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CENTRO UNIVERSITÁRIO CIDADE VERDE

PÓS GRADUAÇÃO EM SAÚDE ESTÉTICA

ILSA LEITE GROS

OS BENEFÍCIOS DA DEPILAÇÃO À LASER EM PELOS COM FOLICULITE

PORTO ALEGRE/RS
2024
ILSA LEITE GROS

OS BENEFÍCIOS DA DEPILAÇÃO À LASER EM PELOS COM FOLICULITE

Trabalho de Conclusão apresentado à


disciplina Metodologia da Pesquisa do
Curso de Pós Graduação em Saúde
Estética

Orientadora: Prof.ª Valesca Teixeira

PORTO ALEGRE/RS
2024
ILSA LEITE GROS

OS BENEFÍCIOS DA DEPILAÇÃO À LASER EM PELOS COM FOLICULITE

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Centro Universitário
Cidade Verde como parte das exigências
para aprovação e conclusão do Curso de
Pós Graduação em Saúde Estética.

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________
Orientadora Prof.ª Valesca Teixeira

_____________________________________
Professor(a) avaliador(a)

_____________________________________
Professor(a) avaliador(a)

DATA DA APROVAÇÃO: ____/____ /____


RESUMO

A foliculite nada mais é do que a inflamação externa dos folículos pilosos da pele, que
podem ficar inflamados em qualquer área do corpo. Muitas vezes, até algumas acnes
aparecem com uma ponta branca. A depilação a laser é um procedimento bastante
comum na prática dermatológica, e alguns distúrbios foliculares inflamatórios e
cicatriciais têm mostrado resposta satisfatória a esta terapia. O principal objetivo
desse estudo de caso é analisar os benefícios da depilação a laser em pelos com
foliculite. Este estudo foi realizado por meio do levantamento bibliográfico de livros,
manuais de saúde pública e artigos científicos publicados nas bases de dados da BVS
(Biblioteca Virtual em saúde), SciELO, (Scientific Electronic Library Online) e
PUBMED. A busca de referências foi desenvolvida buscando as publicações
referentes ao período dos últimos anos através dos descritores: Depilação a laser.
Foliculite. Pelos. Os estudos apontam alguns aparelhos que podem ser utilizados para
a remoção dos pelos e consequentemente o tratamento da foliculite como: Rubi de
pulso longo (694nm): utiliza fototermólise seletiva; Alexandrite de pulso longo
(755nm): utiliza fototermólise seletiva; Diodo de pulso longo (810nm):
utiliza fototermólise seletiva; Nd:YAG de pulso longo (1064nm): utiliza fototermólise
seletiva e Q-switched Nd:YAG (1064nm): destrói mecanicamente o pelo. Com maior
concentração de estudos está o laser neodímio YAG (Nd:YAG) e laser de diodo.
Concluímos que depilação a laser pode atuar no tratamento da foliculite, os benefícios
do aparelho e sua eficácia na cura da doença, pois as pessoas ainda desconhecem
seus benefícios.

Palavras-Chave: Depilação a laser; Foliculite; Pelos.


ABSTRACT

Folliculite is nothing more than external inflammation of the hair follicles, which can
become inflamed in any area of the body. Many times, some thorns appear on a white
spot. Laser hair removal is a fairly common procedure in dermatological practice, and
some inflammatory and scarring follicular disorders have been shown to respond
satisfactorily to this therapy. The main objective of this case study is to analyze the
benefits of laser hair removal in hair with folliculite. This study was carried out by means
of a bibliographic survey of books, public health manuals and scientific articles
published in the databases of BVS (Virtual Health Library), SciELO, (Scientific
Electronic Library Online) and PUBMED. The search for references was carried out by
searching for publications referring to the period of the last two years through two
descriptors: Laser hair removal. Folliculite. Hairs. The studies include some devices
that can be used to remove two hairs and consequently treat follicles such as: Long
pulse rub (694nm): uses selective photothermalization; Long pulse Alexandrite
(755nm): uses selective photothermolysis; Long pulse diode (810nm): uses selective
photothermolysis; Long pulse Nd:YAG (1064nm): uses selective photothermalization
and Q-switched Nd:YAG (1064nm): mechanically destroys hair. The highest
concentration of studies is the neodymium YAG (Nd:YAG) laser and diode laser. We
conclude that laser hair removal can act on follicle treatment, the benefits of the device
and its effectiveness in the treatment of pain, because people still know its benefits.

Keywords: Laser hair removal; Folliculite; Hairs.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Ciclo de crescimento dos pelos....................................................10

Figura 2 – Algumas formas de foliculites.......................................................12

Figura 3 – Pseudofoliculite em barba masculina...........................................13

Figura 4 – Aplicação de laser para depilação definitiva................................14

Figura 5 – Modos de emissão do laser.........................................................15

Figura 6 – Cromóforos da pele.....................................................................16

Figura 7 – Resultado de depilação com laser no tórax................................18


LISTA DE ABREVIATURAS

BVS Biblioteca Virtual em saúde

SciELO Scientific Electronic Library Online


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...........................................................................................................9
2. FOLICULITE.........................................................................................................11
2.1 TIPOS DE FOLICULITE.....................................................................................11
2.2 PSEUDOFOLICULITE........................................................................................12
3. LASER..................................................................................................................14
3.1 BENEFÍCIOS DA DEPILAÇÃO A LASER NOS PELOS COM FOLICULITE.....19
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................21
5. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............. ......................................................22
9

1. INTRODUÇÃO

Os pelos são encontrados em quase toda região corporal, e crescem


continuamente, intercalando fases de repouso e fases de crescimento (Figura 1). E
seu ciclo divide-se nas fases anágena, catágena e telógena (DA SILVA, 2014).
A fase anágena é a fase de crescimento, em que a matriz tem constante
atividade mitótica produzindo um fio continuamente, tendo sua vida útil de dois a seis
anos. Na fase catágena, ocorre o desprendimento do pelo, onde o bulbo se afasta da
papila dérmica e dura de duas a três semanas. Na fase telógena, há a eliminação do
pelo e resta somente o saco epitelial. Dura quatro meses, após isso reinicia-se o ciclo.
Durante a vida humana, um folículo completa aproximadamente 30 ciclos
(TONIDANTEL, 2014; DA SILVA, 2014).
O entendimento da fisiologia, anatomia do pelo e seu crescimento é muito
importante para entender como funciona a remoção dos pelos através da depilação a
laser e também como surgem algumas disfunções no folículo piloso, como a foliculite
(RESCAROLI, SILVA, VALDAMERI, 2014).
A foliculite nada mais é do que a inflamação externa dos folículos pilosos da
pele, que podem ficar inflamados em qualquer área do corpo. A foliculite pode ser
reconhecida pelo aspecto avermelhado e irritado da pele, também pela dor ou coceira
que gera. Muitas vezes, até algumas espinhas aparecem com uma ponta branca
(OLIVEIRA et al., 2018).
O tratamento da foliculite é desafiador, com inúmeras recorrências e
persistência da atividade da doença por longos períodos.
A depilação a laser é um procedimento bastante comum na prática
dermatológica, e alguns distúrbios foliculares inflamatórios e cicatriciais têm
mostrado resposta satisfatória a esta terapia. A depilação a laser tem sido
usada no tratamento de distúrbios foliculares cicatriciais. O relato de caso de
-- teve como objetivo ilustrar o caso de um paciente portador de foliculite
decalvante em membro inferior que foi submetido a cinco sessões
terapêuticas de laser neodímio: YAG (Nd:YAG), obtendo remissão completa
das lesões inflamatórias com o tratamento (PARLETTE, KROEGER, ROSS,
2014; BOYD, BINHLAM, 2013).
Os estudos apontam o tratamento com equipamentos de laser de diodo é
seguro e eficaz para a foliculite; o número de sessões varia de acordo com a
espessura e cor do pelo e as alterações hormonais associadas. Com uma média de 7
sessões, os efeitos adversos apresentados são poucos e facilmente reversíveis,
consistindo principalmente em distúrbios de hipo e hiperpigmentação (YEE, 2014).
10

Deste modo a relevância do estudo irá possibilitar informações sobre o tema


que foram associadas ao longo do texto, para os especialistas da área da como
também para pessoas que sofrem com essa disfunção, e por fim pra elaboração de
novas pesquisas com a mesma temática e população.
Este estudo foi realizado por meio do levantamento bibliográfico de livros,
manuais de saúde pública e artigos científicos publicados nas bases de dados da BVS
(Biblioteca Virtual em saúde), SciELO, (Scientific Electronic Library Online) e
PUBMED
O principal objetivo desse estudo de caso é analisar os benefícios da depilação
a laser em peles com foliculite.

Figura 1 – Ciclo de Crescimento dos pelos

Fonte: Adaptado de www.shutterstock.com


11

2. FOLICULITE
A foliculite (Figura 2) é uma inflamação do folículo piloso causada pela
contaminação por um tipo de bactéria chamada estafilococos. A invasão bacteriana
pode ocorrer espontaneamente ou favorecida pelo excesso de umidade ou suor,
raspagem dos pelos ou depilação. Atinge crianças e adultos e pode acontecer em
qualquer local onde existam pelos, sendo frequente na barba, em homens, e na virilha,
em mulheres. Quando superficial, a foliculite é caracterizada pela formação de
pequenas "bolhinhas de pus" (pústulas) com um pelo e discreta vermelhidão ao redor
(MAGALHÃES, 2022).

2.1. TIPOS DE FOLICULITE


Em alguns casos não ocorre pus, aparecendo apenas vermelhidão ao redor
dos pelos. Quando as lesões são mais profundas, formam-se lesões elevadas e
avermelhadas que podem ter um ponto amarelo (pus) no centro. Pode haver dor e
coceira no local afetado. Alguns tipos de foliculite têm características próprias
(MAGALHÃES, 2022):
Foliculite decalvante: neste caso o processo infeccioso leva à atrofia do pelo,
deixando áreas de alopécia que se expandem com a progressão periférica da doença;
Foliculite por Pytirosporum: infecção causada por um fungo chamado Pytirosporum
orbiculare. É uma erupção papulopustular discreta que causa coceira localizada
principalmente na porção superior de tronco e ombros; Foliculite superficial: pequena
pústula folicular que ao se romper forma uma crosta que não interfere no crescimento
do pelo. As lesões são numerosas e normalmente concentram-se no couro cabeludo,
pescoço, tronco e nádegas. As lesões podem durar poucos dias ou se tornarem
crônicas; Foliculite da barba: localizada na área da barba, atinge homens adultos, tem
característica crônica e, pela proximidade das lesões, pode formar placas
avermelhadas, inflamatórias, com muitas pústulas e crostas (MAGALHÃES, 2022)
12

Figura 2 – Algumas formas de foliculites

Fonte: Magalhães (2022)

2.2. PSEUDOFOLICULITE

Distúrbio inflamatório crônico comum que se evidencia por pápulas


inflamatórias na região da barba dos homens, principalmente nos que tem fototipo alto
e pelos encaracolados e grossos. Nas mulheres, isso acontece comumente nas
regiões pubianas e axilares como consequência da depilação frequente (SHARQUIE,
JABBAR, 2022) (Figura 3).
13

Figura 3– Pseudofoliculite em barba masculina

Fonte: Magalhães (2022)


14

3. LASER

O laser, objeto principal do nosso estudo, é um equipamento que também


utiliza a fototermólise seletiva para remoção de pelos, portanto faz fotoepilação. A
energia do laser atinge a superfície da pele e é transmitida por meio do pelo para as
células germinativas (BIROPO, 2014).
O objetivo do tratamento não é queimar os pelos e sim usá-los como "guia",
para possibilitar o alcance às células germinativas. Neste caso, o veículo principal é a
melanina, que transporta a energia até o bulbo capilar. O folículo piloso absorve mais
luz que os tecidos adjacentes, provocando um aumento de temperatura, que danifica
o folículo piloso e impede ou retarda o seu crescimento. A depilação ocorre, portanto,
por condução da energia, utilizando a melanina e a hemoglobina como cromóforas
(BIROPO, 2014) (Figura 4).

Figura 4 – Aplicação de laser para depilação definitiva

Fonte: Goretti (2014)

O paciente ideal para candidatar-se a depilação laser é aquele que tem pelo
escuro e grosso e a pele clara, pois a absorção do laser pela melanina será máxima,
com baixo risco de sequelas e danos à epiderme. Os pelos do rosto costumam ser
mais resistentes, necessitando de mais sessões para atingir o resultado. Pelos
brancos não respondem bem ao tratamento, pois têm pouca melanina. Áreas com
grande densidade de pelos respondem melhor, como axila, virilha e pernas
(DRUMMOND, 2014).
O sucesso do tratamento de depilação a laser baseia-se no entendimento da
física do laser e do comprimento apropriado da onda, da duração do pulso, do sistema
15

de resfriamento da pele, da seleção adequada do paciente, além dos cuidados pré


e pós-tratamento (GORETTI, 2014).
O laser pode ser enviado ao tecido de duas formas: contínua ou pulsada
(GORETTI, 2014) (Figura 5):
Contínua: sem interrupção da luz. Emitem radiação de forma contínua com
mais de um segundo de duração. Exemplos de lasers que utilizam a forma contínua
são o laser de CO2 e o laser argônio; Pulsada: o disparo de luz é emitido em pulsos
regulares. A maioria dos lasers usados na dermatologia é pulsada. Esses impulsos
podem ter maior ou menor duração. A taxa de repetição é o número de impulsos
emitidos por segundo e mede-se em Hertz. Pode ser: muito baixa (menos de um
impulso por segundo) ou muito alta (mais de 100 impulsos por segundo). Os lasers
pulsados podem ter pulsos tão rápidos (10 pulsos por segundo) que parecem ser
contínuos e são denominados lasers pseudocontínuos. Também podem ser muito
longos como os lasers diodo, rubi, alexandrite e Nd:YAG de pulso longo (GORETTI,
2014).

Figura 5 – Modos de emissão do laser

Fonte: Goretti (2014)

A ação do laser varia em função de: Comprimento de onda; Duração


do impulso; Tamanho, tipo e profundidade do alvo; Interação entre a luz emitida pelo
laser e o alvo determinado. Os principais alvos do laser médico são: pigmentos
naturais; pigmentos externos e água intracelular. Os pigmentos naturais e externos
chamam-se cromóforos (Figura 6).
16

Figura 6 – Cromóforos da pele

Fonte: Goretti (2014)

O cromóforo constitui um grupo de átomos que dá cor a uma substância e


absorve luz com um comprimento de onda específico no espectro do visível. Os
cromóforos da pele são a oxihemoglobina e desoxihemoglobina, melanina, carotenos,
água e proteínas. Porém, como lidar com tantos parâmetros e saber quais são mais
eficientes e seguros? Para responder a essa pergunta é preciso pensar no mecanismo
de funcionamento do laser e em alguns conceitos teóricos (GORETTI, 2014):
Características dos pelos: os pelos possuem características diferentes
(tamanho, cor e profundidade). Como o alvo do laser é a melanina do folículo piloso é
interessante que os pelos sejam escuros porque a absorção da eumelanina (pigmento
que dá a cor escura ao pelo) é cerca de 30 vezes maior que a feomelanina (pigmento
que dá a cor clara ao pelo). Os melanócitos dos pelos, em relação aos da epiderme,
são maiores, tem mais melanossomos, e existem em maior número (é cinco vezes
maior a relação melanócito/queratinócito), o que favorece a ação do laser sobre os
pelos. Portanto, o coeficiente de absorção da melanina dos pelos é duas a seis vezes
maior que o da epiderme. Por isso, é possível usar laser para depilação mesmo
quando há pouco contraste da cor do pelo em relação à cor da pele. Comprimento de
onda: considerado ideal na faixa do vermelho ao infravermelho (entre 650 e 1.100nm)
porque tem boa absorção pela melanina em relação à hemoglobina e, sendo mais
longo que 650 nm, pode aumentar a penetração na derme e atingir o cromóforo-alvo
17

(melanina) do bulbo. Entretanto, usando-se maiores, deve-se aumentar a fluência


para se obter o mesmo dano térmico na estrutura-alvo (porque a absorção pela
melanina diminui); concentração da sua energia. Fótons com 800 nm penetram 30%
a mais do que700nm, diminuindo a refração da luz de volta para a epiderme,
protegendo-a (CLAUDIO, 2014).
Propriedades ópticas dos pelos e estruturas vizinhas: deve-se atingir
temperatura suficiente para lesar o folículo e poupar os melanossomos da epiderme.
Deve-se pensar, porém, que o pelo é um cilindro e se pretende atingir temperaturas
altas também na sua parte mais externa, para conseguir lesar o alvo potencial (bulbo).
Deve ocorrer difusão térmica suficiente para lesar o bulbo sem haver vaporização dos
melanócitos. A ação do laser é favorecida pelo fato do folículo ter menor concentração
de água que a derme e, portanto, para a mesma concentração do cromóforo, aquece
duas vezes mais rápido. Além disso, a condutividade da gordura que envolve o bulbo
é 70% menor que a da derme, portanto, o mesmo perde calor mais lentamente e seu
tempo de relaxamento é mais longo (CLAUDIO, 2014).
Duração do pulso: devem ser utilizados pulsos mais longos para proteger os
melanossomos epidérmicos (seletividade termocinética) e também para se conseguir
a destruição das camadas mais externas do folículo, por difusão do calor. Procura-se
usar pulsos que estejam entre o tempo de relaxamento da camada basal da epiderme
(0,5 a 1 mseg) e o tempo de relaxamento do folículo (30 a 50 mseg). Resfriamento da
epiderme: diminui o risco de lesão térmica da epiderme e possibilita o uso de fluências
maiores e mais efetivas. Pode ser feito antes ou durante o pulso, de forma passiva
por meio de gel gelado, ativa com o uso de água resfriando um recipiente de contato
(vidro ou safira) ou por meio de um método evaporativo (criógeno). O uso da ponteira
de safira pode diminuir a temperatura na camada basal em torno de 20ºC, se mantida
em contato com apele por 0,5 segundo. O criógeno externo pode atingir gradientes de
temperatura maiores, porém, a falta de acoplamento óptico com a superfície da pele
e a condensação de suas partículas na superfície, leva-o a uma eficiência semelhante
à da ponteira de safira (CLAUDIO, 2014).
Compressão da pele e uso de lente convergente: são possibilidades com o uso
de lasers com ponteira de contato que, ao pressionar a pele, pode diminuir a distância
do folículo em até 30%. Se a lente for convergente, como nas ponteiras de safira,
é possível aumentar a densidade dos fótons próximos ao alvo desejado (CLAUDIO,
2014).
18

Vários aparelhos podem ser utilizados para a remoção dos pelos, sendo que a
sua escolha depende da cor de pele e da espessura e tonalidade do pelo. A ausência
de melanina no pelo (pelo branco) impede a ação do laser. Rubi de pulso longo
(694nm): utiliza fototermólise seletiva; Alexandrite de pulso longo (755nm): utiliza
fototermólise seletiva; Diodo de pulso longo (810nm): utiliza fototermólise seletiva;
Nd:YAG de pulso longo (1064nm): utiliza fototermólise seletiva; Q-switched Nd:YAG
(1064nm): destrói mecanicamente o pelo; Luz intensa pulsada (FICHE, 2014).
Todos os aparelhos no mercado que são utilizados nas peles claras (fototipos
I-III) produzem uma redução nos pelos em torno de 75%. O laser de rubi (694 nm), o
alexandrite (755nm) e o diodo (810 nm), assim como a luz pulsada, são os aparelhos
mais comumente empregados no tratamento para depilação. O Nd:YAG de pulso
longo (1.064 nm) é o aparelho de laser mais seguro para epilação com laser nos
pacientes de pele escura, porque o comprimento de onda é longo, embora os lasers
de diodo, alexandrite e a luz pulsada também possam ser utilizados. A escolha do
laser adequado para cada tipo de pelo e cor de pele e o treinamento para a utilização
correta do equipamento são fundamentais para que se obtenham os melhores
resultados (FICHE, 2014).

Figura 7 – Resultado de depilação com laser no tórax

Fonte: FICHE. Depilação a laser. Disponível em: <http://depilacao-definitiva-


laser.com/fiche-Depilacao-a-laser-80.html>. Acesso em: 15 de set. 2023.
19

3.1 BENEFÍCIOS DA DEPILAÇÃO A LASER NOS PELOS COM FOLICULITE

A busca nas bases de dados resultou em 23 estudos, entre artigos científicos


e livros. Acima na metodologia apresenta-se os termos de busca utilizados e os
critérios de inclusão e exclusão para coleta de dados. Após a primeira avaliação dos
estudos capturados, aplicando os critérios de inclusão, resultou em 19 estudos e
foram selecionados para análise.
A depilação a laser tem sido usada no tratamento de distúrbios cicatriciais
foliculares. O laser Nd:YAG 1.064 nm foi utilizado para redução de pelos e formação
de pápulas na pseudofoliculite da barba, na pele de Fitzpatrick fototipos IV, V e VI
(ROSS et al., 2014).
O alvo da depilação a laser é a melanina do bulbo capilar, que está localizada
na derme. A melanina absorve a luz emitida pelo laser e a energia é então convertida
em calor, resultando na destruição do bulbo. Em pacientes de pele escura - como no
caso descrito - há um desafio na realização da depilação a laser, visto que a melanina
epidérmica compete como cromóforo, absorvendo a luz e provocando aquecimento
da epiderme, o que pode levar a formação de bolhas, alterações de pigmentação e
cicatrizes, além de reduzir a eficácia do procedimento (PARLETTE, KROEGER,
ROSS, 2014).
A absorção de luz pela melanina na faixa de 800 nm é três vezes maior do que
na faixa de 1.064 nm. Independentemente do comprimento de onda, o aquecimento
seletivo pode ser alcançado em indivíduos com pigmentação mais escura porque a
epiderme costuma ser mais clara que o cabelo. No entanto, devido à dispersão da luz
em comprimentos de onda mais curtos, os comprimentos de onda mais longos (1.064
nm) penetram mais profundamente e, portanto, proporcionam uma janela de
segurança mais ampla em pacientes de pele escura (PARLETTE, KROEGER, ROSS,
2014).
O dano epidérmico também pode ser reduzido com o uso de pulsos mais longos
e sistemas de resfriamento (OTBERG et al, 2014).
Com base nas propriedades ópticas da luz na pele, a melhor combinação de
remoção de pelos e preservação da epiderme é alcançada com um laser de pulso
longo. Assim, o laser Nd:YAG é uma boa opção para tratamento de distúrbios
foliculares em indivíduos de pele escura, como é o caso do presente relato de caso,
onde o paciente apresentou excelente resposta ao tratamento, sem relato de efeitos
20

colaterais. A depilação a laser parece ser uma boa opção terapêutica para essa
condição, conforme demonstrado no presente relato de caso (OTBERG et al, 2014).
O laser de diodo promove eficácia, segurança e conforto com alto nível de
satisfação dos pacientes, mesmo para fototipos mais altos. Pode-se alcançar 90% de
depilação permanente com uma média de 5 sessões, considerando o fototipo
específico: pele clara e pelo escuro (BORGES, 2014).
Em estudos que comparam a eficiência dos lasers para depilação há uma certa
vantagem para o laser de diodo, apesar de este ser apontado também como o que
produz mais dor e inflamação. Realizou-se um estudo comparando resultados
epilatórios entre Luz Intensa Pulsada (LIP) e Laser de Diodo e notou-se que, na escala
análoga de dor, os pacientes tratados com laser tinham níveis mais altos, mas com a
LIP foi preciso maior número de sessões para se conseguir o mesmo efeito e o tempo
de espera até o novo crescimento de pelos foi menor (CAMERON et al., 2008).
Considera a foliculite uma lesão na pele, onde ocorre uma infecção no folículo
piloso, causado por bactérias e podem ser encontradas em qualquer região
do corpo: nas mulheres é comum nas virilhas, pernas e axilas e nos homens
na barba, ocorridas por causa do excesso de umidade e suor e podendo ser
agravada pelo uso de lâminas, onde a pele é agredida e favorável a
contaminação e proliferação de bactérias ou fungos (RESCAROLI, SILVA,
VALDAMERI, 2014).
O laser de diodo promove eficácia, segurança e conforto com alto nível de
satisfação dos pacientes, mesmo para fototipos mais altos. Alcançando até 90% de
depilação permanente com uma média de 6 sessões, tendo em conta o fototipo
específico: pele clara e pelo escuro. Para isso, deve-se selecionar bem os pacientes
e utilizar um bom fluxo de energia: mínimo de 20 J/cm2 (BORGES, 2014).
Segundo Ogawa (2017), o laser de diodo de 880 nm pode ser aplicado em
qualquer parte do corpo e trata todos os fototipos, ou seja, todos os tipos de pele,
como peles bronzeadas e negras, pois age diretamente no pigmento (melanina) do
pelo, desse modo, quanto mais escuro for o pelo, mais eficaz será os resultados dos
tratamentos. Suas vantagens são a redução permanente de pelos indesejáveis e o
tratamento definitivo da foliculite.
21

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Embora seja verdade que a foliculite pode ser evitada limpando profundamente
a pele, evitando roupas apertadas e esfoliando a pele periodicamente, o uso diário de
lâminas de barbear vai machucar a pele novamente. A depilação a laser é a melhor
maneira de tratar essa lesão de pele irritante.
O próprio processo de depilação a laser atua nos folículos pilosos, provocando
uma seleção dos mesmos para sua posterior destruição. Desta forma, ao destruir o
folículo, garantimos que o cabelo não volte a crescer naquela área. Além disso, para
que os folículos não fiquem irritados ou nos incomodem novamente. Sendo assim, a
depilação a laser é a melhor forma de tratar a foliculite e prevenir as lesões e
desconforto que elas geram.
Dado que a maioria dos pacientes com foliculite é de fototipo Fitzpatrick alto, é
apropriado empregar um laser de pulso longo, como o laser Nd:YAG ou laser de diodo.
A boa resposta clínica obtida no presente estudo amplia as opções terapêuticas para
esta condição de difícil controle.
O tratamento da foliculite representa um grande desafio, com frequentes
recidivas das lesões. A depilação a laser parece ser uma boa opção terapêutica para
essa condição, conforme demonstrado no presente estudo. Por fim, concluímos que
a escolha do laser é de suma importância, pois deve ter como objetivo diminuir a
possibilidade de efeitos adversos do procedimento sem comprometer sua eficácia.
22

5. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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23

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