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outubro 4, 2018
A história da teoria humoral de
Hipócrates data de quase quatro
séculos antes da nossa era. Esta
é considerada uma das
primeiras aproximações do que,
quase 20 séculos depois, se
transformaria em uma nova
ciência: a psicologia.
Hipócrates, conhecido como “o
pai da medicina”, foi a primeira pessoa do Ocidente a sistematizar os
conhecimentos disponíveis sobre a saúde e a doença. Além disso, propôs uma
explicação para estes fenômenos e uma terapia para entendê-los.
“É muito mais importante saber que a pessoa tem uma doença do que saber que
a doença tem a pessoa.” – Hipócrates-
A teoria humoral de Hipócrates foi assimilada e utilizada pela maioria dos
médicos (e similares) até meados do século XIX. Isso nos dá uma ideia da
solidez com a qual este homem da Grécia Antiga organizou seus pensamentos.
De fato, hoje em dia algumas ideias dessa teoria continuam sendo defendidas.
A teoria humoral
A teoria humoral de Hipócrates defende basicamente que o corpo humano se
compõe de quatro substâncias. Tais substâncias recebem o nome de
“humores”. Elas devem manter um perfeito equilíbrio entre si. Quando perdem
esse equilíbrio, surge a doença, tanto do corpo quanto do espírito.
Qualquer deficiência ou doença significava basicamente que o equilíbrio dos
humores essenciais havia se alterado. Portanto, a forma de tratá-la consistia em
encontrar uma maneira de restabelecer o equilíbrio perdido.
De acordo com esta teoria, as substâncias que compõem o corpo humano são:
bile negra, bile amarela, sangue e fleuma. Por sua vez, cada um destes humores
se relacionava com um elemento do universo e com uma qualidade
atmosférica. A relação seria a seguinte:
Bile negra: relacionada com a terra, com propriedades de secura e frio;
Bile amarela: relacionada com o fogo, com propriedades de secura e calor;
Sangue: relacionado com o ar, com qualidades de umidade e calor;
Fleuma: relacionada com a água, com qualidades de umidade e frio.
Os humores e a personalidade
Hipócrates e seus seguidores nunca viram a doença como um assunto
exclusivamente orgânico. Mantiveram uma concepção na qual a mente e o corpo
eram uma só realidade. Consequentemente, o que acontecia com a mente tinha
efeitos no organismo físico e vice-versa.
Os integrantes da Escola Peripatética
ofereceram um novo elemento à teoria
humoral. Destacaram que o predomínio
de um dos humores gerava um
temperamento específico nas
pessoas. Mais
tarde, Galeno complementou estas
discussões. Indicou que o desequilíbrio
dos humores afetava a forma de ser, de
sentir, de pensar e de se comportar.
Foi Galeno que acabou demonstrando a existência de quatro temperamentos, a
partir da teoria humoral. Estes são:
Melancólico. Caracteriza aqueles que têm um predomínio da bile negra em seu
organismo. Têm um temperamento triste, bastante suscetível e ligado às
atividades artísticas.
Colérico. Representa aqueles que têm uma grande quantidade de bile amarela.
Isso dá origem a um temperamento apaixonado, com muita vitalidade e com
tendência de sentir raiva com muita facilidade.
Sanguíneo. Neste caso, predomina o humor do sangue. As características do
temperamento sanguíneo são a segurança em si mesmo, a alegria, o otimismo,
a expressividade e a sociabilidade.
Fleumático. Caracteriza aqueles que têm um predomínio de fleuma em seu
organismo. As pessoas fleumáticas são reflexivas, justas, tranquilas, sem grande
capacidade de compromisso e pouco preguiçosas.
De fato, as teorias de
Hipócrates e de Galeno
serviram como inspiração
para os primeiros
psicólogos. De uma forma ou
de outra, estes pensadores
conseguiram um grande
avanço.
Suas classificações se
aproximam dos diferentes
tipos de personalidade definidas por pesquisadores quase 2 mil anos depois de
terem sido estudadas pelos precursores das ciências da saúde.
Dra. Eloíza Quintela
Cirurgiã do Aparelho Digestivo e Transplante Hepático
Cirurgiã Hepato Biliopancreático
Gastroenterologista e Hepatologista
CRM-SP 80854
E Fígado e o Humor
O conceito de humor (khymós, em grego), na escola hipocrática, era de uma
substância existente no organismo, necessária à manutenção da vida e da
saúde. Inicialmente, fala-se em número indeterminado de humores.
Posteriormente, verifica-se a tendência de simplificação, reduzindo-se o número
de humores para quatro, com seu simbolismo totalizador. No livro Das
doenças os humores são o sangue, a fleuma, a bílis amarela e a água. Na
evolução dos conceitos, a água, que já figurava como um dos componentes do
universo, é substituída pela bílis negra. Admite-se que a crença na existência de
uma bílis negra tenha sido fruto da observação clínica nos casos de
hematêmese, melena e hemoglobinúria. No tratado Da natureza do homem, um
dos mais tardios da coleção hipocrática, atribuída a Polybos, genro de
Hipócrates, a bílis negra é definitivamente incorporada como um dos quatro
humores essenciais ao organismo. Segundo a doutrina dos quatro humores, o
sangue é armazenado no fígado e levado ao coração, onde se aquece, sendo
considerado quente e úmido; a fleuma, que compreende todas as secreções
mucosas, provém do cérebro e é fria e úmida por natureza; a bílis amarela é
secretada pelo fígado e é quente e seca, enquanto a bílis negra é produzida no
baço e no estômago e é de natureza fria e seca.
A doutrina dos quatro humores encaixava-se perfeitamente na concepção
filosófica da estrutura do universo. Estabeleceu-se uma correspondência entre
os quatro humores com os quatro elementos (Terra, Ar, Fogo e Água), com as
quatro qualidades (frio, quente, seco e úmido) e com as quatro estações do ano
(inverno, primavera, verão e outono). O estado de saúde dependeria da exata
proporção e da perfeita mistura dos quatro humores, que poderiam alterar-se por
ação de causas externas ou internas. O excesso ou deficiência de qualquer dos
humores, assim como o seu isolamento ou miscigenação inadequada,
causariam as doenças com o seu cortejo sintomático.
Tabela dos Humores e suas Associações
Do Sangue (Sanguis) sanguine, significando "resistente, confidente, otimista,
vem: alegre, feliz."
bílis, significando "a qualidade ou estado do ser
irascível”; colérico, significando "irritado, irado,
irascível"; bile, significando "inclinação a irritar-se, raiva
Da Bílis Amarela
(baço)"; bilioso (mau humor), significando "pevish,
(Bilis, Kholê) e suas
ruim"; amargo, significando "bitterness, rancor,
associações vem:
insolence"; spleen, significando "malevolência misturada
& mau temperamentado"; e ictérico (invejoso),
significando "inveja, distaste, hostilidade."
Do Fleuma (Phlegma) fleumático, significando "lento, estólido, indiferença,
vem: impassivo."
E da Bílis Negra melancólico, significando "depressivo, tendência à
(Melancholia) vem: depressão os espíritos, irascivel, triste, abatido."
As funções do fígado
O fígado garante o fluxo suave do qi. O Nei Jing refere-se ao fígado como um
general no exército, coordenando o movimento das tropas. Quando o fígado
funciona suavemente, a atividade física e emocional por todo o corpo também
ocorre suavemente.
Muitas pessoas têm rigidez nos músculos dos ombros e músculos do pescoço
após a ingestão desse poderoso estimulante herbáceo. De fato, pode ser
extremamente difícil resolver desequilíbrios do fígado em pessoas que bebem
café regularmente.
O fígado se mostra dentro dos olhos. Ainda que todos os órgãos tenham alguma
conexão com a saúde dos olhos, o fígado está conectado à função adequada os
olhos. Por exemplo, problemas oculares crônicos geralmente podem estar
relacionados a uma deficiência do yin ou sangue do fígado. É bastante comum
obter sucesso com problemas de desordem ocular tratando-se o fígado.
A RAIVA
A raiva é uma emoção que tem um amplo espectro. Outras emoções como o
ressentimento, frustração, a indignação, a animosidade, a irritação, a amargura,
o ódio, na realidade, são variações da raiva. Qualquer um desses estados
emocionais pode afetar o fígado, se permanecerem por algum tempo no sistema.
A raiva nem sempre é manifestada expressamente com explosões, irritabilidade
ou gritos. Há indivíduos que podem estar carregando raiva por anos, sem
necessariamente manifestá-la. Nesse caso, instaura-se uma profunda
depressão que drena a energia da pessoa, impedindo-a até mesmo de expressar
a raiva. Esses são os casos daquelas pessoas que andam devagar, falam com
voz suave, mas que estão cheias de raiva por dentro. Familiar? Bem, esse tipo
de depressão, muitas vezes, é causada por um ressentimento, armazenado por
muitos anos, muitas vezes contra um determinado membro da família.
A raiva pode afetar outros órgãos, como o estômago, por exemplo. Isso acontece
invariavelmente quando a pessoa fica com raiva na hora das refeições. Porém,
os intestinos são afetados quando se fica com raiva uma ou duas horas depois
de uma das refeições. Um caso comum é aquele que o indivíduo vai para um
trabalho estressante ou frustrante logo após o almoço. O Qi estagnado do fígado
invade o intestino, causando dores abdominais, distensão e prisão de ventre com
diarreia, alternadamente. Todas as emoções, além de afetarem determinados
órgãos diretamente, afetam o coração indiretamente. No caso da raiva, ela
aumenta o fluxo de sangue no coração. Com o passar do tempo, provoca o
aquecimento do sangue que além de afetar o coração, afeta também a mente.
As pessoas que estão sempre apressadas e as que fazem exercício
excessivamente são particularmente suscetíveis à raiva. A raiva pode em muitos
casos disfarçar emoções como a culpa. Muita gente carrega uma carga enorme
de culpa por anos a fio, mas não consegue ou não está preparado para
reconhecê-la. Acabam usando a raiva para mascarar a culpa. Em países como
a Itália, a Grécia e a Espanha, por exemplo, há famílias inteiras que estão
permanentemente com raiva. A raiva é usada, porém, para mascarar
sentimentos como a culpa, o medo, a fraqueza ou o complexo de inferioridade.
O lado positivo da energia que gera a raiva é força, dinamismo, criatividade e
generosidade. Essa mesma energia que se perde, muitas vezes, em explosões
vulcânicas, pode ser direcionada para fazer um indivíduo conseguir um objetivo
na vida.
O FÍGADO
3 - Comer demasiado
Devemos seguir estes conselhos sem que signifique maior gasto. Sé temos que
adoptar um estilo de vida mais saudável e melhorar os nossos hábitos
alimentares. Manter bons hábitos de alimentação e exercício é muito positivo
para que o nosso organismo absorva o que necessita e elimine os químicos no
seu "horário.
Os adoecimentos podem ser de dois tipos, por falta ou por excesso de energia,
ou usando um termo mais técnico, por vazio ou plenitude. Em relação às
emoções que lesam mais especificamente o fígado vamos ter, num quadro de
plenitude, a raiva, mais exatamente a raiva reprimida e, num quadro de vazio, o
pânico, que agora virou síndrome de pânico.
Todo órgão está acoplado a uma víscera que, no caso do fígado, é a vesícula
biliar, que em geral tem um papel secundário para o funcionamento do sistema.
Resumidamente, a vesícula atua mantendo o nosso equilíbrio postural. Todos os
quadros de tonturas, vertigens, labirintites estão ligados a ela. Rege a articulação
têmporo-mandibular (ATM). Todas as tensões que ficaram retidas no fígado
podem descarregar nesta região e produzir um quadro de ranger os dentes
(bruxismo), que se manifesta mais frequentemente durante o sono. Ao nível
emocional a vesícula biliar comanda o nosso processo de decisão, e seus
desequilíbrios vão se apresentar na forma de indecisões ou mesmo
desorientações, perda de rumo.
A lágrima é a secreção interna que ajuda a aliviar o fígado. Deste fato vem a
importância de não se reprimir o choro, embora nem sempre seja conveniente
socialmente. Mas, pode acreditar conter o choro faz mal à saúde.
Agora que já temos uma ideia de como é estar com a energia do fígado
desequilibrada, vamos fazer alguma coisa para ajudar. O mais importante é a
harmonia das emoções, isto é, as emoções não devem ser reprimidas. Nós
devemos senti-las e deixá-las fluir, evitando o apego emocional. Depois, evitar
os medicamentos químicos, as bebidas alcoólicas, os temperos picantes, se não
puder evitar, usá-los com moderação. Na alimentação, optar pelas coisas de cor
verde, e usar de preferência verduras cruas.