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INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 4
8 BIBLIOGRAFIA ................................................................................................. 64
INTRODUÇÃO
Prezado aluno,
Bons estudos!
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1 ESPORTE X LESÕES
Fonte: fisioterapiamanual.com.br
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1.1 Lesões nos esportes coletivos
Tais lesões são classificadas a partir de diferentes critérios, como: localização, lado
do corpo, tipo e gravidade. As lesões podem ser caracterizadas em lesões de crônicas e
agudas. Lesões crônicas são aquelas causadas por esforço repetitivo de baixo impacto,
geralmente sendo observadas em atletas de natação, ciclismo e maratonistas. Já as lesões
agudas são originadas por um esforço repentino, onde a energia imposta é maior que a
capacidade de resistência do tecido. Lesões agudas estão presentes comumente durante
partidas de futebol, lutas, ginástica olímpica e levantamento de peso (CARVALHO, 2011).
Outros tipos de caracterização das lesões são de acordo ao seu grau anatômico.
Caracterizando-se em lesões articulares, lesões musculares e lesões ósseas. Lesões
articulares podem englobar: entorses, luxações, rompimento de ligamentos e rupturas de
menisco. Compreende as lesões musculares: câimbra, distensões, contusões e contratura.
E nas lesões ósseas podemos incluir as fraturas (CARVALHO, 2011). Sabe-se que nos
esportes coletivos o contato físico é inevitável e que lesões fazem parte da prática esportiva,
seja ela amadora ou profissional.
As lesões são em sua maioria de base muscular e diferentemente dos indivíduos que
praticam esportes por lazer ou saúde, os atletas de alto rendimento estão mais
suscetíveis a essas lesões, sendo quase inevitável a presença de inúmeras lesões
durante sua vida atlética. As lesões que se constatam na prática esportiva podem ser
reduzidas tanto em sua frequência, quando em sua gravidade se as devidas
precauções forem tomadas pela equipe médica ou até mesmo pelo próprio indivíduo.
É possível prevenir inúmeras lesões e acidentes se os fatores que as acompanham
forem estudados previamente (ATALAIA, 2009. Apud CARVALHO, 2011).
Toda atividade física gera uma sobrecarga em algum ponto do aparelho locomotor e
o aumento da prática esportiva também provoca um aumento considerável na incidência de
lesões. Além disso, a busca pela evidência e pelo sucesso impõe aos atletas necessária e
inevitável condição de serem submetidos a esforços físicos e psíquicos muito próximos dos
seus limites fisiológicos que os expõem a uma faixa de atividade potencialmente patológica
e resulta em alto número de lesões esportivas. O futebol é a maior causa de lesões em
atletas no mundo e essas são responsáveis por 50% a 60% de todas as lesões esportivas
na Europa (CARVALHO, 2013).
Dentre todos os traumas físicos tratados em hospitais europeus, entre 3,5% e 10%
são causados pelo futebol. Além disso, a idade tem sido um fator importante nos estudos de
exposição a fatores de risco de lesões, uma vez que se observa um número maior de lesões
nos adultos em relação a atletas jovens. Raramente as equipes de formação de atletas
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apresentam profissionais da saúde atuando diretamente na avaliação de fatores de risco e
reabilitação de lesões, bem como poucos trabalhos têm investigado a incidência de lesões
nesses atletas (CARVALHO, 2013).
2 LESÕES MUSCULARES
Fonte: esteticderm.com.br
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Quando há um alongamento do músculo, concomitante à geração de tensão, esta
ação muscular é denominada ação excêntrica. Esses esportes envolvem, portanto, enorme
quantidade de ações de contrações excêntricas que causam alterações morfológicas nas
fibras musculares. O alto impacto das colisões, agregado à sobrecarga funcional de
intensidade e duração, pode causar lesões teciduais estruturais e como resposta do
organismo, ocorre a inflamação de fibras musculares. Disso resultam rupturas das estruturas
citoesqueléticas, causando alterações morfológicas e bioquímicas nas fibras musculares
tanto por causa das lesões nas fibras quanto pelo posterior processo inflamatório
(BANDEIRA et al., 2014).
Quando a lesão muscular ocorre, há uma variação térmica no local comprometido,
gerando um acréscimo da temperatura local, causado pelo aumento do fluxo sanguíneo nas
proximidades da área afetada, fazendo supor que estes pontos podem ser avaliados através
da mensuração da temperatura. Alguns estudos têm mostrado que este aumento de
temperatura sugere a utilização da termografia como método auxiliar de diagnóstico de
lesão. A termografia é um método não invasivo e sem contato utilizado para registrar padrões
térmicos corporais, utilizada para captar o calor emitido pelo corpo ou partes deste, e,
portanto, pode ser utilizado como diagnóstico de lesões causadas pelo treinamento ou
esporte (BANDEIRA et al., 2014).
A análise de imagens infravermelhas como diagnóstico tem como vantagens: baixo
custo; técnica não-invasiva; indolor; sem contato; não-intrusiva; sem radiação ionizante;
inócua; disponibilizar as temperaturas de uma superfície em imagens de tempo real;
possibilitar a localização da lesão e ser capaz de demonstrar mudanças metabólicas e
fisiológicas através de um exame funcional, e não estritamente dos detalhes anatômicos
como em outros métodos de análise. Existem diversos métodos para análise e diagnóstico
de lesões musculares causadas pela atividade física (BANDEIRA et al., 2014).
Medição da atividade de enzimas plasmáticas (por exemplo: creatina quinase (CK),
lactato desidrogenase (LDH), troponina I e mioglobina, registro da ação voluntária máxima,
aquisição de respostas subjetivas de dor por meio de escala de percepção, ressonância
magnética, ultrassonografia, tomografia, eletromiografia de superfície, termografia e amostra
do músculo são alguns dos métodos utilizados. A CK é uma enzima que catalisa reações
com transferência de energia com fosforilação reversível da creatina. Geralmente, esta
enzima está confinada no interior das células e sua concentração sérica é muito baixa. A
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atividade plasmática da CK depende tanto da prática de atividades físicas quanto de
algumas patologias (por exemplo: infarto do miocárdio) (BANDEIRA et al., 2014).
A CK vem sendo utilizada como biomarcador e parece ser um dos melhores
indicadores de lesão tecidual após o exercício. A CK tem sido utilizada como marcador de
lesão muscular em diversas pesquisas. Após danos nas fibras musculares causadas pelo
exercício intenso e exaustivo, ocorre a liberação da CK na corrente sanguínea, ocasionando
um aumento considerável em sua concentração sérica. Uma grande quantidade sérica da
CK sugere que ocorreu algum tipo de dano tecidual nessas células e permite, indiretamente,
determinar o grau de agressão causado pelo exercício (BANDEIRA et al., 2014).
Fonte: tudotimao.com.br
Os músculos com função tônica ou postural geralmente são uni articulares, largos,
planos, com velocidade de contração baixa e com capacidade de geração e
manutenção de força contrátil grande. Geralmente estão localizados nos
compartimentos mais profundos (FERNANDES, PEDRINELLI, HERNANDEZ, 2011).
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fusiformes bem como uma maior amplitude de movimento, enquanto que os músculos
penados têm maior força contrátil.
O comprimento da fibra é um fator importante que determina o número de contrações
possíveis no músculo. Como as fibras musculares geralmente têm uma distribuição angular
no abdome muscular, elas geralmente são mais curtas que o comprimento total do músculo.
(FERNANDES, PEDRINELLI, HERNANDEZ, 2011).
As lesões musculares podem ocorrer por diversos mecanismos, seja por trauma
direto, laceração ou isquemia. Após a lesão, inicia-se a regeneração muscular, com uma
reação inflamatória, entre 6 e 24 horas após o trauma. O processo de cicatrização inicia-se
cerca de três dias após a lesão, com estabilização em duas semanas. A restauração
completa pode levar de 15 a 60 dias para se concretizar. As principais causas de lesão são:
o treinamento físico inadequado, a retração muscular acentuada, desidratação, nutrição
inadequada e a temperatura ambiente desfavorável (FERNANDES, PEDRINELLI,
HERNANDEZ, 2011).
As lesões musculares podem ser classificadas em quatro graus: grau 1 é uma lesão
com ruptura de poucas fibras musculares, mantendo-se intacta a fáscia muscular; grau 2 é
uma lesão de um moderado número de fibras, também com a fáscia muscular intacta; lesão
grau 3 é a lesão de muitas fibras acompanhada de lesão parcial da fáscia; grau 4 é a lesão
completa do músculo e da fáscia (ou seja, ruptura da junção músculo-tendínea. A lesão
muscular por estiramento pode ocorrer nas contrações concêntricas ou excêntricas, sendo
muito mais comum nesta última, com a falha frequentemente ocorrendo na junção
miotendíneas (FERNANDES, PEDRINELLI, HERNANDEZ, 2011).
O diagnóstico é realizado pelo exame clínico, em que se percebe a nítida impotência
funcional e pelos exames complementares que podem auxiliar também no tratamento e na
prevenção de novas lesões. Exames laboratoriais, como de Sódio, Potássio, Cálcio, Fosfato,
Magnésio, VHS, podem ser úteis em determinadas situações, a critério do médico. Na
suspeita de uma doença da tireoide, em que podem ocorrer lesões musculares de repetição,
pode se solicitar exames de marcadores desta glândula (FERNANDES, PEDRINELLI,
HERNANDEZ, 2011).
Na suspeita de lesões ósseas, como avulsões, os exames radiográficos podem ser
úteis. A Ultrassonografia, a Tomografia e a Ressonância Magnética também podem ser
consideradas para auxiliar no diagnóstico e tratamento, tendo em vista que a correta
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localização anatômica da lesão é fundamental para o tratamento e previsão de retorno ao
esporte (FERNANDES, PEDRINELLI, HERNANDEZ, 2011).
As lesões musculares por trauma direto são mais comuns em esportes de contato ou
em quedas (algum tipo de impacto), como as contusões ou lacerações. As lesões indiretas,
como os estiramentos, ocorrem principalmente em esportes que exigem grande potência
muscular, como o ciclismo (e mountain bike) e a corrida. O estiramento muscular ocorre
quando o músculo é exigido além da força que suas fibras podem gerar, geralmente em
movimentos de desaceleração ou por traumas repetitivos (stress) (FERNANDES,
PEDRINELLI, HERNANDEZ, 2011).
Fonte: portalcbncampinas.com.br
2.1.1 Classificação
Quanto a atual classificação das lesões musculares, observa-se uma separação entre
as lesões leve, moderada e grave a partir dos aspectos clínicos revelados, por exemplo:
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Estiramentos e contusões leves (grau I)
Representam uma lesão de apenas algumas fibras musculares com pequeno edema e
desconforto, acompanhadas de nenhuma ou mínima perda de força e restrição de
movimentos. Não é possível palpar-se qualquer defeito muscular durante a contração
muscular. Apesar de a dor não causar incapacidade funcional significativa, a manutenção
do atleta em atividade não é recomendada devido ao grande risco de aumentar a extensão
da lesão (FERNANDES, PEDRINELLI, HERNANDEZ, 2011).
Estiramentos e contusões moderadas (grau II)
Provocam um dano maior ao músculo com evidente perda de função (habilidade para
contrair). É possível palpar-se um pequeno defeito muscular, ou gap, no sítio da lesão, e
ocorre a formação de um discreto hematoma local com eventual ecmose dentro de dois a
três dias. A evolução para a cicatrização costuma durar de duas a três semanas e, ao
redor de um mês, o paciente pode retornar à atividade física de forma lenta e cuidadosa.
Uma lesão estendendo-se por toda a sessão transversa do músculo e resultando em
virtualmente completa perda de função muscular e dor intensa é determinada como
estiramento ou contusão grave (grau III) (FERNANDES, PEDRINELLI, HERNANDEZ,
2011).
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Fase 1: destruição
Caracterizada pela ruptura e posterior necrose das miofibrilas, pela formação do
hematoma no espaço formado entre o músculo roto e pela proliferação de células
inflamatórias.
Fase 2: reparo e remodelação
Consiste na fagocitose do tecido necrótico, na regeneração das miofibrilas e na produção
concomitante do tecido cicatricial conectivo, assim como a neoformação vascular e
crescimento neural.
Fase 3: remodelação
Período de maturação das miofibrilas regeneradas, de contração e de reorganização do
tecido cicatricial e da recuperação da capacidade funcional muscular.
Como as miofibrilas são fusiformes e muito alongadas, existe o risco de que a necrose
que começa no local da lesão se estenda por todo o comprimento da fibra. No entanto, existe
uma estrutura específica, chamada de banda de contração, que é uma condensação de
matéria celular que atua como um “sistema anti fogo”.
Passada a fase de destruição, o reparo do dano muscular na verdade começa com
dois processos simultâneos e simultâneos: a remodelação da miofibrila fraturada e a
formação do tecido conjuntivo cicatricial. A progressão equilibrada desses processos é um
pré-requisito para a restauração ideal da função contrátil do músculo. (FERNANDES,
PEDRINELLI, HERNANDEZ, 2011).
Fonte: hzm.com.br
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Embora as miofibrilas sejam geralmente consideradas não mitóticas, a capacidade
regenerativa do músculo esquelético é assegurada por um mecanismo intrínseco que
restaura o aparelho contrátil lesionado. Durante o desenvolvimento embrionário, uma
reserva de células indiferenciadas, denominadas células satélites, é armazenada sob a
camada basal de cada miofibrila. Em resposta à lesão, essas células primeiro proliferam,
diferenciam-se em miofibrilas e, finalmente, unem-se para formar miotúbulos
multinucleados. (FERNANDES, PEDRINELLI, HERNANDEZ, 2011).
Com o tempo, a cicatriz que se forma diminuirá de tamanho, fazendo com que as
bordas da lesão fiquem mais próximas umas das outras. No entanto, não se sabe se as
miofibrilas em lados opostos da cicatriz se fundirão permanentemente ou se um septo de
tecido conjuntivo se formará entre elas. Imediatamente após uma lesão muscular, o espaço
que se forma entre as fibras musculares rompidas é preenchido com um hematoma.
Desde o primeiro dia, as células inflamatórias, incluindo a fagocitose, entram no
hematoma e começam a organizar o coágulo. A fibrina e a fibronectina derivadas do sangue
se intercalam para formar tecido granulomatoso, um arcabouço primário e ponto de
ancoragem para fibroblastos selecionados. Mais importante, este tecido recém-formado
fornece a propriedade de estiramento inicial para neutralizar as contrações aplicadas contra
ele. (FERNANDES, PEDRINELLI, HERNANDEZ, 2011).
Cerca de 10 dias após a lesão, a cicatriz amadurece a ponto de deixar de ser o local
da lesão do músculo mais delicado. Embora a maioria das lesões musculoesqueléticas cure
sem a formação de calo fibroso, a proliferação de fibroblastos pode ser excessiva, resultando
na formação de tecido cicatricial denso dentro da lesão muscular.
Um processo importante para a regeneração do músculo lesado é a área vascular. A
restauração do suprimento da parede vascular é o primeiro sinal de regeneração e a
premissa para posterior recuperação morfológica e funcional. (FERNANDES, PEDRINELLI,
HERNANDEZ, 2011).
2.1.2 Contusão
Fonte: buzzero.com.br
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Os casos de hematoma intramuscular não mais susceptíveis a complicações, e são
mais difíceis de serem resolvidos, podendo implicar em miosites ossificante e retrações
cicatriciais. Pode haver casos mais graves, mais raros, podendo ocorrer sangramento difuso,
o qual evolui, rapidamente, para um quadro de síndrome compartimental, necessitando
então de descompressão cirúrgica de urgência.
Das complicações nos casos de contusão muscular grave, a miosite ossificante é a
mais frequente, havendo uma ossificação dos tecidos moles ao nível da lesão, perceptível,
radiologicamente, no período de 2 a 4 semanas. Este tipo de complicação pode ocorrer em
até 20% dos casos de lesão quadriciptal, podendo simular, radiograficamente, tumores
ósseos e de partes moles, havendo, geralmente, reabsorção da lesão (ROCCHI, 2013).
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2.2 Estiramento Muscular
O estiramento muscular é um dos tipos de lesão mais frequente e comum que ocorre
nos membros inferiores. Nestes casos, há um período de afastamento das atividades
esportivas por um período significativo, havendo limitação funcional, dor e redução do
rendimento esportivo. Há a possibilidade de recidiva da lesão, sendo este fato comum em
atletas. Este tipo de lesão é considerado uma lesão indireta, na qual há o alongamento
excessivo das fibras musculares, além dos limites fisiológicos, bem como pode decorrer de
uma contração muscular excêntrica ou concêntrica brusca (ROCCHI, 2013).
Nas contrações musculares excêntricas, o alongamento gradual das fibras
musculares em decorrência da força muscular é de menor intensidade que a resistência
oferecida ao músculo. Os esportes que mais causam este tipo de lesão são os que
demandam aceleração rápida, desaceleração, saltar, chutar e que necessitam de mudanças
bruscas de direção e rotações.
Dentro destas atividades, sobressaem-se o atletismo e o futebol. A musculatura mais
comumente acometida é biarticular e tem predomínio de fibras do tipo II (fibras de contração
rápida), como os músculos tríceps sural, quadríceps femoral e os isquiotibiais, sendo que a
localização mais frequente é na junção miotendíneas, em sua porção distal (ROCCHI, 2013).
Fonte: drmarcelotostes.com
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mesmos achados das lesões de primeiro grau, com a diferença que a intensidade é maior
(ROCCHI, 2013).
Nesses casos, a lesão geralmente ocorre na junção miotendíneas. Há dor de maior
intensidade, hemorragia moderada, diminuição da função e processo inflamatório local,
podendo a lesão ser palpável. A sua resolução é mais lenta, uma vez que a gravidade da
lesão e o número de fibras acometidas é maior. As lesões de terceiro grau apresentam uma
ruptura completa do músculo, havendo perda completa da função do referido músculo, bem
como a lesão se torna palpável, com defeito estrutural local. Apesar da dor ser variada, a
hemorragia e o edema são grandes (ROCCHI, 2013).
Em lesões de primeiro e segundo graus, a dor geralmente se localiza no local da
lesão, sendo provocada pela contração ativa do músculo lesionado ou por alongamento
passivo do mesmo. Em lesões de terceiro grau, o músculo é totalmente incapaz de produzir
qualquer contração ou produzir força, uma vez que há a separação total de suas fibras.
Nestes casos, há a tentativa de compensar o músculo lesionado com a utilização de outros
grupamentos musculares. Conforme a localização do músculo lesionado, a equimose,
hematoma e o edema podem ser visíveis, surgindo geralmente distais ao local da lesão, em
decorrência da força da gravidade (ROCCHI, 2013).
Além de serem também palpáveis, as lesões de terceiro grau podem ser visíveis à
inspeção. A gênese das lesões musculares está associada, dentre outros fatores, a lesões
prévias e à fadiga muscular. Com a realização de treinamentos específicos, a ocorrência
destas lesões tem tido a sua frequência diminuída. Também há que se ressaltar a
importância do alongamento muscular prévio à atividade física, bem como o aquecimento
muscular, com o intuito de minimizar a ocorrência deste tipo de lesão (ROCCHI, 2013).
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2.3 Cãibra
Fonte: drcarlosmattos.com.br
Fonte:imagem.band.com.br
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Nesse modo, as primeiras 24 horas após a lesão são de importância fundamental no
processo de recuperação da lesão muscular. Quando há a mobilização precoce (logo após
três ou quatro dias da lesão), de modo passivo, há a propensão para o aumento da
vascularização no sítio da lesão, melhorando a regeneração das fibras musculares
lesionadas e induzindo a um maior paralelismo na orientação das fibras regeneradas quando
comparado em casos em que há a restrição de movimentos.
Nesse mesmo período de tratamento, caso a mobilização ocorra de modo ativo, a
chance de novas rupturas musculares no mesmo local da lesão é maior, bem como a
mobilização precoce pode causar um aumento do tecido cicatricial, dificultando a passagem
dos capilares (ROCCHI, 2013).
Desse modo, está indicada a imobilização com enfaixamento firme no local da lesão,
o que permite que o tecido cicatricial se conecte novamente à falha muscular apresentada,
bem como o uso de braces para mantar a imobilização. Contudo, a imobilização não deve
ser prolongada, uma vez que pode implicar em rigidez articular e hipotonia da musculatura
acometida. Também está indicada a utilização de duas muletas (em casos de lesão nos
membros inferiores), pelo período aproximado de três a sete dias, em casos de lesões
musculares com maior gravidade (ROCCHI, 2013).
Com relação ao uso do gelo, mostrou-se que o uso precoce de crioterapia está
associado a um hematoma significativamente menor no gap das fibras musculares
rompidas, menor inflamação e regeneração acelerada. De acordo com os
conhecimentos atuais, é recomendada a combinação do uso de gelo e compressão
por turnos de 15 a 20 minutos, repetidos entre intervalos de 30 a 60 minutos, visto
que este tipo de protocolo resulta em 3º a 7ºC de decaimento da temperatura
intramuscular e a 50% de redução do fluxo sanguíneo intramuscular. Finalmente, a
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elevação do membro acima do nível do coração resulta na diminuição da pressão
hidrostática, reduzindo o acúmulo de líquido no espaço intersticial (ROCCHI, 2013).
Fonte: esportealternativo.com.br
Treinamento isométrico
Contração muscular em que o comprimento do músculo se mantém constante e a tensão
muda pode ser iniciado sem o uso de pesos e posteriormente com o acréscimo deles.
Especial atenção deve ser tomada para garantir que todos os exercícios isométricos sejam
realizados sem dor.
Treinamento isotônico
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Contração muscular em que o tamanho do músculo muda e a tensão se mantém pode ser
iniciado quando o treino isométrico for realizado sem dor com cargas resistidas.
O exercício isocinético
Com carga mínima pode ser iniciado uma vez que os dois exercícios anteriores sejam
realizados sem dor.
3.3 Ultrassom
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4 LESÕES ARTICULARES
Fonte: domtotal.com.br
Silva (2011) menciona que o mecanismo por inversão responsável por 70% a 85%
dos casos de articulações mais lesionada na vida diária bem como nas atividades esportivas,
é o tornozelo, o qual é:
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Observa Cardoso (2005) que a maioria das lesões de tornozelo especialmente nos
casos dos esportistas, ou atletas, ocorrem no momento da aterrissagem de um salto, quer
seja após um bloqueio ou ataque, o que torna comum a necessidade de se observar o uso
de medidas profiláticas pelos atletas, tais medidas são conhecidas como tornozeleiras,
enfaixamentos e órteses, as quais tem por função evitar lesões de tornozelo.
Podendo as medidas citadas anteriormente serem usadas em qualquer estágio da
reabilitação especialmente quando se tratar da prevenção de entorses de tornozelo em
atletas saudáveis (SACCO, 2004).
Quantos às lesões, em primeiro lugar se encontra a entorse de tornozelo (30%), de
forma que a entorse de tornozelo é a lesão aguda mais comumente encontrada no voleibol,
com incidência variando entre 15 a 60%.
Destarte o tratamento da entorse de tornozelo é baseado na grande maioria dos casos
no método PRICE proteção, repouso, gelo, compressão e elevação, em alguns casos mais
graves o tratamento é geralmente cirúrgico, podendo ainda optar pelo tratamento
farmacológico, ou seja, por meio da imobilização e da cinesioterapia.
Para Sacco (2004) o objetivo de tratamento dessa lesão é que resulte ao retorno das
atividades diárias, dentro de um curto período de tempo, assim, a utilização de implementos
para o tornozelo, que tem por foco a prevenção são importantes, buscando assim evitar que
ocorra uma nova lesão.
Destaca-se ainda de acordo com os estudos de Sousa (2004), que entre os desportos
que mais causam lesão aos seus praticantes, levando-os a necessidade de procura uma
clínica médica, destacam-se:
O futebol,
O voleibol e
O basquetebol, todos coletivos.
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Grau I ou leve
A integridade de quase todas fibras ligamentares é mantida. Encontra-se pequena reação
vasomotora, caracterizada, geralmente, pelo edema. Há presença de dor leve na fase
aguda.
Grau II ou moderado
Há presença de hematoma e edema de maior dimensão, devido a uma maior lesão
vascular. Pelo teste de gaveta anterior, verifica-se pequena instabilidade quando a
articulação é submetida ao exame sob estresse.
Grau III ou grave
Apresenta-se com dor intensa, há grande área de ruptura de vasos mostrando edema
importante, hematoma de grande extensão e, ainda, tumefação na articulação do
tornozelo. Ocorre instabilidade radiológica por estresse de grande abertura, e pode haver
avulsões ósseas.
Fonte: PACHECO, 2005.
Fonte: ortopediamaterdei.com
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De acordo Baroni (2010) o denominado mecanismo de inversão se dá nos casos, de
acordo com a severidade da lesão, assim para que ocorra o mecanismo de inversão foi
classificado três graus: o prognóstico e protocolo de tratamento.
Já para Suda (2009) o mecanismo mais comum de lesão é o complexo do tornozelo
supino, que ocorre quando o complexo articular apresenta inversão excessiva, espasticidade
e inversão exagerada do membro afetado.
Em uma entorse retrógrada, o trauma na espinha bífida anterior, na fáscia anterior,
no ligamento cartilaginoso e na espinha bífida posterior pode resultar em dor intensa,
diminuição da amplitude de movimento e função prejudicada.
De acordo com Silva (2011) a lesão aguda reversível é aquela que resulta em danos
às estruturas laterais do tornozelo, incluindo ainda danos aos ligamentos laterais, a cápsula
subcondral e meniscal e o nervo superficial.
Observa-se ainda que estas alterações são de grande importância quando se trata de
um significado clínico, ou seja, a instabilidade funcional, onde a sensação de deslocamento
e lesões recorrentes pode ser observada em 15% dos casos após entorse primária.
Ainda segundo Dutton (2007) o trauma pode ser considerado micro ou macro trauma.
Uma vez que a maioria das entorses de tornozelo ocorre no momento em que o pé é
flexionado, revertido e adicionado.
Vale ressaltar que o mesmo mecanismo pode levar a condições mais graves, como
fraturas da clavícula ou do colo da unha.
Não obstante o mecanismo de reversão ocorre em altas velocidades, o que em muitos
casos não permite que o músculo responda a tempo de estabilizar a articulação, o que pode
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causar uma sobrecarga contrária do complexo ligamentar lateral, afetando principalmente
os músculos fibular curto e fibular longo. Com esta estria, pode haver alterações na sensação
devido ao trauma e instabilidade da articulação. (MEURER, 2010).
4.4 Prevenção
Existem algumas formas de prevenir, ou seja, buscar evitar lesões no tornozelo, como
por exemplo o uso de medidas profiláticas pelos atletas, como tornozeleiras, bandagens e
talas. Tais medidas podem ser utilizadas em qualquer fase da reabilitação ou para prevenir
entorses em atletas saudáveis.
Segundo Cardoso (2005) outros meios de prevenção de entorses de tornozelo são:
tipos de calçados, curativos, talas de tornozelo e treinamento de atletas sensíveis.
Fonte: drgustavoarliani.com.br
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Têm sido desenvolvidas, e bastante utilizada em atletas com o objetivo de prevenir a
recorrência da entorse, a bandagem funcional de tornozelo, devido à alta prevalência de
entorses de tornozelo como estratégias de prevenção.
Anjos (2009) menciona o uso das bandagens funcionais, conforme supracitado, que
são frequentemente utilizados com o fim de evitar a ocorrência da lesão, ainda, outras
medidas preventivas, como por exemplo o uso de estabilizadores dinâmicos de tornozelo –
EDT.
Ainda de acordo com o autor supracitado, as bandagens funcionais de tornozelo
demonstraram ser eficazes na redução do movimento de inversão, estudos mostram ainda
que a eficácia da fita diminui de forma rápida juntamente com o exercício, de 12 a 50% a
lesão, após os primeiros 10 minutos de uso.
Sendo assim, o uso do EDT promove maior estabilidade durante maior período de
tempo, torna-o um recurso profilático mais eficiente. Este tipo de suporte tem sido
preferido em detrimento da bandagem funcional, pois, ao contrário desta, o EDT não
perde seu poder de restrição de movimento após a atividade de salto vertical, além
de ser fácil aplicação, menos irritante para a pele e pode ser neutralizado (ANJOS,
2009).
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que aplicada, tem efeito por tempo determinado e tudo depende do local de aplicação
e qual atividade está sendo exigida com a aplicabilidade desta bandagem (RIBEIRO,
2003. apud. MEURER, 2010).
4.5 Tratamento
Após uma avaliação minuciosa do paciente, por meio da qual irá obter todas as
informações possíveis para que se possa determinar um plano de tratamento seguro e eficaz
ocorre o tratamento.
Não obstante, tais informações do mecanismo devem incluir quando, onde e como a
lesão ocorreu, de forma que os detalhes do mecanismo da lesão permitem ao fisioterapeuta
tirar conclusões em relação ao estado da doença e suas estruturas associadas, embora
deva ser observado que a memória do mecanismo do paciente muitas vezes não coincide
com as das estruturas lesionadas. (DUTTON, 2007).
Dutton (2007) ressalta que é importante lembrar que a apresentação clínica das
fraturas menores pode ser semelhante à de uma entorse de tornozelo e que muitas vezes
essas fraturas passam despercebidas no exame inicial.
Embora alguns casos mais graves tenham indicações cirúrgicas controversas, a
grande maioria é tratada conservadoramente como PRICE proteção, repouso, gelo,
compressão e elevação, tratamento farmacológico (por exemplo, anti-inflamatórios não
esteroides), imobilização e fisioterapia (BARONI, 2010).
Fonte: ortopedistasaoluis.com.br
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Por meio do examine do tornozelo antes que ocorra efusão celular, buscando
minimizar o edema, devendo assim fazer o uso da compressão, elevação e gelo, devendo o
tornozelo ser imobilizado na posição neutra ou em leve dorsiflexão e eversão. Além de
instruir o paciente:
Segundo Thomson; Skinner e Piercy (1994) no caso de entorses leves elas podem
ser tratadas com bandagem elástica, onde, lesões mais graves requerem compressão e em
casos de lesões mais graves o paciente deve descansar o membro, e ainda, realizar
exercícios de conversão do tornozelo além de usar muletas.
Além de se utilizar do treinamento avançado de inclinação que deve começar o mais
rápido possível, cujo objetivo é melhorar o equilíbrio bem como o controle neuromuscular do
tornozelo.
Ressalta-se que o tratamento de uma lesão ligamentar do tornozelo possui como
objetivo restaurar a atividade (esporte/trabalho), além de aliviar a dor, o inchaço e não
desestabilizar a articulação.
Onde o tratamento inicial para qualquer tipo de lesão inclui três dias de repouso, bem
como aplicação de gelo local, acompanhada de elevação do membro afetado e ainda
proteção da articulação com imobilizador ou gesso.
Para Rodrigues (2009) em caso de lesões menores, deve-se tratar sintomaticamente,
com imobilização contínua até que os sintomas melhorem, o que pode durar de uma a duas
semanas, de forma que caso os sintomas agudos desaparecerem, continue a proteger o
ligamento envolvido por meio do uso de uma tala de sustentação de peso.
32
Ainda Segundo Kisner (2005) durante a fase de retorno à função, você deve realizar
exercícios de resistência que adicionam resistência elástica ao movimento das pernas
enquanto está sentado com os joelhos estendidos (não acorrentados) e os calcanhares no
chão para que os pés fiquem apoiados.
Se você tiver uma, deve usar resistência isocinética e terapia progressiva de equilíbrio
e estabilidade para estabilizar o tornozelo, sobre uma prancha de balanço, de oscilação ou
deslizante.
Dependendo do objetivo final da reabilitação, o treinamento deve ser feito por meio
de atividades de sustentação de peso no tornozelo, como caminhada, corrida leve e corrida,
e atividades rápidas, agilidade controlada, como virar, mudar de direção e deslocar o peso
para o lado. (KISNER, 2005).
33
5 LESÕES DE JOELHO
Fonte: boladetenisdelivery.com
O trauma e suas consequências são responsáveis por até 80% dos distúrbios do
joelho. O sistema osteoligamentar é complexo e inelástico, muitas vezes sujeito a traumas
diretos e indiretos. Acidentes de carro e esportes são os principais culpados de várias lesões
na articulação do joelho.
Esse processo de pesquisa de lesões, que está em andamento, é um grande impulso
para o estudo da anatomia, fisiologia e biomecânica do joelho. A fim de encontrar um
tratamento eficaz, a normalidade das funções ligamentares e articulares está sendo cada
vez mais estudada. Portanto, este capítulo começa com uma revisão dos conceitos
anatômicos e biomecânicos do joelho. (CAMANHO, HERNANDEZ, 2016).
34
O terço proximal da tíbia tem aspecto angular em varo, pois atua como uma haste fixa
em ambas as extremidades sujeita a compressão axial, deformação proximal e distal.
(CAMANHO, HERNANDEZ, 2016).
A articulação do femorotibial deve ficar paralela ao solo. Assim, desvios axiais
estruturais, quando ocorrerem, acentuarão a valva tibial anterior ou femoral. O fêmur e a
tíbia, próximos ao joelho, apresentam espinhos anterior, medial e lateral muito finos,
associados a uma grande massa esponjosa.
Essa estrutura, semelhante à do calcâneo, é muito eficiente na função de absorver e
distribuir a carga. No entanto, quando acometido por trauma, é muito difícil reconstruí-lo. A
articulação do fêmur com a tíbia é assimétrica, devido à desproporção dos ossos e, portanto,
instável. (CAMANHO, HERNANDEZ, 2016).
O espaço medial se forma a partir do sulco medial convexo do fêmur com o espaço
côndilo medial da tíbia. A cavidade lateral é o produto da fusão do canal lateral em forma de
bola do fêmur com o canal lateral convexo da tíbia. Esse complexo articular, embora instável,
permite que o joelho realize flexo-extensão combinada com rotação externa e interna.
Tal movimento ocorre pela estabilização do complexo medial, que funciona como eixo
de rotação, e pela extrema mobilidade do côndilo lateral esférico do fêmur, que corre, como
um limpador, côndilo lateral convexo da tíbia. (CAMANHO, HERNANDEZ, 2016).
5.1.1 Patelofemoral
A rótula é um osso de tração muito forte, por esse motivo, apenas 2/3 de sua
superfície possui superfícies articulares, o restante corresponde a áreas de compressão
muscular por tração. A superfície articular é multifacetada, com até sete aspectos descritos.
Isso ocorre porque a excursão ocorre em vários ângulos diferentes em sua relação com o
fêmur, mais devido ao arrasto do que à congruência articular. A articulação femoral, que é o
resultado de uma depressão entre os côndilos do fêmur (CAMANHO, HERNANDEZ, 2016).
A articulação patelofemoral possui ligamentos os quais a partir da descrição de
Warren e Marshall, em 1979, como o ligamento patelofemoral medial - LPFM, houve
mudança na compreensão da estabilidade da articulação patelofemoral.
Entretanto, após 1998, surgiram vários estudos voltados ao ligamento patelofemoral,
tais estudos demonstraram que ele é o principal responsável pela estabilização da patela.
O LPFM que possui origem na borda súpero-medial da patela e na inserção no
epicôndilo medial, é então o mais importante restritivo à lateralização da patela, e suas
35
relações com o músculo vasto medial explicam, a nosso ver, a importância desse músculo
no mecanismo de estabilização da articulação patelofemoral (CAMANHO, HERNANDEZ,
2016).
5.1.2 Ligamentos
Fonte: isaem.net/lesões-do-ligamento-colateral-medial-cm
36
Onde o LCA apresenta comportamento mecânico individualizado, sendo o responsável por
85% da estabilização anterior do joelho.
Já o LCP possui uma estrutura anatômica a que sugere a existência de dois
ligamentos que possuem duas diferentes estruturas, estando tensa em flexão e a outra, em
extensão (CAMANHO, HERNANDEZ, 2016).
Ademais o LCP possui a função de impedir a posteriorização da tíbia em relação ao
fêmur e, exerce um importante papel no mecanismo desacelerador e frenador do joelho, cuja
função estática é sinérgica, ou seja, à mesma função do quadríceps, que é o grande
desacelerador e frenador dinâmico do joelho.
Segundo Hernandez (1994), não existe diferença entre o comportamento mecânico
nas estruturas que compõem o LCP e o LCA em relação à resistência, à elasticidade, onde
o LCP é responsável por 95% da estabilização posterior do joelho (CAMANHO,
HERNANDEZ, 2016).
5.1.4 Periféricos
Fonte: vita.org.br
39
Assim, considerando-se tais fatores e o acompanhamento clínico indicação ou não de
tratamento cirúrgico ou de análise por artroscopia ou RMN deve ser feit, e, nos casos
submetidos a artroscopia, poderá se utilizar um critério mais preciso de indicação ou não
para a reparação das lesões de LCA.
Abdalla (1994) demonstrou que os portadores de lesão do LCA com extensa lesão
da membrana sinovial têm possibilidade muito maior de evoluir para instabilidade
anterior. De qualquer forma, para os portadores dessas lesões, a conduta inicial é o
protocolo PREGO, e, nos casos selecionados (ABDALLA, 1994. apud. CAMANHO,
HERNANDEZ, 2016).
Fonte: isioterapia.com.br
40
Exame radiográfico convencional. Nos pacientes com tal condição, há sinais de lesão do
LCA já com instabilidade manifestada. São indicados o protocolo PREGO por 21 dias e a
reconstrução do LCA, com base na técnica que será descrita mais adiante (CAMANHO,
HERNANDEZ, 2016).
Entorse do joelho com ou sem hemartrose e com sinais de instabilidade posterior
Exame radiográfico convencional ou com sinais de arrancamento do LCP. As duas
condições possíveis são decorrentes de posteriorização, seja ela passiva ou não. Nos
casos de lesão do LCP sem posteriorização passiva, utiliza-se o protocolo PREGO e
observa-se a evolução dos pacientes. Naqueles com posteriorização passiva, a indicação
de reconstrução ou reinserção do LCP é necessária. O diagnóstico tardio de instabilidade
posterior costuma ser confundido com instabilidade anterior. A RMN não ajuda muito, pois
o LCP cicatriza, e são visualizadas imagens de integridade em ligamentos alongados
(CAMANHO, HERNANDEZ, 2016).
Lesões do aparelho extensor
As luxações da patela, sobretudo as agudas, são de difícil diagnóstico clínico. Como
consequência, são negligenciadas. O sinal clínico frequente é a hemartrose com dores
na aleta medial. A palpação da aleta e a tentativa de lateralização da patela produzem dor.
O exame radiográfico pode demonstrar pequenos arrancamentos ósseos na faceta medial.
Fraturas marginais podem acompanhar as luxações (CAMANHO, HERNANDEZ, 2016).
Lesões complexas do joelho
Nesse grupo, são incluídas as instabilidades complexas associadas ou não a fraturas do
platô tibial. Inicialmente, são consideradas as instabilidades complexas. As fraturas do
platô serão descritas mais adiante. As lesões ligamentares complexas do joelho ocorrem
por comprometimento dos complexos ligamentares periféricos associado a lesões de um
ou dos dois ligamentos centrais. Em tais situações, o correto é a reconstrução de todas as
estruturas comprometidas, utilizando todos os recursos cirúrgicos (CAMANHO,
HERNANDEZ, 2016).
Lesões osteocondrais
As lesões osteocondrais traumáticas têm assumido importância progressivamente maior
com a evolução dos meios diagnósticos. A RMN demonstrou incidência próxima a 80% de
lesões osteocondrais traumáticas nos portadores de hemartrose com lesão aguda do LCA.
Esses mesmos pacientes, submetidos a artroscopia, apresentam incidência de 20% de
lesões visíveis. Provavelmente, a alta incidência de artrose em portadores de lesão do
41
LCA esteja relacionada às lesões osteocondrais traumáticas. Pode-se considerar dois
tipos de lesões osteocondrais traumáticas: por impacção e por destaque (CAMANHO,
HERNANDEZ, 2016).
Lesões osteocondrais por impacção
São muito frequentes nas lesões agudas do LCA. Ocorrem, na maioria dos casos, no
fêmur. Não se conhece ainda o real significado dessas lesões e, como são estáveis, não
são submetidas a procedimento terapêutico. A ocorrência de lesões por impacção na tíbia,
em que se consideram os afundamentos do platô tibial, tem merecido maior atenção. Nos
casos de afundamentos de até 0,5 cm, a carga é retirada por seis semanas, orientando o
uso de muletas. Nas seis semanas seguintes, a descarga parcial é permitida ainda com
muletas. Após 12 semanas, é instituído o retorno progressivo às atividades anteriores ao
trauma. Nos casos de afundamentos maiores de 0,5 cm, indica-se o levantamento sob
controle radioscópico (CAMANHO, HERNANDEZ, 2016).
Fonte: brunoluciano.com.br
A patela se trata do maior osso sesamóide do corpo, com seu centro de ossificação
que passar a existir entre o segundo e o terceiro anos de vida ou, em casos eventuais, mais
tarde, ainda, em alguns casos, apresenta centro de ossificação secundário, a denominada
patela bipartida, que tem o formato triangular com o ápice voltado para baixo, e recebe
inserções dos componentes do quadríceps, que também a recobrem e formam o ligamento
42
da patela, que se origina no polo inferior desse osso, e sua disposição anatômica favorece
mecanicamente a função do quadríceps.
A face articular da patela apresenta a cartilagem mais espessa do corpo humano e,
durante a flexão-extensão, transmite ao seu ligamento e à superfície anterior do fêmur distal
(tróclea) a força gerada no quadríceps (CAMANHO, HERNANDEZ, 2016).
43
e de perfil, com flexão moderada, e, quando possível, na incidência axial, que permite a
visualização de fraturas longitudinais.
Sendo raramente indicados outros exames, exceto nos casos em eu haja a
necessidade de identificação de fraturas osteocondrais, em que a artrografia, a TC e a RMN
contribuem para o diagnóstico (CAMANHO, HERNANDEZ, 2016).
44
Fonte: drmarciosilveira.com
45
Grau IV neste grau ira ter uma ruptura parcial ou total do tendão patelar. Esta
classificação mostra apenas três graus de tendinopatia patelar, pois o grau
quatro será classificado como uma ruptura deste tendão (SANTANA,
TEIXEIRA, PRADO, BORGES, 2015).
A tendinopatia patelar acomete em maior grau os atletas como os jogadores de
basquete 15%, handebol 25% e vôlei 83% devido ao esporte que provoca movimentos
repetitivos de saltos, corridas com paradas bruscas, estas lesões ocorrer devido à pouca
capacidade do tendão em fazer uma extensão correta quando é solicitado em grande
intensidade.
Tendinite patelar acomete os jogadores numa certa faixa etária que pode variar entre
20 a 25 anos de idade ou pouco tempo de profissão 2 a 5 anos de pratica esportiva, havendo
uma maior predominância de lesões nos homens dos 30 a 39 anos e nas mulheres entre 15
a 24 anos, é uma das lesões mais acometida sendo superada apenas pelas lesões causadas
no tornozelo (SANTANA, TEIXEIRA, PRADO, BORGES, 2015).
46
5.6 Tratamento fisioterápico
Fonte: shopfisio.com.br
5.7 Eletroterapia
47
A corrente elétrica, ao passar pelos tecidos corporais, altera eventos fisiológicos,
ativando e estimulando sistemas, de maneira a prevenir disfunções e também a tratá-las.
Para que isso seja possível, é imprescindível que a corrente seja modulada.
O potencial de ação (PA) é um evento elétrico que ocorre em células excitáveis do
organismo humano. Esse processo desencadeia uma inversão na variação do potencial de
membrana da célula, de modo que alguns íons entram e outros saem. A corrente elétrica
terapêutica busca induzir esse processo nos tecidos humanos.
Conhecer como esse processo ocorre é essencial para posteriormente entender
como uma corrente elétrica pode agir sobre o corpo, de modo a produzir efeitos fisiológicos
no organismo, atuando nas disfunções estéticas corporais e faciais.
A aplicação de correntes elétricas nos tecidos humanos é essencial para o tratamento
de inúmeras disfunções. Conhecer as características dessas correntes e das ondas que
geram os efeitos fisiológicos é fundamental para o tratamento adequado.
5.9 Crioterapia
48
5.10 Fortalecimento
Fonte: acafisioterapia.net
Qualquer lesão da coluna vertebral comum entre não atletas também pode ser
encontrada entre os participantes da prática esportiva, mas observa-se que, algumas lesões
são mais características no caso dos atletas que apresentam peculiaridades que justificam
uma abordagem mais específica.
Assim, entre as lesões da coluna vertebral mais características entre os atletas
JÚNIOR e tal., (1999) destaca as seguintes:
Instabilidades da coluna cervical;
Tetraparesia transitória;
Apofisite da coluna toracolombar;
Espondilólise traumática;
49
Fraturas do arco vertebral.
Observa-se ainda que os mecanismos de lesão incluem forças de flexão, extensão,
cisalhamento, torção e microtraumas repetitivos, assim via de regra, existe uma combinação
de forças produzindo a lesão.
Pode-se observar por exemplo, no golfe atuam forças de compressão, cisalhamento,
torção e inclinação lateral, podendo ainda haver lesões de partes moles, disco intervertebral
e osso.
No caso das lesões das partes moles que são as mais comuns, ocorre em músculos
e ligamentos, já as lesões do disco intervertebral podem-se traduzir na forma de discopatia
precoce ou hérnia de disco traumática, já as lesões ósseas podem ocorrer na forma de
microfraturas, avulsões ou fraturas propriamente ditas (JÚNIOR e tal., 1999).
Não obstante a coluna vertebral e sua musculatura se tratam de uma estrutura
biológica e mecânica complexa, que é composta de dois tipos básicos de tecido: osso e
partes moles, sendo uma estrutura anisotrópica.
Cujas propriedades mecânicas dependem da orientação específica e carga aplicada.
Observa-se no caso do osso esponjoso, que ocorre o mesmo, onde, a medula óssea
atua como uma bomba hidráulica, por meio de atividades contínuas ou cíclicas que podem
prejudicar esse mecanismo ou mesmo impedi-lo, podendo desencadear degeneração
precoce do disco intervertebral lombar. Onde o principal elemento na capacidade da vértebra
para suportar carga é o osso esponjoso.
Ainda de acordo com o que elucida o autor supracitado o osso cortical contribui com
10% da resistência à compressão e o esponjoso, com 50%, cujas atividades cíclicas podem
produzir fraturas da placa vertebral e do anel apofisário, na osteoporose a resistência da
vértebra diminui, podendo haver fratura ou mesmo colapso dela, o que pode ocorrer no atleta
idoso (JÚNIOR e tal., 1999).
No caso dos discos intervertebrais que são extremamente complexos em sua
anatomia, fisiologia e propriedades mecânicas, o ânulo se trata de uma estrutura laminada
composta de fibras colágenas orientadas a 30º do eixo horizontal.
50
Já as fibras internas estão ligadas à placa de cartilagem, enquanto as fibras externas
se ligam à estrutura óssea dos corpos vertebrais e as fibras colágenas só resistem à tensão.
Na rotação as fibras são colocadas em direção horizontal porque aumenta sua resistência à
tensão (JÚNIOR e tal., 1999).
Quanto ao núcleo pulposo que apresenta matriz proteica, proteoglicanos e água que
atua como gel não compressivo, o que ocorre durante a compressão é que o núcleo e as
fibras internas do anel transmitem forças de vértebra a vértebra, provocando deflexão dos
platôs vertebrais adjacentes, protrusão discal e o desenvolvimento de tensão no ânulo.
Desse modo a compressão pura não causa a hérnia discal, pelo contrário no caso do
disco jovem, a compressão excessiva pode conduzir à fratura da placa vertebral,
principalmente nas atividades que promovem a carga rápida ou quando há fraqueza no platô
vertebral decorrente da idade, ocorrendo, então, um defeito referido como nódulo de Schmorl
(JÚNIOR e tal., 1999).
Quanto ao anel apofisário é ainda presente, a compressão excessiva que pode
resultar em dissecção e separação do núcleo apofisário, podendo ocorrer roturas anulares
na flexo-torção, não acompanhados de protrusão, onde os ligamentos espinais atuam como
estabilizadores da coluna.
Assim, os músculos atuam como estabilizadores ativos e passivos, que isoladamente
não conseguem suportar a coluna, onde existe a necessidade de suporte externo através da
musculatura (JÚNIOR e tal., 1999).
Destarte, os músculos da coluna vertebral são descritos em termos de flexores e
extensores, onde os flexores são compostos de duas camadas, sendo que, a primeira
camada é o músculo psoas, cujo momento de atuação é pequeno, já a segunda camada são
os músculos abdominais, que apresentam um grande momento de atuação.
Os músculos abdominais também atuam como uma estrutura hidráulica, suportando
as vísceras abdominais de conteúdo aquoso e os músculos para vertebrais atuam como
extensores, tendo pequeno momento de atuação, sendo limitada sua atuação como
estabilizadores da coluna (JÚNIOR e tal., 1999).
51
6.1 Instabilidades da coluna cervical
Fonte: interfisio.com.br
52
6.2 Apofisite da coluna toracolombar
53
6.4 Lesões da coluna lombar em atletas
Fonte: drauziovarella.uol.com.br
Lesões na coluna lombar têm sido observadas no jovem atleta e atualmente estão
aumentando em frequência nas clínicas esportivas. Lesão e dor recorrente nas costas
podem limitar drasticamente a capacidade do atleta de participar em sua modalidade.
Enquanto a anatomia relativamente normal da coluna possa permitir amplitude aumentada
da performance antes que o dano de estrutura ocorra, a dor nas costas ainda é relativamente
comum. São exemplos a dança, a ginástica e a patinação artística. Sward et al. observaram
que, de 142 atletas de elite na Suécia, a incidência de dor lombar variou de 5 a 85%,
dependendo do esporte (MICHELI, ALLISON, 1999).
Anteriormente, a coluna lombar tem cinco corpos vertebrais ligados pelos discos
intervertebrais. O canal neural fica centralmente, contendo nervos periféricos com
revestimento dural. Dorsalmente, estão localizados os elementos posteriores da espinha: as
facetas, os processos transversos, os processos articulares e os pedículos. A lordose lombar
normal é de 45 a 50 graus. Alinhamentos estruturais anormais, como hiperlordose da
espinha lombar ou “coluna estruturalmente plana”, podem ser fatores para provocar dor
lombar (MICHELI, ALLISON, 1999).
Lesões da coluna lombar geralmente resultam de dois padrões de geração de força:
evento único, macrotrauma agudo ou microtraumas repetitivos com o resultado de lesões de
overuse. Lesões de overuse são vistas, mais comumente, nos elementos ósseos
posteriores, particularmente nos processos articulares. Alguns pesquisadores têm sugerido
que são a flexão e a extensão repetitiva que levam à concentração de estresse nessa região,
54
já que este é o local da rotação da espinha durante a flexão e extensão (MICHELI, ALLISON,
1999).
Uma série de estudos recentes tem empregado a imagem por ressonância magnética
(RM) para demonstrar mudanças na coluna causadas por microtraumas repetitivos. Sward
et al., em recente estudo, compararam 24 ginastas masculinos de elite com 16 homens não
atletas de idades semelhantes. Através da RM, os autores encontraram evidência de
aumento significativo de degeneração de disco nos atletas (75%) em comparação com os
não atletas (31%).
Os ginastas tinham também maior incidência de outras anormalidades na coluna
toracolombar. Em estudo similar, Goldstein et al. Sugeriram que ginastas que treinam mais
que 15 horas por semana mostram aumento significativo da incidência de alterações
degenerativas na coluna lombar (MICHELI, ALLISON, 1999).
O padrão das lesões lombares é completamente diferente no atleta idoso, no qual a
coluna já passou pela degeneração segmentar relacionada com a idade. A lesão é mais
comumente iniciada nos elementos da parte anterior do disco, ocasionando dor discogênica
e ciática.
O crescimento excessivo do osso nas facetas pode comprometer os recessos laterais
ou o forame intervertebral, resultando em compressão do nervo espinhal. Uma mínima
torção ou lesão pode resultar em lesão do nervo espinhal ou irritação associada com inchaço
e dor (MICHELI, ALLISON, 1999).
55
A postura hiperlordótica é usualmente vista em bailarinas e ginastas. Em muitas
dessas atletas, a hiperlordose é geralmente postura adquirida e potencialmente reversível
com exercícios terapêuticos adequados. As únicas queixas podem ser coluna dolorida
associada com posição prolongada de pé ou sentada, ou após atividades de treinamento
esportivo.
Técnicas de diagnóstico como radiografias simples e cintilografias são normais. Em
muitos atletas jovens, essa condição pode representar uma “síndrome de supercrescimento”
transitório (MICHELI, ALLISON, 1999).
Fonte: cbnrecife.com.br
57
suspeitar de contusão local ou fratura. Radiografias simples são realizadas para identificação
de possíveis fraturas, nas lesões traumáticas.
Na ausência de trauma deve ser imediatamente instituído tratamento conservador. O
objetivo principal deste é o retorno às atividades o mais breve possível, mantendo
condicionamento cardíaco e pulmonar adequado durante o período que permanecer
afastado dos esportes, e reabilitação precoce, inicialmente com exercícios isométricos, e
alongamentos progressivos. O uso de órteses (coletes) não tem influência em sua
recuperação. Medidas no sentido de atuar sobre o fator desencadeante podem evitar
recidivas (MICHELI, ALLISON, 1999).
Fonte: hammeracademia.com
58
O atleta de alto nível, por exemplo, é constantemente submetido a pressões e
cobranças sobre seus resultados e retorno à prática esportiva. Seu afastamento,
invariavelmente, representa prejuízos substanciais à equipe, aos patrocinadores e a todos
os atores envolvidos em suas competições.
Dessa forma, uma vez diante de uma lesão inevitável, a fisioterapia tem como objetivo
principal a devolução rápida do atleta a prática do esporte, o que torna o trabalho bastante
peculiar e de risco, visto que o tempo necessário ao restabelecimento morfofisiológico das
estruturas nem sempre é respeitado da maneira ideal (RESENDE, CAMARA, CALLEGARI,
2014).
Nesse contexto, o aspecto preventivo do tratamento de lesões esportivas é
imprescindível para a atuação do fisioterapeuta, que necessita redirecionar seu foco de
atenção, das lesões já instaladas, para situações de risco.
Através de avaliações individualizadas e acompanhamento dos atletas, esse
profissional deve identificar desequilíbrios musculares, alterações posturais, e déficits
biomecânicos importantes e que demandem de intervenção. Assim, o aspecto preventivo
busca a execução segura e eficiente de um gesto esportivo além de garantir desempenho
ao atleta de alto nível (RESENDE, CAMARA, CALLEGARI, 2014).
Algumas necessidades e demandas esportivas apontam para um enfoque cada vez
mais prioritário à fisioterapia preventiva. Aumentar a longevidade esportiva de um atleta,
extrair o máximo de seu rendimento e garantir as conquistas inerentes ao esporte são tarefas
que demandam trabalho árduo.
É necessário um treinamento seguro, para que uma lesão não inviabilize o andamento
dos treinos ou represente perda nas conquistas adquiridas. Até mesmo o esporte amador
precisa ser acompanhado uma vez que a cada dia há maior indicação terapêutica de
atividade física e maior número de pessoas que querem usufruir de seus benefícios
(RESENDE, CAMARA, CALLEGARI, 2014).
Lesões de coluna, embora altamente incapacitantes para o esporte, relacionam-se
mais com a manutenção de posturas estáticas inadequadas, do que com o esporte em si.
Estudos avaliando a incidência dessas lesões em estudantes sedentários e atletas
mostraram que os primeiros estão mais propensos a apresentá-las que os atletas.
Não apenas a competição está relacionada ao aparecimento de lesões. O treinamento
é um processo intenso de repetições de movimentos e incremento de desafios que tem
59
mostrado, na literatura, maior risco que a competição (RESENDE, CAMARA, CALLEGARI,
2014).
Fonte: previva.com.br
Se um jogador de vôlei que realiza, diariamente, até 500 saltos para treinar o bloqueio
de bola junto à rede, de maneira despercebida, aterrissam no chão com um membro inferior
0,01 segundo atrasado em relação ao outro, 100% de sobrecarga adicional está sendo
imposta no tendão patelar desse membro. Aí está um exemplo do papel do fisioterapeuta,
nesse caso, na detecção precoce de um movimento equivocado, que cria sobrecarga e
predispõe ao aparecimento da lesão.
Outros fatores, além do tipo de esporte, também interferem no aparecimento de
lesões. As mulheres são mais propensas a lesões como fratura por esforço, pois podem ter
distúrbios de densidade óssea hormonais (RESENDE, CAMARA, CALLEGARI, 2014).
O jovem atleta tem maior propensão a contusões, entorses e estiramentos, enquanto
a idade favorece o aparecimento de lesões degenerativas e rupturas de tendão. A base para
a prevenção de lesões envolve o conhecimento das limitações de um determinado atleta,
assim como as características inerentes ao esporte que ele pratica e a magnitude da
sobrecarga imposta.
Dessa forma, existem aspectos intrínsecos e extrínsecos que se relacionam aos
fatores de risco e com o surgimento de lesões no esporte. Os fatores intrínsecos se
relacionam ao atleta, como seu biótipo, a presença de lesões prévias, capacidades físicas
adquiridas, presença de alterações corporais e desequilíbrios musculares (RESENDE,
CAMARA, CALLEGARI, 2014).
60
Geno valgo de joelho, por exemplo, pode predispor a lesões de menisco ou ligamento
colateral medial por concentrar a sobrecarga em pontos anatômicos do joelho, criar
condições de desgaste e utilização excessiva de estruturas que estariam preservadas com
a distribuição correta das forças sobre a articulação.
O fisioterapeuta deve estar atento às medidas preventivas necessárias a cada
situação, de modo a possibilitar a menor exposição aos fatores de risco. Os fatores
extrínsecos se relacionam ao esporte, como o tipo de material utilizado, regras, quantidade
e tipo de treinamento ministrado (RESENDE, CAMARA, CALLEGARI, 2014).
O tenista, por exemplo, deve ser orientado quanto à escolha da raquete adequada a
ser utilizada, preocupando-se com a distribuição correta de peso entre o cabo e a cabeça,
de modo a não criar sobrecargas na região do epicôndilo lateral, o que acarretaria lesões
comuns desse esporte.
Nesse exemplo, a avaliação da amplitude de movimento, força e flexibilidade dos
movimentos do cotovelo, incluindo a análise da cinemática e biomecânica do momento de
impacto da raquete com a bola, são intervenções do fisioterapeuta que poderão proporcionar
a adequada adaptação do atleta a sua raquete (RESENDE, CAMARA, CALLEGARI, 2014).
O local da aplicação das maiores sobrecargas deve ser investigado e podem subsidiar
programas de prevenção. Os corredores, por exemplo, têm grandes forças de tração na
planta dos pés e comumente desenvolvem fasciite plantar.
Existem ainda outros tipos de força como as friccionais no ombro de arremessadores
e que podem desencadear bursites, sobrecarga cíclica que podem levar a fraturas por
estresse, ou ainda o contato direto, como acontece no futebol americano e que pode levar a
contusões, fraturas e até lesões neurológicas. Conhecer o meio ambiente, o piso, o tipo de
calçado também é importante (RESENDE, CAMARA, CALLEGARI, 2014).
O fisioterapeuta deve manter medidas preventivas coerentes, como indicar o uso de
roupas e calçados adequados, alimentação equilibrada, reequilíbrio hídrico, repouso e
recuperação entre outras.
Pode promover a proteção das áreas mais suscetíveis a lesões específicas por meio
de enfaixamento ou uso de órteses. Um exemplo ocorre com os atletas do vôlei que se
utilizam de bandagens funcionais nas articulações Inter falangeanas. Atividades físicas
compensatórias devem ser prescritas: atletas de esporte coletivo costumam praticar
natação, e tenistas fazem musculação (RESENDE, CAMARA, CALLEGARI, 2014).
61
Em nível secundário o fisioterapeuta deve procurar detectar precocemente o
aparecimento de lesões e ainda evitar o aparecimento de complicações que prolonguem o
afastamento do atleta do esporte praticado.
Algumas vezes é necessário modificar a rotina de treinamento de modo a não afastar
completamente o atleta da prática esportiva, porém preservando regiões críticas. Envolve o
controle da dor e do processo inflamatório, a restauração da amplitude de movimento, a
melhora da força muscular e da resistência, e desenvolvimento de padrões adequados de
habilidades relacionadas ao esporte praticado (RESENDE, CAMARA, CALLEGARI, 2014).
É importante empregar o conceito de especificidade do exercício, não é possível, por
exemplo, reeducar um atleta que precisa de força e habilidade biomecânica para a corrida
somente usando a piscina terapêutica.
Um dos componentes de atenção do fisioterapeuta, no esporte, consiste no trabalho
muscular, lembrando que não há um movimento executado por apenas um músculo e que
sempre existe um músculo antagonista modulando a execução deste movimento. O trabalho
muscular deve ser o mais específico possível para o esporte praticado (RESENDE,
CAMARA, CALLEGARI, 2014).
Fonte: revistavitale.com.br
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