devem ser classificadas as
participações societárias permanentes, assim entendidas as importâncias aplicadas na
aquisição de ações e outros títulos de participação societária, com a intenção de
mantê-las em caráter permanente, seja para se obter o controle societário, seja por
interesses econômicos, entre eles, como fonte permanente de renda. (IUDÍCIBUS,
2010).
O Ativo Imobilizado é formado pelo conjunto de bens e direitos necessários à
manutenção das atividades da entidade, caracterizados por apresentar-se na forma
tangível (edifícios, máquinas e etc.). O imobilizado abrange, também, os custos das
benfeitorias realizadas em bens locados ou arrendados. (IUDÍCIBUS, 2010).
Nos ativos intangíveis compreendem o leque de bens incorpóreos destinados à
manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de
comércio adquirido. (IUDÍCIBUS, 2010).
Trata-se de um desmembramento do ativo imobilizado, que, a partir da vigência
da Lei 11.638/2007, ou seja, a partir de 01.01.2008, passa a contar apenas com bens
corpóreos de uso permanente. PEREIRA (2005).
Como exemplos de intangíveis, os direitos de exploração de serviços públicos
mediante concessão ou permissão do Poder Público, marcas e patentes, softwares e o
fundo de comércio adquirido (PEREIRA, 2005).
No passivo circulante são escrituradas as obrigações da entidade, inclusive
financiamentos para aquisição de direitos do ativo não-circulante, quando se vencerem
no exercício seguinte. No caso de o ciclo operacional da entidade ter duração maior
que a do exercício social, a concepção terá por base o prazo desse ciclo. (IUDÍCIBUS,
2010).

36
No Passivo não Circulante são escrituradas as obrigações da entidade, inclusive
financiamentos para aquisição de direitos do ativo não-circulante, quando se vencerem
após o exercício seguinte. No caso de o ciclo operacional da entidade ter duração
maior que a do exercício social, a concepção terá por base o prazo desse ciclo.
(IUDÍCIBUS, 2010).
Já o Patrimônio Líquido é a diferença entre o valor dos ativos e dos passivos. É
constituído por Capital Social, Reservas de Capital, Ajustes de Avaliação Patrimonial,
Reservas de Lucros, Ações em Tesouraria e Prejuízos Acumulados. (IUDÍCIBUS, 2010).

DEMONSTRATIVO GRÁFICO DO BALANÇO:


ATIVO PASSIVO

CIRCULANTE CIRCULANTE
NÃO CIRCULANTE NÃO CIRCULANTE
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
INVESTIMENTOS
IMOBILIZADO
INTANGÍVEL
Fonte: http://www.portaldecontabilidade.com.br/guia/balancopatrimonial.htm.Acesso em 20/06/2021

Neste sentido, vale ressaltar que o Ativo, com saldo em débito, representam o
lado positivo, são as aplicações de recursos. Já o passivo, representa o lado negativo,
tem saldo credor e são as origens de recursos.

Fonte: Origem e aplicação de recurso no Balanço Patrimonial, Bächtold (2011).

O Balanço Patrimonial é um demonstrativo contábil composto por duas partes e


três elementos a saber: os Ativos (bens e direitos), os Passivos (Obrigações) e o
Patrimônio Líquido, tem por finalidade apresentar a posição financeira e patrimonial.
37
Assista o vídeo a seguir de José Carlos Marion, um dos autores mais
importantes na área contábil. O Balanço Patrimonial é um relatório que
evidencia de forma clara e precisa a situação financeira de uma entidade.
https://www.youtube.com/watch?v=swRAdRzLqK4

1.2.2 Demonstração de Resultado do Exercício

A Demonstração de Resultados do Exercício, conhecida pela sigla DRE é um


relatório contábil que objetiva sintetizar o resultado líquido do exercício. Ele é o
detalhamento das receitas e despesas de uma entidade, com a finalidade de
apresentar se a entidade obteve lucro ou prejuízo. Na visão de Marion (2009), o
Demonstrativo de Resultados do Exercício, também conhecido pela sigla DRE, é
uma demonstração contábil que cataloga todas as contas do balanço patrimonial da
entidade para evidenciar e justificar o resultado líquido da mesma durante
o exercício contábil.

É o resumo das receitas, deduções, custos e despesas de uma entidade em dado


período específico.

Quadro 2 - Estrutura Básica das Demonstração do Resultado do Exercício

RECEITA OPERACIONAL BRUTA


(-) Deduções e abatimentos da Receita Bruta
(-) Devolução de vendas/impostos e contribuições incidentes sobre venda
(-) Descontos/abatimentos
(=) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA
(-) Custos Produtos Vendidos
(-) Custo das Mercadorias Vendidas
(-) Custo dos Serviços Prestados
(=) LUCRO OPERACIONAL BRUTO
(-) Despesas Operacionais

38
(+) Receitas Não Operacionais
(=) LUCRO LÍQUIDO ANTES DO IR E DA CSLL
(-) Provisão para IR e CSLL sobre o lucro
(=) LUCRO LÍQUIDO PÓS-PROVISÃO E ANTES DAS PARTICIPAÇÕES
(-) Participações
(=) LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
Fonte: Marion (2012)

A Receita Operacional Bruta compõe-se por meio da venda de produtos,


mercadorias e serviços. As deduções são os imposto cobrados, bem como a exclusão as
devoluções de mercadoria (ou produtos), e os abatimentos concedidos pelas
mercadorias (ou serviços) em desavença com o pedido (MARION, 2012), resultando na
Receita Operacional Líquida. A Receita Operacional Líquida serve de base para a
diminuição dos custos e resulta no Lucro Operacional Bruto. O Lucro Operacional Bruto
é a receita real com a exclusão dos impostos e custos. É a partir do Lucro Operacional
Bruto que são deduzidas as despesas operacionais e acrescentado as receitas não
operacionais e ao final depois da provisão do IR e da CSLL encontra-se o Lucro Líquido
ou Prejuízo.

No Brasil a DRE deve ser elaborada seguindo o princípio da Competência.


Neste princípio, as receitas e as despesas são inclusas na operação do
resultado do período em que ocorreram, independente de recebimento ou
pagamento. Acesse o link e saiba mais:
https://www.youtube.com/watch?v=mRoClY1mYCk&t=0s

1.2.3 Demonstração das Origens e Aplicações dos Recursos


A Demonstração de Origens e aplicações de Recursos é um relatório contábil que
mostra as movimentações financeiras de uma entidade, em relação aos financiamentos
(representados pelas origens dos recursos) e os investimentos, que são as aplicações
dos recursos. Era obrigatória a elaboração deste relatório, mas com as mudanças na
legislação passou a ser opcional.

39
De acordo com o Portal de Contabilidade, até 31.12.2007, a Demonstração das
Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) era obrigatória para as companhias abertas e
para as companhias fechadas com patrimônio líquido, na data do balanço patrimonial,
superior a R$ 1.000.000,00 (limite este atualizado pela Lei nº 9.457/97). A DOAR indica
as modificações na posição financeira da companhia.
Os financiamentos estão representados pelas origens de recursos, e os
investimentos pelas aplicações de recursos, sendo que o significado de recursos aqui
não é simplesmente o de dinheiro, ou de disponibilidades, pois abrange um conceito
mais amplo; representa capital de giro líquido que, na denominação dada pela lei, é
Capital Circulante Líquido.
A partir de 01.01.2008, a DOAR foi extinta, por força da Lei 11.638/2007, sendo
obrigatória para apresentação das demonstrações contábeis encerradas somente até
31.12.2007.
A DOAR indicará as modificações na posição financeira da companhia,
discriminando:
1 - as origens dos recursos, agrupadas em:

a) lucro do exercício, acrescido de depreciação, amortização ou exaustão e


ajustado pela variação nos resultados de exercícios futuros;

b) realização do capital social e contribuições para reservas de capital;

c) recursos de terceiros, originários do aumento do passivo exigível a longo prazo,


da redução do ativo realizável a longo prazo e da alienação de investimentos e direitos
do ativo imobilizado;

2 - as aplicações de recursos agrupadas em:

a) dividendos distribuídos;

b) aquisição de direitos do ativo imobilizado;

c) aumento do ativo realizável a longo prazo, dos investimentos e do ativo


diferido;

d) redução do passivo exigível a longo prazo;

40
3 - o excesso ou insuficiência das origens de recursos em relação às aplicações,
representando aumento ou redução do capital circulante líquido;

4 - os saldos no início e no fim do exercício, do ativo e passivo circulantes, o


montante do capital circulante líquido e o seu aumento ou redução durante o
exercício.

1.2.3.1 Capital Circulante Líquido

O Capital Circulante Líquido é a diferença entre o ativo circulante (disponível,


contas a receber, estoques e despesas pagas antecipadamente) e o passivo circulante
(fornecedores, contas a pagar e outras exigibilidades do exercício seguinte) em
determinada data.
Quando o Ativo Circulante é maior do que o Passivo Circulante, tem-se um
Capital Circulante Líquido próprio. Quando o Ativo Circulante é menor do que o
Passivo Circulante, tem-se um Capital Circulante Líquido negativo ou de terceiros.

1.2.3.2 Elaboração da Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos

1º passo: obtenção do balanço final, depois de todos os ajustes, na data de


encerramento do exercício, bem como do balanço de encerramento do exercício
anterior.

2º passo: apurar as variações dos saldos das contas, ou seja, a diferença líquida
entre os mesmos. Os grupos de Exigível a Longo Prazo, Resultados de Exercícios
Futuros e Patrimônio Líquido, por serem credores, devem ser indicados como
negativos.

3º passo: análise da composição das variações ocorridas em cada uma das


contas.

EXEMPLO:

DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS


EXERCÍCIO FINDO EM 31.12 (em R$):

ORIGENS DE RECURSOS: Valor R$ Soma:

41
DAS OPERAÇÕES:
Lucro Líquido do Exercício 46.000,00
Mais: Depreciação e amortização 68.000,00
SOMA DAS OPERAÇÕES 114.000,00
DOS ACIONISTAS:
Integralização de capital
91.000,00
SOMA DOS ACIONISTAS 91.000,00
DE TERCEIROS:
Ingresso de novos empréstimos 50.000,00
Baixa do imobilizado (valor de venda) 50.000,00
SOMA DE TERCEIROS 100.000,00
TOTAL DAS ORIGENS 305.000,00

APLICAÇÕES DE RECURSOS: Valor R$ Soma:

Aquisição de imobilizado 284.000,00


TOTAL DAS APLICAÇÕES 284.000,00
VARIAÇÃO NO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO 21.000,00

Demonstração do Aumento no Capital Circulante Líquido (em R$):

Saldos em 31.12.2002 31.12.2003 Variação


Ativo Circulante 560.000,00 600.000,00 40.000,00
Passivo Circulante 372.000,00 391.000,00 (19.000,00)
Capital Circulante Líquido 188.000 209.000,00 21.000,00

A Demonstração de origens e aplicações de recursos - DOAR evidencia as


movimentações financeiras de uma entidade no que se refere aos financiamentos.

1.2.4 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido


Segundo Iudícibus (2010), a DMPL - Demonstração das Mutações do Patrimônio
Líquido é um relatório produzido pela contabilidade para evidenciar as alterações
do patrimônio líquido. Esta demonstração não é obrigatória por lei, mas é exigido pela
CVM - Comissão de Valores Mobiliários para entidades de capital (ações em bolsa de
valores) cujo capital social é aberto.

42
Veja:

Fonte: DMPL – Professor Quintino, 2021


https://www.youtube.com/watch?v=_LKp9eAN0h8

Para elaborar a planilha acima é necessário: a) Adicionar os saldos de abertura,


transcrevendo nas linhas do relatório os saldos de cada conta na data do balanço final
do exercício anterior, ou seja, em 32 de dezembro do ano em questão. Em seguida,
some os valores e preencha a coluna total com o resultado. B) Acrescente as variações
que ocorreram nas contas e em seguida adicione ou subtraia os movimentos
financeiros que aconteceram em cada conta no referido ano. Cada linha da tabela
representa uma das contas, pode-se acrescentar linhas conforme for necessário.
c)Inicie a totalização assim como realizado no segundo item, será necessário calcular o
total dos valores por coluna, os resultados devem coincidir com os saldos do balanço
(saldos em 31/12 corrente), e por linha, cujos resultados devem ser colocados na
coluna total.

Com intuito de refletir sobre a contabilidade, você agora tem a oportunidade de


parar, pensar a contribuição da contabilidade para a Força Aerea Brasileir. Veja o
que dizem as reportagens.

43
https://www.fab.mil.br/noticias/mostra/27697/GEST%C3%83O%20-
%20SEFA%20realiza%20segunda%20edi%C3%A7%C3%A3o%20de%20Semin%C3
%A1rio%20de%20Contabilidade%20de%20Custos

https://www.fab.mil.br/noticias/tag/CONTABILIDADE

_________________________________________________________________

Entendendo a dinâmica do patrimônio e patrimonio liquido.Acesse o link abaixo


e saiba mais. https://www.youtube.com/watch?v=_LKp9eAN0h8

Existem diferença entre pessoa fisica e juridica na contabilidade?


https://www.youtube.com/watch?v=E6Mfy29d2V8&list=RDCMUC1u_OyuxX1TU
_FCPVnYRIiw&index=18

Sobre partidas dobradas... débitos e crédito quando usar? acesse o link e saiba
mais:
https://www.youtube.com/watch?v=_ZO8IfkRo6A

Lançamentos
https://www.youtube.com/watch?v=zjKSEwcM6JY
https://www.youtube.com/watch?v=Dc5JVZv3VTg

BP, oi? Ativo, Passivo e PL?


https://www.youtube.com/watch?v=vogdvZWmrDw

DRE o que é?
youtube.com/watch?v=WEMvtyUrX-
4&list=RDCMUC1u_OyuxX1TU_FCPVnYRIiw&index=19

DMPL e as mutações do PL como entender


https://www.youtube.com/watch?v=_LKp9eAN0h8

Doar e as origens e aplicacoes de recursos


https://youtu.be/nJgOC9FaFxY doar

44
BACHITOLD,Ciro. Contabilidade básica. Instituto Federal Paraná. Educação a Distância,
2011
BARRETO FILHO, José Rômulo Fraga. Preparatório para Forças Armadas: contador.
Salvador: SANAR,2017
BRASIL, lei 6.404 (Lei das Sociedades por Ações)
BRASIL, Decreto-Lei 9.295 de 27 de maio de 1946
BRASIL, Lei 11.638/07
BRASIL, Lei 11.941/09
BRASIL, Lei nº 9.457/97).
FAVERO, Hamilton Luiz. Et Al. Contabilidade: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2011.
FLOZINO, A. V. B.; SILVÉRIO, F. H. Auditoria interna e sua importância para micro e
pequenas empresas. Interatividade, Andradina, v. 2, n. 2, p. 131-141, 2014. Disponível
em: <http://www.firb.br/editora/index.php/interatividade/ article/view/141/207>.
Acesso em: 8 jul. 2021
GRECO, Alvísio; et. al.. Contabilidade: teoria e prática básicas. São Paulo: Saraiva, 2009.
HENRILKSEN, Eldon S.; VAN BREDA, Michael F. Teoría da Contabilidade. Tradução de
Antonio Zoratto Sanvicente. 1. ed. 7. reimpr. São Paulo: Atlas, 2012
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da contabilidade. São Paulo: Atlas, 2009.
IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos. Curso de contabilidade para não
contadores. São Paulo: Atlas, 2010.
LEONE, George Sebastião Guerra; LEONE, Rodrigo José Guerra . Curso de contabilidade
de custos. São Paulo: Atlas,1995.
MARION, José Carlos. Contabilidade básica. 10 ed. São Paulo: Atlas, 2009
MARION, José Carlos. Contabilidade empresarial. 16. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 10. ed. São Paulo: Atlas, 1996.
NISHIO, Elaine et al. Principais Alterações na Estrutura das Demonstrações Contábeis a
Lei nº 11.638/07.Disponivel em http://docs.uninove.br/arte/fac/publicacoes/
pdfs/ricardo _eliane.pdf.Acesso jul 2021.
PADOVEZE, C. L. Contabilidade Gerencial: um enfoque em sistema de informação
contábil. 4. Ed. São Paulo: Atlas, 2004.
PEREIRA et al. Fundamentos da Contabilidade. ‘São Paulo: Pearson, 2005
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade geral fácil. São Paulo: Saraiva, 2009
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade básica fácil. São Paulo: Saraiva, 2013.
RIBEIRO,Osni Moura,COELHO,Juliana Moura Ribeiro,Princípios de contabilidade
Comentadas. São Paulo:Saraiva,2014.
SCHMIDT, Paulo. Uma Contribuição ao Estudo da História do Pensamento Contábil.
1996. Tese (Doutorado em Contabilidade)–Faculdade de Economia, Administração e
Contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1996.
TORQUATO, Cícero. Contabilidade & Mobilidade. IX Encontro de Contabilidade do
Agreste Alagoano. < https://docplayer.com.br/17445138-Contabilidade-mobilidade-
cicero-torquato-ix-encontro-de-contabilidade-do-agreste-alagoano-maceio-maio-
2016.html>. Maceió. Alagoas. Acesso 10 de Mai 2016.
45
VAGNER, Leandro. Estudante administração. Disponível
http://leandrovagner.blogspot.com/2011/05/estudando-contabilidade-o-patrimonio.
html: Acesso em jun 2021.
ZANLUCA, Júlio Cesar. A Contabilidade e o planejamento tributário. Disponivel em
http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/contabilidade_planejamento_tri
butario.htm. Acesso em jun 2021.

Até aqui você conheceu conceitos e a dinâmica da contabilidade e seus relatórios


que serão importantes para desempenho empresarial e gerencial.

Vimos conceitos, fundamentos, estrutura de relatórios contábeis como Balanço


Patrimonial, Demonstração de resultado do exercício, Demonstração de origem e
aplicação de recursos, bem como demonstração das mutações no patrimônio líquido.

Muito bem! Agora vamos em frente e na próxima unidade você aprenderá o


sobre a contabilidade de custos.

Vem comigo!

46
UNIDADE II - CONTABILIDADE DE CUSTOS

Apresentação da Unidade II

Olá, vamos dar continuidade a disciplina de Contabilidade Gerencia e Custos.


Começaremos por entender a terminologia e suas diferentes aplicabilidades.

A contabilidade de custos é especializada em gerenciar os custos dos produtos,


comércio para determinar os preços de venda e obter um resultado representativo a
partir dos custos gerados.

Então vou lhe ajudar falando mais sobre isso. Vem comigo!

2.1 INTRODUÇÃO AOS CUSTOS


Para Joel J Santos (2017, p.1), “A contabilidade é um sistema de contas por
normas, regras, e princípios para a acumulação, geração e análise de dados para
atender a necessidade interna e externa de uma empresa”.

De acordo com Crepaldi (2018, p.3), “A Contabilidade de Custos desenvolveu-se


com a Revolução Industrial, e teve que se adaptar à nova realidade econômica, com o
surgimento das máquinas e a consequente produção em grande escala”.

A Contabilidade tem várias seções, dentre elas a Contabilidade Geral, responsável


pelos conceitos básicos, avançados e contadoria global, Contabilidade Administrativa,
correspondente a informações de natureza ambiental e social, fluxo de caixa,
legislações tributárias, entre outros, além da Contabilidade de Custos, bem como, a
Auditoria Contábil e Contabilidade Governamental (COSIF, 2021).

Sá (2000) considera que a Contabilidade de Custo possui a função de determinar


os custos para determinado período, controlar as quantidades físicas produzidas,
através do custo 17 médio, estabelecer sistemas de controle de custo que permitam
análises, comparações, redução ou melhoramentos do custo e fornecer dados de custo

47
com relação a determinadas alternativas, a fim de que a administração possa tomar
decisões quanto à escolha.

Os custos como apresentados a seguir, podem ser classificados quanto à


identificação no produto e quanto ao volume produzido. Se identificados nos produtos
classificam-se em diretos e indiretos, se classificados em relação ao volume de
produção, em fixos e variáveis.

2.1.1 Terminologia de Custos

O gasto é todo dispêndio financeiro, todo sacrifício que uma entidade assume
para a aquisição de um bem ou serviço. Para Iudícibus (1996) quando um gasto for
atribuído aos vários produtos de uma entidade, ela passa a denominar custo, ou custo
de produção.

A despesa é definida por Iudícibus (2000, p.155) como sendo “a utilização ou o


consumo de bens e serviços no processo de produzir receitas.”

Megliorini (2001) diz que custos são classificados de várias formas para atender
as várias finalidades para as quais são apuradas.

Bruni e Fama (2010) sintetizam terminologias mais usuais:

1. gastos: sacrifício financeiro que a entidade arca para a obtenção de um produto ou


serviço qualquer

2. investimento: gasto ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis


a futuros períodos

3. custos: gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou


serviços

4. despesas: bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para a obtenção de


receitas

5. desembolso: pagamento do bem ou serviço

6. perda: bem ou serviços consumidos de forma anormal

48
Os principais objetivos da Contabilidade de Custos são: a)Permitir a avaliação dos
estoques, para atendimento das legislações comercial e fiscal; b) Apurar o custo dos
produtos/serviços vendidos (no caso das entidades comerciais, o custo das
mercadorias vendidas); c) Dar suporte à tomada de decisões gerenciais no tocante a
fixação do preço de venda; d) Atender à necessidade de controles e informações
específicas (como para o atendimento à legislação fiscal) e e)Embasar orçamentos e
projeções financeiras.

Em relação ao campo de aplicação pode-se elencar:

a) Na indústria: a Contabilidade de Custos irá determinar:

• O custo dos produtos vendidos


• O estoque de produtos em elaboração (também chamado de “produtos em
fabricação”)
• O estoque de produtos acabados (ou prontos)
• O estoque de insumos (matérias-primas, materiais de embalagem,
almoxarifado, etc.)

No comércio:
São aplicadas as premissas básicas à formação do custo de mercadorias vendidas e
irá determinar:
• O custo das mercadorias vendidas
• O estoque de mercadorias
• O estoque de bens não destinados á revenda (como materiais de consumo,
etc.)

Nas prestadoras de serviços:


• O custo dos serviços vendidos
• O estoque de serviços em andamento
• O custo de materiais adquiridos e não incorporados a serviços em
andamento

49
2.1.2 Custos Diretos e Indiretos

Segundo Silva (2008) “custo é direto quando for possível mensurá-lo de forma
exata, através de uma medida de consumo (quilos, horas de mão de obra etc.) Assim,
os custos diretos variam conforme a quantidade produzida”.
Segundo Bruni e Famá (2010), os custos diretos são aqueles que podem ser
fisicamente identificados na fabricação do produto, ou seja, apresentam a propriedade
de serem perfeitamente mensuráveis de maneira objetiva.
Ex. Matéria-prima
Ainda Silva e Santos (2017) enfatizam que: os custos indiretos são aqueles que
não podem ser identificados fácil e corretamente aos objetos de custo.
De acordo com Bruni e Famá (2010, p. 29), “todos os custos relacionados com a
fabricação que não podem ser economicamente identificados com as unidades que
estão sendo produzidas”.
Ex.: aluguel, energia elétrica, depreciação, salários de supervisores etc.
Em relação aos custos e a necessidade de rateio é devido a incorporação aos
produtos que requer a utilização de algum tipo de distribuição (rateio) em virtude da
impossibilidade da sua mensuração direta.
Segundo Bruni e Famá, (2012, p. 154):
Os rateios de custos indiretos, formados em boa parte por custos fixos,
podem distorcer os processos de tomada de decisões em finanças. Uma
solução para os problemas decorrentes do emprego de rateios consistiria em
sua eliminação. Isto é, apenas os custos diretos ou variáveis seriam
associados aos produtos. Todos os custos fixos e indiretos deveriam ser
subtraídos da margem de contribuição total – sem divisões ou rateios

Rateio, segundo Crepaldi (1998), é o recurso empregado para distribuição dos


custos, ou seja, indireto. passo, sendo mais ou menos eficiente, em função do critério
de rateio utilizado.
A mão de obra é o esforço do homem aplicado na fabricação dos produtos e
pode ser classificada como direta ou indireta. Quando não se pode mais determinar e
mensurar para qual produto na área de produção a mão de obra foi empregada, ela
deixa de ser considerada mão de obra direta e passa a ser considerada mão de obra
indireta, necessitando de rateio para sua alocação. Segundo Martins (2010, p. 133):
50
O rateio de custos indiretos, de acordo com Peres; Oliveira e Costa (2001) é a
classificação dos gastos, a qual tolera o influxo de sua aplicação, pois deve ser vista
principalmente pelo objeto de sua utilização.

2.1.2 Apuração e apropriação dos custos diretos e indireto

No Portal de Contabilidade (2021) estão definições sobre o contexto da apuração


e apropriação de custos. Neste sentido enfatiza que custos diretos são aqueles que
podem ser identificados e diretamente apropriados a cada tipo de obra a ser custeado,
no momento de sua ocorrência e não necessitam de rateios para serem atribuídos ao
objeto custeado.

Exemplos de custos diretos:


• Matérias-primas usados na fabricação do produto.
• Mão-de-obra direta.
• Serviços subcontratados e aplicados diretamente nos produtos ou
serviços.

Já custos indiretos não se identificam imediatamente com a produção dos


mesmos, mantendo uma correspondência proporcional. Neste caso, é necessário um
rateio para determinar estes custos.
Para conhecer o consumo de materiais e apropriar os custos diretos a entidade
deve manter um sistema de requisições, de modo a saber sempre para qual produto
foi utilizado o material retirado do Almoxarifado.
Para conhecer o consumo de mão-de-obra direta, é necessário que a entidade
mantenha controle e apontamentos dobre os empregados a fim de verificar quais
trabalham em cada produto (ou serviço) no período (dia, semana, mês) e por quanto
tempo (minutos, horas).
Nas entidades de serviços, se faz o acompanhamento da ordem de serviço,
anotando os custos alocados diretamente (mão de obra, materiais aplicados e etc.).
Então, como visto anteriormente o custo indireto é o custo que não se pode
apropriar diretamente a cada tipo de bem ou função de custo no momento de sua

51
ocorrência. Os critérios p para rateio podem ser: mão-de-obra indireta, rateada por
horas/homem da mão de obra direta, gastos com energia, com base em
horas/máquinas utilizadas etc.
Custo indireto pode ser entendido, como aquele custo que não pode ser
atribuído (ou identificado) diretamente a um produto, linha de produto, centro de
custo ou departamento. Necessita de taxas/critérios de rateio ou parâmetros para
atribuição ao objeto custeado.
São aqueles que apenas mediante aproximação podem ser atribuídos aos
produtos por algum critério de rateio sendo assim entendido o meio de apuração e
apropriação.

Exemplos:

1. Mão-de-obra indireta: é representada pelo trabalho nos departamentos auxiliares


nas indústrias ou prestadores de serviços e que não são mensuráveis em nenhum
produto ou serviço executado, como a mão de obra de supervisores, controle de
qualidade etc.

2. Materiais indiretos: são materiais empregados nas atividades auxiliares de


produção, ou cujo relacionamento com o produto é irrelevante. São eles: graxas e
lubrificantes, lixas, embalagens, etc.

3. Outros custos indiretos: são os custos que dizem respeito à existência do setor fabril
ou de prestação de serviços, como depreciação, seguros, manutenção de
equipamentos etc.

Assim, percebe-se que custos estão em todos produtos industriais, no comércio


e na prestação de serviços dependendo de determinada área de atuação da entidade
em um período de tempo.

52
Fonte: Classificação de custos, adaptado de Bruni e Famá(2007)

Diretos: diretamente incluídos no cálculo dos produtos; materiais diretos e mão de


obra direta; perfeitamente mensuráveis de maneira objetiva.
Indiretos: necessitam de aproximações, rateio
Primários: apenas incluem a matéria prima e a mão-de-obra direta.
De transformação: Igualmente denominados custos de conversão ou custos de
agregação. Consistem no esforço agregado pela empresa na obtenção do produto.
Exemplos: mão-de-obra direta e custos indiretos de fabricação.

A apuração dos custos está diretamente relacionada ao produto, aos estoques e


serviços prestados da entidade, pois representa a baixa efetuada nas contas dos do
ativo pela realização no período.
A fórmula básica de custos pode ser apurada pela equação:
CMV = EI + C – EF
Onde:
CMV = Custo das Mercadorias Vendidas
EI = Estoque Inicial
C = Compras
EF = Estoque Final (inventário final)

53
Gráfico ilustrativo – Fórmula Básica

Fonte: Fórmula básica de custos, Bruni e Famá (2007)

2.1.2.1 Avaliação de estoques

A avalição de estoques poderá ser de acordo com:

a) inventário Periódico - É aquele onde há o controle de estoque pela averiguação da


contagem física de seus itens, geralmente ao final do exercício, quando do
fechamento do Balanço Patrimonial. Contudo, para efeitos gerenciais, deveria ser
feita essa averiguação mensalmente, quando do fechamento dos balancetes. O
inventário periódico é permitido pela legislação do imposto de renda e é o mais
usado pelas empresas de pequeno porte. Este sistema permite apurar o Custo
Global de Fabricação, ou o Custo dos Produtos Vendidos de um determinado
período, que pode ser um mês, um bimestre, um trimestre, um semestre ou um
ano, conforme o interesse da empresa.

b) Inventário Permanente é aquele feito por meio de Controle de Estoques de


maneira individualizada e diariamente, normalmente por sistema eletrônico de
dados. O controle dos estoques pode ser feito utilizando-se dos seguintes
métodos: Custo Médio Ponderado, Primeiro a entrar é o Primeiro a Sair (PEPS) e o
Último a entrar é o Primeiro a sair (UEPS).
54
 PEPS: Primeiro que Entra, Primeiro que Sai (first in, first out). No método PEPS,
usa-se o custo do lote mais antigo quando da venda da mercadoria até que se
esgotem as quantidades desse estoque, daí parte-se para o segundo lote mais
antigo e assim sucessivamente.

 UEPS: Último a Entrar, Primeiro a Sair. É um método de avaliar estoque. O


custo do estoque é determinado como se as unidades mais recentes
adicionadas ao estoque (últimas a entrar) fossem as primeiras unidades
vendidas (saídas) (primeiro a sair). No método UEPS, o custo dos itens
vendidos/saídos tende a refletir o custo dos itens mais recentemente
comprados (comprados ou produzidos, e assim, os preços mais recentes).

 Custo Médio: Este método, também chamado de método da média ponderada


ou média móvel, baseia-se na aplicação dos custos médios em lugar dos custos
efetivos. O método de avaliação do estoque ao custo médio é aceito pelo Fisco
e usado amplamente.

No Brasil a legislação do imposto de renda permite apenas o PEPS e a Média


Ponderada Móvel para fins de contabilidade de custos.

Bruni e Famá(2007)

55
É relevante considerar a natureza dos custos na atividade empresarial, eles
podem e devem ser reduzidos em função de uma maior lucratividade.

https://www.youtube.com/watch?v=sDnd9oc9-xs
_________________________________________________________________

2.1.3 Custos fixo e variável


Segundo Zanluca(2021) os custos fixos e variáveis podem ser classificados de
diferentes maneiras, de acordo com seu fim. Quanto ao volume de produção os custos
são classificados em fixos e variáveis que é utilizada para o cálculo do sistema de
custos variável.

2.1.3.1. Despesas e Custos Fixos


As despesas ou custos fixos são aqueles que não sofrem alteração de valor em
caso de aumento ou diminuição da produção, conhecido também como custo de
estrutura. Como exemplo pode-se citar a) Limpeza e Conservação; b) Aluguéis de
Equipamentos e Instalações; c) Salários da Administração e d) Segurança e Vigilância,
entre outros. Zanluca (2021).

Neste tipo de custeio entende-se que possíveis variações na produção não irão
afetar os gastos, estes gastos estão com os valores fixados. Por isso chama-se de
custos fixos. Zanluca(2021).

2.1.3.1. Despesas e Custos Variáveis


Classifica-se como custos ou despesas variáveis aqueles que variam de acordo
com o nível de produção ou atividades, em sua proporcionalidade. Seus valores
dependem diretamente do volume produzido ou de vendas efetivado num
determinado período. Como exemplo pode-se citar: a) Matérias-Primas; b) Comissões
de Vendas e c) Insumos produtivos (Água, Energia) Zanluca (2021).

56
2.1.3.2 Apropriação dos Custos Fixos e Variáveis
No sistema de custo variável o custo final do produto (ou serviço) será a soma do
custo variável, dividido pela produção correspondente, sendo os custos fixos
considerados diretamente no resultado do exercício. Neste sistema a geração de
riqueza está na venda e não na produção. Zanluca (2021).

Vale lembrar que este sistema de custos, custeio variável, não é permitido pelo
legislação fiscal brasileira, e serve somente para fins gerenciais. O custo de absorção é
o utilizado legalmente conforme o Decreto 3.000/99.

Neste método todos os gastos relativos ao esforço de fabricação são distribuídos


para todos os produtos feitos, pouco importando se estes são fixos ou variáveis. Desta
forma os produtos acabam absorvendo os custos, o que gerou o nome deste método
custeio por absorção, Zanluca (2021).

• Vantagens do Custeio Variável

Mesmo não sendo aceito pela legislação fiscal, o custeio variável apresente
vantagens sobre as demais. Pode-se destacar as seguintes:

- Apresenta o Resultado Operacional em função das vendas

- Não há necessidade de adotar critérios de rateio para apropriar custos fixos, já


que esses são deduzidos diretamente do resultado.

- Torna evidente a Margem de Contribuição de cada produto, muito utilizada no


processo decisório.

Na sequência serão tratados os sistemas e métodos de custeio absorção e direto.

2.2 SISTEMAS E MÉTODOS DE CUSTEIO


2.2.1. Sistema de custeio por absorção
De acordo com Zanluca(2021) custeio por Absorção (também chamado “custeio
integral”) é o método derivado da aplicação dos Princípios de Contabilidade.

57
Consiste na apropriação de todos os custos (diretos e indiretos, fixos e variáveis)
causados pelo uso de recursos da produção aos bens elaborados, e só os de produção,
isto dentro do ciclo operacional interno. Todos os gastos relativos ao esforço de
fabricação são distribuídos para todos os produtos feitos.

Exemplo:

Admitindo-se os seguintes custos para produção de XYZ, pelo método do sistema


de absorção, teremos:

DESCRIÇÃO VALOR R$

Matérias Primas transferidas para produção 25.000,00

Custo da Mão de Obra da Produção apurada no mês 10.000,00

Gastos Gerais de Produção apurados no mês 8.000,00

TOTAL DO CUSTO DE PRODUÇÃO DO MÊS 43.000,00

Unidades Produzidas no mês 5.000

Custo Unitário de Produção de XYZ 8,60

As principais características do custeio por absorção:

1. Engloba os custos totais: fixos, variáveis, diretos e/ou indiretos.

2. Necessita de critério de rateios, no caso de apropriação dos custos indiretos


(gastos gerais de produção) quando houver dois ou mais produtos ou serviços.

3. É o critério legal exigido no Brasil. Entretanto, nem sempre é útil como


ferramenta de gestão (análise) de custos, por possibilitar distorções ao distribuir custos
entre diversos produtos e serviços, possibilitando mascarar desperdícios e outras
ineficiências produtivas.

4. Os resultados apresentados sofrem influência direta do volume de produção.

58
COMPONENTES DO CUSTO

O custo de aquisição de mercadorias destinadas à revenda incluirá os de


transporte e seguro até o estabelecimento do contribuinte e os tributos não
recuperáveis devidos na aquisição ou importação.

O custo da produção dos bens ou serviços compreenderá, obrigatoriamente:

• o custo de aquisição de matérias-primas e quaisquer outros bens ou serviços


aplicados ou consumidos na produção, inclusive os de transporte e seguro até o
estabelecimento do contribuinte e os tributos não recuperáveis devidos na
aquisição ou importação;

• o custo do pessoal aplicado na produção, inclusive na supervisão direta,


manutenção e guarda das instalações de produção;

• os custos de locação, manutenção e reparo e os encargos de depreciação dos


bens aplicados na produção;

• os encargos de amortização, diretamente relacionados com a produção;

• os encargos de exaustão dos recursos naturais utilizados na produção.

2.2.1 sistemas de custeio variável ou direto


Os custos variáveis estão vinculados ao volume produzido. Faria e Costa (2010, p.
101) relatam que os usuários da embalagem no sistema logístico podem considerar
como custo variável nas cadeias de abastecimento ou distribuição, pois dependem do
volume movimentado/transportado; ou, também, ser considerada como custo direto
aos objetos de custeio a serem analisados, tais como, por exemplo, cadeia, cliente ou
canal de distribuição, quando é possível identificá-la ao referido objeto.
Estes autores, afirmam que em termos de comportamento os custos podem ser
considerados como custos variáveis:
• custos de frete sobre materiais nacionais e gastos com importações que estão
evidenciados dos na Logística de Abastecimento, pois são dependentes dos volumes
de suprimentos nacionais e importados;
59
• custo de Movimentação Interna, evidenciado na Logística de Planta, associado
a um processo de terceirização realizado pela empresa para um operador logístico, no
intuito de “variabilizar” seus custos fixos;
• custos evidenciados na Logística de Distribuição (produtos e peças), tais como
fretes de transferência das plantas para o CD, fretes de exportações, fretes sobre
vendas nacionais e fretes de peças de reposição, pois dependem dos volumes de
produtos e peças movimentados;
• custos de Estocagem (manutenção de inventários), pois são dependentes dos
ativos estocados. Os custos podem ser classificados de diversas maneiras, de acordo
com sua finalidade. Quanto ao volume de produção os custos são classificados em
fixos e variáveis. Esta classificação é muito utilizada para o cálculo do sistema de custos
variável.
Despesas e Custos Variáveis Classificamos como custos ou despesas variáveis
aqueles que variam proporcionalmente de acordo com o nível de produção ou
atividades. Seus valores dependem diretamente do volume produzido ou volume de
vendas efetivado num determinado período.
Exemplos:

• Matérias-Primas
• Comissões de Vendas
• Insumos produtivos (Água, Energia) Despesas e Custos Fixos Despesas ou
Custos fixos são aqueles que não sofrem alteração de valor em caso de aumento ou
diminuição da produção.
A contabilidade de custos é responsável pelo controle dos gastos, gerando
informações para o processo decisório. Ela produz informações imperativos para a
gestão de qualquer negócio. É a partir dela que é possível tomar decisões buscando
saúde financeira de uma entidade, seja empresa ou instituição.

60
Qual a diferenca entre custos diretos, indiretos, fixos e variáveis ? Existe
diferença?

https://www.youtube.com/watch?v=44SfHq-j8oo

_________________________________________________________________

Para você entender melhor e ter uma visão mais abrangente sobre a
contabilidade de custos assista os videos acessando os links abaixo.

Custos
Exercitando as terminologias em custos
https://www.youtube.com/watch?v=5MzUOUQar-s
https://www.youtube.com/watch?v=lmL8PiA-Ar0
https://www.youtube.com/watch?v=A1DDLY8bdiA

Custos diretos e indiretos


https://www.youtube.com/watch?v=sDnd9oc9-xs

Custos fixos e variáveis


https://www.youtube.com/watch?v=4EjpLKrrbKc

Custeio por absorção


https://www.youtube.com/watch?v=GI5F9k8KB8g

Custeio Diretos
https://www.youtube.com/watch?v=migP9aLRmUM

Inventário
https://www.youtube.com/watch?v=kL_1e4J74co
_________________________________________________________________

61
BRUNI, A. L. & FAMÁ, R. Gestão de Custos e Formação de Preços: Com Aplicação na
Calculadora HP 12C e Excel. São Paulo: Atlas S.A., 2007

BRUNI, Adriano Leal. FAMÁ, Rubens. Gestão de Custos e Formação de preços: com
aplicações na calculadora HP e Excel. 4. reimpr. São Paulo: Atlas, 2010.

BRUNI, Adriano Leal, FAMÁ, Rubens. Gestão de custos e formação de preços: com
aplicações na calculadora HP 12C e Excel, Atlas, São Paulo 2012.

COSIF – Portal de contabilidade. Disponível em http://cosif.com.br/publica.asp?


arquivo=especializa1. Acesso em maio 2021.

CREPALDI, Silvio Aparecido; CREPALDI, Guilherme Simões. Contabilidade de custos. 6.


Ed. São Paulo: Atlas, 2018.

FARIA, Ana Cristina de; COSTA, Maria de Fátima Gameiro da. Gestão de Custos
Logísticos: Custeio Baseado em Atividade (ABC), Balanced Scorecard (BSC) e Valor
Econômico Agregado (EVA). São Paulo: Atlas. 2005.

IUDÍCIBUS, S. Contabilidade Introdutória. 8. ed. São Paulo: Atlas, 1996

IUDÍCIBUS, S. Teoria da Contabilidade. São Paulo: Ed. Atlas, 2000

MEGLIORINI, Evandir. Custos. São Paulo: Makron Books, 2001.

PERES, JOSÉ H. JR.; OLIVEIRA, LUIS M.; COSTA, ROGÉRIO G. Gestão estratégica de
custos. São Paulo: Atlas, 2001.

PORTAL DE CONTABILIDADE. Apropriação e apuração de custos. Disponivel em


http://www.portaldecontabilidade.com.br/guia/custos_direitos.htm, acesso jul 2021.

SANTOS, Joel José. Manual de contabilidade e análise de custos. 7. Ed. – São Paulo:
Atlas, 2017.

SÁ, Antônio Lopes. Contabilidade básica de custos. São Paulo: Atlas,1998

SILVA, Benedito Albuquerque da. Custos e Estratégias de Gestão. Apostilado de pós-


graduação, 2008

ZANLUCA, Júlio César. Manual de Contabilidade de Custos. Portal Tributário Editora.


Disponível em: Acesso em jul 2021.

62
Até aqui você conheceu conceitos que serão importantes para dar continuidade
aos estudos sobre contabilidade.
Vimos que a contabilidade de custos destina a dar informações para diversos
níveis de gestão para melhorar o desempenho.
Muito bem! Agora vamos em frente e na próxima unidade você aprenderá sobre
a contabilidade gerencial, que também auxilia na gestão empresarial, utilizando dados
financeiros, de informações de outras áreas como administração, planejamento e
orçamento.
Vem comigo!

63
UNIDADE III – CONTABILIDADE GERENCIAL E
ORÇAMENTO

Apresentação da Unidade III

Olá, estamos concluindo a disciplina de Contabilidade Gerencial e de Custos.


Nesta Unidade trataremos a contabilidade e os aspectos gerenciais que evoluíram da
contabilidade financeira, da de custos que, quando combinados, produzem
informações preciosas para o processo de tomada de decisão nas entidades.

Então vou lhe ajudar falando mais sobre isso. Vem comigo!

3.1 INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE GERENCIAL


A Contabilidade de Custos nasceu da Contabilidade Financeira, quando da
necessidade de avaliar estoques na indústria, tarefa essa que era fácil na empresa
típica da era do mercantilismo. (MARTINS, 2003, P.16)
A Contabilidade de Custos deu origem a Contabilidade Gerencial, neste sentido
Martins (2003, p.16) assinala que:
seus princípios derivam dessa finalidade primeira e, por isso, nem sempre
conseguem atender completamente a suas outras duas mais recentes e
provavelmente mais importantes tarefas: controle e decisão. Esses novos
campos deram nova vida a essa área que, por sua vez, apesar de já ter criado
técnicas e métodos específicos para tal missão, não conseguiu ainda explorar
todo o seu potencial.

De modo que a Contabilidade gerencial soma o conhecimento de outras áreas de


acordo com Matins (2003) são visões que compreendem o todo da Contabilidade
Gerencial; esta é mais ampla.
A Contabilidade Gerencial é um instrumento fundamental para auxiliar a gestão
na geração de informações para a tomada de decisão.
A Contabilidade Gerencial, segundo Padoveze (2012) produz informação útil para
a administração, a qual exige informações para vários propósitos tais como: auxílio no
planejamento; na medição e avaliação de performance; na fixação de preços de venda
e na análise de ações alternativas.”
64
Fonte: Sistema de Informações Gerenciais, (MARTIN,2003, p.15)

A ilustração anterior apresenta a ideia de como se situam a Contabilidade


Financeira, a de Custos e a Gerencial e o sistema de orçamento, no contexto de um
Sistema de Informação.
Contabilidade Gerencial se utiliza de temas de outras disciplinas para dar suporte
à gestão. Caracteriza-se como área contábil autônoma.
A contabilidade gerencial tem a função de fazer um planejamento capaz de
efetuar um controle eficaz das atividades e organizar o processo gerencial. Produz
informações que norteiam a realização de metas e o alcance dos objetivos das
entidades que será decisivo para manter a competitividade no mercado.

3.1.1 Funções e características da Contabilidade Gerencial

A Contabilidade Gerencial tem várias funções, mas uma das mais importantes é o
fornecimento de informação para apoiar o processo de tomada de decisões. Atkinson
et al. (2000, p. 45) afirmam que “A informação gerencial contábil participa de várias
funções organizacionais diferentes – controle operacional, custeio do produto e do
cliente, controle administrativo e controle estratégico”.

65
Iudícibus (2015 p. 21) explica as características da contabilidade gerencial:
A contabilidade gerencial pode ser caracterizada, superficialmente, como um
enfoque especial conferido a várias técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos
e tratados
1. na contabilidade financeira,

2. na contabilidade de custos,

3. na análise financeira,

4. balanços etc.

Colocados em uma perspectiva diferente, num grau de detalhe mais analítico ou


numa forma de apresentação e classificação diferenciada, de maneira a auxiliar os
gerentes das entidades em seu processo decisório.

3.1.2 Custos
O que é custo? Custo é estimado como todo valor gasto com produção de bens,
mercadorias e serviços para que haja a criação de algo.
De acordo com Martins (2003, p.15)
Com o significativo aumento de competitividade que vem ocorrendo na
maioria dos mercados, seja industriais, comerciais ou de serviços, os custos
tornam-se altamente relevantes quando da tomada de decisões em uma
empresa. Isto ocorre pois, devido à alta competição existente, as empresas
já não podem mais definir seus preços apenas de acordo com os custos

66
incorridos, e sim, também, com base nos preços praticados no mercado em
que atuam.

Em sentido amplo, custo é o valor pago a produção de bens ou serviços. Por


vezes o conceito de custo é ligado aos s conceitos de gasto, preço, despesa ou de
desembolso.

3.1.1.1 Custo de capital


A governança corporativa consiste em um fator essencial à eficiente alocação de
recursos e desenvolvimento do mercado de capitais (HEALY & PALEPU, 2001).
É uma taxa de juros que reflete a remuneração mínima exigida por um investidor,
uma expectativa de ganho ao escolher uma decisão de investimento ao invés de outra.
 Equivale ao ganho mínimo que tornaria uma alternativa financeira atraente aos
investidores.

 Medir a atratividade da sua empresa para investidores externos (bancos) ou


para investidores internos (novos sócios).

 É a riqueza econômica com base em ativos intangíveis como: Reputação; Marca;


Qualidade; Produtos e Gestão

Custo de capital é o preço do dinheiro quando investido em algo. Na teoria de


finanças corporativas, o custo de capital tem diversos usos. Um primeiro uso que pode
ser destacado é a determinação da viabilidade de um investimento ou projeto ou
títulos.
A divulgação ampla e profunda das condições econômico-financeiras da empresa
e do projeto a ser financiado permitiria que investidores externos alocassem de modo
mais eficiente seus recursos, ampliando a demanda pelos títulos e a sua liquidez,
reduzindo o custo do capital (LANZANA et al., 2006; LIMA, 2009; ANGONESE et al.,
2013).

3.1.1.2 Custo, volume e lucro

A análise de custo-volume-lucro auxilia o processo de elaboração de um plano


operacional. No entanto, para se discutir questões de planejamento e controle é
necessário um conhecimento a respeito do que são custos fixos, variáveis e mistos,

67
pois, segundo Jiambalvo (2002, p. 76), “o gestor precisa saber como os custos se
comportam, quando o nível de atividade do negócio [...] se altera”.
De acordo com Sebrae (2019) todo negócio possui gastos, sejam eles recorrentes
ou não e é necessário identificar os gastos que são fixos e os gastos que são variáveis
em sua empresa.

Fonte: custos fixos e varáveis, SEBRAE (2019)

Os gastos em uma entidade, ou empresa, são necessários para produção de bens


e dos serviços oferecidos, bem como os gastos para manter o pleno funcionamento
do negócio. Entre estes gastos estão o que chamamos de custos fixos e custos
variáveis.
Os custos ditos fixos, são os gastos que permanecem constantes, independente
de aumentos ou diminuições na quantidade produzida e vendida. Os custos fixos fazem
parte da estrutura do negócio.
Exemplos:

• Contas de água;

• Aluguel;

Já os custos variáveis São aqueles que variam diretamente com a quantidade


produzida ou vendida, na mesma proporção.

68
Exemplo:

Em uma indústria de móveis, são produzidas, por mês, 250 cadeiras. Para a
produção, é contratada mão de obra temporária, que varia de acordo com a
empreitada. O pagamento é feito também por trabalho.
Como estas produções exigem maior gasto de energia, quando a produção
aumenta a conta de energia sobe 40%. Este percentual é um exemplo de custo variável.
(SEBRAE,2019)
A análise do custo-volume-lucro, de acordo com Horngren, Foster e Datar (2000,
p. 45) “pode ser usada para examinar como várias alternativas de simulação levadas
em consideração por um tomador de decisão afetam o lucro operacional. O ponto de
equilíbrio é, frequentemente, um item de interesse nesta análise”.
O exame ou a forma de analisa levando em consideração o custo-volume-
lucro (CVL) propicia visão financeira com certa amplitude junto ao processo de
planejamento. O CVL avalia o comportamento das receitas totais, dos custos totais e
do lucro à medida que ocorre uma mudança no nível de atividade, no preço de venda
ou nos custos fixos.
O comportamento de custo volume lucro é fundamental para a tomada de
decisões contribuindo para a administração de preços, diminuição de custos,
maximização de lucro, melhoria contínua e aumento do nível competitivo (ANDERSON
et al. 2002).
A análise CVL abrange os conceitos de:
• ponto de equilíbrio,
• margem de contribuição,
• margem de segurança e o grau de alavancagem operacional.
O ponto de equilíbrio ou Break-even Point, ponto de equilíbrio da empresa, de
acordo com Atkinson et al. (2000, p. 192), é “o nível em que o volume de vendas cobre
os custos fixos dos recursos comprometidos”, ou seja, é o patamar acima do qual a
empresa deve operar para não obter prejuízo. O ponto de equilíbrio em quantidade
pode ser obtido por meio da fórmula: PE = MCU CF Onde: PE = ponto de equilíbrio em
unidades CF = custos fixos MCU = margem de contribuição unitária3

69
A margem de contribuição é a quantia de dinheiro que sobra da receita após
deduzir os gastos variáveis e despesas variáveis. É entendida como a diferença entre
as vendas e os respectivos custos e despesas do produto ou serviço vendido.
Representa o percentual que o valor das vendas contribui para o pagamento das
despesas fixas e na geração de lucro.
Margem de contribuição é a diferença entre receita e a soma dos custos e
despesas variáveis. É uma ferramenta gerencial, e possui a capacidade de tornar mais
fácil e visível o potencial de cada produto, demonstrando como cada um colabora para,
primeiro, cobrir os gastos fixos, e, assim, constituir o lucro desejado
(HORNGREN,2004).
Para calcular não se utilizam os custos fixos da empresa e sim as s despesas e
custos variáveis é que são diretamente relacionadas ao volume de vendas.
Margem de Contribuição = Valor das Vendas – (Custos Variáveis + Despesas
Variáveis)
A margem de segurança é a quantidade vendida acima do ponto de equilíbrio.
Crepaldi (1999), conceitua como sendo Margem de Segurança, o valor de vendas que
superar o valor das vendas da empresa no ponto de equilíbrio. Assim, é possível,
determinar o volume de receitas que a empresa deverá ter para suprir as suas
despesas, tanto fixas quanto variáveis, da produção de determinado produto. Quanto
mais baixa for a margem de segurança, maior será o risco econômico, pois a empresa
estará trabalhando muito próximo do seu ponto crítico, podendo apresentar prejuízos.
Para a Margem de Segurança pode ser utilizadas as fórmulas:
Margem de Segurança em Valor = Vendas totais realizadas ou projetadas (-)
menos Vendas Totais no Ponto de Equilíbrio.
Margem de Segurança em Unidades = Vendas Totais realizadas ou projetadas em
unidades menos Vendas Totais em unidades.
Na sequência a abordagem será sobre custos para formação de preços de
vendas.

70
3.1.1.3 Custos para formação de preço de venda

Para Bruni e Famá(2007) no processo de formação de preços, alguns dos


principais objetivos podem ser apresentados, como: proporcionar a longo prazo, o
maior lucro possível; permitir a maximização lucrativa da participação de mercado;
maximizar a capacidade produtiva, evitando ociosidade e desperdícios operacionais;
maximizar o capital empregado para perpetuar os negócios de modo auto sustentado.
A gestão de custos utilizada para análise gerencial caracteriza-se como um
importante instrumento que pode ser utilizado pelo gestor para uma análise mais
detalhada e concisa sobre os resultados financeiros obtidos através da venda de
produtos ou serviços prestados (PADOVEZE, 2012).
O processo de formação de preço nada mais é do que a análise realizada pelo
empreendedor ao definir qual será o valor cobrado por determinado produto ou
serviço oferecido por ele, levando em consideração alguns fatores, como custos,
margem de lucro, despesas fixas e variáveis, dentre outros elementos.
Umas das metodologias de formação de preço é o Mark-Up. O mark-up ou taxa
de marcação utiliza índices que o gestor ou o encarregado de formar preços, atribuirá
ao custo do produto para a formação do preço de venda.
Para Migliorini, o Mark-Up, é definido como uma margem, usualmente expressa
em forma de percentual ou índice, que é acrescentada aos custos das mercadorias
(MEGLIORINI, 2012).
Markup é um índice utilizado para precificação de produtos. Ele é calculado a
partir dos custos fixos e variáveis de uma empresa, custo de produção da mercadoria e
margem de lucro pretendida.
Nesse caso, se terá: Preço de venda = Markup x Custo da mercadoria.
Os fatores internos que influenciam na formação do preço de venda no comércio
são basicamente custos, despesas e mark-up que estão ligados à aquisição e
comercialização do produto.
De acordo Wernke (2011, p. 48) “abrange os percentuais relacionados com o
preço de venda ou faturamento fiscal, como tributos incidentes sobre vendas,
comissão dos vendedores, taxa de franquia, margem de lucro desejada”. O mark-up
tem equação a seguir utilizando percentuais:

71
Mark Up é um termo usado em economia para indicar quanto, do preço, do
produto está acima do seu custo de produção e distribuição.

3.2 ALAVANCAGEM E ORÇAMENTO


3.2.1 Alavancagem
De acordo com Bruni e Famá (2007) a aplicação de uma força menor no braço
mais longo, resulta em força contrária maior no braço mais curto conceito físico de
alavanca.
Representação gráfica

Fonte: Alavancagem Bruni e Famá (2007)

A alavancagem é o processo em se que emprega recursos com intuito de


melhorar a lucratividade sobre o capital investido.
A alavancagem, é a utilização de um instrumento, de recursos para multiplicar
determinado resultado, a partir do esforço
Alavancagem financeira evidencia quais os efeitos das variações ocorridas no
Lucro Antes dos Juros e do Imposto de Renda que refletem no Lucro Líquido. As
relações são as seguintes: Quanto maior for o GAF da organização, maior será o
endividamento e o risco financeiro.
Alavancagem financeira para Martins e Assaf Neto (1986) é o efeito de tomar,
numa ponta, recursos de terceiros a um custo y, aplicando-os na outra ponta (nos
ativos) uma taxa x; a diferença vai para os proprietários e altera seu retorno sobre o

72
patrimônio líquido, para mais ou para menos do que aquele que seria obtido caso todo
o investimento fosse feito apenas com recursos próprios.
De acordo com Silva (2003, p.80) Como cada empresa expõe uma estrutura
financeira e operacional própria e individualizada, o emprego de capitais de
terceiros em corporações diferentes, produz resultados diferentes em
termos de alavancagem. Então se diz que, o grau de alavancagem financeira
de uma transação é a coerência entre endividamento de longo prazo e o
capital empregado pela empresa.

Alavancagem Operacional é medida pela proporção dos custos fixos em relação


aos custos variáveis. Para produtos com alta alavancagem operacional, pequenas
alterações no volume de vendas resultarão em grandes mudanças nos lucros. Ela é
determinada em função da relação existente entre as Receitas Operacionais e o LAJIR

Alavancagem operacional, é quando ocorre o aumento das receitas e lucros antes


de juros, e nem sempre a ampliação de vendas representa o aumento dos lucros, pois,
vender mais pode ocasionar uma elevação em seus gastos operacionais, em
determinados casos pode-se até perder lucratividade (SILVA,2013):
Para Silva(2013, p.2) Uma forma de avaliar ao detectar que existirá um
aumento nas vendas é ajustar o volume de vendas dentro dos custos
operacionais, para que sejam realizados os acertos em detrimento do
aumento, e assim atingir maior lucratividade. A alavancagem operacional é
determinada em função da afinidade existente no meio dos ativos e dos
ganhos antes de juros e provisão do IRPJ e CSLL.

Fórmula
Alavancagem Operacional = Lucro antes Juros e Provisão IRPJ e CSL/Ativos
Ainda Silva (2013, p 3) decisão de investimento, empregando recursos
próprios e de terceiros, é determinada pela perspectiva de maior
rentabilidade sobre os capitais empregados. Pode-se completar que
somente é saudável utilizar capitais dispendiosos quando a alavancagem
operacional do empreendimento for superior ao respectivo ônus.

O Grau de Alavancagem Operacional (GAO) pode ser avaliado por meio de


qualquer uma das seguintes formas (SILVA,2021):

73
3.2.2 Orçamento
O planejamento incorpora algumas ideias como planos, metas e orçamento, que
se completam. Os planos e metas fazem parte do planejamento organizacional ou
planejamento

O que é planejamento?

O processo de planejamento começa com uma missão formal que define o


propósito básico da organização, especialmente para plateias de fora. A
missão é a base para o nível estratégico (empresa) de metas e planos, o
qual, por sua vez, modela o nível tático (divisional) e o nível operacional
(departamental). Os altos-gerentes são geralmente responsáveis por
estabelecer as metas e os planos estratégicos que refletem o compromisso
para com a eficiência e a eficácia organizacional. As metas e os planos táticos
são da responsabilidade dos gerentes médios, como os chefes das principais
divisões ou unidades funcionais. O gerente de uma divisão formulará planos
táticos, focando nas principais ações que esta precisa tomar para poder
cumprir sua parte no plano estratégico estabelecido pela alta gerência
(DAFT, 2005, p. 152)

Não só o planejamento é vital ao estudo e desenvolvimento do orçamento


empresarial, também o controle. Welsch (2007) considera que controlar é,
acompanhar a execução das atividades de maneira eficiente e tornar possível comparar
o desempenho efetivo e o planejado, que tenha sido considerado viável para a
empresa.

74
O controle é uma ferramenta usada no desenvolvimento e aplicação do
orçamento.
Segundo Bruni e Famá(2007) realiza-se no curto prazo, normalmente um ano, e
fornece uma direção dos passos que os gestores devem seguir no período corrente
para que os objetivos organizacionais sejam atingidos.
Orçamento é o programa financeiro estratégico de uma administração para certo
exercício. Aplica-se tanto ao setor governamental quanto ao privado.
O orçamento é um instrumento de planejamento e controle de resultados
econômicos e financeiros. É um modelo de mensuração que avalia e demonstra, os
comportamentos econômicos e financeiros da empresa, bem como das unidades que a
compõem.
Para tanto, na execução do orçamento acompanham informações acerca do
planejamento empresarial e o controle sobre o desempenho.
De acordo com Horngren, Foster e Datar (1997, p. 125) “orçamento é a expressão
quantitativa de um plano de ação futura da administração”, sendo assim estar
amparado pelo conjunto de análises exigidas pelo orçamento assegura um futuro
melhor para a empresa. Os estudos de mercado, de produtos, dos métodos de
comercialização e manufatura, dos recursos necessários, permitem um planejamento
muito mais seguro para o médio e longo prazo da empresa
Orçamento empresarial tem como objetivo identificar os elementos do
planejamento financeiro com o emprego de um sistema orçamentário, compreendido
como um projeto, envolvendo todo o conjunto das intervenções anuais de uma
empresa, através da formalização do comportamento dessas funções gerencias.
Orçamento geral segundo Moreira (1989, p.15), é: um conjunto de planos e políticas
que formalmente estabelecidos e expressos em resultados financeiros, permite à
administração conhecer, a priori, os resultados operacionais da empresa e, em seguida,
executar os acompanhamentos necessários para que esses resultados sejam
alcançados e os possíveis desvios sejam analisados, avaliados e corrigidos.

75
Hora de pensar sobre os conteúdos apresentados.

Custo e Despesa não são sinônimos; têm sentido próprio, assim como
Investimento, Gasto e Perda. A utilização de uma terminologia homogênea
simplifica o entendimento e a comunicação. Custo só se refere a sacrifício
na produção, salvo quando expressamente alertada a modificação da
terminologia utilizada.
_________________________________________________________________

https://www.youtube.com/watch?v=migP9aLRmUM
Custos fixos e variáveis, Margem e Ponto de Equilíbrio (Contabilidade)

https://www.youtube.com/watch?v=xMcUuan9SWg
Markup e formação do preço de venda.

https://www.youtube.com/watch?v=O_S_ogVc9Jk
Orçamento empresarial

_________________________________________________________________

ANDERSON, Mark; BANKER, Rajiv; JANAKIRAMAN, Surya. Are selling, general and
administrative costs “Sticky”? Journal of Accounting Research, 2002.

ANGONESE, R.; FANK, O. L.; OLIVEIRA, C. R.; BEZERRA, F. A. Divulgação de informações


voluntárias na internet como determinante do custo do capital de terceiros. Periódicos
UEM – Paraná, v. 32, n. 3, p. 57-71, 2013.

ATKINSON, Antony A. et al. Contabilidade gerencial. Tradução André Olímpio


Mosselman Du Chenoy Castro. São Paulo: Atlas, 2000.

76
CREPALDI, Silvio Aparecido. Curso básico de contabilidade de custos. São Paulo: Atlas,
1999.

DAFT, Richard L. Administração/ Richard L. Daft; [tradução Robert Brian Taylor]. São
Paulo: Thomson Learning, 2006.

HEALY, P.M.; PALEPU, K.G. Information asymmetry, corporate disclosure, and the capital
markets: a review of the empirical disclosure literature. Journal of Accounting and
Economics, v.31, n.1-3, p.405-440, 2001.

HORNGREN, Charles T.; SUNDEM, Gary L.; STRATTON, Willian O. Contabilidade


Gerencial. Tradução de Elias Pereira. 12. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2004.

HORNGREN Charles T. Foster, GEORGE e Datar, Srikant. Contabilidade de Custos.


Editora LTC. 9a. Ed. Rio de Janeiro, 1997

JIAMBALVO, James. Contabilidade gerencial. Rio de Janeiro: LTC, 2002

LANZANA, A. P.; SILVEIRA, A. M.; 2006.

LIMA, G. Nível de evidenciação x custo da dívida das empresas brasileiras. Revista


Contabilidade & Finanças USP, v. 20, n. 49, p. 95-108, 2009.

MOREIRA, José Carlos. Orçamento empresarial: manual de elaboração. São Paulo:


Atlas, 1997. p. 15.

PADOVEZE, Clóvis Luís. Controladoria Estratégica e Operacional. 3ª ed. São Paulo: Cengage
Learning, 2012.

SILVA, Joilma Neves da. Alavancagem financeira como instrumento de gestão racional
dos recursos de terceiros nas organizações. Disponivel em
https://semanaacademica.org.br/system/files/artigos/artigocientificojoilmaneves.pdf,
acesso em 25 de mai 2021.

WELSCH, C. A Orçamento Empresarial: tradução e adaptação à tecnologia contábil


brasileira de Antonio Zoratto Sanvicente, 4 ed. – 19 reimpr. - São Paulo: Atlas 2007.

77
Olá, pessoal. Chegamos ao final da disciplina!!!

Foi um grande prazer ter você nesta caminhada. Aqui puderam conhecer sobre
contabilidade financeira, custos e previsão orçamentaria por meio de análise de
relatórios e demonstrativos contábeis para tomadas de decisões.

Espera-se que, ao final da disciplina, você tenha compreendido a importância da


contabilidade gerencial e de custos para as tomadas de decisões com base
informações fidedignas.

Um forte abraço e conte comigo!

Profa. Edna Ghiorzi Varela Parente

78

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