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A Obra principal que escolhi trazer aqui pro Podcast é Alguma Poesia.

Ela foi publicada em 1930 sendo o livro de estreia de Drummond. É um livro composto por diversos
poemas, 49, alguns escritos desde década de 20 e outros já tinham sido publicado como famoso e já
citado "No meio do caminho", esse livro aborda vários temas como quebra do amor idealizado,
críticas políticas, reflexão metalinguística, cenas caseiras e familiares (porque nesse período do
modernismo era muito predominante o tema do cotidiano) além de outras coisas. E esse livro utiliza
as ideias modernistas que surgiram na década de vinte, que eram: verso livre, temática do cotidiano,
linguagem coloquial, humor, deboche, poema-piada, colagens, ironia, autoironia e crítica ao
nacionalismo. Essas são as características do livro.

Bom, eu já citei o livro então eu trouxe um poema que tem nesse mesmo livro. Chama-se "Poema de
sete". É um dos poemas mais famosos de Drummond e foi um dos que eu mais simpatizei ao
pesquisar. Esse poema apresenta um dos temas centrais da poesia drummondiana, que é a relação
difícil e conflituosa entre o indivíduo e o mundo. As características desse poema é que ele é um
poema fragmentário, feito de rupturas e justaposições, refletindo a dificuldade do indivíduo
compreender e conceber o mundo de forma unitária e lógica, cada uma das estrofes do poema
representa uma face dessa relação problemática entre um "eu todo retorcido" e o mundo. Então
nesse poema é a visão de um poeta gauche, basicamente um poeta desajustado, não se adapta ao
mundo e por isso ele fica distante e vira um observador, individualista e irônico também, ele também
questiona a Deus o motivo de sua existência, também traz de modo metafórico sua desesperança da
vida e seu desacerto com o mundo. E antes de encerrar o podcast gostaria de recitar aqui o poema.

Quando nasci, um anjo torto Se sabias que eu era fraco


Desses que vivem na sombra Mundo mundo vasto mundo
Disse: Vai, Carlos! Ser gauche na vida Se eu me chamasse Raimundo
Seria uma rima, não seria uma solução
As casas espiam os homens Mundo mundo vasto mundo
Que correm atrás de mulheres Mais vasto é meu coração
A tarde talvez fosse azul
Não houvesse tantos desejos Eu não devia te dizer
Mas essa lua
O bonde passa cheio de pernas Mas esse conhaque
Pernas brancas pretas amarelas Botam a gente comovido como o diabo
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta
meu coração
Porém meus olhos
Não perguntam nada

O homem atrás do bigode


É sério, simples e forte
Quase não conversa
Tem poucos, raros amigos
O homem atrás dos óculos e do bigode

Meu Deus, por que me abandonaste


Se sabias que eu não era Deus
- Quem foi Carlos Drummond de Andrade?

Já sabemos que é um grande autor, poeta  cronista e contista brasileiro. Mas ele também é natural
de Itabira, MG. Nasceu no dia 31 de outubro de 1902. Estudou na escola Arnaldo em BH e na
Anchieta em Nova Friburgo. Se formou sabe em que? Farmacia pela universidade federal de MG.
Na faculdade conheceu seus companheiros inclusive Emilio Moura e fundaram a revista " A Revista"
pra divulgar o modernismo no Brasil.
Se casou com Dolores Dutra com que teve 2 filhos, Maria Julieta Drummond de Andrade e Carlos
Flavio Drummond de Andrade que morreu com 30min de vida (recebeu um poema dedicado
chamado "O que viveu meia hora").
Algumas curiosidades sobre Drummond é que ele foi tradutor de músicas internacionais em uma
revista, traduzindo até grandes nomes como Beatles.
Ele também aparece estampado na nota de 50 cruzados com seu poema escrito junto chamado
"Prece de um Mineiro no rio".
Outro fato é que o monumento dele lá no rio de janeiro onde ele está sentado num banco é o
segundo mais visitado perdendo apenas pro Cristor Redentor.

Durante sua vida como poeta ele teve fases, Karol pode falar mais um pouquinho sobre...

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