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Nos séculos XVII e XVIII, o comércio vai assumir, para as principais nações europeias,
um papel fundamental. Portugal, Espanha, França, Inglaterra e Holanda dominavam as
grandes rotas do comércio intercontinental, que gerava grandes lucros. Investir no comércio
passou a ser uma prioridade – capitalismo comercial.
Para os mercantilistas o objetivo máximo era atingir uma balança comercial positiva, em que o
valor das importações fosse menor que o valor das exportações.
Trata-se de uma teoria económica protecionista, uma vez que são tomadas medidas
para proteger a produção nacional da concorrência estrangeira. Por exemplo, aumentando as
taxas alfandegárias (impostos) sobre os produtos estrangeiros para ficarem mais caros (deste
modo muitas pessoas começariam a optar pelo produto nacional). Outra forma era proibir
mesmo a importação de certos artigos (leis pragmáticas).
O mercantilismo em França: foi adotado no século XVII, no reinado de Luís XIV, pelo seu
ministro Colbert. Principais medidas adotadas:
- Criação de manufaturas (fábricas em que o trabalho era manual), uma vez que os artigos
industriais eram os mais caros (evitar a sua importação e, eventualmente, exportá-los);
A disputa das áreas coloniais: nos séculos XVII e XVIII vão-se multiplicar os conflitos entre as
principais potências económicas europeias. Por detrás da maior parte desses conflitos, estão
as rivalidades e as lutas pela posse de colónias. Estas eram fundamentais para a economia
dos países europeus – forneciam produtos e matérias-primas a baixo custo e eram bons
mercados para os europeus exportarem os seus produtos.
O principal conflito desta época decorreu entre 1756-17563 (Guerra dos Sete Anos).
No final, a Inglaterra foi a grande vencedora, reforçando o seu poder colonial na América do
Norte, tornando-se a maior potência económica e colonial da Europa.
Às vitórias militares que permitiram à Inglaterra aumentar o seu poder colonial, a partir do
século XVIII irá juntar-se um notável poder económico – desenvolvimento agrícola, na
indústria, no comércio e na banca.
Registou-se igualmente uma acentuada migração para os centros urbanos (êxodo rural):
muitos eram camponeses que ficaram sem terra devido às enclosures, atraídos pelo
desenvolvimento industrial. Em muitas cidades a população triplicou em poucas décadas.
O arranque industrial: deu-se a partir da 2ª metade do século XVIII. A Inglaterra reunia uma
série de condições que lhe possibilitaram ter sido o país pioneiro na revolução industrial –
- os avanços tecnológicos.
Os setores de arranque da revolução industrial foram os têxteis (lã e algodão) e o setor
metalúrgico (ferro) devido à abundância de matérias-primas.
Para que tudo isto fosse possível, foi fundamental James Watt e a criação da máquina
a vapor. Pela 1ª vez na História da humanidade, o Homem conseguia criar uma energia
artificial, uma força mecânica para colocar em funcionamento as máquinas que eram
inventadas.
Assim, a balança comercial portuguesa apresentava um elevado défice. A solução para tentar
ultrapassar essa situação foi uma aposta na produção nacional, para diminuir as importações,
ou seja, adotar medidas de caráter mercantilista.
Foi no reinado de D. Pedro II, que o seu ministro Conde da Ericeira, vai tomar medidas
muito semelhantes às de Colbert: criação de manufaturas, as quais eram protegidas, dados
privilégios (isenção de impostos) e subsídios; contrataram-se técnicos estrangeiros; tomaram-
se medidas para proteger os produtos nacionais da concorrência estrangeira (aumento das
taxas alfandegárias para ficarem mais caros e publicação de leis pragmáticas). Estas também
tinham por objetivo evitar o luxo excessivo, que pesava muito no défice da balança comercial.
Mas, o saldo de tudo isto para a economia portuguesa foi negativo: aumentou
consideravelmente o défice da balança comercial. Portugal recorria sobretudo ao mercado
inglês, do qual estava cada vez mais dependente. Muito do ouro era para pagar as
importações, ajudando, assim, a enriquecer os outros países (“Portugal…nadando em
ouro….viu-se pobre, quando lhe foi preciso entregar este mesmo ouro à Inglaterra…”).
Foi o Marquês de Pombal, principal ministro de D. José I, que vai tentar solucionar a
crise económica. Para isso, vai adotar, novamente, medidas de caráter mercantilista.
Com estas medidas, finalmente víamos a burguesia nacional a ter um papel relevante
no comércio e a ver valorizada a sua função.
Vai ser a adoção de um novo método, o experimental ou indutivo, que vai permitir
uma verdadeira revolução na ciência: coube ao filósofo inglês Francis Bacon, a primeira
definição das etapas desse método, que considerou a única forma de atingir a verdade –
observar factos – formular hipóteses explicativas – fazer experiências repetidamente –
determinar a lei ou teoria científica.
Aos poucos estas novas descobertas eram divulgadas, mas encontravam alguns
obstáculos: o analfabetismo e principalmente a oposição da Igreja Católica (ação do Tribunal
da Inquisição…).