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Psicologia Aplicada à

Enfermagem
Prof. Gislaine Raposo
Aula 01
• Apresentação da Disciplina:
 Aulas – 18, 21, 23, 28 e 30 de Março
 Prova – 30/03/2016
 Avaliação – Participação e Prova
• Introdução à Psicologia da Saúde
– Origens da psicologia
– A Psicologia como ciência
– A Psicologia aplicada à Saúde
– Filme “DIVERTIDA MENTE”
CONCEITO DE
PSICOLOGIA
FORMADA POR DUAS PALAVRAS
GREGAS:
1. PSIQUE – ALMA, MENTE.
2. LOGOS – ESTUDO, CIÊNCIA.

ETMOLÓGICAMENTE PSICOLOGIA
SIGNIFICA: ESTUDO DA ALMA.
Definição de Psicologia

É o estudo científico do comportamento


e dos processos mentais.
CONCEITO DE
PSICOLOGIA
Com O Passar Dos Tempos, A Psicologia Tem Sido
Usada Para Indicar O Estudo Da Mente E Do
Comportamento Dos Organismos.
Ilusão Visual: Alinhamento
CONTRIBUIÇÕES DE
HIPÓCRATES.
Ele conduziu uma das primeiras pesquisas
de saúde pública a respeito dos hábitos daqueles
que sofriam de gota, controlando suas
temperaturas corporais, frequência cardíaca,
respiração e outros sintomas.
CONTRIBUIÇÕES DE
HIPÓCRATES.
Foi Hipócrates que apontou a importância das
emoções e dos pensamentos em relação à saúde
física, bem como buscou tratamentos.

Foi o primeiro a fazer a relação entre saúde


mental e saúde física.
CIÊNCIA E SENSO
COMUM
A Psicologia Usada
No Cotidiano Pelas Pessoas Em Geral,
É Denominada De Psicologia Do Senso
Comum.
CIÊNCIA E SENSO
COMUM
Esta Psicologia É Utilizada Como Forma De Explicar
Como Um Vendedor Consegue Vender Muito, Como
Alguém Consegue Conquistar O Seu Amor, Etc.

Isto Significa Que As Pessoas Têm Um Certo Domínio,


Mesmo Que Pequeno E Superficial, Do Conhecimento
Acumulado Pela Psicologia Científica.
SENSO COMUM: CONHECIMENTO DA
REALIDADE

O senso comum é o domínio da vida cotidiana, da


realidade sentida como seres humanos.

O senso comum é uma forma de sentir que estamos


vivos e fazemos parte de um todo.
CIÊNCIA
É uma atividade reflexiva.
Baseia-se na realidade Cotidiana e pensa sobre ela.

Afasta-se desta realidade e vai procurar refletir e


conhecer além das aparências. A ciência sempre se
refere ao real.
A ciência abstrai a realidade para compreendê-la melhor
e a transforma em objeto de investigação.
CIÊNCIA E COTIDIANO
O cotidiano e o conhecimento científico acerca da
realidade aproximam-se e afastam-se.

Aproximam-se porque a ciência se refere ao real.


Afastam-se porque a ciência reflete sobre a realidade
para compreendê-la melhor.
CIÊNCIA E COTIDIANO
EX:
Newton – partindo da fruta que caía da árvore (fato do
cotidiano) formulou a lei da gravidade (fato científico).
Uso da garrafa térmica – sabe-se o tempo em que o café
ficará quente, mas as vezes desconhecemos as leis da
termodinâmica.
Ao atravessar a rua sabemos medir a distância e a
velocidade de um carro – mas podemos desconhecer a
teoria que mede a distância e a velocidade.
CIÊNCIA E COTIDIANO
O senso comum se apropria de outros saberes
produzidos, misturando e reciclando, reduzindo-os a um
tipo de teoria simplificada, produzindo uma determinada
visão de mundo mais simplista.

Somente o senso comum não seria suficiente para as


exigências de desenvolvimento da humanidade. Já no
tempo do homem primitivo, este conhecimento não seria
suficiente para dominar a natureza.
ÁREAS DO CONHECIMENTO
No século iv a.C., Os gregos já dominavam os cálculos
matemáticos – necessitavam disso para resolver seus
problemas agrícolas, arquitetônicos, navais e etc.
Também os gregos se preocuparam com a origem e o
significado da existência humana. Foi com eles que
surgiu a filosofia.
A religião surge como a formulação de um conjunto de
pensamentos sobre a origem do homem, seus mistérios,
princípios morais e etc.
ÁREAS DO CONHECIMENTO
A arte acompanha o homem desde a pré-história, quando
deixou as marcas de sua sensibilidade nas paredes das
cavernas, traduzindo suas emoções.

Portanto, a arte, a religião, a filosofia, a ciência e senso


comum são domínios do conhecimento humano.
O QUE É CIÊNCIA?
É um conjunto de conhecimentos sobre fatos ou aspectos
da realidade, expresso por meio de linguagem precisa e
rigorosa.
1. Os conhecimentos devem ser obtidos de maneira
programada, sistemática e controlada, para que seja
válido.
Somente desta forma, o saber pode ser transmitido,
verificado, utilizado e desenvolvido.
O QUE É CIÊNCIA?
2. Outro aspecto interessante da ciência: objetividade
suas conclusões devem ser passíveis de verificação,
isentas de emoção, tornando-se válidas para todos.

3. A ciência tem um objeto específico de estudo, uma


linguagem rigorosa, métodos e técnicas específicas,
processo cumulativo de conhecimento e objetividade.
O QUE É CIÊNCIA?

É esse conjunto de características é o que permite


que denominemos científico a um conjunto de
conhecimentos.
ORIGENS HISTÓRICAS DA
PSICOLOGIA

As origens da psicologia se remontam aos grandes


filósofos da grécia antiga: Sócrates, Platão e Aristóteles.

Foram estes filósofos que fizeram as perguntas


fundamentais sobre a vida mental: o que é consciência?
As pessoas são intrinsicamente racionais ou irracionais?
Ilusão Visual: “Rotating Snakes”
ORIGENS HISTÓRICAS DA
PSICOLOGIA

Estas perguntas são os elementos fundamentais da


perspectiva cognitiva na psicologia nos dias atuais.

Antes de 300 a.C., Aristóteles teorizou sobre temas


como aprendizagem e memória, motivação e emoção,
percepção e personalidade.
Hipócrates, chamado de o “pai da medicina”,
estudou as funções do organismo vivo e suas
partes. Seus estudos abriram as portas para a
psicologia biológica.
Foi hipócrates que teorizou sobre os temperamentos.

Essa foi a teoria sobre o funcionamento das emoções é


aceita até hoje pela medicina oriental e alternativa.
Segundo ele, associado a fleumas, bile negra, bile amarela
e sangue, respectivamente, ao fogo, terra, ar e água, esses
humores predominariam em determinada estação do ano
isto é, verão (bile amarela), outono (bile negra), primavera
(sangue) e inverno (fleugmas). O desequilíbrios desses
humores era considerado a fonte de todas as doenças.
As doenças se deveriam a um desequilíbrio entre os humores,
cuja causa principal seria as alterações devidas aos alimentos,
os quais, ao ser assimilados pelo organismo, dariam origem aos
quatro humores.

Entre os alimentos, Hipócrates incluía a água e o ar. A febre


seria uma reacção do corpo para cozer os humores em excesso.
O papel da terapêutica seria ajudar a physis a seguir os seus
mecanismos normais, ajudando a expulsar o humor em excesso
ou contrariando as suas qualidades.
Também conhecida por teoria humoral hipocrática ou galénica, segue as teorias
dominantes na escola de Kos

Teoria humoral (ou teoria dos quatro humores) constituiu o principal corpo de explicação
racional da saúde e da doença entre o século 4 a.C. e o século 17

O artista Albrecht Dürer representou os humores na obra Os Quatro


Apóstolos: os temperamentos melancólico, sanguíneo, colérico e
fleumático são incorporados, respectivamente, por São João, São
Pedro, São Paulo e São Marcos
ORIGENS HISTÓRICAS DA
PSICOLOGIA

Fleumático – muita fleuma.


Sanguíneo – excesso de sangue.
Colérico – bile amarela.
Melancólico – bile negra.
No sentido horário, a partir da
figura superior direita: colérico,
melancólico, sanguíneo,
fleumático).
TESTE DE PERSONALIDADE
ORIGENS HISTÓRICAS DA PSICOLOGIA

A teoria humoral ou dos temperamentos de hipócrates, por


mais que tenha se tornado absoleta, ainda segue sendo usada por
muitos “estudiosos”.

Humor Elemento Nome antigo Nome moderno MBTI Características antigas

Alegre, prestativo,
Sangue Ar Sanguíneo Artesão SP
amoroso

Irritadiço, agressivo,
Bílis amarela Fogo Colérico Racional NT
corajoso

Desanimado,
Bílis negra Terra Melancólico Idealista NF
inquieto, complexo

Moderado, frio,
Fleuma Água Fleumático Guardião SJ
diplomático
TEORIA HUMORAL OU DOS
TEMPERAMENTOS.

Quando os humores estivessem desequilibrados, o corpo e a mente


seriam afetados de maneira previsível, dependendo de qual dos
quatro humores estivesse em excesso.

 Paciente com excesso de sangue, tinha um


PERSONALIDADE SANGÜÍNEA – seria uma pessoa
otimista, exagerado, impulsivo, volúvel e alegre, mas
também aumentava a propensão para:epilepsia, angina,
disenteria e artrite.
TRATAMENTO: Flebotomia (abertura de uma veia para
retirar o excesso de sangue), banhos frios e edemas.
TEORIA HUMORAL OU DOS TEMPERAMENTOS.

A pessoa com excesso de Fleuma, teria uma PERSONALIDADE


FLEUMÁTICA, ou seja, uma pessoa triste, lenta, sem ânimo,
indeciso, desconfiado, cumpridor. Isto resultaria em dores de
cabeça, resfriados, AVC.
TRATAMENTO: Banhos quentes, diuréticos e ervas que
induzissem a náusea.
TEORIA HUMORAL OU DOS TEMPERAMENTOS.

A pessoa que tinha excesso de bile amarela teria


PERSONALIDADE COLÉRICA, teria um temperamento
ardente, sarcástico, impaciente, prepotente, vaidoso, insensível.
Seria propenso a ter úlceras na boca, icterícia e distúrbios
estomacais.
TRATAMENTO: Sangrias, dietas líquidas, enemas e banhos
refrescantes.
TEORIA HUMORAL OU DOS TEMPERAMENTOS.

A pessoa com excesso de bile negra teria a PERSONALIDADE


MELANCÓLICA, ou seja, seria um pessoa triste, sorumbática,
vingativo, inflexível, idealista, confuso, habilidoso. Isto
contribuiria para úlceras e hepatite.
TRATAMENTO: Dieta especial, banhos quentes, eméticos (drogas
que induzem ao vômito) e queima de tecido corporal com uso de
ferro quente (cauterização).
TEORIA HUMORAL OU DOS
TEMPERAMENTOS.

Esta teoria humoral, foi descartada com os avanços em


anatomia, fisiologia e microbiologia.

A medicina alternativa e popular, em muitas culturas, ainda


seguem esta noção sobre traços de personalidade estando
ligados aos fluidos corporais
CONTRIBUIÇÕES DE HIPÓCRATES.

Hipócrates contribuiu de forma notável para uma


abordagem científica da medicina.

Ele aprendeu e ensinou quais os hábitos pessoais que


contribuíam para a gota (doença causada por perturbações
no metabolismo do ácido úrico)
Origens da Psicologia

»Escolas de Estudo científico do ser humano


• Platão – Inatismo
– Programação genética: as pessoas nascem biologicamente programadas
para falar, andar, etc. Desenvolvem-se naturalmente.

• Aristóteles – Empirismo
– Teoria da “Tabula Rasa”: a mente humana é como um espaço vazio a ser
preenchido, ou seja, o indivíduo apenas reage ao meio.

• René Descartes (1596-1650) - Racionalismo


– Definição do Raciocínio: o homem utiliza o raciocínio (operação mental,
discursiva e lógica) que usa proposições para extrair conclusões.
Origens da Psicologia

»Escolas de Estudo científico do ser humano


• Fechner (1801 – 1887) – Psicologia Experimental
– Originou a psicofísica que se propunha a estudar
quantitativamente as
relações entre a vida mental e os estímulos do meio.
– Utiliza técnicas experimentais e procedimentos matemáticos.
• Wundt (1832 – 1920): Estruturalismo
– Se propõe a estudar a estrutura da mente.
– 1º laboratório de psicologia – Alemanha.
• William James (1842-1910): Funcionalismo
– Busca estudar a função da estrutura psíquica do indivíduo.
– Funções mentais ajudam o indivíduo a se ajustar ao meio.
Origens da Psicologia
» Hipóteses sobre a localização da alma
• Homem – imagem e semelhança de Deus.
– Corpo: “sacrário da alma” – é inviolável.

– Comportamento: sujeito à sua própria vontade e à de Deus.

Hipótese cardíaca - Aristóteles


• o coração era a sede da alma e órgão controlador dos
processos mentais, e o cérebro teria a função de resfriar a
temperatura sanguínea.
Origens da Psicologia
Localização da Alma

• Teoria tecidual – Andreas Versalius


– O que diferencia o cérebro humano do
animal é o volume de tecido cerebral e não
o tamanho dos ventrículos cerebrais.
Andreas Versalius

• Localizacionistas – Gall  Brodmann


– O cérebro atua de forma fragmentada, e
cada região por uma função mental e
comportamento específicos.
A psicologia como ciência
• A psicologia se insere no contexto científico: torna seu objeto de
estudo mais objetivo. Desafio: não perder de vista a subjetividade do ser
humano que continua sendo seu foco de estudo e intervenção.

– Bleger (1979): A psicologia é a ciência que estuda todas as


manifestações do ser humano nas três áreas de conduta:
– Fenômenos mentais; corpo; e ambiente.

– Psicologia: ciência que estuda o comportamento humano por meio de


métodos científicos rigorosos com o objetivo de compreender, predizer e
controlá-los.

• Objeto de estudo da psicologia: o ser humano, seu desenvolvimento


e sua interação com o meio e com outros indivíduos/grupos sociais.
A psicologia como ciência
• Aplicações da psicologia
– Geral: determinar o objeto, método, princípios gerais e ramificações
da psicologia enquanto ciência.
– Fisiológica: investiga o papel que os eventos e estruturas fisiológicas
exercem no comportamento.
– Desenvolvimento: foco de estudo no desenvolvimento ontogenético
(mudanças que ocorrem no ciclo vital de uma pessoa).
– Animal/comparada: estuda o comportamento animal para
tentar
explicar o comportamento humano por comparação.
– Social: situações e suas variáveis em que a conduta
humana é influenciada por pessoas e grupos.
A psicologia como ciência
• Aplicações da psicologia
– Diferencial: diferencia os indivíduos a partir de relações de causa e
efeito entre as características individuais e o comportamento.
– Psicopatologia: o foco está no comportamento anormal, patológico.
– Personalidade: pretende explicar quem é o ser humano e
como
constrói seus hábitos, preferências e temperamentos, a partir de teorias
que podem ser didaticamente agrupadas nos grupos de teorias:
» Psicodinâmicas
» Estruturais
» Experimentais
» de Aprendizagem
A psicologia como ciência
• Ramos de Atuação da psicologia

A psicologia se insere em todo contexto em que o ser humano vive e se


comporta para compreendê-lo melhor e para exercer suas atividades.

– Psicologia Clínica: psicólogo clínico


– Psicologia Jurídica: psicólogo jurídico
– Psicologia do Trabalho: psicólogo organizacional
– Psicologia Social: psicólogo comunitário
– Psicologia da Educação: psicólogo escolar
– Psicologia da Saúde: psicólogo hospitalar
A Psicologia aplicada à Saúde
• Origem da Psicologia da Saúde – (1978)
– A American Psychological Association (APA criou a divisão de
)
psicologia da saúde (Divisão 38) a da medicina
diferenciando
comportamental.

– Definição: ramo da psicologia que aplica princípios e pesquisas


psicológicas para melhoria, tratamento e prevenção de doenças.

– Princípio científico: busca explicar como a saúde do indivíduo pode ser


afetada por seus pensamentos, sentimentos, e atitudes, individuais e
coletivas.
A Psicologia aplicada à Saúde
• Joseph Matarazzo (1982): Estabeleceu os quatro objetivos da
psicologia da saúde:
– Etiologia: estudar de forma científica as causas e origens psicológicas,
comportamentais e sociais das doenças.
– Promoção de saúde: estudar estratégias que estimulem as pessoas a
adotarem comportamentos que promovam saúde.
– Prevenir e tratar doenças: projetar programas para auxiliar na adesão
aos tratamentos médicos e à mudança de comportamentos nocivos.
– Saúde Pública: promover políticas de saúde publica e
auxiliar no aprimoramento do sistema de saúde público.
A Psicologia aplicada à Saúde
• Tendências que moldaram a Psicologia da Saúde:
– Aumento na expectativa de vida: as pessoas estão vivendo muito mais
e precisam ganhar qualidade de vida e compreender os desafios
biopsicossociais impostos por este fator.
– Surgimento de transtornos relacionados ao estilo de vida: a psicologia
contribuirá com a análise de comportamentos nocivos e protetores da
saúde humana.
– Substituição do modelo biomédico pelo biopsicossocial: estudo de
fenômenos como o efeito placebo tornam-se importantes.
– Aumento dos custos em saúde pública: o foco passa a ser a prevenção.
ANIMAÇÃO

M E NTE
TI DA
DI V ER
• A Psicologia é a ciência interessada em estudar o
comportamento humano, bem como as relações
subjetivas que o indivíduo estabelece no meio
em que vive.
• Assim por se tratar de uma ciência humana, ela
lida com questões emocionais, afetivas e sociais.
ESTRUTURA DA PERSONALIDADE
SEGUNDO SIGMUND FREUD
• Freud organizou a estrutura da • Ego: começa a se desenvolver
personalidade em 3 componentes entre os 4 e 6 meses de idade.
principais: id, ego e superego. Eles Vivencia a realidade do mundo
são distintos por suas funçoes externo, se adapta e responde a
peculiares e características ela. Principal função é de
diferentes. mediador entre o mundo externo,
• ID: local das pulsões instintivas – o o Id e o superego.
princípio do prazer que nas • Superego: designado como o
crianças está muito embitudo. Os princípio da perfeição.
comportamentos impulsionados Desenvolve-se entre os 3 e 6 anos
pelo Id podem levar ao de idade.Importante para a
arrependimento pois são socializaçãp do indivíduo, pois
impulsivos e podem ser ajuda no controle dos impulsos.
irracionais. Problemas de auto-confiança e
baixa auto-estima ocorrem
quando o superego se torna rígido
e punitivo.
Entendendo melhor a Estrutura da
Personalidade:
• EGO: • ID: impulsivos, cleptomaníacos,
– Equilíbrio: busca dados da etc
realizade para resolver
situações.
• SUPEREGO:
– Qdo. uma criança é – Estremamente
constantemente repressor, é o “freio”
estimulada por bom que decide entre o
comportamento, sua auto- certo e o errado.
estima aumenta e esse – Quando uma pessoa
comportamento passa a
tem foco excessivo no
fazer parte ideal do ego.
– Quando uma pessoa tem
superego ela pode se
foco excessivo no Ego, ela tornar extremamente
pode torna-se narcisista, autodepreciativas.
ou seja, se acham
perfeitas.
Exemplos Práticos:

• Pessoas extremamente tímidas que fazem uso do etilismo


ou da drogadição para se superarem.
• O efeito da substância química no organismo faz com que
haja uma desestrutura entre os componentes da
personalidade e o Id fica mais explícito.
• Qual o papel do Psicólogo? Ajudar seus pacientes a
encontrarem seu EGO.
DINÂMICA DA PERSONALIDADE

• CATEXIS: é o processo pelo qual o Id investe energia nun objeto na tentativa de


obter gratificação. Ex: um individuo que se volta instimtivamente para o álcool
para aliviar o estresse.
• ANTICATEXIS: uso de energia psíquica pelo ego e o superego para controlar os
impulsos do Id. Ex: na situação anterior o ego tentaria controlar o uso do álcool
pelo pensamento racional, como “não vou beber”. O superego exerceria
controle por “não devo beber, se eu beber minha familia vai ficar magoada e
furiosa. Tenho de pensar em como isso os afeta. Sou uma pessoa muito fraca”
TOPOGRAFIA DA MENTE
• Consciente: inclui todas as • Inconsciente: inclui todas as
memórias que permanecem ao memórias que não se consegue
alcance do indivíduo, como trazer à percepção consciente.
números de telefone, datas, etc. Consiste em memórias
Está sob o controle do ego. desagradáveis ou não essenciais
• Pré-consciente: inclui todas as que foram reprimidas e só podem
memorias que podem ter sido ser recuperadas por terapia,
esquecidas ou não no momento na hipnose e certas substancias que
consciencia, mas podem ser alteram a percepçao e têm a
trazidos rapidamente à consciencia capacidade de reestruturas as
pela atenção. Ex: numeros de memórias reprimidas. Psicanálise
telefone pouco usados.Está é a psicologia do inconsciente.
parcialmente sob o controle do Freud deu o nome por ter lançado
superego, que ajuda a suprimir a proposta dessa nova psicologia.
pensamentos e comportamentos
inaceitáveis.
ETAPAS DA PERSONALIDADE

• Não existe personalidades identicas, como não existe


pessoas identicas.
• Conhecer um pouco do processo de desenvolvimento
da personalidade é fundamental para entender a
evolução dos indivíduos e respeitar cada um na sua
condição, com seus problemas.
• As fases do desenvolvimento da personalidade são as
seguintes: oral, anal, fálica, da latência, da
adolescência, da maturidade e da velhice.
Fase oral

• É o período que corresponde ao 1º ano de vida.


• Maior parte das necessidades e interesses da cç está
concentrada principalmente na boca, esôfago e estômago;
a libido está ligada ao processo de alimentação.
Fase Anal

• Período que corresponde ao 2º ou 3º ano de vida.


• A satisfação anal passa a ser o destaque.
• A valorização que os pais dão às funçoes anais reforça
o prazer natural destas atividades.
• É nessa fase que a cç passa a ter controle dos
intestinos de acordo com as exigencias do meio em
que vive.
• Este aprendizado atinge-a emocionalmente mais que
outros.
Fase fálica

• Transcorre entre 3 a 5 anos de idade.


• Concentração da libido está nos órgaos genitais.
• Aumenta o interesse pelo proprio corpo, manifestando-se
através da masturbação, do exibicionismo e pela tendencia
ao maior contato físico com o sexo oposto.
• O fenômeno conhecido como Complexo de Édipo está
ligado ao conflito sexual desta fase, sendo comum a todas
as pessoas. (amor do menino pela mãe e no ódio pelo pai)
Fase de latência

• Vai dos 5 aos 10 anos de idade, caracterizada por uma


interrupção aparente no desenvolvimento sexual.
• É nesse período que a cç entra na escola e os interesses são
transferidos aos estudos.
• Nesta etapa, meninos e meninas tendem a ter atividades
diferentes e formarem grupos separados.
Adolescência

• Essa fase varia de aproximadamente dos 12 anos até 20 anos de


idade.
• Grandes e variados conflitos emocionais
• Necessita ter um papel de adulto mas deseja manter-se cç.
• Mudança corporal brusca, interesse pelo sexo oposto.
• É nessa etapa que o jovem deve decidir-se por uma profissão e
ter sua independência.
• Os rapazes em geral têm uma urgência sexual maior do que as
moças e a forma encontrada quase sempre é a masturbação,
sendo que sua ausência pode ser um sinal de intensa repressão
sexual. Por outro lado essa prática pode levar a sentimentos de
culpa e baixa auto-estima devido à crenças culturais de
reprovação.
Maturidade

• Vai aproximadamente dos 20 aos 50 anos.


• Problemas a serem enfrentados: ajustamento profissional,
casamento e paternidade.
Velhice

• Inicia-se aproximadamente aos 50 anos


• Caracterizada por declínio funcional associado a
acontecimentos psicofisicos.
• A maneira como o idoso é tratado varia de acordo com o
meio cultural.
MECANISMOS DE DEFESA

• ADAPTAÇÃO PSICOLÓGICA AO ESTRESSE:


– A ansiedade é um padrão de resposta psicológica primária
ao estresse. É definida domo um sentimento de incerteza e
impotência. Tipos de mecanismos adaptativos para aliviar a
ansiedade em situações de estresse: dormir, comer,
praticar exercicios fisicos, fumar, chorar, andar de um lado
para o outro, balançar o pé, remexer-se, praguejar, roer as
unhas, bater com os dedos na mesa, falar com alguem que
se sente à vontade, etc.
– Quando o nível de ansiedade aumenta, alguns mecanismos de
defesa do ego são empregados consciente ou incosncientemente
como protetores. Esses mecanismos podem se tornar um fator de
desajuste quando são usados em grau extremo que distorcem a
realidade, interferem nas relações interpessoais e limitam a
capacidade do indivíduo em trabalhar de maneira produtiva.
– Freud afirmava que a nossa fala é contaminada de dicas a nosso
próprio respeito, ou seja:
• “O que João fala de Pedro, esse conteúdo é mais de João do que
de Pedro”.
Tipos de Mecanismos de Defesa:

• Projeção • Racionalização
• Formação reativa • Fantasia
• Regressão • Compensação
• Sublimação
• Introjeção
• Negação
• Deslocamento
RACIONALIZAÇÃO
É o processo de achar motivos lógicos e racionais
aceitáveis para pensamentos e ações inaceitáveis. É o
processo através do qual uma pessoa apresenta uma
explicação que é logicamente consistente ou eticamente
aceitável para uma atitude, ação, idéia ou sentimento
que causa angústia. Usa-se a Racionalização para
justificar comportamentos quando, na realidade, as
razões para esses atos não são recomendáveis.
Características da Puberdade
Exemplo: Um aluno que, não ta
conseguindo responder a uma questão, diz
“isso não é interessante de saber mesmo”
ou “não respondi porque não tive tempo
de estudar, pois lá em casa fazem muito
barulho.
REPRESSÃO
Sua essência consiste em afastar uma determinada
coisa seja ela um evento, idéia ou percepção do
consciente, mantendo-a à distância, no inconsciente,
por ser algo potencialmente provocador de ansiedade.
Estando no inconsciente não traz ameaças. Porém, o
material reprimido continua fazendo parte da psique,
apesar de inconsciente e continua causando problemas
(sintomas).
Segundo Freud, os sintomas histéricos com
frequência têm sua origem em alguma antiga repressão.
Algumas doenças psicossomáticas, tais como asma,
artrite, impotência, frigidez. úlcera, etc, também
poderiam estar relacionadas com esse mecanismo de
defesa.
Exemplo: Quando a pessoa não se dá conta que está
com raiva, mesmo que seja evidente pela fisionomia.
PROJEÇÃO
O ato de atribuir a uma outra pessoa, animal ou objeto as qualidades,
sentimentos ou intenções que a pessoa recusa em reconhecer em si
próprio, como sendo seu e portanto, atribui (projeta) ao outro. É um
mecanismo de defesa através do qual os aspectos da personalidade de
um indivíduo são deslocados de dentro deste para o meio externo.
Além que afirma textualmente que “todos nós somos algo desonestos”
esta, na realidade, tentando projetar nos demais suas próprias
características. Ou então, dizer que “todos os homens e mulheres
querem apenas sexo”, pode refletir sua própria projeção.
Sempre que caracterizamos algo de fora de nós como sendo
mau, perigoso, pervertido, imoral e assim por diante, sem
reconhecermos que essas características podem também ser
verdadeiras para nós, è provável que estejamos projetando.
Pesquisas relativas à dinâmica do preconceito mostraram que
as pessoas que tendem a estereotipar outras também revelam pouca
percepção de seus próprios sentimentos. As pessoas que negam ter
um determinado traço específico de personalidade são sempre mais
críticas em relação a este traço quando o vêem nos outros.
Exemplo: O marido infiel, mostra
suspeita da fidelidade de sua esposa.
IDENTIFICAÇÃO
Identificação é a capacidade de ocupar lugares e posições
psíquicas diferentes. Primeiro há uma identificação para depois
se formar uma identidade, que seria encontrar um eu, livre de
ligação com qualquer objeto. O sujeito assimila um aspecto, uma
propriedade, um atributo do outro e se transforma, total ou
parcialmente, segundo o modelo desse outro. Em outras
palavras, o indivíduo se identificado com o outro (pessoa ou
objeto), cria internamente uma imagem ou fantasia e projeta
isso para fora de si identificando-se com essa fantasia,
construindo uma outra realidade psíquica.
Conceito desenvolvido por Melanie Klein como parte de
um fenômeno próprio aquilo que ela denominou de posição
esquizoparanóide (SEGAL, 1975).
Exemplo: quando um filho cresce e age da
mesma maneira opressiva que os pais.
INTROJEÇÃO
Significa incorporar para dentro de nós mesmos normas,
atitudes, modos de agir e pensar que são dos outros e não
verdadeiramente nossos. É o oposto da projeção.
Exemplo: quando está diante de uma pessoa importante
e ela própria se atribui importância e brilhantismo pessoal
sem o ser (comum nos puxa-sacos)
DESLOCAMENTO
É o mecanismo psicológico de defesa onde a pessoa substitui a
finalidade inicial de uma pulsão por outra diferente e
socialmente mais aceita. Durante uma discussão, por exemplo, a
pessoa tem um forte impulso em socar o outro, entretanto,
acaba deslocando tal impulso para um copo, o qual atira ao
chão.
Exemplo: quando a mulher tem uma
experiência ruim com um homem e diz que
todos os homens não prestam.
NEGAÇÃO
É a tentativa de não aceitar na consciência algum fato que
perturba o Ego. Os adultos têm a tendência de fantasiar que
certos acontecimentos não são, de fato, do jeito que são, ou que
na verdade nunca aconteceram.
Exemplo de Negação: Uma viúva coloca a mesa o lugar
de seu marido, e se põe a conversar com ele.
CONVERSÃO
Numa linguagem simples seria a transformação de uma coisa em
outra.
No caso de psique X corpo, significa a manifestação
orgânica de um sintoma neurótico.
Exemplo: Dores de cabeça, passa-se o
problema da mente para o corpo.
ISOLAMENTO
Distanciamento de uma pessoa ou objeto que causa desconforto
por algum motivo ou isolar um comportamento ou pensamento
interrompendo qualquer ligação.
Exemplo de isolamento: Um ladrão que rouba e não experimenta os
sentimentos de culpa que estão ligados a esse ato. Outro exemplo seria
um filho que, após a morte de sua mãe, fala com uma frequente e
enorme naturalidade sobre a morte dela.
INIBIÇÃO
Significa impedir uma função ou alguma conduta.
ANULAÇÃO
Significa ter ações que contestam ou desfazem um dano que o
indivíduo imagina que pode ser causado por seus desejos. Fazer
o inverso do ato ou do pensamento precedente.
Exemplo: fazer o sinal da cruz para
afastar um pensamento pecaminoso
FORMAÇÃO REATIVA
Esse mecanismo substitui comportamentos e sentimentos que
são diametralmente opostos ao desejo real. Trata-se de uma
inversão clara e, em geral, inconsciente do verdadeiro desejo.
Através da Formação Relativa, alguns pais são incapazes de
admitir um certo ressentimento em relação aos filhos, acabam
interferindo exageradamente em suas vidas, sob o pretexto de
estarem preocupados com seu bem-estar e segurança
(superproteção), que nesse caso é uma forma de punição. O
esposo pleno de raiva contra sua esposa pode manifestar sua
Formação Relativa tratando-a com formalidade exagerada ou ser
super bem tratado na casa da namorada pela mãe dela, mas
sentir que a futura “sogra” detestou a visita.
Exemplo: ódio em amor e amor em ódio .
FANTASIA
O indivíduo concebe em sua mente uma
situação que satisfaz uma necessidade ou
desejo, que na vida real não pode por
algum motivo ser satisfeito.
Exemplo: Um homossexual que precisa manter o casamento e que,
quando procurado pela esposa para o sexo, ele fantasia que esta tendo
relações homo e não hétero durante o ato.
SUBLIMAÇÃO
Na impossibilidade de realização de um desejo, encontra um
substituto aceitável por meio do qual pode se contentar. É uma
forma de deslocamento e um recalque bem sucedido. A
frustração de um relacionamento afetivo e sexual mal resolvido,
por exemplo, é sublimado na paixão pela leitura ou pela arte. O
chupar o dedo ou a chupeta para o bebê o faz se sentir como se
estivesse mamando no seio da mãe.
Exemplo: um indivíduo com alta agressividade pode se tornar
cirurgião, para o que necessita cortar tecidos sem hesitação; é
uma forma de socializar a agressividade.
•Por meio da psicologia é possivel mergulhar no
aspecto subjetivo do ser humano, tornando
conscientes atitudes e comportamentos que por
vezes parecem desprovidos de um sentido. Ex: por
que uma pessoa se sente tão perseguida? Etc...
•Desse modo, o conhecimento da área de psicologia
facilita o auto-conhecimento e a melhor
compreensão do outro.
Reflita:
Quem cuida de você?
De quem você cuida?
Quem foram seus primeiros cuidadores?
Quais as suas lembranças mais importantes que
envolvem algum tipo de cuidado?
O quão importante foi a qualidade dos cuidados que
você recebeu ao longo da sua vida para a definição da
pessoa que você é hoje?
O que é cuidar?
Qual a importância do “cuidar” em nossas vidas?
Pare e Reflita:
Em que escola ou faculdade aprendemos a cuidar?
O cuidado não é uma técnica, é uma modo de se relacionar com
o mundo e com nossos semelhantes.
O mundo hoje vive uma crise em que a técnica evolui enquanto
o cuidado é deixado de lado. A ética do cuidado é um
contraponto à noção de evolução baseada apenas no
desenvolvimento da técnica.
Imagine como seria o mundo sem relações de cuidado. Um
“Admirável Mundo Novo”?
O cuidado pode se faz com o olhar, com gestos, palavras, ações e
toques. O cuidado pode se fazer em silêncio apenas com a
simples presença humana.
A enfermagem como profissão do
cuidado
“A Enfermagem é profissão comprometida com o
Cuidado, pode ser definida como uma arte e, como tal, requer
tão exclusiva devoção, tão duro preparo (...) Como qualquer
trabalho com a tela inerte ou com o mármore frio poderia ser
comparado com o trabalhar com o organismo vivo, o templo do
espírito de Deus? Ela é uma das belas artes. Eu tenho dito, a
mais bela das artes!”
Florence Nightingale - Notas sobre enfermagem: o que
é e o que não é.
Para Saber Cuidar
Saber cuidar implica necessariamente em aprender a cuidar de si e do outro, ter sempre noção de
nossa realidade, possibilidades e limitações. É notório que o cuidar é muito exigente e pode levar
o cuidador ao estresse. Somos limitados, sujeitos ao cansaço e à vivência de pequenos fracassos e
decepções. Sentimo-nos sós. Precisamos ser cuidados, caso contrário, nossa vontade de cuidar se
enfraquece.

Saber cuidar implica saber olhar o outro como uma totalidade indivisível (percepção holística)
“Holos” : total.

Saber cuidar implica em ver o outro como um OUTRO (alteridade) , não como uma COISA
(objetificação). Implica uma relação do tipo “EU- TU” ao invés da relação “EU- ISSO”.
“Alter”: outro

Saber cuidar implica ser afetado pela dor do outro e se importar com seu sofrimento
(compassividade). A compaixão ultrapassa a empatia, na medida em que nela há um desejo e
uma atitude genuína de aliviar o sofrimento do outro. A empatia pode ser descrita apenas como a
percepção da perspectiva emocional ou psicológica do outro. “ Compassione”: com paixão
A Crise do Cuidado

“Estamos vivendo uma crise generalizada, onde o


descuido, o descaso e o abandono são seus sintomas mais
dolorosos. Vemos hoje o descuido com as crianças do planeta,
com os marginalizados, flagelados pela fome crônica e pela
atribulação de “mil doenças”, que já haviam sido erradicadas
que, em decorrência do grande aumento populacional global,
voltam com toda a sua força. As pessoas atualmente estão muito
sozinhas, egoístas, medrosas e o que é pior, enterrando seus
sonhos.”
Leonardo Boff
A enfermagem e a Crise do Cuidado

“Como profissionais de Enfermagem, podemos


tentar modificar esta realidade, ou contribuir para que a
essência do cuidado humano, enquanto sensibilidade, ciência e
arte de Enfermagem, impere e o descuido para com o ser
humano seja revisto a fim de obter melhoria da qualidade de
vida, com ética e dignidade, neste espaço planetário em que
vivemos?”
Leonardo Boff
O enfermeiro como um Cuidador

“Posso dizer com orgulho que dentre as ciências


da saúde, a Enfermagem foi a primeira que procurou enxergar o
indivíduo de maneira holística.”
Ana Cristina de Sá, O Cuidado Emocional em Saúde

[in-divíduo: aquilo que não pode ser dividido]


O estudo do ser humano
por trás da enfermidade
A Psicologia e o estudo da subjetividade

Subjetividade é o conjunto de característica


de um sujeito, aquilo que é pessoal,
individual e singular. É nossa vida interior.

"É o mundo de ideias, significados e emoções


construídos internamente pelo sujeito a partir de suas
relações sociais, de sua experiência e história de vida, e
de sua constituição biológica”. (BOCK, 2002)
O Imaginário e o Adoecer

•A Psicologia busca compreender:


Os fatores subjetivos que estão relacionados à
enfermidade (ao adoecer) e ao sofrimento
decorrente.
A vivência do real e o imaginário da pessoa.
Como a doença afeta o imaginário e o
significado existencial da pessoa e a
percepção que tem de si mesma.
O adoecer nos revela
•O extremo desamparo que é o destino humano.
•A fragilidade da condição humana.
•Sofrimento físico e sofrimento psicológico. A doença é muito
maior que os sintomas físicos.
•A hospitalização obriga a pessoa a repensar a sua realidade
existencial.

NECESSIDADES
(fisiológicas) x DEMANDAS
(psicológicas)
O hospital e a coisificação do cuidado

Predomínio de intervenções técnicas, mecânicas e coisificadoras


do ser humano.
Não há espaço para as demandas subjetivas.
Ênfase no utilitarismo financeiro, no pragmatismo do cuidado.
Rotinas e procedimentos robóticos.
“Paciente” como passivo.
Enfermidade e Subjetividade

Toda enfermidade é sempre:


 Resignificada pela própria pessoa.
 Uma experiência (vivência) individual.
O que significa adoecer?
 Perder a fluidez e a rotina cotidiana.
 Deixar de ser um pessoa produtiva e útil.
Toda doença é única e vivenciada de forma única pela
pessoa.
“Negar a dor do outro é negar a sua própria realidade”.
Mente + Corpo
O modelo Biomédico enfatiza apenas as dimensões e variáveis
biológicas.
Contra esse modelo alguns teóricos, inspirados pelas teorias
psicanalíticas e da psicossomática, propuseram que toda doença
é fruto de um processo de somatização (conversão do conflito
interpsíquico em sintoma físico pela descarga da energia
psíquica, a Libido, no corpo).
Essa perspectiva algumas vezes denominada de psicologismo é
outra forma extrema e unicausal de compreender o processo
saúde-doença.
Por isso é importante compreender que toda doença é
pluricausal.
A identidade e a doença
Representação que temos de nós mesmos.
Influências:
História de vida;
Imagem corporal.

A doença e a hospitalização podem gerar importantes


modificações na identidade pessoal, ocasionando conflitos
emocionais e crise de identidade.
A diferença entre a dor e o prazer
está na interpretação cerebral.
Cabe ao cuidador motivar o paciente
a buscar o prazer em detrimento
da dor"
Paulo Marques
A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DA PSICOLOGIA NA FORMAÇÃO
DO PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM
>>Uma amiga psicóloga hospitalar de um centro oncológico relatou-me que
havia uma paciente idosa neste hospital. Quando esta chegou acompanhada
de sua sobrinha, uma enfermeira desejando ser delicada disse em tom
infantilizado: “bom dia vovó! Tá preparadinha pra cirurgia para ficar boazinha
logo?” A mulher por sua vez respondeu de forma austera ficando
profundamente magoada com a recepção. O câncer não reduziu as
faculdades mentais nem as habilidades desta senhora, mas o ambiente a
enclausurou em uma redoma chamada enfermidade.

Segundo a OMS, saúde é o completo bem-estar físico social e emocional.

A enfermidade naturalmente abala as três estruturas e os profissionais


devem estar preparados para lidar com o comodismo, a falta de dinheiro, o
medo, a cobrança, a angústia, a insatisfação, a falta de cooperação e a ira do
paciente e de seus familiares. Principalmente os profissionais da enfermagem
que trabalham na linha de frente necessitam de uma estrutura emocional e
metodológica muito bem adaptada para lidar com as mais inusitadas e
complexas situações.
• Quando se opta por trabalhar na área da
Enfermagem devemos:
– Saber o que nos motivou a fazer tal
escolha;
– Saber alguns requisitos fundamentais para
o exercício da nossa profissão;
– Nos lembrar que estamos lidando com
vidas em seu aspecto físico e emocional
nos preparando para prestar assistência
adequada ao paciente,
• Não basta o profissional de Enfermagem ter
conhecimentos técnicos e saber executar
brilhantemente os procedimentos mais
difíceis se não tiver maturidade e
sensibilidade para perceber as necessidades
emocionais do paciente.
ALTERAÇÕES PSICOLOGICAS DECORRENTES DO
PROCESSO DE ADOECIMENTO

• Em situações de ameaça é natural o ser humano reagir


com ansiedade.
• Ansiedade é um estado de alerta interno que avisa
sobre situações de perigo, provocando sentimento de
angústia e alterações corporais.
• Afastado da família, ameaçado pelo risco de uma
doença e com pouco controle sobre sua propria vida, o
paciente sente-se fragilizado e impotente.
• Essas reações são naturais e cabe à equipe de
Enfermagem lidar com elas de modo a transmitir
segurança ao paciente.
O Cuidado Emocional

• Importante lembrar: cada indivíduo é único, o


cuidado emocional depende muito da nossa
sensibilidade que é desenvolvida com a prática e
interesse.
• Importante interpretarmos a comunicação não-
verbal do paciente (comportamentos, gestos,
olhares)
Requisitos mínimos para manter o equilíbrio
emocional do paciente:
• Bata na porta antes de • Evite utilizar terminologia
entrar; técnica e expressões que o
• Apresente-se ao paciente; paciente não entenda;
• Trate o paciente pelo nome; • Explique os procedimentos
• Estabeleça um vínculo de antes de realiza-los;
confiança; • Saiba olhar nos olhos e
• Toque o paciente de forma interpretar o comportamento
solidária nao-verbal do paciente
• • Não faça promessas que não
Seja afetivo
• poderá cumprir (seja sincero)
Saiba ouvir de forma atenta,
• Transmita uma mensagem de
fé e esperança.
Morte & Luto no
Contexto Hospitalar
“Nascer é desde logo morrer um pouco… Morrer é desde
sempre a única certeza de todo o homem.”
(Chantal, 2000)
Como se morre hoje em dia?

90%
10% Doença Crónica
Morte Súbita e Prolongada

Má notícia
notícia sobre
sobre aa
sua
sua saúde!
saúde!

Querem abrir?
A morte e o luto

• São realidades pelas quais todos


passamos

• Temas muito pouco debatidos atualmente


“(...) Torna-se, por isso, fundamental
recuperar o sentido da naturalidade da
morte, voltar a encará-la como um
processo inerente à condição Humana e
deixar de a pensar como um acidente ou
um acontecimento que podia ser evitado
(...)”

Susana Pacheco (2002)


A Morte

(William Adolphe Bouguereau (1825-1905) – The Day of the Dead)


Freud (1914) vem nos falar que
a morte de um ente querido
nos revolta pois, este ser leva
consigo uma parte do nosso
próprio eu amado. E na
contemporaneidade vivemos
uma exigência de imortalidade:
que nada mais é que um
produto dos nossos desejos.
CONCEITO de FINITUDE
• A finitude é o que nos permite planejar as coisas: PRAZO.
• Só eu posso ser autor da minha existência. A morte
(possibilidade dela) dá sentido ao existir, (a jornada só tem sentido
porque há o fim).
• Imortalidade: Continuar sem projetos, tira o sentido da
existência, sem ligação temporal.
– Mito de Prometeu / Highlander / Vampiros
Quando falar da morte?
• Desde o início da intervenção, e não apenas na fase terminal.
• Falar da morte com a pessoa e com a sua família

Características da intervenção:
• Acompanhar a pessoa e a sua família, demonstrando disponibilidade
e abertura.
• Validar os esforços de todos os envolvidos.
Avaliações prévias:
• Funcionamento da família
• Situações de doença e lutos anteriores
• Contexto e significado da doença
• Como a família compreende a morte
Estratégias:
• Avaliar Necessidades;
• Detectar Sinais de Sofrimento;
• Encontrar respostas para essas Necessidades e
Sinais de Sofrimento;
• Promover a Comunicação;
• Ajudar a Família a tratar o Doente como Pessoa
Viva, e não como se já tivesse morrido;
• Estar presente sempre que necessário e possível;
• Reforçar o Apoio à Família durante a fase terminal
• Prestar Apoio quando da Morte.
 A equipe médica vivencia a
morte de um paciente como um
fracasso, colocando à prova, a
onipotência da medicina. Ainda
segundo Mannoni (1995): "é
porque a morte é vivenciada como um
fracasso pela medicina que os serviços médicos
chegam a esquecer a família (ou a esconder-se dela)."
Segundo Kübler-Ross (1997): "Quando um
paciente está gravemente enfermo, em geral é tratado
como alguém sem direito a opinar."
 “Dentro dessa humanidade no
atendimento ao doente terminal, Kübler-Ross (1997)
nos fala da importância do acolhimento ao doente
por parte da equipe médica, da importância da
verdade. O que se questiona não é o dizer ou não a
verdade, mas sim como contar essa verdade,
aproximando-se da dor do paciente, colocando-se
no lugar dele para entender seu sofrimento. Essa
seria a verdadeira disponibilidade humana para
ajudar o outro em seu caminho em direção à
morte.”
O Luto

 Para Freud (1916), "O luto, de


modo geral, é uma reação perante a perda de um ente
querido, ou perante à perda de alguma abstração que
ocupou o lugar de um ente querido, como o país, a liberdade
ou o ideal de alguém, e assim por diante." E segue dizendo
que o luto normal é um processo longo e doloroso, que
acaba por resolver-se por si só, quando o enlutado encontra
objetos de substituição para o que foi perdido.
LUTO NORMAL

• Não é patológico;
• Deve ser superado após certo tempo;
• Não é necessária interferência;
• Perturbação da auto-estima ausente;
• O mundo se torna vazio.

LUTO PATOLÓGICO

• Melancolia.
• Desânimo, falta de interesse pelo mundo externo, perda da
capacidade de amar;
• Inibição das atividades e do sentimento de auto-estima;
• Auto-recriminação, com expectativa delirante de punição.
ESTAGIOS PSICOLOGICOS VIVENCIADOS
PELO PACIENTE TERMINAL

• A noticia de uma • 1º Estágio:


doença grave e o Negação e
risco de morte Isolamento
provocam – Mecanismo de
alterações defesa contra a
psicológicas no dor psiquica
diante do risco
paciente, que são da morte.
divididas em 5
estágios:
Estágios Psicológicos vivenciados pelo
paciente terminal
• 2º Estágio: Raiva • 3º Estágio:
– A dor do enfrentamento se
manifesta por atitudes Barganha
agressivas e de revolta – A maioria das
com questionamentos barganhas é feita com
como: “Por que comigo,
Deus e normalmente
sempre fui honesto”...
mantidas em segredo.
O paciente faz alguma
promessa na
tentativa de garantir o
adiamento de sua
morte.
Estágios Psicológicos vivenciados pelo
paciente terminal
• 4º Estágio: • 5º Estágio:
Depressão Aceitação
– Ocorre quando o paciente
– Momento de repouso e
toma consciencia de sua serenidade antes da
debilidade física, quando já “longa viagem”. O
não consegue negar suas paciente busca perdoar
condiçoes de doente e a si mesmo e refazer os
quando as perspectivas da laços afetivos com as
morte são claramente pessoas que fazem
sentidas. Manifestam parte se sua vida.
crises de choro,
desinteresse, apatia e
tristeza. Ele pode até
tentar antecipar a morte.
Reflexões sobre a vivência da morte
na área da saúde
• A compreensão da morte • A visão que cada indivíduo tem da
deve fazer parte dos processos de morte é influenciada pela cultura
reflexão e formação do em que vive, por experiências de
profissional de enfermagem pois perdas, educação familiar e crença
lidamos diariamente com ela no religiosa.
nosso ambiente de trabalho. • Sendo assim, o luto não é igual
• Pesquisas apontam que a equipe para todos os indivíduos.
de enfermagem tem dificuldade • O profissional de Enfermagem
em aceitar a perda de crianças e deve estar atento ao cuidado
que tal acontecimento é emocional do paciente que se
vivenciado como um fracasso encontra próximo do estagio
pessoal. terminal.
• A morte deve ser encarada como • O momento do morrer deve ser
um acontecimento natural. humanizado e permeado por um
sentimento de fraternidade.
POEMA SOBRE A MORTE
é preciso que se morra
mas que se morra aos poucos
devagar
dentro do horário
com cautela
sem onerar o erário
é preciso morrer
na disciplina protocolar
parar de respirar
sem nenhum comentário
morrer
é muito particular
(Luiz Antônio Solda)
A equipe de saúde
quando está
frente a um caso
terminal tende a
nutrir um sentimento de
fracasso diante da morte.
“Na área da saúde a prioridade
deve ser zelar pelo bem estar da
Vida, e não lutar contra a Morte,
pois está é uma batalha que não
pode ser ganha.”
Princípios dos Cuidados paliativos
Aceitam os valores próprios e
prioridades do doente

Afirmam a vida e encaram a


morte como um processo natural

Não antecipam nem atrasam a


morte

Centram-se no bem-estar do
doente, ajudando-o a viver tão
intensamente quanto possível até
ao fim
Baseiam-se no acompanhamento, na
humanidade, na compaixão, na
disponibilidade e no rigor cientifico

Abordam o sofrimento físico, psicológico,


social e espiritual do doente

Só são prestada quando o doente e a


família aceitam

Respeitam o direito do doente escolher o


local onde deseja viver e ser acompanhado
no final da vida
Pilares dos Cuidados Paliativos

Equipa
Controlo de
multidisciplina
sintomas
r

Apoio à família Comunicação


Os cuidados
Paliativos são
prestados por
equipas
multidisciplinares
com formação
específica na área.
Recebem a notícia de que estão muito doentes e
no tempo de arder um fósforo encontrem prioridades
para a vossa vida?
CUIDADOS PALIATIVOS

Caminho feito em
Valoriza-se o essencial conjunto
à vida: afectos,
relações , pessoas… A morte não se Reorienta-se o
esconde por detrás sentido da própria
de máscaras vida
profissionais

Reunião entre ciência e


Família : interveniente no o humanismo
cuidar e no processo da morte “Ajudar o outro a
e “objecto” a cuidar no luto ajudar-se”
Referências Consultadas
• ATKINSON, R.L. et al Introdução à Psicologia. Porto Alegre: Artes Médicas,
1995. (Cap. 1 - Natureza da Psicologia, pp. 10-29).

• BEAR, Mark F. et. al. Neurociências: Desvendando o Sistema Nervoso.


Tradução: Carla Dalmaz. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.

• STRAUB, Richard O. Psicologia da Saúde. Tradução: Ronaldo Cataldo Costa.


Porto Alegre: Artmed, 2005.

• LURIA, Aleksandr Romanovich. Fundamentos da Neuropsicologia.


Tradução: Juarez Aranha Ricardo. São Paulo: Editora Universidade de São
Paulo, 1981.

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