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Liame Estudos em Psicologia

Desde 2017 preparando estudantes e profissionais de Psicologia para o processo seletivo de


Residências da SES-PE

Coordenação Executiva
Rebeca Portela
Gisléa Ferreira

Docentes | Módulo SUS


Débora Oliveira
Rafaela Domingos

Docentes | Módulo Hospitalar


Ísis Maurício
Larissa Jovana
Débora Oliveira
Rafaela Domingos

Docentes | Módulo Atenção Básica


Luanna Cruz
Gisléa Ferreira
Débora Oliveira
Rafaela Domingos

Produção do material
Rebeca Portela
Gisléa Ferreira
Ísis Maurício
Larissa Jovana
Luanna Cruz
Débora Oliveira
Rafaela Domingos

Revisão textual e diagramação


Gisléa Ferreira

Design da Capa
Rebeca Portela

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LIAME – Preparatório para Residências em Psicologia SES-PE | Ano 6 | 2022| Módulo SUS
Apresentação

O Liame
busca preparar estudantes 3 a 4h. A metodologia agrega conteúdo expositivo,
e profissionais de Psicologia dialogado e resolução de questões, sem deixar de
para as provas de Residência na área e promover trazer reflexões críticas sobre os conteúdos e sobre a
aproximações por meio de trocas de experiências, prática em Psicologia nos diferentes cenários.
vivências e debates sobre a atuação da Psicologia nas
políticas públicas de saúde. Entendendo a residência como espaço de formação
potente e desafiador realizado no SUS e para o SUS, é
Idealizado em 2017 por Rebeca Portela como um com bastante orgulho que nas cinco edições do curso
grupo de estudos dos conteúdos específicos de até aqui somemos 52 aprovações, incluindo posições
Psicologia requisitados para a seleção, em 2018 o de primeiro lugar tanto no perfil Atenção Básica
grupo ganha a identidade LIAME e passa a ampliar a quanto no perfil Hospitalar.
proposta para um curso preparatório para
residências, abordando não só o conteúdo específico Nesta sexta edição do preparatório, o Liame
apresenta como novidade o serviço de
de Psicologia, como também os conhecimentos gerais
dos respectivos perfis de atuação. acompanhamento personalizado de plano de estudos,
ofertado em separado do preparatório, para aqueles
Com docentes com trajetória de formação na participantes com necessidade de um percurso de
modalidade de residência, pós-graduação em suas estudos mais estratégico e potencializado.
áreas de atuação e experiência profissional na
Atenção Básica, na Saúde Coletiva e na Atenção O SUS e as políticas públicas de uma maneira geral
Hospitalar, o Liame tem como propósito mais que tem sofrido duros retrocessos. Apesar de todas as
dificuldades historicamente acumuladas, apenas o
uma preparação para a prova da residência, como
também produzir reflexões e trocas que possam SUS possui real capacidade de resposta às
contribuir para uma atuação psi contextualizada e necessidades de saúde pública e a presença de
alinhada aos princípios da defesa do direito à saúde, residentes em saúde se faz importante para a
de maneira acessível, dialogada e sensível às continuidade, fortalecimento do ideário da reforma
necessidades da/o/e(s) participantes. sanitária e aperfeiçoamento das estruturas existentes
no SUS.
O material de apoio é elaborado pelas docentes,
apresentando resumo teórico, sugestões de leituras LIAME significa criar laços, construir vínculos e é a
partir dessa aposta que viemos construindo pontes de
complementares, indicações de vídeos e filmes e
resolução de questões com lista de gabarito. diálogo entre Psicologia e políticas públicas de saúde,
na direção do fortalecimento da atuação
Desde 2020, o Liame adota a modalidade virtual como contextualizada e comprometida com o
meio de transmissão das aulas, que acontece uma vez fortalecimento do SUS. Desejamos uma jornada de
na semana no módulo SUS e duas vezes por semana aprendizados e trocas potentes durante este módulo.
para os módulos específicos, ao vivo, com duração de

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LIAME – Preparatório para Residências em Psicologia SES-PE | Ano 6 | 2022| Módulo SUS
Docentes | Módulo SUS

Débora Oliveira

Enfermeira, Residência em Saúde da Família (Instituto de Medicina Integral Professor


Fernando Figueira – IMIP), mestre em Saúde Pública (Fiocruz PE), professora substituta
(UFPE).

Rafaela Domingos

Enfermeira, Mestre em Saúde Pública pelo Instituto de pesquisa Aggeu Magalhães


(Fiocruz PE), Especialista em Direitos Humanos e Políticas Públicas, professora de Iniciação
à Ciência e à Pesquisa Científica (IPQC), UFPB.

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Cronograma | Módulo SUS

AULA DATA CONTEÚDO PROFª

Políticas e sistemas de saúde no Brasil: retrospectiva histórica; Políticas de


01/06 Rafaela
01 Saúde: Modelos de atenção à saúde. Reforma sanitária antecedentes
(quarta) Domingos
históricos, princípios e desdobramentos até a situação atual.
08/06 Conhecimentos sobre o SUS: Legislação da Saúde: Constituição Federal de Rafaela
02
(quarta) 1988 (Título VIII - capítulo II - Seção II); Lei 8.080/90. Domingos
15/06 Rafaela
03 Lei 8.142/90/ Controle social: conselhos e conferências municipais de saúde;
(quarta) Domingos

22/06 Decreto Nº 7508/2011 – Regulamenta o SUS. Rafaela


04
(quarta) Redes de Atenção à Saúde. Domingos

26/06 Política Nacional de Atenção Básica – Portaria nº 2488/2011; Portaria nº Rafaela


05
(quarta) 2436/2017. / Política Nacional de Educação Permanente em Saúde. Domingos

06/07 Débora
06 Epidemiologia: aspectos históricos e história natural da doença
(quarta) Oliveira
13/07 Débora
07 Epidemiologia: indicadores epidemiológicos
(quarta) Oliveira

20/07 Débora
08 Epidemiologia: estudos epidemiológicos
(quarta) Oliveira

Vigilância à Saúde: noções básicas e operacionalização das vigilâncias Débora


09 27/07
epidemiológica, sanitária e ambiental. Oliveira

Débora e
10 03/08 Simulado 1 - Módulo Geral
Rafaela

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LIAME – Preparatório para Residências em Psicologia SES-PE | Ano 6 | 2022| Módulo SUS
Sumário
Aula 1 ......................................................................................................................... 9
Políticas e Sistemas de Saúde no Brasil ................................................................ 10
POLÍTICA PÚBLICA, POLÍTICAS DE SAÚDE E SISTEMA DE SAÚDE: DIFERENÇAS
CONCEITUAIS.......................................................................................................... 10
POLÍTICAS E MODELOS DE SAÚDE NO BRASIL: Retrospectiva Histórica ..................... 11
REFORMA SANITÁRIA ............................................................................................ 18
Modelos de Atenção à Saúde no Brasil ................................................................ 20
Modelo médico-assistencial privatista..................................................................... 20
Modelo Assistencial Sanitarista ............................................................................... 21
Propostas alternativas aos modelos de atenção em saúde ....................................... 21
EXERCÍCIOS ............................................................................................................ 23
Aula 2 ....................................................................................................................... 29
Legislação da Saúde: Constituição Federal .......................................................... 30
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988: ARTIGOS 196 AO 200 .......................................... 30
Legislação da Saúde: Lei Nº 8.080/90................................................................... 32
Aula 3 ....................................................................................................................... 40
Legislação da Saúde: Lei Nº 8.142/1990. ............................................................. 41
EXERCÍCIOS ............................................................................................................ 43
Aula 4 ....................................................................................................................... 45
Decreto Nº 7508/2011 ................................................................................................ 45
Redes de Atenção à Saúde .......................................................................................... 45
2. ORGANIZAÇÃO DO SUS ....................................................................................... 46
3. PLANEJAMENTO DA SAÚDE ................................................................................. 47
4. ASSISTÊNCIA À SAÚDE......................................................................................... 47
5. ARTICULAÇÃO INTERFEDERATIVA ........................................................................ 48
EXERCÍCIOS ............................................................................................................ 51
Aula 5 ....................................................................................................................... 57
Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) ....................................................... 58
Portaria 2.488 de 21 de outubro de 2011............................................... (antiga PNAB)
.............................................................................................................................. 58
Portaria 2.436 de 21 de setembro de 2017 .............................................................. 67

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Características da AB .............................................................................................. 67
Diretrizes:............................................................................................................... 68
DAS RESPONSABILIDADES Art. 7º ............................................................................ 68
INFRAESTRUTURA, AMBIÊNCIA E FUNCIONAMENTO DA ATENÇÃO BÁSICA .............. 73
3.3 – FUNCIONAMENTO .......................................................................................... 73
3.4- Tipos de Equipes: ............................................................................................. 74
Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde: Atribuições e processo de trabalho .. 76
Atribuições dos agentes comunitários de saúde ...................................................... 77
EXERCÍCIOS ............................................................................................................ 77
Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS) ........................ 83
Portaria no 198/GM/MS, de 13 de fevereiro de 2004 ............................................... 85
PORTARIA Nº 1.996, DE 20 DE AGOSTO DE 2007 ...................................................... 87
EXERCÍCIOS ............................................................................................................ 93
Aula 6 ....................................................................................................................... 98
Introdução à Epidemiologia .................................................................................. 99
BREVES ASPECTOS HISTÓRICOS DA EPIDEMIOLOGIA................................................ 99
Bases da Epidemiologia .......................................................................................... 99
HISTÓRIA DA EPIDEMIOLOGIA NO BRASIL ............................................................. 100
QUAL O CONCEITO DE EPIDEMIOLOGIA? ............................................................... 101
PRINCÍPIOS BÁSICOS DA EPIDEMIOLOGIA.............................................................. 102
OBJETIVOS DA EPIDEMIOLOGIA ............................................................................ 102
EXERCÍCIOS .......................................................................................................... 104
Modelos Explicativos do Processo Saúde-Doença .................................................. 106
História Natural da Doença e Determinação Social ..........................................107
NÍVEIS DE PREVENÇÃO.......................................................................................... 110
DETERMINAÇÃO SOCIAL DO PROCESSO SAÚDE-DOENÇA ....................................... 111
MODELO DOS DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE .............................................. 112
EXERCÍCIOS .......................................................................................................... 113
Aula 7 .....................................................................................................................120
Indicadores Epidemiológicos...............................................................................121
Medidas em Saúde ............................................................................................... 121
INDICADORES: TIPOS E APLICAÇÃO ....................................................................... 122
INDICADORES DE MORBIDADE .............................................................................. 123
INDICADORES DE MORTALIDADE .......................................................................... 125

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EXERCÍCIOS .......................................................................................................... 130
Aula 8 .....................................................................................................................138
Estudos Epidemiológicos .....................................................................................139
CONCEITOS IMPORTANTES NOS ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS ............................... 141
DESENHOS DE ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS .......................................................... 141
Tipos de Estudos Epidemiológicos ......................................................................... 142
Estudo transversal/Corte Transversal/Seccional .................................................... 142
Estudo Caso-Controle ou Retrospectivo ................................................................. 143
Estudo de Coorte ou de Incidência ........................................................................ 144
Estudo Ecológico................................................................................................... 146
Ensaios Clínicos .................................................................................................... 146
EXERCÍCIOS .......................................................................................................... 148
Aula 9 .....................................................................................................................153
Vigilância à Saúde: Noções Básicas.....................................................................154
Vigilância Epidemiológica...................................................................................... 154
FUNÇÕES DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA .......................................................... 155
COLETA DE DADOS E INFORMAÇÃO ...................................................................... 155
Fonte de dados ..................................................................................................... 156
AVALIAÇÃO DOS SISTEMAS DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA ............................... 158
Vigilância Sanitária ............................................................................................... 160
HISTÓRICO ........................................................................................................... 160
CONCEITO ............................................................................................................ 160
ÁREAS DE ATUAÇÃO DA VISA ................................................................................ 161
ATRIBUIÇÕES PRÓPRIAS DA ANVISA...................................................................... 161
PROCESSO DE TRABALHO...................................................................................... 161
Vigilância em Saúde Ambiental ............................................................................. 163
ARCABOUÇO LEGAL .............................................................................................. 163
CONCEITO............................................................................................................. 163
OBJETIVOS ........................................................................................................... 163
ESTRUTURA DA VIGILÂNCIA AMBIENTAL ............................................................... 164
Vigilância e controle dos fatores de riscos biológicos ............................................. 164
Vigilância e controle dos fatores de riscos não-biológicos ...................................... 165
EXERCÍCIOS .......................................................................................................... 167

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LIAME – Preparatório para Residências em Psicologia SES-PE | Ano 6 | 2022| Módulo SUS
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LIAME – Preparatório para Residências em Psicologia SES-PE | Ano 6 | 2022| Módulo SUS
Aula
1
Políticas e Sistemas de Saúde no Brasil
Reforma Sanitária
Modelos de Atenção à Saúde

Profª Rafaela Domingos

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Políticas e Sistemas de Saúde no Brasil

POLÍTICA PÚBLICA, POLÍTICAS DE SAÚDE E SISTEMA DE SAÚDE: DIFERENÇAS


CONCEITUAIS

Políticas públicas: conjunto de Veremos que, dependendo do


diretrizes e referências ético-legais adotadas modelo de proteção social adotado, o
pelo Estado para fazer frente a um problema sistema de saúde que venha a ser adotado
público apresentado pela sociedade. Em por um país pode configurar o acesso a
outras palavras, política pública é a resposta saúde como uma caridade, um benefício
do Estado diante de uma necessidade mediante pagamento ou um direito de
expressa pelo conjunto da sociedade cidadania.
(MATTOS, 1999), dentre esses problemas,
estão as necessidades de saúde da Sistema de Saúde: “Um conjunto
população. coerente de diversos componentes inter-
relacionados, seja setorial ou intersetorial,
Política de saúde: enquanto política que produzem um efeito na população. A
pública, deve ser considerada como uma configuração do sistema de saúde é
política social, o que significa dizer que a influenciada por seus objetivos e valores
saúde é entendida enquanto um direito fundamentais” (OMS, 2010).
inerente à condição de cidadania. As
políticas sociais, no entanto, se estruturam Para Mendes (2002) sistemas de
em diferentes formatos ou modalidades de saúde constituem respostas sociais
políticas que asseguram o acesso ao deliberadas efetivas, eficientes, de
conjunto de benefícios àqueles qualidade e equitativas às necessidades de
considerados legítimos usuários dos saúde da população. Logo deve haver uma
sistemas de proteção social (FLEURY; coerência entre necessidades de saúde
OVERNEY, 2008). expressas na situação de saúde e o sistema
de atenção que se pratica socialmente.

TIPOS DE PROTEÇÃO SOCIAL E SISTEMAS DE SAÚDE

- Sistema de saúde de dominância do pluralista empresarial permissivo): Sem


mercado (residual ou de livre mercado; seguro/cobertura universal, financiamento

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eminentemente privado, empresas uma vez que os beneficiários deverão ter
seguradoras como mediadoras, múltiplos acesso a serviços de acordo com a sua
sistemas para clientelas distintas. Sistema contribuição. O acesso é diferenciado, uma
público focado apenas em grupos vez que reconhece como legítimos
específicos, em sua maioria nos focos de beneficiários apenas alguns grupos sociais,
pobreza ou grupos vulneráveis, que não geralmente trabalhadores do mercado
tem capacidade de manter-se e pagar formal. Serviços garantidos àqueles que
adequadamente pelos serviços oferecidos contribuem Dcom a previdência social.
pelo mercado – em sua maioria, exige-se França, Alemanha, Áustria, Holanda, Suiça.
comprovação de meios que atestem a
condição de pobreza. Há restrições à - Sistemas de Saúde de Dominância Estatal
intervenção do Estado, reservado a um (social democrata, com serviço nacional de
papel mínimo e compensatório em relação saúde, Sistema de Seguridade): Financiado
ao mercado, por essa razão também por impostos, acesso universal, inspirada
conhecido como residual. Outra em princípios de justiça social, vinculado à
característica é o caráter pontual das ações, condição de cidadania, garantindo assim a
de caráter emergencial e localizado, todos os cidadãos a um mínimo vital,
gerando segmentação e ações descontínuas socialmente estabelecido,
de atenção social (FLEURY; OVERNEY, independentemente de contribuições
2008). EUA, Austrália. anteriores, baseado apenas na necessidade,
ou seja, o Estado oferta serviços de saúde
- Sistemas de Seguros social/seguros porque simplesmente há uma demanda
universais (meritocrático): Financiado por sanitária, cuja resposta é um direito do
contribuições compulsórias (folha de cidadão. UK, Suécia, Portugal, Espanha,
salários). Atende ao princípio da Dinamarca, Noruega.
solidariedade conjugado à noção de mérito,

Indicação de documentário:

- Sicko: SOS Saúde

(disponível no YouTube)

POLÍTICAS E MODELOS DE SAÚDE NO BRASIL: Retrospectiva Histórica

Brasil Colônia
• Saúde pública praticamente inexistiu: trabalho de curandeiros (ervas) e boticários
(medicamentos preparados nas boticas)

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• 1543: Primeira Santa Casa de Misericórdia, atendia a quem não dispunha de recursos
financeiros
• Não havia mais do que 12 médicos
formados no final do séc. XVIII no Brasil.
• A organização sanitária brasileira era
semelhante à Metrópole portuguesa:
serviços das tropas militares que serviam
apenas aos portugueses que aqui
habitavam.
• Cirurgião-mor (decreto de 1808): “chefe
das tropas”, responsável pelas cirurgias
• Físico-mor (decreto de 1808): respondia pelo saneamento das cidades e profilaxia das
doenças epidêmicas e respondia pelo trabalho de médicos, farmacêuticos, boticários
e curandeiros, sangradores, parteiras (as 3 últimas consideradas menos privilegiadas e
inclusive sofreram perseguição).

Império
• 1828: As responsabilidades foram transferidas às municipalidades (províncias)
• 1829: criação do primeiro órgão nacional de saúde pública do Brasil (Ministério do
Império): criação do cargo de provedor-mor de saúde da corte e do Estado do Brasil,
embrião do serviço de saúde dos portos, com delegados nas províncias.
• O governo imperial atuava apenas em situações de emergência para contenção de
epidemias e controle sanitário mínimo da capital do império. Havia comissões a nível
local, porém quando as situações se complicavam, centralizava-se as ações no
governo central.
• Quem dispunha de recursos, recorria aos médicos particulares, bastante escassos.
Quem não, restava os curandeiros, que continuavam a ser
os principais responsáveis pelo tratamento dos mais
pobres.
• Perfil de adoecimento: doenças infectocontagiosas:
peste bubônica, varíola, febre amarela.
• Paradigma sanitário reinante: teoria dos miasmas, de
caráter ambientalista.
• Institucionalização e profissionalização da Medicina: primeiras instituições médicas
em território brasileiro – Escola de Cirurgia da Bahia (1808) e Escola Anatômica,
cirúrgica e médica do Rio de Janeiro (1829).
• Lei da municipalização dos serviços de saúde: criação das juntas municipais (ligadas às
câmaras municipais, função antes exercida pela Fisicatura-mor).
• Os médicos eram considerados os praticantes oficiais de cura, sendo outras práticas,
como a dos curandeiros, parteiras, perseguidas.

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• Condições higiênicas da capital: saneamento básico precário e persistiam surtos de
doenças epidêmicas (varíola, febre amarela, peste bubônica).
• 1808-1822: Junta da Instituição Vacínica da Corte
• 1837: Imunização compulsória contra varíola.
• Década de 1840: Gradativa desmunicipalização dos serviços de sanitários (esfera do
Ministério dos Negócios do Império).
• 1850: Criação da Junta de Higiene Pública, que incorporou a Inspeção dos Portos e o
Instituto Vacínico do Império.
• Final de 1870: novas teorias figuravam o paradigma médico-científico
(microrganismos).
• Após a independência, vários órgãos ligados à Portugal foram extintos, como o próprio
Fisicatura-mor.
• Dá-se a separação entre as ações de saúde pública e as de assistência médico-
hospitalar.

República
Primeira República (Oligárquica): 1889-1930
• Crise do modelo imperial escravagista e sanitário
• Segunda metade do séc. XIX: Repercussões da Revolução Industrial sobre a estrutura
social e a saúde pública
• Migração e sua repercussão sobre a saúde: desenvolvimento de surtos epidêmicos
• Escassez de trabalhadores produtivos: com a migração europeia após a abolição da
escravidão, para substituição da força de trabalho e como estratégia de
embranquecimento da população, muitos migrantes europeus aqui chegaram com
ideário anarquista. Muitas foram as greves e aliado a isso, as epidemias continuavam
a atingir a população, incluindo também a população produtiva, o que exigiu que o
governo da época fosse obrigado a adotar medidas para responder à situação.

• Passagem do sec. XIX para o séc. XX: saúde


como uma questão social
• As epidemias prejudicavam as relações
econômicas do país: as companhias de
navegação evitavam os portos brasileiros.

Exemplar do jornal Gazeta de Notícias, de 1918:


sentimento de insegurança diante da epidemia de Gripe
Espanhola

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• 1899: Irrupção da peste bubônica em Santos. Determinante para a criação de dois
grandes centros de estudos – Manguinhos (inicialmente sob a direção de Oswaldo
Cruz – criação de vacina e soro para a peste bubônica) e Butantan (Vital Brasil,
soroterapia para peste e problemas de ofidismo).

A Fiocruz (na foto) e o Butantan foram criados para tentar


impedir novas epidemias no país

• Oswaldo Cruz: pioneiro na organização de vacinação em massa. Vacinação


compulsória com o apoio do presidente Rodrigues Alves, recebido pela população com
bastante desconfiança, tendo em vista a retirada à força de populações de locais a
serem saneados foi constante pela polícia sanitária.
• Mobilização sanitária: criação de campanhas de vacinação para controle das
epidemias (inicialmente urbanas e posteriormente rurais) e favorecimento das
exportações.
• Primeiras décadas do séc. XX: modernização da vida urbana; aumento do fluxo
migratório; modernização dos meios de transporte e comunicação.
• Sanitarismo campanhista: medidas de higiene, vacinação, notificação, isolamento de
enfermos, eliminação de vetores.
• 1901: Emílio Ribas: iniciativa pioneira de combate ao Aedes Aegypti
• Febre amarela, peste e varíola comprometeram a economia → medidas sanitárias
(saneamento dos portos, combate a vetores, vacinação obrigatória)
• Revolta da Vacina (1904): revolta contra a vacina obrigatória contra a varíola,
recrudesceu a oposição ao governo (motivação política). Liderados por um grupo de
cadetes positivistas que eram oposição ao governo, muitos se revoltaram acusando o
governo de despótico, de devassar a propriedade alheia com interdições,
desinfecções, da derrubada maciça de bairros pobres, de arrombamentos de casas
para nelas entrarem à força. A revolta é reprimida pois a questão saúde ainda era
concebida como uma questão policial". Desgastado com os acontecimentos, que

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levaram a dezenas de mortes, o governo revogou a obrigatoriedade da vacina,
tornando-a opcional para todos os cidadãos.
• No campo da assistência médica individual, as classes dominantes continuaram sendo
atendidas pelos profissionais legais da medicina.
• Criação do Departamento Nacional de Saúde Pública (DNSP)
• Serviços permanentes de saúde pública em áreas rurais
• 1919: Ameaça da gripe Espanhola
• Início do Sistema Previdenciário (1923), até então o Estado mantinha uma postura
liberal frente às questões trabalhistas ao mesmo tempo em que crescia o movimento
sindical operário. É nesse mesmo período que ocorre o nascimento na legislação
trabalhista brasileira.

IMPORTANTE:

• Com a Lei Eloy Chaves, de 1923 até 1930 surgem as CAPs (Caixas de aposentadorias e
pensões): benefícios aos seus filiados e dependentes, incluindo assistência médica –
contrato contributivo. Eram organizadas por empresas, de natureza civil e privada,
responsáveis pelos serviços pecuniários (auxílios e benefícios) e serviços de saúde para
os empregados de empresas específicas.

Período Populista: anos 1930 até 1945 – Criação dos Institutos de Seguro social
• Contexto político-econômico de crise da hegemonia das oligarquias do café. Revolução
de 1930, liderada por setores não relacionados às oligarquias. Chegada de Getúlio
Vargas ao poder em 1930

"(...) o governo criou o Ministério do Trabalho, atrelando a ele Sindicatos e elaborou


ampla legislação trabalhista. Regulamentando a relação entre o capital e o trabalho, o
Estado criou condições indispensáveis para que a economia enfrentasse uma nova
etapa, baseada na industrialização com objetivo de substituir importações. (...) No
plano da política de saúde, pode-se identificar um processo de centralização dos
serviços que objetivava dar um caráter nacional a esta política. Nesta época,
uniformizou-se a estrutura dos departamentos estaduais de saúde do pais e houve um
relativo avanço da atenção à saúde para o interior, com a multiplicação dos serviços
de saúde".

• Década de 1930: Unificação das caixas em IAPs (Instituto de Aposentadorias e


pensões) de caráter nacional, com participação direta do Estado, diferentes das CAPs.
Os Institutos eram organizados por categoria profissional. Foram criados por Getúlio

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ao longo dos anos 1930 favorecendo as camadas de trabalhadores urbanos mais
aguerridas em seus sindicatos e mais fundamentais para a economia agroexportadora
até então dominante. Ferroviários, empregados do comércio, bancários, marítimos,
estivadores e funcionários públicos foram algumas categorias favorecidas pela criação
de institutos. Todas constituíam pontes com o mundo urbano-industrial em ascensão
na economia e na sociedade brasileira de então. Há dessa forma, um foco da saúde
pública pelo viés da força do trabalho.
• Considerado o auge do período campanhista, com a reestruturação e dinamização do
Departamento Nacional de Saúde, há a articulação e centralização das ações sanitárias
de todo o país.
• 1942: Criado o Serviço Especial de Saúde Pública - SESP, com atuação voltada para as
áreas não cobertas pelos serviços tradicionais.

Período do Desenvolvimento: 1950 a 1960

• 1953: Criação do Ministério da Saúde (assumiu as funções do Departamento Nacional


de Saúde)
• 1960: Lei Orgânica da Previdência Social (unificou os IAPs em um só regime e
consolidou as leis trabalhistas).

Período do Regime Militar: 1964 a 1986

• 1966: Reestruturação do Sistema


Previdenciário, por meio da Criação do
INPS (Instituto Nacional de Previdência
Social), resultado da fusão de todos os
IAPs. Estabeleceram contratos e
convênios com os hospitais já existentes,
pagando pelos serviços prestados aos
usuários do INPS. Com isso, a assistência
à saúde aparece como concessão do
Estado aos trabalhadores da economia
formal.
• A arrecadação previdenciária possibilitou o crescimento do setor privado.
• Fora da proteção da Previdência, havia as ações de saúde pública, de vigilância
epidemiológica e de saneamento (ações do Ministério da Saúde)
• A medicina previdenciária estava centrada no Hospital e na atenção à saúde de caráter
curativo.

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• 1974: Criação do FAS (Fundo de Apoio Social)
que financiou a criação de hospitais privados
• 1977: Criação do INAMPS (Instituto Nacional
de Assistência Médica da Previdência Social)
pela Lei nº 6.439, definindo um novo desenho
institucional para o sistema previdenciário. O
antigo Instituto era responsável pela assistência
médica aos trabalhadores que contribuíam com
a previdência social, através de
estabelecimentos próprios e cujo financiamento dos serviços se dava por
procedimento. Foi extinto pela lei federal 8.689, em 1993. Seus 16 anos de existência
correspondem ao período em que o país transitou de um sistema de saúde
segmentado, voltado principalmente para a prestação de serviços médico-hospitalares
a clientelas previdenciárias, nos marcos da idéia meritocrática de seguro social, para
um sistema de saúde desenhado para garantir o acesso universal aos serviços e ações
de saúde, com base no princípio da seguridade social.
• Entre as décadas de 1920 a 1980, o Brasil conviveu com dois tipos de atenção à saúde:
saúde pública e a medicina previdenciária.
• Vinculação medicina/trabalho formal: chamada “cidania regulada”
• Assistência à saúde como parte do sistema previdenciário.

IMPORTANTE:
No ano de 1987, foi criado a partir do Decreto 94.657/87, o Programa de
Desenvolvimento de Sistemas Unificados e Descentralizado de Saúde nos
Estados – SUDS. Esse Programa foi, implementado por meio da celebração de
convênios entre o INAMPS e os Governos Estaduais.
O SUDS teve como principais objetivos: a unificação dos sistemas (Ministério da
Saúde e INAMPS - Ministério da Previdência e Assistência Social) com conseqüente
universalização da cobertura e a descentralização. Podemos considerar o SUDS
como um embrião do nosso SUS.

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REFORMA SANITÁRIA

Movimento sanitário (inicia na década de 70)

Lema: saúde é democracia (associado a luta 1. Direito universal a saúde e dever do


pela democratização do país). Estado (art. 196);
2. Ações e serviços de saúde são de
Origem: Departamento de Medicina relevância pública, cabendo ao
Preventiva nas universidades com uma poder público regular, controlar e
abordagem histórico estrutural dos fiscalizar (art. 197);
problemas de saúde. 3. Constituição de um Sistema Único de
Saúde integrando os serviços em
Atores: Centro Brasileiro de Estudo de uma rede regionalizada,
Saúde (CEBES criada em 1976), movimento hierarquizada, descentralizada e de
estudantil, médicos residentes, Associação atendimento integral, com
Brasileira de Pós-graduação em Saúde participação da comunidade (art.
Coletiva (Abrasco criada em 1979), 198);
sindicatos, movimentos sociais urbanos. 4. A assistência à saúde é livre à
iniciativa privada. Pode ser
Questões colocadas pela Reforma complementar por meio de convênio
Sanitária: saúde como direito de todos com entidades filantrópicas e sem
(universalidade); uma nova abordagem da fins lucrativos; vedada a
problemática de saúde, o pensamento comercialização de sangue e seus
médico-social; integralidade; derivados (art. 199);
descentralização; controle social; cidadania 5. Atribuições do SUS (art. 200):
ampla; unificação da saúde. controle e fiscalização de
procedimentos, produtos e
Crítica: o movimento começou a ocupar substâncias de interesse para a
espaços institucionais para mudar a política saúde; ações de vigilância sanitária e
pública e se afastou mais da aliança com as epidemiológica, ações de saúde do
classes populares. trabalhador; formação de recursos
humanos para a saúde; ações de
A Constituição cidadã de 1988 (art. 196 a saneamento básico; promover o
200) representa, no plano jurídico, a desenvolvimento científico e
afirmação e extensão dos direitos sociais, tecnológico; fiscalizar alimentos,
inclusive o da saúde: bebidas e água para consumo
humano; fiscalizar produtos

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psicoativos, tóxicos e radioativos; as ações assistenciais (individuais e
proteção do meio ambiente e do curativas) pela previdência social. A
trabalho. cidadania era regulada, apenas para os que
podiam pagar. A partir da criação do SUS
Até 1988, a política de saúde era pautada (CF88), este cenário muda, a cidadania passa
pela dicotomia: as ações preventivas a ser ampla, assim como a saúde passa a ser
(saneamento, controle de endemias e unificada.
vacinação) eram organizadas pelo Estado e

IMPORTANTE:
Seguridade social é um mecanismo de proteção social, criado a partir
da Constituição Federal de 1988, que assegura três direitos: Saúde
para todos; Assistência Social para quem precisa e Previdência
Social, única que precisa de contribuição.

Indicações de documentários:

- Políticas de Saúde no Brasil


(disponível em:
https://renastonline.ensp.fiocruz.br/recursos/documentario-
politicas-saude-brasil)

- História da Saúde Pública no Brasil


(disponível em: https://portal.fiocruz.br/video/historia-da-saude-
publica-no-brasil-500-anos-na-busca-de-solucoes)

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Modelos de Atenção à Saúde no Brasil

IMPORTANTE:

MODELOS DE ATENÇÃO À SAÚDE ≠ SISTEMA DE SAÚDE

Modelos de atenção em saúde definem as combinações tecnológicas estruturadas para dar


respostas a problemas e necessidades de saúde da população, sejam individuais ou
coletivas. São normas, padrões e referências para o campo técnico-científico, para orientar
escolhas técnicas, decisões políticas e financiamentos. Em suma, são as formas de
organização tecnológica do processo de prestação de serviços de saúde que resultam do
estabelecimento de intermediações entre o técnico e o político (PAIM, 1999).

no Brasil de forma contraditória ou


Modelo de atenção é uma dada complementar: o modelo médico-
forma de combinar técnicas e tecnologias assistencial privatista e o modelo
para resolver problemas e atender assistencial “sanitarista”.
necessidades de saúde individuais e
coletivas. É uma razão de ser, uma
racionalidade, uma espécie de “lógica” que Modelo médico-assistencial privatista: É o
orienta a ação. É uma maneira de organizar modelo hegemônico no Brasil, apesar de não
os meios de trabalho (saberes e contemplar os problemas de saúde de toda
instrumentos) utilizados nas práticas ou uma população. Caracteriza-se por visar
processos de trabalho em saúde. Aponta apenas o método curativista e biomédico,
para um determinado modo de dispor os tende a prejudicar o atendimento integral ao
meios técnicos-científicos existentes para usuário e à comunidade, além de não se
intervir sobre riscos e danos à saúde. comprometer com o impacto sobre o nível
Incorpora uma “lógica” que orienta as de saúde da população, reforçando a ideia
intervenções técnicas sobre os problemas e de que as pessoas só devem procurar os
necessidades de saúde, constituindo um serviços de saúde quando se sentem
modo de intervenção em saúde. doentes. Nesse caso, as preocupações das
Corresponde, portanto, à dimensão técnica instituições de saúde restringem-se a
das práticas de saúde. manter em funcionamento uma dada oferta
de atendimento.
Os modelos assistenciais podem
estar voltados para a “demanda No Brasil, o modelo médico-
espontânea” ou para necessidades de assistencial privatista tem origens na
saúde. Desse modo, dois modelos convivem assistência filantrópica e na medicina liberal,

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é fortalecido com a expansão da previdência desenvolveram-se em diversas localidades
social e consolida-se com a capitalização da do mundo, acompanhando marcos
medicina nas últimas décadas. É importante importantes no processo de reconstrução
enfatizar, que esse modelo não está dos sistemas de saúde e da consolidação da
presente apenas na assistência privada, ele Atenção Primária. Entre algumas destas
ainda é hegemônico também no setor propostas, podemos citar:
público.
Medicina comunitária ou Modelo centrado
Modelo Assistencial Sanitarista: nos cuidados primários em saúde,
corresponde à Saúde Pública defendido mundialmente com a Carta de
institucionalizada no Brasil durante o século Alma Ata, mas cujas raízes remontam ao
XX, que tem enfrentado os problemas de início do século XX, mais especificamente
saúde da população mediante campanhas com o relatório Dawson, que pela primeira
(vacinação, combate às epidemias, organizou um modelo regionalizado, com
reidratação oral etc.) e programas especiais atuação de profissionais generalistas tanto
(controle de tuberculose e da hanseníase, na esfera preventiva quanto curativa.
saúde da criança, saúde da mulher, saúde
mental etc.). Usualmente essas formas de Ações programáticas em saúde,
intervenção não contemplam a totalidade desenvolvido ainda durante os anos 1970 e
da situação de saúde, isto é, concentram sua 1980, quando o Brasil convivia com um
atenção no controle de certos agravos ou duplo modelo (previdenciário, centrado na
em determinados grupos supostamente em assistência médico-hospitalar de um lado e
risco de adoecer ou morrer. Deixam de se os serviços do Estado, centrados no controle
preocupar com os determinantes mais de doenças e agravos). Os centros de saúde,
gerais da situação sanitária. como eram conhecidos à época contavam
Consequentemente, configuram um modelo com profissional semi-especialistas (clínicos,
assistencial que não enfatiza a integralidade pediatras e ginecologistas, enfermeiros e
da atenção e não estimula a outros profissionais) que atuavam para
descentralização na organização dos controlar a carga de doenças nas
serviços. comunidades, com ações preventivas e
também individuais, inicialmente voltadas
Propostas alternativas aos modelos para doenças infecto-contagiosas e
parasitárias (tuberculose, hanseníase,
de atenção em saúde
malária, etc) e depois estendendo-se pra
outros formatos e grupos populacionais
As propostas alternativas de modelos
como mulheres, crianças, idosos, doenças
de atenção em saúde surgem como
sexualmente transmissíveis, etc.
respostas às insuficiências dos modelos
hegemônicos de atenção em saúde, que no
Sistemas Locais de Saúde (SILOS), proposta
caso brasileiro, são expressos pelos modelos
elaborada pela OPAS por volta de 1986, no
Campanhista e Médico-assistencial
contexto dos processos de
privatista. Diversas propostas

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redemocratização na América Latina, de elementos bastante estimulados por esse
modo a aumentar a eficiência dos sistemas modelo. No Brasil, durante os anos 90
de saúde e promover maior equidade no esboçou-se uma iniciativa de alguns
acesso. A OPAS estimulava que os Estados municípios saudáveis, porém, assim como
tomassem as rédeas da organização dos outros modelos, não contava com base
serviços, com apoio ativo das esferas popular e não alterou significativamente a
infranacionais. Preconizava maior prestação de serviços especializados e
capacidade administrativa de estados e hospitalares.
municípios, racionalização do uso das
tecnologias em saúde, cuidado centrado na Em defesa da vida, teve sua origem em na
atenção primária, sistema articulado e Universidade Estadual de Campinas,
hierarquizado, nas bases do que prescrevia implementado na secretaria de saúde do
o relatório Dawson. No Brasil, o estado da município e alguns outros. Traz uma ênfase
Bahia protagonizou a implementação desse em mudanças nas relações clínicas e no
modelo, iniciado com a distritalização do processo de trabalho, no que tange aos
estado (104 distritos para todo o estado), processos relacionais, comunicacionais e no
sendo o distrito concebido como a unidade trabalho em equipe, propondo uma
operacional mínima do sistema de saúde, ampliação do objeto de conhecimento e
com território definido, atenção primaria intervenção da clínica. Os principais
como articuladora, unidades de referência aspectos operativos e filosóficos da clínica
(nível secundário). Não conseguiu se ampliada defendida pelo modelo são:
sustentar e ser conhecida pela população e equipe de referência, apoio especializado
pelos setores burocráticos estatais, apesar matricial, formação de vínculo,
de ter influenciado o desenho de propostas responsabilização clínica e sanitária,
posteriores. trabalho em equipe, construção de projeto
terapêutico singular, construção de
Cidades saudáveis, também patrocinado autonomia, acolhimento, linha de cuidado.
pela OMS e desenvolvido inicialmente em
Toronto, Canadá também na segunda Modelo de vigilância à saúde, adotado por
metade dos anos 1980. Propunha a criação vários estados municípios brasileiros nos
de cidades que possibilitassem condições anos 1990, tinha como pilares os seguintes
saudáveis para a população. Baseado no aspectos: territorialização (distritalização);
modelo de promoção da saúde, propunha utilização da epidemiologia e do
uma noção de saúde atrelada a noção de planejamento estratégico como principais
qualidade de vida, que para tal depende da ferramentas para planejar ações prioritárias,
existência de ambientes saudáveis. Para definir recursos e remodelar serviços,
garantir, desse modo, moradia, renda, interdisciplinaridade e participação social.
escola, ambientes saudáveis, concebe que
não só a saúde, mas um conjunto de Estratégia de saúde da família, inicialmente
políticas públicas deve ser articulado. implementado como um programa para
Participação social e autocuidado são remodelar a atenção primária, passa a ser

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estimulado pelo Ministério da Saúde para território, com prestação de assistência à
reorganizar todo o sistema de saúde. O saúde, vigilância, abordagem de grupos de
processo de trabalho envolve equipes risco e ações de promoção à saúde.
multidisciplinares atuando com base num

__________________________________________________________________________

REFERÊNCIAS

BORGES, C. C. Um pouco da história da saúde pública no Brasil. 2002.


COELHO, I. B. Propostas de modelos alternativos em saúde, 32 p. Disponível em:
https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/2147.pdf. Acesso em: 06 mar. 2019.
FLEURY, S.; OUVERNEY, A. M. Política de Saúde; Uma Política Social. In: GIOVANELLA, L.; ESCOREL, S; LOBATO, L.
V. C; NORONHA, J. C; CARVALHO, A. I. (Orgs). Políticas e Sistemas de Saúde no Brasil. Rio de Janeiro - R. J. Fiocruz,
2008. p. 23 – 64. p. 27.
PAIM JS. O que é o SUS. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, Coleção Temas em Saúde, 2009. 148 p.
CONILL, E. M. Sistemas comparados de saúde. In: CAMPOS, Gastão Wagner de Souza et al. (Ed.). Tratado de
saúde coletiva. São Paulo; Rio de Janeiro: Hucitec e Editora Fiocruz, 2006. p. 563-613.
MATTOS, R.A. Sobre os limites e as possibilidades dos estudos acerca dos impactos das políticas públicas relativas
à epidemia de HIV/aids: algumas reflexões metodológicas feitas a partir do caso brasileiro. In: PARKER, R.,
GALVÃO, J., BESSA, M.S. (orgs.) Saúde, desenvolvimento e política. Respostas frente à aids no Brasil. Rio de
Janeiro/São Paulo: ABIA/Ed.34, 1999. Cap.1, p. 29-90.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Relatório Mundial de Saúde: o financiamento da cobertura universal.
Genebra, 2010.
PAIM J. A reforma sanitária e os modelos assistenciais. In: ROUQUAYROL MZ, ALMEIDA FILHO N. Epidemiologia
e saúde. 5ª ed. Rio de Janeiro: MEDSI, 1999. p. 473-87.

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EXERCÍCIOS

01. (IAUPE, 2018 Perfil AB) No início do A) Todos estão corretos.


século XX, na cidade do Rio de Janeiro, B) Existem, apenas, quatro corretos.
então capital do Brasil, assolava um C) Existem, apenas, três corretos.
conjunto de doenças que suscitou do poder D) Existem, apenas, dois corretos.
público medidas enérgicas, que E) Existe, apenas, um correto.
desencadearam um movimento revoltoso.
Sobre esse conjunto de doenças, analise os 02. (IAUPE, 2018 Perfil AB) Tramita no
itens abaixo: Congresso Nacional brasileiro proposta de
I. Febre Amarela II. Varíola reforma da Previdência Social. Várias
III. Peste Bubônica IV. Cólera mudanças têm ocorrido desde a criação, em
V. Escorbuto 1923, das Caixas de Aposentadorias e
Assinale a alternativa CORRETA. Pensões (CAPs). Posteriormente, foram

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criados os Institutos de Aposentadoria e 04. (IAUPE, 2019, Perfil Interiorização em
Pensão (IAPs). Em 1966, unificaram-se os Saúde) Sobre a Reforma Sanitária, analise
IAPs no INSS. A lei, marco histórico da as afirmativas abaixo:
implantação da Previdência Social no Brasil, I. A reforma sanitária foi o projeto que
em 1923, é conhecida como objetivou especificamente a criação do SUS.
A) Lei Gustavo Capanema. B) Lei Oswaldo II. Além de formular o SUS, a reforma
Cruz. C) Lei Eloy Chaves. D) Lei Belisário sanitária brasileira visou modificar um
Penna. E) Lei Getúlio Vargas. campo de conhecimentos.
III. A concepção ampliada de saúde e o
03. (IAUPE, 2019, Perfil Interiorização em significado de direito à saúde, bem como as
Saúde) Sobre o processo que resultou na propostas de princípios e diretrizes para
criação do SUS, analise as afirmativas uma nova instituição de saúde são
abaixo: constituintes do projeto da reforma
I. A articulação de vários setores da sanitária brasileira.
Sociedade Civil, organizada a partir da IV. No âmbito institucional, a construção do
metade dos anos 70 do século XX, foi projeto da reforma sanitária buscou
responsável pelo processo político que confrontar os problemas de insuficiência,
resultou na criação do SUS. má distribuição, ausência de coordenação,
II. Os sucessivos Governos brasileiros da inadequação, ineficiência e ineficácia,
segunda metade da década de 70 e dos anos características do Sistema Nacional de
80 do século XX são responsáveis pelas Saúde.
formulações, que resultaram na criação do V. O projeto da reforma sanitária ocupou a
SUS. centralidade das discussões da VIII
III. O processo que resultou na criação do Conferência Nacional de Saúde e inspirou a
SUS foi um movimento acadêmico iniciado Constituição Federal de 1988 e as Leis
na 8ª Conferência Nacional de Saúde sob a Orgânicas da Saúde.
liderança de Sérgio Arouca que se Está CORRETO, apenas, o que se afirma em:
completou em 05 de outubro de 1988, com A) II, III, IV e V. B) I e II. C) I. D) I e
a promulgação da Constituição Federal. IV. E) I, III e V.
IV. O CEBES, a ABRASCO e o MOPS foram três
dos principais Coletivos do Movimento da 05. (IAUPE, 2018, Perfil AB) Com a
Reforma Sanitária Brasileira e do SUS. promulgação da Constituição Federal de
V. A Sociedade Brasileira para o Progresso da 1988, estabelece-se no Brasil um modelo de
Ciência teve um importante papel no proteção social em saúde conhecido como
processo da reforma sanitária que resultou A) Seguridade Social.
na criação do SUS. B) Seguro Social.
Estão CORRETAS: C) Assistência Social.
A) I, III e V. B) I, II e III. C) I, IV e V. D) II, III e D) Sistema Social.
IV. E) II, III e V. E) Política Social.

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06. (IAUPE, 2013, Perfil AB) Foi(Foram) ainda na década de 70, fortalece a
demanda(s) do Movimento Sanitário: estruturação do MS.
A) saúde entendida exclusivamente como II. Os institutos de aposentadorias e
resultado de políticas sociais.
pensões, criados na era Vargas, solidificam o
B) saúde como direito de todos e opção do
Estado. MH.
C) irrelevância pública das ações e dos III. O MH tem suas raízes na medicina liberal.
serviços de saúde. IV. O MH não é considerado um modelo
D) criação de mais de um sistema único de privativista.
saúde. V. O MS tem suas bases históricas nas
E) princípios da descentralização, do campanhas sanitárias e nos programas
atendimento integral e da participação da
especiais de controle de doenças.
comunidade.
Está(ão) CORRETA(S)
07. (IAUPE, 2013, Perfil AB) Com relação aos A) todas. B) apenas quatro. C) apenas três.
pontos defendidos no Projeto da Reforma D) apenas duas. E) apenas uma.
Sanitária Brasileira, analise os itens abaixo:
I. A expansão dos direitos de cidadania, a 09. (IAUPE, 2016, Perfil SC) “Modelo de
universalidade do acesso, com justiça social, atenção à saúde refere-se à convergência
e o papel do Estado na proteção social.
de horizontes entre os diversos discursos
II. O princípio da integralidade que aponta
um novo enfoque para o direito à saúde, acerca de modos de operar e gerir as
tendo como pilares básicos a tecnologias de atenção à saúde de
interdisciplinaridade e a intersetorialidade. indivíduos e populações” (Ayres, J.R.C.M.
III. O conceito ampliado de saúde com a Saúde e Sociedade, v.18, supl.2, 2009)
adoção dos determinantes sociais como De acordo com Jairnilson Paim, no
estruturantes dos processos saúde doença.
Brasil, há dois modelos de atenção à saúde
IV. A participação da comunidade, princípio
constitucional e eixo organizador do Sistema que convivem de forma contraditória ou
Único de Saúde. complementar: O modelo Médico
Estão CORRETOS Hegemônico e o modelo Sanitarista.
A) I, II e III, apenas. (Políticas e Sistemas de saúde no Brasil.
B) II e IV, apenas. Modelos de Atenção à saúde no Brasil.
C) II, III e IV, apenas. Jairnilson Silva Paim.)
D) I, II, III e IV.
A respeito do modelo de Atenção à Saúde
E) III e IV, apenas
Médico Hegemônico, assinale a alternativa
08. (IAUPE, 2016, Perfil AB) Dois modelos CORRETA.
de atenção à saúde da população se A) Trata-se de um modelo que visualiza a
destacaram no século XX: o Modelo Médico saúde sob enfoque da promoção e
Assistencial Hospitalocêntrico (MH) e o prevenção de direitos, sendo um direito
Modelo Sanitarista (MS). Sobre eles, inato de todo ser humano.
analise as afirmativas abaixo: B) Observa o processo saúde-doença como
I. A criação do Programa Nacional de uma mercadoria.
Imunização e a da Vigilância Epidemiológica, C) Fornece ênfase ao determinismo social do
processo de adoecimento.

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D) Repudia a prática de medicalização dos Movimento pela Reforma Sanitária
agravos. Brasileira, marque a alternativa CORRETA:
E) Estimula a participação ativa da A) A VIII Conferência Nacional de Saúde
diferiu das demais porque impulsionou a
população no empoderamento sobre saúde,
realização de Conferências Estaduais e
ou seja, foca-se na promoção de saúde. Municipais.
B) O movimento pela reforma sanitária
10. (IAUPE, 2015, Perfil AB) O modelo de brasileira teve grande participação popular e
vigilância da saúde sugere a possibilidade do movimento sindical, mas não houve
de uma integração com as vigilâncias, a apoio político.
assistência médica e as políticas públicas e C) O movimento da reforma sanitária
brasileira criou o SUS e impulsionou a
aponta para uma possível superação dos
elaboração de uma nova Constituição
modelos de atenção hegemônicos. Esse Federal.
modelo de vigilância da saúde enfatiza as D) A VIII Conferência Nacional de Saúde
seguintes características, EXCETO: diferiu das demais por seu caráter
A) Intervenção sobre problemas de saúde democrático e sua dinâmica processual.
(danos, riscos e ou determinantes). E) O SUS foi criado através da Lei 8.080 de 19
B) Ênfase em procedimentos e serviços de setembro de 1990.
especializados.
13. (HU- UFBA/EBSERH/IADES/2014) Antes
C) Ênfase em problemas que requerem da criação do SUS, o Ministério da Saúde
atenção e acompanhamento contínuos. (ms), apoiado por estados e municípios,
D) Utilização do conceito epidemiológico de desenvolvia basicamente quais tipos de
risco. ações?
E) Articulação entre ações promocionais, A) Ações de promoção da saúde e de
prevenção de doenças, com destaque para
preventivas e curativas.
as campanhas de vacinação e o controle de
endemias.
11. (Residência Multiprofissional em B) Assistência médico-hospitalar de alta
Saúde- UFRN/2013) O surgimento das complexidade e fabricação de vacinas e
primeiras Caixas de Aposentadorias e medicamentos, com destaque para as
Pensões (CAPs) é o marco inicial da drogas de combate ao vírus da Aids.
atividade estatal em relação à assitência C) Campanhas educacionais de prevenção
médica. A lei de 1923, na qual o governo de doenças, com incentivo à prática de
instituiu e regulamentou tais entidades, foi exercícios e à busca por uma alimentação
a: saudável.
A) Lei Carlos Chagas. D) Fiscalização das ações de saúde pelos
B) Lei Eloy Chaves. estados e municípios, com a aplicação de
C) Lei Orgânica da Saúde nº 8.080/1990. multas quando encontradas irregularidades
D) Lei Orgânica da Saúde nº 8.142/1990. na execução dos orçamentos contratados.
E) O MS foi criado juntamente com o SUS.
Antes desse período, as ações de saúde
12. (Prefeitura de Teresina- pública eram executadas pelo Instituto
PI/NUCEPE/2011) A VIII Conferência Nacional de Assistência Médica e
Nacional de Saúde, realizada em 1986, foi Previdência Social (INAMPS).
um acontecimento importante que
influenciou a criação do SUS. Em relação ao

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D) adoção de um conceito amplo de saúde
14. (SESAP-RN/COMPERVE/UFRN/2018) A segundo o qual saúde é o resultado das
8ª Conferência Nacional de Saúde (CNS), condições de alimentação, habitação,
realizada em março de 1986, foi um marco educação, entre outros, e da organização
para as mudanças na área da saúde depois social da produção; criação de um Sistema
do fim do regime militar no Brasil. Essa Único de Saúde, separando gradualmente
conferência contou com a participação de saúde de previdência, por meio de ampla
mais de 4.000 pessoas e reuniu instituições Reforma Sanitária; constituição de um
de saúde e representantes da sociedade orçamento social que englobe os recursos
civil, dos grupos profissionais e dos partidos destinados às políticas sociais.
políticos.
Dentre as principais resoluções da 8ª
Conferência Nacional de Saúde, 15. (IF-PA/2016) Em relação aos Modelos
encontram-se: de Atenção à Saúde no Brasil, o debate
A) Adoção de um conceito amplo de saúde, pouco tem privilegiado a questão dos
segundo o qual saúde é o resultado das modelos assistenciais, ou seja, das formas
condições de alimentação, habitação, de organização tecnológica do processo de
educação, entre outros, e da organização prestação de serviços de saúde. O sistema
social da produção; criação de um Sistema de saúde brasileiro é um espaço de disputa
único de Saúde, separando-se, entre modelos assistenciais diversos e do
gradualmente, a saúde da previdência, com Modelo Médico Hegemônico que
uma ampla reforma sanitária; constituição apresenta aspectos como:
de um orçamento social, cuja maior parcela I. individualismo
de recursos caberia, inicialmente, à saúde, II. saúde e doença como mercadoria;
para suprir a falta dos recursos III. ênfase no biologicismo
previdenciários. IV. historicidade da prática médica
B) adoção de um conceito amplo de saúde, V. medicalização dos problemas
segundo o qual saúde é o resultado de
condições dignas de vida e acesso universal A) Todas as assertivas estão corretas;
e igualitário a ações e serviços de saúde; B) Apenas a assertiva IV está correta;
criação de um Sistema Único de Saúde, C) Apenas a assertiva III está correta;
separando totalmente saúde de D) Apenas as assertivas I e II estão corretas;
previdência, por meio de ampla Reforma E) Apenas a assertiva V está correta.
Sanitária; constituição de um orçamento
social que englobe os recursos destinados às 16. (SABESP/FCC/2014) A história natural
políticas sociais. da doença refere-se a uma descrição da
C) adoção de um conceito amplo de saúde progressão ininterrupta de uma doença em
segundo o qual saúde é o resultado de um indivíduo desde o momento da
condições dignas de vida e acesso universal exposição aos agentes causais até a
e igualitário a ações e a serviços de saúde; recuperação ou a morte. Pode-se afirmar
criação de um Sistema único de Saúde, que:
separando totalmente saúde de A) As fases da evolução da doença são
previdência, por meio de ampla reforma quatro: de susceptibilidade, patológica pré-
sanitária; constituição de um orçamento clínica, clínica e de incapacidade residual.
social, cabendo à saúde, inicialmente, maior B) As medidas preventivas podem ser
parcela de recursos, de modo a suprir a iniciadas a partir da fase patológica pré-
ausência dos recursos previdenciários. clínica.

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C)As medidas preventivas na fase clínica são E) O tratamento adequado para interromper
denominadas de prevenção terciária. o processo mórbido e evitar futuras
D)Os fatores gerais envolvidos no processo complicações e sequelas denomina-se
saúde e doença são agente e hospedeiro. prevenção primária.

GABARITO:

1. C 2. C 3. C 4. A 5. A 6. E 7. D 8. B

9. B 10. B 11. B 22. D 13. A 14. B 15. A 16. A

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Aula
2
LEGISLAÇÃO DA SAÚDE:
Constituição Federal de 1988; Lei 8.080/90

Profª Rafaela Domingos

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Legislação da Saúde: Constituição Federal

Com o movimento da Reforma Sanitária, o final da década de 80 e início da década de


90 foram marcadas pelo processo de redemocratização. Com isso, tivemos o fim da Ditadura
Militar, a retomada da Democracia e a criação da nossa Constituição Cidadã de 1988 e do
nosso Sistema Único de Saúde.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988: ARTIGOS 196 AO 200


__________________________________________________________________________________

Os quatro artigos da Constituição Federal Art. 197. São de relevância pública as ações
visam dar base ao SUS enfatizando a saúde e serviços de saúde, cabendo ao Poder
como um direito de todos/as e dever do Público dispor, nos termos da lei, sobre sua
Estado e discorrendo sobre princípios e regulamentação, fiscalização e controle,
diretrizes que serão trazidos de maneira mais devendo sua execução ser feita diretamente
aprofundada nas Leis Orgânicas da Saúde ou através de terceiros e, também, por pessoa
(8.080/90 e 8.142/90). física ou jurídica de direito privado.

Seção Art. 198. As ações e serviços públicos de


II DA SAÚDE saúde integram uma rede regionalizada e
hierarquizada e constituem um sistema
Art. 196. A saúde é direito de todos e único, organizado de acordo com as
dever do Estado, garantido mediante seguintes diretrizes:
políticas sociais e econômicas que visem à I - descentralização, com direção única em
redução do risco de doença e de outros cada esfera de governo;
agravos e ao acesso universal e igualitário às II - atendimento integral, com prioridade para
ações e serviços para sua promoção, proteção as atividades preventivas, sem prejuízo dos
e recuperação. serviços assistenciais;
III - participação da comunidade.

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IMPORTANTE:

Foram acrescentados três parágrafos no Art. 198 da CF 88, a partir da Emenda Constitucional nº
29, de 2000. Esses parágrafos fazem referência à forma de financiamento do SUS e em como
esse financiamento será rateado entre União, Estados e Municípios. De forma a assegurar os
recursos mínimos para o financiamento das ações e serviços públicos de saúde.

Link para acessar a EC29:


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc29.htm

Também foram acrescentados três parágrafos no Art. 198 da CF 88, referentes à consolidação do
trabalho do Agente Comunitário de Saúde, a partir da Emenda Constitucional nº 51, de 2006.

Art. 199. A assistência à saúde é livre à Art. 200. Ao sistema único de saúde
iniciativa privada. compete, além de outras atribuições, nos
§ 1º - As instituições privadas poderão termos da lei:
participar de forma complementar do I - controlar e fiscalizar procedimentos,
sistema único de saúde, segundo diretrizes produtos e substâncias de interesse para a
deste, mediante contrato de direito público saúde e participar da produção de
ou convênio, tendo preferência as entidades medicamentos, equipamentos,
filantrópicas e as sem fins lucrativos. imunobiológicos, hemoderivados e outros
§ 2º - É vedada a destinação de recursos insumos;
públicos para auxílios ou subvenções às II - executar as ações de vigilância sanitária e
instituições privadas com fins lucrativos. epidemiológica, bem como as de saúde do
§ 3º - É vedada a participação direta ou trabalhador;
indireta de empresas ou capitais III - ordenar a formação de recursos
estrangeiros na assistência à saúde no País, humanos na área de saúde;
salvo nos casos previstos em lei. IV - participar da formulação da política e da
§ 4º - A lei disporá sobre as condições e os execução das ações de saneamento básico;
requisitos que facilitem a remoção de V - incrementar em sua área de atuação o
órgãos, tecidos e substâncias humanas para desenvolvimento científico e tecnológico;
fins de transplante, pesquisa e tratamento, VI - fiscalizar e inspecionar alimentos,
bem como a coleta, processamento e compreendido o controle de seu teor
transfusão de sangue e seus derivados, nutricional, bem como bebidas e águas para
sendo vedado todo tipo de comercialização. consumo humano;
VII - participar do controle e fiscalização da
produção, transporte, guarda e utilização de

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substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e
radioativos;
VIII - colaborar na proteção do meio
ambiente, nele compreendido o do
trabalho.

Legislação da Saúde: Lei Nº 8.080/90

Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a


organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências.

Determinantes e condicionantes da saúde: 4. Vigilância nutricional e a orientação


alimentação, moradia, saneamento básico, alimentar;
meio ambiente, trabalho, renda, educação, 5 Colaboração na proteção do meio
atividade física, transporte, lazer e acesso ambiente, nele compreendido o do
aos bens e serviços essenciais. Saúde trabalho;
entendida como bem-estar físico, mental e 6. Formulação da política de medicamentos,
social (conceito ampliado). equipamentos, imunobiológicos e outros
insumos de interesse para a saúde e a
Objetivos do SUS: participação na sua produção;
1. Identificação e divulgação dos fatores 7. Controle e a fiscalização de serviços,
condicionantes e determinantes da saúde; produtos e substâncias de interesse para a
2. Formulação de política de saúde; saúde;
3. Assistência às pessoas por intermédio de 8. Fiscalização e inspeção de alimentos, água
ações de promoção, proteção e recuperação e bebidas para consumo humano;
da saúde, com a realização integrada das 9. Participação no controle e na fiscalização
ações assistenciais e das atividades da produção, transporte, guarda e utilização
preventivas. de substâncias e produtos psicoativos,
tóxicos e radioativos;
Campo de atuação do SUS: 10. Incremento, em sua área de atuação, do
1. Execução de ações de vigilância sanitária, desenvolvimento científico e tecnológico;
vigilância epidemiológica, saúde do 11. Formulação e execução da política de
trabalhador e assistência terapêutica sangue e seus derivados.
integral, inclusive farmacêutica;
2. Participação na formulação da política e Vigilância sanitária: conjunto de ações
na execução de ações de saneamento capaz de eliminar, diminuir ou prevenir
básico; riscos à saúde e de intervir nos problemas
3. Ordenação da formação de recursos sanitários decorrentes do meio ambiente, da
humanos na área de saúde;

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produção e circulação de bens e da 6. Divulgação de informações quanto ao
prestação de serviços de interesse da saúde. potencial dos serviços de saúde e a sua
utilização pelo usuário;
Vigilância epidemiológica: conjunto de
7. Utilização da epidemiologia para o
ações que proporcionam o conhecimento, a
estabelecimento de prioridades, a alocação
detecção ou prevenção de qualquer
de recursos e a orientação programática;
mudança nos fatores determinantes e
8. Participação da comunidade;
condicionantes de saúde individual ou
9. Descentralização político-administrativa,
coletiva, com a finalidade de recomendar e
com direção única em cada esfera de
adotar as medidas de prevenção e controle
governo (ênfase na descentralização dos
das doenças ou agravos.
serviços para os municípios, regionalização
e hierarquização da rede de serviços de
saúde);
Saúde do trabalhador: conjunto de 10. Integração em nível executivo das ações
atividades que se destina, através das ações de saúde, meio ambiente e saneamento
de vigilância epidemiológica e vigilância básico;
sanitária, à promoção e proteção da saúde 11. Conjugação dos recursos financeiros,
dos trabalhadores, assim como visa à tecnológicos, materiais e humanos da União,
recuperação e reabilitação da saúde dos dos Estados, do Distrito Federal e dos
trabalhadores submetidos aos riscos e Municípios na prestação de serviços de
agravos advindos das condições de trabalho. assistência à saúde da população;
12. Capacidade de resolução dos serviços
em todos os níveis de assistência;
Princípios do SUS:
13. Organização dos serviços públicos de
modo a evitar duplicidade de meios para fins
1. Universalidade de acesso aos serviços de
idênticos;
saúde em todos os níveis de assistência;
14. Organização de atendimento público
2. Integralidade de assistência, entendida
específico e especializado para mulheres e
como conjunto articulado e contínuo das
vítimas de violência doméstica em geral.
ações e serviços preventivos e curativos,
individuais e coletivos, exigidos para cada
Direção única em cada esfera: União-
caso em todos os níveis de complexidade do
Ministério da Saúde; Estados e do Distrito
sistema;
Federal- Secretaria de Saúde ou órgão
3. Preservação da autonomia das pessoas
equivalente; Municípios- Secretaria de
na defesa de sua integridade física e moral;
Saúde ou órgão equivalente. Pode constituir
4. Igualdade da assistência à saúde, sem
consórcios e se organizar em distritos.
preconceitos ou privilégios de qualquer
espécie;
Comissões intersetoriais: subordinadas ao
5. Direito à informação, às pessoas
Conselho Nacional de Saúde- articulação de
assistidas, sobre sua saúde;
políticas de alimentação e nutrição;
saneamento e meio ambiente; vigilância

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sanitária e farmacoepidemiologia; recursos permitir a presença, junto à parturiente, de
humanos; ciência e tecnologia; e saúde do um acompanhante (indicado por ela)
trabalhador. durante todo o período de trabalho de
parto, parto e pós-parto imediato.
Comissões Permanentes de integração entre
os serviços de saúde e as instituições de
ensino profissional e superior.
Assistência terapêutica e incorporação de
Comissões Intergestores Bipartite e tecnologia em saúde
Tripartite são reconhecidas como foros de
Assistência terapêutica: dispensação de
negociação e pactuação entre gestores,
medicamentos e produtos de interesse para
quanto aos aspectos operacionais,
a saúde, cuja prescrição esteja em
financeiros e administrativos do SUS.
conformidade com as diretrizes
Conselho Nacional de Secretários de Saúde terapêuticas; oferta de procedimentos
(CONASS) e o Conselho Nacional de terapêuticos, em regime domiciliar,
Secretarias Municipais de Saúde ambulatorial e hospitalar, constantes de
(CONASEMS) são reconhecidos como tabelas elaboradas pelo gestor federal do
entidades representativas dos entes SUS, realizados no território nacional por
estaduais e municipais para tratar de serviço próprio, conveniado ou contratado.
matérias referentes à saúde.
A responsabilidade financeira pelo
Competência comuns e específicas da fornecimento de medicamentos, produtos
União, Estados, Municípios e Distrito Federal de interesse para a saúde ou procedimentos
(LER A LEGISLAÇÃO NA ÍNTEGRA). será pactuada na Comissão Intergestores
Tripartite.
Subsistema de Atenção à Saúde Indígena:
financiado pela União, formado por Distritos Iniciativa privada: É permitida a
Sanitários Especiais Indígenas. participação direta ou indireta, inclusive
controle, de empresas ou de capital
Subsistema de atendimento e internação
estrangeiro na assistência à saúde em alguns
domiciliares: incluem-se, principalmente, os
casos. A participação complementar dos
procedimentos médicos, de enfermagem,
serviços privados será formalizada mediante
fisioterapêuticos, psicológicos e de
contrato ou convênio, tendo as entidades
assistência social (multidisciplinar), entre
filantrópicas e as sem fins lucrativos
outros necessários ao cuidado integral dos
preferência para participar.
pacientes em seu domicílio. Por indicação
médica e com o consentimento do paciente Recursos humanos: Programas de
e da família. permanente aperfeiçoamento de pessoal.

Subsistema de acompanhamento durante o Financiamento: Orçamento da Seguridade


trabalho de parto, parto e pós-parto Social administrado pelo Ministério da
imediato: Os serviços do SUS, da rede Saúde, através do Fundo Nacional de Saúde.
própria ou conveniada, ficam obrigados a

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As receitas geradas no âmbito do SUS serão Os planos de saúde serão a base das
creditadas diretamente em contas especiais, atividades e programações de cada nível de
movimentadas pela sua direção, na esfera direção do SUS.
de poder onde forem arrecadadas, sob
O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá
fiscalização dos respectivos Conselhos de
as diretrizes a serem observadas na
Saúde.
elaboração dos planos de saúde, em função
Para o estabelecimento de valores a serem das características epidemiológicas e da
transferidos a Estados, Distrito Federal e organização dos serviços em cada jurisdição
Municípios, será utilizada a combinação dos administrativa.
seguintes critérios, segundo análise técnica
Disposições finais: A gratuidade das ações e
de programas e projetos:
serviços de saúde fica preservada nos
I - perfil demográfico da região; serviços públicos contratados, ressalvando-
se as cláusulas dos contratos ou convênios
II - perfil epidemiológico da população a ser
estabelecidos com as entidades privadas.
coberta;
Os serviços de saúde dos hospitais
III - características quantitativas e
universitários e de ensino integram-se ao
qualitativas da rede de saúde na área;
Sistema Único de Saúde (SUS), mediante
IV - desempenho técnico, econômico e convênio, preservada a sua autonomia
financeiro no período anterior; administrativa, em relação ao patrimônio,
aos recursos humanos e financeiros, ensino,
V - níveis de participação do setor saúde nos pesquisa e extensão nos limites conferidos
orçamentos estaduais e municipais; pelas instituições a que estejam vinculados.
VI - previsão do plano quinquenal de Em tempo de paz e havendo interesse
investimentos da rede; recíproco, os serviços de saúde das Forças
Armadas poderão integrar-se ao Sistema
VII - ressarcimento do atendimento a
Único de Saúde (SUS), conforme se dispuser
serviços prestados para outras esferas de
em convênio que, para esse fim, for firmado.
governo.
O Ministério da Saúde, em articulação com
os níveis estaduais e municipais do Sistema
Planejamento: O processo de planejamento Único de Saúde (SUS), organizará, no prazo
e orçamento do SUS será ascendente, do de dois anos, um sistema nacional de
nível local até o federal, ouvidos seus órgãos informações em saúde, integrado em todo o
deliberativos, compatibilizando-se as território nacional, abrangendo questões
necessidades da política de saúde com a epidemiológicas e de prestação de serviços.
disponibilidade de recursos em planos de
saúde dos Municípios, dos Estados, do
Distrito Federal e da União.

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EXERCÍCIOS V. Incrementar, em sua área de atuação, o
desenvolvimento científico e tecnológico e a
01. (IAUPE, 2019, Interiorização em Saúde) inovação.
Quanto às definições constitucionais Assinale a alternativa CORRETA.
relacionadas ao SUS, analise as afirmativas A) Todos os itens estão corretos.
abaixo: B) Existem três itens incorretos.
I. A Constituição Federal de 1988 autoriza tanto C) Existe um item incorreto.
o Estado quanto o Mercado a atuar na D) O item II está incorreto.
assistência à saúde. E) Apenas o item I está incorreto.
II. Segundo a Constituição Federal de 1988, o
SUS deve ser constituído, exclusivamente, de 04. (IAUPE, 2019, PERFIL SC) De acordo com a
serviços públicos. Constituição Federal de 1988, o atendimento
III. A Constituição Federal de 1988 trata a integral por meio de ações e serviços de saúde
atenção à saúde como de relevância pública.
priorizará as atividades
IV. A Constituição Federal de 1988 define o SUS A) preventivas em saúde.
como responsável direto pela formulação e B) curativistas em saúde.
execução das ações de saneamento. C) formativas e educativas.
V. Um dos preceitos constitucionais D) de fomento à pesquisa.
concernentes à atribuição do SUS é a E) hospitalocêntricas.
responsabilidade direta pela formulação e
execução das ações de proteção ao meio 05. (IAUPE, 2019, Interiorização em Saúde)
ambiente. Considerando o que é preconizado pela
Estão CORRETAS
Constituição Federal de 1988 e pela Lei 8080/90
A) I e V. B) II e III. C) IV e V. D) I e III. E) III e IV. sobre a organização das ações e serviços,
analise as afirmativas abaixo:
02. (IAUPE, 2017, PERFIL AB) A diretriz do SUS, I. Um serviço que propicia as devidas
que busca compatibilizar ações preventivas e informações sobre a condição/situação de saúde
curativas, individuais e coletivas, é conhecida a uma pessoa ou a um coletivo demonstra uma
como prática que se fundamenta no princípio da
A) Equidade. B) Regionalização. C) integralidade.
Descentralização. D) Integralidade. E) II. A organização de atendimento público
Universalidade. específico e especializado para mulheres e
vítimas de violência doméstica em geral, que
03. (IAUPE, 2017, PERFIL AB) Sobre a garanta, entre outros, atendimento,
competência do Sistema Único de Saúde, leia os acompanhamento psicológico e cirurgias
itens a seguir:
plásticas reparadoras, é um dos princípios
I. Ordenar a formação de recursos humanos na fundamentais da organização dos serviços do
área da saúde. SUS.
II. Participar da formulação da política e da III. O princípio da conjugação dos recursos
execução das ações de saneamento básico. financeiros, tecnológicos, materiais e humanos
III. Colaborar na proteção do meio ambiente, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
nele compreendido o do trabalho. Municípios na prestação de serviços de
IV. Executar as ações de vigilância sanitária e assistência à saúde da população, potencializa o
epidemiológica, bem como as de saúde do princípio da descentralização político-
trabalhador. administrativa, com direção única em cada

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esfera de governo, principalmente quanto à 07. (IAUPE, 2016 PERFIL AB) Sobre serviços e
regionalização e hierarquização da rede de ações que competem ao Sistema Único de
serviços de saúde. Saúde, analise os itens abaixo:
IV. A preservação da autonomia das pessoas na I. Vigilância sanitária de cosméticos
defesa de sua integridade física e moral é um II. Vigilância ambiental dirigida ao controle da
princípio, que fundamenta a organização qualidade do ar
humanizada das ações e serviços de saúde. III. Saneamento básico dos distritos sanitários
V. O longo tempo de espera dos usuários para especiais indígenas e de comunidades
um serviço de referência é um problema, que remanescentes de quilombos
afeta negativamente a continuidade assistencial IV. Vigilância de serviços de saúde
e atesta um distanciamento do princípio da V. Vigilância de produtos de uso veterinário
equidade. Está(ão) CORRETO(S)
Estão CORRETAS apenas A) todos. B) apenas quatro. C) apenas três. D)
A) I, II e V. B) II, III, IV e V. C) I, IV e V. apenas dois. E) apenas um.
D) I e III. E) III, IV e V.
08. (IAUPE, 2018, PERFIL HOSPITALAR)
06. (IAUPE, 2017 PERFIL AB) Entende-se por Considerando-se os princípios estabelecidos na
saúde do trabalhador, segundo a lei 8080/90, Lei 8.080/90, assinale a alternativa INCORRETA.
um conjunto de atividades que se destina, por A) Universalidade de acesso aos serviços de
meio das ações de vigilância epidemiológica e saúde, com foco na atenção primária.
vigilância sanitária, à promoção e à proteção da B) Ênfase na descentralização dos serviços para
saúde dos trabalhadores. Sobre essa questão, os municípios.
leia os itens abaixo: C) Participação da comunidade.
I. A garantia ao sindicato dos trabalhadores de D) Direito à informação, às pessoas assistidas,
requerer ao órgão competente a interdição de sobre sua saúde.
máquina, quando houver exposição a risco E) Integração em nível executivo das ações de
iminente para a vida ou saúde dos saúde, meio ambiente e saneamento básico.
trabalhadores. II. A informação ao trabalhador e
à sua respectiva entidade sindical e às empresas 9. (AOCP/2017) Sobre a seguridade social,
sobre os riscos de acidentes de trabalho. III. A assinale a alternativa correta, conforme
avaliação do impacto que as tecnologias Capítulo II, Título VIII da Constituição Federal.
provocam à saúde. IV. A revisão periódica da A) Compreende apenas a previdência e a
listagem oficial de doenças originadas no assitência.
processo de trabalho. V. A assistência ao B) Os benefícios e serviços às populações
trabalhador vítima de acidentes de trabalho ou urbanas e rurais não podem ser equivalentes.
portador de doença profissional e do trabalho. C) A administração e a gestão são feitas
Assinale a alternativa CORRETA. exclusivamente pelo governo.
A) Todos os itens estão corretos. D) O financiamento é feito exclusivamente por
B) Apenas 4 itens estão corretos. meio de contribuição do empregado e do
C) Apenas 3 itens estão corretos. empregador.
D) Apenas 2 itens estão corretos. E) São isentas de contribuição as entidades
E) Apenas 1 item está correto. beneficentes de assistência social que atenda às
exigências legais.

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10. (AOCP/2017) A respeito do financiamento B) no máximo, 10% (dez por cento) sobre a
da seguridade social, acordo com as disposições receita corrente líquida do respectivo exercício
contidas na Constituição Federal, assinale a financeiro;
alternativa correta. C) no mínimo, 20% (vinte por cento) sobre o
A) A seguridade social será financiada apenas valor arrecadado com os impostos federais no
pelas contribuições sociais. ano anterior ao respectivo exercício;
B) Sobre a receita de concursos de prognósticos D) no máximo, 15% (quinze por cento) sobre o
não incide a contribuição social. valor arrecadado com os impostos federais no
C) Incidirá contribuição social sobre a ano anterior ao respectivo exercício;
aposentadoria e a pensão concedidas pelo E) no máximo, 5% (cinco por cento) sobre a
regime geral de previdência social. receita corrente líquida do respectivo exercício
D) Em relação ao empregado, à empresa e à financeiro.
entidade a ela equiparada na forma da lei,
haverá incidência da contribuição social sobre a 13. (Consulplan/ 2016) Quanto ao direito à
receita e o faturamento, mas não sobre o lucro. saúde, nos termos traçados na Constituição
E) Um dos contribuintes da contribuição social é Federal, ao Sistema Único de Saúde compete,
o importador de bens ou serviços. EXCETO:
A) Ordenar a formação de recursos humanos na
11. (VUNESP/2016) Segundo o artigo 197 da área de saúde.
Constituição Federal do Brasil, são de B) Colaborar na proteção do meio ambiente,
relevância pública as ações e os serviços de nele compreendido o do trabalho.
saúde, cabendo ao poder público dispor, nos C) Participar da formulação da política e da
termos da lei, entre outras atribuições, sobre execução das ações de saneamento básico.
sua: D) Executar as ações de vigilância sanitária e
A) Regulamentação, fiscalização e controle epidemiológica, bem como as de saúde do
ficando sua execução exclusivamente para trabalhador.
terceiros. E) Controlar e fiscalizar procedimentos,
B) Regulamentação, fiscalização e execução, produtos e substâncias de interesse para a
sem a participação de terceiros. saúde. É vedado participar da produção de
C) Regulamentação e fiscalização apenas, medicamentos, equipamentos,
ficando o controle e a execução para terceiros e imunobiológicos, hemoderivados e outros
pessoa jurídicas de direito privado. insumos.
D) Execução, que deve ser feita diretamente ou
através de terceiros e, também, por pessoa física 14. (FUNRIO/2016) A lei nº 8.080, de 19 de
ou jurídica de direito privado. setembro de 1990, dispõe sobre as condições
para a promoção, a proteção e a recuperação
12. (AOCP/2016) De acordo com o que da saúde, a organização e o funcionamento dos
estabelece a Constituição Federal, a União serviços correspondentes e dá outras
aplicará, anualmente, em ações e serviços providências. De acordo com a lei, estão
públicos de saúde: incluídas no campo de atuação do Sistema
A) no mínimo, 15% (quinze por cento) sobre a Único de Saúde (SUS) as ações citadas abaixo,
receita corrente líquida do respectivo exercício EXCETO:
financeiro; A) Assistência terapêutica integral, inclusive
farmacêutica;

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B) Fiscalização do exercício profissional de C) Os municípios poderão construir consórcios
trabalhadores da saúde; para desenvolver em conjunto as ações eos
C) Saúde do trabalhador; serviços de saúde que lhes correspondam.
D) Vigilância Sanitária; D) Serão criadas comissões intersetoriais de
E) Vigilância epidemiológica. âmbito nacional, subordinadas ao Conselho
Nacional de Saúde, integradas apenas pelos
15. (AOCP/2017) Consoante a Lei nº 8.080/90, órgãos competentes das três esferas de
assinale a alternativa correta no tocante à governo.
organização, à direção e á gestão do SUS. E) Não há hierarquia entre os órgãos gestores do
A) No âmbito da União, a gestão é exercida pela SUS.
ANVISA.
B) No nível municipal, o Sistema único de Saúde
não poderá subdividir a gestão em distritos.

GABARITO

1.D 2.D 3.A 4.A 5.B


6.A 7.A 8.A 9.E 10.E
11.D 12.A 13.E 14.B 15.C

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Aula
3
Lei Nº 8.142, de 1990.
Controle Social no SUS
Profª Rafaela Domingos

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Legislação da Saúde: Lei Nº 8.142/1990.

Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS e sobre as transferências


intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências.

Conferência de Saúde: reunir-se-á a cada quatro anos com a representação dos vários
segmentos sociais, para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação
da política de saúde nos níveis correspondentes, convocada pelo Poder Executivo ou,
extraordinariamente, por esta ou pelo Conselho de Saúde.

IMPORTANTE!

A 8ª Conferência Nacional de Saúde realizada em 1986 em Brasília contou com cerca de 4.500
pessoas e 1.000 delegados, sendo a primeira conferência a ter a participação da sociedade civil.
Nesta conferência discutiram-se os princípios da Reforma Sanitária:
1. Saúde como direito de todos e dever do Estado, um conceito de saúde para além da ausência
da doença física, mas sim definido pelo contexto sócio histórico e determinantes sociais
(alimentação, educação, moradia, renda, trabalho, meio ambiente, transporte, lazer, liberdade,
acesso à terra e a serviços de saúde);
2. Reformulação do Sistema Nacional de Saúde: proposta de um Sistema Único de Saúde com os
princípios de descentralização, integralidade, intersetorialidade, regionalização e hierarquização,
participação da comunidade, fortalecimento do município, autonomia do usuário, universalização
do acesso, equidade, atendimento de qualidade;
3. Financiamento do setor.
O resultado desse grande encontro da população brasileira em Brasília gerou as bases para a seção
“Da Saúde” da Constituição Brasileira em 1988.

Em 2019 tivemos a 16ª “(8ª + 8)” Conferência Nacional de Saúde: Democracia e Saúde, resgatando
a memória da 8ª Conferência Nacional. A 16ª Conferência trouxe o tema Democracia e Saúde,
trabalhando três eixos: Saúde como Direito, Consolidação do SUS e Financiamento Adequado para
o SUS.

O relatório final pode ser acessado em: http://www.conselho.saude.gov.br/16cns/

Conselho de Saúde: em caráter permanente e correspondente (federal, estadual e municipal),


deliberativo, órgão colegiado composto por inclusive nos aspectos econômicos e financeiros,
representantes do governo, prestadores de cujas decisões serão homologadas pelo chefe do
serviço, profissionais de saúde e usuários, atua poder legalmente constituído em cada esfera do
na formulação de estratégias e no controle da governo.
execução da política de saúde na instância

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IMPORTANTE!

Ler na íntegra a Resolução Nº 453, de 10 de maio de 2012 que detalha sobre o funcionamento
dos conselhos.

O processo bem-sucedido de descentralização da saúde promoveu o surgimento de Conselhos


Regionais, Conselhos Locais, Conselhos Distritais de Saúde, incluindo os Conselhos dos Distritos
Sanitários Especiais Indígenas, sob a coordenação dos Conselhos de Saúde da esfera
correspondente. Assim, os Conselhos de Saúde são espaços instituídos de participação da
comunidade nas políticas públicas e na administração da saúde.

Como Subsistema da Seguridade Social, o Conselho de Saúde atua na formulação e proposição


de estratégias e no controle da execução das Políticas de Saúde, inclusive nos seus aspectos
econômicos e financeiros.

I - O número de conselheiros será definido pelos Conselhos de Saúde e constituído em lei.

II - Mantendo o que propôs as Resoluções nos 33/92 e 333/03 do CNS e consoante com as
Recomendações da 10a e 11a Conferências Nacionais de Saúde, as vagas deverão ser
distribuídas da seguinte forma:

a)50% de entidades e movimentos representativos de usuários;

b)25% de entidades representativas dos trabalhadores da área de saúde;

c)25% de representação de governo e prestadores de serviços privados conveniados, ou sem


fins lucrativos.

O Conselho Nacional de Secretários de Os recursos do Fundo Nacional de


Saúde (CONASS) e o Conselho Nacional de Saúde (FNS) serão alocados como:
Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS)
terão representação no Conselho Nacional de I - despesas de custeio e de capital do Ministério
Saúde. da Saúde, seus órgãos e entidades, da
administração direta e indireta;
A representação dos usuários nos
Conselhos de Saúde e Conferências será II - investimentos previstos em lei orçamentária,
paritária em relação ao conjunto dos demais de iniciativa do Poder Legislativo e aprovados
segmentos. pelo Congresso Nacional;

As Conferências de Saúde e os Conselhos III - investimentos previstos no Plano Qüinqüenal


de Saúde terão sua organização e normas de do Ministério da Saúde;
funcionamento definidas em regimento próprio,
aprovadas pelo respectivo conselho.

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IV - cobertura das ações e serviços de saúde a Comissão de elaboração do Plano de Carreira,
serem implementados pelos Municípios, Cargos e Salários (PCCS), previsto o prazo de dois
Estados e Distrito Federal. anos para sua implantação.

Os recursos referidos neste artigo serão


destinados, pelo menos setenta por cento, aos
Para receberem os recursos, os Municípios, os Municípios, afetando-se o restante aos Estados.
Estados e o Distrito Federal deverão contar com:
Os recursos referidos serão repassados de forma
Fundo de Saúde; Conselho de Saúde; plano de regular e automática para os Municípios,
saúde; relatórios de gestão; contrapartida de Estados e Distrito Federal.
recursos para a saúde no respectivo orçamento;
___________________________________________________________________________

EXERCÍCIOS

01. (IAUPE, 2019, PERFIL AB) Sobre a retrocessos no campo dos direitos sociais e a
participação da Comunidade no Sistema Único necessidade da democratização do Estado,
de Saúde (SUS), leia as afirmativas abaixo: sobretudo do setor saúde.
I. A Conferência de Saúde e o Conselho de Saúde
são instâncias, que atuam nas esferas municipal,
estadual e federal.
II. A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada
quatro anos com a representação de vários
segmentos sociais.
III. O Conselho de Saúde, em caráter
permanente e deliberativo, atua na formulação
de estratégias e no controle da execução da
política de saúde, inclusive nos aspectos Considerando os pontos que convergem nos
econômicos e financeiros. dois eventos citados, é CORRETO afirmar que a
IV. A representação dos usuários nos Conselhos 8ª CNS foi marcada como
e Conferências de Saúde é paritária em relação A) intraministerial, orquestrada por autoridades
ao conjunto dos demais segmentos. do setor.
V. O Conselho Nacional de Secretários de Saúde B) conferência que refutou participação popular.
(Conass) e o Conselho Nacional de Secretários C) espaço de deliberação sobre financiamento e
Municipais de Saúde (Conasems) têm privatização do SUS.
representação no Conselho Nacional de Saúde. D) momento de intensificação de debate sobre o
Assinale a alternativa CORRETA. estado enquanto provedor, por dever, da saúde,
A) I, II, III, IV e V estão corretas. a qual é um direito do cidadão.
B) Apenas I, II, III e IV estão corretas. E) local onde foram discutidas propostas para
C) Existem, apenas, duas incorretas. minguar o conceito de saúde.
D) Existem três incorretas.
E) Apenas IV está incorreta. 03. (IAUPE, 2015, PERFIL AB) A participação da
sociedade na definição das políticas de saúde se
02. (IAUPE, 2019, PERFIL SC) É possível traçar constitui em um princípio orientador da
um paralelo entre a 8ª Conferência Nacional de organização do sistema público no Brasil desde
Saúde – CNS - (1986) e a 16ª Conferência 1986, quando da realização da VIII Conferência
Nacional de Saúde (2019). Fizeram parte da Nacional de Saúde. Nesse sentido, analise as
pauta da CNS de 2019 as políticas para barrar os afirmativas abaixo:

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I. Esse princípio é incorporado como norma A) Tem caráter permanente e deliberativo.
constitucional e legal na configuração do B) Reunir-se-á, a cada quatro anos, com a
Sistema Único de Saúde (SUS) no país, na forma representação dos municípios para avaliar a
de conselhos e conferências de saúde em todas situação da assistência social.
as esferas de governo. C) Tem como função precípua avaliar a situação
II. As conferências municipais de saúde são da saúde e da assistência social em âmbito
espaços públicos, parte da esfera pública, em estadual.
que representantes da sociedade civil e do D) É um órgão municipal formado somente
governo municipal encontram-se em situação de quando convocado pelo poder executivo.
deliberação e, portanto, de estabelecer ações E) É formado pela reunião dos secretários de
comunicativas e resgatar as pretensões de saúde municipais e pelo Ministro da Saúde.
validade de seus discursos.
III. A deliberação é o diálogo entre diferentes 05. (AOCP/2018) Segundo estabelece a Lei nº
sujeitos em busca de consenso ou do acordo 8.142/1990, os recursos do Fundo Nacional de
possível, tendo como condição de legitimidade o Saúde (FNS) serão alocados como:
direito de todos os interessados poderem A) Investimentos previstos no Plano anual do
participar. Ministério da Saúde;
Está CORRETO o que se afirma em B) Investimentos previstos em lei orçamentária,
A) I, apenas. B) II e III, apenas. C) I, II de iniciativa do Poder Executivo e aprovados
e III. pelo Senado Federal;
D) I e III, apenas. E) II, apenas. C) Despesas de custeio e de capital do Ministério
da Saúde, seus órgãos e entidades, apenas da
administração direta;
4. (AOCP/2016) De acordo com o que dispõe a D) Cobertura das ações e dos serviços de saúde
Lei 8.142/90 acerca do Conselho de Saúde, a serem implementados pelos municípios, pelos
assinale a alternativa correta. estados e pelo Distrito Federal.

GABARITO:

1. A 2. D 3. D 4. A 5. D

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Aula
4
Decreto Nº 7508/2011

Redes de Atenção à Saúde

Profª Rafaela Domingos

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Decreto Nº 7.508, de 2011

Regulamenta a Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a


organização do Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde
e a articulação interfederativa, e dá outras providências.
O SUS é constituído pela conjugação das ações e serviços de promoção, proteção e
recuperação da saúde executados pelos entes federativos, de forma direta ou indireta,
mediante a participação complementar da iniciativa privada, sendo organizado de forma
regionalizada e hierarquizada.

2. ORGANIZAÇÃO DO SUS

Região de Saúde é um espaço Os componentes da Região de Saúde


geográfico contínuo constituído por são:
agrupamentos de municípios limítrofes, a) atenção primária;
delimitado a partir de identidades culturais, b) urgência e emergência;
econômicas e sociais e de redes de c) atenção psicossocial;
comunicação e infraestrutura de transportes d) atenção ambulatorial especializada
compartilhados, com a finalidade de e hospitalar e
integrar a organização, o planejamento e a e) vigilância em saúde.
execução de ações e serviços de saúde;
Os entes federativos definirão os
seguintes elementos em relação às Regiões
As Regiões de Saúde serão instituídas
de Saúde: seus limites geográficos;
pelo Estado, em articulação com os
população usuária das ações e serviços; rol
municípios, respeitadas as diretrizes gerais
de ações e serviços que serão ofertados e
pactuadas na Comissão Intergestores
respectivas responsabilidades, critérios de
Tripartite.
acessibilidade e escala para conformação dos
serviços. As Regiões de Saúde serão
Poderão ser instituídas Regiões de
referência para as transferências de
Saúde interestaduais, compostas por
recursos entre os entes federativos.
municípios limítrofes, por ato conjunto dos
respectivos Estados em articulação com os
Portas de Entrada são serviços de
Municípios. A instituição de Regiões de
atendimento inicial à saúde do usuário no
Saúde situadas em áreas de fronteira com
SUS: os serviços de atenção primária; de
outros países deverá respeitar as normas
atenção de urgência e emergência; de
que regem as relações internacionais.

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atenção psicossocial e especiais de acesso coletivo e no critério cronológico,
aberto. observadas as especificidades previstas para
pessoas com proteção especial, conforme
Serviços Especiais de Acesso legislação vigente.
Aberto são serviços de saúde específicos para
o atendimento da pessoa que, em razão de Ao usuário será assegurada a
agravo ou de situação laboral, necessita de continuidade do cuidado em saúde, em todas
atendimento especial. as suas modalidades, nos serviços, hospitais e
em outras unidades integrantes da rede de
O acesso universal e igualitário às atenção da respectiva região. As regras de
ações e aos serviços de saúde será ordenado continuidade serão pactuadas pela comissão
pela atenção primária e deve ser fundado na intergestores.
avaliação da gravidade do risco individual e

3. PLANEJAMENTO DA SAÚDE

O processo de planejamento da saúde prestados pela iniciativa privada, de forma


será ascendente e integrado, do nível local complementar ou não ao SUS, os quais
até o federal, ouvidos os respectivos deverão compor os Mapas da Saúde
Conselhos de Saúde, compatibilizando-se as regional, estadual e nacional.
necessidades das políticas de saúde com a
disponibilidade de recursos financeiros. Mapa da Saúde é uma descrição
geográfica da distribuição de recursos
O planejamento da saúde é obrigatório humanos e de ações e serviços de saúde
para os entes públicos e será indutor de ofertados pelo SUS e pela iniciativa privada,
políticas para a iniciativa privada. O considerando-se a capacidade instalada
Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as existente, os investimentos e o desempenho
diretrizes a serem observadas na elaboração aferido a partir dos indicadores de saúde do
dos planos de saúde, de acordo com as sistema.
características epidemiológicas e da
organização de serviços nos entes O Mapa da Saúde será utilizado na
federativos e nas Regiões de Saúde. identificação das necessidades de saúde e
orientará o planejamento integrado dos
No planejamento devem ser entes federativos, contribuindo para o
considerados os serviços e as ações estabelecimento de metas de saúde.

4. ASSISTÊNCIA À SAÚDE

Rede de Atenção à Saúde é um


conjunto de ações e serviços de saúde

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articulados em níveis de complexidade O Ministério da Saúde é o órgão
crescente, com a finalidade de garantir a competente para dispor sobre a RENAME e
integralidade da assistência à saúde. os Protocolos Clínicos e Diretrizes
Relação Nacional de Ações e Terapêuticas em âmbito nacional,
Serviços de Saúde – RENASES: Compreende observadas as diretrizes pactuadas pela CIT.
todas as ações e serviços que o SUS oferece Protocolo Clínico e Diretriz
ao usuário para atendimento da Terapêutica é um documento que
integralidade da assistência à saúde. estabelece critérios para o diagnóstico da
doença ou do agravo à saúde; o tratamento
O Ministério da Saúde disporá sobre a
preconizado, com os medicamentos e
RENASES em âmbito nacional, observadas as
demais produtos apropriados, quando
diretrizes pactuadas pela CIT. A cada dois
couber; as posologias recomendadas; os
anos, o Ministério da Saúde consolidará e
mecanismos de controle clínico; e o
publicará as atualizações da RENASES. A
acompanhamento e a verificação dos
União, os Estados, o Distrito Federal e os
resultados terapêuticos, a serem seguidos
Municípios pactuarão nas respectivas
pelos gestores do SUS.
Comissões Intergestores as suas
responsabilidades em relação ao rol de
O acesso universal e igualitário à
ações e serviços constantes da RENASES.
assistência farmacêutica pressupõe,
cumulativamente: estar o usuário assistido
Relação Nacional de Medicamentos
por ações e serviços de saúde do SUS; ter o
Essenciais – RENAME: Compreende a
medicamento sido prescrito por profissional
seleção e a padronização de medicamentos
de saúde, no exercício regular de suas
indicados para atendimento de doenças ou
funções no SUS; estar a prescrição em
de agravos no âmbito do SUS.
conformidade com a RENAME e os
A RENAME será acompanhada do Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas
Formulário Terapêutico Nacional - FTN que ou com a relação específica complementar
subsidiará a prescrição, a dispensação e o estadual, distrital ou municipal de
uso dos seus medicamentos. medicamentos; e ter a dispensação ocorrido
em unidades indicadas pela direção do SUS.
A cada dois anos, o Ministério da
Saúde consolidará e publicará as A RENAME e a relação específica
atualizações da RENAME, do respectivo FTN complementar estadual, distrital ou
e dos Protocolos Clínicos e Diretrizes municipal de medicamentos somente
Terapêuticas. poderão conter produtos com registro na
Agência Nacional de Vigilância
Sanitária - ANVISA.

5. ARTICULAÇÃO INTERFEDERATIVA

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Comissões Intergestores são instâncias III - diretrizes de âmbito nacional,
de pactuação consensual entre os entes estadual, regional e interestadual, a respeito
federativos para definição das regras da da organização das redes de atenção à
gestão compartilhada do SUS. Pactuarão a saúde, principalmente no tocante à gestão
organização e o funcionamento das ações e institucional e à integração das ações e
serviços de saúde integrados em redes de serviços dos entes federativos;
atenção à saúde, sendo: I - a CIT, no âmbito IV - responsabilidades dos entes federativos
da União, vinculada ao Ministério da Saúde na Rede de Atenção à Saúde, de acordo com o
para efeitos administrativos e operacionais; seu porte demográfico e seu desenvolvimento
II - a CIB, no âmbito do Estado, vinculada à econômico-financeiro, estabelecendo as
Secretaria Estadual de Saúde para efeitos responsabilidades individuais e as solidárias; e
administrativos e operacionais; e III - a V - referências das regiões intraestaduais e
Comissão Intergestores Regional - CIR, no interestaduais de atenção à saúde para o
âmbito regional, vinculada à Secretaria atendimento da integralidade da
Estadual de Saúde para efeitos assistência.
administrativos e operacionais, devendo
observar as diretrizes da CIB. Serão de competência exclusiva da CIT:
a pactuação das diretrizes gerais para a
Nas Comissões Intergestores, os composição da RENASES; dos critérios para
gestores públicos de saúde poderão ser o planejamento integrado das ações e
representados pelo Conselho Nacional de serviços de saúde da Região de Saúde, em
Secretários de Saúde - CONASS, pelo razão do compartilhamento da gestão; e das
Conselho Nacional de Secretarias Municipais diretrizes nacionais, do financiamento e das
de Saúde - CONASEMS e pelo Conselho questões operacionais das Regiões de Saúde
Estadual de Secretarias Municipais de situadas em fronteiras com outros países.
Saúde - COSEMS.
Contrato Organizativo da Ação Pública da
As Comissões Intergestores pactuarão: Saúde é um acordo de colaboração firmado
I - aspectos operacionais, financeiros e entre entes federativos com a finalidade de
administrativos da gestão compartilhada do organizar e integrar as ações e serviços de
SUS, de acordo com a definição da política saúde (seu objeto) na rede regionalizada e
de saúde dos entes federativos, hierarquizada, com definição de
consubstanciada nos seus planos de saúde, responsabilidades, indicadores e metas de
aprovados pelos respectivos conselhos de saúde, critérios de avaliação de desempenho,
saúde; recursos financeiros que serão
II - diretrizes gerais sobre Regiões de disponibilizados, forma de controle e
Saúde, integração de limites geográficos, fiscalização de sua execução e demais
referência e contrarreferência e demais elementos necessários à implementação
aspectos vinculados à integração das ações integrada das ações e serviços de saúde.
e serviços de saúde entre os entes
federativos;

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O Contrato Organizativo de Ação Pública O Contrato Organizativo de Ação Pública
da Saúde resultará da integração dos planos de Saúde observará as seguintes diretrizes
de saúde dos entes federativos na Rede de básicas para fins de garantia da gestão
Atenção à Saúde, tendo como fundamento participativa: I - estabelecimento de
as pactuações estabelecidas pela CIT. estratégias que incorporem a avaliação do
usuário das ações e dos serviços, como
O Contrato Organizativo da Ação Pública ferramenta de sua melhoria; II - apuração
de Saúde conterá as seguintes disposições permanente das necessidades e interesses
essenciais: do usuário; e III - publicidade dos direitos e
I - identificação das necessidades de deveres do usuário na saúde em todas as
saúde locais e regionais; unidades de saúde do SUS, inclusive nas
II - oferta de ações e serviços de unidades privadas que dele participem de
vigilância em saúde, promoção, proteção e forma complementar.
recuperação da saúde em âmbito regional e
inter-regional; A humanização do atendimento do
III - responsabilidades assumidas pelos usuário será fator determinante para o
entes federativos perante a população no estabelecimento das metas de saúde
processo de regionalização, as quais serão previstas no Contrato Organizativo de Ação
estabelecidas de forma individualizada, de Pública de Saúde.
acordo com o perfil, a organização e a
capacidade de prestação das ações e dos O Relatório de Gestão conterá seção
serviços de cada ente federativo da Região de específica relativa aos compromissos
Saúde; assumidos no âmbito do Contrato
IV - indicadores e metas de saúde; Organizativo de Ação Pública de Saúde.
V - estratégias para a melhoria das ações
e serviços de saúde; VI - critérios de O Sistema Nacional de Auditoria e
avaliação dos resultados e forma de Avaliação do SUS, por meio de serviço
monitoramento permanente; especializado, fará o controle e a fiscalização
VII - adequação das ações e dos serviços do Contrato Organizativo de Ação Pública da
dos entes federativos em relação às Saúde.
atualizações realizadas na RENASES;
VIII - investimentos na rede de serviços e Os partícipes incluirão dados sobre o
as respectivas responsabilidades; e Contrato Organizativo de Ação Pública de
IX - recursos financeiros que serão Saúde no sistema de informações em saúde
disponibilizados por cada um dos partícipes organizado pelo Ministério da Saúde e os
para sua execução. encaminhará ao respectivo Conselho de
Saúde para monitoramento.

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EXERCÍCIOS

01. (IAUPE, 2017 PERFIL AB) Região de saúde no SUS. Analise as descrições abaixo
Saúde (RS) é um espaço geográfico e relacione-as com os conceitos.
contínuo, constituído por agrupamentos de I. Espaço geográfico contínuo, constituído
Municípios limítrofes, com a finalidade de por agrupamentos de Municípios limítrofes,
integrar a organização, o planejamento e a delimitado a partir de identidades culturais,
execução de ações e serviços de saúde. Para econômicas e sociais e de redes de
ser instituída, a Região de Saúde deve comunicação. II. Descrição geográfica da
conter, no mínimo, ações e serviços de distribuição de recursos humanos e de ações
I. Atenção primária. e serviços de saúde ofertados pelo SUS. III.
II. Urgência e emergência. Conjunto de ações e serviços de saúde
III. Atenção psicossocial. articulados em níveis de complexidade
IV. Atenção ambulatorial especializada e crescente, com a finalidade de garantir a
hospitalar. integralidade da assistência à saúde.
V. Vigilância em saúde. Assinale a alternativa que apresenta a
Assinale a alternativa CORRETA. correlação CORRETA.
A) Todos os itens estão corretos. A) I- Rede de Atenção à Saúde, II- Mapa de
B) Apenas 4 itens estão corretos. Saúde, III- Região de Saúde
C) Apenas 3 itens estão corretos. B) I- Região de Saúde, II- Rede de Atenção à
D) Apenas 2 itens estão corretos. Saúde, III- Mapa de Saúde
E) Apenas 1 item está correto. C) I- Mapa de Saúde, II- Rede de Atenção à
Saúde, III- Região de Saúde
02. (IAUPE, 2018 PERFIL AB) Os serviços de D) I- Mapa de Saúde, II- Região de Saúde, III-
atendimento inicial à saúde do usuário no Rede de Atenção à Saúde
SUS são conhecidos como Portas de E) I-Região de Saúde, II-Mapa de Saúde, III-
Entrada. Sobre os serviços que são Portas Rede de Atenção à Saúde
de Entrada às ações e aos serviços de saúde
nas Redes de Atenção à Saúde, analise os 04. (IAUPE/SAÚDE COLETIVA/ 2019) Sobre
itens abaixo: o Planejamento Integrado estabelecido no
I. De atenção primária. Decreto 7508/11, é CORRETO afirmar que:
II. De atenção de urgência e emergência. A) se realizará entre o nível Municipal e
III. De atenção psicossocial. Estadual, exclusivamente.
IV. Especiais de acesso aberto. V. De atenção B) é orientado pelo regimento interno da
hospitalar. CIB.
Assinale a alternativa CORRETA. C) conquanto apresente o Mapa de Saúde
A) Todos estão corretos. como instrumento expositivo de
B) Existem, apenas, quatro corretos. diagnóstico, este não é considerado para a
C) Existem, apenas, três corretos. condução do planejamento integrado.
D) Existem, apenas, dois corretos. D) possui a identificação de necessidades a
E) Existe, apenas, um correto. partir do RAG, sendo orientado pelo Mapa
de Saúde.
03. (IAUPE, 2014 GRUPO 28- PSICOLOGIA) O E) é orientado por meio do uso do Mapa de
Decreto 7508/2011 regulamentou a Lei Saúde, sendo esse instrumento também
Orgânica da Saúde (Lei No. 8080/90), utilizado para identificar as necessidades de
instituindo um conjunto de conceitos para saúde.
a organização, planejamento e assistência à

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05.(IAUPE/ATENÇÃOBÁSICA/PSICOLOGIA/ 07. (IAUPE/SAÚDE COLETIVA/AMPLA
2018) As Regiões de Saúde foram definidas CONCORRÊNCIA/2018) “Podemos, grosso
em legislação federal, em 2011. Para ser modo, separar a política de regionalização
instituída, a Região de Saúde deve conter, em dois momentos: o momento do Pacto e
no mínimo, ações e serviços de: o do estabelecimento do COAP”. (Política
I. atenção primária. de regionalização do SUS em debate:
II. urgência e emergência. avanços e impasses da implementação das
III. atenção psicossocial. regiões e redes no Brasil.) Sobre o Contrato
IV. atenção ambulatorial especializada e Organizativo de Ação Pública – COAP, é
hospitalar. CORRETO afirmar que
V. vigilância em saúde. A) cada município pode participar de mais de
Assinale a alternativa CORRETA. um COAP.
A) Todos os itens estão corretos. B) não é submetido à avaliação de execução.
B) Existem, apenas, quatro itens corretos. C) não faz parte da construção do contrato a
C) Existem, apenas, três itens corretos. elaboração do mapa regional de saúde.
D) Existem, apenas, dois itens corretos. D) define as responsabilidades sanitárias dos
E) Existe, apenas, um item correto entes federativos dentro das competências
constitucionais e legais.
06. (IAUPE/SAÚDE COLETIVA/AMPLA E) não pactua metas, apenas
CONCORRÊNCIA/2018) Em maio de 2016, responsabilidades.
foi aprovado o Regimento Interno na
Comissão Intergestores Tripartite (CIT), 08. (IAUPE/INTERIORIZAÇÃO EM
evento importante para as SAÚDE/PSICOLOGIA/2020) Sobre o
negociações/pactuação realizadas entre os planejamento do SUS, analise as
gestores da saúde. Essa Comissão, CIT, foi afirmativas abaixo:
previamente apresentada no Decreto N o I. O COAP é o instrumento de planejamento
7508 de 2011, o qual estabelece que: que registra e celebra o acordo entre
A) ela desenvolverá atuações no âmbito do gestores do SUS para a definição de regiões
Estado, estando diretamente relacionada à de saúde cujos principais critérios são: estar
Secretaria Estadual de Saúde. na mesma Unidade Federativa, possuir
B) desenvolverá atuações âmbito da União, serviços de atenção primária, atenção
estando vinculada à Secretaria Estadual de psicossocial, urgência e emergência.
Saúde. II. Para a definição das regiões de saúde, é
C) deverá desenvolver ações de organização, de fundamental importância que se tenha
observando estritamente as diretrizes uma descrição geográfica da distribuição das
estabelecidas na Comissão Intergestores ações, serviços e das pessoas que neles
Bipartite. trabalham, e também da capacidade
D) apresenta, como competência exclusiva, instalada, dos investimentos necessários e o
a pactuação das diretrizes gerais para a desempenho a partir dos indicadores de
composição da Relação Nacional de Ações e saúde.
Serviços de Saúde – RENASES. III. De acordo com o Decreto 7508/11, a
E) apresenta, como competência exclusiva, a elaboração do COAP deve ser feita em
pactuação de referências das regiões sequência ao planejamento regional
intraestaduais e interestaduais de atenção à integrado, a partir dos planos de saúde de
saúde. cada instância gestora envolvida no
processo de criação de uma região de saúde,

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IV. As etapas de elaboração do COAP são as D) As RAS buscam a integração entre os
seguintes: elaboração do mapa da saúde; pontos de atenção à saúde, no sentido de
definição das ações e serviços de saúde e das permitir a integralidade do cuidado.
responsabilidades pela referência e E) Fundamenta-se na compreensão do
contrarreferência do usuário; definição dos hospital como o nível de atenção que
medicamentos; pactuação das metas, das enfatiza a função resolutiva dos cuidados
responsabilidades de cada gestor e das primários sobre os problemas mais comuns
responsabilidades orçamentárias e de saúde.
financeiras.
V. Um dos aspectos mais importantes ao 10.(IAUPE/HOSPITALAR/PSICOLOGIA/2020
desenvolvimento do SUS é a possibilidade de ) Para garantir a integralidade do cuidado,
os pequenos municípios integrarem o COAP o Ministério da Saúde estabelece diretrizes
de uma região de saúde, sem possuir ações para a organização dos serviços de saúde
e serviços da atenção primária. em rede. Sobre o papel do hospital como
Estão CORRETAS apenas um dos componentes da Rede de Atenção à
Saúde (RAS), assinale a alternativa
A) I, III e IV. B) II, III e IV. C) I e IV. CORRETA.
D) I e II. E) I e V. A) Os serviços especializados ofertados pelo
hospital devem apoiar e complementar a
09.(IAUPE/HOSPITALAR/PSICOLOGIA/2020 Atenção Primária.
)As Redes de Atenção à Saúde (RAS) são B) A instituição hospitalar é definida como
arranjos organizativos de ações e serviços uma instituição complexa, densa
de saúde, de diferentes densidades tecnologicamente, de caráter
tecnológicas, que, integradas por meio de uniprofissional.
sistemas de apoio técnico, logístico e de C) O hospital tem o papel de ser referência
gestão, buscam garantir a integralidade do na prestação aos casos simples que foram
cuidado. Sobre as RAS, assinale a buscar atendimento diretamente.
alternativa CORRETA. D) Os hospitais que prestam ações e serviços
A) O diagnóstico situacional não é no âmbito do SUS devem ter missão e perfil
importante no processo de implantação da assistencial definidos, conforme a decisão
RAS. exclusiva de gestores locais.
B) No Brasil, o processo de transição E) Os hospitais, enquanto integrantes da
nutricional que resultou de mudanças RAS, atuam apenas na prestação de
substanciais na alimentação, com a assistência à saúde.
crescente oferta de alimentos
industrializados, facilidade de acesso a 11.(IAUPE/ATENÇÃOBÁSICA/PSICOLOGIA/
alimentos caloricamente densos e mais 2019) A Rede de Atenção à Saúde (RAS) é
baratos e redução generalizada da atividade definida como arranjos organizativos de
física favorece o incremento das condições ações e serviços de saúde, que buscam
agudas. garantir a integralidade do cuidado.
C) As RAS são espaços, que visam assegurar Caracteriza-se pela formação de relações
o compromisso com a melhora de saúde da horizontais entre os pontos de atenção com
população, ofertando serviços pontuais e o centro de comunicação na Atenção
fragmentados no âmbito dos diferentes Primária à Saúde (APS).
níveis de atenção à saúde. Sobre os pontos de atenção à saúde, analise
os itens abaixo:
I. Os domicílios

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II. As unidades básicas de saúde integralidade da assistência à saúde, é
III. As unidades ambulatoriais especializadas chamado de:
IV. Os serviços de hemoterapia e A) Rede de Atenção à Saúde;
hematologia B) Sistema Único de Saúde (SUS)
V. As residências terapêuticas C) Serviços Especiais de Acesso Aberto;
Assinale a alternativa CORRETA. D) Região de Saúde.
A) Todos estão corretos.
B) Existem, apenas, quatro corretos. 14. (COMPERVE/UFRN/2018) A Política
C) Existem, apenas, três corretos. Nacional de Atenção Básica considera esse
D) Existem, apenas, dois corretos. nível de atenção como porta de entrada
E) Existe, apenas, um correto. preferencial do sistema, responsável por
ordenar fluxos e contrafluxos de pessoas,
12. (IAUPE/ ATENÇÃO BÁSICA produtos e informações em todos os
/PSICOLOGIA/2019) Sobre a concepção da pontos de atenção à saúde. Segundo o
Rede de Atenção à Saúde (RAS), que é Decreto Presidencial nº 7.508/2011, que
definida como arranjos organizativos de regulamenta a Lei nº 8.080/1990, os
ações e serviços de saúde de diferentes serviços especiais de acesso aberto
densidades tecnológicas, que, integradas também são considerados como porta de
por meio de sistemas de apoio técnico, entrada. Um desses serviços de acesso
logístico e de gestão, buscam garantir a aberto é:
integralidade do cuidado, leia as sentenças A) o Serviço de Atenção às Urgências e
a abaixo: Emergências;
I. Fundamenta-se na compreensão da B) o Centro de Testagem e Aconselhamento
Atenção Primária à Saúde como primeiro de DST/AIDS;
nível de atenção. II. O centro de C) a Unidade de Saúde da Família;
comunicação está na Atenção Primária à D) a Unidade Mista de Saúde.
Saúde (APS).
III. Caracteriza-se pela formação de relações 15. (IBFC/2017) Segundo o decreto
hierarquizadas entre os pontos de atenção presidencial nº 7.508/11, os entes
com o centro de comunicação. federativos definirão os seguintes
IV. Enfatiza a função resolutiva dos cuidados elementos em relação às Regiões de Saúde,
primários sobre os problemas mais comuns EXCETO:
de saúde da população. A) seus limites geográficos;
V. Tem a APS como coordenadora do B) a população usuária das ações e dos
cuidado e ordenadora da rede. Estão serviços;
CORRETAS: C) o rol de ações e serviços que serão
A) I, II, III, IV e V. ofertados;
B) I, II, IV e V, apenas. D) as respectivas responsabilidades, os
C) I, III e IV, apenas. critérios de acessibilidade e a escala para
D) I e II, apenas. conformação dos serviços;
E) I e V, apenas. E) as diretrizes a serem observadas na
elaboração dos planos de saúde, de acordo
13. (AOCP/2018) De acordo com o disposto com as características epidemiológicas e da
no Decreto Presidencial nº 7.508/2011, o organização de serviços.
conjunto de ações e serviços de saúde
articulados em níveis de complexidade
crescente, com a finalidade de garantir a

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16. (COMPERVE/UFRN/2018) O B) O objeto do COAP é a prestação de contas
instrumento de planejamento da saúde que dos serviços e as ações de saúde
operacionaliza as intenções expressas no desenvolvidas no SUS.
Plano de Saúde e tem como objetivo C) As normas de elaboração e os fluxos do
anualizar as metas do Plano de Saúde e Contrato Organizativo de Ação Pública de
prever a alocação dos recursos saúde serão pactuados pela CIR.
orçamentários a serem executados é: D) Ao Governo Federal compete coordenar a
A) a Programação Anual de Saúde; implementação do COAP.
B) o Relatório Anual de Gestão; E) A integração dos planos de saúde tem
C) o Plano Plurianual; como resultado o COAP, cujo fundamento
D) a Lei Orçamentária Anual. consiste nas pactuações estabelecidas pela
CIB.
17. (AOCP/2017) De acordo com o que
dispõe o Decreto Presidencial nº 19. (AOCP/2017) Assinale a alternativa
7.508/2011, assinale a alternativa que não correta acerca da Articulação
apresenta um dos requisitos para o acesso Interfederativa e o Contrato Organizativo
universal e igualitário à assistência da Ação Pública da Saúde, estabelecidos
farmacêutica. pelo Decreto nº 7.508/11.
Estar o usuário assistido por ações e serviços A) Nas Comissões Intergestores, os gestores
de saúde do SUS. públicos de saúde poderão ser
A) Ter o medicamento sido fabricado em representados pelo Conselho Nacional de
território nacional. Secretários de Saúde (CONASS), pelo
B) Estar a prescrição em conformidade com Conselho Nacional de Secretarias Municipais
a RENAME e os Protocolos Clínicos e de Saúde (CONASEMS) e pelo Conselho
Diretrizes Terapêuticas ou com a relação Estadual de Secretarias Municipais de Saúde
específica complementar estadual, distrital (COSEMS)
ou municipal de medicamentos. B) O objeto do Contrato Organizativo de
C) Ter a dispensação ocorrido em unidades Ação Pública da Saúde é estabelecer a
indicadas pela direção do SUS. Relação Nacional de Medicamentos
D) Ter o medicamento sido prescrito por Essenciais.
profissional de saúde, no exercício regular C) O contrato Organizativo de Ação Pública
de susas funções no SUS. da Saúde não pode definir as
responsabilidades individuais e solidárias
18. (UPE/2016) A respeito do Contrato dos entes federativos com relação às ações
Organizativo da Ação Pública da Saúde e serviços de saúde.
(COAP), leia as alternativas abaixo e D) As Secretarias Estaduais de Saúde farão a
assinale a CORRETA. fiscalização do Contrato Organizativo de
A) Será fator determinante para o Ação Pública da Saúde.
estabelecimento das metas de saúde no E) Aos partícipes do Contrato Organizativo
COAP a humanização do atendimento ao de Ação Pública da Saúde não caberá
usuário. monitorar e avaliar a execução do Contrato
Organizativo de Ação Pública de Saúde.

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GABARITO:

1. A 2. B 3. A 4. E 5. A 6. D 7.D

8. B 9. D 10. A 11. A 12. B 13.A 14.B

15.E 16.A 17.A 18.A 19.A

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Aula
5
Política Nacional de Atenção Básica (PNAB)
Política Nacional de Educação Permanente
em Saúde (PNEPS)

Profª Rafaela Domingos

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Política Nacional de Atenção Básica (PNAB)

A seguir serão apresentados os principais pontos das duas últimas portarias ministeriais que
aprovam a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), estando em vigência atualmente a
Portaria 2.436 de 21 de setembro de 2017. É importante a revisão dos documentos na íntegra,
através de uma leitura crítica atentando para as principais modificações ocorridas.

Atenção!

O edital cobra apenas a portaria vigente, no entanto, a banca tende a


apresentar enunciados comparativos com a portaria anterior nas
questões deste assunto. Por isso, é importante estudar as duas
portarias!

Portaria 2.488 de 21 de outubro de 2011 (antiga PNAB)

Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a


revisão de diretrizes e normas para a organização da Atenção
Básica, para a Estratégia Saúde da Família (ESF) e o Programa de
Agentes Comunitários de Saúde (PACS).

- Caracterização geral: equipe, dirigidas a populações de territórios


definidos, pelas quais assume a
Atenção Básica caracteriza-se por responsabilidade sanitária, considerando a
um conjunto de ações de saúde, no âmbito dinamicidade existente no território em que
individual e coletivo, que abrange a vivem essas populações.
promoção e a proteção da saúde, a
prevenção de agravos, o diagnóstico, o Utiliza tecnologias de cuidado
tratamento, a reabilitação, redução de complexas e variadas que devem auxiliar no
danos e a manutenção da saúde com o manejo das demandas e necessidades de
objetivo de desenvolver uma atenção saúde de maior frequência e relevância em
integral que impacte na situação de saúde e seu território, observando critérios de risco,
autonomia das pessoas e nos determinantes vulnerabilidade, resiliência e o imperativo
e condicionantes de saúde das coletividades. ético de que toda demanda, necessidade de
É desenvolvida por meio do exercício de saúde ou sofrimento devem ser acolhidos.
práticas de cuidado e gestão, democráticas
e participativas, sob forma de trabalho em

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Deve ser o contato preferencial dos - Princípios: universalidade, acessibilidade,
usuários, a principal porta de entrada e vínculo, continuidade do cuidado,
centro de comunicação da Rede de Atenção integralidade da atenção, responsabilização,
à Saúde. humanização, equidade e participação
social.

- Fundamentos e Diretrizes:

I - ter território adstrito sobre o mesmo, de


Se liga na dica!
forma a permitir o planejamento, a
programação descentralizada e o Ao estudar legislação, faça uma
desenvolvimento de ações setoriais e leitura ativa, destacando palavras
intersetoriais com impacto na situação, nos e fazendo esquemas com os
condicionantes e determinantes da saúde resumos de cada tópico. Isso vai
ajudar muito na fixação do
das coletividades que constituem aquele
conteúdo!
território sempre em consonância com o
princípio da equidade.

II - possibilitar o acesso universal e contínuo IV - Coordenar a integralidade em seus


a serviços de saúde de qualidade e vários aspectos, a saber: integração de
resolutivos, caracterizados como a porta de ações programáticas e demanda
entrada aberta e preferencial da rede de espontânea; articulação das ações de
atenção, acolhendo os usuários e promoção à saúde, prevenção de agravos,
promovendo a vinculação e vigilância à saúde, tratamento e reabilitação
corresponsabilização pela atenção às suas e manejo das diversas tecnologias de
necessidades de saúde; o estabelecimento cuidado e de gestão necessárias a estes fins
de mecanismos que assegurem e à ampliação da autonomia dos usuários e
acessibilidade e acolhimento pressupõe coletividades; trabalhando de forma
uma lógica de organização e funcionamento multiprofissional, interdisciplinar e em
do serviço de saúde, que parte do princípio equipe; realizando a gestão do cuidado
de que a unidade de saúde deva receber e integral do usuário e coordenando-o no
ouvir todas as pessoas que procuram os conjunto da rede de atenção. Essa
seus serviços, de modo universal e sem organização pressupõe o deslocamento do
diferenciações excludentes. processo de trabalho centrado em
procedimentos, profissionais para um
III - Adscrever os usuários e desenvolver processo centrado no usuário, onde o
relações de vínculo e responsabilização cuidado do usuário é o imperativo ético-
entre as equipes e a população adscrita político que organiza a intervenção técnico-
garantindo a continuidade das ações de científica.
saúde e a longitudinalidade do cuidado.

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V - Estimular a participação dos usuários por meio de uma clínica ampliada capaz de
como forma de ampliar sua autonomia e construir vínculos positivos e intervenções
capacidade na construção do cuidado à sua clínica e sanitariamente efetivas, na
saúde e das pessoas e coletividades do perspectiva de ampliação dos graus de
território. autonomia dos indivíduos e grupos sociais.

A Política Nacional de Atenção Básica III - Coordenar o cuidado: elaborar,


tem na Saúde da Família sua estratégia acompanhar e gerir projetos terapêuticos
prioritária para expansão e consolidação da singulares, bem como acompanhar e
atenção básica. A qualificação da Estratégia organizar o fluxo dos usuários entre os
de Saúde da Família e de outras estratégias pontos de atenção das RAS. Atuando como
de organização da atenção básica deverão o centro de comunicação entre os diversos
seguir as diretrizes da atenção básica e do pontos de atenção responsabilizando-se
SUS configurando um processo progressivo pelo cuidado dos usuários em qualquer
e singular que considera e inclui as destes pontos através de uma relação
especificidades locorregionais. horizontal, contínua e integrada com o
objetivo de produzir a gestão compartilhada
- Das Funções na Rede de Atenção à Saúde: da atenção integral.
I -Ser base: ser a modalidade de atenção e
de serviço de saúde com o mais elevado IV - Ordenar as redes: reconhecer as
grau de descentralização e capilaridade, necessidades de saúde da população sob
cuja participação no cuidado se faz sempre sua responsabilidade, organizando as
necessária. necessidades desta população em relação
aos outros pontos de atenção à saúde,
II - Ser resolutiva: identificar riscos, contribuindo para que a programação dos
necessidades e demandas de saúde, serviços de saúde parta das necessidades de
utilizando e articulando diferentes saúde dos usuários.
tecnologias de cuidado individual e coletivo,

- DAS RESPONSABILIDADES:
- Responsabilidades comuns a todas as esferas de governo:

I - Contribuir para a reorientação do modelo


Se liga na dica!
de atenção e de gestão com base nos
fundamentos e diretrizes assinalados; Ao estudar as responsabilidades
II - Apoiar e estimular a adoção da dos entes federados, se liguem
estratégia Saúde da Família pelos serviços nos verbos utilizadas para
designar as responsabilidades.
municipais de saúde como estratégia
Isso ajuda a não confundir! Esse
prioritária de expansão, consolidação e
tópico sofreu pouca mudança de
qualificação da atenção básica à saúde;
uma portaria para outra!

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III - Garantir a infraestrutura necessária ao VIII - Planejar, apoiar, monitorar e avaliar a
funcionamento das Unidades Básicas de Atenção Básica;
Saúde, de acordo com suas IX - Estabelecer mecanismos de controle,
responsabilidades; regulação e acompanhamento sistemático
IV - Contribuir com o financiamento dos resultados alcançados pelas ações da
tripartite da Atenção Básica; Atenção Básica, como parte do processo de
V - Estabelecer, nos respectivos Planos de planejamento e programação;
Saúde, prioridades, estratégias e metas para X - Divulgar as informações e os resultados
a organização da Atenção Básica; alcançados pela atenção básica;
VI - Desenvolver mecanismos técnicos e XI - Promover o intercâmbio de experiências
estratégias organizacionais de qualificação e estimular o desenvolvimento de estudos e
da força de trabalho para gestão e atenção à pesquisas que busquem o aperfeiçoamento
saúde, valorizar os profissionais de saúde e a disseminação de tecnologias e
estimulando e viabilizando a formação e conhecimentos voltados à Atenção Básica;
educação permanente dos profissionais das XII - Viabilizar parcerias com organismos
equipes, a garantia de direitos trabalhistas e internacionais, com organizações
previdenciários, a qualificação dos vínculos governamentais, não governamentais e do
de trabalho e a implantação de carreiras que setor privado, para fortalecimento da
associem desenvolvimento do trabalhador Atenção Básica e da estratégia de saúde da
com qualificação dos serviços ofertados aos família no País;
usuários; XIII - estimular a participação popular e o
VII - Desenvolver, disponibilizar e implantar controle social.
os sistemas de informações da Atenção
Básica de acordo com suas
responsabilidades;

- Compete ao Ministério da Saúde:

I - definir e rever periodicamente, de forma institucionalização da avaliação e


pactuada, na Comissão Intergestores qualificação da Atenção Básica;
Tripartite, as diretrizes da Política Nacional V - estabelecer, de forma tripartite,
de Atenção Básica; diretrizes nacionais e disponibilizar
II - garantir fontes de recursos federais para instrumentos técnicos e pedagógicos que
compor o financiamento da Atenção Básica; facilitem o processo de gestão, de formação
III -prestar apoio institucional aos gestores e educação permanente dos gestores e
dos estados, ao Distrito Federal e aos profissionais da Atenção Básica;
municípios no processo de qualificação e de VI - articular com o Ministério da Educação
consolidação da Atenção Básica; estratégias de indução às mudanças
IV - definir, de forma tripartite, estratégias curriculares nos cursos de graduação e pós-
de articulação com as gestões estaduais e graduação na área da saúde visando à
municipais do SUS com vistas à

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formação de profissionais e gestores com Estaduais, Municipais e do Distrito Federal,
perfil adequado à Atenção Básica; para formação e garantia de educação
VII - apoiar a articulação de instituições, em permanente para os profissionais de saúde
parceria com as Secretarias de Saúde da Atenção Básica.

- Compete às Secretarias Estaduais de Saúde e ao Distrito Federal:

I - pactuar, com a Comissão Intergestores VI - verificar a qualidade e a consistência


Bipartite, estratégias, diretrizes e normas de dos dados enviados pelos municípios por
implementação da Atenção Básica no meio dos sistemas informatizados,
Estado, de forma complementar às retornando informações aos gestores
estratégias, diretrizes e normas existentes, municipais;
desde que não haja restrições destas e que VII - consolidar, analisar e transferir para o
sejam respeitados as diretrizes e os Ministério da Saúde os arquivos dos
princípios gerais regulamentados nesta sistemas de informação enviados pelos
Portaria; municípios de acordo com os fluxos e prazos
II - destinar recursos estaduais para compor estabelecidos para cada sistema;
o financiamento tripartite da Atenção Básica VIII - prestar apoio institucional aos
prevendo, entre outras, formas de repasse municípios no processo de implantação,
fundo a fundo para custeio e investimento acompanhamento, e qualificação da
das ações e serviços; Atenção Básica e de ampliação e
III - ser corresponsável, pelo consolidação da estratégia Saúde da Família;
monitoramento da utilização dos recursos IX - definir estratégias de articulação com as
federais da Atenção Básica transferidos aos gestões municipais do SUS com vistas à
municípios; institucionalização da avaliação da Atenção
IV - submeter à CIB, para resolução acerca Básica;
das irregularidades constatadas na execução X - disponibilizar aos municípios
dos recursos do Bloco de Atenção Básica, instrumentos técnicos e pedagógicos que
conforme regulamentação nacional, facilitem o processo de formação e
visando: a) aprazamento para que o gestor educação permanente dos membros das
municipal corrija as irregularidades; b) equipes de gestão e de atenção à saúde;
comunicação ao Ministério da Saúde; c) XI - articular instituições, em parceria com
bloqueio do repasse de recursos ou demais as Secretarias Municipais de Saúde, para
providências, conforme regulamentação formação e garantia de educação
nacional, consideradas necessárias e permanente aos profissionais de saúde das
devidamente oficializadas pela CIB; V - equipes de Atenção Básica e das equipes de
analisar os dados de interesse estadual, saúde da família;
gerados pelos sistemas de informação, XII - promover o intercâmbio de
utilizá-los no planejamento e divulgar os experiências entre os diversos municípios,
resultados obtidos; para disseminar tecnologias e

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conhecimentos voltados à melhoria dos
serviços da Atenção Básica.

- Compete às Secretarias Municipais de Saúde e ao Distrito Federal:

I - pactuar, com a Comissão Intergestores multiprofissionais de Atenção Básica, em


Bipartite, através do COSEMS, estratégias, conformidade com a legislação vigente;
diretrizes e normas de implementação da X - garantir a estrutura física necessária para
Atenção Básica no Estado, mantidos as o funcionamento das Unidades Básicas de
diretrizes e os princípios gerais Saúde e para a execução do conjunto de
regulamentados nesta Portaria; ações propostas, podendo contar com apoio
II - destinar recursos municipais para técnico e/ou financeiro das Secretarias de
compor o financiamento tripartite da Estado da Saúde e do Ministério da Saúde;
Atenção Básica; III - ser co-responsável, XI - garantir recursos materiais,
junto ao Ministério da Saúde, e Secretaria equipamentos e insumos suficientes para o
Estadual de Saúde pelo monitoramento da funcionamento das Unidades Básicas de
utilização dos recursos da Atenção Básica Saúde e para a execução do conjunto de
transferidos aos município; IV - inserir a ações propostas;
estratégia de Saúde da Família em sua rede XII - programar as ações da Atenção Básica
de serviços como estratégia prioritária de a partir de sua base territorial e de acordo
organização da atenção básica; com as necessidades de saúde das pessoas,
V - organizar, executar e gerenciar os utilizando instrumento de programação
serviços e ações de Atenção Básica, de forma nacional ou correspondente local;
universal, dentro do seu território, incluindo XIII - alimentar, analisar e verificar a
as unidades próprias e as cedidas pelo qualidade e a consistência dos dados
estado e pela União; VI - prestar apoio alimentados nos sistemas nacionais de
institucional às equipes e serviços no informação a serem enviados às outras
processo de implantação, esferas de gestão, utilizá-los no
acompanhamento, e qualificação da planejamento e divulgar os resultados
Atenção Básica e de ampliação e obtidos;
consolidação da estratégia Saúde da Família; XIV - organizar o fluxo de usuários, visando
VII - Definir estratégias de à garantia das referências a serviços e ações
institucionalização da avaliação da Atenção de saúde fora do âmbito da Atenção Básica
Básica; e de acordo com as necessidades de saúde
VIII - Desenvolver ações e articular dos usuários; XV - manter atualizado o
instituições para formação e garantia de cadastro no sistema de Cadastro Nacional
educação permanente aos profissionais de vigente, dos profissionais, de serviços e de
saúde das equipes de Atenção Básica e das estabelecimentos ambulatoriais, públicos e
equipes de saúde da família; privados, sob sua gestão;
IX - selecionar, contratar e remunerar os XVI - assegurar o cumprimento da carga
profissionais que compõem as equipes horária integral de todos os profissionais

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que compõe as equipes de atenção básica, especificadas no SCNES e a modalidade de
de acordo com as jornadas de trabalho atenção

- DA INFRAESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DA ATENÇÃO BÁSICA:

São necessárias à realização das ações de


Atenção Básica nos municípios e Distrito Se liga na dica!
Federal:
A partir desses tópicos,
observamos as mudanças mais
I - Unidades Básicas de Saúde (UBS)
sensíveis. Leia-os buscando os
construídas de acordo com as normas
comparativos com a portaria
sanitárias e tendo como referência o manual
vigente. Isso facilita a fixação das
de infraestrutura do Departamento de principais mudanças.
Atenção Básica/SAS/ MS;

II - as Unidades Básicas de Saúde: auxiliar em


a) devem estar cadastradas no sistema de saúde bucal ou técnico em saúde bucal,
Cadastro Nacional vigente de acordo com auxiliar de enfermagem ou técnico de
as normas vigentes; enfermagem e Agentes Comunitários da
b) Recomenda-se que disponibilizem, Saúde, dentre outros profissionais em função
conforme orientações e especificações do da realidade epidemiológica, institucional e
manual de infra estrutura do das necessidades de saúde da população;
Departamento de Atenção
Básica/SAS/MS. VI - cadastro atualizado dos profissionais
que compõe a equipe de atenção básica no
III - manutenção regular da infraestrutura e sistema de Cadastro Nacional vigente de
dos equipamentos das Unidades Básicas de acordo com as normas vigentes e com as
Saúde. cargas horárias de trabalho informadas e
exigidas para cada modalidade;
IV - Existência e manutenção regular de
estoque dos insumos necessários para o VII -garantia pela gestão municipal, de
funcionamento das unidades básicas de acesso ao apoio diagnóstico e laboratorial
saúde, incluindo dispensação de necessário ao cuidado resolutivo da
medicamentos pactuados nacionalmente população;
quando esta dispensação está prevista para
serem realizadas naquela UBS. VIII - garantia pela gestão municipal, dos
fluxos definidos na Rede de Atenção à Saúde
V - Equipes multiprofissionais compostas, entre os diversos pontos de atenção de
conforme modalidade das equipes, por diferentes configurações tecnológicas,
médicos, enfermeiros, cirurgiões-dentistas, integrados por serviços de apoio logístico,
técnico e de gestão, para garantir a
integralidade do cuidado.

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- DAS ATRIBUIÇÕES ESPECÍFICAS: Do Agente Comunitário de Saúde:

I - trabalhar com adscrição de famílias em individuais e coletivas nos domicílios e na


base geográfica definida, a microárea; comunidade, como por exemplo, combate à
II - cadastrar todas as pessoas de sua Dengue, malária, leishmaniose, entre
microárea e manter os cadastros outras, mantendo a equipe informada,
atualizados; principalmente a respeito das situações de
III - orientar as famílias quanto à utilização risco; VIII - estar em contato permanente
dos serviços de saúde disponíveis; com as famílias, desenvolvendo ações
IV - realizar atividades programadas e de educativas, visando à promoção da saúde, à
atenção à demanda espontânea; prevenção das doenças, e ao
V - acompanhar, por meio de visita acompanhamento das pessoas com
domiciliar, todas as famílias e indivíduos sob problemas de saúde, bem como ao
sua responsabilidade. As visitas deverão ser acompanhamento das condicionalidades do
programadas em conjunto com a equipe, Programa Bolsa Família ou de qualquer
considerando os critérios de risco e outro programa similar de transferência de
vulnerabilidade de modo que famílias com renda e enfrentamento de vulnerabilidades
maior necessidade sejam visitadas mais implantado pelo Governo Federal, estadual
vezes, mantendo como referência a média e municipal de acordo com o planejamento
de 1 (uma) visita/família/mês; da equipe.
VI - desenvolver ações que busquem a IX - Ocorrendo situação de surtos e
integração entre a equipe de saúde e a epidemias, executar em conjunto com o
população adscrita à UBS, considerando as agente de endemias ações de controle de
características e as finalidades do trabalho doenças, utilizando as medidas de controle
de acompanhamento de indivíduos e grupos adequadas, manejo ambiental e outras
sociais ou coletividade; ações de manejo integrado de vetores, de
VII - desenvolver atividades de promoção da acordo com decisão da gestão municipal. É
saúde, de prevenção das doenças e agravos permitido ao ACS desenvolver outras
e de vigilância à saúde, por meio de visitas atividades nas unidades básicas de saúde,
domiciliares e de ações educativas desde que vinculadas às atribuições acima.

ESPECIFICIDADES DA EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA:

São itens necessários à estratégia Saúde da Família:

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I - Equipe multiprofissional (equipe saúde
da família) mínima: médico generalista ou Se liga na dica!
especialista em saúde da família ou médico Esse tópico é bastante cobrado!
de família e comunidade, enfermeiro Atenção aos detalhes!
generalista ou especialista em saúde da
família, auxiliar ou técnico de enfermagem e família,
agentes comunitários de saúde. Podendo residência multiprofissional e/ou de
acrescentar: cirurgião dentista generalista medicina de família e de comunidade, bem
ou especialista em saúde da família, auxiliar como atividades de educação permanente e
e/ou técnico em Saúde Bucal; apoio matricial.
II - O número de ACS deve ser suficiente
para cobrir 100% da população cadastrada, - Especificidades da Estratégia de Agentes
com um máximo de 750 pessoas por ACS e Comunitários de Saúde:
de 12 ACS por equipe de Saúde da Família, São itens necessários à implantação desta
não ultrapassando o limite máximo estratégia:
recomendado de pessoas por equipe; I - a existência de uma Unidade Básica de
III - Cada equipe de saúde da família deve Saúde, inscrita no sistema de Cadastro
ser responsável por, no máximo, 4.000 Nacional vigente que passa a ser a UBS de
pessoas, sendo a média recomendada de referência para a equipe de agentes
3.000 pessoas, respeitando critérios de comunitários de saúde;
equidade para esta definição. II - a existência de um enfermeiro para até
IV - Cadastramento de cada profissional de no máximo 12 ACS e no mínimo 04,
saúde em apenas 01 ESF, exceção somente constituindo assim uma equipe de Agentes
ao profissional médico que poderá atuar em Comunitários de Saúde;
no máximo 02 ESF e com carga horária total III - o cumprimento da carga horária integral
de 40 horas semanais; de 40 horas semanais por toda a equipe de
V - Carga horária de 40 horas semanais para agentes comunitários, composta por ACS e
todos os profissionais de saúde membros enfermeiro supervisor.
da equipe de saúde da família, à exceção
dos profissionais médicos. Para os quais a - Equipes de atenção básica para
jornada de 40 horas deve observar a populações específicas:
necessidade de dedicação mínima de 32 1. Equipes do consultório na rua
horas da carga horária para atividades na 2. Equipes de saúde da família para o
equipe de saúde da família podendo, atendimento da População Ribeirinha da
conforme decisão e prévia autorização do Amazônia Legal e Pantanal Sul
gestor, dedicar até 08 (oito) horas do total Matogrossense: Equipe de Saúde da Família
da carga horária para prestação de serviços Ribeirinhas (ESFR) e Equipes de Saúde da
na rede de urgência do município ou para Família Fluviais (ESFF).
atividades de especialização em saúde da
___________________________________________________________________________
REFERÊNCIA:

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BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria no. 2.488 de 21 de outubro de 2011. Brasília: Diário Oficial [da]
República Federativa do Brasil, 2011.

Portaria 2.436 de 21 de setembro de 2017

Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a


revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica, no
âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

Parágrafo único. A Política Nacional de Atenção Básica considera os termos Atenção Básica -
AB e Atenção Primária à Saúde - APS, nas atuais concepções, como termos equivalentes, de
forma a associar a ambas os princípios e as diretrizes definidas neste documento.

Definição de Atenção Básica: Art. 2º A Atenção Básica é o conjunto de ações de saúde


individuais, familiares e coletivas que envolvem promoção, prevenção, proteção, diagnóstico,
tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde,
desenvolvida por meio de práticas de cuidado integrado e gestão qualificada, realizada com
equipe multiprofissional e dirigida à população em território definido, sobre as quais as
equipes assumem responsabilidade sanitária.

Características da AB

§1º A Atenção Básica será a principal porta limitação física, intelectual, funcional e
de entrada e centro de comunicação da RAS, outras.
coordenadora do cuidado e ordenadora das § 4º Para o cumprimento do previsto no § 3º,
ações e serviços disponibilizados na rede. serão adotadas estratégias que permitam
§ 2º A Atenção Básica será ofertada minimizar desigualdades/iniquidades, de
integralmente e gratuitamente a todas as modo a evitar exclusão social de grupos que
pessoas, de acordo com suas necessidades e possam vir a sofrer estigmatização ou
demandas do território, considerando os discriminação, de maneira que impacte na
determinantes e condicionantes de saúde. autonomia e na situação de saúde.
§ 3º É proibida qualquer exclusão baseada
em idade, gênero, raça/cor, etnia, crença, Art. 3º São Princípios e Diretrizes do SUS e
nacionalidade, orientação sexual, da RAS a serem operacionalizados na
identidade de gênero, estado de saúde, Atenção Básica:
condição socioeconômica, escolaridade,

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a) Universalidade; b) Equidade; e c)
Integralidade.

Diretrizes:

a) Regionalização e Hierarquização: previstos nesta portaria e tenham caráter


b) Territorialização; c) População Adscrita; transitório, devendo ser estimulada sua
d) Cuidado centrado na pessoa; conversão em Estratégia Saúde da Família.
e) Resolutividade;
f) Longitudinalidade do cuidado; Art. 5º A integração entre a Vigilância em
g) Coordenação do cuidado; Saúde e Atenção Básica é condição essencial
h) Ordenação da rede; e para o alcance de resultados que atendam às
i) Participação da comunidade necessidades de saúde da população.

Art. 4º A PNAB tem na Saúde da Família sua Art. 6º Todos os estabelecimentos de saúde
estratégia prioritária para expansão e que prestem ações e serviços de Atenção
consolidação da Atenção Básica. Parágrafo Básica, no âmbito do SUS, de acordo com
único. Serão reconhecidas outras esta portaria serão denominados Unidade
estratégias de Atenção Básica, desde que Básica de Saúde – UBS.
observados os princípios e diretrizes

DAS RESPONSABILIDADES Art. 7º

São responsabilidades comuns a todas as Se liga na dica!


esferas de governo: IV -
O tópico das responsabilidades
dos entes federados sofreu
I - contribuir para a reorientação do modelo
porquíssima alteração. No estudo
de atenção e de gestão com base nos
desse tópico, sugiro focar na
princípios e nas diretrizes contidas nesta
portaria vigente!
portaria;
II - apoiar e estimular a adoção da Estratégia contribuir com o financiamento tripartite
Saúde da Família - ESF como estratégia para fortalecimento da Atenção Básica;
prioritária de expansão, consolidação e
qualificação da Atenção Básica; V - assegurar ao usuário o acesso universal,
equânime e ordenado às ações e serviços de
III - garantir a infraestrutura adequada e com saúde do SUS, além de outras atribuições
boas condições para o funcionamento das que venham a ser pactuadas pelas
UBS, garantindo espaço, mobiliário e Comissões Intergestores;
equipamentos, além de acessibilidade de
pessoas com deficiência, de acordo com as
normas vigentes;

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VI - estabelecer, nos respectivos Planos XII - estabelecer mecanismos de
Municipais, Estaduais e Nacional de Saúde, autoavaliação, controle, regulação e
prioridades, estratégias e metas para a acompanhamento sistemático dos
organização da Atenção Básica; resultados alcançados pelas ações da
Atenção Básica, como parte do processo de
VII - desenvolver mecanismos técnicos e planejamento e programação;
estratégias organizacionais de qualificação
da força de trabalho para gestão e atenção à XIII - divulgar as informações e os resultados
saúde, estimular e viabilizar a formação, alcançados pelas equipes que atuam na
educação permanente e continuada dos Atenção Básica, estimulando a utilização dos
profissionais, garantir direitos trabalhistas e dados para o planejamento das ações;
previdenciários, qualificar os vínculos de
trabalho e implantar carreiras que associem XIV - promover o intercâmbio de
desenvolvimento do trabalhador com experiências entre gestores e entre
qualificação dos serviços ofertados às trabalhadores, por meio de cooperação
pessoas; horizontal, e estimular o desenvolvimento
de estudos e pesquisas que busquem o
VIII - garantir provimento e estratégias de aperfeiçoamento e a disseminação de
fixação de profissionais de saúde para a tecnologias e conhecimentos voltados à
Atenção Básica com vistas a promover Atenção Básica;
ofertas de cuidado e o vínculo;
XV - estimular a participação popular e o
IX - desenvolver, disponibilizar e implantar controle social;
os Sistemas de Informação da Atenção
Básica vigentes, garantindo mecanismos que XVI - garantir espaços físicos e ambientes
assegurem o uso qualificado dessas adequados para a formação de estudantes e
ferramentas nas UBS, de acordo com suas trabalhadores de saúde, para a formação em
responsabilidades; serviço e para a educação permanente e
continuada nas Unidades Básicas de Saúde;
X - garantir, de forma tripartite, dispositivos
para transporte em saúde, compreendendo XVII - desenvolver as ações de assistência
as equipes, pessoas para realização de farmacêutica e do uso racional de
procedimentos eletivos, exames, dentre medicamentos, garantindo a disponibilidade
outros, buscando assegurar a resolutividade e acesso a medicamentos e insumos em
e a integralidade do cuidado na RAS, conformidade com a RENAME, os protocolos
conforme necessidade do território e clínicos e diretrizes terapêuticas, e com a
planejamento de saúde; relação específica complementar estadual,
municipal, da união, ou do distrito federal de
XI - planejar, apoiar, monitorar e avaliar as medicamentos nos pontos de atenção,
ações da Atenção Básica nos territórios; visando a integralidade do cuidado;

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XVIII - adotar estratégias para garantir um V - definir, de forma tripartite, estratégias de
amplo escopo de ações e serviços a serem articulação junto às gestões estaduais e
ofertados na Atenção Básica, compatíveis municipais do SUS, com vistas à
com as necessidades de saúde de cada institucionalização da avaliação e
localidade; qualificação da Atenção Básica;

XIX - estabelecer mecanismos regulares de VI - estabelecer, de forma tripartite,


auto avaliação para as equipes que atuam na diretrizes nacionais e disponibilizar
Atenção Básica, a fim de fomentar as instrumentos técnicos e pedagógicos que
práticas de monitoramento, avaliação e facilitem o processo de gestão, formação e
planejamento em saúde; e educação permanente dos gestores e
profissionais da Atenção Básica;
XX - articulação com o subsistema Indígena
nas ações de Educação Permanente e gestão VII - articular com o Ministério da Educação
da rede assistencial. estratégias de indução às mudanças
curriculares nos cursos de graduação e
Art. 8º Compete ao Ministério da Saúde a pósgraduação na área da saúde, visando à
gestão das ações de Atenção Básica no formação de profissionais e gestores com
âmbito da União, sendo responsabilidades perfil adequado à Atenção Básica; e
da União:
VIII - apoiar a articulação de instituições, em
I - definir e rever periodicamente, de forma parceria com as Secretarias de Saúde
pactuada, na Comissão Intergestores Municipais, Estaduais e do Distrito Federal,
Tripartite (CIT), as diretrizes da Política para formação e garantia de educação
Nacional de Atenção Básica; permanente e continuada para os
profissionais de saúde da Atenção Básica, de
II - garantir fontes de recursos federais para acordo com as necessidades locais.
compor o financiamento da Atenção Básica;
Art. 9º Compete às Secretarias Estaduais de
III - destinar recurso federal para compor o Saúde e ao Distrito Federal a coordenação
financiamento tripartite da Atenção Básica, do componente estadual e distrital da
de modo mensal, regular e automático, Atenção Básica, no âmbito de seus limites
prevendo, entre outras formas, o repasse territoriais e de acordo com as políticas,
fundo a fundo para custeio e investimento diretrizes e prioridades estabelecidas, sendo
das ações e serviços; responsabilidades dos Estados e do Distrito
Federal:
IV - prestar apoio integrado aos gestores dos
Estados, do Distrito Federal e dos municípios I - pactuar, na Comissão Intergestores
no processo de qualificação e de Bipartite (CIB) e Colegiado de Gestão no
consolidação da Atenção Básica; Distrito Federal, estratégias, diretrizes e
normas para a implantação e

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implementação da Política Nacional de IX - Disponibilizar aos municípios
Atenção Básica vigente nos Estados e instrumentos técnicos e pedagógicos que
Distrito Federal; facilitem o processo de formação e
educação permanente dos membros das
II - destinar recursos estaduais para compor equipes de gestão e de atenção; X - articular
o financiamento tripartite da Atenção instituições de ensino e serviço, em parceria
Básica, de modo regular e automático, com as Secretarias Municipais de Saúde,
prevendo, entre outras formas, o repasse para formação e garantia de educação
fundo a fundo para custeio e investimento permanente aos profissionais de saúde das
das ações e serviços; equipes que atuam na Atenção Básica; e

III - ser corresponsável pelo monitoramento XI - fortalecer a Estratégia Saúde da Família


das ações de Atenção Básica nos municípios; na rede de serviços como a estratégia
prioritária de organização da Atenção
IV - analisar os dados de interesse estadual Básica.
gerados pelos sistemas de informação,
utilizá-los no planejamento e divulgar os Art. 10 Compete às Secretarias Municipais
resultados obtidos; de Saúde a coordenação do componente
municipal da Atenção Básica, no âmbito de
V - verificar a qualidade e a consistência de seus limites territoriais, de acordo com a
arquivos dos sistemas de informação política, diretrizes e prioridades
enviados pelos municípios, de acordo com estabelecidas, sendo responsabilidades dos
prazos e fluxos estabelecidos para cada Municípios e do Distrito Federal:
sistema, retornando informações aos
gestores municipais; I - organizar, executar e gerenciar os serviços
e ações de Atenção Básica, de forma
VI - divulgar periodicamente os relatórios de universal, dentro do seu território, incluindo
indicadores da Atenção Básica, com intuito as unidades próprias e as cedidas pelo
de assegurar o direito fundamental de estado e pela União;
acesso à informação;
II - programar as ações da Atenção Básica a
VII - prestar apoio institucional aos partir de sua base territorial de acordo com
municípios no processo de implantação, as necessidades de saúde identificadas em
acompanhamento e qualificação da Atenção sua população, utilizando instrumento de
Básica e de ampliação e consolidação da programação nacional vigente;
Estratégia Saúde da Família; VIII - definir
estratégias de articulação com as gestões III - organizar o fluxo de pessoas, inserindo-
municipais, com vistas à institucionalização as em linhas de cuidado, instituindo e
do monitoramento e avaliação da Atenção garantindo os fluxos definidos na Rede de
Básica; Atenção à Saúde entre os diversos pontos de
atenção de diferentes configurações

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tecnológicas, integrados por serviços de
apoio logístico, técnico e de gestão, para XI - prestar apoio institucional às equipes e
garantir a integralidade do cuidado. serviços no processo de implantação,
acompanhamento, e qualificação da
IV - estabelecer e adotar mecanismos de Atenção Básica e de ampliação e
encaminhamento responsável pelas equipes consolidação da Estratégia Saúde da Família;
que atuam na Atenção Básica de acordo com
as necessidades de saúde das pessoas, XII - definir estratégias de institucionalização
mantendo a vinculação e coordenação do da avaliação da Atenção Básica;
cuidado;
XIII - desenvolver ações, articular
V - manter atualizado mensalmente o instituições e promover acesso aos
cadastro de equipes, profissionais, carga trabalhadores, para formação e garantia de
horária, serviços disponibilizados, educação permanente continuada aos
equipamentos e outros no Sistema de profissionais de saúde de todas as equipes
Cadastro Nacional de Estabelecimentos de que atuam na Atenção Básica implantadas;
Saúde vigente, conforme regulamentação XIV - selecionar, contratar e remunerar os
específica; profissionais que compõem as equipes
multiprofissionais de Atenção Básica, em
VI - organizar os serviços para permitir que a conformidade com a legislação vigente;
Atenção Básica atue como a porta de
entrada preferencial e ordenadora da RAS; XV - garantir recursos materiais,
equipamentos e insumos suficientes para o
VII - fomentar a mobilização das equipes e funcionamento das UBS e equipes, para a
garantir espaços para a participação da execução do conjunto de ações propostas;
comunidade no exercício do controle social;
XVI - garantir acesso ao apoio diagnóstico e
VIII - destinar recursos municipais para laboratorial necessário ao cuidado
compor o financiamento tripartite da resolutivo da população;
Atenção Básica;
XVII - alimentar, analisar e verificar a
IX - ser corresponsável, junto ao Ministério qualidade e a consistência dos dados
da Saúde, e Secretaria Estadual de Saúde inseridos nos sistemas nacionais de
pelo monitoramento da utilização dos informação a serem enviados às outras
recursos da Atenção Básica transferidos aos esferas de gestão, utilizá-los no
município; planejamento das ações e divulgar os
resultados obtidos, a fim de assegurar o
X - inserir a Estratégia de Saúde da Família direito fundamental de acesso à informação;
em sua rede de serviços como a estratégia
prioritária de organização da Atenção XVIII - organizar o fluxo de pessoas, visando
Básica; à garantia das referências a serviços e ações

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de saúde fora do âmbito da Atenção Básica A gestão municipal deve articular e
e de acordo com as necessidades de saúde criar condições para que a referência aos
das mesmas; e serviços especializados ambulatoriais, sejam
realizados preferencialmente pela Atenção
IX - assegurar o cumprimento da carga Básica, sendo de sua responsabilidade:
horária integral de todos os profissionais a.) Ordenar o fluxo das pessoas nos
que compõem as equipes que atuam na demais pontos de atenção da RAS;
Atenção Básica, de acordo com as jornadas b.) Gerir a referência e
de trabalho especificadas no Sistema de contrarreferência em outros pontos de
Cadastro Nacional de Estabelecimentos de atenção; e
Saúde vigente e a modalidade de atenção. c.) Estabelecer relação com os
especialistas que cuidam das pessoas do
território.

INFRAESTRUTURA, AMBIÊNCIA E FUNCIONAMENTO DA ATENÇÃO BÁSICA

3.1.Infraestrutura e ambiência A
Se liga na dica!
infraestrutura de uma UBS deve estar
adequada ao quantitativo de população Atentar para as mudanças nesse
adscrita e suas especificidades, bem como tópico, que são bem sensíveis e
aos processos de trabalho das equipes e à bastante cobradas nas provas!
atenção à saúde dos usuários. É importante
que sejam previstos espaços físicos e
ambientes adequados para a formação de
estudantes e trabalhadores de saúde de funcionamento podem ser pactuados
nível médio e superior, para a formação em através das instâncias de participação social.
serviço e para a educação permanente na População adscrita por equipe de Atenção
UBS. Básica (eAB) e de Saúde da Família (eSF):
2.000 a 3.500 pessoas, localizada dentro do
3.2.Tipos de unidades e equipamentos de seu território.
Saúde São considerados unidades ou
equipamentos de saúde no âmbito da Podem existir outros arranjos de adscrição,
Atenção Básica: conforme vulnerabilidades, riscos e
a) Unidade Básica de Saúde dinâmica comunitária, facultando aos
b) Unidade Básica de Saúde Fluvial gestores locais, conjuntamente com as
c) Unidade Odontológica Móvel equipes que atuam na Atenção Básica e
Conselho Municipal ou Local de Saúde, a
3.3 – FUNCIONAMENTO possibilidade de definir outro parâmetro
Carga horária mínima: 40h semanais, no populacional de responsabilidade da equipe.
mínimo 5 dias da semana e nos 12 meses do
ano. Horários alternativos de

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- 4 (quatro) equipes por UBS (Atenção Básica (eSF), com ou sem os profissionais de saúde
ou Saúde da Família), para que possam bucal: População/2.000.
atingir seu potencial resolutivo.
Municípios ou territórios com com < 2000
Cálculo do teto máximo de equipes de hab – 1 eAB ou eSF responsável.
Atenção Básica (eAB) e de Saúde da Família

As ações e serviços da Atenção Básica, deverão seguir padrões essenciais e ampliados:

Padrões Essenciais - ações e registro de elogios, críticas ou reclamações,


procedimentos básicos relacionados a por meio de livros, caixas de sugestões ou
condições básicas/essenciais de acesso e canais eletrônicos. As UBS deverão
qualidade na Atenção Básica; e - Padrões assegurar o acolhimento e escuta ativa e
Ampliados - ações e procedimentos qualificada das pessoas, mesmo que não
considerados estratégicos para se avançar e sejam da área de abrangência da unidade,
alcançar padrões elevados de acesso e com classificação de risco e
qualidade na Atenção Básica, considerando encaminhamento responsável de acordo
especificidades locais, indicadores e com as necessidades apresentadas,
parâmetros estabelecidos nas Regiões de articulando-se com outros serviços de forma
Saúde (p.12). resolutiva, em conformidade com as linhas
de cuidado estabelecidas.
Toda UBS deve monitorar a
satisfação de seus usuários, oferecendo o

Deverá estar afixado em local visível, próximo à entrada da UBS:

- Identificação e horário de atendimento; - Relação de serviços disponíveis; e


- Mapa de abrangência, com a cobertura de - Detalhamento das escalas de atendimento
cada equipe; de cada equipe.
- Identificação do Gerente da Atenção Básica
no território e dos componentes de cada
equipe da UBS;

3.4- Tipos de Equipes:

Equipe de Saúde da Família → Composta no mínimo: médico, preferencialmente da


especialidade medicina de família e comunidade, enfermeiro, preferencialmente especialista
em saúde da família; auxiliar e/ou técnico de enfermagem e agente comunitário de saúde
(ACS). Podendo fazer parte da equipe o agente de combate às endemias (ACE) e os
profissionais de saúde bucal: cirurgião-dentista, preferencialmente especialista em saúde
da família, e auxiliar ou técnico em saúde bucal. O número de ACS por equipe deverá ser

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definido de acordo com base populacional, critérios demográficos, epidemiológicos e
socioeconômicos, de acordo com definição local.

Em áreas de grande dispersão territorial, áreas de risco e vulnerabilidade


social, recomenda-se a cobertura de 100% da população com número
máximo de 750 pessoas por ACS.

Para equipe de Saúde da Família, há comunitários de saúde e agentes de


a obrigatoriedade de carga horária de 40 combate à endemias.
(quarenta) horas semanais para todos os
profissionais de saúde membros da ESF. A composição da carga horária
Dessa forma, os profissionais da ESF mínima por categoria profissional deverá
poderão estar vinculados a apenas 1 (uma) ser de 10 (dez) horas, com no máximo de 3
equipe de Saúde da Família, no SCNES (três) profissionais por categoria, devendo
vigente. somar no mínimo 40 horas/semanais. O
processo de trabalho, a combinação das
2 - Equipe da Atenção Básica (eAB): jornadas de trabalho dos profissionais das
esta modalidade deve atender aos princípios equipes e os horários e dias de
e diretrizes propostas para a AB. A gestão funcionamento devem ser organizados de
municipal poderá compor equipes de modo que garantam amplamente acesso, o
Atenção Básica (eAB) de acordo com vínculo entre as pessoas e profissionais, a
características e necessidades do município. continuidade, coordenação e
Como modelo prioritário é a ESF, as equipes longitudinalidade do cuidado.
de Atenção Básica (eAB) podem
posteriormente se organizar tal qual o A distribuição da carga horária dos
modelo prioritário. profissionais é de responsabilidade do
gestor, devendo considerar o perfil
As equipes de AB deverão ser demográfico e epidemiológico local para
compostas minimamente por médicos escolha da especialidade médica, estes
preferencialmente da especialidade devem atuar como generalistas nas equipes
medicina de família e comunidade, de Atenção Básica (eAB). Importante
enfermeiro preferencialmente especialista ressaltar que para o funcionamento a equipe
em saúde da família, auxiliares de deverá contar também com profissionais de
enfermagem e ou técnicos de enfermagem. nível médio como técnico ou auxiliar de
Poderão agregar outros profissionais como enfermagem.
dentistas, auxiliares de saúde bucal e ou
técnicos de saúde bucal, agentes 3.- Equipe de Saúde Bucal (eSB):
Modalidade que pode compor as equipes

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que atuam na atenção básica, constituída Odontológica Móvel, podendo se organizar
por um cirurgião-dentista e um técnico em nas seguintes modalidades: Modalidade I:
saúde bucal e/ou auxiliar de saúde bucal. Os Cirurgião-dentista e auxiliar em saúde bucal
profissionais de saúde bucal que compõem (ASB) ou técnico em saúde bucal (TSB) e;
as equipes de Saúde da Família (eSF) e de Modalidade II: Cirurgião-dentista, TSB e ASB,
Atenção Básica (eAB) e de devem estar ou outro TSB.
vinculados à uma UBS ou a Unidade

Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde: Atribuições e processo de trabalho

5- Estratégia de Agentes Comunitários de


Saúde (EACS): É prevista a implantação da
Estratégia de Agentes Comunitários de
Saúde nas UBS como uma possibilidade para
a reorganização inicial da Atenção Básica
com vistas à implantação gradual da
Estratégia de Saúde da Família ou como uma
forma de agregar os agentes comunitários a atividades específicas dos agentes de saúde
outras maneiras de organização da Atenção (ACS e ACE) devem ser integradas. Assim,
Básica. São itens necessários à implantação além das atribuições comuns a todos os
desta estratégia: profissionais da equipe de AB, são
a) existência de uma Unidade Básica de atribuições dos ACS e ACE:
Saúde, inscrita no SCNES vigente que a) Atribuições comuns do ACS e ACE I.-
passa a ser a UBS de referência para Realizar diagnóstico demográfico,
a equipe de agentes comunitários de social, cultural, ambiental,
saúde; epidemiológico e sanitário do
b) o número de ACS e ACE por equipe território em que atuam,
deverá ser definido de acordo com contribuindo para o processo de
base populacional (critérios
territorialização e mapeamento da
demográficos, epidemiológicos e
área de atuação da equipe;
socioeconômicos), conforme
II.- Desenvolver atividades de promoção da
legislação vigente.
saúde, de prevenção de doenças e agravos,
4.2.6- Agente Comunitário de Saúde (ACS) e em especial aqueles mais prevalentes no
Agente de Combate a Endemias (ACE) território, e de vigilância em saúde, por meio
de visitas domiciliares regulares e de ações
Seguindo o pressuposto de que Atenção educativas individuais e coletivas, na UBS,
Básica e Vigilância em Saúde devem se unir no domicílio e outros espaços da
para a adequada identificação de problemas comunidade, incluindo a investigação
de saúde nos territórios e o planejamento de epidemiológica de casos suspeitos de
estratégias de intervenção clínica e sanitária doenças e agravos junto a outros
mais efetivas e eficazes, orienta-se que as profissionais da equipe quando necessário;

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da situação das famílias e indivíduos do
III.- Realizar visitas domiciliares com território, com especial atenção às pessoas
periodicidade estabelecida no planejamento com agravos e condições que necessitem de
da equipe e conforme as necessidades de maior número de visitas domiciliares;
saúde da população, para o monitoramento

Atribuições dos agentes comunitários de saúde

Poderão ser consideradas, ainda, acompanhamento dos casos diagnosticados


atividades do Agente Comunitário de Saúde, de diabetes mellitus e segundo projeto
a serem realizadas em caráter excepcional, terapêutico prescrito pelas equipes que
assistidas por profissional de saúde de nível atuam na Atenção Básica;
superior, membro da equipe, após III- aferição da temperatura axilar, durante
treinamento específico e fornecimento de a visita domiciliar;
equipamentos adequados, em sua base IV - realizar técnicas limpas de curativo, que
geográfica de atuação, encaminhando o são realizadas com material limpo, água
paciente para a unidade de saúde de corrente ou soro fisiológico e cobertura
referência. estéril, com uso de coberturas passivas, que
I - aferir a pressão arterial, inclusive no somente cobre a ferida;
domicílio, com o objetivo de promover V - orientação e apoio, em domicílio, para a
saúde e prevenir doenças e agravos; correta administração da medicação do
II - realizar a medição da glicemia capilar, paciente em situação de vulnerabilidade.
inclusive no domicílio, para o
___________________________________________________________________________

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria no. 2.436 de 21 de setembro de 2017. Brasília: Diário Oficial [da]
República Federativa do Brasil, 2017.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria no. 3.124, de 28 de dezembro de 2012. Brasília: Diário

___________________________________________________________________________

EXERCÍCIOS

01. (UPE - PERFIL HOSPITALAR - 2020) A complexos para serem acompanhados


Atenção Básica tem como fundamentos e apenas pelos serviços especializados.
diretrizes todos os abaixo citados, EXCETO: C) Adscrever os usuários e desenvolver
A) Possibilitar o acesso universal e contínuo relações de vínculo e responsabilização
a serviços de saúde de qualidade e entre as equipes e a população adscrita.
resolutivos. D) Estimular a participação dos usuários
B) Prestar cuidados básicos e pontuais aos como forma de ampliar sua autonomia e
indivíduos, encaminhando os casos mais capacidade na construção do cuidado à sua

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saúde e das pessoas e coletividades do institucionalização do monitoramento e à
território. Avaliação da Básica.
E) Coordenar a integralidade em seus vários C) Definir e rever periodicamente, de forma
aspectos. pactuada, na Comissão Intergestores
Tripartite, as diretrizes da Política Nacional
2. (UNICISAL/2018) De acordo com a de Atenção Básica.
Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de D) Manter o Sistema de Cadastro Nacional
2017, são consideradas diretrizes de de Estabelecimentos de Saúde vigente
Atenção Básica: atualizado mensalmente, conforme
A) Universalidade, Integralidade, Equidade, regulação específica.
Controle Social, Hierarquização e
Regionalização; 4. (UNCISAL/2018) No que concerne à
B) Regionalização e Hierarquização; infraestrutura, à ambiência e ao
Territorialização e Adstrição; População funcionamento da atenção básica, de
Adscrita; Longitudinalidade do cuidado; acordo com a Portaria nº 2.436, de 2017, é
Transversalidade; Dissociabilidade de gestão correto afirmar:
e Coordenação do cuidado e Controle Social; A) Refere-se ao conjunto de procedimentos
C) Hierarquização e redes de cuidado; que objetiva adequar a estrutura física,
Territorialização; População Adscrita; tecnológica e de recursos humanos das UBS
Longitudinalidade do cuidado; às necessidades de saúde da população de
Transversalidade; Controle Social e cada território
Coordenação do Cuidado. B) A infraestrutura de uma UBS não deve
D) Regionalização e Hierarquização; estar adequada ao quantitativo de
Territorialização e Adstrição; População população adscrita e suas especificidades,
Adscrita; Longitudinalidade do cuidado; mas sim, aos processos de trabalho das
Coordenação do cuidado; Ordenação das equipes e à atenção à saúde dos usuários.
redes e Participação da comunidade; C) Os parâmetros de estrutura devem levar
E) Ter território adscrito; Coordenar a em consideração apenas a densidade
Integralidade e Equidade; Controle Social, demográfica, o perfil da população e as
Hierarquização e Regionalização. ações e os serviços de saúde a serem
realizados.
3. (UFRN/2018) Segundo a Política Nacional D) As UBS devem ser construídas de acordo
de Atenção Básica (BRASIL, 2017), compete com as normas sanitárias e tendo como
às Secretarias Municipais de Saúde a referência as normativas de infraestrutura
coordenação do componente municipal da vigentes. Devem, ainda, ser cadastradas no
Atenção Básica, no âmbito de seus limites Sistema Eletrônico do SUS e no Sistema de
territoriais, de acordo com a política, as Informação da Atenção Básica.
diretrizes e as prioridades estabelecidas. É E) Para um ambiente adequado em uma
responsabilidade dos municípios e do UBS, existem componentes que atuam como
Distrito Federal, entre outras: modificadores e qualificadores do espaço.
A) Organizar, executar e gerenciar os Por isso, recomenda-se contemplar:
serviços e as ações de Atenção Básica, de recepção com grades (para garantir
forma universal, dentro do seu território, privacidade à pessoa), identificação dos
incluindo as unidades próprias e excluindo serviços existentes, cronograma de
as cedidas pelo estado e pela União. atendimento, conforto térmico e acústico e
B) Definir estratégias de articulação com as espaços adaptados para as pessoas com
gestões municipais, com vistas à deficiência.

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organização da Atenção Básica. A seu
5. (ESP-CE/2018) Com base na nova PNAB, respeito, assinale a alternativa incorreta
instituída na Portaria GM nº 2.436, de 21 de em relação aos itens necessários à sua
setembro de 2017, recomenda-se a implementação.
inclusão do Gerente de Atenção Básica, A) A existência de uma Unidade Básica de
com o objetivo de contribuir para o Saúde, inscrita no SCNES vigente, que passa
aprimoramento e a qualificação do a ser a UBS de referência para a equipe de
processo de trabalho nas Unidades Básicas agentes comunitários de saúde.
de Saúde (UBS). Sobre esse profissional, é B) O número de ACS e ACE por equipe
correto afirmar (BRASIL, 2017) deverá ser definido de acordo com base
A) Indica a necessidade de internação populacional (critérios demográficos,
hospitalar ou domiciliar, mantendo a epidemiológicos e socioeconômicos),
responsabilização pelo acompanahmento da conforme a legislação vigente.
pessoa. C) É obrigatório o cumprimento da carga
B) Um profissional integrante das equipes, horária integral de 40 horas semanais por
vinculadas à UBS. toda a equipe de agentes comunitários,
C) Participa e orienta o processo de tendo o médico ou o enfermeiro como
territorialização, o diagnóstico situacional, o supervisor.
planejamento e a programação das equipes. D) Os ACS devem estar cadastrados no
D) Supervisiona o agente comunitário de SCNES vigente, vinculados à equipe
saúde e o agente comunitário de endemias. E) Cada ACS deve realizar as ações previstas
nas regulamentações vigentes e nessa
6. (ESP-CE/2018) Com base na nova Política portaria e ter uma microárea sob sua
Nacional de Atenção Básica (PNAB), responsabilidade, cuja população não
instituída na Portaria GM nº 2.436, de 21 de ultrapasse 750 pessoas.
setembro de 2017, compõem a equipe
mínima de saúde da família (BRASIL, 2017): 08. (IAUPE, 2018 FCM SC) A publicação de
A) Enfermeiro, médico, agente comunitário uma nova Política Nacional de Atenção
de saúde, dentista; Básica em 2017 implementou um conjunto
B) Enfermeiro, médico, agente comunitário de mudanças na forma de
de saúde, técnico ou auxiliar de operacionalização do trabalho junto aos
enfermagem; territórios. Sobre as responsabilidades dos
C) Enfermeiro, médico, agente comunitário gestores municipais, é correto afirmar,
de saúde, dentista, auxiliar ou técnico em EXCETO:
saúde bucal; A) Gerenciar os serviços e ações de Atenção
D) Enfermeiro, médico, agente comunitário Básica de forma universal, dentro do seu
de saúde, técnico ou auxiliar de território, incluindo as unidades próprias e
enfermagem, dentista. as cedidas pelo estado e pela União.
B) Viabilizar, junto com as secretarias
7. (CONPASS/2018) É prevista a estaduais, os recursos materiais,
implantação da Estratégia de Agentes equipamentos e insumos suficientes ao
Comunitários de Saúde nas UBS como funcionamento das UBS e equipes, para a
possibilidade para a reorganização inicial execução do conjunto de ações propostas.
da Atenção Básica com vistas à implantação C) Inserir a Estratégia de Saúde da Família
gradual da Estratégia de Saúde da Família em sua rede de serviços como a estratégia
ou como uma forma de agregar os agentes prioritária de organização da Atenção
comunitários a outras maneiras de Básica.

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D) Destinar recursos municipais para B) Coordenação do cuidado e cuidado
compor o financiamento tripartite da centrado na pessoa
Atenção Básica. C) Equidade e participação da comunidade
E) Organizar o fluxo de pessoas, inserindo-as D) Regionalização e territorialização
em linhas de cuidado, instituindo e E) Hierarquização e ordenação da rede
garantindo os fluxos definidos na Rede de
Atenção à Saúde entre os diversos pontos de 11. (IAUPE, FCM, SC) Analise as afirmações
atenção de diferentes configurações referentes à Atenção Básica no Brasil
tecnológicas. (PNAB, 2017):
I. Inserir a Estratégia de Saúde da Família em
09. (IAUPE, 2018 FCM SC) A Política sua rede de serviços como a estratégia
Nacional de Atenção Básica, decretada em prioritária de organização da Atenção Básica
2017 pelo Ministério da Saúde, promove ainda consta como competência das
uma série de alterações na organização da secretarias municipais de saúde. II. Todas as
Atenção Básica. Sobre isso, assinale a unidades de saúde que prestam serviços de
alternativa INCORRETA. Atenção Básica passam a se chamar UBS –
A) Os serviços dos padrões essenciais, bem Unidade Básica de Saúde e são consideradas
como os equipamentos e materiais potenciais espaços de educação, formação
necessários, devem ser garantidos de recursos humanos, pesquisa, ensino em
igualmente para todo o país. serviço, inovação e avaliação tecnológica
B) O Nasf passa a ser denominado Núcleo de para a RAS.
Atenção à Saúde da Família da Atenção III. Hoje são permitidos horários alternativos
Básica – Nasf AB, atendendo também às de funcionamento das UBS (além de 5 dias
UBS. por semana, 8 horas por dia e 12 meses por
C) As equipes de atenção básica poderão ser ano) desde que pactuados através das
compostas por três enfermeiros e três instâncias de participação social e
médicos, contanto que cada categoria tenha observando, sempre que possível, a carga
um total de 40 horas de trabalho. horária mínima descrita. Está(ão)
D) Agentes comunitários de saúde terão CORRETA(S)
mais funções, como aferição da pressão A) I, apenas.
arterial, verificação de glicemia e aplicação B) III, apenas.
de curativos, inclusive no domicílio. C) I e II, apenas.
E) As equipes de atenção básica poderão ser D) I, II e III.
compostas sem a inclusão de agente E) II e III, apenas.
comunitário de saúde, a critério do gestor
municipal. 12. (IAUPE, FCM, SC) A nova PNAB
especifica dois tipos de serviços a serem
10. (IAUPE, 2018 FCM SC) A Política oferecidos pelas UBS: os padrões essenciais
Nacional de Atenção Básica, publicada pelo e os padrões ampliados. Esses padrões
Ministério da Saúde em 2017, estabeleceu assemelham-se a propostas defendidas por
novos princípios e diretrizes da Atenção vários órgãos internacionais desde o início
Básica no Brasil, diferenciando-a das do SUS, como característica do modelo de
anteriores. Qual alternativa contém, atenção à saúde. Qual termo melhor define
apenas, diretrizes incluídas por esse essa característica?
instrumento legal? A) Curativista
A) Universalidade e equidade B) Médico-hospitalar privatista
C)Sanitarista

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D)Vigilância à Saúde ( ) Os valores dos incentivos financeiros,
E)Focalização quando as equipes de Saúde da Família (eSF)
13. Tomando como base o texto descrito na e/ou Atenção Básica (eAB) forem compostas
Portaria n. 2436/2017, que diz respeito à por profissionais de Saúde Bucal, serão
Política Nacional da Atenção Básica no item transferidos a cada mês, o valor
“Financiamento das ações de Atenção correspondente à modalidade, tendo como
Básica”, julgue os itens a seguir: base o número de profissionais de Saúde
( ) O recurso per capita será transferido Bucal (eSB) registrados no Sistema de
mensalmente, de forma regular e Cadastro Nacional de Estabelecimentos de
automática, do Fundo Nacional de Saúde aos Saúde vigente no mês anterior ao da
Fundos Municipais de Saúde e do Distrito respectiva competência financeira..
Federal com base num valor multiplicado Assinale a assertiva com a sequência
pela população do Município. correta:
( ) Os critérios de alocação dos recursos da A) VVFFVFF
AB deverão se ajustar conforme a B) VVFFFFF
regulamentação de transferência de C) VFVFVFV
recursos federais para o financiamento das D) FVFVFVF
ações e serviços públicos de saúde no E) VVVFFFV
âmbito do SUS, respeitando especificidades
locais e critério definido na LC n. 141/2012. 14. De acordo com a nova PNAB, quanto
( ) O financiamento federal para as ações de aos Agentes Comunitários de Saúde e
Atenção Básica deverá ser composto por Agentes Comunitários de Endemias, todas
recursos per capita, que levem em as alternativas abaixo estão corretas,
consideração aspectos demográficos e EXCETO:
epidemiológicos. A) O Agente Comunitário de Saúde, nas
( ) Os valores dos incentivos financeiros visitas domiciliares e quando necessário,
para as equipes de Saúde da Família assistido por profissional de saúde de nível
implantadas serão prioritário e superior, superior, membro da equipe, após
transferidos a cada mês, tendo como base o treinamento específico e fornecimento de
número de equipe de Saúde da Família (eSF) equipamentos adequados, em sua base
registrados no sistema de Cadastro Nacional geográfica de atuação, encaminhando o
vigente no mês vigente ao da respectiva paciente para a unidade de saúde de
competência financeira. referência, poderá realizar técnicas limpas
( ) Os valores dos incentivos financeiros para de curativo, que são realizadas com material
as equipes de Atenção Básica (eAB) limpo, água corrente ou soro fisiológico e
implantadas serão transferidos a cada mês, cobertura estéril, com uso de coberturas
tendo como base o número de equipe de passivas, que somente cobrem a ferida.
Atenção Básica (eAB) registrados no Sistema B) São algumas atribuições do Agente
de Cadastro Nacional de Estabelecimentos Comunitário de Endemias: I – realizar
de Saúde vigente no mês anterior ao da cadastramento e atualização da base de
respectiva competência financeira. imóveis para planejamento e definição de
( ) O percentual de financiamento das estratégias de prevenção, intervenção e
equipes de Atenção Básica (eAB) será controle de doenças; II – realizar e manter
definido pelo Conselho Nacional de Saúde, a atualizados os mapas, croquis e o
depender da disponibilidade orçamentária e reconhecimento geográfico de seu
demanda de credenciamento. território.

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C) Nas localidades em que não houver IV. Poderá ter, no máximo, 3 (três)
cobertura por equipe de Atenção Básica profissionais por categoria.
(eAB) ou equipe de Saúde da Família (eSF), o V. A carga horária de cada categoria
ACS deve se vincular à equipe da Estratégia profissional deverá ter, no mínimo, 40
de Agentes Comunitários de Saúde (EACS). horas/semanais.
Já o ACE, nesses casos, deve ser vinculado à Assinale a alternativa CORRETA.
equipe de vigilância em saúde do município A) I, II, III, IV e V estão corretas.
e sua supervisão técnica deve ser realizada B) Apenas I, III, IV e V estão corretas. D)
por profissional com comprovada Apenas I, III e V estão corretas.
capacidade técnica, podendo estar C) Apenas I, II, IV e V estão corretas. E)
vinculado à equipe de atenção básica, ou Apenas II, III, IV e V estão corretas.
saúde da família, ou a outro serviço a ser
definido pelo gestor local. 16. A Política Nacional de Atenção Básica
D) Realizar diagnóstico demográfico, social, estabelece que o Núcleo Ampliado de Saúd
cultural, ambiental, epidemiológico e e da Família e Atenção Básica (Nasf AB)
sanitário do território em que atuam, constitui uma equipe multiprofissional e
contribuindo para o processo de interdisciplinar, composta por categorias
territorialização e mapeamento da área de de profissionais da saúde, complementar às
atuação da equipe é uma atribuição comum equipes que atuam na Atenção Básica. Em
do ACS e ACE. relação ao Nasf AB, leia as sentenças
E) É uma atribuição do ACS: desenvolver abaixo:
ações que busquem a integração entre a I. Não se constitui como serviço com
equipe de saúde e a população adscrita à unidades físicas independentes ou especiais
UBS, considerando as características e as II. Não é de livre acesso para atendimento
finalidades do trabalho de individual ou coletivo
acompanhamento de indivíduos e grupos III. Compete participar do planejamento
sociais ou coletividades. conjunto com as equipes que atuam na
Atenção Básica a que está vincu lado
15. A Equipe da Atenção Básica (eAB) é uma IV. Pode ser composto por profissional com
das modalidades de equipes de formação sanitarista.
profissionais de saúde, que atuam na V. Pode atuar de forma integrada à Rede de
Atenção Básica à Saúde do SUS. Sobre a Atenção à Saúde e seus diversos pontos de
“eAB”, leia as sentenças abaixo: atenção à saúde
I. É a modalidade prioritária de equipe na Assinale a alternativa CORRETA.
Atenção Básica à Saúde do SUS. A) I, II, III, IV e V estão corretas.
II. As equipes deverão ser compostas B) Apenas I, II, III e V estão corretas. D)
minimamente por médico; enfermeiro; Apenas I, III e V estão corretas.
auxiliar de enfermagem e ou técnico de C) Apenas I, II, IV e V estão corretas. E)
enfermagem. Apenas II, III, IV e V estão corretas.
III. A composição da carga horária mínima
por categoria profissional deverá ser de 10
(dez) horas.

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GABARITO:

1. B 2.D 3.D 4.A 5.C 6.B 7.C 8.B 9.B

10.B 11.D 12.E 13.A 14.A 15.E 16.A

Política Nacional de Educação Permanente em Saúde


(PNEPS)

O trabalho em saúde é relacional, A formação para a área de saúde


baseado na relação com o outro, construído para Ceccim e Feuerwerker (2004) é mais
junto com o usuário, portanto não deve ser ampla que a atualização técnico-científica,
centrado, de forma rígida, apenas nos deveria ter como objetivos a transformação
protocolos, manuais e procedimentos das práticas profissionais e da própria
padronizados e fixos, desconsiderando a organização do trabalho, de modo a
singularidade das relações e dos contextos. estruturar-se a partir da problematização do
Também é um trabalho vivo em ato, por processo de trabalho e sua capacidade de
conta desta relação que é dinâmica e cuidar das várias dimensões e necessidades
construída no momento do encontro. Outra de saúde das pessoas, da gestão setorial e do
característica é ser um trabalho coletivo, controle social em saúde. Nesse sentido,
visto que o saber técnico do profissional é eles propõem a noção do quadrilátero da
(re) elaborado na relação com o usuário e os formação em saúde que deve envolver a
outros profissionais da equipe (EPS EM integração entre os componentes ensino,
MOVIMENTO, 2014a). serviço, gestão e o controle social no
O trabalho na área da saúde se enfrentamento dos problemas concretos
produz no encontro: trabalhador- das equipes de saúde.
trabalhador e trabalhador-usuário. O
encontro que pode produzir cuidado, A proposta da Educação Permanente
potência de vida e transformação, por isso em Saúde (EPS) traz um modelo de
está no campo da micropolítica. Trabalho educação divergente do modelo tradicional
em saúde é vivo em ato, visto que se ou bancário. Aquele que opera de modo
constitui por encontros. E cada encontro é descendente, onde é o professor quem
único, pois se dá a partir de subjetividades detém o saber; que promove uma
singulares que ao interagirem têm a aprendizagem sem interação com o
possibilidade de criar novos saberes e ambiente e que não favorece um trabalho
experiências (EPS EM MOVIMENTO, 2014b). em equipe; um modelo que prioriza a
reprodução do conhecimento. A EPS, por
outro lado, traz a junção entre formação/

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educação e trabalho, colocando o mundo do chance de haver afetação com o que é dito e
trabalho como espaço de aprendizagem e visto, promovendo assim a criação de novas
ensinamento, portanto um processo que é possibilidades de mundo, novos arranjos,
contínuo e constante. É voltada para as reais novas formas de se relacionar e de cuidado.
necessidades do serviço, buscando adequar- Este refere-se ao trabalho como um espaço
se à realidade; procura a problematização formativo, onde o próprio ato de cuidar
coletiva do cotidiano e do processo de produz novos conhecimentos e atualiza os já
trabalho. Neste sentido, é considerado um existentes.
dispositivo de mudança das práticas em
saúde através da reflexão crítica e do A proposta da Educação Popular em
trabalho em equipe (LOPES et al., 2007). Saúde busca romper com a tradição
autoritária e normatizadora da educação em
A Educação Permanente em Saúde saúde e busca soluções técnicas construídas
surge como uma nova política para a a partir do diálogo entre o saber popular e o
formação dos recursos humanos do SUS, na saber acadêmico.
perspectiva de qualificação e fortalecimento Paulo Freire (Pedagogia do oprimido,
deste sistema, estruturando-se em dois 1966) foi o pioneiro no trabalho de
pontos: processo crítico no trabalho e as sistematização teórica da Educação Popular.
necessidades do processo de trabalho. É O movimento início no Brasil, na década de
para além de uma Educação Continuada, ou 50, associado à igreja Católica. E no setor da
seja, de curso de atualização de saúde a partir da década de 70.
conhecimentos técnicos ou de uma
atividade pontual de capacitação. O A Educação Popular requer
pressuposto da EPS é a Aprendizagem horizontalidade e autonomia, busca formas
Significativa, onde os conteúdos aprendidos coletivas de aprendizado, promove o
devem ter relevância e funcionalidade no crescimento da capacidade de análise crítica
contexto do trabalho; assim como está sobre a realidade e o aperfeiçoa estratégias
fundamentada numa pedagogia de luta e enfrentamento. É uma estratégia
diferenciada, onde o conhecimento do de construção da participação popular no
estudante é levado em consideração, redirecionamento da vida social.
voltando-se para a transformação da
realidade social e o professor não é Prioriza a relação com os
considerado o único detentor do saber, mas movimentos sociais por ser expressão mais
um facilitador do processo ensino- elaborada dos interesses e da lógica dos
aprendizagem (MANCIA, CABRAL & setores subalternos da sociedade cuja voz é
KOERICH, 2004). usualmente desqualificada nos diálogos e
nas negociações.
Merhy (2015) coloca que em
qualquer espaço onde trabalhadores em Educação Popular não significa uma
saúde se reúnam, haverá a troca de atividade a mais a ser realizada nos serviços
conhecimentos e experiências com grande de saúde (algo pontual), mas uma ação que

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reorienta a globalidade das práticas ali classes populares deixem se ser atores
executadas, contribuindo para a superação subalternos e explorados para serem
do biologicismo, do autoritarismo de doutor, sujeitos ativos e importantes na definição de
do desprezo pelas iniciativas do doente e suas diretrizes culturais, políticas e
seus familiares e da imposição de soluções econômicas. Envolve, portanto, gestão
técnicas restritas para problemas sociais participativa e participação da comunidade.
globais.
A Educação Popular e Educação
Educação Popular não é uma Permanente têm muitos conceitos
educação informal dirigida ao público semelhantes, mas a primeira visa à
popular. O adjetivo "popular" se refere à cidadania e a segunda, o trabalho.
construção de uma sociedade em que as

Portaria no 198/GM/MS, de 13 de fevereiro de 2004

Instituiu a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde.

Parágrafo único. A condução locorregional da Política Nacional de Educação Permanente em


Saúde será efetivada mediante um Colegiado de Gestão configurado como Pólo de Educação
Permanente em Saúde para o SUS (instância interinstitucionl e locorregional/roda de gestão)
com as funções de:

I - Identificar necessidades de formação e de princípios e diretrizes do SUS, não


desenvolvimento dos trabalhadores de substituindo quaisquer fóruns de
saúde e construir estratégias e processos formulação e decisão sobre as políticas de
que qualifiquem a atenção e a gestão em organização da atenção à saúde;
saúde e fortaleçam o controle social no setor
IV - Articular e estimular a transformação
na perspectiva de produzir impacto positivo
das práticas de saúde e de educação na
sobre a saúde individual e coletiva;
saúde no conjunto do SUS e das instituições
II - Mobilizar a formação de gestores de de ensino, tendo em vista a implementação
sistemas, ações e serviços para a integração das diretrizes curriculares nacionais para o
da rede de atenção como cadeia de cuidados conjunto dos cursos da área da saúde e a
progressivos à saúde (rede única de atenção transformação de toda a rede de serviços e
intercomplementar e de acesso ao conjunto de gestão em rede-escola;
das necessidades de saúde individuais e
V - Formular políticas de formação e
coletivas);
desenvolvimento de formadores e de
III - propor políticas e estabelecer formuladores de políticas, fortalecendo a
negociações interinstitucionais e capacidade docente e a capacidade de
intersetoriais orientadas pelas necessidades gestão do SUS em cada base locorregional;
de formação e de desenvolvimento e pelos

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VI - Estabelecer a pactuação e a negociação ensino e dos estudantes, formalizado por
permanentes entre os atores das ações e resolução do respectivo Conselho
serviços do SUS, docentes e estudantes da Estadual de Saúde.
área da saúde; e
Art. 4º Nos Estados com vários Pólos de
VII - estabelecer relações cooperativas com
Educação Permanente em Saúde para o SUS,
as outras articulações locorregionais nos
cabe à Secretaria Estadual de Saúde (SES) a
estados e no País.
iniciativa de reuni-los periodicamente para
Art. 2º Poderão compor os Pólos de estimular a cooperação e a conjugação de
Educação Permanente em Saúde para o SUS esforços, a não fragmentação das propostas
e a compatibilização das iniciativas com a
I - Gestores estaduais e municipais de saúde política estadual e nacional de saúde,
e de educação; atendendo aos interesses e necessidade do
II - Instituições de ensino com cursos na área fortalecimento do SUS e da Reforma
da saúde; Sanitária Brasileira e sempre respeitando as
III - escolas técnicas, escolas de saúde necessidades locais.
pública e demais centros formadores das Parágrafo único. Poderá ser criado um
secretarias estaduais ou municipais de Colegiado ou Fórum dos Pólos.
saúde;
IV - núcleos de saúde coletiva; Art. 5º Cada Pólo de Educação Permanente
V - hospitais de ensino e serviços de saúde; em Saúde para o SUS será referência e se
VI - estudantes da área de saúde; responsabilizará por um determinado
VII - trabalhadores de saúde; território, que a ele se vinculará para
VIII - conselhos municipais e estaduais de apresentar necessidades de formação e
saúde; e desenvolvimento.
IX - movimentos sociais ligados à gestão das Parágrafo único. A definição dos territórios
políticas públicas de saúde. locorregionais se fará por pactuação na
Comissão Intergestores Bipartite e
Parágrafo único. Outras instituições poderão aprovação no Conselho Estadual de Saúde
pedir sua integração, cabendo ao Colegiado em cada Estado, não podendo restar
de Gestão o encaminhamento das inclusões. nenhum município sem referência a um Pólo
de Educação Permanente em Saúde para o
Art. 3º O Colegiado de Gestão de cada Pólo SUS;
de Educação Permanente em Saúde para o
SUS será composto por representantes de Art. 6º A Política Nacional de Educação
todas as instituições participantes e poderá Permanente em Saúde, como uma
contar com um Conselho Gestor que será estratégia do SUS para a formação e
constituído por representantes do gestor desenvolvimento de trabalhadores para o
estadual (direção regional ou similar), dos setor, pela esfera federal, será financiada
gestores municipais (Cosems), do gestor do com recursos do Orçamento do Ministério
município sede do Pólo, das instituições de da Saúde.

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Art. 7º Os projetos apresentados pelos Pólos Art. 8º É constituída uma Comissão Nacional
de Educação Permanente em Saúde para o de Acompanhamento da Política de
SUS serão acreditados pelo Ministério da Educação Permanente do SUS, sob a
Saúde, de acordo com as “Orientações e responsabilidade da Secretaria de Gestão do
Diretrizes para a Operacionalização da Trabalho e da Educação na Saúde - SGTES,
Política Nacional de Educação Permanente do Ministério da Saúde, que tem como papel
em Saúde como estratégia do SUS para a fundamental a pactuação em torno das
formação e o desenvolvimento dos diretrizes políticas gerais e a formulação de
trabalhadores para o setor” (Anexo II desta critérios para o acompanhamento e a
Portaria), produzidas em conformidade com ressignificação dos projetos existentes, bem
os documentos aprovados no Conselho como para a análise dos novos projetos, sua
Nacional de Saúde e os documentos avaliação e acompanhamento, com a
pactuados na Comissão Intergestores participação de representantes do
Tripartite. Ministério da Saúde (das Secretarias,
Parágrafo único. O Ministério da Saúde Agências ou da FUNASA do MS), do Conselho
oferecerá o acompanhamento e Nacional de Saúde, do Conselho Nacional de
assessoramento necessários para que todos Secretários Estaduais de Saúde (Conass), do
os projetos apresentados contemplem as Conselho Nacional de Secretários Municipais
diretrizes de validação previstas e os de Saúde (Conasems), do Ministério da
critérios pactuados para tanto, de forma a Educação (MEC), dos estudantes
assegurar que nenhum projeto seja universitários e das associações de ensino
excluído. das profissões da saúde.

PORTARIA Nº 1.996, DE 20 DE AGOSTO DE 2007

Art. 1º Definir novas diretrizes e estratégias desenvolvimento para o trabalho em saúde


para a implementação da Política Nacional e a capacidade já instalada de oferta
de Educação Permanente em Saúde, institucional de ações formais de educação
adequando-a às diretrizes operacionais e ao na saúde.
regulamento do Pacto pela Saúde.
Art. 2º A condução regional da Política
Parágrafo único. A Política Nacional de Nacional de Educação Permanente em
Educação Permanente em Saúde deve Saúde dar-se-á por meio dos Colegiados de
considerar as especificidades regionais, a Gestão Regional, com a participação das
superação das desigualdades regionais, as Comissões Permanentes de Integração
necessidades de formação e Ensino-Serviço (CIES).

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Art. 4º São atribuições do Colegiado de
§ 1º Os Colegiados de Gestão Regional, Gestão Regional, no âmbito da Educação
considerando as especificidades locais e a Permanente em Saúde:
Política de Educação Permanente em Saúde I - construir coletivamente e definir o Plano
nas três esferas de gestão (federal, estadual de Ação Regional de Educação Permanente
e municipal), elaborarão um Plano de Ação em Saúde para a região, a partir das
Regional de Educação Permanente em diretrizes nacionais, estaduais e municipais
Saúde coerente com os Planos de Saúde (de sua área de abrangência) para a
estadual e municipais, da referida região, no educação na saúde, dos Termos de
que tange à educação na saúde. Compromisso de Gestão dos entes
§ 2º As Comissões Permanentes de federados participantes, do pactuado na
Integração Ensino-Serviço (CIES) são Comissão Intergestores Bipartite (CIB) e das
instâncias intersetoriais e interinstitucionais necessidades de formação e
permanentes que participam da formulação, desenvolvimento dos trabalhadores da
condução e desenvolvimento da Política de saúde;
Educação Permanente em Saúde previstas II - submeter o Plano Regional de Educação
no art. 14 da Lei nº 8.080, de 1990, e na Permanente em Saúde à Comissão
NOB/RH - SUS. Intergestores Bipartite (CIB) para
homologação;
Art. 3º Os Colegiados de Gestão Regional, III - pactuar a gestão dos recursos
conforme a Portaria nº 399/GM, de 22 de financeiros no âmbito regional, que poderá
fevereiro de 2006, são as instâncias de ser realizada pelo Estado, pelo Distrito
pactuação permanente e co-gestão solidária Federal e por um ou mais Municípios de sua
e cooperativa, formadas pelos gestores área de abrangência;
municipais de saúde do conjunto de IV - incentivar e promover a participação nas
municípios de uma determinada região de Comissões de Integração Ensino-Serviço, dos
saúde e por representantes do(s) gestor(es) gestores, dos serviços de saúde, das
estadual(ais). instituições que atuam na área de formação
Parágrafo único. O Colegiado de Gestão e desenvolvimento de pessoal para o setor
Regional deve instituir processo de saúde, dos trabalhadores da saúde, dos
planejamento regional para a Educação movimentos sociais e dos conselhos de
Permanente em Saúde que defina as saúde de sua área de abrangência;
prioridades, as responsabilidades de cada V - acompanhar, monitorar e avaliar as ações
ente e o apoio para o processo de e estratégias de educação em saúde
planejamento local, conforme as implementadas na região; e
responsabilidades assumidas nos Termos de VI - avaliar periodicamente a composição, a
Compromissos e os Planos de Saúde dos dimensão e o trabalho das Comissões de
entes federados participantes. Integração Ensino-Serviço e propor
alterações, caso necessário.

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Art. 5º As Comissões Permanentes de saúde aos princípios, à condução e ao
Integração Ensino-Serviço (CIES) deverão ser desenvolvimento da Educação Permanente
compostas pelos gestores de saúde em Saúde, ampliando a capacidade
municipais, estaduais e do Distrito Federal e, pedagógica em toda a rede de saúde e
ainda, conforme as especificidades de cada educação;
região, por:
I - gestores estaduais e municipais de IV - contribuir com o acompanhamento, o
educação e/ou de seus representantes; monitoramento e a avaliação das ações e
II - trabalhadores do SUS e/ou de suas estratégias de Educação Permanente em
entidades representativas; Saúde implementadas; e
III - instituições de ensino com cursos na V - apoiar e cooperar com os gestores na
área da saúde, por meio de seus distintos discussão sobre Educação Permanente em
segmentos; e Saúde, na proposição de intervenções nesse
IV - movimentos sociais ligados à gestão das campo e no planejamento e
políticas públicas de saúde e do controle desenvolvimento de ações que contribuam
social no SUS. para o cumprimento das responsabilidades
Parágrafo único. A estruturação e a dinâmica assumidas nos respectivos Termos de
de funcionamento das Comissões de Compromisso de Gestão.
Integração Ensino-Serviço, em cada região,
devem obedecer às diretrizes do Anexo II a Art. 7º A abrangência do território de
esta Portaria. referência para as Comissões Permanentes
de Integração Ensino-Serviço deve seguir os
Art. 6º São atribuições das Comissões mesmos princípios da regionalização
Permanentes de Integração Ensino-Serviço: instituída no Pacto pela Saúde.
I - apoiar e cooperar tecnicamente com os Parágrafo único. Nenhum Município, assim
Colegiados de Gestão Regional para a como nenhum Colegiado de Gestão Regional
construção dos Planos Regionais de (CGR), deverá ficar sem sua referência a uma
Educação Permanente em Saúde da sua área Comissão Permanente de Integração Ensino-
de abrangência; Serviço.
II - articular instituições para propor, de
forma coordenada, estratégias de Art. 8º As Comissões Permanentes de
intervenção no campo da formação e Integração Ensino-Serviço deverão contar
desenvolvimento dos trabalhadores, à luz com uma secretaria executiva para
dos conceitos e princípios da Educação encaminhar as questões administrativas
Permanente em Saúde, da legislação envolvidas na gestão dessa política no
vigente, e do Plano Regional para a âmbito regional, devendo estar prevista no
Educação Permanente em Saúde, além do Plano de Ação Regional da Educação
estabelecido nos Anexos a esta Portaria; Permanente em Saúde.
III - incentivar a adesão cooperativa e
solidária de instituições de formação e Art. 9º A Comissão Intergestores Bipartite
desenvolvimento dos trabalhadores de (CIB) deverá contar com o apoio de uma

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Comissão Permanente de Integração Ensino-
Serviço, formada por: III - pactuar os critérios para a distribuição, a
I - representantes das Comissões de alocação e o fluxo dos recursos financeiros
Integração Ensino-Serviço no Estado; no âmbito estadual;
II - gestores e técnicos (municipais, estaduais IV - homologar os Planos Regionais de
e do Distrito Federal) indicados pela CIB para Educação Permanente em Saúde;
compor esse espaço; e V - acompanhar e avaliar os Termos de
III - um representante de cada segmento que Compromisso de Gestão estadual e
compõe as Comissões de Integração Ensino- municipais, no que se refere às
Serviço, conforme o artigo 5º desta Portaria. responsabilidades de educação na saúde; e
VI - avaliar periodicamente a composição, a
Art. 10. São atribuições dessa Comissão dimensão e o trabalho das Comissões de
Permanente de Integração Ensino-Serviço, Integração Ensino-Serviço e propor
vinculada à Comissão Intergestores alterações, caso necessário.
Bipartite:
I - assessorar a CIB nas discussões sobre Parágrafo único. Os recursos financeiros
Educação Permanente em Saúde, na serão transferidos aos Fundos Estaduais, do
elaboração de uma Política Estadual de Distrito Federal ou de um ou mais
Educação Permanente em Saúde; Municípios, conforme as pactuações
II - estimular a cooperação e a conjugação de estabelecidas nos órgãos de gestão
esforços e a compatibilização das iniciativas colegiada.
estaduais no campo da educação na saúde,
visando à integração das propostas; e Art. 12. São atribuições do Conselho
III - contribuir com o acompanhamento, o Estadual de Saúde, no âmbito da Educação
monitoramento e a avaliação da Permanente em Saúde:
implementação da Política de Formação e I - definir as diretrizes da Política Estadual e
Desenvolvimento no âmbito do SUS e das do Distrito Federal de Educação Permanente
ações e estratégias relativas à educação na em Saúde;
saúde, constantes do Plano Estadual de II - aprovar a Política e o Plano de Educação
Saúde. Permanente em Saúde Estadual e do Distrito
Federal, que deverão fazer parte do Plano de
Art. 11. São atribuições da Comissão Saúde Estadual e do Distrito Federal; e
Intergestores Bipartite (CIB), no âmbito da III - acompanhar e avaliar a execução do
Educação Permanente em Saúde: Plano de Educação Permanente em Saúde
I - elaborar e pactuar o Plano Estadual de Estadual e do Distrito Federal.
Educação Permanente em Saúde;
II - definir o número e a abrangência das Art. 13. A formação dos trabalhadores de
Comissões de Integração Ensino-Serviço, nível médio no âmbito do SUS deve seguir as
sendo no mínimo uma e no máximo o limite diretrizes e orientações constantes desta
das regiões de saúde estabelecidas para o Portaria.
Estado;

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Parágrafo único. As diretrizes e orientações § 1º Os critérios para alocação dos recursos
para os projetos de formação profissional de financeiros federais encontram-se no Anexo
nível técnico constam do Anexo III. I a esta Portaria.
§ 2º O valor dos recursos financeiros
Art. 14. Anualmente, a Secretaria de Gestão federais referentes à implementação da
do Trabalho e da Educação na Saúde, do Política Nacional de Educação Permanente
Ministério da Saúde, poderá propor em Saúde no âmbito estadual e do Distrito
indicadores para o acompanhamento da Federal, constantes do Limite Financeiro dos
Política Nacional de Educação Permanente Estados e do Distrito Federal, será publicado
em Saúde dentro do Processo da Pactuação para viabilizar a pactuação nas CIBs sobre o
Unificada de Indicadores, que serão fluxo do financiamento dentro do Estado.
integrados aos Indicadores do Pacto pela § 3º A definição deste repasse no âmbito de
Saúde após a necessária pactuação cada unidade federada será objeto de
tripartite. pactuação na CIB, encaminhado à Comissão
Intergestores Tripartite (CIT) para
Art. 15. O acompanhamento das homologação.
responsabilidades de educação na saúde
será realizado por meio dos Termos de Art. 18. Os recursos financeiros de que trata
Compromisso de Gestão das respectivas esta Portaria, relativos ao Limite Financeiro
esferas de gestão. dos Municípios, dos Estados e do Distrito
Federal, serão transferidos pelo Fundo
Art. 16. As Secretarias de Saúde dos Estados, Nacional de Saúde, de forma regular e
do Distrito Federal e dos Municípios automática, aos respectivos Fundos de
manterão à disposição da Secretaria de Saúde.
Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde
(SGTES), do Ministério da Saúde, e dos § 1º Eventuais alterações no valor do
órgãos de fiscalização e controle todas as recurso Limite Financeiro dos Municípios,
informações relativas à execução das dos Estados e do Distrito Federal devem ser
atividades de implementação da Política de aprovadas nas Comissões Intergestores
Educação Permanente em Saúde. Bipartite (CIBs) e encaminhadas ao
Ministério da Saúde para publicação.
Art. 17. O financiamento do componente § 2º As transferências do Fundo Nacional de
federal para a Política Nacional de Educação Saúde aos Fundos Estaduais, do Distrito
Permanente em Saúde dar-se-á por meio do Federal e aos Municipais poderão ser
Bloco de Gestão do SUS, instituído pelo alteradas conforme as situações previstas na
Pacto pela Saúde, e comporá o Limite Portaria nº 699/GM, de 30 de março de
Financeiro Global do Estado, do Distrito 2006.
Federal e do Município para execução
dessas ações. Art. 19. O financiamento do componente
federal da Política Nacional de Educação
Permanente em Saúde, consignado no

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orçamento do ano de 2007, prescindirá das
assinaturas dos Termos de Compromisso do V - instituição de mecanismos de
Pacto pela Saúde. monitoramento e de avaliação institucional
participativa nesta área.
§ 1º Para viabilizar o repasse fundo a fundo Art. 21. O Ministério da Saúde e as
dos recursos financeiros de 2007, as CIBs Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde
deverão enviar o resultado do processo de serão responsáveis por:
pactuação sobre a distribuição e alocação I - planejar a formação e a educação
dos recursos financeiros da Educação permanente de trabalhadores em saúde
Permanente em Saúde para homologação necessários ao SUS no seu âmbito de gestão,
na CIT. contando com a colaboração das Comissões
de Integração Ensino-Serviço;
§ 2º A partir de 2008, os recursos financeiros II - estimular, acompanhar e regular a
seguirão a dinâmica estabelecida no utilização dos serviços de saúde em seu
regulamento do Pacto pela Saúde e serão âmbito de gestão para atividades
repassados apenas aos Estados, ao Distrito curriculares e extracurriculares dos cursos
Federal e aos Municípios que tiverem técnicos, de graduação e pós-graduação na
assinado seus Termos de Compromisso de saúde; e
Gestão. III - articular, junto às Instituições de Ensino
Técnico e Universitário, mudanças em seus
Art. 20. O Ministério da Saúde e as cursos técnicos, de graduação e pós-
Secretarias Estaduais de Saúde garantirão graduação de acordo com as necessidades
cooperação e assessoramento técnicos que do SUS, estimulando uma postura de co-
se fizerem necessários para: responsabilidade sanitária.
I - organização de um Sistema Nacional de
Informação com atualização permanente, Art. 22. Reativar a Comissão Nacional de
com dados referentes à formação Acompanhamento da Política Nacional de
técnica/graduação/especialização; Educação Permanente em Saúde, com a
II - elaboração do Plano de Ação Regional atribuição de formular políticas nacionais e
para Educação Permanente em Saúde; definir as prioridades nacionais em
III - orientação das ações propostas à luz da educação na saúde, a qual será composta
Educação Permanente em Saúde e da por gestores das três esferas de governo,
normatização vigente; além de atores do controle social, das
IV - qualificação técnica dos Colegiados de instituições de ensino e de trabalhadores
Gestão Regional e das Comissões dos serviços e suas respectivas
Intergestores Bipartite para a gestão da representações.
Política Nacional de Educação Permanente
em Saúde; e
___________________________________________________________________________

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REFERÊNCIAS

CECCIM & FEUERWERKER. O quadrilátero da formação para a área da saúde: ensino, gestão, atenção
e controle social. Physis: Rev. Saúde Coletiva, v. 14, n. 1, p. 41-65, 2004.
EPS EM MOVIMENTO. Educação e trabalho em saúde: a importância do saber da experiência. 2014a.
Disponível em: <http://eps.otics.org/material/entrada-textos/educacao-e-trabalho-em-saude-
aimportancia-do-saber-da-experiencia>. Acesso em: 01 set. 2015.
EPS EM MOVIMENTO. Um mergulho no mundo do trabalho em saúde. 2014b. Disponível em:
<http://eps.otics.org/material/entrada-textos-em-cena/um-mergulho-no-mundo-do-trabalho-em-saude>.
Acesso em: 10 set. 2015.
LOPES, S. R. S. et al. Potencialidades da educação permanente para a transformação das práticas de saúde. Com.
Ciências Saúde, v.18, n. 2, p. 147-155, 2007.
MANCIA, CABRAL & KOERICH. Educação Permanente no contexto da enfermagem e na saúde. Rev. Bras. Enferm.,
v. 57, n.5, p. 605-610, 2004.
MERHY, E. E. Educação Permanente em Movimento- Uma política de reconhecimento e cooperação, ativando os
encontros do cotidiano no mundo do trabalho em saúde, questões para gestores, trabalhadores e quem mais
quiser se ver nisso. Artigo de opinião. Saúde em Redes, v. 1, n. 1, p. 07-14, 2015.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. PORTARIA Nº 1.996, DE 20 DE AGOSTO DE 2007. Dispõe sobre as diretrizes para a
implementação da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2007/prt1996_20_08_2007.html. Acesso em: 02 mai 2020.

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EXERCÍCIOS

01. (IAUPE, 2015, GRUPO 45- PSICOLOGIA) formação da consciência crítica das pessoas
As preocupações em torno da gestão do a respeito de seus problemas de saúde, com
trabalho e da educação em saúde se fazem base na sua realidade e estimula a busca de
presentes nas análises das políticas de soluções e organização para a ação
saúde no Brasil. Sobre educação em saúde, individual e coletiva.
assinale a alternativa INCORRETA. D) O Programa de Educação pelo Trabalho
A) As preocupações com a formação de para a Saúde (Pet-Saúde), surgiu em 2007,
recursos humanos para o setor público de no bojo dos avanços obtidos com o Pró-
saúde estiverem presentes no cenário Saúde, fortalecendo ainda mais a parceria
político de concepção do Sistema Único de interministerial saúde e educação.
Saúde, incluindo, na Constituição Federal de E) A prática de saúde, enquanto prática
1988, a atribuição da saúde em ordenar a educativa, tem por base o processo de
formação dos profissionais da área. capacitação de indivíduos e grupos para
B) A Educação em Saúde ocorre nas relações atuarem sobre a realidade e transformá-la.
que se estabelecem entre os profissionais de
saúde, saneamento, fatores genéticos e 02. (IAUPE, 2017, PERFIL SAÚDE COLETIVA)
socioeconômicos. Observe a figura abaixo:
C) A Educação em Saúde é uma prática
social, cujo processo contribui para a

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C) Aborda problemas complexos de saúde e
casos clínicos raros, por entender que
situações corriqueiras estão sob o domínio
da equipe institucional.
D) Apesar de reconhecer a importância da
participação ativa profissional no processo
NÃO se constitui em uma característica ensino-aprendizagem, coíbe o uso de
desse encontro de educação e trabalho: conhecimentos bem como experiências que
A) ampliação do conhecimento a respeito da estes já possuem, visando à redução de
saúde por meio de conversas com a incoerências científicas.
comunidade. E) É um processo transformador de práticas
B) compreender que saúde é um processo profissionais e da instituição, em que o
multifatorial, relacionado ao modo de vida aprendizado ocorre no próprio trabalho, e a
em sociedade. ação aprender e ensinar se incorpora ao
C) atuação, visando aprimoramento da cotidiano institucional.
atenção oferecida à população e
democratização/respeito nas relações 04. (IAUPE, 2014, GRUPO 28- PSICOLOGIA)
desenvolvidas no espaço de trabalho. Sobre as políticas de saúde no Brasil,
D) instituir processos avaliativos rotineiros analise as afirmativas abaixo: I. A Política
das atividades educativas, desempenhadas Nacional de Saúde do Homem, instituída
com fins punitivos para incoerências em 2013, estabeleceu o Dezembro Azul,
diagnosticadas. como forma de promover o acesso dos
E) criar e fortalecer as rodas de conversa na homens aos serviços de saúde. II. A Política
comunidade. Nacional de Humanização (PNH) tem como
um de seus princípios o fortalecimento do
03. (IAUPE, 2016, PERFIL SAÚDE COLETIVA) trabalho em equipe multiprofissional. III. A
Dentre as características abaixo descritas, educação permanente é um ponto
assinale aquela que melhor se associa à importante da PNH, estando presente nos
Educação Permanente em Saúde. seus princípios e nas prioridades. IV. A
A) Apresenta-se enquanto uma prática Política Nacional de Educação Popular em
didática educativa em espaços Saúde (PNEP-SUS) foi instituída em 2013,
universitários, para os quais os profissionais tendo como objetivo a capacitação dos
se dirigem, e onde o conhecimento é profissionais para trabalhar em áreas
normatizado de acordo com a literatura pobres. V. Pela Política Nacional de Saúde
específica. da Mulher, a gestante tem direito à
B) Incorpora a prática aprendizagem- presença de acompanhante no pré-parto,
trabalho que acontece no cotidiano dos no pós-parto, mas não, no parto.
profissionais, porém em momentos extras à Estão CORRETAS apenas
carga horária de trabalho com o objetivo de A) II, IV e V. B) I, III e IV. C) II e IV. D)
não comprometer o rendimento IV e V. E) II e III.
institucional.

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05. (IAUPE, 2017, PERFIL AB) As Comissões a Educação Permanente em Saúde (EPS)
Permanentes de Integração Ensino-Serviço propõe estratégias que possibilitam a
(CIES) devem ser compostas por todos os construção coletiva, em que cada
representantes abaixo, EXCETO por protagonista do SUS (trabalhadores,
A) gestores de saúde e da educação. usuários/pacientes e gestores) possa
B) trabalhadores do SUS e/ou suas entidades compartilhar, ensinar e aprender, construir
representativas. e desconstruir concepções, ideias e
C) instituições de ensino com cursos na área conceitos acerca da saúde, de sua produção
da Saúde. e operação e de seus papéis. Assinale a
D) representante do poder executivo, alternativa que não corresponde à
conforme especificidade de cada região. educação permanente em saúde:
E) movimentos sociais ligados à gestão das A) A educação permanente em saúde não é
políticas públicas de saúde e do controle uma construção interdisciplinar.
social no SUS. B) A educação permanente em saúde
estabelece interligação entre profissionais
06. (IAUPE, 2016, PERFIL SAÚDE COLETIVA) de saúde e usuários/pacientes.
De acordo com a Portaria GM/MS, Nº C) É importante para a transformação das
1.996, de 20 de agosto de 2007, a qual práticas de saúde e para a integralidade da
dispõe sobre as diretrizes para a assistência.
implementação da Política Nacional de D) É construída a partir das necessidades
Educação Permanente em Saúde, é identificadas pelos profissionais de saúde.
CORRETO afirmar que a condução regional
da Política Nacional de Educação 08. (CEFET MINAS/2019) A Educação
Permanente em Saúde se dará por meio Permanente propõe:
das(dos) A) um processo para incorporar o ensino e a
A) Comissões Intergestores Regional com a aprendizagem ao contexto real em que a
participação das Comissões Permanentes de prática acontece.
Integração Ensino-Serviço (CIES). B) uma estratégia de ensino baseado no
B) Comissões Intergestores Regional com a modelo escolar de transmissão e atualização
participação das Comissões Intergestores do conhecimento.
Bipartites (CIBS). C)um método de ensino focado na
C) Colegiados de Gestão Regional com a fragmentação disciplinar em que cada
participação das Comissões Permanentes de especialista repassa o conhecimento da sua
Integração Ensino-Serviço (CIES). expertise.
D) Comissões Permanentes de Integração D) uma maneira de organização dos cursos
Ensino-Serviço (CIES) exclusivamente. para que sejam periódicos e realizados por
E) Colegiados de Gestão Regional categoria profissional, adequando cada
exclusivamente. curso ao nível de conhecimento.

07. (UNIOESTE/2020) Na Atenção 09. (FUNDATEC/2019) A Educação


Hospitalar, assim como na Atenção Básica, Permanente representa uma importante

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mudança na concepção e nas práticas de II. Os atores do cotidiano são os principais
capacitação dos trabalhadores dos serviços detentores da tomada de decisão sobre
de saúde. São práticas da educação acolher, respeitar, ouvir, cuidar e responder
permanente, EXCETO: com elevada qualidade.
A) Incorporar o ensino e o aprendizado à III. A Educação Permanente em Saúde
vida cotidiana das organizações e às práticas reconhece o cotidiano como lugar de
sociais e laborais, no contexto real em que invenções, acolhimento de desafios e
ocorrem. substituição criativa de modelos por práticas
B) Representar uma continuidade do cooperativas, colaborativas, integradas e
modelo escolar ou acadêmico, centralizado corajosas na arte de escutar a diversidade e
na atualização de conhecimentos, a pluralidade do País.
geralmente com enfoque disciplinar, em IV. As estratégias de organização e do
ambiente didático e baseado em técnicas de exercício da atenção, da gestão, da
transmissão, com fins de atualização. participação ou da formação é construída na
C)Colocar as pessoas como atores reflexivos prática de equipes, trabalhadores e
da prática e construtores do conhecimento parceiros, devem sempre considerar a
e de alternativas de ação, ao invés de necessidade de implementar um trabalho
receptores. relevante, de qualidade e resolutividade.
D)Abordar a equipe e o grupo como Estão CORRETAS as alternativas:
estrutura de interação, evitando a I, II e III, apenas.
fragmentação disciplinar. II e IV, apenas.
E) Ampliar os espaços educativos fora da I e III, apenas.
aula e dentro das organizações, na I, III e IV, apenas.
comunidade, em clubes e associações, em I, II, III e IV.
ações comunitárias.
11. (UFMS/2021) A educação permanente
10. EDUCA/2019) A Política Nacional de em saúde precisa ser compreendida tanto
Educação Permanente em Saúde (PNEPS) quanto prática de ensino-aprendizagem
compreende que a transformação nos quanto política de educação em saúde.
serviços, no ensino e na condução do Assim, a educação permanente como
sistema de saúde não pode ser considerada educação transformadora deve basear-se
questão simplesmente técnica. Envolve no intercâmbio de saberes e experiências e
mudança nas relações, nos processos, nos buscar implementar as mudanças possíveis
atos de saúde e, principalmente, nas ou necessárias em cada realidade
pessoas. específica. (CECCIM; R. B.; FERLA, A. A.
Sobre a Educação Permanente em Saúde, Educação permanente em saúde.
analise os itens: Dicionário de Educação Profissional em
I. Seu marco conceitual é uma concepção de Saúde. Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo
trabalho no SUS como aprendizagem Cruz, 2009)
cotidiana e comprometida com os coletivos. Considerando as informações acerca da
educação permanente em saúde, avalie as

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asserções a seguir e a relação proposta A respeito dessas asserções, assinale a
entre elas. A educação permanente em opção correta.
saúde é considerada eficiente quando A) As asserções I e II são proposições
realizada por meio de metodologias verdadeiras, e a II é uma justificativa correta
problematizadoras que permitam o da I.
desenvolvimento de uma aprendizagem B) As asserções I e II são proposições
significativa e transformadora. O uso de verdadeiras, mas a II não é uma justicativa
metodologias ativas no processo formativo correta da I.
valoriza os conhecimentos apresentados C) A asserção I é uma proposição verdadeira,
pelos trabalhadores, possibilitando a e a II uma proposição falsa.
assimilação de informações mais D) A asserção I é uma proposição falsa, e a II
atualizadas. é uma proposição verdadeira.
E) As asserções I e II são proposições falsas.

GABARITO:

1. B 2. D 3. E 4. E 5. D 6. C

7.A 8.A 9.B 10.E 11.C

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Aula
06
Introdução à Epidemiologia

Profª Débora Oliveira

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Introdução à Epidemiologia

BREVES ASPECTOS HISTÓRICOS DA EPIDEMIOLOGIA

“A Epidemiologia estrutura-se historicamente sobre uma contradição


recorrente, em distintos lugares, épocas e conjunturas, entre abordagens
individualistas e enfoques coletivos da saúde. Uma tensão essencial entre
medicina individual e saúde coletiva (ALMEIDA FILHO; BARRETO, 2011, p.5).”

COMO TUDO COMEÇOU?

Mitologia Grega
(modelo mágico-religioso)

Teoria Humoral*
HIPÓCRATES

Quem foi esse?


Ocupação: Médico grego;
Criou o termo epidemia;
Defende a teoria humoral*;
Pioneiro em relacionar os males
que acometiam os humanos e o meio ambiente;
Autor da obra: “Ares, Águas e Lugares”;

Bases da Epidemiologia

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A epidemiologia consolidou-se a partir de fatores conceituais, metodológicos e ideológicos
em três eixos: Clínica, Estatística e Medicina Social.

1. Clínica
• XVIII e XIX - primeira ciência humana aplicada através do diagnóstico, prognóstico e
terapêutica individual, os quais poderiam ser extrapolados ao coletivo por meio da
medicina das epidemias;
 Fundou-se em observar criteriosamente os sinais e sintomas dos pacientes internados;

2. Estatística
 XVIII e XIX - medida do “estado moderno” para quantificar cidadãos, riquezas e
exércitos;
 Tornou-se possível medir a magnitude das doenças e de seus efeitos;

3. Medicina Social
 Saúde vista sob perspectiva eminentemente política;
 Âmbito coletivo em foco;
 Diversas intervenções do Estado sobre a saúde das populações;

JOHN SNOW

Quem foi esse?


Ocupação: Médico sanitarista;
Considerado pai da epidemiologia moderna;
Epidemia de cólera em Londres:
evidenciou a hipótese causal entre a doença e o
consumo de água contaminada;
Conhecimento sobre distribuição das doenças; Mapa de distribuição das mortes por
Cólera (pontos vermelhos
“Os modos de Transmissão da cólera.” representam as mortes por Cólera e os
destaques em azul representam os
pontos de abastecimento de água).

HISTÓRIA DA EPIDEMIOLOGIA NO BRASIL

Período da República (1889-1930)


Fim da escravidão e vinda dos imigrantes europeus, trazendo epidemias*;
* Febre amarela, varíola, febre tifoide, tuberculose entre outras.

Governo de Rodrigues Alves (1902-1906)


 Oswaldo Cruz principiou um trabalho de saneamento do Rio de Janeiro e de combate
as principais epidemias: febre amarela, peste bubônica e varíola;
 Campanha contra a febre amarela realizada com injunção de medidas rigorosas.

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Revolta da vacina (1904)

 Lei Federal tornava obrigatória a vacina contra


varíola, mas após as manifestações públicas
ao longo de uma semana a obrigatoriedade foi
revogada tornando a vacina opcional.

Charge 2020 – Ata Paulista News

Departamento Nacional de Saúde Pública

 Fundado por Carlos Chagas em 1920,


apresentava uma visão de educação sanitária
e possuía órgãos exclusivos para combater
tuberculose e lepra;
 Após 1926, as campanhas ganharam força
com a meta de controlar: Doença de Chagas,
Malária, Febre Amarela, Leishmaniose etc.

Cartazes de educação sanitária utilizados


pela Secretaria de Saúde e Assistência
Pública do Estado da Bahia (Barreto, 1928)

QUAL O CONCEITO DE EPIDEMIOLOGIA?

Não existe um consenso definitivo em relação ao conceito que melhor define esse
campo de conhecimento. Também não é uma definição fácil pois, sua temática é dinâmica e
seu objeto é complexo. No entanto, atualmente, pode ser descrita, de maneira simplificada
como:

“ciência que estuda o processo saúde-doença em coletividades humanas,


analisando a distribuição e os fatores determinantes do risco de doenças,
agravos e eventos associados à saúde, propondo medidas específicas de
prevenção, controle ou erradicação de doenças, danos ou problemas de saúde
e de proteção, promoção ou recuperação da saúde individual e coletiva,
produzindo informação e conhecimento para apoiar a tomada de decisão no
planejamento, administração e avaliação de sistemas, programas, serviços e
ações de saúde.” (ROUQUAYROL, 2018).

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O significado etimológico do termo epidemiologia deriva do grego (PEREIRA, 2013):

A definição do termo pode ser aprofundada quaisquer outros coletivos formados


através de algumas perspectivas nele por seres humanos;
expressas:  Estudo de doenças infecciosas
(sarampo, difteria, malária, COVID-
 Independentemente de qualquer 19 etc.), não infecciosas (diabetes,
análise, pode se dizer que a depressão, hipertensão etc.) e
epidemiologia se volta para a agravos (acidentes, homicídios,
ocorrência em escala massiva de suicídios, violências);
doença e não doença, envolvendo  Processos interativos que, erigidos
pessoas agregadas em sociedades, em sistema, definem a dinâmica dos
coletividades, comunidades, grupos agregados sociais, um em especial
demográficos, classes sociais ou constitui o campo sobre o qual
trabalha a epidemiologia: o processo
saúde-doença.

PRINCÍPIOS BÁSICOS DA EPIDEMIOLOGIA

Agravos à saúde não ocorrem, ao acaso, na


população. A partir disso, dois postulados  O conhecimento dos fatores
se aplicam: determinantes das doenças permite
a aplicação de medidas, preventivas
 A distribuição desigual dos agravos à e curativas, direcionadas a alvos
saúde é produto da ação de fatores específicos, cientificamente
que se distribuem diferentemente na identificados, o que resulta em
população; a elucidação destes aumento da eficácia das
fatores, responsáveis pela intervençõeS
distribuição das doenças, é uma das
preocupações da epidemiologia;

OBJETIVOS DA EPIDEMIOLOGIA

Objetivo Geral: Estudar a ocorrência e saúde das populações, incluindo o estudo de


distribuição de eventos relacionados com a fatores determinantes e a aplicação desse

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conhecimento não mais e nem menos para 2. Subsidiar dados para o planejamento,
controlar problemas de saúde. execução e avaliação das ações de
prevenção, controle e tratamento das
Objetivos Específicos: doenças, bem como para elencar
prioridades;
1. Descrever a distribuição e a magnitude 3. Identificar fatores etiológicos na origem
dos problemas de saúde nas populações das enfermidades.
humanas;

EPIDEMIOLOGIA COMO MÉTODO

1. Epidemiologia Descritiva
Descreve a distribuição, em termos de frequência, da ocorrência de doenças ou
agravos à saúde, relacionadas ao tempo, local e atributos pessoais.

2. Epidemiologia Analítica
Investiga densamente a associação entre dois eventos, com a finalidade de estabelecer
evidências para uma eventual relação observada entre eles.

SE LIGA NESSA CURIOSIDADE!

 Em 1981, a AIDS foi reconhecida pela primeira vez como uma enfermidade.
Mas só dois anos depois o vírus da imunodeficiência humana foi
identificado. Como isso aconteceu?
- A observação epidemiológica permitiu que fosse identificada a prevalência
de uma combinação de manifestações clínicas características como astenia,
perda de peso, deterioração do sistema imunológico e outras.

Indicação de filme:

- E a vida continua - And The Band


Played On (1993)

(disponível no YouTube)

PRINCIPAIS ASPECTOS DA EPIDEMIOLOGIA

1. Investigação dos fatores determinantes de saúde-doença;


2. Análise das situações de saúde;
3. Avaliação de ações e processos no campo da saúde.

UTILIDADE DA EPIDEMIOLOGIA

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1. Diagnóstico da situação de saúde
2. Investigação etiológica
3. Determinação de risco
4. Aperfeiçoamento na descrição do quadro clínico
5. Determinação de prognósticos
6. Identificação de síndromes e classificação de doenças
7. Averiguação do valor de procedimentos diagnósticos
8. Planejamento e organização de serviços
9. Avaliação das tecnologias, programas ou serviços
10. Análise crítica de trabalhos científicos

EXERCÍCIOS

1- (REGIONALIZAÇÃO EM SAÚDE - SAÚDE corresponde à ação epidemiológica


COLETIVA/2022) Observe abaixo o Boletim utilizada na gravura exposta.
Epidemiológico da Secretaria de Vigilância A) Identificação do padrão de distribuição
em Saúde do Ministério da Saúde, Número geográfica da doença
Especial, publicado em março de 2021. Essa B) Verificação de estratégias de controle do
veiculação informa a situação agravo
epidemiológica das Doenças tropicais C) Avaliação de serviços de saúde do
negligenciadas e ações voltadas para essas território
enfermidades. Acerca disso, analise a D) Identificação de medidas preventivas da
imagem abaixo: Leishmaniose visceral
E) Definição do modo de transmissão da LV

2- (SAÚDE COLETIVA AMPLA


CONCORRÊNCIA/2021) Observe abaixo os
morfemas formadores do termo
“epidemiologia”: Considerando a
conformação da palavra e os seus
conhecimentos sobre o tema, assinale a
alternativa CORRETA.

As setas da imagem apresentam os locais


onde há um risco muito intenso ou intenso
de Leishmaniose visceral (LV). De acordo A) Essa ciência restringe-se ao processo
com o boletim, antes esse agravo era
saúde-doença no indivíduo.
restrito às áreas rurais do Nordeste, tendo,
posteriormente, avançado para outras B) Atua no foco de diagnóstico para
regiões. Considerando as utilidades da erradicação de agravos em pacientes
epidemiologia, assinale a alternativa que hospitalizados.

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C) Por meio de estudos, identifica fatores E) Contempla-se, na atualidade, um
que determinam o adoecimento, a fim de gradativo uso e aprimoramento das
planejar ações de saúde. informações epidemiológicas em saúde,
sobretudo no âmbito do SUS, auxiliando no
D) Analisa a distribuição de doenças com fins
delineamento das necessidades coletivas.
puramente teóricos e estatísticos em uma
coletividade. 5- (SES/2017) Todas as alternativas abaixo
E) Apresenta interesse apenas pelo evento são áreas de uso/aplicação da
sentinela, ou caso índice específico, e o epidemiologia, EXCETO:
torna foco de ações científicas e A) Análise da situação de saúde.
experimentais futuras. B) Avaliação epidemiológica dos serviços.
C) Medicalização dos agravos.
D) Identificação de perfis e fatores de risco.
3- (SES/2019) A formação histórica da E) Vigilância em saúde pública.
epidemiologia é fundamentada em três
eixos. Assinale a alternativa em que esses 6 - (SES/2015) Sobre a Epidemiologia, leia
fundamentos estão CORRETAMENTE as afirmativas abaixo:
descritos. I. John Snow, médico inglês, é considerado o
A) Patológico, Curativo e Estatístico. pai da Epidemiologia.
B) Saber clínico, Estatístico e Medicina Social II. É uma ciência básica da Saúde Coletiva.
C) Patológico, Farmacêutico e Medicina III. O estudo de uma epidemia de cólera está
Social. associado às suas origens históricas.
D) Subjetividade, Médico Curativismo e IV. Suas raízes históricas estão vinculadas à
Fundamento Estatístico. Clínica, à Estatística e à Medicina Social.
E) Antropocentrismo, Hospitalocentrismo e V. É a principal ciência de informação em
Saber Clínico. saúde.
Assinale a alternativa CORRETA.
4- (SES/2018) Sobre a formação histórica da A) I, II, III, IV e V estão corretas.
Epidemiologia, assinale a alternativa B) Existem duas incorretas.
CORRETA. C) Existe, apenas, uma incorreta.
A) A Higéia, na Grécia Antiga, representava a D) III está incorreta.
medicina curativa. E) IV está incorreta.
B) A Panaceia, irmã de Higéia e filha de
Asclépios, representava as ações 7 - (SES/2015) Sobre o Objeto da
preventivas de adoecimento, retratava a Epidemiologia, leia as afirmativas abaixo:
saúde como resultado de uma harmonia, I. São as relações de ocorrência de
entre homem e ambiente. enfermidade em coletividade.
C) Em 1930, o Presidente da República II. Abarca número expressivo de seres
Rodrigues Alves nomeou Oswaldo Cruz para humanos.
o cargo de Diretor-Geral de Saúde Pública, e III. Envolve o conceito de risco.
este desenvolveu suas ações de modo IV. Pressupõe que a distribuição de
social/conscientizador, com enfoque na ocorrência de doenças e agravos à saúde
medicina preventiva. não ocorre por acaso.
D) Apesar do crescimento mundial da V. É relacional, envolvendo portadores e não
epidemiologia, não há, no Brasil, programas portadores de agravos à saúde.
específicos de Mestrado ou Doutorado que Assinale a alternativa CORRETA.
contemplem essa área.

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A) I, II, III, IV e V estão corretas. D) III está incorreta.
B) Existem duas incorretas. E) V está incorreta.
C) Existe, apenas, uma incorreta.

GABARITO

1. A 2. C 3. B 4. E 5. C 6. A 7. A

Modelos Explicativos do Processo Saúde-Doença


___________________________________________________________________________

• Conceito de saúde pela OMS: “saúde é um estado de completo bem-estar físico,


mental e social e não apenas a mera ausência de doença ou enfermidade.”
• Entre a década de 70 e 80, a saúde pública amplia seu escopo e em consequência disso
a causalidade dos processos saúde-doença também são expandidos. O modelo de
unicausalidade (biomédico) é descontinuado em favor do modelo explicativo
multicausal, ou seja, da história natural da doença e da determinação social do
processo saúde-doença;
• Na história natural da doença o conceito de saúde é significado através da tríade
ecológica (agente; suscetível e meio ambiente);
• Na determinação social, o conceito de saúde envolve um processo dinâmico, complexo
e multidimensional que é inter-relacionado à saúde-doença de pessoas, grupos sociais
ou sociedades.

CONCEITOS IMPORTANTES PARA COMPREENSÃO!

Doença: resultado de diversos fatores, a saber: políticos, sociais, econômicos,


culturais, biológicos, químicos, genéticos e físicos.
Saúde: conceito que evoluiu ao longo do tempo.
“Bem-estar físico, mental e social e não a mera ausência de moléstia ou enfermidade”
(OMS, 1958).
“As condições fundamentais para a saúde são: Paz – Habitação – Educação –
Alimentação – Renda - ecossistema estável – recursos sustentáveis - justiça social e
equidade (CARTA DE OTAWA, 1986).
“A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, a alimentação, a moradia,
o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte,
o lazer, e o acesso aos bens e serviços de essenciais; os níveis de saúde da população
expressam a organização social e econômica do país (LEI 8080/1990).”

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SÍNTESE DOS PRINCIPAIS MODELOS EXPLICATIVOS
(ALMEIDA FILHO; ROUQUAYROL, 2006)
Aborda a patogenia e a terapêutica, classificando as
MODELO BIOMÉDICO
doenças segundo forma e agente.

MODELO PROCESSUAL/HISTÓRIA NATURAL DAS Estímulos patológicos do meio ambiente desencadeiam


DOENÇAS uma resposta do corpo.

Concepção de que cabia aos deuses definir o estado de


MODELO MÁGICO-RELIGIOSO
adoecimento e cura dos homens.
Fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais,
MODELO DE DETERMINAÇÃO SOCIAL DO psicológicos e comportamentais que influenciam a
PROCESSO SAÚDE-DOENÇA ocorrência de problemas de saúde e seus fatores de
risco na população.

História Natural da Doença e Determinação Social

Paradigma ou Teoria Ecológica (Levell e Clark – 1976)

Modelo de Multicausalidade: tríade ecológica

 Conceito: “as inter-relações do agente, do suscetível e do meio ambiente que afetam


o processo global e seu desenvolvimento, desde as primeiras forças que criam o
estímulo patológico no meio ambiente, ou em qualquer outro lugar, passando pela
resposta do ser humano ao estímulo, até as alterações que levam a um defeito,
invalidez, recuperação ou morte.”
 Desenvolve-se em dois períodos sequenciados: pré-patogênese e patogênese;
 Dá suporte à descrição de múltiplas e diferentes enfermidades.

1- PRÉ-PATOGÊNESE (Epidemiológico)

 Podem ocorrer situações que vão do mínimo ao máximo risco, dependendo dos
fatores presentes e de que maneira esses fatores se estruturam;
 Caracteriza-se por um sistema epidemiológico onde cada vez que um dos
componentes sofrer alteração, esta repercutirá e atingirá os demais, em um processo
que o sistema busca novo equilíbrio.
 Um novo equilíbrio traz consigo maior ou menor incidência de doenças.

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FATORES QUE INFLUENCIAM

 FATORES SOCIAIS – conjunto de todos os fatores que não podem ser classificados como
componentes genéticos ou agressores físicos, químicos e biológicos. Podem ser
divididos didaticamente em:

Fatores Socioeconômicos – grupos sociais Fatores Socioculturais – preconceitos,


economicamente privilegiados estão menos hábitos, crenças, normas e valores são
suscetíveis a ação dos fatores ambientais fatores contribuintes para o
que repercutem na ocorrência de certas desencadeamento e manutenção de
doenças cuja incidência é elevada nos doenças;
grupos menos favorecidos;
Fatores Psicossociais – ausência de relações
Fatores Sociopolíticos – instrumentação parentais estáveis, falta de apoio no
jurídico-legal, higidez política, participação contexto social em que se vive, condições de
comunitária efetivamente exercida, trabalho estressantes, carência afetiva de
transparência nas ações e acesso à modo geral etc. são estímulos que têm
informação são fatores indissociáveis ao influência direta sobre o psiquismo humano
processo saúde-doença; com consequências somáticas e mentais
danosas.

 FATORES AMBIENTAIS – conjunto de todos os fatores que mantêm relações interativas


com o agente etiológico e o suscetível. Além de incluir o ambiente físico e o ambiente
biológico, inclui também a sociedade, sede das interações sociais, políticas, econômicas
e culturais.

 FATORES GENÉTICOS – provavelmente determinam a maior ou menor suscetibilidade


das pessoas à aquisição de doenças, embora isso permaneça na fronteira da pesquisa
genética. Em relação à incidência das doenças, percebe-se que, quando ocorre a
exposição a um fator externo, alguns dos expostos são acometidos e outros
permanecem isentos.
Se liga!

Nenhum dos fatores será por si só suficiente,


pois há a estruturação de fatores condicionantes
da doença denominado multifatorialidade.

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2- PATOGÊNESE (Patológico)

 Primeiras interações que os agentes patogênicos exercem sobre o ser afetado;


 Leavell & Clark (1976) dividem o período de patogênese em: interação estímulo-
suscetível; alterações bioquímicas, histológicas e fisiológicas; sinais e sintomas; e
cronicidade.
1. Interação estímulo-suscetível: a doença ainda não se desenvolveu, porém, os
fatores para sua ocorrência já estão presentes;
2. Alterações bioquímicas, histológicas e fisiológicas: a doença já se implantou no
organismo afetado embora não sejam percebidas as manifestações clínicas;
3. Sinais e sintomas: os sinais iniciais da doença, tornam-se nítidos e transformam-se
em sintomas, estágio denominado clínico;
4. Cronicidade: a evolução da doença poderá progredir até o estado de cronicidade
ou conduzir a uma incapacidade física por tempo variável.

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NÍVEIS DE PREVENÇÃO

5º NÍVEL
(Reabilitação)
Terciária
(Patogênese) 4º NÍVEL: Limitação da
Invalidez
3º NÍVEL: Diagnóstico
Secundária Precoce e Tratamento
(Patogênese) Imediato
2º NÍVEL: Proteção
Espécífica
1º NÍVEL: Promoção da
Primária
Saúde
(Pré-patogênese)
1- Prevenção Primária

 saúde do trabalhador, proteção


 Promoção da Saúde: moradia contra acidentes, uso de
adequada, alimentação adequada, preservativos e seringas descartáveis
áreas de lazer, saneamento básico, etc. A proteção específica engloba a
atividade física regular, educação prevenção em seu âmbito
etc. convencional, buscando bloquear
 Proteção específica: imunização, causas de doenças ou agravos antes
que atinjam o indivíduo.

2- Prevenção Secundária

O agente etiológico já está em ação. para descoberta de casos na


 Diagnóstico precoce e tratamento comunidade;
imediato: isolamento para evitar  Limitação da invalidez: evitar
propagação da doença, tratamento sequelas e futuras complicações,
para evitar progressão, inquérito reduzir risco de transmissão da
doença.

3- Prevenção Terciária

 Adoção de medidas de reabilitação, impedindo a total incapacidade: fisioterapia,


terapia ocupacional, redução da dependência familiar, emprego para o reabilitado
etc.

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4- Prevenção Quaternária
 Possui conceito e prática e protegê-las contra intervenções
relativamente novos; necessárias, evitando iatrogenia e
 Se presta a identificar pessoas em propondo medidas aceitáveis do
risco de medicalização em excesso ponto de vista ético.

DETERMINAÇÃO SOCIAL DO PROCESSO SAÚDE-DOENÇA

 Proposta de um novo conceito de específicas dos caminhos pelos quais


Epidemiologia foi elaborado a partir as condições sociais afetam a saúde
da crítica à insuficiência da e como isso pode ser potencialmente
epidemiologia tradicional em alterado por ação informada, ou
abordar a saúde como um fenômeno seja, os processos e condições sociais
radicado na organização social; são como fatores essenciais
estabelecidos por limites ou
 Os determinantes sociais são pressões, sem ser necessariamente o
definidos como características determinismo fatalista.

Determinantes Sociais de Saúde

 Conceito generalizado de que a qualidade de vida e as condições laborais dos


indivíduos e de grupos populacionais estão relacionadas com sua situação de saúde
(BUSS; PELLEGRINI FILHO, 2007).

 Podem ser definidos como o ambiente social no contexto da epidemiologia social.

 Comissão Nacional sobre os DSS (CNDSS):


Os DSS são os fatores, econômicos, sociais, culturais, psicológicos, sociais e
comportamentais que influenciam a ocorrência de agravos à saúde e seus fatores de risco
na população.

 Comissão da Organização Mundial da Saúde (OMS):


Os DSS são as condições sociais em que as pessoas vivem e trabalham (WHITEHEAD, 2000)

Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS) desenvolve as


seguintes linhas de ação:

 Produção de conhecimentos e informações;


 Promoção e avaliação de políticas, programas e intervenções governamentais e não
governamentais;

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 Mobilização da sociedade civil;
 Comunicação;
 Cooperação.

MODELO DOS DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE

1. Modelo de Dahlgren & Whitehead (1991)


 Dispõe os DSS em diferentes camadas;
 Nível de abrangência: camada mais próxima aos determinantes individuais até a
camada distal dos macrodeterminantes.

Olha a dica!

As questões sempre trazem um


trocadilho sobre camadas distais
e proximais.

Proximais: perto de você


(camadas relacionadas aos
indivíduos);

Distais: distante do seu alcance


(camadas relacionadas ao
Estado).

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2. Modelo de Solar & Irwin
(2010)

• Modelo que opera por meio de um conjunto de determinantes intermediários que


interferem na saúde;
 “Estrutura”: mecanismos sociais, econômicos e políticos que dão origem a um
conjunto de posições socioeconômicas;
 Estratificação da sociedade de acordo com um conjunto de posições socioeconômicas
que determinam vulnerabilidades e exposições diferentes quanto à saúde das
populações.

EXERCÍCIOS

1- (SAÚDE COLETIVA AMPLA CONCORRÊNCIA/2022) Considere a imagem abaixo para a


resolução da questão.

pt.slideshare.net/eadsantamarcelina/curso-introduorio-esf-conteudo-teorico-modulo-2-processo-saude-doenca

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Embora não seja o dominante na atualidade, o modelo explicativo do adoecimento que a
imagem apresenta ainda permanece presente na sociedade. Diversos segmentos religiosos
mantêm práticas de cura e de proteção contra adoecimento. Nessa perspectiva, é CORRETO
afirmar que as características da imagem e do corpo textual da questão se referem ao
modelo:
A) biomédico.
B) processual.
C) sistêmico.
D) de determinação social da doença.
E) mágico-religioso.

2- (INTERIORIZAÇAO EM SAÚDE/SAÚDE COLETIVA/2021) O modelo de saúde de Leavell e


Clark, adotado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para a organização da saúde
pública dos países membros da Organização das Nações Unidas (ONU) desde as décadas de
1960-1970, atribui importância ao papel da medicina preventiva, cujo vigor epistemológico
se encontra na prática médica ampliada à saúde coletiva na sociedade. Sobre os principais
paradigmas em saúde, analise as afirmativas abaixo:
I. A história natural das doenças é a referência metodológica do modelo preventivista de
Leavell e Clark. Esse modelo de conhecimento vem sintetizado na tríade ecológica (agente,
hospedeiro, ambiente) cujo tempo/espaço de atuação se apresentam em dois domínios para
a análise das ações médicas (individual) e das ações em saúde pública (coletiva).
II. O período pré-patogênico do modelo de Leavell e Clark pressupõe ação preventiva no nível
individual e coletivo, em dois sentidos: a) atua-se para evitar a doença e b) é possível
promover a saúde da população (por exemplo, a vacina seria então o alto valor científico de
um bem de saúde aplicado à população).
III. As desigualdades sociais não foram contempladas no modelo de Leavell e Clark. Assinale a
alternativa CORRETA.
A) Apenas I está incorreta.
B) Todas estão incorretas.
C) Apenas II está incorreta.
D) Apenas III está correta.
E) Todas estão corretas.

3- (PERFIL ATENÇÃO BÁSICA/SAÚDE COLETIVA/2021) A COVID-19 trouxe impacto nas vidas


dos indivíduos em nível global, chamando a atenção pelo alcance que teve e pela velocidade
com a qual se disseminou. Sobre a relação entre a determinação social e a pandemia da
COVID-19, analise as afirmativas abaixo:

I. A prioridade dada à esfera econômica, quando, sobretudo, se evitam obstáculos ao livre


comércio, seja nacional, seja internacionalmente, não teve forte influência no Brasil, nas
decisões tardias dos governos nacionais para fecharem as fronteiras e adotarem medidas mais
rígidas de afastamento social.

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II. Ainda que as bases sociais estejam dadas com a mundialização do capital, determinações
biológicas específicas precisaram se articular a essas possibilidades objetivas para resultar na
pandemia experimentada em 2020.
III. As diferenças de riqueza entre classes ou indivíduos se refletem em indicadores de saúde,
revelando maior gravidade, sobretudo, de certas doenças infecciosas. Esse panorama permite
refletir sobre a gravidade com a qual a pandemia pode impactar nas comunidades mais
pauperizadas, especialmente nos países de capitalismo dependente, devido ao baixo acesso à
água tratada, saneamento e estrutura e renda que permita adotar as medidas de prevenção.
Assinale a alternativa CORRETA.

A) Apenas I está incorreta.


B) Todas estão incorretas.
C) Apenas II está incorreta.
D) Apenas III está correta.
E) Todas estão corretas.

4- (SES/2020) A respeito dos macrodeterminantes presentes no modelo de Dahlgren e


Whitehead, é CORRETO afirmar que:
A) representam os fatores relacionados à condição de vida e trabalho.
B) apresentam o comportamento e estilo de vida individuais e a relação destes com o processo
de saúde-adoecimento.
C) estão relacionados às condições culturais, econômicas, ambientais da sociedade.
D) envolvem características individuais como fatores genéticos.
E) se trata das redes comunitárias e de apoio enquanto instâncias importantes na saúde da
coletividade.

5- (FCM/2020) Observe a imagem abaixo:

Uma vez que o indivíduo esteja saudável e em pleno exercício profissional no seu ambiente
de trabalho, é CORRETO afirmar que o período retratado se refere ao(à):
A) período patológico da história natural das doenças.
B) estágio de incapacitação.
C) período pré-patogênico da história natural da doença.

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D) etapa clínica patogênica.
E) período de cronicidade patogênica.

6- (FCM/2019) Acidentes de trânsito envolvendo motocicletas representam atualmente um


sério problema de saúde pública. À luz do modelo da História Natural da Doença (HND),
sistematizado por Leavell e Clark, analise as afirmativas abaixo:
I. Melhorar a situação educacional seria estratégia de prevenção primária, denominada
“promoção da saúde” na HND.
II. No período de pré-patogênese, estariam envolvidas as inter-relações das condições das
ruas, estradas e o desrespeito às leis do trânsito.
III. O uso de capacete seria uma medida de prevenção primária, denominada “proteção
específica na HND.
IV. Uma cirurgia neurológica para drenagem de um hematoma subdural seria considerada, na
HND, uma medida de prevenção secundária.
V. Uso de muletas devido à amputação de um membro inferior seria uma medida de
prevenção terciária.
Assinale a alternativa CORRETA.
A) Todas estão corretas.
B) Apenas V está incorreta.
C) Apenas III está incorreta.
D) Apenas II está incorreta.
E) Apenas I e V estão corretas.

7- (SES/2018) Considerando a História Natural das Doenças, assinale a alternativa que faz
referência ao período pré-patogênese.
A) Alterações precoces
B) Convalescença
C) Limitação da incapacidade
D) Reabilitação
E) Interação entre agente, hospedeiro e ambiente.

8- (FCM/2017) Sobre o modelo da história natural da doença, assinale a alternativa


CORRETA.
A) Na prevenção terciária, a limitação da invalidez necessita de ações de tratamento adequado
para interromper o processo mórbido e evitar futuras complicações.
B) O diagnóstico precoce é necessário para o combate à doença no período de pré-
patogênese, por meio de pesquisa de triagem e exames seletivos.
C) A prevenção primária compreende medidas de saúde que evitam o adoecimento. Dentre
estas, estão as ações de promoção da saúde, como o hábito de saneamento do ambiente,
proteção contra os riscos ocupacionais, proteção contra acidentes.
D) No período de pré-patogênese, as manifestações clínicas da doença ainda não surgiram no
indivíduo, mas as condições para o seu aparecimento existem no ambiente ou no patrimônio
biológico da pessoa.
E) Os níveis de prevenção de Leavell e Clark compõem-se de ações de promoção da saúde,
diagnóstico precoce e limitação da invalidez, com a ausência de medidas de reabilitação.

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9- (SES/2017) Analise o modelo abaixo:

Com base no modelo de determinação social da saúde proposto por Dahlgren e Whitehead, é
CORRETO afirmar que:
A) ele expõe os determinantes em camadas concêntricas e similares que possuem igualdade
na influência do processo de adoecimento.
B) constam, na base do modelo, as características individuais de idade, sexo e fatores
hereditários, os quais exercem influência sobre o potencial e condições de saúde.
C) a última camada apresenta os macrodeterminantes em saúde devido à baixa influência.
D) Todas as alternativas supracitadas estão corretas.
E) Todas as alternativas supracitadas estão incorretas.

10- (FCM/2016) Um dos grandes problemas que afeta direta e indiretamente a Saúde
Pública nas comunidades é o uso e abuso de álcool e de outras drogas. Para enfrentar esse
problema, a construção de uma rede comunitária de cuidados é fundamental. Associe os
níveis de prevenção (coluna 1) com as ações, atividades ou serviços propostos na (coluna 2):

COLUNA 1 COLUNA 2
1. Promoção da saúde, ( ) Inclusão de usuários em iniciativas de geração de trabalho
educação em saúde e renda, empreendimentos solidários ou cooperativas sociais
2. Proteção da saúde ( ) Consultas com adolescentes pelas equipes de saúde da
3. Prevenção secundária, família e Núcleo de Apoio à Saúde da Família
diagnóstico precoce ( ) Atividades educativas nas escolas e locais públicos das
4. Prevenção secundária, comunidades
tratamento oportuno ( ) Acolhimento nos Centros de Atenção Psicossocial
5. Prevenção terciária ( ) Proibição da venda de bebidas alcoólicas a menores de 18
anos.

Assinale a alternativa que contém a sequência CORRETA.


A) 5 – 3 – 1 – 4 – 2
B) 4 – 5 – 1 – 3 – 2
C) 1 – 2 – 5 – 3 – 4
D) 2 – 3 – 4 – 5 – 1
E) 5 – 4 – 1 – 3 – 2

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11- (SES/2016) “Uma nova compreensão de determinantes da saúde só poderá emergir, se houver
um diálogo entre as ciências humanas e as ciências da vida. Este diálogo não poderia deixar de ser
perturbador e incômodo, pois supõe que os pesquisadores de cada disciplina repensem os fundamentos
de seus trabalhos, que aceitem trabalhar com outros métodos, que encarem horizontes temporais
diferentes e, consequentemente, modifiquem a maneira de conceber os fenômenos que estudam.”
Contandriopoulos (1998)

Os conhecimentos multidisciplinares são utilizados para a compreensão do fenômeno saúde-


doença, o qual perpassou por diferentes definições no decorrer histórico, desde aspectos
mágicos à dicotomia advinda do “saudável e patológico”, bem como conceituações mais
complexas envolvendo o determinismo sócio-ambiental-cultural. Considerando os diversos
modelos explicativos do processo saúde-doença, assinale a alternativa que relaciona
adequadamente o modelo a suas caraterísticas definidoras:

I. Modelo A. Esse modelo insere a perspectiva do processo de forma mais


biomédico ampla, considerando os comportamentos culturais que possam
relacionar-se à saúde de uma população. Considera, dessa forma, o
perfil epidemiológico como fator importante.
II. Modelo da B. Apresenta uma compreensão do processo saúde e doença a partir
história natural da das ciências biológicas. Uma caraterística desse modelo é aceitar a
doença lógica linear do adoecimento e a absorção, pelo senso comum, de
que a doença é causada por um agente patológico específico.
III. Modelo da C. O processo saúde-doença ocorre devido à interação entre a tríade
determinação social ecológica agente, hospedeiro e meio, apresentando, portanto, dois
da doença períodos sequenciados: o epidemiológico e o patológico.

A) I-C; II-A; III-B


B) I-C; II-B; III-A
C) I-B; II-C; III-A
D) I-B; II-A; III-C
E) I-A; II-C; III-B

GABARITO

1. E 2. E 3. A 4. C 5. C 6. A 7. E 8. D 9. B 10. A 11. C

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REFERÊNCIAS

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métodos, aplicações. Rio de Janeito: Guanabara Koogan, 2011.

BARRETO, Mauricio Lima. Desigualdades em Saúde: uma perspectiva global: uma perspectiva global.
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BONITA, R.; BEAGLEHOLE, R.; KJELLSTRÖM, T. Epidemiologia Básica. São Paulo: Santos, 2010. 213 p.

BUSS, Paulo Marchiori; PELLEGRINI FILHO, Alberto. A Saúde e seus Determinantes Sociais. Physis:
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social à de determinantes sociais da saúde. Saúde em Debate, [s.l.], v. 41, n. 112, p. 63-76, mar. 2017.
FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/0103-1104201711206.

GOMES, Elainne Christine de Souza. CONCEITOS E FERRAMENTAS DA EPIDEMIOLOGIA. Recife:


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ROUQUAYROL, M. Z.; SILVA, M. G. C. Epidemiologia & saúde. Rio de Janeiro. 8ª edição. Medbook.
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SOBRAL, André; FREITAS, Carlos Machado de. Modelo de organização de indicadores para
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TESSER, Charles Dalcanale. Por que é importante a prevenção quaternária na prevenção? Revista de
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Liame Estudos em Psicologia | Preparatório para Residência 2022 | Módulo SUS 119
Aula
07
Indicadores Epidemiológicos
Profª Débora Oliveira

Liame Estudos em Psicologia | Preparatório para Residência 2022 | Módulo SUS 120
Indicadores Epidemiológicos

Os indicadores de saúde têm como propósito avaliar o cenário epidemiológico


de uma população e estimar o seu nível de desenvolvimento social e econômico,
tendo em vista que vários indicadores de saúde expressam indiretamente a falta
de infraestrutura e organização dos serviços de saúde, bem como a falta de
educação e informação em saúde por parte da sociedade (GOMES, 2015).

Aplicabilidade dos Indicadores

 Análise da situação de saúde


 Comparação;
 Avaliação de mudanças;

Expressão dos resultados

VALORES
ABSOLUTOS VALORES
RELATIVOS

 Valores Absolutos: dados colhidos  Valores Relativos: relacionado a


diretamente da fonte de informação, uma população, podemos comparar
com esses dados não é possível frequências de mortalidade ou
realizar análise comparativa. Ex: morbidade com esses valores, por
número de leitos determinados para exemplo.
uma enfermidade, estimativa de
medicamentos etc.

Medidas em Saúde

 Indicador: trata-se do índice eleito


para alertar qual o momento e lugar  Índice: termo genérico e refere-se a
para que se desencadeie uma ação, todos os descritores de vida e saúde.
trata-se de um índice crítico capaz de Trazem a noção de grandezas
orientar a tomada de decisão em prol existentes e incidentes. Os mais
das evidências ou providências;

Liame Estudos em Psicologia | Preparatório para Residência 2022 | Módulo SUS 121
utilizados são: nascimentos, óbitos e estimativas e projeções de
doenças; fenômenos que não temos registros
confiáveis. Taxa é um valor usado
 Coeficiente: medidas utilizadas para para realizar estimativa ou projetar
descrever fenômenos observados. É um valor esperado (Ex: O coeficiente
eficiente para medir a intensidade de natalidade de uma população A,
dos riscos em mais de uma situação. ao ser usado para calcular a
Todo coeficiente de risco pode ser estimativa de natalidade da
utilizado para realizar projeções e população B, é chamado taxa de
estimativas; natalidade).
 Taxa: termo utilizado para definir
medidas auxiliares aos cálculos de

INDICADORES: TIPOS E APLICAÇÃO

Critérios de avaliação e seleção de indicadores

Para que um indicador tenha todas as aplicações, ele precisa atender a certos critérios, que,
podem ser definidos como:

Liame Estudos em Psicologia | Preparatório para Residência 2022 | Módulo SUS 122
Tipos de Indicadores

 Morbidade;  Demográficos;
 Mortalidade e sobrevida;  Sociais;
 Nutrição, crescimento e  Ambientais;
desenvolvimento;  Serviços de saúde.

INDICADORES DE MORBIDADE

As estatísticas de morbidade são utilizadas, preferencialmente, para avaliação


do nível de saúde e para aconselhamento de ações de caráter abrangente que
visem melhorar o estado sanitário da comunidade. Além de sua importância
prevalente no monitoramento de doenças, os dados de morbidade são cruciais
para os estudos de análise do tipo causa/efeito.

Expressões quantitativas de morbidade:

Coeficiente de Morbidade
Esse indicador pode ser calculado através da seguinte equação:

CM = Nº de casos de uma doença x 10n


População exposta ao risco

Incidência: é a frequência de novos casos de uma determinada doença ou problema de saúde


num determinado período, oriundo de uma população sob risco de adoecer no início da
observação;

Pode ser calculada da seguinte forma:

Liame Estudos em Psicologia | Preparatório para Residência 2022 | Módulo SUS 123
Exemplo:

No ano de 2019, a Unidade Básica de Saúde “C” notificou 489 casos de dengue, dos
quais 280 foram confirmados após resultado do exame sorológico. Sabendo-se que esta UBS
acompanha um total de 3.100 pessoas, qual a incidência dessa doença para este ano?

280
Taxa de Incidência (UBS “C”): x 100* = 9,0 casos/100 hab.
3.100

*Constante de 100 mais apropriada para o tamanho da população.

Eventos que influenciam a incidência:

AUMENTAM A INCIDÊNCIA DIMINUEM A INCIDÊNCIA

Novos casos
Medidas que diminuem o risco ou
Imigração suscetíveis em uma população
Recidiva

Prevalência: pode ser definida como a frequência de casos existentes de uma determinada
doença em uma determinada população e em um dado momento.

Eventos que influenciam a prevalência:

AUMENTAM A PREVALÊNCIA DIMINUEM A PREVALÊNCIA

Doenças Crônicas Doenças com alta mortalidade

Tratamentos que prolongam a Tratamentos que levam a cura


sobrevida
Doenças com baixa mortalidade Emigração

Casos incidentes e imigrantes Óbitos

Liame Estudos em Psicologia | Preparatório para Residência 2022 | Módulo SUS 124
INDICADORES DE MORTALIDADE

1- Coeficiente de Mortalidade Geral


 Utilizado para quantificar a intensidade do risco de morrer que uma população tem

por viver em determinada área e em determinado ano sem especificar as causas,


ou grupo de causas, sexo ou idade das pessoas que morreram.

Esse indicador pode ser calculado através da seguinte equação:

CMG = Nº total de óbitos em certa área durante o ano x 1000*


População da área ajustada para o meio do ano
*Base referencial para população exposta

2- Coeficiente de Mortalidade Infantil


 Utilizado para indicar todos os óbitos ocorridos em crianças menores de 1 ano de

uma determinada população num dado período.

Esse indicador pode ser calculado através da seguinte equação:

CMI = Nº total de óbitos em menores de 1 ano em certa área durante o ano x 1000*
Número de nascidos vivos no período
*Habitualmente calculado na base de 1000 nascidos vivos

Componentes da Mortalidade Infantil

Período neonatal: compreende as quatro primeiras semanas de vida (0 a 27 dias de vida).


Período neonatal precoce: compreende o período entre 0 e 6 dias de vida.
Período neonatal tardio: compreende o período entre 7 e 27 dias de vida
Período pós-neonatal: de 28 dias – 1 ano de vida.

Exemplo de fórmula para cálculo:

CM Neonatal = Nº de óbitos de crianças entre 0 e 27 dias de vida x 1.000


Nº de nascidos vivos no período

3- Mortalidade por causas específicas


 Estima o risco de morte por determinada doença ou grupo de doenças. Utilizado para
avaliação e comparação das variações populacionais, geográficas e temporais da
mortalidade por causas ou grupos de causas.

Liame Estudos em Psicologia | Preparatório para Residência 2022 | Módulo SUS 125
Esse indicador pode ser calculado através da seguinte equação:

CMCE = Nº de óbitos por determinada doença em uma população x 100.000


População da área ajustada para o meio do ano

4- Coeficiente de Letalidade
 Mensura a gravidade de uma doença.

Esse indicador pode ser calculado através da seguinte equação:

CL = Nº total de óbitos de determinada doença em um determinado tempo x 100


Nº de casos dessa doença no mesmo período

5- Esperança de vida ao nascer

 Indica o número médio de anos que um indivíduo tem a probabilidade de viver,


supondo que os coeficientes de mortalidade permaneçam o mesmo;
 Constitui um indicador de qualidade de vida;
 MULHERES > HOMENS

6- Mortalidade Proporcional por Faixa Etária


Para a construção dessas curvas, são consideradas as seguintes faixas etárias:
 crianças em idade pré-escolar (1 a 4 anos);
 crianças em idade escolar e adolescentes entre 5 e 19 anos;
 adultos jovens (20 a 49 anos);
 pessoas de meia idade e idosos (50 anos ou mais).

Calculada com base na seguinte equação:

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Nº total de óbitos para determinada faixa etária,
TM proporcional = em um determinado período x 1.000
Nº total de óbitos para o mesmo período

A Taxa de Mortalidade Proporcional também pode ser representada por gráficos de


curvas, também conhecidos como Curvas de Mortalidade Proporcional ou Curvas de Nelson
de Moraes, que receberam este nome em homenagem ao sanitarista brasileiro que as
idealizou em 1959.

 Curvas do Tipo I: típicas de regiões subdesenvolvidas, com predomínio de óbitos em


jovens maduros (20 a 49 anos);
 Curvas do Tipo II: forma de J invertido, revelam níveis baixos de saúde com grande
número de mortes nos primeiros anos de vida;
 Curvas do Tipo III: nível de saúde regular, modelo em U. Óbitos infantis caem e
aumentam as mortes de pessoas de 50 anos ou mais;
 Curvas do Tipo IV: indicam melhor nível de saúde, com predomínio quase absoluto de
mortes em pessoas de 50 anos ou mais.

Figura – Variações da curva de mortalidade proporcional de Nelson de Moraes

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7- Anos potenciais de vida perdidos

 Expressa o efeito das mortes ocorridas precocemente em relação à duração de vida


esperada para uma determinada população;
 Permite comparar a importância relativa de diferentes causas de morte em relação
aos APVP em uma população.

DOENÇA
QUANTO MAIS PRECOCEMENTE
LEVA A ÓBITO
APVP DESTA DOENÇA

8- Mortalidade Materna
 Morte materna é definida como: “morte de uma mulher durante a gestação ou até 42

dias após o término da gestação.”


 Indicador que se refere ao risco de morte materna em decorrência de causas

associadas a complicações durante a gestação, o parto e o puerpério. Considerado um


indicador de qualidade da atenção à saúde da população, é influenciado pelas
condições socioeconômicas e pela manifestação das iniquidades sociais.

Esse indicador pode ser calculado através da seguinte equação:

Razão de Nº de óbitos de mulheres por causas ligadas


Mortalidade Materna = à gravidez, parto e puerpério no período x 100.000
Nº de nascidos vivos no período

 O número de nascidos vivos é utilizado no denominador da razão de mortalidade


materna como uma estimativa da população de gestantes expostas ao risco de morte
por causas maternas. Isso ocorre porque não existe no país a informação sistematizada
sobre o número total de gestantes, apenas de nascidos vivos.

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RESUMO DOS PRINCIPAIS COEFICIENTES E ÍNDICES EM SAÚDE PÚBLICA
INDICADOR FÓRMULA
Coeficiente de CM = Nº de casos de uma doença x 10n
Morbidade População exposta ao risco
Coeficiente de Incidência CI = Nº de casos novos (iniciados) num determinado período numa área x 100.000
População exposta ao risco neste período, na área
Coeficiente de Prev = Nº de casos existentes (novos + antigos) em determinado período x 10n
Prevalência População da área no mesmo período
Coeficiente de CMG = Nº de óbitos em certa área durante o ano x 1000*
Mortalidade Geral População da área ajustada para o meio do ano
*Base referencial para população exposta
Coeficiente de CMI = Nº de óbitos de menores de 1 ano em certa área durante o ano x 1000*
Mortalidade Infantil Número de nascidos vivos no período
*Habitualmente calculado na base de 1000 nascidos vivos
Coeficiente de CMNN = Nº de óbitos de menores de 28 dias em certa área durante o ano x 1000*
Mortalidade Neonatal Total de nascidos vivos nessa área durante o ano
Coeficiente de
Mortalidade Infantil CMIT = Nº de óbitos de crianças maiores de 28 dias a 11 meses de idade em certa área durante o ano x 1000*
Total de nascidos vivos nessa área durante o ano
Tardia
Coeficiente de
CMCE = Nº de óbitos por determinada doença em uma população x 100.000
Mortalidade por Causa
População da área ajustada para o meio do ano
Específica
Coeficiente de Letalidade CL = Nº total de óbitos de determinada doença em um determinado tempo x 100
Nº de casos dessa doença no mesmo período
Mortalidade
TM proporcional = Nº total de óbitos para determinada faixa etária em um determinado período x 1.000
Proporcional por Faixa Nº total de óbitos para o mesmo período
Etária
Coeficiente de
Mortalidade Materna CMM = Nº total de óbitos por causas ligadas a gestação, parto e puerpério em determinada área no ano x 100.000
Nascidos vivos no mesmo período

Razão de Mortalidade
ISU = Nº de óbitos de pessoas com 50 e mais anos de idade x 100
proporcional ou índice
Nº de óbitos totais
de Swaroop & Uemura
Índice ou Razão de RM = Nº de indivíduos do sexo masculino x 1000 (ou x100)
Masculinidade Nº de indivíduos do sexo feminino
Coeficiente geral de CGF = Nº de nascidos vivos numa determinada área do ano x 1000
Fecundidade População de mulheres de 15 a 49 anos no mesmo período
Coeficiente de
CNG = Nº de nascidos vivos numa determinada área do ano x 1000
Natalidade geral População da área ajustada para o meio do ano
Coeficiente de
Mortalidade específico CMS = Nº de óbitos específicos ocorridos naquele sexo numa determinada área no ano x 1000
por sexo População da área ajustada para o meio do ano para o mesmo sexo

Coeficiente de ataque CAS = Nº de casos surgidos a partir de contato com o caso-índice x 1000
secundário Nº total de pessoas que tiveram contato com o caso-índice

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EXERCÍCIOS

1- (PSICOLOGIA HOSPITALAR/2022) Sobre os indicadores demográficos e de saúde, assinale


a alternativa INCORRETA.
A) A Taxa de fecundidade total refere-se ao número médio de filhos nascidos vivos, tidos por
uma mulher ao final do seu período
reprodutivo em determinado espaço geográfico.
B) A esperança de vida ao nascer é o número médio de anos de vida esperados para um recém-
nascido.
C) A cobertura de consultas de pré-natal refere-se ao percentual de mulheres com filhos
nascidos vivos, segundo o número de
consultas de pré-natal.
D) A Razão de Mortalidade Materna é calculada a partir do número de óbitos de mulheres
residentes, por causas e condições
consideradas de morte materna, sobre o número de nascidos vivos de mães residentes (x
100.000)
E) A incidência de sífilis congênita é calculada a partir de casos novos de sífilis em gestante, na
população residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado.

2- (PSICOLOGIA ATENÇÃO BÁSICA/2022) Sobre as medidas de frequência de doença na


epidemiologia, assinale a alternativa CORRETA.
A) A prevalência é a medida de ocorrência de casos novos de doença em uma população sob
risco em um tempo determinado.
B) A incidência é um indicador da magnitude da presença de uma doença ou outro evento de
saúde na população.
C) A taxa de incidência que se obtém em uma situação de surto ou epidemia é denominada
taxa de ataque da doença.
D) A taxa de letalidade mede o contágio de uma doença de transmissão pessoa a pessoa e,
portanto, é de utilidade para avaliar
a efetividade das medidas de controle de um surto.
E) A mortalidade proporcional é a proporção de casos fatais entre o total dos casos.

3- (SAÚDE COLETIVA AMPLA CONCORRÊNCIA/2022) Observe a tabela abaixo:

Município Nascidos Vivos Óbitos por residência População*


261160 Recife 21.132 11.566 1.537.704
Fonte: MS/SVS/DASIS - Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos - SINASC
Fonte: MS/SVS/CGIAE - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM* no último censo [2010]

Com base nos dados apresentados, calcule a taxa bruta de natalidade do município
apresentado no ano de 2019 e assinale a alternativa que mais se aproxima do valor
CORRETO.

A) 14 D) 44
B) 24 E) 54
C) 34

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4- (SAÚDE COLETIVA AMPLA CONCORRÊNCIA/2022) Indicador de saúde pode ser definido
como uma medida, uma estimativa (contemplando, por vezes, certa imprecisão), de uma
dimensão da saúde de uma população. Os indicadores podem ser considerados positivos
(quanto maior seu valor melhor a condição avaliada) ou negativo (quanto maior sua
magnitude, pior é o estado de saúde avaliado). Considerando os aspectos conceituais
apresentados, assinale a alternativa que contém um indicador POSITIVO.
A) Razão do número de leitos hospitalares por habitante
B) Taxa de prevalência de uso excessivo de álcool
C) Proporção de partos cesáreos
D) Taxa de mortalidade infantil
E) Taxa de nível insuficiente de atividade física

5- (REGIONALIZAÇÃO DE SAÚDE/2022) Observe o gráfico abaixo cujos dados foram


extraídos das bases dos sistemas de informação oficiais do Ministério da Saúde, SIVEP Gripe
e e-SUS VE:

Considerando que o gráfico apresenta os casos confirmados acumulados de COVID-19 em


um recorte temporal específico, é CORRETO afirmar que os dados representam uma medida
de
A) incidência de uma doença.
B) mortalidade por um agravo.
C) prevalência de uma doença.
D) hospitalização por casos graves de Covid.
E) letalidade decorrente da SRAG.

6- (SAÚDE COLETIVA AMPLA CONCORRÊNCIA/2021) Os indicadores de saúde constituem


medidas que visam indicar o nível de saúde de uma população. Sobre essa temática, observe
o gráfico abaixo:

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O gráfico apresenta, na análise dos 4 grupos, um declínio das taxas de mortalidade. Ao
apresentar o termo neonatal precoce, refere-se a um período particularmente influenciado
por fatores associados à gestação e ao parto, que transita de

A) 0 a 6 dias de vida. D) 7 a 27 dias de vida.


B) 0 a 27 dias de vida. E) 1 a 5 anos de vida.
C) 8 dias a 1 ano incompleto de vida.

(INTERIORIZAÇAO EM SAÚDE/SAÚDE COLETIVA/2021) No quadro abaixo, estão


demonstrados, para um determinado dia do mês de janeiro de 2021, valores reais
(arredondados) para a Covid 19 e a população dos referidos países. Utilize essas informações
para responder as questões 7e 8.

7- Qual a taxa de letalidade do Brasil?


A) 3,98 por 10¹ D) 31.924 por 106
B) 2,51 por 10² E) 6,2 por 106
C) 980,1 por 106

8- (INTERIORIZAÇAO EM SAÚDE/SAÚDE COLETIVA/2021) De acordo com os dados do


quadro, analise os itens abaixo:
I. O Brasil é o país mais atingido pela doença.
II. Os Estados Unidos apresentam o maior risco de morrer pela doença.
III. A China apresenta a menor prevalência.

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IV. O risco de adoecer no Brasil é semelhante ao da Argentina.
V. O risco de morrer no Brasil é 25 vezes maior, quando comparado ao risco de morrer na
Venezuela.
Assinale a alternativa CORRETA.

A) Os itens I, II, III, IV e V estão corretos.


B) Apenas os itens II, III, IV e V estão corretos.
C) Existem apenas dois itens corretos.
D) Existem apenas três itens corretos.
E) Existe apenas um item correto.

9- (INTERIORIZAÇAO EM SAÚDE/SAÚDE COLETIVA/2021) Sobre o Coeficiente de


Mortalidade Infantil, leia as afirmativas a seguir:
I. Denota a probabilidade de uma criança nascida viva vir a morrer antes de completar um ano
de idade.
II. Apresenta três componentes: neonatal precoce, neonatal tardio e pós-neonatal.
III. No Brasil, como um todo, esse indicador encontra-se em valores próximos a 20.
IV. Não é considerado um indicador sensível às condições de vida de uma comunidade. V. É
calculado pela razão entre o número de óbitos em menores de um ano, dividido pelo número
de menores de um ano, em uma determinada localidade e ano considerados. Assinale a
alternativa CORRETA.
A) Todas são corretas.
B) Existem apenas quatro corretas.
C) Existem apenas três corretas.
D) Existem apenas duas corretas.
E) Existe apenas uma correta.

10- (INTERIORIZAÇAO EM SAÚDE/SAÚDE COLETIVA/2021) A Associação Internacional de


Epidemiologia define epidemiologia como o “estudo dos fatores que determinam a
frequência e a distribuição das doenças nas coletividades humanas”. Sobre esse assunto,
analise as afirmativas abaixo e coloque V nas Verdadeiras e F nas Falsas:

( ) Para o Ministério da Saúde, o coeficiente de incidência por 100.000 habitantes foi calculado
para a COVID-19, considerando a projeção do IBGE para o ano de 2020.
( ) O número de casos “recuperados” no Brasil é estimado por um cálculo composto que leva
em consideração os registros de casos e óbitos confirmados para Covid-19, reportados pelas
secretarias estaduais de saúde, e o número de pacientes hospitalizados registrados no Sistema
de Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe).
( ) Existe um consenso amplo de que o Brasil vive uma crise fiscal sem precedentes e pode cair
na armadilha da estagflação. O país começa o ano de 2021 sem o controle da pandemia, com
o Congresso paralisado pela sucessão das duas casas legislativas, com desarranjos no preço
dos alimentos e nas contas públicas e com a geração de emprego e renda andando de lado.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA.

A) V-V-V D) V-V-F
B) F-F-F E) V-F-V
C) F-V-F

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11- (PERFIL HOSPITALAR/PSICOLOGIA/2021) Em relação aos indicadores em saúde, analise
as afirmativas abaixo e coloque V nas Verdadeiras e F nas Falsas:
( ) A letalidade mede o risco de uma população morrer por determinada doença.
( ) Prevalência é o número total de casos (novos e antigos) de uma doença em determinado
local e ano considerados.
( ) A taxa de mortalidade infantil diminui, à medida que as condições de vida e saúde de uma
população melhoram.
( ) O óbito materno é aquele ocorrido em consequência de complicações da gravidez, parto
ou puerpério. Assinale a alternativa que indica a sequência CORRETA.

A) V-F-V-V D) V-V-V-F
B) V-V-V-V E) F-V-V-F
C) V-F-F-V

12- (FCM/2020) Os indicadores são ferramentas importantes para subsidiar processos de


planejamento, gestão e avaliação de políticas e ações de saúde. Sobre os indicadores
relacionados à atenção pré-natal, ao parto e ao puerpério, assinale a alternativa CORRETA.
A) O coeficiente de mortalidade materna não permite analisar variações geográficas e
temporais da mortalidade materna.
B) É considerada morte materna o óbito de uma mulher apenas durante o período da
gestação.
C) Para o cálculo do coeficiente de mortalidade materna, é preciso ter dados sobre o número
de nascidos vivos.
D) A Taxa de Mortalidade Infantil estima o risco de um nascido vivo morrer durante o primeiro
semestre de vida.
E) Altas taxas de mortalidade infantil refletem, de maneira geral, altos níveis de
desenvolvimento socioeconômico.

13- (SAUDE COLETIVA AMPLA CONCORRENCIA/2020) Observe a imagem abaixo:

Com base nos dados apresentados e considerando que a população total residente em
Recife no meio do ano de 2017 correspondia a 1 milhão e 500 mil habitantes, calcule e
assinale a alternativa que indica o coeficiente de mortalidade específica por causas
externas.

Liame Estudos em Psicologia | Preparatório para Residência 2022 | Módulo SUS 134
A) 90,0 D) 60,2
B) 80,5 E) 50,4
C) 70,8

14- (SES/2019) Em uma busca realizada no TABNET, observou-se que, no Estado


Pernambuco, em 2016, foram notificados 2000 casos de dengue (valores de morbidade
hipotéticos). Considerando que, nesse mesmo ano, ocorreram 50 óbitos por esse mesmo
agravo, é CORRETO afirmar que a letalidade por dengue em Pernambuco, no ano de 2016,
foi de:
A) 50%. D) 5%.
B) 20%. E) 2,5%.
C) 10%.

15-(USP/2019) Qual a alternativa que corresponde, respectivamente, aos indicadores de


saúde estimados a partir das informações a seguir, visto que foram obtidos os seguintes
valores: 5/100.000; 1/100.000 e 20%?
Quadro. Casos notificados e óbitos por meningite bacteriana no Estado de São Paulo, no ano
de 2013.

Dados modificados para facilitar cálculos: *População residente em 2012, estimativa pelo
IBGE
Fonte: SINAN/DDTR/CVE/CCD/SES-S
A) Taxa de Letalidade, Coeficientes de Mortalidade e de Incidência.
B) Coeficientes de Prevalência, de Mortalidade e Taxa Letalidade.
C) Coeficientes de Incidência, de Mortalidade e Taxa de Letalidade.
D) Coeficientes de Incidência, de Mortalidade e de Prevalência.

16- (FCM/2018) No ano de 2015, no município de Abreu e Lima, foram registrados 730 óbitos
dentre as 98.991 pessoas residentes e 1680 nascidos vivos. A equipe NASF junto com as
equipes de saúde da família, ao elaborarem o diagnóstico de saúde desse município,
conseguiram mais dados e calcularam alguns indicadores.

Óbitos Números
Mulheres em idade fértil 16
Homens (em todas as faixas etárias) 397
Mulheres (em todas as faixas etárias) 330
Crianças de 0 a 6 dias 13
Crianças de 7 a 27 dias 6
Crianças menores de 1 ano 22
Causas externas (acidentes, homicídios e suicídios) 82

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Sobre os indicadores de saúde, assinale a alternativa CORRETA.
A) O valor nominal do Coeficiente de mortalidade neonatal precoce é 11,31.
B) O valor nominal do Coeficiente de mortalidade infantil pós-neonatal é de 1,79.
C) A razão de morte materna é de 9,52 por mil nascidos vivos.
D) O coeficiente de mortalidade por sexo é de 45%.
E) A mortalidade proporcional por causas externas é de 12,32%.

17- (SES/2018) O indicador Anos Potenciais de Vida Perdidos (APVP) pode ser caracterizado
como:
A) uma medida de morbidade que usa como base o período de adoecimento de um recorte
populacional específico.
B) uma medida de mortalidade baseada na frequência dos óbitos bem como no tempo em
que não se viveu devido a essa morte.
C) determinadora de efeito de mortes que ocorreram dentro do perfil epidemiológico
esperado.
D) uma estimativa da quantidade de anos de vida perdidos sem exigir reconhecimento prévio
acerca da idade em que o óbito deveria ocorrer.
E) um indicador de saúde que não apresenta relevância social, uma vez que utiliza eventos
potenciais e não reais em uma população.

18- (SES/2018) O IBGE, em 2015, apontou que a taxa de Mortalidade Infantil foi a menor em
11 anos. Apesar das conquistas, observa-se que as regiões mais pobres do país ainda
permanecem com taxas de mortalidade de aproximadamente duas vezes maior que as
localidades mais favorecidas. Considerando o exposto e os dados abaixo disponíveis, realize
o cálculo da taxa de mortalidade infantil do Nordeste em 2015 e assinale o valor mais
próximo.
Tabela 1. Óbitos por Faixa etária. Região Nordeste, 2015.
Faixa etária n
0 a 6 dias 7000
7 a 27 dias 2000
28 a 364 dias 3000
Total 12000
Fonte: MS/SVS/CGIAE - Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM * dados modificados

Tabela 2. Nascidos Vivos por ano de nascimento. Região Nordeste, 2013 -2015

Ano de nascimento n
2013 800000
2014 800000
2015 850000
Total 2450000
Fonte: MS/SVS/DASIS - Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos - SINASC* dados modificado

A) 0,1% D) 30%
B) 14% E) 50%
C) 20%

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19- (SAÚDE COLETIVA AMPLA CONCORRÊNCIA/2017) Medidas que possuem a capacidade
de expressar o nível de saúde de uma população são denominadas de indicadores de saúde.
Esses indicadores permitem ainda identificar problemas de saúde, elaborar políticas e
avaliar a efetividade das ações de saúde. Referindo-se, especificamente, aos indicadores de
mortalidade de acordo com a causa da morte, analise as sentenças abaixo e assinale a
CORRETA.
A) Mortalidade proporcional segundo a causa do óbito quantifica a proporção de óbitos
relacionados a uma causa específica, ou grupo de causas em relação à totalidade de óbitos
em um período específico.
B) Mortalidade proporcional com 50 anos ou mais se calcula pela divisão do número total de
mortes de pessoas com mais de 50 anos, dividido pela população com mais de 50 anos de
idade, em um determinado período.
C) Taxa de mortalidade por causa de óbito estima o risco de morte por uma causa específica;
é calculada dividindo-se o número de óbitos por uma causa pelo número total de óbitos em
um determinado período.
D) Taxa de mortalidade materna é calculada pela razão entre o número de óbitos maternos
pelo total de mulheres de um determinado período.
E) Taxa de mortalidade infantil é calculada, dividindo-se o número total de crianças maiores
de 1 ano pelo total de nascidos vivos.

GABARITO

1. E 2. C 3. A 4. A 5. C 6. A 7. B 8. B 9. D 10. A

11. B 12. C 13. C 14. E 15. C 16. B 17. B 18. B 19. A

___________________________________________________________________________

REFERÊNCIAS

ALMEIDA FILHO, Naomar de; BARRETO, Maurício Lima. Epidemiologia & saúde: fundamentos,
métodos, aplicações. Rio de Janeito: Guanabara Koogan, 2011.

BONITA, R.; BEAGLEHOLE, R.; KJELLSTRÖM, T. Epidemiologia Básica. São Paulo: Santos, 2010. 213 p.

GOMES, Elainne Christine de Souza. CONCEITOS E FERRAMENTAS DA EPIDEMIOLOGIA. Recife:


Editora Universitária da UFPE, 2015. 83 p.

ROUQUAYROL, M. Z.; SILVA, M. G. C. Epidemiologia & saúde. Rio de Janeiro. 8ª edição. Medbook. 2018.

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Aula
08
Estudos Epidemiológicos
Profª Débora Oliveira

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Estudos Epidemiológicos

Os estudos epidemiológicos partem de um problema de pesquisa relacionado a uma doença


ou agravo em uma dada população e as possíveis formas de controlá-la.

 Os estudos epidemiológicos lidam com diferenças encontradas na população denominadas


de variáveis, como sexo, idade, peso, estatura etc. As variáveis podem ser agrupadas em
qualitativas e quantitativas:

 Variáveis quantitativas: são aquelas que podem ser medidas em escala quantitativa,
apresentando valores numéricos que fazem sentido. Podem ser classificadas como:

o Contínuas: admite qualquer valor o Discretas: podem assumir somente


numérico em determinado valores inteiros obtidos por contagem.
intervalo de variação (medição). Exemplo: número de gestações,
Exemplo: peso, pressão arterial, número de habitantes.
glicemia, idade.

 Variáveis qualitativas: são aquelas compostas por categorias diferentes entre si, não
possuem valores quantitativos. Podem ser classificadas como:

o Ordinais: possuem ordem ou o Nominais: as categorias não têm


hierarquia. Exemplo: Escore de ordenação, expressam atributos. O
Apgar, Escala de Glasgow, grupo pode ser dividido em duas
classificação de hipertensão. categorias, são as variáveis
dicotômicas ou em várias categorias.
Exemplo: Sexo (masculino/feminino),
doente (sim/não), situação conjugal,
ocupação.

 As variáveis também são categorizadas em independentes ou dependentes:

o Independentes: também o Dependentes: também chamada de


chamada de variável preditora, variável resposta, é o efeito,
é aquela que produz a mudança doença/agravo. Varia em função da
no estado de saúde/doença, ou variável independente.
seja, o fator de risco ou a
exposição;

 As variáveis devem ser mensuradas de maneira a evitar erros de aferição. Então, os


instrumentos utilizados para as aferições, sejam elas, dosagens, medidas, ou
perguntas de questionários devem ter precisão e acurácia:

Liame Estudos em Psicologia | Preparatório para Residência 2022 | Módulo SUS 139
o Precisão: semelhança dos valores o Acurácia: a capacidade de
em cada medição ou representar o que deveria
reprodutibilidade, a ausência de representar, quanto maior o erro
precisão é consequência de erros sistemático, menor a acurácia da
aleatórios, são devidos ao acaso, variável. Erros de acurácia podem ser
decorrentes de variabilidade do ocasionados por viés do aferidor, do
aferidor, do instrumento e do instrumento e do sujeito.
sujeito da pesquisa.

A metáfora do alvo ilustra bem a relação entre precisão e acurácia (Figura abaixo).

Figura: Relação entre precisão e acurácia

 O número de indivíduos ideal para a realização de um estudo seria toda a população, no


entanto, utiliza-se uma amostra (subconjunto da população):
A amostragem pode ser probabilística ou por conveniência.

Probabilística: todos têm a mesma probabilidade de participar do estudo, possibilitando obter


significância estatística, ideal para generalização dos resultados. Apresenta quatro tipos:

o Aleatória simples: seleção dos o Aleatória estratificada: divide a


indivíduos por sorteio a partir de população em estratos e seleciona para
uma tabela de números aleatórios; cada estrato;
o Sistemática: a seleção é feita por um o Conglomerados: a seleção de indivíduos
processo definido pelo pesquisador. é feita a partir de agrupamentos
Apresenta maior possibilidade de naturais inicialmente sorteados, como
erro; quarteirões, bairros.

Por conveniência: a seleção dos participantes atende a uma facilidade de acesso pelo
pesquisador, mas, pode induzir a erro no resultado do estudo, por não ser representativa da
população.

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CONCEITOS IMPORTANTES NOS ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS

 Estimação: valor numérico através de uma amostra para representar o valor


numérico desta variável numa população;
 Validade Interna: quando o estudo não apresenta nenhum equívoco do ponto
de vista metodológico;
 Validade Externa: quando há um rigor metodológico (validade interna) e o
mesmo pode ser generalizado com segurança, podendo ter resultados
extrapolados.
 Viés ou bias: erros sistemáticos que ocorrem no processo metodológico.
Principais tipos de viés:
- Viés de Seleção: ocorre quando há diferenças na probabilidade de inclusão de
indivíduos na amostra;
- Viés de informação: tendência sistemática de indivíduos incluídos no estudo
serem erroneamente classificados em categorias diferentes de exposição e
doença.
- Viés de confundimento: viés que resulta quando o fator de risco que está
sendo estudado está misturado com o de outros fatores de risco não
considerados na análise.

DESENHOS DE ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS

Há alguns critérios utilizados para classificação dos estudos epidemiológicos:

 Propósito geral – distingue os estudos descritivos e os analíticos;


 Modo de exposição das pessoas ao fator em foco/Posição do investigador –
observacionais ou de intervenção;
 Temporalidade do estudo – estudos transversais ou longitudinais;
 Direção temporal das observações – estudos prospectivos, retrospectivos e transversais;
 Unidade de observação – de indivíduos ou agregados (ecológicos).

ESTUDOS DESCRITIVOS X ANALÍTICOS

DESCRITIVOS ANALÍTICOS
- Determina a distribuição de doenças ou - São delineados para analisar a existência de
condições relacionadas à saúde (tempo, lugar e associação entre uma exposição e uma doença
pessoa); ou condição relacionada à saúde;
- Pode fazer uso de dados secundários; - Há necessariamente um grupo controle;
- Observa a variação de medidas, como - Testa-se hipóteses;
incidência e prevalência de acordo com - Compara-se resultados;
características da população de estudo. - Elabora-se inferências causais;
- Afere medidas de efeito de fatores de risco (ou
de proteção) sobre eventos de saúde.

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Tipos de Estudos Epidemiológicos

Estudo transversal/Corte Transversal/Seccional

 O estudo transversal é uma pesquisa em que a relação exposição-doença é examinada,


em uma dada população, num único momento histórico;

 As únicas conclusões legítimas que podemos chegar são as de relação de associação e


não de causalidade;

 Os estudos transversais apresentam três características essenciais:


1- As mensurações são feitas num único momento do tempo;
2- São úteis quando se quer descrever variáveis e seus padrões de distribuição;
3- Constituem o único desenho que possibilita identificar a prevalência de um
fenômeno de interesse.

 O viés de prevalência pode ocorrer pois os agravos de curta duração têm maior chance
de aparecerem nos resultados, enquanto doenças crônicas tem apresentação
excessiva nos resultados.

Figura: Delineamento do estudo transversal

 Perguntas que podem ser respondidas com estudos transversais: “qual a proporção
de indivíduos com determinado fenômeno?”; “qual a prevalência de um dado
desfecho?”; “como se caracteriza certa população?”.

 Vantagens do estudo
Relacionadas com o fato de as medidas serem tomadas uma única vez, sem a
necessidade de acompanhamento, são elas:
- Baixo custo;
- Menor risco de perdas;
- Rapidez.

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 Limitações do estudo
- Vulnerabilidade a biases;
- Os pacientes curados e falecidos não aparecem nos casos;
- Baixo poder para estabelecer relações causais;
- Não proporciona relação cronológica de fatos;
- Impraticável quando o evento estudado é raro.

Estudo Caso-Controle ou Retrospectivo

 Se baseiam na comparação de um grupo que apresenta o desfecho (caso) de


interesse com outro grupo que não apresenta (controle).
 Seleciona inicialmente os casos ou indivíduos portadores de uma doença ou agravo
e os controles ou indivíduos que não apresentam o desfecho estudado, mas, são
semelhantes aos casos;
 A questão científica a ser esclarecida em um estudo de caso-controle é a seguinte:
Quais são as causas da doença?

 Vantagens do estudo:
- Baixo custo relativo, menos tempo, menor tamanho amostral;
- Alto poder de análise;
- Adequado para doenças raras ou de longa duração (crônicas);
- Os resultados são obtidos rapidamente;
- Não necessita de acompanhamento dos pacientes.

 Limitações do estudo:
- Incapaz de estimar riscos, incidência ou prevalência;
- Vulnerável a inúmeros biases (principalmente os de seleção, memória e
registro);
- Dados de exposição no passado podem ser inadequados;
- Os dados de exposição podem ser viciados.

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Perguntas que podem ser respondidas com o estudo de caso-controle: “a ocorrência de
câncer de faringe está associada ao uso prolongado de cigarros?”; “a ocorrência de
infecção hospitalar entre adultos leva a aumento significativo nos gastos institucionais?”

Estudo de Coorte ou de Incidência

 Uma coorte refere-se a um grupo de indivíduos pertencentes a uma mesma


população, que é acompanhado durante um período objetivando estudar a
ocorrência de um ou mais desfechos;
 O período de acompanhamento é o que diferencia esse estudo;
 Parte da exposição em direção ao efeito;
 Medem o risco de uma exposição;
 Compara expostos com não expostos;
 A questão científica a ser esclarecida em um estudo de coorte é a seguinte: Quais
são os efeitos da exposição?

Os estudos de coorte podem ser de dois tipos:

 Prospectivo ou longitudinal ou concorrente (Figura abaixo): o pesquisador seleciona


uma população sem a doença e realiza o seguimento até o desenvolvimento da doença
ou não (sentido temporal usual).

 Retrospectivo ou coorte histórico (Figura abaixo): seleciona-se população ou coorte


que possui registros de exposição ao fator de risco obtido no passado, mas verifica-se
a doença no presente.

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 Vantagens do estudo:
- Produz medidas de risco (único);
- Alto poder de análise;
- Simplicidade de desenho;
- Facilidade de análise;
- Não há problemas éticos;
- A qualidade dos dados pode ser de excelente nível;
- Dados referentes à exposição são conhecidos antes da ocorrência da doença;
- A cronologia dos acontecimentos é facilmente determinada.

 Limitações do estudo:
- Alto custo;
- Perdas de segmento podem ser grandes;
- O número de pessoas no estudo costuma ser grande;
- Em muitas situações, os resultados somente são obtidos após longo prazo de
seguimento;
- Avaliações mascaradas podem ser difíceis de implementar;
- Mudanças de categoria de exposição;
- Mudanças de critérios diagnósticos com o passar do tempo, especialmente
em projetos de longa duração, levam a erros de classificação quanto ao
diagnóstico dos desfechos clínicos;
- Dificuldades administrativas nos projetos de longa duração;
- Interpretação dificultada pela presença de fatores de confundimento.

Exemplos de questões de pesquisa que podem ser respondidas pelo estudo de coorte:

“qual a expectativa de vida de habitantes do Nordeste brasileiro?”;


“qual o risco de câncer de mama entre mulheres que utilizam desodorantes à base de
chumbo?”;
“qual o tempo médio de sobrevida de pacientes que realizaram transplante hepático?”

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Estudo Ecológico

 Diferente dos demais tipos de delineamento, a unidade de analise não é constituída


de indivíduos, mas de grupos de indivíduos. Daí, a sua sinonímia: estudo de grupos, de
agregados, de conglomerados, estatísticos ou comunitários.
 Baseia-se na comparação entre indicadores relacionados com a exposição a que uma
população foi submetida ou na comparação desses indicadores e níveis de exposição
de múltiplas populações. Para tanto, o epidemiologista faz uso de medidas agregadas,
ambientais e globais.

 Vantagens do estudo:
- Simplicidade e baixo custo;
- Rapidez;
- As conclusões são generalizáveis.
 Limitações do estudo:
- Não há dados individuais;
- Dificuldade em usar técnicas mascaradas (Ex: duplo cego);
- Dados de diferentes fontes;
- Dificuldade em controlar os fatores de confundimento.

Falácia ecológica: atribuição a um indivíduo o que se observou a partir de estatísticas.


Comete-se este erro ao inferir-se uma relação casual em nível de indivíduos, baseando-se em
associações encontradas em comparações de populações.

Exemplo de questões de pesquisa que podem ser respondidas pelo estudo ecológico: “qual
a influência da adoção de leis antitabaco sobre as taxas de câncer de pulmão na comunidade
europeia?”; “qual a relação temporal entre os níveis de dióxido de carbono da cidade de São
Paulo e as taxas de internamento por doenças do aparelho respiratório?”; “quais as
diferenças, ao se compararem países desenvolvidos, subdesenvolvidos e em
desenvolvimento, entre cobertura vacinal para poliomielite nos últimos 30 anos e as taxas
desta doença?”.

Ensaios Clínicos

- Estudos de intervenção e Ensaio clínico randomizado


 Considerado o padrão de excelência, o “padrão ouro” entre os métodos de
investigação, pois é o que produz evidências mais diretas e inequívocas para
esclarecer uma relação causa-efeito entre dois eventos.

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VANTAGENS LIMITAÇÕES
- Alta credibilidade; - Dificuldades éticas e práticas;
- Os grupos têm grande chance de serem - Exigência de população estável e cooperativa:
comparáveis em termos de variáveis de para evitar grandes perdas de segmento e
confundimento; recusas em participar;
- Não há dificuldade na formação do grupo- - Grupo investigado pode ser altamente
controle; selecionado, não-representativo, devido a
- O tratamento e os procedimentos são múltiplas exigências quanto às características de
decididos a priori e uniformizados na sua inclusão e exclusão dos participantes no estudo;
aplicação; - Alguns participantes deixam de receber um
- A qualidade dos dados sobre a intervenção e os tratamento potencialmente benéfico, ou são
efeitos pode ser de excelente nível; expostos a um procedimento maléfico;
- A cronologia dos acontecimentos é - Impossibilidade de ajustar o tratamento em
determinada, sem equívocos: existe certeza de função das necessidades de cada indivíduo;
que o tratamento é aplicado antes de - Dificuldade de levar a conclusões seguras e
aparecerem os efeitos; inequívocas, quando os efeitos são raros ou
- Pode-se usar placebo e técnicas de duplo-cego; quando eles aparecem somente após longo
- Os resultados são expressos em coeficientes de período de latência (pois incidem depois de
incidência, a partir dos quais são computadas as concluída a investigação);
demais medidas de risco; - Requerer estrutura administrativa e técnica de
- A interpretação dos resultados é simples, pois porte razoável, estável, preparada e estimulada,
estão relativamente livres dos fatores de para levar a bom termo um projeto complexo e
confundimento; minucioso, usualmente caro e de longa duração.
- Muitos desfechos clínicos podem ser
investigados simultaneamente.

ATENÇÃO!

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EXERCÍCIOS

1- (SAÚDE COLETIVA AMPLA CONCORRÊNCIA/2022) Os estudos epidemiológicos visam,


dentre outros, ao fornecimento de medidas precisas da ocorrência das doenças, bem como
de outros desfechos. Contudo, incorre em todo estudo a possibilidade de erros. Assinale a
alternativa que define o erro de amostragem.
A) Amostra é representativa da população em estudo.
B) Os selecionados esgotam e contemplam toda a variabilidade da população.
C) A amostra é pequena, não representativa, sem contemplar a variabilidade da população.
D) A amostra é grande e fornece poder estatístico e confiabilidade ao estudo.
E) Os selecionados têm mais chances de apresentar o agravo que se investiga e de fazer parte
da amostra.

2- (SAÚDE COLETIVA AMPLA CONCORRÊNCIA/2022) Considerando que os estudos


transversais podem ser de incidência ou prevalência, assinale a alternativa que se refere à
investigação de incidência de um agravo.
A) A incidência faz a investigação de casos novos e antigos de uma doença.
B) A incidência compara pessoas doentes com saudáveis, considerando a exposição prévia a
um fator específico.
C) A incidência é calculada pela razão de odds, o qual mostra o risco relativo de adoecimento
em uma população.
D) A incidência verifica, apenas, casos antigos de um agravo em um recorte populacional
específico.
E) A incidência investiga agravos em grupos de casos novos, podendo, assim, ser considerada
dinâmica, uma vez que sofre variação no decorrer do tempo e em diferentes espaços.

3- (SAÚDE COLETIVA AMPLA CONCORRÊNCIA/2021) Os estudos analíticos são realizados


com o objetivo de verificar se há ou não associação entre uma exposição e o surgimento de
algum agravo ou condição de saúde. Quando realizados com dois grupos, um com a doença
e outro na ausência dela, ao se verificar a “Odds” da exposição, constata-se a existência de
associação entre a exposição e a doença. Esse tipo de estudo é denominado de
A) Estudo de intervenção.
B) Metanálise.
C) Caso-Controle.
D) Seccional de prevalência.
E) Ecológico.

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4- (SAÚDE COLETIVA AMPLA CONCORRÊNCIA/2021) Leia o resumo de artigo apresentado a
seguir:

Considerando as informações e os seus conhecimentos acerca do tema, assinale a


alternativa CORRETA.
A) O estudo apresentado foi realizado com dados primários visando à análise de incidência da
COVID-19.
B) As informações apresentam uma síntese da prevalência da infecção por COVID-19 na
população feminina.
C) Abrange uma revisão de literatura, em um estudo que aborda uma problemática ainda
prevalente no Brasil, apesar das ações de enfrentamento.
D) Trata-se de um estudo epidemiológico de corte transversal, cujo objetivo é quantificar o
número de mulheres vítimas de violência durante a quarentena.
E) As informações apresentadas consistem em um resumo do artigo completo e representam
mera informação dos autores sem qualquer embasamento científico.

5- (INTERIORIZAÇAO EM SAÚDE/SAÚDE COLETIVA/2021) Quando a randomização dos


participantes de um estudo epidemiológico é utilizada para a alocação desses em cada um
dos grupos sob investigação, diz-se que o estudo é do seguinte tipo:
A) Caso Controle
B) Coorte
C) Intervenção
D) Correlação Ecológica
E) Série de Casos

6- (PREFEITURA DE BELO HORIZONTE/2021) É um tipo de estudo epidemiológico que tem


por objetivo estudar os efeitos de uma intervenção em particular. Os indivíduos

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selecionados são aleatoriamente alocados para os grupos intervenção e controle (placebo).
Trata-se do tipo de estudo denominado:
A) transversal de incidência.
B) ensaio clínico randomizado.
C) coorte.
D) caso controle.

7- (VUNESP - HC FMUSP/2020) Relacione as colunas do quadro a seguir de modo a tornar


verdadeira a associação entre o tipo de estudo primário ou original e as características que
os definem.

Tipo de estudo
a Ensaio clínico
b Coorte
c Caso-controle
d Transversal

Características
I Um grupo de indivíduos, expostos a uma situação de interesse, pertencentes a uma mesma
população, é acompanhado durante certo período de tempo, com o propósito de se estudar
a ocorrência de um ou mais desfechos.
II Estudo comparativo composto por dois grupos, clientes/doentes, onde um grupo receberá
o tratamento experimental (grupo intervenção) e o outro grupo receberá o tratamento
convencional, um tratamento placebo, ou não receberá tratamento (grupo controle).
alocação randomizada.
III Se baseia na comparação de um grupo que apresenta o desfecho de interesse com outro
que não o apresenta.
IV é o retrato de uma situação em um só momento, no qual a exposição e a condição de saúde
dos participantes são analisadas simultaneamente.

A) a – I; b – II; c – III; d – IV.


B) a – II; b – III; c – I; d – IV.
C) a – III; b – I; c – IV; d – II.
D) a – II; b – I; c – III; d – IV.
E) a – IV; b – III; c – II; d – I.

8- (FCC/2019) Uma médica do trabalho atuando em empresa de transporte, decidiu analisar


a evolução da saúde auditiva de funcionários que iniciaram o trabalho em um setor de
manutenção com exposição a ruído intermitente, a partir de informações dos últimos dez
anos relativas às audiometrias anuais realizadas. Este é o desenho metodológico de uma
pesquisa científica do tipo:
A) Caso-controle.
B) Transversal.
C) Ecológico.
D) Coorte.
E) Metanálise.

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9- (FUNDATEC/2019) O delineamento epidemiológico mais adequado para estudar
associação em uma doença rara que acomete trabalhadores e que produz razão de chances,
tem curta duração, exige pequeno tamanho de amostra, além de gerar custo relativamente
baixo, é:
A) Estudo ecológico.
B) Prevalência pontual.
C) Prevalência no período.
D) Coorte prospectiva.
E) Casos e controles.

10- (FUNDEP/2017) A epidemiologia atualmente faz uso frequente de métodos


quantitativos para estudar a ocorrência de doenças nas populações e para definir
estratégias de prevenção e controle. Considerando os tipos de estudos epidemiológicos,
é incorreto afirmar que:
A) os estudos epidemiológicos podem ser classificados em observacionais ou experimentais.
B) as medidas de exposição e efeito, em um estudo transversal, são realizadas ao mesmo
tempo, devido a isto não é fácil avaliar associações estatisticamente significativas nos
resultados.
C) estudos de coorte fornecem uma melhor informação sobre a etiologia das doenças e a
medida mais direta do risco de desenvolvê-la.
D) estudos de casos e controles constituem uma forma relativamente simples de investigar a
causa das doenças de elevada prevalência na comunidade.

11- (FCM/2016) Matéria publicada no site da Fiocruz Pernambuco em 14/12/15 anunciou a


pesquisa sobre microcefalia no estado de Pernambuco. “A relação de doenças infecciosas e
de fatores genéticos e ambientais com a microcefalia será o objeto de investigação de um
grupo interinstitucional, coordenado pela Fundação Oswaldo Cruz em Pernambuco
(Fiocruz/PE). O objetivo da pesquisa é identificar quais outros fatores, além do vírus Zika,
estão relacionados com o aumento dos casos dessa doença no país. O estudo utilizará o
método de caso-controle, comparando um grupo de 200 crianças, nascidas vivas ou mortas,
com microcefalia e outro grupo formado por 400 crianças sem essa malformação
congênita”.
Com relação aos estudos de caso-controle, assinale a alternativa INCORRETA.
A) Permitem a estimativa do risco relativo pelo cálculo da Odds Ratio.
B) Possibilitam o estudo de doenças raras.
C) É simples e fácil a formação de grupos-controles.
D) Uma desvantagem desse tipo de estudo é que o seu resultado depende da memória dos
participantes.
E) Trata-se um procedimento epidemiológico decritivo-analítico, em que se estuda um
conjunto de casos já diagnosticados com a doença em foco.

12- (FCM/2016) Em relação aos estudos epidemiológicos, analise as seguintes afirmativas e


assinale com V as verdadeiras e F as falsas.
( ) Nos estudos ecológicos, as informações se apresentam como dados individuais.
( ) Os estudos ecológicos são úteis para indicar certos tipos de efeitos que são dificilmente
detectáveis individualmente.

Liame Estudos em Psicologia | Preparatório para Residência 2022 | Módulo SUS 151
( ) Os estudos ecológicos são baratos e mais fáceis de se realizarem, fato justificado pela
existência de banco de dados secundários.
( ) Os estudos ecológicos têm capacidade limitada de fazer inferências causais.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA.
A) V – V – V – V
B) F – V – V – V
C) F – V – F – V
D) F – F – V – F
E) V – V – V – F

GABARITO

1. C 2. E 3. C 4. C 5. C 6. B

7. D 8. D 9. E 10. D 11. C 12. B

__________________________________________________________________________________

REFERÊNCIAS
ALMEIDA-FILHO, Naomar De; BARRETO, Mauricio Lima. Desenhos de Pesquisa em Epidemiologia. In: _
(Org.). Epidemiologia & Saúde: fundamentos, métodos, aplicaçoes. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2012. p. 165–174.
GORDIS, Leon. Epidemiologia. 4. ed. Rio de Janeiro: REVINTER, 2010.
ROUQUAYROL, M. Z.; SILVA, M. G. C. Epidemiologia & saúde. Rio de Janeiro. 8ª edição. Medbook. 2018.

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Aula

09
Vigilância à Saúde: Noções Básicas e Operacionalização
das Vigilâncias Epidemiológica, Sanitária e Ambiental.
Profª Débora Oliveira

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Vigilância à Saúde: Noções Básicas

Vigilância em Saúde

“vigilância em saúde pública é a coleta sistemática e contínua, análise e


interpretação de dados sobre desfechos específicos, para uso do planejamento,
implementação e avaliação de práticas em saúde pública (ROUQUAYROL,
2018)”

Vigilância Epidemiológica

Conceito: “um conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a detecção


ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e
condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar
e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos (BRASIL,
2010).”

 O controle das doenças infectocontagiosas consiste em ações que, incidem sob a


cadeia epidemiológica e são capazes de interrompê-la, as estratégias de intervenção
tendem a ser aprimoradas ou substituídas.

HISTÓRICO

 Século XX: O Estado iniciava dos sistemas nacionais de Vigilância


intervenções quanto a prevenção e Epidemiológica;
controle de agravos. Com o avanço  21ª Assembleia Mundial de Saúde
da era biológica e ciclos (1968): Vigilância Epidemiológica
epidemiológicos de Doenças engloba outras doenças e agravos à
Infectocontagiosas, realizou-se saúde;
grandes campanhas sanitárias;  Campanha de Erradicação da Varíola
 Década de 50: observação de (1966-1973): Marcou a
casos suspeitos ou confirmados de institucionalização da Vigilância
doenças transmissíveis e de seus Epidemiológica no Brasil (Vigilâncias
contatos (vigilância de pessoas, Estaduais, notificação de doenças e
isolamento e quarentena - âmbito elaboração de boletins epidemiológicos
individual); semanais);
 Década de 60: Programa de  5ª Conferência Nacional de Saúde
Erradicação da Varíola – organização (1975): O Ministério da Saúde institui

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por lei o Sistema Nacional de Vigilância condicionantes de saúde individual ou
Epidemiológica (SNVE); coletiva, com a finalidade de
 1977: primeiro Manual de Vigilância recomendar e adotar as medidas de
Epidemiológica; prevenção e controle das doenças ou
 Lei 8080/90: “Conjunto de ações que agravos.”
proporciona o conhecimento, a Redirecionamento das atividades de
detecção ou prevenção de qualquer vigilância epidemiológica para o nível
mudança nos fatores determinantes e local.

OBJETIVOS

 O principal objetivo dos sistemas de vigilância em saúde pública é o acompanhamento


do comportamento epidemiológico das doenças sob vigilância, possibilitando a
detecção precoce de surtos e epidemias e mudanças na distribuição espacial da
ocorrência das doenças, nos grupos mais afetados e na gravidade dos quadros dessas
doenças.

 Fornecer orientação técnica permanente para os responsáveis pela decisão e execução


de ações de controle de doenças e agravos, para isso deve tornar disponíveis
informações atualizadas sobre a ocorrência destes, bem como dos seus fatores
condicionantes, em uma área geográfica ou população determinada. A vigilância
epidemiológica consiste, ainda, em importante instrumento para a organização, o
planejamento e a operacionalização dos serviços de saúde, como também para a
normatização de atividades técnicas correspondentes.

FUNÇÕES DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

 Coletar, processar e analisar dados;


 Recomendar medidas de controle e promover ações de controle;
 Avaliar a eficácia e efetividade das medidas;
 Divulgação de informações pertinentes.

COLETA DE DADOS E INFORMAÇÃO

“Informação para ação.”

Tipo de dados

Os dados e informações que alimentam o Sistema de Vigilância Epidemiológica são os


seguintes:

 Dados demográficos: nº de nascimentos, de óbitos, sexo, idade etc.

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 Dados socioeconômicos: situação do domicílio, escolaridade, condições de
saneamento etc.
 Dados ambientais: aspectos climáticos, ecológicos e físicos;
 Dados de morbidade: podem ser obtidos através de busca ativa de casos, de estudos
amostrais e de inquéritos, entre outras formas (mais utilizado na vigilância);
 Dados de mortalidade: são obtidos através das declarações de óbitos, processadas
pelo Sistema de Informações sobre Mortalidade (indicador da gravidade do
fenômeno);
 Notificação de surtos e epidemias: possibilita a constatação de qualquer indício de
elevação do número de casos de uma doença, ou a introdução de outras não
incidentes no local e, consequentemente, o diagnóstico de uma situação epidêmica
inicial, para a adoção imediata das medidas de controle.

Fonte de dados

A informação para a vigilância epidemiológica destina-se à tomada de decisões. Esse


princípio deve reger as relações entre os responsáveis pela vigilância e as diversas fontes que
podem ser utilizadas para o fornecimento de dados.

Notificação:
Comunicação da ocorrência de doença ou agravo à saúde, realizada por profissionais
de saúde ou qualquer cidadão aos canais adotados pelas autoridades sanitárias, afim de
adoção de medidas.

Critérios que se aplicam ao processo de seleção para notificação de doenças:

 Magnitude: doenças ou agravos à saúde com alta frequência, que afetam contingentes
populacionais em grande proporção (elevada incidência, prevalência, mortalidade,
anos potenciais de vida perdidos).
 Potencial de disseminação: transmissibilidade da doença, possibilidade de sua
disseminação por vetores e demais fontes de infecção, colocando em risco outros
indivíduos ou coletividades.
 Transcendência: conjunto de características de uma doença ou agravo.
- Severidade: pode ser medida pela letalidade, hospitalização e sequelas.
- Relevância social: valor que a sociedade confere à ocorrência do evento, em relação
a estigmatização de doentes, medo, indignação, quando incide em determinados
grupos populacionais.
- Relevância econômica: capacidade de afetar o desenvolvimento, o que as caracteriza
como restrições comerciais, perdas de vidas, absenteísmo ao trabalho, custo de
diagnóstico e tratamento etc.
 Vulnerabilidade: disponibilidade de instrumentos específicos de prevenção e controle,
permitindo a atuação efetiva dos serviços de saúde com relação a indivíduos ou
coletividades.
 Compromissos internacionais: obedecer a metas continentais ou mundiais de
controle, eliminação ou erradicação (Ex: poliomielite, cólera e peste).

Liame Estudos em Psicologia | Preparatório para Residência 2022 | Módulo SUS 156
 Ocorrência de epidemias, surtos e agravos inusitados à saúde: situações
emergenciais em que deve se notificar todos os casos suspeitos.

Quem deve notificar? ATENÇÃO PARA A QUESTÃO DE PROVA!

População civil (qualquer pessoa) pode e


deve notificar.

Todas as unidades de saúde (públicas, privada ou filantrópicas), todos os profissionais


de saúde e população civil.

O que devemos considerar para fins de notificação?

 Notificar a SUSPEITA da doença;


 Notificação SIGILOSA (divulgada fora do âmbito médico sanitário somente em caso de
risco para a comunidade);
 Notificação NEGATIVA (envio de instrumentos de coleta mesmo na ausência de casos).

Portaria Nº 204, de 17 de fevereiro de 2016 – “Define a Lista Nacional de Notificação


Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos
e privados em todo o território nacional.”

✓ O Sistema de Informação Nacional de Agravos de Notificação (SINAN) é o principal


instrumento de coleta dos dados.

Outras bases de dados:

 Laboratórios e hemocentros: através dos resultados dos exames e triagem realizada.


 Investigação epidemiológica de campo: a investigação permite complementar a
notificação com informações referentes a fonte de infecção, mecanismos de
transmissão, informações acerca do surto e de casos novos que não foram notificados.
 Imprensa e população: podem ser as primeiras fontes de informação acerca de surtos
ou epidemias.

Fontes especiais de dados (Estudos Epidemiológicos):

 Inquérito epidemiológico: estudo de corte seccional, geralmente a partir de caráter


amostral, é realizado quando as informações são insuficientes ou inadequadas (Ex:
notificação deficiente e dificuldade na avaliação de coberturas vacinais).
 Levantamento epidemiológico: estudo realizado com base em dados secundários
encontrados nos registros dos serviços de saúde e outras instituições, tem o objetivo
de complementar informações já existentes (Ex: recuperação de séries históricas e
busca ativa de casos).
 Investigação Epidemiológica: método utilizado para elucidar a ocorrência de doenças
transmissíveis ou de agravos inusitados à saúde, a partir de casos isolados ou
relacionados entre si. A expressão “investigação epidemiológica” aqui utilizada tem o
sentido restrito de importante diagnóstico da vigilância epidemiológica.

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Sistemas Sentinelas

 Nem sempre se faz necessária a totalidade de casos para a tomada de decisão em


vigilância epidemiológica. Para intervir em certas doenças ou agravos, podem ser
utilizados sistemas sentinelas, capazes de monitorar indicadores-chave na população
geral ou em grupos específicos a fim de alertar precocemente o sistema de vigilância.

Diagnóstico dos casos

 A confiabilidade do sistema de notificação depende, em sua maioria, da capacidade


dos serviços locais de saúde que são responsáveis pelo atendimento e diagnóstico
correto dos casos.

Normatização

 Definir normas técnicas para uniformizar procedimentos e comparar dados é de


extrema importância para a vigilância epidemiológica;
 Importância de normatizar e atualizar a definição de caso, tendo em vista a
necessidade de padronizar a entrada e classificação final dos casos no sistema.

RETROALIMENTAÇÃO DO SISTEMA

 Incide no retorno regular de informações às fontes produtoras, demonstrando a


contribuição destas no processo.
 Os profissionais de saúde e as lideranças comunitárias precisam sentir-se participantes
e contribuintes, para que o sistema atinja a confiabilidade necessária.
 Materializa-se através dos informes epidemiológicos com divulgação periódica em
caráter regional, estadual, macrorregional ou nacional.

AVALIAÇÃO DOS SISTEMAS DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

Medidas quantitativas

 Sensibilidade: capacidade de detecção dos casos;


 Especificidade: eficácia em excluir os “não-casos”;
 Representatividade: possibilidade do sistema em reconhecer os subgrupos da
população onde ocorrem os casos;
 Oportunidade: agilidade do fluxo no sistema de informação.

Medidas qualitativas

 Simplicidade: fácil operacionalização do sistema e redução dos custos;


 Flexibilidade: competência do sistema em adaptar-se a novas situações;
 Aceitabilidade: capacidade de profissionais, sociedade civil e organizações de
participar e utilizar o sistema.

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Perspectivas para a Vigilância Epidemiológica

 O desenvolvimento científico e tecnológico por meio da articulação com a sociedade


científica e formação de comitês técnicos assessores é de suma importância para
atualização dinâmica do trabalho em vigilância, além do aprimoramento das
estratégias operacionais de controle das doenças e agravos à saúde.
 Descentralização do sistema possibilita um salto qualitativo para a reorganização dos
sistemas locais de vigilância epidemiológica.

ENTENDENDO O PROCESSO EPIDÊMICO...

Conceitos importantes

Caso: pessoa ou animal infectado ou doente com características clínicas, laboratoriais e/ou
epidemiológicas específicas;
Caso Índice: primeiro caso de uma doença transmissível, diagnosticado e registrado;
Caso Suspeito: indivíduo com história clínica e exposição compatível que poderá desenvolver
alguma doença infecciosa;
Caso Confirmado: isolado e identificado o agente etiológico ou evidências epidemiológicas e
laboratoriais;
Autóctone: contraído na área de residência;
Importado: contraído fora da área de residência onde se fez o diagnóstico, mas que é possível
identificar a origem da infecção;
Epidemia: elevação do número de casos de uma doença ou agravo, em um determinado lugar
e período, caracterizando, de forma clara, um excesso em relação à frequência esperada;
Surtos: tipo de epidemia em que os casos se restringem a uma área geográfica pequena e bem
delimitada ou a uma população institucionalizada (creches, quartéis, escolas etc.);
Pandemia: epidemia de uma doença que afeta pessoas em muitos países e continentes.

E como investigar surtos e epidemias?

Devem ser investigados em profundidade, utilizando elementos importantes para orientar a


equipe na investigação de todos ou apenas uma amostra de casos, são esses: magnitude,
extensão, natureza do evento, a forma de transmissão, tipo de medidas de controle indicadas
(individuais, coletivas ou ambientais).

Objetivo: identificar formas de interromper a transmissão e prevenir a ocorrência de novos


casos.

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia de Vigilância Epidemiológica. 6


ed. Brasília: MS, 2005.
ROUQUAYROL, M. Z.; SILVA, M. G. C. Epidemiologia & saúde. Rio de Janeiro. 8ª edição. Medbook. 2018.

Vigilância Sanitária
HISTÓRICO

 Configuração mais antiga da saúde pública;


 Fazem parte da história de diversos países e do arcabouço de funções do poder público
desde tempos remotos o controle das impurezas nas águas, da salubridade nas
cidades, da prática de barbeiros, boticários e cirurgiões da circulação de mercadorias
e pessoas;
 A partir do modelo e dos regimentos adotados por Portugal, o Brasil desenvolveu
ações que ganharam organicidade no início no século XVIII e foram incrementadas a
partir da chegada da família real;
 1820 - Criação da Inspetoria de Saúde Pública do Porto do Rio de Janeiro e
estabelecimento de normas para organizar a vida nas cidades;
 Monarquia – República: subsetor da saúde pública organizou suas ações tendo como
esteio o poder de polícia, cuja face mais visível é a fiscalização e a aplicação de
penalidades
 Década de 50 e 60: criação do Ministério da Saúde (MS) e Laboratório Central de
Controle de Drogas e Medicamentos (LCCDM).
 1976 – Criada a Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária – modelo cartorial e a
relação entre esfera Estadual e Federal extremamente frágil;
 Década de 80 e 90: crise da Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária pois dirigentes
vinculados ao Movimento da Reforma Sanitária, contrariaram interesses dos
produtores de medicamentos;
 Importação de leite e carne contaminadas de Chernobyl; acidente radioativo de
Goiana; mortes de pacientes renais crônicos; enorme volume de falsificação de
medicamentos;
 1986 - Conferência Nacional de Saúde do Consumidor, que subsidiou a Lei n. 8.078/90
(Código de Defesa do Consumidor);
 1994 - Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (não implementado);
 1999 - Cria-se a ANVISA;
 2001 – I Conferência Nacional de Vigilância Sanitária (CONAVISA) – Tema: Efetivar o
Sistema Nacional de Vigilância Sanitária: proteger e promover a saúde, construindo
cidadania.

CONCEITO

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“Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou
prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente,
da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde,
abrangendo:
I - o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a
saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo;
II - o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com
a saúde.”
(Lei 8080/90: art 6º, parágrafo 1º)

ÁREAS DE ATUAÇÃO DA VISA

 Produtos: alimentos, medicamentos, cosméticos, saneantes e outros de interesse da


saúde;
 Serviços de saúde e de interesse à saúde; Se liga!
 Ambientes, incluído ambiente laboral. Não é só a Vigilância em Saúde do
Trabalhador que atua no ambiente de
ATRIBUIÇÕES PRÓPRIAS DA ANVISA trabalho, mas a VISA também.

 Controle sanitário de portos, aeroportos, fronteiras e recintos alfandegados;


 Ações relacionadas à área de Relações Internacionais;
 Estudos e manifestação sobre a concessão de patentes de produtos e processos
farmacêuticos previamente à anuência pelo Instituto Nacional da Propriedade
Industrial (INPI).

PROCESSO DE TRABALHO

Para que a Vigilância Sanitária cumpra seu objetivo de proteger a saúde da população é
necessário que desenvolva um amplo conjunto de ações, são essas:

 Normatização: as normas nacionais situam exigências para todo o país, os Estados por
sua vez a partir das devidas especificidades contemplam as questões de caráter
regional. A elaboração e aprovação de normas é um processo bastante complexo, a
ANVISA adota o método de consulta pública para democratizar o processo.

 Registro: ato legislado que designa a adequação de produtos, formalizado por meio
do Diário Oficial da União (DOU).

 Cadastramento: permite identificar informações importantes (registros e produtores);


a responsabilidade do cadastro é dos estados e municípios, no entanto a ANVISA deve
disponibilizar um sistema informatizado de caráter nacional.

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 Autorização de funcionamento, Licenciamento e Revalidação: os conceitos usados
para esse licenciamento mudam entre os estados e geralmente são denominados
licença sanitária ou alvará sanitário.

 Fiscalização: as inspeções são realizadas tanto para fins de licenciamento e sua


revalidação anual, quanto para monitoramento, para isso há a utilização de roteiros
de inspeção e geração de relatórios técnicos a partir das inspeções.

 Monitoramento de produtos e serviços

- Objetivo: redução da exposição da população a produtos e serviços fora das


especificações;
- A ação deve ser planejada, de modo a envolver laboratórios oficiais, de modo que
haja infraestrutura e tecnologias apropriadas para as análises;
- Em caso de laudos condenatórios, os mesmos devem ser encaminhados a ANVISA;
- Programa de Verificação de Medicamentos (Proveme);
- Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (Para);
- Programa de Análise de Resíduos de Medicamentos Veterinários em Alimentos de
Origem Animal (PAMVET).

 Monitoramento do mercado: objetiva identificar práticas de comércio abusivo de


medicamentos visando a melhoria do acesso da população; atividade realizada em
convênio com os órgãos de defesa do consumidor.

 Monitoramento da publicidade e propaganda: ação recente da prática em vigilância


sanitária, tem finalidade de combater a propaganda abusiva de medicamentos,
podendo induzir uso indiscriminado destes.

 Investigação de surtos e agravos: realizado em conjunto com a Vigilância


Epidemiológica, objetiva identificar a fonte do agravo ou dano, o agente causal,
confirmar o diagnóstico e orientar quanto às medidas que devem ser adotadas.

 Ações educativas: com o objetivo de promover a disseminação das normas vigentes e


de informações relacionadas a produtos e serviços, pode ser direcionada a
profissionais de saúde, prestadores de serviços e comunidade em geral.

 Atendimento a denúncias: serviço de acolhimento das denúncias e monitoramento da


sua resolução, podendo identificar irregularidades e retroalimentar outras ações da
vigilância sanitária.

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Vigilância em Saúde. Vol. 2.
Brasília: CONASS, 2007.

Vigilância em Saúde Ambiental

ARCABOUÇO LEGAL

 Instrumentos legais: Constituição de 1988 e Lei 8080/90;


 Artigo 225 da Constituição Federal: “Todos têm direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade
de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-
lo para as presentes e futuras gerações.”

CONCEITO

A Vigilância Ambiental em Saúde é um conjunto de ações que proporciona o


conhecimento e a detecção de qualquer mudança nos fatores determinantes e
condicionantes do meio ambiente que interferem na saúde humana, com a finalidade de
identificar as medidas de prevenção e controle dos fatores de risco ambientais
relacionados às doenças ou outros agravos à saúde.

OBJETIVOS

 Produção, integração e processamento de informações a fim de fornecer ao SUS


subsídios para o planejamento e execução de ações relativas às atividades de
promoção da saúde e de prevenção e controle de doenças relacionadas ao meio
ambiente;
 Identificação de riscos e divulgação das informações referentes aos fatores
ambientais condicionantes e determinantes das doenças e outros agravos à saúde;
 Estabelecimento de parâmetros, atribuições, procedimentos e ações relacionadas
à vigilância ambiental em saúde nas diversas instâncias de competência;
 Promoção de ações de proteção da saúde humana junto aos órgãos competentes
relacionadas ao controle e recuperação do meio ambiente;
 Intervenção através de ações diretas de responsabilidade do setor ou demandando
para outros setores, com vistas a eliminar os principais fatores ambientais de riscos
à saúde humana;
 Conhecer e estimular a interação entre saúde, meio ambiente e desenvolvimento,
visando ao fortalecimento da participação da população na promoção da saúde e
qualidade de vida.

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ESTRUTURA DA VIGILÂNCIA AMBIENTAL

 A vigilância ambiental em saúde tem um caráter integrador inter e intrassetorial,


considerando-se que é impossível realizar atividades de vigilância e controle de riscos
ambientais para a saúde humana, sem uma avaliação e ação conjunta de todos os
setores envolvidos com o ambiente e a saúde humana em um determinado território.
 A vigilância ambiental será implementada a partir de duas áreas: vigilância de fatores
de riscos biológicos e não biológicos que devem, de forma imprescindível, funcionar
de maneira integrada.

Vigilância e controle dos fatores de riscos biológicos

Possui três áreas de concentração: vetores, hospedeiros e reservatórios, animais


peçonhentos.

 Vetores: a vigilância de fatores de riscos biológicos relacionados aos vetores tem a


finalidade de mapear áreas de risco em determinados territórios utilizando a vigilância
entomológica e as suas relações com a vigilância epidemiológica quanto à incidência e
prevalência destas doenças e do impacto das ações de controle.

 Hospedeiros e reservatórios: a vigilância de fatores de riscos biológicos relacionados


aos hospedeiros e reservatórios tem a finalidade de mapear áreas de risco em
determinados territórios utilizando a vigilância entomológica e as suas relações com a
vigilância epidemiológica quanto à incidência e prevalência destas doenças e do
impacto das ações de controle.

 Animais peçonhentos: a vigilância de fatores de riscos biológicos pertinentes a animais


peçonhentos, que podem resultar em acidentes de interesse para a saúde pública, tem
como desígnio o mapeamento de áreas de risco em determinados territórios, suas
relações com a vigilância epidemiológica para avaliação dos acidentes e das medidas
de controle utilizadas, além da interação com a rede de laboratórios de saúde pública.

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Fonte: FUNASA

Vigilância e controle dos fatores de riscos não-biológicos

Possui cinco áreas de concentração: contaminantes ambientais, qualidade da água


para consumo humano, qualidade do ar, qualidade do solo, incluindo os resíduos tóxicos e
perigosos, desastres naturais e acidentes com produtos perigosos.

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 Contaminantes ambientais: a vigilância desses contaminantes caracteriza-se por uma
série de ações, compreendendo a identificação de fontes de contaminação e
modificações no meio ambiente que se traduza em risco à saúde.

 Qualidade da Água para Consumo Humano: ações de vigilância da qualidade da água


consumida pela população, quer seja aquela distribuída por sistemas de
abastecimento de água e aquelas provenientes de soluções alternativas (coletados
diretamente em mananciais superficiais, poços ou caminhões pipa), para avaliação das
características de potabilidade, ou seja, da qualidade e quantidade consumida.
- Coordenação do sistema de informação de vigilância e controle da qualidade da água
de consumo humano - Siságua e pela identificação, acompanhamento e avaliação das
ações e as metas.

 Qualidade do ar: mapeamento e o cadastramento das principais áreas de risco de


poluição do ar, em particular nas áreas metropolitanas, identificando a existência e a
necessidade de sistemas de monitoramento da qualidade do ar (Sistema de
Informação de Vigilância e Controle da qualidade do ar).

 Qualidade do solo: identificar, caracterizar, quantificar, cadastrar e monitorar


substâncias, especialmente àquelas de interesse à saúde humana e mapear áreas de
contaminação ambiental da superfície e do subsolo terrestre que tenham potencial
risco à saúde humana.

 Desastres naturais e acidentes com produtos perigosos: são enfatizados os riscos e


efeitos à saúde decorrentes de eventos relacionados a inundações, secas,
desmoronamentos e incêndios em vegetações, de acordo com o esquema
demonstrado no quadro seguinte:

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Fundação Nacional de Saúde. Vigilância Ambiental em Saúde. Brasília: FUNASA, 2002.

EXERCÍCIOS

1- (PSICOLOGIA HOSPITALAR/2022) A raiva D) É a denominação utilizada em situações


é uma zoonose, que se caracteriza como em que a doença envolve grande número de
uma encefalite aguda e letal, causada por pessoas e atinge uma larga área
um vírus Lyssavírus, sendo considerada geográfica.
como doença negligenciada e um grave E) Situação em que há aumento acima do
problema de Saúde Pública (PUGA, 2015). esperado na ocorrência de casos de evento
Em 2018, ocorreu em Melgaço no Pará um ou doença em uma área ou entre um grupo
surto dessa doença. Sobre o conceito de específico de pessoas, em determinado
surto, assinale a alternativa CORRETA. período.
A) Qualquer dano causado à integridade
física, mental e social dos indivíduos, 2- (PSICOLOGIA HOSPITALAR/2022)
provocado por circunstâncias nocivas, como Durante a Pandemia de Covid-19, vários
acidentes, intoxicações, abuso de drogas e conceitos utilizados corriqueiramente por
lesões auto ou heteroinfligidas. epidemiologistas e profissionais da saúde
B) O surto decorre exclusivamente, a partir pública passaram a ser notícia nos veículos
de um caso contraído pelo enfermo na zona de comunicação. A revista Radis, em março
de sua residência. de 2020, publicou uma reportagem
C) Presença contínua de uma enfermidade intitulada: “Os termos de uma emergência”.
ou de um agente infeccioso em uma zona Sobre esse assunto, assinale a alternativa
geográfica determinada. INCORRETA.

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A) Caso-índice é o primeiro entre vários A) Controlar bens de consumo que, direta ou
casos de natureza similar e indiretamente, se relacionem com a saúde,
epidemiologicamente relacionados. compreendidas todas as etapas e processos,
B) Caso importado é o caso contraído fora da da produção ao consumo.
zona onde se fez o diagnóstico. B) Controlar e fiscalizar produtos de higiene
C) Caso secundário é o caso novo de uma pessoal e perfumes.
doença transmissível, surgido a partir do C) Interditar, como medida de vigilância
contato com um caso-índice. sanitária, os locais de fabricação, controle,
D) Evento é manifestação de doença ou uma importação, armazenamento, distribuição e
ocorrência que não apresente nenhum venda de produtos e de prestação de
potencial para ocorrência de doenças. serviços relativos à saúde.
E) Pandemia é o nome dado à ocorrência D) Autuar e aplicar as penalidades previstas
epidêmica, caracterizada por larga em lei.
distribuição espacial, atingindo várias E) Recomendar e adotar as medidas de
nações. prevenção e controle das doenças ou
agravos.
3- (PSICOLOGIA HOSPITALAR/2022)
Compete à vigilância sanitária todas as
ações citadas abaixo, EXCETO:

4- (SAÚDE COLETIVA AMPLA CONCORRÊNCIA/2022) A Nomofobia é apresentada à


sociedade como “o pavor do século XXI”. Muitas pessoas não sabem o que é nomofobia,
termo criado na Inglaterra, no ano de 2008, resultante da abreviação de “No Mobile phone
phobia” (Fobia de estar sem celular). Sobre esse termo, observe a imagem abaixo:

Apesar de tão funcionais, os celulares estão atingindo a saúde da população. Considerando


esse contexto, é CORRETO afirmar que a avaliação do impacto das tecnologias na saúde é
uma atividade abrangida pela
A) saúde do trabalhador por meio das ações de vigilância epidemiológica e sanitária.
B) assistência farmacêutica e vigilância epidemiológica, apenas.

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C) vigilância nutricional, apenas.
D) vigilância sanitária, apenas.
E) vigilância epidemiológica, apenas.

5- (SAÚDE COLETIVA AMPLA CONCORRÊNCIA/2022) Leia atentamente a notícia abaixo:

Considerando o contexto apresentado, assinale a alternativa que apresenta uma função


específica da vigilância sanitária nesse cenário de atuação.
A) Controlar a prestação de serviços pelos bares, por serem locais de sociabilização e potencial
ambiente de disseminação do vírus.
B) Executar a política estadual de proteção, orientação, defesa e educação do consumidor.
C) Realizar policiamento ostensivo no local onde estiverem presentes pessoas sem máscara.
D) Prender as pessoas em descumprimento do decreto, a fim de preservar a ordem pública.
E) Remover os indivíduos que estejam usando máscara e retirá-los da ameaça iminente de
contaminação pelo vírus, por ser considerada força auxiliar do exército.

6- (INTERIORIZAÇAO EM SAÚDE/SAÚDE III. As ações de vigilância sanitária dirigem-


COLETIVA/2021) Sobre a Vigilância em se, geralmente, ao controle de bens,
Saúde, analise as afirmativas abaixo: produtos e serviços que oferecem riscos à
I. A vigilância epidemiológica reconhece as saúde da população, como alimentos,
principais doenças de notificação produtos de limpeza, cosméticos e
compulsória e investiga epidemias que medicamentos. Realizam, também, a
ocorrem em territórios específicos. Além fiscalização de serviços de interesse da
disso, age no controle dessas doenças saúde, como escolas, hospitais, clubes,
específicas. academias, parques e centros comerciais.
II. A vigilância ambiental se dedica às Assinale a alternativa CORRETA.
interferências dos ambientes físico, A) Apenas I está incorreta.
psicológico e social na saúde. As ações nesse B) Todas estão incorretas.
contexto têm privilegiado, por exemplo, o C) Apenas II está incorreta.
controle da água de consumo humano, o D) Apenas III está correta.
controle de resíduos e o controle de vetores E) Todas estão corretas.
de transmissão de doenças.

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7- (PERFIL HOSPITALAR/PSICOLOGIA/2021) E) III; IV; II; I.
No Brasil, a vigilância dos vírus respiratórios
de importância em saúde pública é 9- (SES/FCM/2020) A imagem a seguir
consiste em uma foto de um insumo
desenvolvida por meio de uma Rede de
farmacêutico.
Vigilância Sentinela de Síndrome Gripal
(SG) e de Síndrome Respiratória Aguda
Grave (SRAG), conjuntamente articulada
com Laboratórios de Saúde Pública. São
objetivos da vigilância epidemiológica no
enfrentamento à Covid-19 todos os citados
abaixo, EXCETO:
A) Identificar precocemente a ocorrência de
casos da COVID-19.
B) Estabelecer os procedimentos para
investigação laboratorial. O destaque da figura aponta para um
C) Notificar serviços de alimentação que não número que representa o:
estavam adequados aos protocolos A) registro na ANVISA, o qual é obrigatório
para fabricação e comercialização de
sanitários.
medicamentos.
D) Monitorar e descrever o padrão de B) número de registro na ANVISA, órgão da
morbidade e mortalidade por COVID-19. Vigilância Sanitária, e que, depois de obtido,
E) Estabelecer as medidas de prevenção e dispensa verificação periódica de qualidade
controle. do fármaco.
C) número de registro no CONAMA.
8- (FCM/2020) A vigilância epidemiológica D) lote da medicação que trata da série do
possui papel importante ao fundamentar a fármaco inspecionada pela Vigilância
atuação profissional e dos serviços de Sanitária, especificamente.
saúde por meio da informação acerca dos E) registro do fármaco na ANVISA, o qual,
agravos. Isso posto, observe o quadro uma vez fornecido, não é passível de
abaixo: suspensão.
I. Avaliação da eficácia e efetividade das
medidas adotadas. 10- (FCM/2020) No campo da saúde, a
II. Divulgação de informações pertinentes. vigilância está relacionada às práticas de
III. Coleta, processamento e análise dos atenção e promoção da saúde dos cidadãos
dados. e aos mecanismos adotados para
IV. Recomendação e promoção de ações prevenção de doenças. Sobre esse tema,
apropriadas. assinale a afirmativa INCORRETA.
Considerando o ciclo intercomplementar
das funções, assinale a alternativa que A) A vigilância epidemiológica reconhece as
apresenta a ordem pertinente das ações principais doenças de notificação
elencadas. compulsória e investiga epidemias.
A) III; IV; I; II. B) A vigilância ambiental se dedica às
B) III; II; IV; I. interferências dos ambientes físico,
C) IV; III; I; II. psicológico e social na saúde.
D) IV; II; III; I.

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C) As ações de vigilância sanitária dirigem- 12- (FCM/2020) As fotos abaixo expõem
se, geralmente, ao controle de bens, uma das maiores tragédias que delapidou
produtos e serviços que oferecem riscos à vidas do Brasil em 25 de janeiro de 2019:
saúde da população, como alimentos,
produtos de limpeza, cosméticos e
medicamentos.
D) A fiscalização de serviços de interesse da
saúde, como escolas, hospitais, clubes,
academias, parques e centros comerciais, é
ação exclusiva da vigilância de saúde do
trabalhador que busca averiguar a atuação
profissional nesses serviços.
E) O trabalho das vigilâncias sanitária,
epidemiológica e ambiental nas três esferas
de governo deverá ser integrado, buscando Dentre as atribuições da Vigilância
impacto positivo no perfil epidemiológico da Ambiental, aquela com potencial
população. preventivo de mitigar desastres tal qual o
exposto consiste no(a):
11- (FCM/2020) Sobre a Vigilância em A) monitoramento dos impactos ambientais
Saúde no âmbito do Sistema Único de e químicos sobre as populações atingidas.
Saúde, assinale a alternativa INCORRETA. B) planejamento de ações para a prevenção
de acidentes ambientais e monitoramento
A) As ações de vigilância em saúde passaram intenso dos espaços da megamineração.
a ocorrer no Brasil, após a promulgação da C) atenção integral à saúde das populações
Constituição Federal de 1988. expostas aos contaminantes químicos
B) A Vigilância em Saúde do Trabalhador veiculados pela lama.
(VISAT) é um componente do Sistema D) recomendar à parcela social em contato
Nacional de Vigilância em Saúde. com o perímetro alcançado pela
C) A Vigilância Epidemiológica tem como pulverização de agentes tóxicos a visita ao
funções, dentre outras, coleta e médico.
processamento de dados, análise e E) identificação dos efeitos agudos da
interpretação dos dados processados e exposição à lama para a caracterização da
divulgação das informações. situação de saúde.
D) A integração entre a Vigilância em Saúde
e Atenção Básica é condição essencial para o
alcance de resultados que atendam às 13- (FCM/2016) A Vigilância Epidemiológica
necessidades de saúde da população. (VE) tem publicado informações sobre a
E) É atribuição da vigilância estruturar a Zika, Chickungunha e Dengue
cadeia de resposta às Emergências em regularmente. Esta é uma das ações de
Saúde Pública. saúde do SUS. Sobre a organização da
Vigilância Epidemiológica, é CORRETO
afirmar que:
A) cabe à VE Nacional a definição de todas as
ações de combate às viroses citadas a serem
implementadas pelos municípios.
B) cabe à VE Estadual informar aos
municípios os casos identificados como

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suspeitos de Zika, Dengue e Chickungunha população contra os quatro vírus da
para que os municípios promovam ações de dengue, com uma única dose”.
combate ao mosquito. Sobre a Vigilância à Saúde e seus
C) no SINAN, cada caso suspeito deve ser componentes, é CORRETO afirmar que:
informado em uma ficha de notificação ou A) pelo componente da Vigilância e controle
de investigação por qualquer profissional de das doenças transmissíveis, a vacina deverá
saúde que suspeitar da doença. implicar uma modificação das ações com
D) o SINASC é o sistema de informações vistas à implantação da notificação
privilegiado para o acompanhamento dos compulsória dos casos de dengue.
casos de infecções pelas viroses citadas. B) no que se refere à Vigilância Ambiental,
E) cada semana epidemiológica é formada poderão ser economizados recursos no
pelos dias de 1 a 7 de cada mês, e daí em combate ao Aedes aegypti, investindo em
subsequência. outros agravos.
C) no caso da Dengue, a Vigilância deve ser
14- (FCM/2018) Sobre a vigilância pautada na busca ativa de novos casos.
epidemiológica, todas as alternativas D) o conceito de farmacovigilância não se
abaixo estão corretas, EXCETO: aplica nesse caso, pois se trata de uma
A) A notificação compulsória de doenças é a vacina.
principal fonte de dados dos sistemas de E) cabe à Vigilância Sanitária avaliar essa
vigilância epidemiológica de doenças nova vacina e autorizar seu uso, mesmo
transmissíveis. sendo produzida por órgãos públicos.
B) A notificação deve ser feita após a
confirmação da doença. 16- Sobre a saúde ambiental, é INCORRETO
C) A notificação precisa ser sigilosa, só afirmar que:
podendo ser divulgada fora do âmbito A) A vigilância e o controle dos fatores de
sanitário, em caso de risco para a risco biológicos é uma das principais áreas
comunidade. de atuação do Sistema Nacional de
D) O envio dos instrumentos de coleta de Vigilância Ambiental em Saúde.
notificação deve ser feito, mesmo na B) A Organização Mundial da Saúde define
ausência de casos, sendo denominado de indicadores em Saúde Ambiental como a
notificação negativa. expressão da relação entre ambiente e
E) Além da notificação compulsória, o saúde, tendo como preocupação aspectos
sistema de vigilância epidemiológica pode específicos de políticas ou gerenciamento.
definir doenças e agravos como de C) A estruturação política municipal e
notificação simples. engajamento da sociedade são instrumento
para concretização de suas ações.
15- (FCM/2017) “O Ministério da Saúde e o D) A vigilância e o controle de fatores de
Instituto Butantan lançaram, nesta quarta- risco não biológicos, como a água para
feira (21/12/2016), em São Sebastião, consumo humano, não se constituem sua
Distrito Federal, a terceira fase dos testes área de atuação.
em humanos da vacina contra dengue. A E) As discussões sobre desenvolvimento
imunização tem potencial para proteger a sustentável estão dentro de seu campo de
interesse.

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GABARITO

1. E 2. D 3. E 4. A 5. A 6. E 7. C 8. A

9. A 10. D 11. A 12. B 13. C 14. B 15. E 16. D

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