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Metáfora é uma figura de linguagem.

Pode traduzir uma


situação, problema e/ou sentimento do cliente, tendo relação
de semelhança entre o que é dito metaforicamente e o
funcionamento do cliente. Em outras palavras, comunicamos
ou expressamos algo da história do paciente/cliente sem falar
diretamente, sem ser específico e direto. Dessa forma, fica
implícito a “regra”.

As metáforas são permeadas por emoções, podem ser


utilizados em várias demandas, além de ser de fácil
memorização.

Pode-se utilizar as metáforas por meio de frases, histórias,


parábolas. Vale ressaltar que o profissional (psicólogo ou não),
não fornece ou identifica semelhanças entre a metáfora e a
vida do paciente/cliente, essa percepção deve partir da
própria pessoa. Para auxiliar pode-se questionar, gerar
reflexões, mas, jamais, se deve mostrar as similaridades.

Exemplos: chover canivete, chover no molhado, enxugar gelo,


ficar em cima do muro, ovelha negra da família, minha boca é
um túmulo, carta na manga.
Todos os direitos de Custódio. Disponível em:
https://tirasdidaticas.wordpress.com/2014/12/15/expressoes-e-metaforas/
Ruído do Microfone

Você sabe aquele som horrível que os microfones às vezes


fazem? Isso acontece quando o microfone está posicionado
muito perto do falante. Então, quando a pessoa no palco faz
apenas um sonzinho, ele vai para o microfone; o som vem do
amplificador do falante e volta para o microfone, um pouco
mais alto do que da primeira vez, e com a velocidade do som e
da eletricidade ele se torna cada vez mais alto até que em um
segundo ele fica insuportavelmente alto. A sua luta com os seus
pensamentos e sentimentos é parecida com este ruído. Então o
que você faz? Você faz o que qualquer um de nós faria. Você
tenta viver a sua vida (fale baixinho) bem quieto, sempre
sussurrando, andando nas pontas dos pés pelo palco,
esperando que se você for muito, mas muito quieto mesmo não
haverá o ruído. (Falando normalmente). Você mantém o
volume baixo de inúmeras formas: drogas, álcool, evitando, se
afastando, e assim por diante [Use itens que se encaixam na
situação do cliente]. O problema é que está é uma horrível
forma de se viver, sempre nas pontas dos pés. Você não pode de
fato viver sem fazer barulho. Mas note que nesta metáfora, o
problema não é a quantidade de barulho que você faz. O
problema é o amplificador. Nosso trabalho aqui não é ajudá-lo
a viver a sua vida quieto, livre de todo o desconforto emocional
e dos pensamentos perturbadores. Nosso trabalho é achar o
amplificador e tirá-lo de circuito.

Hayes, Strosahl e Wilson, 1999


apud Saban, 2011
“Era uma vez um reino chamado Jardins. Era assim chamado
porque nele havia jardins de todos os tipos: suspensos, baixos,
de rosas, tulipas.... Cada jardim possuía um jardineiro ou casal
de jardineiros responsável por ele. Quando as pessoas se
casavam, a cerimônia do casamento era feita em uma grande
igreja de flores. Certo dia, houve um casamento especial no
reino. Casaram-se os mais cuidadosos jardineiros que ali
havia. Foi uma alegria geral e também uma grande
expectativa para todos, que passaram a imaginar que
maravilha seria o jardim que agora os dois cuidariam. Após o
casamento ganharam do rei um enorme pedaço de terra para
que plantassem o que quisessem. E os dois realmente
adoravam plantar. Olharam para aquela terra e começaram a
sonhar com todas as flores lindas que cultivariam. E assim,
começaram. Afofaram a terra, semearam margaridas, rosas,
hortênsias, azaleias...Adubaram... E aguardaram ansiosamente
para que crescessem. Foi então que começaram a notar algo
de diferente, pois as flores brotavam, mas logo murchavam.
Uma, duas, três, nove vezes seguidas. E os jardineiros
começaram a se entristecer, mas não desistiam, continuavam
tentando.

Um dia, Senhora Jardineira acordou e teve uma surpresa: uma


rosa, bem cor de rosa, havia desabrochado. Que alegria!
Correu para contar ao Senhor Jardineiro. Foram correndo
admirar a bela flor. . E como era bela!
Porém, uma forte rajada de vento a despedaçou e ela se foi
como as outras... Choraram muito e começaram a se sentir os
piores jardineiros do mundo. Afinal por que estavam
falhando? Foi então, que a fada do reino surgiu para lhes fazer
uma visita e disse:
" -Queridos jardineiros, vocês se sentem culpados porque as
flores não ficam vivas, mas vocês não possuem nenhuma
culpa. Existem coisas na vida que acontecem independentes
de nós, que não podemos explicar. Talvez esta terra precise de
um tempo pra descansar. E se tiverem fé, ainda poderão ter
uma bela surpresa." Disse isso e foi se embora voando. Os
jardineiros resolveram, então descansar um pouco, mas
semearam apenas mais uma semente. Semearam e depois
adormeceram profundamente. Quando despertaram, que
alegria!

Havia brotado um lírio, lindo, branquinho e saudável. Mamãe


Jardineira correu a lhe regar com a mais pura água da
cachoeira e Papai Jardineiro a lhe adubar carinhosamente. E
assim, o lírio foi crescendo, único naquele jardim. Papai e
mamãe jardineiros cuidavam dele protegidamente como se
fosse o tesouro deles. E o amavam muito. O protegiam tanto,
porque o amavam muito, que até fizeram uma estufa especial
para ele. Uma estufa de cristal por onde entrava o sol e seu
calor, mas onde o ar era sempre o mesmo. E então, o lírio
começou a ficar estranho, dava umas tremidas e uns repuxões
repuxões diferentes e começou a murchar. O casal de
jardineiros novamente se assustou e teve medo de perder seu
lírio amado.E resolveram chamar a fada do reino, que lhes
disse: " -As flores foram feitas para viver e crescer com
liberdade, para receber o sol diretamente, sentir os pingos da
chuva, aprender a conhecer os diferentes tipos de vento, e se
proteger dele se for necessário. Talvez, possam começar a
entender que podem amá-lo profundamente, mas também
deixa-lo ir crescendo naturalmente, como os outros lírios."

*História extraída do livro digital de Soares Eutrópio

Sempre falo que Psicólog@ tem que ser criativ@. Utilizar a Técnica da
Metáfora exige criatividade. Busque histórias que tenham a ver com a
realidade do paciente/cliente ou crie uma. Poderá criar juntamente com
o próprio cliente, você inicia, verbalmente, passa a palavra, depois
retoma e assim, a metáfora vai sendo construída.

"A criatividade é inteligência se divertindo." (Desconhecido)


"Criatividade é a arte de conectar ideias" (Steve Jobs)

Referências

Pinheiro, Renata Silva. A utilização de metáforas como recurso terapêutico, (2012). Disponível em
https://www.comportese.com/2012/02/a-utilizacao-de-metaforas-como-recurso-terapeutico

Soares Eutrópio, Maria Teresa. Construindo Metáforas e Histórias Terapêuticas. Edição do


Kindle.
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