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“TRANSTORNOS MENTAIS

RELACIONADOS AO
TRABALHO”

Coordenador: Professor Dr. Marcos Henrique Mendanha


Professor: Dr. Pablo Bernardes
Professor: Dr. Pablo Bernardes

• Psiquiatra – RQE 13997

• Médico do Trabalho – RQE 7325

•Professor de Pós-Graduação em Medicina do Trabalho, Psiquiatria e Perícias


Médicas (CENBRAP)

• Médico Coordenador dos PCMSOs – HP Transportes / Clínica ASMETRO

• Assistente Técnico em processos trabalhistas diversos

• Membro da ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria)

• Membro da ANAMT (Associação Nacional de Medicina do Trabalho)

• Membro da APEJUST (Associação dos Peritos na Justiça do Trabalho – 18ª Região)

dr.pablobernardes@gmail.com
@drpablobernardes
Objetivo
•Estudo da influência do trabalho na origem,
desencadeamento e/ou agravamento dos
quadros psiquiátricos.
HISTÓRICO
Histórico

LOUCURA ALIENAÇÃO

TRANSTORNO
DOENÇA MENTAL
MENTAL
IDADE ANTIGA
(4.000 a.C. a 476 d.C.)
Histórico

• Desde a antiguidade, as perturbações mentais têm sido


objeto de conjecturas, escritos e estudos.

• Em papiros egípcios, como os de Kahum (2.000 a.C.), já se


encontram registros de alterações mentais.
• Na antiga China, 30 séculos antes da
era cristã, já havia alguns
conhecimentos de farmacologia.

• Em várias civilizações antigas, já


existiam médicos cirurgiões que
operavam o cérebro. Papiro de Kahum
Histórico

"A extração da pedra da loucura“


Hieronymus Bosch

• Trepanação: método usado na Antiguidade para tratar


cefaleias, ferimentos cranianos, doenças neurológicas e
mentais.
Histórico

Crânio de um neolítico que passou por


uma trepanação

Gravura de 1525 mostrando uma


trepanação
Histórico
Castigo dos deuses

• De modo geral, as doenças mentais, na antiguidade


pré-clássica, eram consideradas de origem sobrenatural, ou
seja, uma anormalidade, alienação ou aberração, fruto do
castigo dos deuses, a seres humanos, por seus pecados.
• Por conta disso, os portadores de
patologias de cunho mental eram
vítimas de zombaria, preconceitos e
exclusão, sendo, frequentemente,
isolados do convívio social.
Histórico
Castigo dos deuses

• Como tentativa de solução aos distúrbios mentais e


comportamentais, essas pessoas eram submetidas a rituais
tribais (p. ex.: passando-se tintas pelo corpo).

• Em caso de insucesso nos rituais, o


indivíduo era abandonado à própria
sorte.
Histórico
A voz dos deuses

• Na Grécia antiga, entretanto, o “louco” era visto como um


profeta (aquele que recebia a mensagem dos deuses e falava
coisas que o homem comum não compreendia). Portanto, a
“loucura” (chamada maniké: divinatório, delirante) era
considerada um privilégio.

Normal Oculto

• Acreditava-se que os deuses decidiam que tipo de loucura a


pessoa teria.
Histórico

• Hipócrates, porém, observando as


pessoas no seu processo de adoecer,
passou a defender a origem natural
(organicista) das doenças, não mística
ou divina.

• Hipócrates acreditava que a epilepsia


(Mal Sagrado) era uma enfermidade
natural de origem no cérebro e que a
maioria das doenças resultava de
transtornos de humores.
Hipócrates
(Grécia – 460 a 370 a.C.)
Histórico
Histórico

• Hipócrates acreditava que o pânico era causado pelo


deslocamento do cérebro, aquecido pela bílis vinda pela
corrente sanguínea.

• Também acreditava que a histeria (do grego hystero: útero)


provinha de problemas relacionados a esse órgão. O útero
seria um ser vivente autônomo com a propriedade de se
deslocar pelo interior do corpo. Isso muitas vezes acontecia por
falta de atividades sexuais. Tratamento: relações sexuais,
masturbação, banhos vaginais, sangria.
Histórico

• Na obra “Dos Ares, Águas e


Lugares”, Hipócrates descreve o
quadro do saturnismo (intoxicação
pelo chumbo) encontrado em um
trabalhador mineiro.

• Na Roma antiga, esse metal era


usado no transporte de água
Hipócrates potável (aquedutos), nos utensílios
(Grécia – 460 a 370 a.C.)
de cozinha e no adoçamento de
vinhos (acetato de chumbo).
SATURNISMO
HAS
ANEMIA

TRANSTORNOS ENCEFALOPATIA

MENTAIS ARRITMIA CARDÍACA


(alteração da memória, atenção,
aprendizagem) e de humor
IRC
LINHA DE BURTON
POLINEUROPATIA
PERIFÉRICA

CÓLICA PLÚMBICA HIPOTIREOIDISMO


CASO CLÍNICO
História Clínica: J. S. S., sexo masculino, 49 anos.
Queixa principal: Astenia e sonolência excessiva há dois meses.
História da moléstia atual: paciente queixa-se de perda de força física
associada a sonolência excessiva há dois meses. Refere que os sintomas são
acompanhados por dores de cabeça, irritabilidade, alterações de memória e
perda de libido. Cefaleia de leve intensidade há 3 anos.
Antecedentes patológicos: Hipertenso. Gastrite há 3 anos, acompanhada de
dores abdominais diárias, tipo cólica, que melhoram com buscopan.
Antecedentes familiares: Nega alterações semelhantes na família. Pai morreu
devido a IAM aos 75 anos. Mãe hipertensa e diabética.
Condições atuais de saúde: Etilista social. Nega tabagismo. Mora em casa de
alvenaria, sem saneamento básico. Faz uso regular de Losartan 50 mg 12/12h
e Omeprazol 20 mg 1 vez ao dia.
CASO CLÍNICO
EXAME FÍSICO:
Sinais vitais: FC= 72 bpm; FR= 16 rpm ; PA= 130×90 mmHg; T: 36,5ºC
Cabeça e pescoço: Normocéfalo. Orelhas e olhos sem alterações significativas.
Presença de linhas de Burton nas gengivas. Não apresenta adenomegalias.
Tireoide não palpável. Sem desvio traqueal.
Aparelho respiratório: Tórax simétrico. Murmúrio vesicular presente,
simétrico, sem roncos ou estertores.
Aparelho cardiovascular.: bulhas rítmicas, normofonéticas em dois tempos,
sem sopros. Apex cordis palpável. Jugulares não ingurgitadas. Pulsos
periféricos presentes e simétricos. Carótidas sem sopros.
Abdome: Simétrico, flácido, depressível, indolor, sem visceromegalias. Sem
sinais de irritação do peritônio. Ruídos hidroaéreos presentes, preservados.
Giordano negativo.
CASO CLÍNICO
EXAME FÍSICO:
Neurológico: consciente, orientado; força muscular grau III nas extremidades;
queda de pulso direito; reflexos osteotendíneos presentes e simétricos em 4
membros. Ausência de irritação meníngea. Pupilas isocóricas e fotorreagentes
com reflexo fotomotor e consensual preservado. Sensibilidade tátil e dolorosa
preservada globalmente. Pares cranianos sem alterações.

EXAMES LABORATORIAIS:
• Hemograma: Hb 9,6 Ht 36; Leucograma com 8700 leucócitos, com 67%
neutrófilos, 2% eosinófilos; 20% linfócitos; plaquetas 195.000;
• creatinina 1,3; uréia 25; glicose, eletrólitos, hormônios tireoidianos normais;
• Pb sérico > 60 μg/dl; zinco urinário 405; cobre urinário 7,8; fenol urinário
2,1.
DISCUSSÃO SOBRE O CASO CLÍNICO
“O critério diagnóstico de intoxicação clínica por chumbo deve,
necessariamente, incluir: presença de sinais e sintomas compatíveis com a
intoxicação; comprovação da exposição ocupacional ou ambiental ao Pb; e
dosagens aumentada de Pb no sangue e/ou porfirinas no sangue ou na urina.
Quase todo tipo de exposição ao chumbo, seja ela de curta ou longa duração,
o órgão alvo mais crítico é o cérebro, promovendo sinais e sintomas de
encefalopatia aguda ou crônica, como cefaléia, perda de memória, perda de
atenção e concentração em tarefas corriqueiras, alterações de humor
(irritabilidade, depressão, insônia ou sonolência excessiva). Podem, também,
manifestar-se sintomas mais graves como paranóias, delírios, alucinações,
alterações da marcha e equilíbrio, agitação psicomotora e, em casos de
exposição a concentrações elevadas em um curto período, alterações de
consciência como obnubilação, estupor, convulsões e coma”.
Capitani (2009)
CONSULPLAN – 2014
O Saturnismo é o termo conferido à patologia resultante da
intoxicação por chumbo. Este termo deriva do deus romano Saturno,
uma vez que a população da Roma Antiga acreditava que o chumbo,
considerado por eles o metal mais antigo, foi um presente que
Saturno lhes concedeu. Qual a amostra mais adequada para avaliar a
exposição/intoxicação ocupacional ao chumbo?

a) Pelos
b) Urina
c) Fezes
d) Líquor
e) Sangue
CONSULPLAN – 2014
O Saturnismo é o termo conferido à patologia resultante da
intoxicação por chumbo. Este termo deriva do deus romano Saturno,
uma vez que a população da Roma Antiga acreditava que o chumbo,
considerado por eles o metal mais antigo, foi um presente que
Saturno lhes concedeu. Qual a amostra mais adequada para avaliar a
exposição/intoxicação ocupacional ao chumbo?

a) Pelos
b) Urina
c) Fezes
d) Líquor
e) Sangue
FUNCAB – 2013
Em relação aos envenenamentos, assinale a alternativa INCORRETA.

a) Na morte por injeção de cloreto de potássio na veia, o diagnóstico exclusivo


por exame de autopsia é praticamente impossível.
b) A presença de livores róseos, sangue de cor vermelho-vivo, trombose dos
vasos cerebrais e dos pulmões, pneumonia e amolecimento cerebral apontam
para intoxicação por óxido de carbono.
c) O cianeto é um gás com odor de amêndoas amargas, que inibe as enzimas
que atuam na cadeia respiratória mitocondrial e produz livores róseos.
d) No Saturnismo, o indivíduo pode apresentar um transtorno psicótico
capaz de ensejar a prática de crimes violentos.
e) A intoxicação crônica pelo gás arsênico produz o fenômeno conhecido
como mitridatismo.
FUNCAB – 2013
Em relação aos envenenamentos, assinale a alternativa INCORRETA.

a) Na morte por injeção de cloreto de potássio na veia, o diagnóstico exclusivo


por exame de autopsia é praticamente impossível.
b) A presença de livores róseos, sangue de cor vermelho-vivo, trombose dos
vasos cerebrais e dos pulmões, pneumonia e amolecimento cerebral apontam
para intoxicação por óxido de carbono.
c) O cianeto é um gás com odor de amêndoas amargas, que inibe as enzimas
que atuam na cadeia respiratória mitocondrial e produz livores róseos.
d) No Saturnismo, o indivíduo pode apresentar um transtorno psicótico capaz
de ensejar a prática de crimes violentos. (RESPOSTA CERTA)
e) A intoxicação crônica pelo gás arsênico produz o fenômeno conhecido
como mitridatismo.
ESTÁCIO DE SÁ
A maioria das intoxicações por chumbo é lenta e gradual devido à sua
exposição e acúmulo frequentes. O chumbo é virtualmente
onipresente no meio ambiente como resultado de sua ocorrência
natural e sua utilização industrial. A ingesta diária média de um
adulto é de 0,1 a 2 mg. Os casos de toxicidade resultam tanto da
exposição ambiental quanto da industrial. Qual a doença profissional
causada pelo chumbo?
a) Parestesia
b) Saturnismo
c) Doença de Paget
d) Hidrargiria
e) Hemoglobinúria Paroxística Noturna
ESTÁCIO DE SÁ
A maioria das intoxicações por chumbo é lenta e gradual devido à sua
exposição e acúmulo frequentes. O chumbo é virtualmente
onipresente no meio ambiente como resultado de sua ocorrência
natural e sua utilização industrial. A ingesta diária média de um
adulto é de 0.1 a 2 mg. Os casos de toxicidade resultam tanto da
exposição ambiental quanto da industrial. Qual a doença profissional
causada pelo chumbo?
a) Parestesia
b) Saturnismo
c) Doença de Paget
d) Hidrargiria
e) Hemoglobinúria Paroxística Noturna
Histórico

• Perda da “força vital” de mineradores


(neurointoxicações).
- Não viste ou ouviste como morrem, em tão pouco
tempo, quando ainda tinham tanta vida pela frente?
(perguntava a respeito dos cavouqueiros das minas de
ouro)
Lucrécio
(Roma – 96 a 55 a.C.)

⚫ Virgílio descreveu problemas mentais em


marinheiros. Virgílio
(Roma – 70 a 19 a.C.)
Histórico

• Obra: “Naturalis Historia”

• Trabalhadores com intoxicação a


metais pesados (chumbo,
mercúrio, poeiras).

• Menciona a iniciativa dos escravos


de usarem máscaras, panos ou
membranas de bexiga de carneiro
Plínio, o Velho no rosto para atenuar a inalação de
(Roma – 23 a 79 d.C.)
poeiras (primeiros EPIs
conhecidos).
Histórico

• Médico e filósofo
• Descreve alterações causadas por
exposição a fumos e névoas em
trabalhadores de sua época.
• Galeno foi ainda o primeiro autor
a afirmar que a “histeria” não
deveria ser considerada uma
doença exclusivamente da
mulher.
• Escreveu “Sobre as moléstias da
Galeno mente”.
(Greco-Romano – 129 a 200 d.C.)
IDADE MÉDIA
(476 d.C. a 1453 d.C.)
Histórico
Vade-retro, Satanás!

• No período da Idade
Média, a loucura era
entendida como uma
possessão demoníaca e,
muitas vezes, como uma
expressão de bruxaria
ou feitiçaria. Por conta
disso, essas pessoas
eram submetidas a
rituais religiosos de
exorcismo.
Histórico
Vade-retro, Satanás!

• Os doentes mentais mais graves ou violentos, porém,


costumavam ser acorrentados, espancados, torturados e
submetidos a inanição (jejuns prolongados) sob hipótese de
serem punidos ou purgados.
Histórico
Vade-retro, Satanás!

• Casos mais extremos, muitas vezes resistentes às ordens da


Igreja, eram condenados pela Inquisição e mortos de forma
cruel (fogueiras).
Histórico
Vade-retro, Satanás!

• Outros, eram exilados para cidades


distantes através de navios.

"A nau dos insensatos“


Hieronymus Bosch
IDADE MODERNA
(1453 d.C. a 1789 d.C.)
Histórico

Feitiço da lua

• No final da Idade Média e início da Moderna, muitos astrólogos


e filósofos introduziram a terminologia “lunático” (do latim
lunaticus: “da lua”) para se referirem aos doentes mentais,
acreditando que as mentes deles eram influenciadas pelas fases
da lua.

• Muitos defendiam a ideia de que a lua cheia induzia indivíduos


com distúrbio bipolar, fornecendo luz (e energia) durante as
noites, mas afetando suas mentes com a privação de sono.
Histórico

Perda da razão

• Com o Renascimento e o Iluminismo, a loucura sai do mundo


das forças naturais (bílis) ou divinas e se justifica como uma
falta da razão. Surge a noção de alienação (mentis non compos)
das faculdades mentais – memória, razão e imaginação –, dessa
vez com causas internas, não pela bílis ou pelo demônio.

• A lógica era: “quem pensa, chega à razão, e a razão leva à


virtude”. Mas ‘o louco’, desprovido da razão, caía nos vícios,
tinha problemas comportamentais e relacionais.
Histórico
Perda da razão

• Uma vez “irracional”, os ‘loucos’ eram enviados para os antigos


leprosários (agora Hospitais Gerais) ou para asilos, locais
destinados a todos os “indesejáveis” (inválidos, deficientes,
mendigos, portadores de doenças venéreas, doentes mentais).
• Nesses locais, marginalizado, o “louco” ficava
internado, mas não era percebido como
doente, e sim como um dentre vários
personagens que haviam abandonado o
caminho da razão e do bem. Por ser
improdutivo, permanecia internado e era
tratado como animal.
Histórico
• No século XVIII, Phillippe Pinel, considerado o pai da
psiquiatria, inicia processo de libertação dos doentes mentais
das correntes (“libertando a loucura dos grilhões”). Os asilos
foram substituídos, então, pelos manicômios, estes somente
destinados aos “alienados mentais”.

• Pinel estabeleceu os
fundamentos da clínica
psiquiátrica a partir do
método clínico.
Histórico
• Pinel considerava a alienação mental como qualquer outra
doença orgânica, por concebê-la como um distúrbio das
funções intelectuais (distúrbio funcional do Sistema Nervoso
Central) sem a constatação de inflamação ou lesão estrutural.

• Pinel explicava a “loucura” a partir de


três causas: as físicas (que se ligavam
às fisiológicas), as causas ligadas à
hereditariedade e as causas morais
(paixões intensas, excessos de todos
os tipos, irregularidades dos costumes
e hábitos da vida).
Philippe Pinel
(1745 – 1826)
Histórico
• Por isso, Pinel defendia a cura da “loucura” por meio do
tratamento moral, que consistia no afastamento dos doentes
do contato com todas as influências da vida social, numa ampla
pedagogia normalizadora com horários e rotina rigidamente
estabelecidos, e na prática de atividades de trabalho e lazer.

• O nascimento da psiquiatria surgiu com a reclusão dos loucos


nos manicômios: inicia-se o trabalho de descrição e de
agrupamento dos diferentes tipos dos sintomas e a
denominação dos diversos tipos de transtorno psíquico que
fundamentam a psiquiatria moderna. É importante ressaltar
que não houve qualquer avanço em termos de terapêutica: os
ditos “doentes mentais” passaram a permanecer toda a sua
vida dentro dos hospitais psiquiátricos.
Histórico

•Paracelso, médico e físico suíço,


descreveu a mala metallorum, doença
pulmonar que atingia mineiros de
Schneeberg, matando-os em plena
juventude.
Paracelso
(1493-1541 d.C.)
•Defendia a ideia dissonante de que os
indivíduos não estavam perturbados
por espíritos, mas sim acometidos por
uma doença natural.
Histórico

• Bernardino Ramazzini, pai da


Medicina do Trabalho, publica “De
Morbis Artificum Diatriba” (As
Doenças dos Trabalhadores), o qual
descreve doenças que ocorrem
em trabalhadores de mais de 50
profissões.
• Ramazzini introduz na anamnese a
pergunta: “qual a sua ocupação?”.
Bernardino
Ramazzini
(Itália – 1633 a 1714)
Histórico
“As Doenças dos Trabalhadores”
Contribuições de Bernardino Ramazzini em
De Morbis Artificum Diatriba:

◦ Preocupação e compromisso com uma classe de


pessoas habitualmente esquecida e menosprezada
pela Medicina;
◦ Compreensão sobre a “determinação social da
doença”;
◦ Contribuição metodológica para o exercício correto da
Medicina e de outras profissões, quando voltadas às
questões de saúde e trabalho;
◦ Estudo literário;
• Visitas ao local de trabalho;
• Entrevistas com trabalhadores;
• História ou anamnese ocupacional;
• Estudo dos “perfis epidemiológicos” ocupacionais de
adoecimento, incapacidade ou morte;
• Sistematização e classificação das “doenças
relacionadas com o trabalho”, segundo a natureza e o
grau de nexo com o trabalho;
• Compreensão das inter-relações entre a Patologia do
Trabalho e o Meio-Ambiente;
• Primazia da “prevenção primária”.
Histórico
Histórico

CAUSAS DO ADOECIMENTO, INCAPACIDADE E


MORTE DOS TRABALHADORES (Ramazzini,1700)

❑ “...duas causas principais:

❑ a primeira, e mais importante, é a natureza nociva


da substância manipulada, que pode produzir
doenças especiais pelas exalações danosas e
poeiras irritantes que afetam o organismo humano;

(Mendes, 2013)
Histórico
• Mineiros subterrâneos (mercúrio): “não conseguem atingir
três anos de trabalho; no espaço de quatro meses apenas,
aparecem tremores dos membros, tornando-se vertiginosos e
paralíticos...”;
• Douradores (mercúrio e outros metais): “...ficou tonto, surdo
e mudo” (...) apresentou confusão mental;
• Oleiros e ceramistas (chumbo quente): “primeiro surgem
tremores nas mãos, depois ficam paralíticos, dementes...”;
• Estanhadores: (estanho) “...ansiedade” (...) “vagava como
sonâmbulo pela casa, até que começava a clarear o dia”;
• Pintores (pigmentos e solventes): “tremores nos membros”
(...) “melancolia”.
(Mendes, 2013)
Histórico

CAUSAS DO ADOECIMENTO, INCAPACIDADE E


MORTE DOS TRABALHADORES (Ramazzini,1700)

❑ “...duas causas principais:

❑ a segunda é a violência que se faz à estrutura


natural da máquina vital, com posições forçadas e
inadequadas do corpo, o que, pouco a pouco, pode
produzir grave enfermidade.”

(Mendes, 2013)
Histórico
• Amoladores (afiadores): “labutam o dia inteiro, e, ainda mais,
aqueles que não têm a cabeça muito firme, depois do trabalho,
ficam vendo a mó dar voltas em sua mente”;

• Padeiros: “eles trabalham de noite e dormem quase todo o


dia, como as pulgas, pelo que temos nesta cidade antípodas,
que vivem ao contrário dos demais homens”;

• Tipógrafos: “os mesmos tipógrafos declararam que, depois de


haverem trabalhado durante todo o dia e de terem saído das
oficinas, sentem de noite esses caracteres impressos na sua
mente, por muitas horas, até que as imagens de outras coisas
os afastem”;
(Mendes, 2013)
Histórico
• Marinheiros e Remeiros: “os nautas estão submetidos a
contínuas vigílias; e como de sua vigilância depende a salvação
de todos os que estão no navio, mal têm tempo de conciliar o
sono, caso deles se apodere a tristeza, da qual sofrem mesmo
dormindo...”;

• Pescadores: “quando os demais operários cansados do labor


diurno metem-se na cama para passarem comodamente a
noite, num sono reparador, as noites dos pescadores estão
cheias de trabalho e insônias”;

• Literatos (autores, professores): “perturbam-se os poetas com


ideias fantásticas que dia e noite fervilham na mente, pelo que
ficam atônitos, impertinentes e magros” (...) “amantes da vida
solitária”;
(Mendes, 2013)
Histórico

• Nutrizes (amas de leite): “sofrem ataques de histeria, por


residirem em palácios de nobres, alimentadas com comidas
saborosas e nutritivas, porém afastadas do trato conjugal” (...)
“por nutrirem crianças em casas estranhas, elas ficam
impedidas de tratar seus maridos” (...) “isto faz elas desejarem
relações proibidas, agitarem-se dia e noite com fatais
inquietações e caírem em imensas crises histéricas (...) delírios
(...) maltratando o corpo das crianças...”;

• Pintores: “vivem segregados do convívio social” (...)


“conturbam a mente com ideias fantásticas” (...) “tendência à
melancolia”.
(Mendes, 2013)
Histórico

Características da Revolução Industrial:

• Êxodo rural;
• Desemprego e fome;
• Trabalhadores moravam em ambientes
deploráveis (cortiços), onde era grande
a prostituição e o alcoolismo;
• Longas jornadas de trabalho;
• Salários irrisórios;
• Ambientes de trabalho insalubres e
periculosos;
Histórico

Consequências da Revolução Industrial:

• Acidentes graves, mutilantes e fatais;


• Movimentos sociais;
• Primeiras leis trabalhistas;

• Limite de 12h de trabalho diárias;


• Proibição do trabalho noturno (a menores
de 18 anos);
• Contratação de médicos para o controle de
saúde no local de trabalho.
IDADE CONTEMPORÂNEA
(1789 d.C. – até hoje)
Histórico
Século XIX - A doença mental

• O temor de ser internado chegou ao auge nas vésperas da


Revolução Francesa (1789-1799).

• Junto dela, veio a Revolução Psiquiátrica propriamente dita,


iniciada com o médico francês Philippe Pinel (1745-1826), que
transformou a “loucura” de uma questão social para uma
questão médica.
Para Pinel, as “lesões da mente”
deveriam ser tratadas de forma não
violenta, tal como todas as outras
doenças.
Histórico

1831: Charles Turner

• Médico de Leeds, cidade inglesa industrial,


demonstrou que as deploráveis condições de
trabalho e vida na cidade eram responsáveis
pela alta taxa de mortalidade e de doenças.

1856: Auguste Delpech


• Fez as primeiras descrições sobre os efeitos da
exposição ao sulfeto de carbono - também
usado como raticida: depressão, irritabilidade,
nervosismo, diminuição da memória, etc.
Histórico
- O que trabalha no enxofre não é mais um homem. Ele até
pode continuar trabalhando dia após dia, mas ele nunca mais
será capaz de ser uma pessoa independente. A depressão o
afeta, e ele perde sua força de vontade, sua autoestima, sua
memória, torna-se incapaz de trabalhar em outra atividade.

1902: Revista Inglesa: “Dangerous Trades Magazine”


Descreveu uma indústria de vulcanização de borracha, em que haviam
sido colocadas grades nas janelas do prédio a fim de evitar que os
trabalhadores, em surtos maníacos causados pelo sulfeto de carbono, se
jogassem por elas.
(Niosh, 1977)
BANPARÁ
Delirium é uma síndrome caracterizada por rebaixamento do nível de
consciência, com distúrbio da orientação e da atenção, associada ao
comprometimento global das funções cognitivas e tem sido
encontrado entre os efeitos da exposição ocupacional, mais
comumente, às seguintes substâncias químicas, exceto:

a) Monóxido de carbono
b) Sulfeto de carbono
c) Chumbo
d) Manganês
e) Hidróxido de potássio
BANPARÁ
Delirium é uma síndrome caracterizada por rebaixamento do nível de
consciência, com distúrbio da orientação e da atenção, associada ao
comprometimento global das funções cognitivas e tem sido
encontrado entre os efeitos da exposição ocupacional, mais
comumente, às seguintes substâncias químicas, exceto:

a) Monóxido de carbono
b) Sulfeto de carbono
c) Chumbo
d) Manganês
e) Hidróxido de potássio
Histórico

Século XIX - A doença mental


• Em 1879, na Alemanha, o médico Wilhelm Wundt (1832-1920)
fundou o primeiro laboratório de psicologia.

• Em enquanto os americanos tomavam a frente na pesquisa da


psiquiatria.

• Mas a próxima grande virada viria em 1886, quando Sigmund


Freud pariu a psicanálise e, em 1900, quando publicou a
Interpretação dos Sonhos, no qual analisa distúrbios de
personalidade com base na sexualidade vivida durante a
infância.
Histórico

Século XX – O transtorno mental

• Porém, os manicômios cresceram enormemente em número e


se tornaram cada vez mais repressivos. O isolamento, o
abandono, os maus-tratos, as péssimas condições de
alimentação e de hospedagem, agravaram-se progressivamente.

• Ao final da II Guerra Mundial, era sub-humana a situação dos


hospitais psiquiátricos. Surgiram, então, os primeiros
movimentos da mais recente Reforma Psiquiátrica.
Histórico
Século XX – O transtorno mental

• Franco Basaglia (1924 -1980) foi um dos principais


precursores da luta antimanicomial na Itália.
Histórico
Século XX – O transtorno mental

• Franco promoveu, em Trieste, a


substituição do tratamento hospitalar e
manicomial por uma rede territorial de
atendimento, da qual faziam parte
serviços de atenção comunitários,
emergências psiquiátricas em hospital
geral, cooperativas de trabalho
protegido, centros de convivência e
moradias assistidas, chamadas por ele
de "grupos-apartamento", destinados
aos pacientes com transtorno mental.
Histórico
Século XX – O transtorno mental

• A partir da 2ª metade da década de 1970, o Brasil também


ingressa na luta antimanicomial.
• São criadas alternativas,
como os ambulatórios, os
Centros de Atenção
Psicossocial (CAPS), os
Serviços Residenciais
Terapêuticos (SRTs), as
Unidades Psiquiátricas em
Hospitais Gerais (UPHG).
Histórico

1ª Revolução Pinel e o Tratamento


Psiquiátrica Moral

2ª Revolução
Freud e a Psicanálise
Psiquiátrica

Psicofármacos, Franco
3ª Revolução
Basaglia e os Centros de
Psiquiátrica
Saúde Mental
Histórico
Século XX – Faca ou pílula?

• No início do século 20, a ciência deu um enorme salto nos


tratamentos médicos de doenças mentais. Porém o início foi
bizarro.

Armários com banho de vapor


Histórico

Cama de Utica
(Nova York)
Histórico

Choque de Insulina
Histórico

Assento Tranquilizante
Cadeira Giratória
Histórico

Lobotomia
Histórico

A Ilha do Medo

Hannibal
Histórico

Eletrochoque
Histórico

Bicho de Sete Cabeças

Um Estranho no Ninho
PREFEITURA DE SÃO PAULO - 2016
A Eletroconvulsoterapia (ECT) é uma estratégia importante, que deve
ser realizada de acordo com determinadas condições técnicas.
Assinale a afirmação correta a respeito da realização da ECT:

a) Em pacientes que já se submeteram à ECT, não há mais necessidade de que


ela seja realizada em centro cirúrgico.
b) A ECT está contra-indicada na presença de alterações de pressão
intra-craniana.
c) Na presença de sinais compatíveis com Síndrome Neuroléptica Maligna, a
ECT está contra-indicada.
d) A ECT está contra-indicada para pacientes com mais de 50 anos de idade,
pelo risco de problemas cardíacos.
e) Se houver antecedentes pessoais de convulsão, a ECT está contra-indicada.
PREFEITURA DE SÃO PAULO
A Eletroconvulsoterapia (ECT) é uma estratégia importante, que deve
ser realizada de acordo com determinadas condições técnicas.
Assinale a afirmação correta a respeito da realização da ECT:

a) Em pacientes que já se submeteram à ECT, não há mais necessidade de que


ela seja realizada em centro cirúrgico.
b) A ECT está contra-indicada na presença de alterações de pressão
intra-craniana.
c) Na presença de sinais compatíveis com Síndrome Neuroléptica Maligna, a
ECT está contra-indicada.
d) A ECT está contra-indicada para pacientes com mais de 50 anos de idade,
pelo risco de problemas cardíacos.
e) Se houver antecedentes pessoais de convulsão, a ECT está contra-indicada.
ECT
• A Eletroconvulsoterapia é um tratamento seguro e eficaz, que consiste na
estimulação do cérebro, por meio de pulsos elétricos rápidos e controlados,
os quais desencadeiam intencionalmente uma breve convulsão terapêutica.
• A terapia eletroconvulsiva atua sobre vários elementos cerebrais
(neurotransmissores, neuropeptídeos, fatores neurotróficos),
reequilibrando-os e diminuindo mais rapidamente os sintomas da depressão
e de outras doenças psíquicas.
• A ECT atual é realizada apenas por médico habilitado, com anestesia geral
leve (de poucos minutos), em ambiente hospitalar ou clínica com
infraestrutura adequada, sob a supervisão de enfermeiro(a) e após
avaliação cuidadosa (que inclui eletrocardiograma, radiografia de tórax,
tomografia computadorizada ou ressonância nuclear magnética, exames de
laboratório, avaliação odontológica, avaliação clínica pré-anestésica).
ECT
• A ECT é regulamentada no Brasil pela resolução do Conselho Federal de
Medicina (CFM) de número 2057/2013.
• Indicações: Depressão resistente (inclusive gestantes ou idosos), TAB,
Transtorno Esquizoafetivo, Esquizofrenia (principalmente catatônica),
pacientes sem resposta medicamentosa, SNM, risco iminente de suicídio,
estados psicóticos graves, Parkinson (melhora dos sintomas extrapiramidais
e depressivos), epilepsia refratária.
• Contra-Indicações: IAM recente (até 6 meses), qualquer condição que
aumente a PIC.
• Não resolve para: TOC / Transtorno de Personalidade.
• Complicações mais frequentes: estado confusional pós-aplicação (durante
uns 15 minutos) / amnésia anterógrada (pode durar até 6 meses).
CORPO DE BOMBEIROS DF - 2016
Os transtornos do humor, sobretudo a depressão, estão entre as mais
prevalentes e incapacitantes condições médicas. Existem várias estratégias
terapêuticas, dentre elas, a eletroconvulsoterapia contínua, sendo uma
parte importante do tratamento. As indicações de eletroconvulsoterapia
(ECT) são, EXCETO:

a) Doença de Parkinson.
b) Necessidade de resposta rápida.
c) Epilepsia intratável, exceto em idosos.
d) Quando os benzodiazepínicos são ineficazes.
CORPO DE BOMBEIROS DF - 2016
Os transtornos do humor, sobretudo a depressão, estão entre as mais
prevalentes e incapacitantes condições médicas. Existem várias estratégias
terapêuticas, dentre elas, a eletroconvulsoterapia contínua, sendo uma
parte importante do tratamento. As indicações de eletroconvulsoterapia
(ECT) são, EXCETO:

a) Doença de Parkinson.
b) Necessidade de resposta rápida.
c) Epilepsia intratável, exceto em idosos.
d) Quando os benzodiazepínicos são ineficazes.
Histórico
Século XX – Faca ou pílula?

• Por volta da metade do século (anos 50 em diante), começa a


era da psicofarmacologia.

1949 – Lítio – mania


1952 – Clorpromazina – crises psicóticas
1954 – Meprobamato – sedação / hipnose
1957 – Iproniazida – tuberculose / depressão
1960 – Clordiazepóxido – ansiedade / sedação
1967 – Haloperidol – crises psicóticas / agitação psicomotora
Histórico
Século XX – Faca ou pílula?

• “Com os antipsicóticos, os pacientes deixariam de passar 30


anos num manicômio para ficar só 30 dias. Ou seja, eram
tratados e devolvidos à sociedade, que teve de aprender a lidar
com eles de outras formas”, diz Renato del Sant, psiquiatra e
professor da USP.

• 1952 – Associação Norte-Americana de Psiquiatria desenvolve o


DSM I, o qual descrevia 106 distúrbios mentais.

• Mas a psiquiatria passou também por sérias críticas. Primeiro,


por se apoiar, muitas vezes, apenas em medicamentos.
Histórico
Século XX – Faca ou pílula?

• A partir do final da 2ª Guerra, principalmente na Inglaterra,


França e Estados Unidos, surgem experiências socioterápicas no
tratamento de transtornos mentais.
• Os hospitais psiquiátricos da época não estavam conseguindo
cumprir sua função de recuperação dos pacientes
(superlotação, pequena quantidade de funcionários, falência
das propostas de tratamento existentes etc).
• As experiências surgidas foram, principalmente, a Comunidade
Terapêutica inglesa, a Psiquiatria de Setor francesa e a
Psiquiatria Preventiva comunitária norte-americana. Estas
acabaram por levar a Psiquiatria à construção de um novo
objeto - a saúde mental, e não mais a doença mental.
Histórico
Século XX – Faca ou pílula?

• A partir do final da 2ª Guerra, principalmente na Inglaterra,


França e Estados Unidos, surgem experiências socioterápicas no
tratamento de transtornos mentais.
• Os hospitais psiquiátricos da época não estavam conseguindo
cumprir sua função de recuperação dos pacientes
(superlotação, pequena quantidade de funcionários, falência
das propostas de tratamento existentes etc).
• As experiências surgidas foram, principalmente, a Comunidade
Terapêutica inglesa, a Psiquiatria de Setor francesa e a
Psiquiatria Preventiva comunitária norte-americana. Estas
acabaram por levar a Psiquiatria à construção de um novo
objeto - a saúde mental, e não mais a doença mental.
PREFEITURA DE SÃO PAULO - 2014
Movimento internacional que surgiu após a Segunda Guerra Mundial e
defendeu a premissa de que o transtorno mental é uma doença como as
demais, e deve ser prevenido e tratado como tal, desencorajando o seu
isolamento da sociedade. Esta descrição refere-se à:

a) Antipsiquiatria.
b) Comunidade Terapêutica.
c) Psiquiatria Democrática.
d) Psiquiatria de Setor.
e) Psiquiatria Preventiva.
PREFEITURA DE SÃO PAULO - 2014
Movimento internacional que surgiu após a Segunda Guerra Mundial e
defendeu a premissa de que o transtorno mental é uma doença como as
demais, e deve ser prevenido e tratado como tal, desencorajando o seu
isolamento da sociedade. Esta descrição refere-se à:

a) Antipsiquiatria.
b) Comunidade Terapêutica.
c) Psiquiatria Democrática.
d) Psiquiatria de Setor.
e) Psiquiatria Preventiva.
Histórico
• 1940 – “Acidentes de Trabalho e Desordens Mentais” - Pacheco e Silva;
• 1957 – Classificação de psicoses por intoxicações no ambiente de
trabalho – Myra y Lopez;
• Década de 1980 - primeiros estudos: Gueiros Souza (PE) e Edith
Seligmann-Silva (SP);
• 1999 – Lista de Doenças Profissionais Relacionadas ao Trabalho
(Decreto 3.048/99);
• 2001 – Manual do Ministério da Saúde – Cap. X: Transtornos Mentais
Relacionados ao Trabalho;
• 2007 – Nexo Técnico Epidemiológico – INSS.
(Camargo et al., 2007)
Histórico
Século XXI – Neurociência e genética

• Os remédios e o DSM revolucionaram a terapêutica dos


transtornos mentais. Porém, outras frentes de pesquisa têm se
fortalecido ultimamente: o estudo do genoma e o
mapeamento dos circuitos neurais.

Identifica quais genes


Detecta quais áreas
estão gerando mau
cerebrais estão
funcionamento dos
envolvidas em cada
circuitos neurais e por
transtorno
isso sintomas
Evolução do mapa cerebral
Neuroimagem da esquizofrenia
Modelos de saúde

MODELO MODELO
BIOMÉDICO BIOPSICOSSOCIAL

O foco deste modelo está Este modelo leva em conta também


sobre os processos físicos da doença os fatores sociais ou subjetividade
(como a bioquímica, a fisiologia). individual.
MODELO
BIOPSICOSSOCIA
L
Modelo Biopsicossocial
Fatores
Ambientais

Fatores
Genéticos Experiências
Psicossociais
Modelo Biopsicossocial
Fatores
Ambientais
Fatores
Genéticos
Experiências
Psicossociais

Sistema
Imunológico

Sistema
Endócrino
Modelo Biopsicossocial
• Não é somente a genética ou a constituição das redes neuronais que
determina o funcionamento cerebral;

• Hoje sabemos que o SNC está diretamente ligado aos sistemas


endocrinológico e imunológico e é influenciado por eles;

• Fatores ambientais como a passagem do tempo, exposição solar e


temperatura, entre outros, afetam estes sistemas e, consequentemente,
o funcionamento mental;

• Também são diretamente influenciados pelas


vivências e interações sociais.

(Sadock et al., 2009)


Modelo Biopsicossocial
Sistema Fatores
Endócrino Ambientais

Sistema Fatores
Imunológico Genéticos

Experiências
Psicossociais

Cognição
(atenção, concentração, inteligência,
Funcionamento memória, pragmatismo)

Comportamento
do Cérebro
(MIGUEL et al., 2011; SADOCK et al., 2009)
Emoções
Modelo Biopsicossocial
Fatores
Ambientais
Fatores
Genéticos
Experiências
Psicossociais

Sistema
Imunológico
Desenvolvimento
Sistema na Infância e
Endócrino Adolescência
Modelo Biopsicossocial
DESENVOLVIMENTO DO CÉREBRO

100 bilhões de neurônios e 100 trilhões de sinapses


Modelo Biopsicossocial

DESENVOLVIMENTO DO CÉREBRO

❖ Pruning (“poda”): elimina neurônios e conecções desnecessários,


não utilizados com frequência ou sem utilidade;
❖ Só os neurônios e sinapses “estimulados” sobrevivem até à vida
adulta;
❖ O Pruning representa a maturação do cérebro -
aproximadamente 50% de neurônios e sinapses são eliminados
neste processo.
Modelo Biopsicossocial

FÍGADO
Fatores Fatores
Genéticos e Ambientais
Constitucionais
Álcool Vírus
Alimentação
Drogas Medicamentos

Fígado saudável Fígado com cirrose


Modelo Biopsicossocial
Vida Adulta:
Trabalho, lazer, vida
afetiva, religiosidade, etc.

REGULAM

Fortalecimento/Enfraquecimento
de vias na rede neuronal e da
neurotransmissão (sinapses, receptores)
(Sadock et al., 2009)
Modelo Biopsicossocial

(Nestler et al., 2002)


Modelo Biopsicossocial

Sono: Alimentação:
7 hs 2 hs

Trânsito:
2 hs

Família e
Lazer: 4 hs
Trabalho:
9 hs
Modelo Biopsicossocial

Controle de Trabalho: 9 hs
Ritmo de trabalho
produtividade

Monotonia e
Trabalho repetitividade
em turno

Estresse
Jornada de mental
trabalho

Salário
Relacionamento
interpessoal Reconhecimento
Modelo Biopsicossocial

Controle de Trabalho: 9 hs
Ritmo de trabalho
produtividade
I S
IA
C Monotonia e
S O O
Trabalho
O S A
repetitividade
em turno
IC O S
P S D
S
E IO N A O Estresse
OR L H
Jornada de
T LA C BA mental
trabalho
A
F RE A
TR Salário
Relacionamento
interpessoal Reconhecimento
Comunicação de Acidente de
Trabalho

CUIDADO!!
― Estou com depressão!
E foi no trabalho! Pode
emitir uma CAT pra
mim?
(Sadock et al., 2009)
Modelo Biopsicossocial
Fatores
Ambientais
Fatores TRABALHO
Genéticos

Experiências
Psicossociais

Sistema
Imunológico

Sistema
Endócrino
O ESTRESSE
O estresse
• Do inglês stress, o termo foi inicialmente
utilizado na Física com a ideia de tensão (grau de
deformidade sofrido por um material, quando
submetido a alguma pressão ou esforço).

• No campo da saúde, Hans Selye (1907-1982), um


endocrinologista húngaro, constatando sintomas
e sinais semelhantes (como perda de peso,
inapetência, desânimo, fadiga muscular,
aumento da pressão arterial) em pacientes que
sofriam de diferentes doenças e, inclusive, em
várias pessoas que não tinham qualquer
patologia. Denominou essa condição clínica de
Síndrome de Estar Doente.
O estresse

• Nessa linha, submeteu animais a


diversas situações agressivas (frio, calor,
infecção, trauma, hemorragia) e
observou que eles apresentavam a
mesma resposta corporal: dilatação do
córtex da glândula suprarrenal, atrofia
timo-linfática e úlceras intestinais.

• Selye, então, relacionou esses achados


biológicos ao conceito físico de estresse,
definindo-o como uma reação defensiva
do organismo em resposta a qualquer
estímulo, o que denominou, em 1936,
de Síndrome de Adaptação Geral (SAG)
ou Síndrome do Estresse Biológico.
O estresse

• Frente a um agente estressor (um acidente, uma doença, um divórcio,


uma prova de vestibular), o corpo reage através de vários mecanismos
fisiológicos para nos proteger e recuperar o equilíbrio (homeostase). Esse
é o chamado “bom estresse” ou eutresse, e a resposta do corpo é uma
forma saudável de se adaptar, se conformar, se ajustar à nova situação.
Essa adaptação, essencial à boa convivência e saúde, denomina-se
allostasis.

• ESTRESSE: processo que ocorre no corpo para se adaptar a todas as


influências, mudanças, exigências e tensões às quais é exposto (físicas,
mentais, sociais).

• Estamos sempre expostos a algum nível de estressor. O problema é o


desequilíbrio, o excesso, o não gerenciamento adequado.
O estresse
MODELO DESEQUILÍBRIO ESFORÇO-RECOMPENSA (Siegrist)

(Siegrist. 2002)
O estresse

Copi
ng s
Estressore
em
Potencial

Condicionantes
internos
l
eS ocia
Suport
Condicionantes
externos
O estresse
MODELO DEMANDA-CONTROLE (Karasek e Theorell)

• Demanda Psicológica: reflete quão duro o indivíduo trabalha:


prazos-limite, esforço mental, estímulo necessário, estressores
internos (medo de perder o emprego), turnos alternados, etc.

• Latitude de Decisão (Controle): habilidade do trabalhador de


controlar suas atividades e usar as suas habilidades 🡪 autonomia e
controle sobre o uso das habilidades.

(Glina et al., 2001)


Estressores
Acontecimentos da Vida

• Acontecimentos Vitais (life-events): mais importantes, com maiores


consequências e comprometimentos da saúde (a morte de um ente querido,
a saída de um filho de casa, o casamento ou divórcio, um acidente
inesperado);

• Acontecimentos Diários Menores: menor relevância. Quando frequentes,


geram respostas bem negativas no organismo (a perda de algum objeto, o
atraso para algum compromisso, a esperar em fila, o ruído incomodativo de
algum evento;

• Situações de Tensão Crônica: situações de tensão crônica que geram estresse


relativamente intenso e que persistem ao longo do tempo, como por
exemplo, um relacionamento conjugal perturbado (com agressões verbais e
físicas ao longo de anos).
Estressores
Internos / Externos

• Estressores Externos: provêm de uma fonte ambiental, fora do


organismo. Ex.: nascimento/morte, perda de familiar, sobrecarga de
trabalho, casamento, separação, relacionamento abusivo, acidente,
emprego, problemas financeiros;

• Estressores Internos: provêm de fontes internas físicas, psíquicas ou


espirituais, como crenças, autocobrança, perfeccionismo, medo,
dificuldades, falta de habilidade pra resolver problemas, baixa
autoestima.
Estresse laboral

• É uma das principais causas de adoecimento, constituindo-se como


um importante fator de risco ao bem-estar psicossocial do
trabalhador, afetando diretamente a saúde e a qualidade de vida
afetiva, social e profissional;

• Consequências principais: baixo desempenho, alta rotatividade,


absenteísmo, adoecimentos, violência no local de trabalho;

• Os principais estressores organizacionais no trabalho são os de


origem física (ruído, ventilação, iluminância) ou psicossocial (fatores
intrínsecos ao trabalho, relacionamento interpessoal,
autonomia/controle das tarefas etc).
O estresse
MOTORISTAS DE
ÔNIBUS URBANO

Altos níveis de congestionamento


com ampliação do tempo de percurso
X cobrança pelo tempo
O estresse
MOTORISTAS DE
ÔNIBUS URBANO

Número crescente de carros


particulares e motocicletas
O estresse
MOTORISTAS DE
ÔNIBUS URBANO
Aumento da poluição
O estresse
MOTORISTAS DE
ÔNIBUS URBANO

Excesso de passageiros e longas filas


de espera nos pontos de ônibus
O estresse
MOTORISTAS DE
ÔNIBUS URBANO

Aumento do número de “lotações” e


micro-ônibus em circulação
O estresse
MOTORISTAS DE
ÔNIBUS URBANO

Deterioração das vias públicas


O estresse
MOTORISTAS DE
ÔNIBUS URBANO

Insegurança por parte dos motoristas


e passageiros
O estresse
MOTORISTAS DE
ÔNIBUS URBANO

Risco de acidentes
O estresse
MOTORISTAS DE
ÔNIBUS URBANO

Fiscalização constante e falta de


infraestrutura adequada
O estresse
MOTORISTAS DE
ÔNIBUS URBANO
Calor
O estresse
MOTORISTAS DE
ÔNIBUS URBANO
Ruído
O estresse
MOTORISTAS DE
ÔNIBUS URBANO

Atuação como cobradores


O estresse
MOTORISTAS DE
ÔNIBUS URBANO
Salários baixos
O estresse
MOTORISTAS DE
ÔNIBUS URBANO

Distúrbios psíquicos mais frequentes nessa população:

✔ Quadros depressivos
✔ Distúrbios de ansiedade
✔ Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT)
✔ Quadros psicossomáticos
✔ Uso de substâncias psicoativas

O estresse ocupacional é citado como uma das principais causas


do adoecimento psíquico
O estresse
ANAMT - 2012

Em relação ao stress no trabalho, pode-se afirmar:

a) Os desafios não devem ser impostos aos trabalhadores, pois


sempre levam ao desencadeamento de stress.
b) Desafio e stress são conceitos iguais.
c) O stress deriva de exigências do trabalho não satisfeitas.
d) O desafio é importante e motivador.
e) Devemos sempre trabalhar como médicos do trabalho em
todas as situações de stress.
O estresse
ANAMT - 2012

Em relação ao stress no trabalho, pode-se afirmar:

a) Os desafios não devem ser impostos aos trabalhadores, pois


sempre levam ao desencadeamento de stress.
b) Desafio e stress são conceitos iguais.
c) O stress deriva de exigências do trabalho não satisfeitas.
d) O desafio é importante e motivador.
e) Devemos sempre trabalhar como médicos do trabalho em
todas as situações de stress.
O estresse
ANAMT - 2015
Na prevenção de estresse no trabalho, assinale falso (F) ou verdadeiro (V) e
marque a alternativa correspondente:
o O programa de prevenção deve incluir ações nas situações de trabalho e
orientações para a vida pessoal dos trabalhadores.
o As orientações para a vida pessoal incluem o aumento da capacidade de
gerenciar situações estressantes.
o Devem ser identificados os fatores que causam estresse no trabalho e não os
fatores de satisfação no trabalho.
a) VFF
b) VVF
c) VVV
d) FVF
O estresse
ANAMT - 2015
Na prevenção de estresse no trabalho, assinale falso (F) ou verdadeiro (V) e
marque a alternativa correspondente:
o O programa de prevenção deve incluir ações nas situações de trabalho e
orientações para a vida pessoal dos trabalhadores.
o As orientações para a vida pessoal incluem o aumento da capacidade de
gerenciar situações estressantes.
o Devem ser identificados os fatores que causam estresse no trabalho e não os
fatores de satisfação no trabalho.
a) VFF
b) VVF
c) VVV
d) FVF
O estresse
ANAMT - 2014
Você foi procurado pelo gerente de recursos humanos de um hospital de médio
porte pedindo uma intervenção ergonômica na lavanderia. Os trabalhadores se
queixam de sobrecarga e insuficiência de tempo para realizar suas tarefas. O
absenteísmo cresceu significativamente nos últimos doze meses. Assinale a
alternativa CORRETA:

a) Como a maioria dos trabalhadores tem idade superior a 40 anos, a melhor


solução é terceirizar o setor, uma vez que não há solução plausível.
b) Um programa de ginástica laboral é imprescindível para resolver o problema.
c) Rever o conteúdo das tarefas, assim como a aquisição de novos equipamentos é
central para melhorar este cenário.
d) Um programa de vigilância epidemiológica e uma melhoria nos exames
periódicos é o centro das soluções.
O estresse
ANAMT - 2014
Você foi procurado pelo gerente de recursos humanos de um hospital de médio
porte pedindo uma intervenção ergonômica na lavanderia. Os trabalhadores se
queixam de sobrecarga e insuficiência de tempo para realizar suas tarefas. O
absenteísmo cresceu significativamente nos últimos doze meses. Assinale a
alternativa CORRETA:

a) Como a maioria dos trabalhadores tem idade superior a 40 anos, a melhor


solução é terceirizar o setor, uma vez que não há solução plausível.
b) Um programa de ginástica laboral é imprescindível para resolver o problema.
c) Rever o conteúdo das tarefa, assim como a aquisição de novos equipamentos é
central para melhorar este cenário.
d) Um programa de vigilância epidemiológica e uma melhoria nos exames
periódicos é o centro das soluções.
O estresse
ANAMT - 2009
Em relação ao estresse no trabalho, assinale falso (F) ou verdadeiro (V) e marque a
alternativa correspondente:
I. O conceito de estresse no trabalho da Organização Mundial de Saúde corresponde à
presença de resposta físicas e emocionais prejudiciais que ocorrem quando as
exigências do trabalho não estão em equilíbrio com as capacidades, recursos ou
necessidades do trabalhador.
II. Entre os fatores de estresse no trabalho está o ruído excessivo no ambiente de
trabalho.
III. A sua prevenção não faz parte das atividades da Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes.
IV. O estresse não é, necessariamente, um fenômeno prejudicial à saúde.
a) Apenas I e II são corretos.
b) Apenas II e III são corretas.
c) I, II e IV são corretas.
d) I, II, III e IV são corretas.
e) I e III são corretas.
O estresse
ANAMT - 2009
Em relação ao estresse no trabalho, assinale falso (F) ou verdadeiro (V) e marque a
alternativa correspondente:
I. O conceito de estresse no trabalho da Organização Mundial de Saúde corresponde à
presença de resposta físicas e emocionais prejudiciais que ocorrem quando as
exigências do trabalho não estão em equilíbrio com as capacidades, recursos ou
necessidades do trabalhador.
II. Entre os fatores de estresse no trabalho está o ruído excessivo no ambiente de
trabalho.
III. A sua prevenção não faz parte das atividades da Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes.
IV. O estresse não é, necessariamente, um fenômeno prejudicial à saúde.
a) Apenas I e II são corretos.
b) Apenas II e III são corretas.
c) I, II e IV são corretas.
d) I, II, III e IV são corretas.
e) I e III são corretas.
O estresse
PSICODINÂMICA DO TRABALHO

ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO:

– Divisão das tarefas


– Divisão das pessoas
– Descompasso entre trabalho
prescrito e trabalho real
– Ambiente
– Hierarquia
– “Filosofia” da empresa, etc.

(Lancman et al., 2011)


O estresse
NORMA REGULAMENTADORA N⁰ 17

17.6. Organização do trabalho


17.6.1. A organização do trabalho deve ser adequada às características
psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado.

17.6.2. A organização do trabalho, para efeito desta NR, deve levar em consideração,
no mínimo:
a) as normas de produção;
b) o modo operatório;
c) a exigência de tempo;
d) a determinação do conteúdo de tempo;
e) o ritmo de trabalho;
f) o conteúdo das tarefas.
O estresse
ANAMT - 2012
São considerados respectivamente fatores causais
biomecânicos e organizacionais das LER/DORT:

a) Stress e compressão mecânica


b) Iluminância e vibrações
c) Força excessiva e ritmo de trabalho
d) Conteúdo do trabalho e postura
e) Sedentarismo e metas
O estresse
ANAMT - 2012
São considerados respectivamente fatores causais
biomecânicos e organizacionais das LER/DORT:

a) Stress e compressão mecânica


b) Iluminância e vibrações
c) Força excessiva e ritmo de trabalho
d) Conteúdo do trabalho e postura
e) Sedentarismo e metas
O estresse
PSICODINÂMICA DO TRABALHO

CONFLITO:

ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

FUNCIONAMENTO PSÍQUICO

(Lancman et al., 2011)


O estresse
PSICODINÂMICA DO TRABALHO

DEFINIÇÃO:

“análise do sofrimento psíquico resultante do confronto dos


homens com a organização do trabalho”
ou
“análise psicodinâmica dos processos intersubjetivos
mobilizados pelas situações de trabalho”

(Lancman et al., 2011)


O estresse
PSICODINÂMICA DO TRABALHO

❖ Não há neutralidade do trabalho, pois ou ele é um dos


operadores da SAÚDE ou da DOENÇA.

❖ O trabalho ocupa um lugar importante na CONSTRUÇÃO DA


SAÚDE MENTAL

(Lancman et al., 2011)


O estresse
ANAMT - 2015
Os distúrbios mentais estão aumentando em todo o mundo do
trabalho e é preocupação de saúde pública neste momento histórico
do mundo do trabalho. Pode-se dizer que:

a) O estudo da psicodinâmica e suas interfaces no trabalho é um dos


campos mais promissores nesta área.
b) Os fatores biológicos e hormonais têm pouca influência sobre estes
distúrbios.
c) Se houver respeito entre os diversos atores nas empresas não
haverá mais distúrbios mentais no trabalho.
d) O consumo de vinho tinto auxilia o eixo hipofisário para a proteção
do córtex frontal evitando estes distúrbios.
O estresse
ANAMT - 2015
Os distúrbios mentais estão aumentando em todo o mundo do
trabalho e é preocupação de saúde pública neste momento histórico
do mundo do trabalho. Pode-se dizer que:

a) c estudo da psicodinâmica e suas interfaces no trabalho é um dos


campos mais promissores nesta área.
b) Os fatores biológicos e hormonais têm pouca influência sobre estes
distúrbios.
c) Se houver respeito entre os diversos atores nas empresas não
haverá mais distúrbios mentais no trabalho.
d) O consumo de vinho tinto auxilia o eixo hipofisário para a proteção
do córtex frontal evitando estes distúrbios.
INCAPACIDADE LABORAL
NOS TRANSTORNOS
MENTAIS
Conceitos de
Incapacidade Laboral
Incapacidade Laboral

Deficiência/Disfunção “qualquer perda ou anormalidade da


estrutura ou função psicológica,
fisiológica ou anatômica” (Min. Saúde, 2001)

“qualquer redução ou falta da


Incapacidade capacidade para realizar uma atividade
de uma maneira que seja considerada
normal para o ser humano ou esteja
dentro do aspecto considerado normal”
(Min. Saúde, 2001)

(Glina et al., 2010)


Incapacidade Laboral

Estar doente não significa,


necessariamente, ter
incapacidade para o
trabalho
Incapacidade Laboral
Prevalência X Incapacidade
Incapacidade Laboral
Caso Clínico (1000802-46.2017.5.02.0602)

O Autor apresenta quadro de sintomas psicóticos e ansiosos aproximadamente 2 meses


após o início do contrato de trabalho com a Ré. O quadro leva ao tratamento médico
psiquiátrico nos meses seguintes e a período longo de afastamento laboral com
recebimento de benefício previdenciário por 3 anos. É feita hipótese diagnóstica de um
transtorno delirante (F29 da CID-10), associado a um transtorno de ansiedade (F41 da
CID-10), porém, com a evolução, não fica definido nenhum dos diagnósticos como
definitivo.
Incapacidade Laboral
Caso Clínico (1000802-46.2017.5.02.0602)

O Autor apresenta quadro de sintomas psicóticos e ansiosos aproximadamente 2 meses


após o início do contrato de trabalho com a Ré. O quadro leva ao tratamento médico
psiquiátrico nos meses seguintes e a período longo de afastamento laboral com
recebimento de benefício previdenciário por 3 anos. É feita hipótese diagnóstica de um
transtorno delirante (F29 da CID-10), associado a um transtorno de ansiedade (F41 da
CID-10), porém, com a evolução, não fica definido nenhum dos diagnósticos como
definitivo.

Incapacidade na Demissão
Demissão em 05/05/2017 (justa causa por suposto abandono de emprego). Na última
consulta prévia ao final do contrato de trabalho (03/02/2017), o médico relatava
melhora do quadro e que o Autor estava em condições de retorno às atividades. Não há
relato médico de incapacidade laboral nas consultas médicas realizadas no ano de 2017.
Em 24/10/2017 recebe alta do CAPS, sendo encaminhado para unidade básica de saúde
- UBS, em uso apenas de Prometazina e sem diagnóstico totalmente definido.
Incapacidade Laboral
Período de incapacidade
Início do
Após 1 ano
quadro

Período de Incapacidade
incapacidade
Incapacidade Laboral
Período de incapacidade
Início do
Após 1 ano
quadro

Período de Incapacidade
incapacidade

Doença sem incapacidade


Início do
Após 1 ano
quadro

Incapacidade
Incapacidade Laboral: Conceitos

Grau

Gravidade

Duração

Profissão
Incapacidade Laboral

Grau

PARCIAL: capacidade para o desempenho da atividade, sem risco de


morte ou agravamento maior do quadro, com necessidade de
restrições (jornada, tarefas, contato com público, etc).

TOTAL: incapacidade do desempenho da atividade em condições


adequadas pelo trabalhador examinado.
Incapacidade Laboral

Gravidade

LEVE: poucos sintomas; comprometimento não significativo dos


funcionamentos social e ocupacional.

MODERADA: aumento dos sintomas; comprometimento pouco


significativo dos funcionamentos social e ocupacional.

GRAVE: muitos sintomas; comprometimento acentuado dos


funcionamentos social e ocupacional.
Incapacidade Laboral

Duração

TEMPORÁRIA: incapacidade para a qual pode se esperar recuperação


dentro de um prazo previsível (transtornos leves, episódicos, com pouco
comprometimento social e ocupacional).

PERMANENTE: sem expectativa de alteração com os recursos de


tratamento e reabilitação disponíveis (transtornos graves, crônicos, com
grande comprometimento social e ocupacional)
Incapacidade Laboral

Profissão

UNIPROFISSIONAL: é aquela onde existe impedimento para o exercício de


apenas uma atividade específica.

MULTIPROFISSIONAL: existe impedimento para o exercício de diversas


atividades profissionais.

OMNIPROFISSIONAL: implica na impossibilidade para o exercício de toda


e qualquer atividades profissionais.
Incapacidade Laboral

Avaliação da Capacidade Laboral

“A avaliação deverá girar em torno da análise das atividades


que o indivíduo deve exercer durante a sua jornada de
trabalho e o impacto da doença mental sobre esse
desempenho. poderá ser necessário estabelecer que aptidões
remanescem, de modo que o trabalhador possa ser realocado
em outra função.”

(Taborda et al., 2012)


Incapacidade Laboral
Antidepressivo

Principais Efeitos Colaterais

↓ apetite
↓ sono
Disf. sexual
Incapacidade Laboral
Antidepressivo

sem
incapacidade
Principais Efeitos Colaterais

↓ apetite
↓ sono
Disf. sexual
Incapacidade Laboral
Antidepressivo + Antipsicótico

Principais Efeitos Colaterais


↓ apetite ↑ apetite
↓ sono ↑ sono
Disf. sexual ↓ atenção
Incapacidade Laboral
Antidepressivo + Antipsicótico

com
incapacidade
Principais Efeitos Colaterais
↓ apetite ↑ apetite
↓ sono ↑ sono
Disf. sexual ↓ atenção
Incapacidade Laboral
Antidepressivo + Antipsicótico

Principais Efeitos Colaterais


↓ apetite ↑ apetite
↓ sono ↑ sono
Disf. sexual ↓ atenção
Incapacidade Laboral
Antidepressivo + Antipsicótico

sem
Principais Efeitos Colaterais
incapacidade ↓ apetite ↑ apetite
↓ sono ↑ sono
Disf. sexual ↓ atenção
Incapacidade Laboral

Momento da Avaliação da Capacidade Laboral

Período de
incapacidade

Retorno ao
Trabalho

Incapacidade nos Sintomas Residuais


Incapacidade Laboral

Psiquiatra Med. Trabalho

↓ apetite Disf. sexual ↑ sono

↓ sono ↓ atenção ↑ apetite


Incapacidade Laboral
Muitas vezes, o QUADRO NÃO É
transparente e claro, como numa
doença física

DOENÇA PSÍQUICA DOENÇA FÍSICA


Incapacidade Laboral
QUADRO NÃO É APARENTE
Incapacidade Laboral

Por isso, a avaliação deve ser


feita (pelo menos) a ‘4 mãos’:
PSIQUIATRA + MÉDICO DO
TRABALHO
Incapacidade Laboral

Perito do INSS

Avaliação de
CONSISTÊNCIA
Incapacidade Laboral

Perito do INSS

• Quase sempre, é médico não especialista em Psiquiatria (ocupacional)


nem em Medicina do Trabalho;

• Algumas vezes, deixa de considerar a função do


segurado e/ou medicação em uso (Ex.: motoristas de
ônibus urbano);

• Obs.: Reabilitação funciona apenas em algumas


regiões.
Incapacidade Laboral
Relatório Médico

Resolução CFM nº 1.851/2008


“Art. 3º
Parágrafo único. Quando o atestado for solicitado pelo paciente ou seu representante legal para
fins de perícia médica deverá observar:
I - o diagnóstico;
II - os resultados dos exames complementares;
III - a conduta terapêutica;
IV - o prognóstico;
V - as consequências à saúde do paciente;
VI - o provável tempo de repouso estimado necessário para a sua recuperação, que
complementará o parecer fundamentado do médico perito, a quem cabe legalmente a decisão do
benefício previdenciário, tais como: aposentadoria, invalidez definitiva, readaptação;
VII - registrar os dados de maneira legível;
VIII - identificar-se como emissor, mediante assinatura e carimbo ou número de registro no
Conselho Regional de Medicina.”
Incapacidade Laboral
Relatório Psiquiátrico
• Elaborar o relatório seguindo os padrões da Resolução CFM nº 1.851/2008 ;

Resolução CFM nº 2.183/2018


“Art. 1º Aos médicos do trabalho e demais médicos que atendem o trabalhador,
independentemente do local em que atuem, cabe:
IV § 5º O médico assistente ou especialista, ao ser solicitado pelo médico do trabalho,
deverá produzir relatório ou parecer com descrição dos achados clínicos, prognóstico,
tratamento e exames complementares realizados que possam estar relacionados às
queixas do trabalhador e entregar a ele ou ao seu responsável legal, em envelope
lacrado endereçado ao médico solicitante, de forma confidencial.
• Informar os déficits gerados pela doença as capacidade residuais;
• Relatar fatores psicossociais do trabalho que podem tem interferência
direta no agravamento/melhora do quadro psíquico (na opinião do médico);
• Não é o psiquiatra quem deve definir se há ou não incapacidade, mas o
Médico do Trabalho e, principalmente, o Perito do INSS.
Incapacidade Laboral
Relatório Médico do Trabalho

• Elaborar o relatório seguindo os padrões da Resolução CFM nº 1.851/2008


e seguir o que determina a Resolução CFM nº 2.183/2018:
Resolução CFM nº 2.183/2018
“Art. 1º Aos médicos do trabalho e demais médicos que atendem o trabalhador, independentemente do local
em que atuem, cabe:
II - fornecer atestados e pareceres para o trabalhador sempre que necessário, considerando que o repouso, o
acesso a terapias ou o afastamento da exposição nociva faz parte do tratamento;
III - fornecer laudos, pareceres e relatórios de exame médico e dar encaminhamento, sempre que necessário,
dentro dos preceitos éticos;
IV § 3º O médico do trabalho pode discordar dos termos de atestado médico emitido por outro médico, desde
que justifique a discordância, após o devido exame clínico do trabalhador, assumindo a responsabilidade pelas
consequências do seu ato.
IV § 4º O médico do trabalho, ao ser solicitado pelo médico assistente do trabalhador, deverá produzir
relatório com descrição dos riscos ocupacionais e da organização do trabalho e entregá-lo ao trabalhador ou
ao seu responsável legal, em envelope lacrado endereçado ao médico solicitante, de forma confidencial.
Incapacidade Laboral
Grau Retorno à ativ. habitual

Gravidade Manter afastamento

Duração Readaptação (restrições)

Profissão Reabilitação no INSS

Aposentadoria

(Glina et al., 2010)


Quantificação da
Incapacidade
Quantificação da incapacidade

WHO Disability Assessment Schedule 2.0 (WHODAS) – DSM V


COGNIÇÃO (domínio 1): Avalia atividades de comunicação e de pensamento; áreas
específicas avaliadas incluem concentração, memória, resolução de problemas,
aprendizado e comunicação.
MOBILIDADE (domínio 2): Avalia atividades como ficar em pé, mover-se dentro de
casa, ficar fora de casa e caminhar uma longa distância.
AUTOCUIDADO (domínio 3): Avalia auto higiene, vestir-se, comer e ficar sozinho.
RELACIONAMENTO (domínio 4): Avalia as interações com outras pessoas e as
dificuldades encontradas devidas a uma condição de saúde.
ATIVIDADES DE VIDA (domínio 5): Avalia dificuldades com as atividades do dia a
dia, isto é, aquelas que as pessoas fazem na maioria dos dias, incluindo as
associadas com as responsabilidades domésticas, lazer, trabalho e escola.
PARTICIPAÇÃO (domínio 6): Avalia as dimensões sociais, tais como as atividades
comunitárias, barreiras e obstáculos no mundo em torno do indivíduo, e
problemas com outras questões, tais como manutenção da dignidade pessoal.
Quantificação da incapacidade
EXAME PSÍQUICO COMPLETO
Quantificação da incapacidade
EXAME PSÍQUICO COMPLETO
Quantificação da incapacidade
EXAME PSÍQUICO COMPLETO
Quantificação da incapacidade
EXAME PSÍQUICO COMPLETO
Quantificação da incapacidade
EXAME PSÍQUICO COMPLETO
Quantificação da incapacidade
EXAME PSÍQUICO COMPLETO
Quantificação da incapacidade
EXAME PSÍQUICO COMPLETO
Quantificação da incapacidade

AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA

Avaliação
Psicológica

Avaliação
Neurológica

Avaliação
Psiquiátrica
Quantificação da incapacidade

EXAMES OCUPACIONAIS

Avaliação Psiquiátrica
Admissional
Avaliação Psicológica
Quantificação da incapacidade

EXAMES OCUPACIONAIS

Avaliação Psiquiátrica
Admissional
Avaliação Psicológica

Conflito de avaliação
INSS x Médico Assistente
Demissional
Avaliação com profissional
especialista, se preciso
Fatores que
interferem na
incapacidade
Fatores que interferem na incapacidade

Incapacidade
pela doença

Fatores Sociais

Tratamento

Empresa:
Características local de trabalho,
do Indivíduo equipe
Fatores que interferem na incapacidade

Incapacidade sã o?
pres
pela doença e
D
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TAB

qu
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TAG

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Korsa
koff
Fatores que interferem na incapacidade

Tratamento Escolha da medicação

Uso de dose correta

Associação de medicamentos

Tempo adequado de uso

Efeitos adversos

Resolutividade
Fatores que interferem na incapacidade

Caso Clínico (1000510-38.2017.5.02.0060)

• Comprova início de tratamento em 25/03/2008, porém com histórico de já ter feito


tratamento prévio – interrupção levando a novos episódios.
• Começa a apresentar sintomas no final do ano de 2007 (“assustado sem motivo,
com medo de ser assaltado sempre que estava em serviço”), sendo encaminhado
pela chefia para avaliação com assistente social, que o encaminhou para o
tratamento médico – demora para início do tratamento levando a agravamento.
• Na consulta de 31/10/2008, há relato da situação vivenciada pela ré (disparo
acidental de arma de fogo), além da parada da medicação – interrupção da
medicação contribuindo com agravamento.
• Na mesma consulta, há relato de recaída após o uso concomitante de drogas
(maconha e cocaína) – comorbidade agravando o quadro.
• Comprova seguimento até julho/2010, com novo período de interrupção do
tratamento, que retoma em 27/03/2013, após novo agravamento.
Fatores que interferem na incapacidade

Características
do Indivíduo
Fatores que interferem na incapacidade

PREDISPOSIÇÃO GENÉTICA

(1 ano) Paciente 1

Paciente 2

Contratação

Características
do Indivíduo
Fatores que interferem na incapacidade

PERSONALIDADE
EXPERIÊNCIAS E TRAUMAS

OUTRAS DOENÇAS

Características
do Indivíduo
Fatores que interferem na incapacidade

HÁBITOS E ESTILO DE VIDA

Atividades
Atividades Protetoras
Dificultadoras
Ativ. Física Uso Substâncias
Relaxamento Religião
Religião Jogo
Sup. Social Isolamento
Sup. Familiar
Características
do Indivíduo
Fatores que interferem na incapacidade

Fatores Sociais
Fatores que interferem na incapacidade

Condições de Vida
✔ DISTÂNCIA DA RESIDÊNCIA

Fatores Sociais
Fatores que interferem na incapacidade

Condições de Vida
✔ DISTÂNCIA DA RESIDÊNCIA – SUPORTE FAMILIAR

Fatores Sociais
Fatores que interferem na incapacidade

Condições de Vida
✔ SUPORTE FAMILIAR

Transporte

Medicação
Sup. Financeiro

Sup. Emocional

Isolamento

Fatores Sociais
Fatores que interferem na incapacidade

Condições de Vida
✔ SUPORTE FAMILIAR

Fatores Sociais
Fatores que interferem na incapacidade

Empresa:
local de trabalho,
equipe
Fatores que interferem na incapacidade

Fatores Estressantes que influem na evolução do


quadro

Suporte Financeiro Futuro Profissional

Relações de Trabalho
Empresa:
local de trabalho,
equipe
Fatores que interferem na incapacidade

Programa de Retorno ao Trabalho


Avaliar Capacidade

Estabelecer Restrições

Acompanhar o Retorno

Encaminhamentos

Interface com Gestor

Empresa:
local de trabalho,
equipe
Transtornos Mentais
Relacionados ao Trabalho
Síndromes Psiquiátricas
Relacionadas ao Trabalho
Transtornos
de Humor
Transtornos de Humor
Transtornos de Humor

AFASTAMENTOS POR CID F30-F39


Transtornos de Humor

RECONHECIMENTO DE NEXO COM O TRABALHO


Transtornos de Humor

EPISÓDICOS
DSM V

Transtornos Depressivos Transtorno Bipolar


❖ Transtorno Disruptivo de Desregulação do ❖ Transtorno Bipolar tipo I
Humor ❖ Transtorno Bipolar tipo II
❖ Transtorno Depressivo Maior ❖ Transtorno Ciclotímico
❖ Transtorno Depressivo Persistente (Distimia)
❖ Transtorno Bipolar induzido por
❖ Transtorno Disfórico Pré-Menstrual substância ou medicamento
❖ Transtorno Depressivo induzido por
❖ Transtorno Bipolar devido a outra
substância ou medicamento condição médica
❖ Transtorno Depressivo devido a outra
condição médica
Transtornos de Humor

EPISÓDICOS
DSM V

Transtornos Depressivos Transtorno Bipolar


❖ Transtorno Disruptivo de Desregulação do ❖ Transtorno Bipolar tipo I
Humor ❖ Transtorno Bipolar tipo II
❖ Transtorno Depressivo Maior ❖ Transtorno Ciclotímico
❖ Transtorno Depressivo Persistente (Distimia)
❖ Transtorno Bipolar induzido por
❖ Transtorno Disfórico Pré-Menstrual substância ou medicamento
❖ Transtorno Depressivo induzido por
❖ Transtorno Bipolar devido a outra
substância ou medicamento condição médica
❖ Transtorno Depressivo devido a outra
condição médica
Transtorno Depressivo Maior

Depressão é diferente de um medo, ansiedade


ou desespero momentâneos

• Em ocasiões de forte e súbito estresse emocional, independentemente


da nossa vontade, o cérebro aciona o Sistema Nervoso Simpático,
formado por ramos nervosos que correm ao lado da nossa medula
espinhal.
• A reação é uma maior produção, pelas glândulas suprarrenais, dos
hormônios adrenalina e noradrenalina, os quais aumentam a
frequência cardiorrespiratória, a pressão arterial, os níveis de açúcar no
sangue, a atividade mental, a força muscular, o metabolismo geral do
corpo.
• Com isso, pode-se ter a sensação de maior ansiedade, maior angústia,
maior aflição.
Transtorno Depressivo Maior

Depressão é diferente de uma tristeza ou desesperança


por causa de alguma decepção, problema ou descontentamento

• A perda de um emprego, a não aprovação em um exame de concurso, uma


traição sofrida, um sonho não alcançado, uma dívida financeira contraída são
alguns fatores que podem gerar desânimo, sofrimento e desesperança intensos.
• Consequentemente, outras impressões ou sensações acabam surgindo, como
sentimentos de inferioridade, fracasso, rejeição... Dúvidas e medo são
companheiros insistentes durante esse tempo.
• Entretanto, ainda é precoce afirmar que existe um quadro depressivo instalado
nessas circunstâncias, pois pressões, decepções, problemas e conflitos cruzam o
nosso caminho a toda hora e naturalmente têm a propensão de desestruturar o
que construímos ou conquistamos com esforço, ou aquilo que sonhamos ser o
melhor para nós.
Transtorno Depressivo Maior

Depressão é diferente do luto

FASES DO LUTO:
❖ Negação
❖ Raiva
❖ Depressão
❖ Aceitação

• Não existe uma sequência rígida das etapas de luto, e nem todas as
pessoas passam pelas quatro fases. Porém é importante enfrentar e
superar cada uma delas, após a ruptura afetiva. Vários enlutados ficam
estagnados em uma das etapas. Estágios de luto não enfrentados e
superados podem desembocar em um quadro depressivo depois.
Transtorno Depressivo Maior
Depressão NÃO é:
Fingimento
Frescura
Fraqueza
Fuga da realidade
Falha de caráter
Flutuação aguda do humor ou das emoções
Flagelo de Deus
“Depressão no Cristão?”
Pablo Bernardes
Transtorno Depressivo Maior
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

A. Cinco (ou mais) dos seguintes sintomas estiveram presentes durante o


mesmo período de duas semanas e representam uma mudança em
relação ao funcionamento anterior; pelo menos um dos sintomas é (1)
humor deprimido ou (2) perda de interesse ou prazer.

1. Humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias,


conforme indicado por relato subjetivo (p. ex., sente-se triste, vazio,
sem esperança) ou por observação feita por outras pessoas (p. ex.,
parece choroso).
2. Acentuada diminuição do interesse ou prazer em todas ou quase todas
as atividades na maior parte do dia, quase todos os dias (anedonia).
3. Perda ou ganho significativo de peso sem estar fazendo dieta (p. ex.,
uma alteração de mais de 5% do peso corporal em um mês), ou
redução ou aumento do apetite quase todos os dias.
Transtorno Depressivo Maior
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

4. Insônia ou hipersonia quase todos os dias.


5. Agitação ou retardo psicomotor quase todos os dias.
6. Fadiga ou perda de energia quase todos os dias.
7. Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva ou inapropriada (que
podem ser delirantes) quase todos os dias.
8. Capacidade diminuída para pensar ou se concentrar, ou indecisão,
quase todos os dias.
9. Pensamentos recorrentes de morte (não somente medo de morrer),
ideação suicida recorrente sem um plano específico, uma tentativa de
suicídio ou plano específico para cometer suicídio.
Transtorno Depressivo Maior
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

B. Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo


no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da
vida do indivíduo.

C. O episódio não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância


ou a outra condição médica.

D. A ocorrência do episódio depressivo maior não é mais bem explicada


por transtorno esquizoafetivo, esquizofrenia, transtorno
esquizofreniforme, transtorno delirante, outro transtorno do espectro da
esquizofrenia e outro transtorno psicótico especificado ou transtorno da
esquizofrenia e outro transtorno psicótico não especificado.

E. Nunca houve um episódio maníaco ou um episódio hipomaníaco.


Transtorno Depressivo Maior
ABP - 2012
Administrador de 54 anos, divorciado, há um mês foi afastado do trabalho, em razão
de baixa produtividade. Veio à consulta trazido pela namorada, após longa
negociação, por não ver possibilidade de recuperação. Ela informou que há alguns
meses, ele vem apresentando despertar precoce, desânimo, desesperança e falta de
vontade de viver. Ele disse que sua única razão de existir são seus filhos, mas que
sente que não correspondeu a eles e que não merece o afeto deles. Acha que não
conseguirá outro emprego, que a família vai acabar passando fome e que não vale a
pena ter que passar por isso. Em relação às alterações psicopatológicas, as mais
importantes no caso são:
a) hipovigilância e distúrbio sensoperceptivo.
b) desorientação apática e somatização.
c) ideias de ruína e sentimentos de menor valia.
d) prolixidade e hipomnésia de fixação.
e) ideias de ciúmes e anedonia.
Transtorno Depressivo Maior
ABP - 2012
Administrador de 54 anos, divorciado, há um mês foi afastado do trabalho, em razão
de baixa produtividade. Veio à consulta trazido pela namorada, após longa
negociação, por não ver possibilidade de recuperação. Ela informou que há alguns
meses, ele vem apresentando despertar precoce, desânimo, desesperança e falta de
vontade de viver. Ele disse que sua única razão de existir são seus filhos, mas que
sente que não correspondeu a eles e que não merece o afeto deles. Acha que não
conseguirá outro emprego, que a família vai acabar passando fome e que não vale a
pena ter que passar por isso. Em relação às alterações psicopatológicas, as mais
importantes no caso são:
a) hipovigilância e distúrbio sensoperceptivo.
b) desorientação apática e somatização.
c) ideias de ruína e sentimentos de menor valia.
d) prolixidade e hipomnésia de fixação.
e) ideias de ciúmes e anedonia.
Transtorno Depressivo Maior

ETIOLOGIA MULTIFATORIAL

• Não há um fator etiológico único isolado. A etiologia é


MULTIFATORIAL (interação entre vários fatores de
vulnerabilidade – interação gene e ambiente)

✔ Fator genético: filhos de pai com depressão tem risco 3x


maior de desenvolver o quadro. Se ambos os pais tem
depressão o risco de ter um filho com depressão é de
75%. Estudos com gêmeos idênticos mostram
herdabilidade de 37%, ou seja, ⅔ dos fatores são de
outra natureza.

✔ Fatores ambientais: perda de pessoas próximas, perda


do emprego, frustrações repetitivas, assédio, etc.
Transtorno Depressivo Maior
ALTERAÇÕES NEUROQUÍMICAS
Transtorno Depressivo Maior
Especificidade de Episódio Único Episódio Recorrente
Gravidade / Curso
Leve F32.0 F33.0

Moderada F32.1 F33.1

Grave F32.2 F33.2

Com características F32.3 F33.3


psicóticas
Em remissão parcial F32.4 F33.41

Em remissão completa F32.5 F33.42

Não especificado F32.9 F33.9


Transtorno Depressivo Maior
Especificadores
Com sintomas ansiosos

Com características mistas

Com características melancólicas

Com características atípicas

Com características psicóticas congruentes com o humor

Com características psicóticas incongruentes com o humor

Com catatonia

Com início no periparto

Com padrão sazonal (somente episódio recorrente)


Transtorno Depressivo Maior
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

Terminologia Diagnóstica correta:

Episódio depressivo maior,


episódio único ou recorrente,
de grau leve, moderado ou grave,
com ou sem características psicóticas,
em remissão parcial ou completa (ou não),
com o especificador.
Transtorno Depressivo Maior
EPISÓDIO DEPRESSIVO ÚNICO X RECORRENTE
Transtorno Depressivo Maior

CONSEQUÊNCIAS FUNCIONAIS

• Muitas das consequências funcionais do transtorno depressivo


maior derivam de sintomas individuais. O prejuízo pode ser muito
leve, de forma que muitos daqueles que interagem com o
indivíduo afetado não percebem os sintomas depressivos. O
prejuízo, no entanto, pode se estender até a total incapacidade,
de modo que a pessoa deprimida é incapaz de dar atenção às
necessidades básicas de cuidado consigo mesma ou fica muda ou
catatônica. Entre os indivíduos atendidos em contextos médicos
gerais, aqueles com transtorno depressivo maior têm mais dor e
doença física e maior redução no funcionamento físico, social e
de papéis.
Transtorno Depressivo Maior
CONSEQUÊNCIAS DA DEPRESSÃO

↓ desempenho
↑ risco de no trabalho ↓ desempenho
mortalidade escolar

↑ risco de ↓ relacionamento
AVC social

↑ risco de ↓ qualidade
diabetes de vida

↑ risco de
Doença ↓ relacionamento
cardiovascular conjugal
↑ infarto ↑ risco de
cardíaco suicídio
Transtorno Depressivo Maior
TRATAMENTO
CLASSE MEDICAÇÃO EFEITOS ADVERSOS EFEITOS ADVERSOS
DA CLASSE

ISRS Fluoxetina ↓ apetite, ↓libido, artralgia, APM, febre Náuseas, vômitos


Paroxetina ↑peso, sang. intestinal, retardo ejaculat., gestação Sonolência ou insônia
Sertralina Diarreia, náuseas Tremores
Fluvoxamina ↑peso Ansiedade, APM
Citalopram ↑peso, aumento da sudorese Cefaleia
Escitalopram Coriza, inquietude, sonhos anormais Plaquetopenia

ADTs Amitriptilina Sonolência, ↓ concentração, prisão de ventre Boca seca, visão turva
Nortriptilina Arritmias cardíacas, alucinações, delírios, convulsões ↑ FC, alt. cardiovascular
Clomipramina Delírios, ↓ atenção, desorientação Alt. Gastrointestinal
Imipramina Cansaço, constipação intestinal, hipotensão postural C.I.: glaucoma de ângulo
fechado

ISSN Venlafaxina S. retirada, constipação intestinal, hiperidrose S. Descontinuação


(duais) Desvenlafaxina Irritabilidade, palpitações, diminuição da libido Efeitos anticolinérgicos
Duloxetina Disúria, epigastralgia, rigidez muscular ↑ PA / alt. cardiovascular
Transtorno Depressivo Maior
TRATAMENTO
CLASSE MEDICAÇÃO EFEITOS ADVERSOS

ISRD Bupropiona ↓ apetite, baixa limiar convulsivo

Antagonista Mirtazapina ↑peso, ↑apetite, ↑sono


α-2-adrenorreceptores ↑risco de virada maníaca
↑risco de S. Serotoninérgica
Agonista potente dos receptores Agomelatina Cefaleia, náuseas, tonturas, dor lombar, fadiga
da melatonina e antagonista dos
receptores da serotonina-2C
Agonista do receptor 5-HT1A, Vortioxetina Tontura, diarreia, sonhos anormais
5-HT3, 5-HT7 e antagonista do
receptor 5-HT1D
IR Noradrenalina Reboxetina Tontura, acatisia, disgeusia

Antidepressivo derivado da Trazodona Sonolência, náusea, boca seca


triazolopiridina
IMAO irreversível Tranilcipromina Tremores, delírio, convulsão
Transtorno Depressivo Maior
COMORBIDADES

DEPRESSÃO MAIOR E COMORBIDADES AO LONGO


DA VIDA (NCS-R):

• 72% preenchem critérios diagnósticos para


outro transtorno mental
• 59,2% com transtorno de ansiedade
• 24% com transtorno por uso de substâncias
• 30% com transtorno de controle de impulso

(Kesler et al., 2010)


Transtorno Depressivo Maior

COMORBIDADE DEPRESSÃO E ANSIEDADE

(Tylee et al., 1999)


CID-10: F41.2
Transtorno Depressivo Maior

COMORBIDADE DEPRESSÃO E ANSIEDADE

(Tylee et al., 1999)


O estresse
FURG - 2015
A depressão é um dos transtornos mais frequentemente encontrados em
comorbidade com os Transtornos de Ansiedade. No tratamento do
Transtorno Depressivo (TD) associado ao Transtorno de Ansiedade Social
(TAS), de acordo com as diretrizes da ABP, é verdade que:
a) Os ISRS e os IRSN estão entre as terapêuticas de escolha.
b) A TCC não tem indicação na comorbidade do TAS com o TD.
c) Os IRSN não estão entre as terapêuticas de escolha.
d) Embora a comorbidade do TD com a TAS esteja associada a maior
gravidade, há melhor adesão dos pacientes ao tratamento a longo
prazo.
e) O tratamento deve iniciar com o uso de benzodiazepínicos e, após a
melhora dos sintomas ansiosos, deve ser avaliada a necessidade de
antidepressivos.
O estresse
FURG - 2015
A depressão é um dos transtornos mais frequentemente encontrados em
comorbidade com os Transtornos de Ansiedade. No tratamento do
Transtorno Depressivo (TD) associado ao Transtorno de Ansiedade Social
(TAS), de acordo com as diretrizes da ABP, é verdade que:
a) Os ISRS e os IRSN estão entre as terapêuticas de escolha.
b) A TCC não tem indicação na comorbidade do TAS com o TD.
c) Os IRSN não estão entre as terapêuticas de escolha.
d) Embora a comorbidade do TD com a TAS esteja associada a maior
gravidade, há melhor adesão dos pacientes ao tratamento a longo
prazo.
e) O tratamento deve iniciar com o uso de benzodiazepínicos e, após a
melhora dos sintomas ansiosos, deve ser avaliada a necessidade de
antidepressivos.
Transtorno Depressivo Maior
REPERCUSSÕES NO TRABALHO

✔ Possível déficit de COGNIÇÃO


(atenção, concentração, memória, velocidade do
pensamento, queda de rendimento, velocidade de
resposta, sonolência, etc)

✔ Possível déficit de PRAGMATISMO


(capacidade de executar tarefas)

✔ Possíveis alterações do HUMOR


(irritabilidade, negativismo, choro constante/euforia,
cuidados gerais/higiene)
Transtorno Depressivo Maior

Controle de Trabalho: 9
Ritmo de
produtividade hs trabalho
I S
IA
C Monotonia e
S O O
O S A
repetitividade

IC O S
Trabalho
P S D
em turno S
E IO N A O Estresse
OR L H
Jornada de AT AC BA mental
F L A
trabalho RE TR
Salário
Relacionamento
interpessoal Reconhecimento
Transtorno Depressivo Maior

RELAÇÃO DOS EPISÓDIOS DEPRESSIVOS COM O TRABALHO


(Ministério da Saúde, 2001)

✔ Decepções sucessivas em situações de trabalho;


✔ Perdas acumuladas ao longo dos anos de trabalho;
✔ Exigências excessivas de desempenho;
✔ Excesso de competição;
✔ Ameaça de perda da função / emprego;
✔ Desemprego prolongado;
✔ Atividades (2001): digitadores, operadores de
computadores, datilógrafas, advogados, educadores
especiais, consultores, etc.
Transtorno Depressivo Maior
CAUSAS ORGÂNICAS (NEUROINTOXICAÇÕES)
(Ministério da Saúde, 2001)

Exposição ocupacional a substâncias químicas:


✔ Sempre que se caracterizar quadro depressivo e houver história
de exposição ocupacional deve-se investigar coexistência de
transtorno mental orgânico;
✔ Sintomatologia depressiva geralmente não constitui o quadro
principal, estando geralmente associada aos transtornos
mentais orgânicos induzidos por essas substâncias (demência,
delirium, transtorno cognitivo leve, transtorno orgânico de personalidade,
transtorno mental orgânico);
✔ Enquadrado no Grupo I da Classificação de Schilling (trabalho
como causa necessária).
Diretrizes - ANAMT
Diretriz Tema ANAMT ANAMT não
Recomenda recomenda

01 Epilepsia e trabalho: rastreamento

02 Rastreamento de álcool e outras drogas


entre trabalhadores

03 Asma e trabalho: diagnóstico por pedida


seriado do Peak Flow

04 Rastreamento por ECG: acidentes, morte


súbita, síncope e trabalho

05 Prevenção de lombalgia ocupacional por


uso de cinta, suporte ou órtese lombar

06 Depressão em meio ocupacional:


rastreamento e tratamento
Diretrizes de conduta médico-pericial em
transtornos mentais (INSS, 2007)

Períodos de afastamento pelo INSS:


Transtornos depressivos:

Depressão leve/moderada: se bem tratada, espera-se remissão


dos sintomas entre 2 e 6 semanas;
“A eventual incapacidade laborativa está condicionada
ao ajustamento da dose, à atividade exercida (avaliar
risco para si e para terceiros) e à melhora dos sintomas,
lembrando-se de que há adaptação ao medicamento em
torno de 60 dias.”

Depressão grave: até 6 meses.


Transtorno Depressivo Persistente
(Distimia)
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

A. Humor deprimido na maior parte do dia, na maioria dos dias, indicado


por relato subjetivo ou por observação feita por outras pessoas, pelo
período mínimo de dois anos.

B. Presença, enquanto deprimido, de duas (ou mais) das seguintes


características:
1. Apetite diminuído ou alimentação em excesso.
2. Insônia ou hipersonia.
3. Baixa energia ou fadiga.
4. Baixa autoestima.
5. Concentração pobre ou dificuldade em tomar decisões.
6. Sentimentos de desesperança.
Transtorno Depressivo Persistente
(Distimia)
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

C. Durante o período de dois anos de perturbação, o indivíduo jamais esteve


sem os sintomas dos Critérios A e B por mais de dois meses.
D. Os critérios para um transtorno depressivo maior podem estar
continuamente presentes por dois anos.
E. Jamais houve um episódio maníaco ou um episódio hipomaníaco e jamais
foram satisfeitos os critérios para transtorno ciclotímico.
F. A perturbação não é mais bem explicada por um transtorno esquizoafetivo
persistente, esquizofrenia, transtorno delirante, outro transtorno do
espectro da esquizofrenia e outro transtorno psicótico especificado ou
transtorno do espectro da esquizofrenia e outro transtorno psicótico não
especificado.
G. Os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos de uma substância (p.
ex., droga de abuso, medicamento) ou a outra condição médica (p. ex.,
Transtorno Depressivo Persistente
(Distimia)
DISTIMIA
Transtorno Depressivo Persistente
(Distimia)
Especificadores
Com sintomas ansiosos

Com características mistas

Com características melancólicas

Com características atípicas

Com características psicóticas congruentes com o humor

Com características psicóticas incongruentes com o humor

Com catatonia

Com início no periparto

Com padrão sazonal (somente episódio recorrente)


Transtorno Depressivo Persistente
(Distimia)
Especificadores
Em remissão parcial

Em remissão completa

Início precoce

Início tardio

Com síndrome distímica pura

Com episódio depressivo maior persistente

Com episódio depressivo maiores intermitentes, com episódio atual

Com episódio depressivo maiores intermitentes, sem episódio atual

Leve / Moderada / Grave


Transtorno Depressivo Persistente
(Distimia)
Especificidade de Episódio Único Episódio Recorrente
Gravidade / Curso
Leve F32.0 F33.0

Moderada F32.1 F33.1

Grave F32.2 F33.2

Com características F32.3 F33.3


psicóticas
Em remissão parcial F32.4 F33.41

Em remissão completa F32.5 F33.42

Não especificado F32.9 F33.9


Transtorno Depressivo Persistente
(Distimia)
CONSEQUÊNCIAS FUNCIONAIS – DSM V

O grau em que o transtorno depressivo persistente repercute no


funcionamento social e profissional provavelmente varia bastante, porém
os efeitos podem ser tão grandes quanto (ou maiores) do que os do
transtorno depressivo maior.

Inúmeras regiões cerebrais (p. ex.,


córtex pré-frontal, cingulado
anterior, amígdala, hipocampo)
foram implicadas no transtorno
depressivo persistente. Também
existem possíveis anormalidades
polissonográficas.
Transtorno Depressivo Persistente
(Distimia)

Controle de Trabalho: 9
Ritmo de
produtividade hs trabalho
I S
IA
C Monotonia e
S O O
O S A
repetitividade

IC O S
Trabalho
P S D
em turno S
E IO N A O Estresse
OR L H
Jornada de AT AC BA mental
F L A
trabalho RE TR
Salário
Relacionamento
interpessoal Reconhecimento
Transtorno Disruptivo de
Desregulação do Humor
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

A. Explosões de raiva recorrentes e graves manifestadas pela linguagem (p.


ex., violência verbal) e/ ou pelo comportamento (p. ex., agressão física a
pessoas ou propriedade) que são consideravelmente desproporcionais
em intensidade ou duração à situação ou provocação.

B. As explosões de raiva são inconsistentes com o nível de desenvolvimento.


Transtorno Disruptivo de
Desregulação do Humor
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

C. As explosões de raiva ocorrem, em média, três ou mais vezes por semana.

D. O humor entre as explosões de raiva é persistentemente irritável ou


zangado na maior parte do dia, quase todos os dias, e é observável por
outras pessoas (p. ex., pais, professores, pares).

E. Os Critérios A-D estão presentes por 12 meses ou mais. Durante esse


tempo, o indivíduo não teve um período que durou três ou mais meses
consecutivos sem todos os sintomas dos Critérios A-D.

F. Os Critérios A e D estão presentes em pelo menos dois de três ambientes


(p. ex., em casa, na escola, com os pares) e são graves em pelo menos um
deles.
Transtorno Disruptivo de
Desregulação do Humor
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

G. O diagnóstico não deve ser feito pela primeira vez antes dos 6 anos ou
após os 18 anos de idade.
H. Por relato ou observação, a idade de início dos Critérios A-E é antes dos
10 anos.
I. Nunca houve um período distinto, durando mais de um dia, durante o
qual foram satisfeitos todos os critérios de sintomas, exceto a duração,
para um episódio maníaco ou hipomaníaco.
J. Os comportamentos não ocorrem exclusivamente durante um episódio
de transtorno depressivo maior e não são mais bem explicados por outro
transtorno mental (p. ex., transtorno do espectro autista, transtorno de
estresse pós-traumático, transtorno de ansiedade de separação,
transtorno depressivo persistente [distimia]).
K. Os sintomas não são consequência dos efeitos psicológicos de uma
substância ou de outra condição médica ou neurológica.
Transtorno Disruptivo de
Desregulação do Humor
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

Como os sintomas do Transtorno


Disruptivo da Desregulação do Humor
provavelmente se modificam à
medida que a criança cresce, o uso do
diagnóstico deve ser restringido a
faixas etárias similares àquelas em
que a validade foi estabelecida (7 a 18
anos).
Transtorno Disfórico Pré-Mentrual
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

A. Na maioria dos ciclos menstruais, pelo menos cinco sintomas devem estar
presentes na semana final antes do início da menstruação, começar a
melhorar poucos dias depois do início da menstruação e tornar-se
mínimos ou ausentes na semana pós-menstrual.
B. Um (ou mais) dos seguintes sintomas deve estar presente:
1. Labilidade afetiva acentuada (p. ex., mudanças de humor; sentir-se
repentinamente triste ou chorosa ou sensibilidade aumentada à rejeição).
2. Irritabilidade ou raiva acentuadas ou aumento nos conflitos
interpessoais.
3. Humor deprimido acentuado, sentimentos de desesperança ou
pensamentos autodepreciativos.
4. Ansiedade acentuada, tensão e/ou sentimentos de estar nervosa ou no
limite.
Transtorno Disfórico Pré-Mentrual
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

C. Um (ou mais) dos seguintes sintomas deve adicionalmente estar presente


para atingir um total de cinco sintomas quando combinados com os
sintomas do Critério B.
1. Interesse diminuído pelas atividades habituais (p. ex., trabalho, escola,
amigos, passatempos).
2. Sentimento subjetivo de dificuldade em se concentrar.
3. Letargia, fadiga fácil ou falta de energia acentuada.
4. Alteração acentuada do apetite; comer em demasia; ou avidez por
alimentos específicos.
5. Hipersonia ou insônia.
6. Sentir-se sobrecarregada ou fora de controle.
7. Sintomas físicos como sensibilidade ou inchaço das mamas, dor
articular ou muscular, sensação de “inchaço” ou ganho de peso.
Transtorno Disfórico Pré-Mentrual
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V
D. Os sintomas estão associados a sofrimento clinicamente significativo ou a
interferência no trabalho, na escola, em atividades sociais
habituais ou relações com outras pessoas (p. ex., esquiva de atividades
sociais; diminuição da produtividade e eficiência no trabalho, na escola ou
em casa).
E. A perturbação não é meramente uma exacerbação dos sintomas de outro
transtorno, como TDM, transtorno de pânico, transtorno depressivo
persistente (distimia) ou um transtorno da personalidade (embora possa ser
concomitante a qualquer um desses transtornos).
F. O Critério A deve ser confirmado por avaliações prospectivas diárias durante
pelo menos dois ciclos sintomáticos.
G. Os sintomas não são consequência dos efeitos fisiológicos de uma
substância (p. ex., droga de abuso, medicamento, outro tratamento) ou de
outra condição médica (p. ex., hipertireoidismo).
Transtorno Disfórico Pré-Mentrual

TRABALHO NÃO CAUSA O TDPM

PORÉM, AS CONDIÇÕES DE TRABALHO


PODEM ASSEVERAR OS SINTOMAS

E, MUITAS VEZES, O TDPM AFETA


BASTANTE A FUNCIONALIDADE E
O RENDIMENTO NO TRABALHO
Transtornos de Humor

EPISÓDICOS
DSM V

Transtorno Bipolar Transtornos Depressivos


❖ Transtorno Disruptivo de Desregulação do
❖ Transtorno Bipolar tipo I
Humor
❖ Transtorno Bipolar tipo II
❖ Transtorno Depressivo Maior
❖ Transtorno Ciclotímico ❖ Transtorno Depressivo Persistente (Distimia)
❖ Transtorno Bipolar induzido por ❖ Transtorno Disfórico Pré-Menstrual
substância ou medicamento ❖ Transtorno Depressivo induzido por
❖ Transtorno Bipolar devido a outra substância ou medicamento
condição médica
❖ Transtorno Depressivo devido a outra
condição médica
Transtorno Bipolar I
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

Para diagnosticar transtorno bipolar tipo I, é necessário o preenchimento dos


critérios a seguir para um episódio maníaco. O episódio maníaco pode ter sido
antecedido ou seguido por episódios hipomaníacos ou depressivos maiores.
Transtorno Bipolar I
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

Episódio Maníaco

A. Um período distinto de humor anormal e persistentemente elevado,


expansivo ou irritável e aumento anormal e persistente da atividade dirigida
a objetivos ou da energia, com duração mínima de uma semana e presente na
maior parte do dia, quase todos os dias (ou qualquer duração, se a
hospitalização se fizer necessária).
B. Durante o período de perturbação do humor e aumento da energia ou
atividade, três (ou mais) dos seguintes sintomas (quatro se o humor é apenas
irritável) estão presentes em grau significativo e representam uma mudança
notável do comportamento habitual:
1. Autoestima inflada ou grandiosidade.
Transtorno Bipolar I
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

2. Redução da necessidade de sono (p. ex., sente-se descansado com apenas


três horas de sono).
3. Mais loquaz que o habitual ou pressão para continuar falando.
4. Fuga de ideias ou experiência subjetiva de que os pensamentos estão
acelerados.
5. Distratibilidade (i.e., a atenção é desviada muito facilmente por estímulos
externos insignificantes ou irrelevantes), conforme relatado ou observado.
6. Aumento da atividade dirigida a objetivos (seja socialmente, no trabalho
ou escola, seja sexualmente) ou agitação psicomotora (i.e., atividade sem
propósito não dirigida a objetivos).
7. Envolvimento excessivo em atividades com elevado potencial para
consequências dolorosas (p. ex., envolvimento em surtos desenfreados de
compras, indiscrições sexuais ou investimentos financeiros insensatos).
Transtorno Bipolar I
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

C. A perturbação do humor é suficientemente grave a ponto de causar prejuízo


acentuado no funcionamento social ou profissional ou para necessitar de
hospitalização a fim de prevenir dano a si mesmo ou a outras pessoas, ou
existem características psicóticas.
D. O episódio não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex.,
droga de abuso, medicamento, outro tratamento) ou a outra condição médica.

Transtorno Bipolar Tipo I


A. Foram atendidos os critérios para pelo menos um episódio maníaco (Critérios A-D
em “Episódio Maníaco” descritos anteriormente).
B. A ocorrência do(s) episódio(s) maníaco(s) e depressivo(s) maior(es) não é mais bem
explicada por transtorno esquizoafetivo, esquizofrenia, transtorno esquizofreniforme,
transtorno delirante ou transtorno do espectro da esquizofrenia e outro transtorno
psicótico com outras especificações ou não especificado.
Transtornos Psicóticos

ABP - 2012

A duração espontânea de um episódio maníaco é de:

a) 2 a 4 meses.
b) 7 a 12 meses.
c) 4 a 8 meses.
d) 12 a 18 meses.
e) 18 a 24 meses.
Transtornos Psicóticos

ABP - 2012

A duração espontânea de um episódio maníaco é de:

a) 2 a 4 meses.
b) 7 a 12 meses.
c) 4 a 8 meses.
d) 12 a 18 meses.
e) 18 a 24 meses.
Transtornos Psicóticos

UFPA - 2016

São sintomas relacionados ao Episódio Maníaco, EXCETO:

a) distratibilidade.
b) aumento da necessidade de sono.
c) autoestima inflada.
d) fuga de ideias.
e) aumento da atividade dirigida a objetos.
Transtornos Psicóticos

UFPA - 2016

São sintomas relacionados ao Episódio Maníaco, EXCETO:

a) distratibilidade.
b) aumento da necessidade de sono.
c) autoestima inflada.
d) fuga de ideias.
e) aumento da atividade dirigida a objetos.
Transtorno Depressivo Maior
TRATAMENTO
MEDICAÇÃO EFEITOS ADVERSOS

Náuseas, vômitos, tremores, sonolência, ganho de peso


Carbonato de Lítio Lentidão cognitiva
Poliúria, polidipsia
Tireotóxico e nefrotóxico
Intoxicação: ataxia, disartria e vômito
Ácido Valpróico Náuseas, vômitos, tremores, sonolência, ganho de peso
/ Dispneia, alopecia, leucopenia
Hepatotoxicidade, pancreatite, agranulocitose
Divalproato de Sódio ↑TGO, TGP, DHL
Diplopia, visão borrada
Carbamazepina Fadiga, náusea, ataxia
Transtorno Depressivo Maior
TRATAMENTO

MEDICAÇÃO EFEITOS ADVERSOS

Oxcarbamazepina Sono, cefaleia, náuseas, vômitos, rash

Lamotrigina Tontura, ataxia, sonolência, cefaleia, diplopia, náuseas, vômitos

Topiramato Bradipsiquismo, diplopia, fadiga


Transtorno Bipolar I

Caso Clínico
• GW, 25 anos, sexo feminino
• Atendente de Call Center há 2 anos
• TAB com diagnóstico desde os 20 anos
• Sem crises há 2 anos
• Tratamento psiquiátrico em uso de DEPAKOTE®
• Psicoterapia semanal
Transtorno Bipolar I

Caso Clínico

Nas últimas semanas:

✔ Uso das medicações e prática de psicoterapia está irregular;


✔ Atraso de até 1 hora para chegar ao trabalho;
✔ Trabalha vestida com mini shorts e decote;
✔ Fala demais (ligações duram até 40 min);
✔ Insinuou-se sexualmente para alguns clientes;
✔ Realizou operações irregulares;
Transtorno Bipolar I
Caso Clínico
Gravidade do episódio: leves a graves com sintomas
psicóticos
Tempo de remissão: semanas a meses

Sintomas residuais: déficit cognitivo, polarização do humor

Evolução com diversas recaídas: sim

Déficits definitivos: raros


Diagnóstico
Sint. Residuais Medicação Restrições
Déficit cognição Sonolência Público humor eufórico, hiperatividade,
desinibições (social, sexual),
loquacidade, autoestima inflada,
Desinibição Operação máquinas Supervisão ideias grandiosas, gastos
excessivos, insônia, etc.

Humor hipomaníaco Cognição Assédio


Transtorno Bipolar I
CONSEQUÊNCIAS FUNCIONAIS – DSM V

Embora muitos indivíduos com transtorno bipolar retornem a um nível


totalmente funcional entre os episódios, aproximadamente 30% mostram
prejuízo importante no funcionamento profissional.

A recuperação funcional está muito aquém da recuperação dos sintomas,


em especial em relação à recuperação do funcionamento profissional,
resultando em condição socioeconômica inferior apesar de níveis
equivalentes de educação, quando comparados com a população em geral.

Indivíduos com transtorno bipolar tipo I têm desempenho pior do que


pessoas saudáveis em testes cognitivos. Os prejuízos cognitivos podem
contribuir para dificuldades profissionais e interpessoais e persistir ao longo
da vida, mesmo durante períodos eutímicos.
Transtorno Bipolar I

UFRPE
Qual transtorno psiquiátrico é mais frequente nos familiares
de portadores de Transtorno Bipolar?

a) Transtorno bipolar
b) Depressão unipolar
c) Distimia
d) Ciclotimia
e) Transtorno disfórico pré-menstrual
Transtorno Bipolar I

UFRPE
Qual transtorno psiquiátrico é mais frequente nos familiares
de portadores de Transtorno Bipolar?

a) Transtorno bipolar
b) Depressão unipolar
c) Distimia
d) Ciclotimia
e) Transtorno disfórico pré-menstrual
Transtorno Bipolar II

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

Para diagnosticar transtorno bipolar tipo II, é necessário o preenchimento dos


critérios a seguir para um episódio hipomaníaco atual ou anterior e os
critérios a seguir para um episódio depressivo maior atual ou anterior.
Transtorno Bipolar II
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

Episódio Maníaco

A. Um período distinto de humor anormal e persistentemente elevado,


expansivo ou irritável e aumento anormal e persistente da atividade dirigida
a objetivos ou da energia, com duração de pelo menos quatro dias
consecutivos e presente na maior parte do dia, quase todos os dias.
B. Durante o período de perturbação do humor e aumento da energia ou
atividade, três (ou mais) dos seguintes sintomas (quatro se o humor é apenas
irritável) persistem, representam uma mudança notável em relação ao
comportamento habitual e estão presentes em grau significativo:
1. Autoestima inflada ou grandiosidade.
Transtorno Bipolar II

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

2. Redução da necessidade de sono (p. ex., sente-se descansado com apenas


três horas de sono).
3. Mais loquaz que o habitual ou pressão para continuar falando.
4. Fuga de ideias ou experiência subjetiva de que os pensamentos estão
acelerados.
5. Distratibilidade (i.e., a atenção é desviada muito facilmente por estímulos
externos insignificantes ou irrelevantes), conforme relatado ou observado.
6. Aumento da atividade dirigida a objetivos (seja socialmente, no trabalho
ou escola, seja sexualmente) ou agitação psicomotora.
7. Envolvimento excessivo em atividades com elevado potencial para
consequências dolorosas (p. ex., envolvimento em surtos desenfreados de
compras, indiscrições sexuais ou investimentos financeiros insensatos).
Transtorno Bipolar II

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

C. O episódio está associado a uma mudança clara no funcionamento que


não é característica do indivíduo quando assintomático.
D. A perturbação no humor e a mudança no funcionamento são observáveis
por outras pessoas.
E. O episódio não é suficientemente grave a ponto de causar prejuízo
acentuado no funcionamento social ou profissional ou para necessitar de
hospitalização. Existindo características psicóticas, por definição, o episódio é
maníaco.
F. O episódio não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância (p.
ex., droga de abuso, medicamento ou outro tratamento).
Transtorno Bipolar II
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

Transtorno Bipolar Tipo II

A. Foram atendidos os critérios para pelo menos um episódio hipomaníaco (Critérios


A-F em “Episódio Hipomaníaco” descritos anteriormente).
B. Jamais houve um episódio maníaco.
C. A ocorrência do(s) episódio(s) hipomaníaco(s) e depressivo(s) maior(es) não é mais
bem explicada por transtorno esquizoafetivo, esquizofrenia, transtorno
esquizofreniforme, transtorno delirante, outro transtorno do espectro da esquizofrenia
e outro transtorno psicótico especificado ou transtorno do espectro da esquizofrenia e
outro transtorno psicótico não especificado.
D. Os sintomas de depressão ou a imprevisibilidade causada por alternância frequente
entre períodos de depressão e hipomania causam sofrimento clinicamente significativo
ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outra área importante da vida
do indivíduo.
Transtorno Bipolar II

CONSEQUÊNCIAS FUNCIONAIS – DSM V

Embora muitas pessoas com transtorno bipolar tipo II voltem a um nível


totalmente funcional entre os episódios de humor, pelo menos 15%
continuam a ter alguma disfunção entre os episódios, e 20% mudam
diretamente para outro episódio de humor sem recuperação entre
episódios.

A recuperação funcional está muito aquém da recuperação dos sintomas


do transtorno bipolar tipo II, especialmente no que diz respeito à
recuperação profissional, resultando em condição socioeconômica mais
baixa apesar de níveis equivalentes de educação em comparação com a
população em geral..
Transtorno Bipolar II

CONSEQUÊNCIAS FUNCIONAIS – DSM V

Indivíduos com transtorno bipolar tipo II têm desempenho inferior ao


daqueles saudáveis em testes cognitivos e, exceto em memória e
fluência semântica, têm prejuízo cognitivo similar ao de pessoas com
transtorno bipolar tipo I.

Os prejuízos cognitivos associados ao transtorno bipolar tipo II podem


contribuir para dificuldades no trabalho.

Desemprego prolongado em indivíduos com transtorno bipolar está


associado a mais episódios de depressão, idade mais avançada, taxas
maiores de transtorno de pânico atual e história de transtorno por uso de
álcool ao longo da vida.
Transtorno Ciclotímico

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

A. Por pelo menos dois anos, presença de vários períodos com sintomas
hipomaníacos que não satisfazem os critérios para episódio hipomaníaco e
vários períodos com sintomas depressivos que não satisfazem os critérios
para episódio depressivo maior.

B. Durante o período antes citado de dois anos, os períodos hipomaníaco e


depressivo estiveram presentes por pelo menos metade do tempo, e o
indivíduo não permaneceu sem os sintomas por mais que dois meses
consecutivos.

C. Os critérios para um episódio depressivo maior, maníaco ou hipomaníaco


nunca foram satisfeitos.
Transtorno Ciclotímico

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

D. Os sintomas do Critério A não são mais bem explicados por transtorno


esquizoafetivo, esquizofrenia, transtorno esquizofreniforme, transtorno
delirante, outro transtorno do espectro da esquizofrenia e outro transtorno
psicótico especificado ou transtorno espectro da esquizofrenia e outro
transtorno fisiológico não especificado.
E. Os sintomas não são atribuíveis aos efeitos fisiológicos de uma substância
(p. ex., droga de abuso, medicamento) ou a outra condição médica (p. ex.,
hipertireoidismo).
F. Os sintomas causam sofrimento ou prejuízo clinicamente significativo no
funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida
do indivíduo.
Transtornos de Humor
AVALIAÇÃO DE CAPACIDADE LABORAL

✔ Déficit cognitivo (atenção, concentração, memória, pragmatismo, etc)


✔ Alteração de sono (trabalho noturno, em turno, operação de máquinas)
✔ Sintomas residuais (trabalhos que exijam precisão)
✔ Alteração de comportamento (agitação, irritabilidade, desinibição,
higiene)
✔ Psicomotricidade
✔ Risco de perda do cargo/emprego
✔ Se fatores afetivos envolvidos na depressão estão no trabalho

Indicativos de gravidade
✔ Absenteísmo (faltas ao trabalho)
✔ Presenteísmo (estar sempre presente no trabalho, porém doente – início ou
agravamento de outros sintomas/doenças) (MS, 2001)
Transtornos de Humor
AVALIAÇÃO DE CAPACIDADE LABORAL

✔ Avaliar a indicação de afastamento envolvendo o paciente nessa


decisão;
✔ Ajudá-lo no afastamento e retorno ao trabalho;
✔ Avaliar necessidade de emissão de CAT;
✔ Elaborar relatório para o INSS com motivo da incapacidade,
tratamento, evolução, prognóstico e expectativa de duração;
✔ Recomendar restrições e capacidades no retorno ao trabalho ao
médico do trabalho e/ou setor de RH da empresa;
✔ Sempre justificar as recomendações para a empresa
✔ Orientar familiares e empresa sobre como lidar com a doença no
retorno ao trabalho (tempo de recuperação da capacidade de trabalho, quadro
residual, efeito colateral dos medicamentos, etc.)
(MS, 2001)
Transtornos de Humor

DIRETRIZES DE CONDUTA MÉDICO-PERICIAL EM


TRANSTORNOS DE HUMOR

✔ Podem levar a período de incapacidade significativa, levando a


afastamento do trabalho;
✔ Incapacidade é temporária, até efeito do tratamento (entre 2
semanas a poucos meses);
✔ Comorbidades são comuns (ansiedade, uso de substâncias);
✔ É obrigatório que haja alterações no tratamento, quando não
ocorrer melhora após 2-3 meses;
✔ Dificilmente leva à aposentadoria por invalidez.
Transtornos de Humor
TRATAMENTO

✔ Antidepressivos
✔ Estabilizadores do humor
✔ Psicoterapia
✔ Orientação psicoeducacional
✔ Atividade física
✔ Casos graves:
✔ Internação (risco de vida, agressividade, recusa de tratamento)
✔ Eletroconvulsoterapia
Transtornos de Humor
TRATAMENTO

A lteração de Hábitos
T ratamento Medicamentoso
I niciação Esportiva
T erapia Psicológica
U nião Familiar
D ieta Alimentar
E spiritualidade
“Depressão no Cristão?”
Pablo Bernardes
Transtornos de Ansiedade

MEDO / ANSIEDADE
DSM V
Os transtornos de ansiedade incluem transtornos que compartilham
características de medo e ansiedade excessivos e perturbações comportamentais
relacionados. Medo é a resposta emocional a ameaça iminente real ou percebida,
enquanto ansiedade é a antecipação de ameaça futura. Obviamente, esses dois
estados se sobrepõem, mas também se diferenciam, com o medo sendo com mais
frequência associado a períodos de excitabilidade autonômica aumentada,
necessária para luta ou fuga, pensamentos de perigo imediato e
comportamentos de fuga, e a ansiedade sendo mais frequentemente associada a
tensão muscular e vigilância em preparação para perigo futuro e
comportamentos de cautela ou esquiva. Às vezes, o nível de medo ou ansiedade é
reduzido por comportamentos constantes de esquiva.
Transtornos de Ansiedade
Transtornos de Ansiedade
DSM V

Transtornos de Ansiedade

❖ Transtorno de Ansiedade de Separação


❖ Mutismo Seletivo
❖ Fobia Específica
❖ Transtorno de Ansiedade Social (Fobia Social)
❖ Transtorno de Pânico
❖ Agorafobia
❖ Transtorno de Ansiedade Generalizada
❖ Transtorno Depressivo induzido por substância ou
medicamento
❖ Transtorno de Ansiedade devido a outra condição médica
Transtorno de Ansiedade de
Separação
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

A. Medo ou ansiedade impróprios e excessivos em relação ao estágio de


desenvolvimento, envolvendo a separação daqueles com quem o indivíduo
tem apego, evidenciados por três (ou mais) dos seguintes aspectos:

1. Sofrimento excessivo e recorrente ante a ocorrência ou previsão de afastamento de casa ou de


figuras importantes de apego.
2. Preocupação persistente e excessiva acerca da possível perda ou de perigos envolvendo figuras
importantes de apego, tais como doença, ferimentos, desastres ou morte.
3. Preocupação persistente e excessiva de que um evento indesejado leve à separação de uma
figura importante de apego (p. ex., perder-se, ser sequestrado, sofrer um acidente, ficar doente).

4. Relutância persistente ou recusa a sair, afastar-se de casa, ir para a escola, o trabalho ou a


qualquer outro lugar, em virtude do medo da separação.
Transtorno de Ansiedade de
Separação
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V
5. Temor persistente e excessivo ou relutância em ficar sozinho ou sem as figuras importantes de
apego em casa ou em outros contextos.
6. Relutância ou recusa persistente em dormir longe de casa ou dormir sem estar próximo a uma
figura importante de apego.
7. Pesadelos repetidos envolvendo o tema da separação.
8. Repetidas queixas de sintomas somáticos (p. ex., cefaleias, dores abdominais, náusea ou
vômitos) quando a separação de figuras importantes de apego ocorre ou é prevista.

B. O medo, a ansiedade ou a esquiva é persistente, durando pelo menos 4


semanas em crianças e adolescentes e geralmente 6 meses ou mais em
adultos.
C. A perturbação causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no
funcionamento social, acadêmico, profissional ou em outras áreas
importantes da vida do indivíduo.
D. A perturbação não é mais bem explicada por outro transtorno mental (...).
Transtorno de Ansiedade de
Separação
CONSEQUÊNCIAS FUNCIONAIS DO
TRANSTORNO DE ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO

Os indivíduos com transtorno de ansiedade de separação com frequência


limitam as atividades independentes longe de casa ou das figuras de apego (p.
ex., em crianças, evitar a escola, não ir acampar, ter dificuldade para dormir
sozinho; em adolescentes, não ir para a universidade, não sair da casa dos pais,
não viajar, não trabalhar fora de casa).
Mutismo Seletivo

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

A. Fracasso persistente para falar em situações sociais específicas nas quais


existe a expectativa para tal (p. ex., na escola), apesar de falar em outras
situações.
B. A perturbação interfere na realização educacional ou profissional ou na
comunicação social.
C. A duração mínima da perturbação é um mês (não limitada ao primeiro mês
de escola).
D. O fracasso para falar não se deve a um desconhecimento ou desconforto
com o idioma exigido pela situação social.
E. A perturbação não é mais bem explicada por um transtorno da comunicação
(p. ex., transtorno da fluência com início na infância) nem ocorre
exclusivamente durante o curso de transtorno do espectro autista,
esquizofrenia ou outro transtorno psicótico.
Fobia Específica

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

A. Medo ou ansiedade acentuados acerca de um objeto ou situação (p. ex., voar,


alturas, animais, tomar uma injeção, ver sangue).
B. O objeto ou situação fóbica quase invariavelmente provoca uma resposta
imediata de medo ou ansiedade.
C. O objeto ou situação fóbica é ativamente evitado ou suportado com intensa
ansiedade ou sofrimento.
D. O medo ou ansiedade é desproporcional em relação ao perigo real imposto
pelo objeto ou situação específica e ao contexto sociocultural.
E. O medo, ansiedade ou esquiva é persistente, geralmente com duração
mínima de seis meses.
F. O medo, ansiedade ou esquiva causa sofrimento clinicamente significativo ou
prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas
importantes da vida do indivíduo.
Fobia Específica

CONSEQUÊNCIAS FUNCIONAIS DAS FOBIAS ESPECÍFICAS

Os indivíduos com fobia específica apresentam


padrões semelhantes de prejuízo no funcionamento
psicossocial e de redução na qualidade de vida aos
de indivíduos com outros transtornos de ansiedade
e transtornos por uso de álcool e substâncias,
incluindo prejuízos no funcionamento profissional e
interpessoal.
O sofrimento e o prejuízo causados por fobias
específicas tendem a aumentar com o número de
objetos e situações temidos. Assim, um indivíduo
que teme quatro objetos ou situações
provavelmente tem mais prejuízo nos seus papéis
profissionais e sociais, e qualidade de vida pior do
que um que teme apenas um objeto ou situação.
Transtorno de Ansiedade Social (Fobia
Social)

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

A. Medo ou ansiedade acentuados acerca de uma ou mais situações sociais em


que o indivíduo é exposto a possível avaliação por outras pessoas. Exemplos
incluem interações sociais (p. ex., manter uma conversa, encontrar pessoas
que não são familiares), ser observado (p. ex., comendo ou bebendo) e
situações de desempenho diante de outros (p. ex., proferir palestras).
B. O indivíduo teme agir de forma a demonstrar sintomas de ansiedade que
serão avaliados negativamente (i.e., será humilhante ou constrangedor;
provocará a rejeição ou ofenderá a outros).
C. As situações sociais quase sempre provocam medo ou ansiedade.
D. As situações sociais são evitadas ou suportadas com intenso medo ou
ansiedade.
E. O medo ou ansiedade é desproporcional à ameaça real apresentada pela
situação social e o contexto sociocultural.
Transtorno de Ansiedade Social (Fobia
Social)

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

F. O medo, ansiedade ou esquiva é persistente, geralmente durando mais de


seis meses.
G. O medo, ansiedade ou esquiva causa sofrimento clinicamente significativo
ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas
importantes da vida do indivíduo.
H. O medo, ansiedade ou esquiva não é consequência dos efeitos fisiológicos
de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) ou de outra
condição médica.
I. O medo, ansiedade ou esquiva não é mais bem explicado pelos sintomas de
outro transtorno mental, como transtorno de pânico, transtorno dismórfico
corporal ou transtorno do espectro autista.
J. Se outra condição médica (p. ex., doença de Parkinson, obesidade,
desfiguração por queimaduras ou ferimentos) está presente, o medo,
ansiedade ou esquiva é claramente não relacionado ou é excessivo.
Transtorno de Ansiedade Social (Fobia
Social)

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

Especificar se:
Somente desempenho: Se o medo está restrito à fala ou ao desempenhar
em público.

Os indivíduos com transtorno de ansiedade social do tipo somente


desempenho têm preocupações com desempenho que são geralmente mais
prejudiciais em sua vida profissional (p. ex., músicos, dançarinos, artistas,
atletas) ou em papéis que requerem falar em público.

Os medos de desempenho também podem se manifestar em contextos de


trabalho, escola ou acadêmicos nos quais são necessárias apresentações
públicas regulares. Os indivíduos com transtorno de ansiedade social somente
desempenho não temem ou evitam situações sociais que não envolvam o
desempenho.
Transtorno de Ansiedade Social (Fobia
Social)

Em relação à fobia social circunscrita, analisar os itens abaixo:

I - O medo do desempenho é a característica predominante.


II - Responde muito melhor à farmacoterapia do que à terapia
cognitivo-comportamental.

a) Os itens I e II estão corretos.


b) Somente o item I está correto.
c) Somente o item II está correto.
d) Os itens I e II estão incorretos.
Transtorno de Ansiedade Social (Fobia
Social)

Em relação à fobia social circunscrita, analisar os itens abaixo:

I - O medo do desempenho é a característica predominante.


II - Responde muito melhor à farmacoterapia do que à terapia
cognitivo-comportamental.

a) Os itens I e II estão corretos.


b) Somente o item I está correto.
c) Somente o item II está correto.
d) Os itens I e II estão incorretos.
Transtorno de Pânico (Paroxístico)

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

A. Ataques de pânico recorrentes e inesperados. Um ataque de pânico é um surto


abrupto de medo intenso ou desconforto intenso que alcança um pico em minutos
e durante o qual ocorrem quatro (ou mais) dos seguintes sintomas:
1. Palpitações, coração acelerado, taquicardia.
2. Sudorese.
3. Tremores ou abalos.
4. Sensações de falta de ar ou sufocamento.
5. Sensações de asfixia.
6. Dor ou desconforto torácico.
7. Náusea ou desconforto abdominal.
8. Sensação de tontura, instabilidade, vertigem ou desmaio.
9. Calafrios ou ondas de calor.
10. Parestesias (anestesia ou sensações de formigamento).
11. Desrealização (sensações de irrealidade) ou despersonalização (sensação de estar distanciado de si mesmo).
12. Medo de perder o controle ou “enlouquecer”.
13. Medo de morrer.
Transtorno de Pânico (Paroxístico)
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

B. Pelo menos um dos ataques foi seguido de um mês (ou mais) de uma ou de ambas as
seguintes características:
1. Apreensão ou preocupação persistente acerca de ataques de pânico adicionais ou
sobre suas consequências (p. ex., perder o controle, ter um ataque cardíaco,
“enlouquecer”).
2. Uma mudança desadaptativa significativa no comportamento relacionada aos
ataques (p. ex., comportamentos que têm por finalidade evitar ter ataques de pânico,
como a esquiva de exercícios ou situações desconhecidas).

C. A perturbação não é consequência dos efeitos psicológicos de uma substância (p. ex.,
droga de abuso, medicamento) ou de outra condição médica (p. ex., hipertireoidismo,
doenças cardiopulmonares).

D. A perturbação não é mais bem explicada por outro transtorno mental (...).
Transtorno de Pânico

UNIFESP - 2016
A respeito do diagnóstico do transtorno de pânico, é correto afirmar que:

a) os ataques de pânico são exclusivos do transtorno de pânico.


b) as preocupações persistentes sobre a ocorrência de ataques adicionais
ou sobre as implicações dos ataques são sintomas centrais para o
diagnóstico.
c) a frequência dos ataques de pânico é um indicador de gravidade.
d) os ataques de pânico são um fator protetor para o desenvolvimento da
agorafobia.
e) os ataques de pânico se devem aos efeitos fisiológicos diretos de um
psicoestimulante.
Transtorno de Pânico

UNIFESP - 2016
A respeito do diagnóstico do transtorno de pânico, é correto afirmar que:

a) os ataques de pânico são exclusivos do transtorno de pânico.


b) as preocupações persistentes sobre a ocorrência de ataques adicionais
ou sobre as implicações dos ataques são sintomas centrais para o
diagnóstico.
c) a frequência dos ataques de pânico é um indicador de gravidade.
d) os ataques de pânico são um fator protetor para o desenvolvimento da
agorafobia.
e) os ataques de pânico se devem aos efeitos fisiológicos diretos de um
psicoestimulante.
Transtorno de Pânico (Paroxístico)
SOBRE OS ATAQUES DE PÂNICO

Existem dois tipos característicos de ataques de pânico: esperado e


inesperado. Os ataques de pânico esperados são ataques para os
quais existe um sinal ou desencadeante óbvio, como as situações
em que eles geralmente ocorreram. Os ataques de pânico
inesperados são aqueles para os quais não há gatilho ou
desencadeante óbvio no momento da ocorrência (p. ex., quando em
relaxamento ou durante o sono [ataque de pânico noturno]).
Os ataques de pânico podem ocorrer no contexto de um transtorno
mental (p. ex., transtornos de ansiedade, transtornos depressivos,
transtornos bipolares, transtornos alimentares, TOC e transtornos
relacionados, transtornos da personalidade, transtornos psicóticos,
transtornos por uso de substâncias) e de algumas condições médicas
(p. ex., cardíaca, respiratória, vestibular, gastrintestinal), com a
maioria nunca satisfazendo os critérios para transtorno de pânico.
São necessários ataques de pânico inesperados recorrentes para
um diagnóstico de transtorno de pânico.
Transtorno de Pânico (Paroxístico)

CONSEQUÊNCIAS FUNCIONAIS DO
TRANSTORNO DE PÂNICO

O transtorno de pânico está associado a níveis altos de incapacidade social,


profissional e física; custos econômicos consideráveis; e ao número mais alto de
consultas médicas entre os transtornos de ansiedade, embora os efeitos sejam mais
fortes com a presença de agorafobia.

Os indivíduos com transtorno de pânico podem se ausentar com frequência do


trabalho ou escola para visitas ao médico ou ao serviço de urgência, o que pode levar
a desemprego ou evasão escolar.

Os ataques de pânico estão relacionados a uma taxa mais alta de tentativas de


suicídio e ideação suicida, mesmo quando as comorbidades e outros fatores de risco
de suicídio são levados em conta.
Agorafobia

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

A. Medo ou ansiedade marcantes acerca de duas (ou mais) das cinco situações seguintes:
1. Uso de transporte público (p. ex., automóveis, ônibus, trens, navios, aviões).
2. Permanecer em espaços abertos (p. ex., áreas de estacionamentos, mercados,
pontes).
3. Permanecer em locais fechados (p. ex., lojas, teatros, cinemas).
4. Permanecer em uma fila ou ficar em meio a uma multidão.
5. Sair de casa sozinho.

B. O indivíduo tem medo ou evita essas situações devido a pensamentos de que pode
ser difícil escapar ou de que o auxílio pode não estar disponível no caso de
desenvolver sintomas do tipo pânico ou outros sintomas incapacitantes ou
constrangedores (p. ex., medo de cair nos idosos; medo de incontinência).

C. As situações agorafóbicas quase sempre provocam medo ou ansiedade.


Agorafobia

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

D. As situações agorafóbicas são ativamente evitadas, requerem a presença de uma


companhia ou são suportadas com intenso medo ou ansiedade.

E. O medo ou ansiedade é desproporcional ao perigo real apresentado pelas situações


agorafóbicas e ao contexto sociocultural.

F. O medo, ansiedade ou esquiva é persistente, geralmente durando mais de seis


meses.

G. O medo, ansiedade ou esquiva causa sofrimento clinicamente significativo ou


prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida
do indivíduo.

H. Se outra condição médica (p. ex. doença inflamatória intestinal, doença de


Parkinson) está presente, o medo, ansiedade ou esquiva é claramente excessivo.
Agorafobia

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

I. O medo, ansiedade ou esquiva não é mais bem explicado pelos sintomas de outro
transtorno mental (...).

A agorafobia é diagnosticada independentemente da


presença de transtorno de pânico. Se a apresentação de
um indivíduo satisfaz os critérios para transtorno de
pânico e agorafobia, ambos os diagnósticos devem ser
dados.
(Associação dos
dois transtornos:
de 30 a 50%)
Agorafobia

CONSEQUÊNCIAS FUNCIONAIS
DA AGORAFOBIA

A agorafobia está associada a considerável prejuízo e incapacidade em


termos de desempenho de papéis, produtividade no trabalho e dias com
incapacidade.

Sua gravidade é um forte determinante do grau de incapacidade,


independentemente da presença de transtorno de pânico, ataques de pânico
comórbidos ou outras condições comórbidas.

Mais de um terço dos indivíduos com agorafobia está completamente


restrito à sua casa e incapaz de trabalhar.
Transtorno de Ansiedade
Generalizada
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

A. Ansiedade e preocupação excessivas (expectativa apreensiva), ocorrendo na


maioria dos dias por pelo menos seis meses, com diversos eventos ou
atividades (tais como desempenho escolar ou profissional).
B. O indivíduo considera difícil controlar a preocupação.
C. A ansiedade e a preocupação estão associadas com três (ou mais) dos
seguintes seis sintomas (com pelo menos alguns deles presentes na maioria
dos dias nos últimos seis meses).
1. Inquietação ou sensação de estar com os nervos à flor da pele.
2. Fatigabilidade.
3. Dificuldade em concentrar-se ou sensações de “branco” na mente.
4. Irritabilidade.
5. Tensão muscular.
6. Perturbação do sono (dificuldade em conciliar ou manter o sono, ou sono insatisfatório e
inquieto).
Transtorno de Ansiedade
Generalizada
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

D. A ansiedade, a preocupação ou os sintomas físicos causam sofrimento clinicamente


significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas
importantes da vida do indivíduo.

E. A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga
de abuso, medicamento) ou a outra condição médica (p. ex., hipertireoidismo).

F. A perturbação não é mais bem explicada por outro transtorno mental (p. ex.,
ansiedade ou preocupação quanto a ter ataques de pânico no transtorno de pânico,
avaliação negativa no transtorno de ansiedade social [fobia social], contaminação ou
outras obsessões no transtorno obsessivo-compulsivo, separação das figuras de apego
no transtorno de ansiedade de separação, lembranças de eventos traumáticos no
transtorno de estresse pós-traumático, ganho de peso na anorexia nervosa, queixas
físicas no transtorno de sintomas somáticos, percepção de problemas na aparência no
transtorno dismórfico corporal, ter uma doença séria no transtorno de ansiedade de
doença ou o conteúdo de crenças delirantes na esquizofrenia ou transtorno delirante).
Transtorno de Ansiedade
Generalizada
ASSOCIAÇÕES

❖ Pode haver tremores, contrações, abalos e dores musculares, nervosismo


ou irritabilidade associados a tensão muscular.

❖ Muitos indivíduos com transtorno de ansiedade generalizada também


experimentam sintomas somáticos (p. ex., sudorese, náusea, diarreia) e
uma resposta de sobressalto exagerada.

❖ Sintomas de excitabilidade autonômica aumentada (p. ex., batimentos


cardíacos acelerados, falta de ar, tonturas) são menos proeminentes no
transtorno de ansiedade generalizada do que em outros transtornos de
ansiedade, tais como o transtorno de pânico.

❖ Outras condições que podem estar associadas ao estresse (p. ex., síndrome
do intestino irritável, cefaleia) frequentemente acompanham o transtorno.
Transtornos Relacionados a
Traumas e a Estressores
DSM V

Transtornos Relacionados a Traumas e a


Estressores
❖ Transtorno de Apego Reativo
❖ Transtorno de Interação Social Desinibida
❖ Transtorno de Estresse Agudo
❖ Transtorno de Estresse Pós-Traumático
❖ Transtorno de Adaptação
Transtorno de Estresse Agudo

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

A. Exposição a episódio concreto ou ameaça de morte, lesão grave ou violação


sexual em uma (ou mais) das seguintes formas:

1. Vivenciar diretamente o evento traumático.


2. Testemunhar pessoalmente o evento ocorrido a outras pessoas.
3. Saber que o evento ocorreu com familiar ou amigo próximo.
4. Ser exposto de forma repetida ou extrema a detalhes aversivos do evento
traumático (p. ex., socorristas que recolhem restos de corpos humanos,
policiais repetidamente expostos a detalhes de abuso infantil).
Transtorno de Estresse Agudo

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

B. Presença de nove (ou mais) dos seguintes sintomas de qualquer uma das cinco categorias de
intrusão, humor negativo, dissociação, evitação e excitação, começando ou piorando depois da
ocorrência do evento traumático:

Sintomas de intrusão
1. Lembranças angustiantes recorrentes, involuntárias e intrusivas do evento traumático. Nota: Em
crianças, pode ocorrer a brincadeira repetitiva na qual temas ou aspectos do evento traumático
são expressos.
2. Sonhos angustiantes recorrentes nos quais o conteúdo e/ou o afeto do sonho estão
relacionados ao evento.
3. Reações dissociativas (p. ex., flashbacks) nas quais o indivíduo sente ou age como se o evento
traumático estivesse acontecendo novamente. (Essas reações podem ocorrer em um continuum,
com a expressão mais extrema sendo uma perda completa de percepção do ambiente ao redor.)
4. Sofrimento psicológico intenso ou prolongado ou reações fisiológicas acentuadas em resposta a
sinais internos ou externos que simbolizem ou se assemelhem a algum aspecto do evento
traumático.
Transtorno de Estresse Agudo

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V


Humor negativo
5. Incapacidade persistente de vivenciar emoções positivas (p. ex., incapacidade de vivenciar
sentimentos de felicidade, satisfação ou amor).

Sintomas dissociativos
6. Senso de realidade alterado acerca de si mesmo ou do ambiente ao redor (p. ex., ver-se a
partir da perspectiva de outra pessoa, estar entorpecido, sentir-se como se estivesse em câmera
lenta).
7. Incapacidade de recordar um aspecto importante do evento traumático (geralmente devido a
amnésia dissociativa, e não a outros fatores, como traumatismo craniano, álcool ou drogas).

Sintomas de evitação
8. Esforços para evitar recordações, pensamentos ou sentimentos angustiantes acerca do, ou
fortemente relacionados ao, evento traumático.
9. Esforços para evitar lembranças (pessoas, lugares, conversas, atividades, objetos, situações)
que despertem recordações, pensamentos ou sentimentos angustiantes acerca do, ou fortemente
relacionados ao, evento traumático.
Transtorno de Estresse Agudo

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

Sintomas de excitação
10. Perturbação do sono (p. ex., dificuldade de iniciar ou manter o sono, sono agitado).
11. Comportamento irritadiço e surtos de raiva (com pouca ou nenhuma provocação) geralmente
expressos como agressão verbal ou física em relação a pessoas ou objetos.
12. Hipervigilância.
13. Problemas de concentração.
14. Resposta de sobressalto exagerada.

C. A duração da perturbação (sintomas do Critério B) é de três dias a um mês depois do trauma.

D. A perturbação causa sofrimento clinicamente significativo e prejuízo no funcionamento social,


profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.

E. A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., medicamento ou
álcool) ou a outra condição médica (p. ex., lesão cerebral traumática leve) e não é mais bem
explicada por um transtorno psicótico breve.
Transtorno de Estresse Agudo

CONSEQUÊNCIAS FUNCIONAIS
DO TRANSTORNO DE ESTRESSE AGUDO

O prejuízo funcional nos domínios social,


interpessoal ou profissional tem sido
demonstrado entre sobreviventes de
acidentes, assalto e estupro que
desenvolvem transtorno de estresse agudo.

A evitação no transtorno de estresse agudo


pode resultar em afastamento generalizado
de muitas situações percebidas como
potencialmente ameaçadoras, o que pode Os níveis extremos de ansiedade, que
levar ao não comparecimento a consultas podem estar associados ao transtorno,
médicas, à evitação de dirigir para podem interferir no sono, nos níveis de
compromissos importantes e ao energia e na capacidade de realizar
absenteísmo no trabalho. tarefas.
Transtorno de Estresse Agudo
Transtorno de Estresse
Pós-Traumático
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

A. Exposição a episódio concreto ou ameaça de morte, lesão grave ou violação


sexual em uma (ou mais) das seguintes formas:

1. Vivenciar diretamente o evento traumático.


2. Testemunhar pessoalmente o evento ocorrido a outras pessoas.
3. Saber que o evento ocorreu com familiar ou amigo próximo.
4. Ser exposto de forma repetida ou extrema a detalhes aversivos do evento
traumático (p. ex., socorristas que recolhem restos de corpos humanos,
policiais repetidamente expostos a detalhes de abuso infantil).
Transtorno de Estresse
Pós-Traumático
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

B. Presença de um (ou mais) dos seguintes sintomas intrusivos associados ao evento traumático,
começando depois de sua ocorrência:

1. Lembranças intrusivas angustiantes, recorrentes e involuntárias do evento traumático.

2. Sonhos angustiantes recorrentes nos quais o conteúdo e/ou o sentimento do sonho estão
relacionados ao evento traumático.

3. Reações dissociativas (p. ex., flashbacks) nas quais o indivíduo sente ou age como se o evento
traumático estivesse ocorrendo novamente.

4. Sofrimento psicológico intenso ou prolongado ante a exposição a sinais internos ou externos


que simbolizem ou se assemelhem a algum aspecto do evento traumático.

5. Reações fisiológicas intensas a sinais internos ou externos que simbolizem ou se assemelhem a


algum aspecto do evento traumático.
Transtorno de Estresse
Pós-Traumático
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V
C. Evitação persistente de estímulos associados ao evento traumático, começando após a ocorrência do evento, conforme
evidenciado por um ou ambos dos seguintes aspectos:

1. Evitação ou esforços para evitar recordações, pensamentos ou sentimentos angustiantes acerca de ou associados de perto ao
evento traumático.
2. Evitação ou esforços para evitar lembranças externas (pessoas, lugares, conversas, atividades, objetos, situações) que despertem
recordações, pensamentos ou sentimentos angustiantes acerca de ou associados de perto ao evento traumático.

D. Alterações negativas em cognições e no humor associadas ao evento traumático começando ou piorando depois da ocorrência
de tal evento, conforme evidenciado por dois (ou mais) dos seguintes aspectos:

1. Incapacidade de recordar algum aspecto importante do evento traumático (geralmente devido a amnésia dissociativa, e não a
outros fatores, como traumatismo craniano, álcool ou drogas).
2. Crenças ou expectativas negativas persistentes e exageradas a respeito de si mesmo, dos outros e do mundo (p. ex., “Sou mau”,
“Não se deve confiar em ninguém”, “O mundo é perigoso”, “Todo o meu sistema nervoso está arruinado para sempre”).
3. Cognições distorcidas persistentes a respeito da causa ou das consequências do evento traumático que levam o indivíduo a
culpar a si mesmo ou os outros.
4. Estado emocional negativo persistente (p. ex., medo, pavor, raiva, culpa ou vergonha).
5. Interesse ou participação bastante diminuída em atividades significativas.
6. Sentimentos de distanciamento e alienação em relação aos outros.
7. Incapacidade persistente de sentir emoções positivas (p. ex., incapacidade de vivenciar sentimentos de felicidade, satisfação ou
amor).
Transtorno de Estresse
Pós-Traumático
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V
E. Alterações marcantes na excitação e na reatividade associadas ao evento traumático,
começando ou piorando após o evento, conforme evidenciado por dois (ou mais) dos seguintes
aspectos:

1. Comportamento irritadiço e surtos de raiva (com pouca ou nenhuma provocação) geralmente


expressos sob a forma de agressão verbal ou física em relação a pessoas e objetos.
2. Comportamento imprudente ou autodestrutivo.
3. Hipervigilância.
4. Resposta de sobressalto exagerada.
5. Problemas de concentração.
6. Perturbação do sono (p. ex., dificuldade para iniciar ou manter o sono, ou sono agitado).
F. A perturbação (Critérios B, C, D e E) dura mais de um mês.
G. A perturbação causa sofrimento clinicamente significativo e prejuízo social, profissional ou em
outras áreas importantes da vida do indivíduo.
H. A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., medicamento,
álcool) ou a outra condição médica.
Transtorno de Estresse
Pós-Traumático
CONSEQUÊNCIAS FUNCIONAIS
DO TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO

O TEPT está associado a níveis elevados de


incapacidades sociais, profissionais e físicas, bem
como a custos econômicos consideráveis e altos
níveis de utilização de serviços médicos.

O prejuízo ao funcionamento fica evidente nos


domínios social, interpessoal, do desenvolvimento,
educacional, da saúde física e profissional. Em
amostras da comunidade e de veteranos de
guerra, o TEPT está associado a relações sociais e
familiares empobrecidas, ausências ao trabalho,
renda mais baixa e menor sucesso acadêmico e
profissional.
Transtorno de Adaptação

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V


A. Desenvolvimento de sintomas emocionais ou comportamentais em resposta a um
estressor ou estressores identificáveis ocorrendo dentro de três meses do início do
estressor ou estressores.
B. Esses sintomas ou comportamentos são clinicamente significativos, conforme
evidenciado por um ou mais dos seguintes aspectos:
1. Sofrimento intenso desproporcional à gravidade ou à intensidade do estressor,
considerando-se o contexto cultural e os fatores culturais que poderiam influenciar
a gravidade e a apresentação dos sintomas.
2. Prejuízo significativo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas
importantes da vida do indivíduo.
C. A perturbação relacionada ao estresse não satisfaz os critérios de outro transtorno
mental e não é meramente uma exacerbação de um transtorno mental preexistente.
D. Os sintomas não representam luto normal.
E. Uma vez que o estressor ou suas consequências tenham cedido, os sintomas não
persistem por mais de seis meses.
Transtorno de Adaptação

CONSEQUÊNCIAS FUNCIONAIS
DO TRANSTORNO DE ADAPTAÇÃO

O sofrimento subjetivo ou o prejuízo ao funcionamento associados aos transtornos de


adaptação manifestam-se frequentemente por meio de queda no desempenho profissional ou
acadêmico e por meio de mudanças temporárias nas relações sociais. Um transtorno de
adaptação pode complicar o curso da doença em indivíduos que tenham uma condição clínica
geral (p. ex., menos obediência ao esquema médico recomendado; estada hospitalar mais
prolongada).
Transtorno de Adaptação

Home Office
Transtorno de Adaptação

Home Office
Transtorno de Adaptação

Home Office
Transtorno de Adaptação

Home Office
Burn-Out

Também conhecida como


Síndrome do Esgotamento
Profissional,
o burn-out (to burn: arder,
queimar; out: até o fim)
é definido como um estado físico
e mental de profunda
extenuação, que se desenvolve
em decorrência de exposição
significativa a situações de alta
demanda emocional no ambiente
de trabalho.
Burn-Out
CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS:

1) Exaustão Emocional (EE): ocorre quando o


profissional experimenta sentimentos de fadiga e
faltam-lhe recursos emocionais (energia) para lidar
com situações estressoras e com altas exigências no
trabalho;

2) Despersonalização (DE): manifesta-se por atitudes


negativas e insensíveis para com as pessoas no
trabalho, por comportamentos de isolamento ou
afastamento dos colegas e clientes, e pelo
endurecimento afetivo nas relações interpessoais;

3) reduzida Realização Profissional (rRP): resulta da


baixa satisfação com a execução do trabalho,
autoavaliação laboral negativa e sentimento de
desapego e frustração profissional.
Burn-Out
Burn-Out

= Depressão no Trabalho?

= Transtorno de Adaptação?

Entidade própria?
Burn-Out
Espectro da Esquizofrenia e outros
Transtornos Psicóticos

Transtornos Psicóticos
DSM V

❖ Transtorno Delirante
❖ Transtorno Psicótico Breve
❖ Transtorno Esquizofreniforme
❖ Esquizofrenia
❖ Transtorno Esquizoafetivo
❖ Transtorno Psicótico induzido por substância
ou medicamento
❖ Transtorno Psicótico devido a outra condição
médica
Espectro da Esquizofrenia e outros
Transtornos Psicóticos

DELÍRIOS / ALUCINAÇÕES
DSM V

❖ Delírios – alteração do conteúdo do pensamento,


que afeta o juízo
– crenças irreais, ilógicas e irremovíveis

❖ Alucinações – alteração da sensopercepção


– percepção real de algo que não existe
(percepção sem um estímulo externo)
Espectro da Esquizofrenia e outros
Transtornos Psicóticos
Espectro da Esquizofrenia e outros
Transtornos Psicóticos
AFASTAMENTOS POR CID F20-F29
Espectro da Esquizofrenia e outros
Transtornos Psicóticos
AFASTAMENTOS POR CID F20-F29
Espectro da Esquizofrenia e outros
Transtornos Psicóticos
DELÍRIOS
❖ Persecutórios – crença de que está sendo perseguido, prejudicado,
assediado.
❖ De referência – crença de que algum gesto, comentário, estímulo
ambiental é direcionado à própria pessoa.
❖ De grandeza – crença de que possui habilidades excepcionais, riqueza ou
fama.
❖ Erotomaníacos – crença falsa de que outra pessoa está apaixonada por ela.
❖ Niilistas – crença de que ocorrerá uma grande catástrofe.
❖ Somáticos – crença falsa envolvendo a saúde e função dos órgãos.

Bizarro – claramente implausíveis e incompreensíveis por outros


indivíduos da mesma cultura, não se originando de experiências comuns da
vida.
Não Bizarro
Espectro da Esquizofrenia e outros
Transtornos Psicóticos
Espectro da Esquizofrenia e outros
Transtornos Psicóticos
Espectro da Esquizofrenia e outros
Transtornos Psicóticos
Espectro da Esquizofrenia e outros
Transtornos Psicóticos
Espectro da Esquizofrenia e outros
Transtornos Psicóticos
Espectro da Esquizofrenia e outros
Transtornos Psicóticos
Espectro da Esquizofrenia e outros
Transtornos Psicóticos
Espectro da Esquizofrenia e outros
Transtornos Psicóticos
UFRN - 2018
T.A.B., 24 anos de idade, sexo masculino, cursando faculdade de direito, comparece
ao Pronto Socorro trazido por familiares, porque agrediu os pais e o irmão, após
uma “armadilha" ter falhado contra ele. Ao ser questionado o por quê da agressão,
T.A.B. relatou ter agredido essas pessoas, que dizem serem seus familiares, mas, na
verdade, trata-se de impostores. Eles adquiriram a forma de seus familiares
originais, os quais não sabe onde foram parar, e agem como se os fossem há, pelo
menos, 2 meses. Acredita está sendo parte de um grande experimento, onde
câmeras de última geração e microscópicas o estão vigiando 24h/dia. Diante disso,
T.A.B. instalou câmeras para tentar encontrar provas desses disfarces. Nega história
de transtorno mental anterior. Nesse contexto, considera-se que T.A.B. apresenta a
a) síndrome de Capgras.
b) síndrome de Cotard.
c) alucinação liliputiana.
d) síndrome de Frégoli.
Espectro da Esquizofrenia e outros
Transtornos Psicóticos
Síndrome de Cotard, também chamada de delírio de Cotard ou síndrome do
cadáver ambulante, é uma rara doença mental em que a pessoa afetada detém
a crença delirante de que ela já está morta, não existe, está em putrefação ou
que perdeu seu sangue ou órgãos internos.

Síndrome de Fregoli, também chamada de ilusão de Fregoli, delírio


de Fregoli ou até mesmo ilusão de duplas, é um raro distúrbio em que o
paciente detém um delírio de que diferentes pessoas são de fato uma única
pessoa que muda de aparência ou está disfarçada.

A Síndrome de Capgras (ou Delírio de Capgras) é um raro transtorno no qual


uma pessoa sofre de uma crença ilusória de que um conhecido, normalmente
um cônjuge ou outro membro familiar próximo, foi substituído por um
impostor idêntico.
Espectro da Esquizofrenia e outros
Transtornos Psicóticos
UFRN - 2018
T.A.B., 24 anos de idade, sexo masculino, cursando faculdade de direito, comparece
ao Pronto Socorro trazido por familiares, porque agrediu os pais e o irmão, após
uma “armadilha" ter falhado contra ele. Ao ser questionado o por quê da agressão,
T.A.B. relatou ter agredido essas pessoas, que dizem serem seus familiares, mas, na
verdade, trata-se de impostores. Eles adquiriram a forma de seus familiares
originais, os quais não sabe onde foram parar, e agem como se os fossem há, pelo
menos, 2 meses. Acredita está sendo parte de um grande experimento, onde
câmeras de última geração e microscópicas o estão vigiando 24h/dia. Diante disso,
T.A.B. instalou câmeras para tentar encontrar provas desses disfarces. Nega história
de transtorno mental anterior. Nesse contexto, considera-se que T.A.B. apresenta a
a) síndrome de Capgras.
b) síndrome de Cotard.
c) alucinação liliputiana.
d) síndrome de Frégoli.
Espectro da Esquizofrenia e outros
Transtornos Psicóticos
Transtorno Delirante

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

A. A presença de um delírio (ou mais) com duração de um mês ou mais.


B. O Critério A para esquizofrenia jamais foi atendido. Nota: Alucinações,
quando presentes, não são proeminentes e têm relação com o tema do delírio
(p. ex., a sensação de estar infestado de insetos associada a delírios de
infestação).
C. Exceto pelo impacto do(s) delírio(s) ou de seus desdobramentos, o
funcionamento não está acentuadamente prejudicado, e o comportamento
não é claramente bizarro ou esquisito.
D. Se episódios maníacos ou depressivos ocorreram, eles foram breves em
comparação com a duração dos períodos delirantes.
E. A perturbação não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância ou
a outra condição médica, não sendo mais bem explicada por outro transtorno
mental, como transtorno dismórfico corporal ou transtorno
obsessivo-compulsivo.
Transtorno Delirante

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

A. A presença de um delírio (ou mais) com duração de um mês ou mais.


B. O Critério A para esquizofrenia jamais foi atendido. Nota: Alucinações,
quando presentes, não são proeminentes e têm relação com o tema do delírio
(p. ex., a sensação de estar infestado de insetos associada a delírios de
infestação).
C. Exceto pelo impacto do(s) delírio(s) ou de seus desdobramentos, o
funcionamento não está acentuadamente prejudicado, e o comportamento
não é claramente bizarro ou esquisito.
D. Se episódios maníacos ou depressivos ocorreram, eles foram breves em
comparação com a duração dos períodos delirantes.
E. A perturbação não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância ou
a outra condição médica, não sendo mais bem explicada por outro transtorno
mental, como transtorno dismórfico corporal ou transtorno
obsessivo-compulsivo.
Transtorno Delirante

CONSEQUÊNCIAS FUNCIONAIS
DO TRANSTORNO DELIRANTE

O prejuízo funcional costuma ser mais circunscrito que o encontrado em


outros transtornos psicóticos, ainda que possa ser substancial em alguns
casos, incluindo funcionamento profissional insatisfatório e isolamento
social.

Quando está presente funcionamento psicossocial insatisfatório, as próprias


crenças delirantes costumam ter papel importante.

Uma característica comum dos indivíduos com transtorno delirante é a


aparente normalidade de seu comportamento e aparência quando não
estão sendo discutidas ou acionadas suas ideias delirantes.
Transtorno Psicótico Breve

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

A. Presença de um (ou mais) dos sintomas a seguir. Pelo menos um deles deve ser (1),
(2) ou (3):
1. Delírios.
2. Alucinações.
3. Discurso desorganizado (p. ex., descarrilamento ou incoerência frequentes).
4. Comportamento grosseiramente desorganizado ou catatônico.

B. A duração de um episódio da perturbação é de, pelo menos, um dia, mas inferior a


um mês, com eventual retorno completo a um nível de funcionamento pré-mórbido.

C. A perturbação não é mais bem explicada por transtorno depressivo maior ou


transtorno bipolar com características psicóticas, por outro transtorno psicótico como
esquizofrenia ou catatonia, nem se deve aos efeitos fisiológicos de uma substância (p.
ex., droga de abuso, medicamento) ou a outra condição médica.
Transtorno Psicótico Breve

ESPECIFICADORES

Com estressor evidente (psicose reativa breve)


Sem estressor evidente
Com início no pós-parto
Com catatonia

A característica essencial do transtorno psicótico breve consiste em uma


perturbação que envolve o aparecimento repentino de pelo menos um dos
sintomas psicóticos positivos: delírios, alucinações, discurso desorganizado
(p.ex., descarrilamento ou incoerência frequente) ou comportamento psicomotor
grosseiramente anormal, incluindo catatonia (Critério A).

Apesar das elevadas taxas de recaída, para a maioria das pessoas, o desfecho é
excelente em termos de funcionamento social e sintomatologia.
Transtorno Esquizofreniforme

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

A. Dois (ou mais) dos itens a seguir, cada um presente por uma quantidade significativa
de tempo durante um período de um mês (ou menos, se tratados com sucesso). Pelo
menos um deles deve ser (1), (2) ou (3):

1. Delírios.
2. Alucinações.
3. Discurso desorganizado (p. ex., descarrilamento ou incoerência frequentes).
4. Comportamento grosseiramente desorganizado ou catatônico.
5. Sintomas negativos (i.e., expressão emocional diminuída ou avolia).

B. Um episódio do transtorno que dura pelo menos um mês, mas menos do que seis
meses. Quando deve ser feito um diagnóstico sem aguardar a recuperação, ele deve ser
qualificado como “provisório”.
Transtorno Esquizofreniforme

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

C. Transtorno esquizoafetivo e transtorno depressivo ou transtorno bipolar com


características psicóticas foram descartados porque:

1) nenhum episódio depressivo maior ou maníaco ocorreu concomitantemente com os


sintomas da fase ativa ou
2) se os episódios de humor ocorreram durante os sintomas da fase ativa, estiveram
presentes pela menor parte da duração total dos períodos ativo e residual da
doença.

D. A perturbação não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex.,
droga de abuso, medicamento) ou a outra condição médica.
Transtorno Esquizofreniforme

CONSEQUÊNCIAS FUNCIONAIS
DO TRANSTORNO ESQUIZOFRENIFORME

Para a maioria das pessoas com


transtorno esquizofreniforme que por
fim recebem um diagnóstico de
esquizofrenia ou transtorno
esquizoafetivo, as consequências
funcionais são semelhantes às destes
transtornos.

A maioria das pessoas tem disfunção


em várias áreas do funcionamento
Indivíduos que se recuperam do diário, como escola ou trabalho,
transtorno esquizofreniforme têm relações interpessoais e autocuidado.
melhor evolução funcional.
Transtorno Esquizofreniforme
Esquizofrenia

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V


A. Dois (ou mais) dos itens a seguir, cada um presente por uma quantidade significativa
de tempo durante um período de um mês (ou menos, se tratados com sucesso). Pelo
menos um deles deve ser (1), (2) ou (3):
1. Delírios.
2. Alucinações.
3. Discurso desorganizado.
4. Comportamento grosseiramente desorganizado ou catatônico.
5. Sintomas negativos (i.e., expressão emocional diminuída ou avolia).

B. Por período significativo de tempo desde o aparecimento da perturbação, o nível de


funcionamento em uma ou mais áreas importantes do funcionamento, como trabalho,
relações interpessoais ou autocuidado, está acentuadamente abaixo do nível
alcançado antes do início (ou, quando o início se dá na infância ou na adolescência,
incapacidade de atingir o nível esperado de funcionamento interpessoal, acadêmico ou
profissional).
Esquizofrenia

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

C. Sinais contínuos de perturbação persistem durante, pelo menos, seis meses. Esse
período de seis meses deve incluir no mínimo um mês de sintomas (ou menos, se
tratados com sucesso) que precisam satisfazer ao Critério A (i.e., sintomas da fase ativa)
e pode incluir períodos de sintomas prodrômicos ou residuais. Durante esses períodos
prodrômicos ou residuais, os sinais da perturbação podem ser manifestados apenas por
sintomas negativos ou por dois ou mais sintomas listados no Critério A presentes em
uma forma atenuada (p. ex., crenças esquisitas, experiências perceptivas incomuns).

D. Transtorno esquizoafetivo e transtorno depressivo ou transtorno bipolar com


características psicóticas são descartados porque
1) não ocorreram episódios depressivos maiores ou maníacos concomitantemente
com os sintomas da fase ativa, ou
2) 2) se episódios de humor ocorreram durante os sintomas da fase ativa, sua duração
total foi breve em relação aos períodos ativo e residual da doença.
Esquizofrenia

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

E. A perturbação pode ser atribuída aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex.,
droga de abuso, medicamento) ou a outra condição médica.

F. Se há história de transtorno do espectro autista ou de um transtorno da comunicação


iniciado na infância, o diagnóstico adicional de esquizofrenia é realizado somente se
delírios ou alucinações proeminentes, além dos demais sintomas exigidos de
esquizofrenia, estão também presentes por pelo menos um mês (ou menos, se tratados
com sucesso).

A esquizofrenia está associada a significativa disfunção social e profissional. A progressão


educacional e a manutenção do emprego costumam ficar prejudicadas pela avolia ou por outras
manifestações do transtorno, mesmo quando as habilidades cognitivas são suficientes para as
tarefas a serem realizadas. A maior parte dos indivíduos tem empregos inferiores aos de seus
pais, e a maioria, especialmente os homens, não casa ou tem contatos sociais limitados fora da
família.
Esquizofrenia
Esquizofrenia

✔ DSM 5:
✔ Critério B - Disfunção Ocupacional/Social
Por período significativo de tempo, desde o aparecimento da
perturbação, o nível de funcionamento em uma ou mais áreas
importantes do funcionamento, como trabalho, relações
interpessoais ou autocuidado, está acentuadamente abaixo do
nível alcançado antes do início (ou, quando o início se dá na
infância ou na adolescência, incapacidade de atingir o nível
esperado de funcionamento interpessoal, acadêmico ou
profissional).

🡪 QUEDA GRADUAL DA CAPACIDADE LABORATIVA


Esquizofrenia

QUEDA GRADUAL DA CAPACIDADE LABORATIVA

Tempo
Esquizofrenia
Esquizofrenia

Esquizofrenia x Capacidade Laboral.

Sempre inapto?
Se não, quando atribuir aptidão
confiando na adesão e eficácia do
tratamento, e quando optar pela
inaptidão?
POSSIBILIDADES
1) Paciente em franca crise psicótica

Inapto para qualquer função?


Vicent Van Gogh
(1853-1890)
John Nash
POSSIBILIDADES
2) Paciente “bastante desorganizado”

Inapto para qualquer função?


POSSIBILIDADES
3) Paciente com “sintomas negativos”

Inapto para qualquer função?


POSSIBILIDADES
4) Paciente em “boa adesão e eficácia do tratamento”

Apto para qualquer função?


Esquizofrenia

ATESTADO PSICOLÓGICO
Documento que atesta a aptidão psicofísica para compor a tripulação de aeronaves brasileiras, em
conformidade com os requisitos aplicáveis do Regulamento Brasileiro de Aviação Civil nº 67 (RBAC 67)

• PERSONALIDADE
• ATENÇÃO
• MEMÓRIA
• RACIOCÍNIO

RESULTADO DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA:


Esquizofrenia

NR-15 - Anexo 6
(Trabalho em Condições Hiperbáricas)
V - EXAME NEURO-PSIQUIÁTRICO
Será verificada a integridade anatômica e funcional do sistema
nervoso:
a) a natureza especial do trabalho de mergulho requer avaliação
cuidadosa dos ajustamentos nos planos emocional, social e
intelectual dos candidatos;
b) história pregressa de distúrbios neuropsíquicos ou de moléstia
orgânica do sistema nervoso, epilepsia, ou póstraumática,
inabilitam os candidatos;
c) tendências neuróticas, imaturidade ou instabilidade emocional,
manifestações antissociais, desajustamentos ou inadaptações
inabilitam os candidatos.
NR-35
(Trabalho em Altura)
Esquizofrenia

NR-35
(Trabalho em Altura)
• 35.4.1.2 Cabe ao empregador avaliar o estado de saúde dos
trabalhadores que exercem atividades em altura, garantindo que:
• a) os exames e a sistemática de avaliação sejam partes integrantes do
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, devendo
estar nele consignados;
• b) a avaliação seja efetuada periodicamente, considerando os riscos
envolvidos em cada situação;
• c) seja realizado exame médico voltado às patologias que poderão
originar mal súbito e queda de altura, considerando também os
fatores psicossociais.
NR-33
(Espaços Confinados)
Esquizofrenia

NR-33
(Espaços Confinados)

• 33.3.4.1 Todo trabalhador designado para trabalhos em


espaços confinados deve ser submetido a exames
médicos específicos para a função que irá
desempenhar, conforme estabelecem as NRs 07 e 31,
incluindo os fatores de riscos psicossociais com a
emissão do respectivo Atestado de Saúde Ocupacional.
ESQUIZOFRENIA:
APTO ou INAPTO ao
labor?

DEPENDE:
❑ Do tipo de esquizofrenia
❑ Do grau de déficit cognitivo
❑ Da função laboral
Esquizofrenia
Jim Gordon
Verônica Lake
Megan Fox
Esquizofrenia

DIRETRIZES DE CONDUTA MÉDICO-PERICIAL

✔ prognóstico intimamente relacionado ao grau de adesão ao tratamento


✔ alta incidência de recaídas sem tratamento (chega a 70 a 80% - 12m)
✔ prognóstico variável:
a) melhoria significativa e duradoura
b) alguma melhoria com recaídas e incapacidade residual
c) invalidez grave e permanente.
✔ melhor prognóstico: início agudo, história familiar de depressão, personalidade não
esquizoide, depressão, fatores precipitantes e preocupações com a morte, casamento,
bom nível de habilidades ocupacionais pré mórbidas e presença de suporte emocional
✔ pior prognóstico: cronicidade na evolução, início insidioso, mau ajustamento social e
ocupacional
✔ OCUPACIONAL :
✔ prognóstico – avaliar restrições e “cicatrizes” no funcionamento mental.
✔ sintomas negativos podem inviabilizar definitivamente o retorno ao trabalho
UFPA - 2016
Um rapaz de 21 anos começou a apresentar, há 2 anos, delírios de conteúdo paranoide,
alucinações auditivas, avolia e discurso bastante desorganizado. Esses sintomas
tiveram aumento progressivo de intensidade e, nos últimos 6 meses, têm se mostrado
contínuos. Esse jovem apresenta importante declínio do seu nível de funcionamento
social e acadêmico, nos últimos meses, isolando-se bastante dos seus amigos e tendo
até que se afastar da faculdade. Foi realizada uma investigação clínico-psiquiátrica e
descartou-se uso de substâncias ilícitas ou de potenciais medicações de abuso além de
episódios maníacos, hipomaníacos e depressivos prévios. Também não foram vistas
alterações clínico-orgânicas na investigação. Diante do quadro exposto, qual é o
diagnóstico mais provável para o caso desse rapaz?
a) Transtorno Bipolar Tipo II.
b) Transtorno da Personalidade Esquizoide.
c) Esquizofrenia.
d) Catatonia Secundária.
e) Transtorno Disruptivo da Desregulação do Humor.
UFPA - 2016
Um rapaz de 21 anos começou a apresentar, há 2 anos, delírios de conteúdo paranoide,
alucinações auditivas, avolia e discurso bastante desorganizado. Esses sintomas
tiveram aumento progressivo de intensidade e, nos últimos 6 meses, têm se mostrado
contínuos. Esse jovem apresenta importante declínio do seu nível de funcionamento
social e acadêmico, nos últimos meses, isolando-se bastante dos seus amigos e tendo
até que se afastar da faculdade. Foi realizada uma investigação clínico-psiquiátrica e
descartou-se uso de substâncias ilícitas ou de potenciais medicações de abuso além de
episódios maníacos, hipomaníacos e depressivos prévios. Também não foram vistas
alterações clínico-orgânicas na investigação. Diante do quadro exposto, qual é o
diagnóstico mais provável para o caso desse rapaz?
a) Transtorno Bipolar Tipo II.
b) Transtorno da Personalidade Esquizoide.
c) Esquizofrenia.
d) Catatonia Secundária.
e) Transtorno Disruptivo da Desregulação do Humor.
Transtornos Psicóticos

AVALIAÇÃO DE CAPACIDADE LABORAL

(MS, 2001)
Transtornos Psicóticos

AVALIAÇÃO DE CAPACIDADE LABORAL

ATENÇÃO ESPECIAL na avaliação:

✔ Efeito colateral das medicações


✔ déficit cognitivo (atenção, concentração, memória, pragmatismo, etc.)
✔ Avaliação de funções cognitivas – Neuropsicológica

✔ alteração de sono (trabalho noturno, em turno, operação de máquinas)


✔ alteração de comportamento (agitação, irritabilidade, desinibição,
higiene)
✔ Psicomotricidade
✔ Avaliar possibilidade de reabilitação profissional
Transtornos Psicóticos

ESQUIZOFRENIA: CASO CLÍNICO 1

• Matemático (1928-2015)
• Extrema inteligência desde criança, começou a apresentar
sinais de esquizofrenia em 1958, sendo diagnosticado com
tal distúrbio em 1959.
• Sua biografia foi exposta no filme vencedor do Oscar “Uma
Mente Brilhante”, de Ron Howard
• Ganhador do Nobel de economia em 1994
Transtornos Psicóticos

ESQUIZOFRENIA: CASO CLÍNICO 2

• LJ, 35 anos, sexo masculino


• Bancário - atendimento geral em agência
• Separado, mora com a mãe; tem 1 filho que mora
com a ex-esposa
• Esquizofrenia há 10 anos, em tratamento.
• 4 crises nos últimos anos
Transtornos Psicóticos

ESQUIZOFRENIA: CASO CLÍNICO 2

•Aparência descuidada
•Contato estereotipado com os clientes
•Equipe de trabalho com medo de
agressão
•Não consegue finalizar as operações no
tempo esperado
•Insiste em atender o público
Transtornos Psicóticos

ESQUIZOFRENIA: CASO CLÍNICO 3

• RM, 51 anos, sexo feminino


• Bancária – setor administrativo atualmente
• Solteira, mora sozinha; evita contato com a
família
• Esquizofrenia há 20 anos com tratamento
irregular.
• Diz que tem apenas LER.
Transtornos Psicóticos

ESQUIZOFRENIA: CASO CLÍNICO 3

•Não fala com ninguém


•Olhar desconfiado para a chefia e
companheiros de bancada
•Diz que sabe que está sendo vigiada
(no trabalho e em casa)
•Nega que tenha problema
psiquiátrico e fica nervosa ao tocar no
assunto
•Não vai ao psiquiatra há 1 ano
Transtornos Psicóticos

ESQUIZOFRENIA: CASO CLÍNICO 4

• JMV, 65 anos, sexo masculino

• Bancário - atendimento geral em agência

• Solteiro, mora com o sobrinho

• Esquizofrenia há mais de 20 anos, em tratamento


adequado.

• Último afastamento há 5 anos


Transtornos Psicóticos

ESQUIZOFRENIA: CASO CLÍNICO 4

•Aparência “estranha” (blazer de lã,


unhas compridas)

•Contato um pouco estereotipado


com os clientes, porém muito
gentil e prestativo
•Tem suporte da equipe de
trabalho
•Realiza as tarefas sem erros
Transtorno Esquizoafetivo

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

A. Um período ininterrupto de doença durante o qual há um episódio depressivo maior


ou maníaco concomitante com o Critério A da esquizofrenia.
Nota: O episódio depressivo maior deve incluir o Critério A1: humor deprimido.

B. Delírios ou alucinações por duas semanas ou mais na ausência de episódio


depressivo maior ou maníaco durante a duração da doença ao longo da vida.

C. Os sintomas que satisfazem os critérios para um episódio de humor estão presentes


na maior parte da duração total das fases ativa e residual da doença.

D. A perturbação não pode ser atribuída aos efeitos de uma substância (p. ex., droga de
abuso, medicamento) ou a outra condição médica.
Transtorno Esquizoafetivo

ESPECIFICADORES

Tipo Bipolar
Tipo Depressivo
Com catatonia

O transtorno esquizoafetivo está associado a disfunção profissional e social,


porém disfunção não é um critério diagnóstico (como é para esquizofrenia), e
há variabilidade substancial entre indivíduos diagnosticados com o
transtorno.
Transtornos Psicóticos
ABP - 2012
Paciente com 28 anos, solteiro, marceneiro, está em tratamento psiquiátrico desde a
adolescência. Utilizava cocaína e maconha desde então, não tendo amizades e
revelando comportamento agressivo direcionado aos pais. Está em abstinência de
drogas há dezoito meses, sendo que há três meses começou a apresentar alterações
de comportamento, acreditando estar sendo seguido por desconhecidos que leem
seus pensamentos, lhe falam sobre sua sexualidade e que o encorajam a tentar
contra sua própria vida. Em várias ocasiões já esteve em emergências por deixar o
gás de casa aberto, e ter solicitado aos pais que comprassem veneno, por não mais
suportar todas as tramas feitas contra ele. O diagnóstico mais provável é:
a) estresse pós-traumático.
b) transtorno psicótico por drogas.
c) transtorno obsessivo.
d) transtorno de personalidade borderline.
e) transtorno psicótico a esclarecer.
Transtornos Psicóticos
ABP - 2012
Paciente com 28 anos, solteiro, marceneiro, está em tratamento psiquiátrico desde a
adolescência. Utilizava cocaína e maconha desde então, não tendo amizades e
revelando comportamento agressivo direcionado aos pais. Está em abstinência de
drogas há dezoito meses, sendo que há três meses começou a apresentar alterações
de comportamento, acreditando estar sendo seguido por desconhecidos que leem
seus pensamentos, lhe falam sobre sua sexualidade e que o encorajam a tentar
contra sua própria vida. Em várias ocasiões já esteve em emergências por deixar o
gás de casa aberto, e ter solicitado aos pais que comprassem veneno, por não mais
suportar todas as tramas feitas contra ele. O diagnóstico mais provável é:
a) estresse pós-traumático.
b) transtorno psicótico por drogas.
c) transtorno obsessivo.
d) transtorno de personalidade borderline.
e) transtorno psicótico a esclarecer.
Transtorno Obsessivo-Compulsivo e
Relacionados

TOC
DSM V

❖ Transtorno Obsessivo-Compulsivo
❖ Transtorno Dismórfico Corporal
❖ Transtorno de Acumulação
❖ Tricotilomania
❖ Transtorno de Escoriação (Skin-Picking)
❖ Transtorno Obsessivo-Compulsivo induzido
por substância ou medicamento
❖ Transtorno Obsessivo-Compulsivo devido a
outra condição médica
Transtorno Obsessivo-Compulsivo e
Relacionados

OBSESSÕES / COMPULSÕES
DSM V
Transtorno Obsessivo-Compulsivo e
Relacionados
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

A. Presença de obsessões, compulsões ou ambas:

Obsessões são definidas por (1) e (2):


1. Pensamentos, impulsos ou imagens
recorrentes e persistentes que, em algum
momento durante a perturbação, são
experimentados como intrusivos e indesejados
e que, na maioria dos indivíduos, causam
acentuada ansiedade ou sofrimento.
2. O indivíduo tenta ignorar ou suprimir tais
pensamentos, impulsos ou imagens ou
neutralizá-los com algum outro pensamento
ou ação.
Transtorno Obsessivo-Compulsivo e
Relacionados
As compulsões são definidas por (1) e (2):
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V
1. Comportamentos repetitivos (p. ex., lavar as
mãos, organizar, verificar) ou atos mentais (p.
ex., orar, contar ou repetir palavras em
silêncio) que o indivíduo se sente compelido a
executar em resposta a uma obsessão ou de
acordo com regras que devem ser
rigidamente aplicadas.
2. Os comportamentos ou os atos mentais
visam prevenir ou reduzir a ansiedade ou o
sofrimento ou evitar algum evento ou
situação temida; entretanto, esses
comportamentos ou atos mentais não têm
uma conexão realista com o que visam
neutralizar ou evitar ou são claramente
excessivos.
Transtorno Obsessivo-Compulsivo e
Relacionados
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V
B. As obsessões ou compulsões tomam tempo (p. ex., tomam mais de uma
hora por dia) ou causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no
funcionamento social,
profissional ou em outras áreas
importantes da vida do indivíduo.

C. Os sintomas
obsessivo-compulsivos não se
devem aos efeitos fisiológicos de
uma substância (droga de abuso,
medicamento) ou a outra condição
médica.

D. A perturbação não é mais bem explicada pelos sintomas de outro


transtorno mental (...).
Transtorno Obsessivo-Compulsivo e
Relacionados
CONSEQUÊNCIAS FUNCIONAIS
DO TOC

O TOC está associado a uma qualidade de vida reduzida, assim como a altos
níveis de prejuízo social e profissional. O prejuízo ocorre em muitos
domínios diferentes da vida e está associado à gravidade do sintoma. Pode
ser causado pelo tempo dispendido em obsessões e executando compulsões.
A esquiva de situações que podem desencadear as obsessões ou compulsões
também pode restringir gravemente o funcionamento. Além disso, sintomas
específicos podem criar obstáculos específicos. Por exemplo, obsessões
sobre danos podem fazer as relações com a família e os amigos parecerem
perigosas; o resultado pode ser a esquiva dessas relações. Obsessões sobre
simetria podem impedir a conclusão oportuna dos projetos escolares ou de
trabalho porque o projeto nunca parece “direito”, potencialmente
resultando em fracasso escolar ou perda de emprego.
Transtorno Obsessivo-Compulsivo e
Relacionados
CONSEQUÊNCIAS FUNCIONAIS
DO TOC

Consequências de saúde também podem ocorrer. Por exemplo, os indivíduos


com preocupações com contaminação podem evitar consultórios médicos e
hospitais (p. ex., devido ao medo da exposição a germes) ou desenvolver
problemas dermatológicos (p. ex., lesões cutâneas devido à lavagem
excessiva). Ocasionalmente, os sintomas do transtorno interferem no
próprio tratamento (p. ex., quando os medicamentos são considerados
contaminados).
Além disso, alguns indivíduos com TOC tentam impor regras e proibições aos
membros da família devido ao transtorno (p. ex., ninguém na família pode
receber visitas em casa por medo de contaminação), e isso pode levar à
disfunção familiar.
Transtorno Dismórfico Corporal

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

A. Preocupação com um ou mais defeitos ou falhas percebidas na aparência


física que não são observáveis ou que parecem leves para os outros.
Transtorno Dismórfico Corporal

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

B. Em algum momento durante o curso do transtorno, o indivíduo executou


comportamentos repetitivos (p. ex., verificar-se no espelho, arrumar-se
excessivamente, beliscar a pele, buscar tranquilização) ou atos mentais (p.
ex., comparando sua aparência com a de outros) em resposta às
preocupações com a aparência.

C. A preocupação causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no


funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida
do indivíduo.

D. A preocupação com a aparência não é mais bem explicada por


preocupações com a gordura ou o peso corporal em um indivíduo cujos
sintomas satisfazem os critérios diagnósticos para um transtorno alimentar.
Transtorno Dismórfico Corporal

Muitos indivíduos com transtorno dismórfico corporal têm ideias ou delírios


de referência, acreditando que outras pessoas prestam especial atenção
neles ou caçoam deles devido a sua aparência.

O transtorno dismórfico corporal está associado a altos níveis de ansiedade,


ansiedade social, esquiva social, humor deprimido, neuroticismo e
perfeccionismo, bem como a baixa extroversão e baixa autoestima.

Muitos indivíduos têm vergonha da sua aparência e do foco excessivo em


seu visual e têm relutância em revelar suas preocupações aos outros.
Transtorno Dismórfico Corporal

Muitos indivíduos com transtorno dismórfico corporal têm ideias ou delírios


de referência, acreditando que outras pessoas prestam especial atenção
neles ou caçoam deles devido a sua aparência.

O transtorno dismórfico corporal está associado a altos níveis de ansiedade,


ansiedade social, esquiva social, humor deprimido, neuroticismo e
perfeccionismo, bem como a baixa extroversão e baixa autoestima.

Muitos indivíduos têm vergonha da sua aparência e do foco excessivo em


seu visual e têm relutância em revelar suas preocupações aos outros.
Transtorno Obsessivo-Compulsivo e
Relacionados
CONSEQUÊNCIAS FUNCIONAIS
DO TRANSTORNO DISMÓRFICO CORPORAL

Quase todos os indivíduos com transtorno dismórfico corporal experimentam


funcionamento psicossocial prejudicado devido às suas preocupações com a
aparência. O prejuízo pode variar de moderado (p. ex., esquiva de algumas situações
sociais) até extremo e incapacitante (p. ex., ficar completamente confinado à sua
casa). Em média, o funcionamento psicossocial e a qualidade de vida são
acentuadamente pobres. Os sintomas mais graves do transtorno dismórfico corporal
estão associados a funcionamento e qualidade de vida mais pobres. A maioria dos
indivíduos experimenta comprometimento em seu trabalho, no desempenho
acadêmico ou de papéis (p. ex., como pai ou cuidador), que são com frequência
graves (p. ex., desempenho pobre, faltas à escola ou ao trabalho, não trabalhar).
Cerca de 20% dos jovens com o transtorno relatam evasão escolar principalmente
devido aos seus sintomas. O prejuízo no funcionamento social (p. ex., atividades
sociais, relacionamentos, intimidade), incluindo esquiva, é comum. Os indivíduos
podem ficar confinados à sua casa devido aos sintomas do transtorno, por vezes
durante anos.
Transtorno de Acumulação
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V
A. Dificuldade persistente de descartar ou de se desfazer de pertences,
independentemente do seu valor real.
B. Esta dificuldade se deve a uma necessidade percebida de guardar os itens
e ao sofrimento associado a descartá-los.
C. Dificuldade de descartar os pertences resulta na acumulação de itens que
congestionam e obstruem as áreas em uso e compromete
substancialmente o uso pretendido. Se as áreas de estar não estão
obstruídas, é somente devido a intervenções de outras pessoas (p. ex.,
membros da família, funcionários de limpeza, autoridades).
Transtorno de Acumulação
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

D. A acumulação causa sofrimento significativo ou prejuízo no


funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida
do indivíduo (incluindo a manutenção de um ambiente seguro para si e para
os outros).
E. A acumulação não é devida a outra condição médica (p. ex., lesão
cerebral, doença cerebrovascular, síndrome de Prader-Willi).
F. A acumulação não é mais bem explicada pelos sintomas de outro
transtorno mental (...).

O transtorno de acumulação está


associado a prejuízo profissional, saúde
física deficiente e intensa utilização do
serviço social.
Transtorno de Acumulação
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

D. A acumulação causa sofrimento significativo ou prejuízo no


funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida
do indivíduo (incluindo a manutenção de um ambiente seguro para si e para
os outros).
E. A acumulação não é devida a outra condição médica (p. ex., lesão
cerebral, doença cerebrovascular, síndrome de Prader-Willi).
F. A acumulação não é mais bem explicada pelos sintomas de outro
transtorno mental (...).

O transtorno de acumulação está


associado a prejuízo profissional, saúde
física deficiente e intensa utilização do
serviço social.
Tricotilomania
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

A. Arrancar o próprio cabelo de forma recorrente, resultando em perda de


cabelo.
B. Tentativas repetidas de reduzir ou parar o comportamento de arrancar o
cabelo.
C. O ato de arrancar cabelo causa sofrimento clinicamente significativo ou
prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas
importantes da vida do indivíduo.
D. O ato de arrancar cabelo ou a perda de cabelo não se deve a outra
condição médica (p. ex., uma condição dermatológica).
E. O ato de arrancar cabelo não é mais bem explicado pelos sintomas de
outro transtorno mental (p. ex., tentativas de melhorar um defeito ou
falha percebidos na aparência, no transtorno dismórfico corporal).
Tricotilomania
CONSEQUÊNCIAS FUNCIONAIS
DO TRANSTORNO DISMÓRFICO CORPORAL

A tricotilomania está associada a sofrimento,


além de prejuízo social e profissional. Pode haver
dano irreversível ao crescimento e à qualidade
do pelo. As consequências médicas infrequentes
da tricotilomania incluem púrpura nos dedos,
lesão musculoesquelética (p. ex., síndrome do
túnel do carpo; dor nas costas, nos ombros e no
pescoço), blefarite e danos dentários (p. ex.,
dentes desgastados ou quebrados por morder o
cabelo). Engolir o cabelo (tricofagia) pode levar a
tricobezoares, com subsequentes anemia, dor
abdominal, hematêmese, náusea e vômitos,
obstrução do intestino e até mesmo perfuração.
Transtorno de Escoriação
(skin-picking)
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

A. Beliscar a pele de forma recorrente, resultando


em lesões.
B. Tentativas repetidas de reduzir ou parar o
comportamento de beliscar a pele.
C. O ato de beliscar a pele causa sofrimento
clinicamente significativo ou prejuízo no
funcionamento social, profissional ou em
outras áreas importantes da vida do indivíduo.
D. O ato de beliscar a pele não se deve aos efeitos
fisiológicos de uma substância (p. ex., cocaína)
ou a outra condição médica (p. ex., escabiose).
E. O ato de beliscar a pele não é mais bem
explicado pelos sintomas de outro transtorno
mental (...).
Tricotilomania
CONSEQUÊNCIAS FUNCIONAIS
DO TRANSTORNO DE ESCORIAÇÃO

O transtorno de escoriação está associado a sofrimento e também a prejuízo social e


profissional. A maioria dos indivíduos com essa condição gasta no mínimo uma hora
por dia beliscando a pele, pensando em beliscá-la e resistindo ao impulso de fazê-lo.
Muitos relatam evitação de eventos sociais ou de entretenimento, bem como sair em
público. A maioria das pessoas com o transtorno também relata experimentar
interferência do beliscar a pele no trabalho com uma frequência no mínimo diária ou
semanal. Uma proporção significativa de estudantes com transtorno de escoriação
relata ter faltado à escola, ter experimentado dificuldades no manejo das
responsabilidades na escola ou ter tido dificuldades de estudar devido ao
comportamento de beliscar a pele. As complicações médicas de beliscar a pele
incluem danos ao tecido, cicatrizes e infecção e podem ser ameaçadoras à vida.
Raramente foi relatada sinovite do punho devido ao comportamento crônico de
beliscar. Beliscar a pele comumente resulta em dano significativo aos tecidos e em
cicatrizes. Com frequência, exige tratamento antibiótico para infecção e
eventualmente pode requerer cirurgia.
Transtornos Dissociativos

FRAGMENTAÇÃO DA CONSCIÊNCIA
DSM V

❖ Transtorno Dissociativo de
Identidade

❖ Amnésia Dissociativa

❖ Transtorno de Despersonalização /
Desrealização
Transtornos Dissociativos

Os transtornos dissociativos são encontrados com frequência


como consequência de traumas, e muitos desses sintomas,
incluindo constrangimento e confusão acerca dos sintomas ou
um desejo de ocultá-los, são influenciados pela proximidade ao
trauma.
No DSM-5, os transtornos dissociativos estão alocados próximos
a, mas não como parte de, transtornos relacionados a trauma e
a estressores, refletindo a relação estreita entre essas classes de
diagnósticos.
Tanto o transtorno de estresse agudo quanto o transtorno de
estresse pós-traumático contêm sintomas dissociativos, como
amnésia, flashbacks, entorpecimento e
despersonalização/desrealização.
Transtornos Dissociativo de
Identidade
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V
A. Ruptura da identidade caracterizada pela presença de dois ou mais estados de
personalidade distintos, descrita em algumas culturas como uma experiência de
possessão. A ruptura na identidade envolve descontinuidade acentuada no senso de si
mesmo e de domínio das próprias ações, acompanhada por alterações relacionadas no
afeto, no comportamento, na consciência, na memória, na percepção, na cognição e/ou
no funcionamento sensório-motor. Esses sinais e sintomas podem ser observados por
outros ou relatados pelo indivíduo.
B. Lacunas recorrentes na recordação de eventos cotidianos, informações pessoais
importantes e/ ou eventos traumáticos que são incompatíveis com o esquecimento
comum.
C. Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo e prejuízo no funcionamento
social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
D. A perturbação não é parte normal de uma prática religiosa ou cultural amplamente
aceita.
E. Os sintomas não são atribuíveis aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex.,
apagões ou comportamento caótico durante intoxicação alcóolica) ou a outra condição
médica (p. ex., convulsões parciais complexas).
Transtornos Dissociativo de
Identidade
CONSEQUÊNCIAS FUNCIONAIS
DO TRANSTORNO DISSOCIATIVO DE IDENTIDADE

Mais de 70% dos pacientes ambulatoriais com transtorno dissociativo de


identidade tentaram suicídio; múltiplas tentativas são comuns, e outros
comportamentos de autoagressão são frequentes. O prejuízo varia bastante,
desde aparentemente mínimo (p. ex., em profissionais de alto nível funcional)
a profundo. Independentemente do nível de incapacidade, indivíduos com
transtorno dissociativo de identidade costumam minimizar o impacto de seus
sintomas dissociativos e pós-traumáticos. Os sintomas de indivíduos de alto
nível funcional podem comprometer suas funções relacionais, conjugais,
familiares e parentais mais do que a vida ocupacional ou profissional (embora
esta última também possa ser afetada). Com tratamento apropriado, muitas
pessoas com prejuízos causados pelo transtorno mostram melhora acentuada
no funcionamento profissional e pessoal. Entretanto, algumas permanecem
bastante comprometidas na maioria das atividades da vida.
Amnésia Dissociativa

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

A. Incapacidade de recordar informações autobiográficas importantes, geralmente de


natureza traumática ou estressante, incompatível com o esquecimento normal.
Nota: A amnésia dissociativa consiste mais frequentemente em amnésia localizada
ou seletiva de um evento ou eventos específicos ou amnésia generalizada da
identidade e da história de vida.
B. Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no
funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes do
funcionamento.
C. A perturbação não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex.,
álcool ou outra droga de abuso, um medicamento) ou a uma condição neurológica
ou médica (p. ex., convulsões complexas parciais, amnésia global transitória,
sequelas de traumatismo craniano/lesão cerebral traumática, outra condição
neurológica).
D. A perturbação não é mais bem explicada por transtorno dissociativo de identidade,
transtorno de estresse pós-traumático, transtorno de estresse agudo, transtorno
de sintomas somáticos ou transtorno neurocognitivo maior ou menor.
Amnésia Dissociativa

CONSEQUÊNCIAS FUNCIONAIS
DA AMNÉSIA DISSOCIATIVA

O prejuízo a indivíduos com amnésia dissociativa localizada,


seletiva ou sistematizada vai desde limitado até grave. Indivíduos
com amnésia dissociativa generalizada crônica geralmente têm
prejuízo em todos os aspectos do funcionamento.

Mesmo quando “reaprendem” aspectos da sua história de vida,


a memória autobiográfica permanece bastante prejudicada.
Muitos se tornam incapacitados em termos vocacionais e
interpessoais.
Transtorno de Despersonalização /
Desrealização
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

A. Presença de experiências persistentes ou recorrentes de


despersonalização, desrealização ou ambas:

1. Despersonalização: Experiências de irrealidade, distanciamento ou de ser


um observador externo dos próprios pensamentos, sentimentos,
sensações, corpo ou ações (p. ex., alterações da percepção, senso
distorcido do tempo, sensação de irrealidade ou senso de si mesmo irreal
ou ausente, anestesia emocional e/ou física).

2. Desrealização: Experiências de irrealidade ou distanciamento em relação


ao ambiente ao redor (p. ex., indivíduos ou objetos são vivenciados como
irreais, oníricos, nebulosos, inertes ou visualmente distorcidos).
Transtorno de Despersonalização /
Desrealização
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

B. Durante as experiências de despersonalização ou desrealização, o teste de


realidade permanece intacto.

C. Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no


funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do
indivíduo.

D. A perturbação não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex.,
droga de abuso, medicamento) ou a outra condição médica (p. ex., convulsões).

E. A perturbação não é mais bem explicada por outro transtorno mental, como
esquizofrenia, transtorno de pânico, transtorno depressivo maior, transtorno de
estresse agudo, transtorno de estresse pós-traumático ou outro transtorno
dissociativo.
Transtorno de Despersonalização /
Desrealização
CONSEQUÊNCIAS FUNCIONAIS DO TRANSTORNO DE
DESPERSONALIZAÇÃO / DESREALIZAÇÃO

Sintomas do transtorno de despersonalização/desrealização são altamente


perturbadores e estão associados a grande morbidade. A conduta
afetivamente embotada e robótica que esses indivíduos com frequência
demonstram pode aparentar ser incongruente com a dor emocional relatada
por aqueles com o transtorno.

O prejuízo é comumente sentido tanto nas esferas interpessoais quanto nas


esferas profissionais, muito devido à hipoemocionalidade em relação aos
outros, à dificuldade subjetiva de concentrar-se e reter informações e à
sensação generalizada de desconexão da vida.
Transtorno de Sintomas Somáticos e
Relacionados

SINTOMAS PSICOSSOMÁTICOS
DSM V

❖ Transtorno de Sintomas Somáticos


❖ Transtorno de Ansiedade de Doença
❖ Transtorno Conversivo
❖ Transtorno Factício
Transtorno de Sintomas Somáticos e
Relacionados

SINTOMAS PSICOSSOMÁTICOS
Doenças Psicossomáticas - Doenças psicossomáticas são todos os
processos orgânicos patológicos de origem psicológica, causados por
estresse, ansiedade, depressão etc.

Esses fatores determinam uma ativação inadequada do sistema


neurovegetativo e das glândulas endócrinas. Sua repetição pode
levar a alterações crônicas, tanto funcionais como anatômicas, dos
sistemas orgânicos.

Diversos tipos de problemas gastrointestinais, afecções


dermatológicas e alterações neurovegetativas são alguns dos
transtornos orgânicos que têm origem em desequilíbrios dos
processos mentais.
Transtorno de Sintomas Somáticos
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V
A. Um ou mais sintomas somáticos que causam aflição ou resultam em perturbação
significativa da vida diária.
B. Pensamentos, sentimentos ou comportamentos excessivos relacionados aos
sintomas somáticos ou associados a preocupações com a saúde manifestados por pelo
menos um dos seguintes:
1. Pensamentos desproporcionais e persistentes acerca da gravidade dos próprios
sintomas.
2. Nível de ansiedade persistentemente elevado acerca da saúde e dos sintomas.
3. Tempo e energia excessivos dedicados a esses sintomas ou a preocupações a
respeito da saúde.
C. Embora algum dos sintomas somáticos possa não estar continuamente presente, a
condição de estar sintomático é persistente (em geral mais de seis meses).
Especificar se: Com dor predominante (anteriormente transtorno doloroso): Este
especificador é para indivíduos cujos sintomas somáticos envolvem
predominantemente dor.
Transtorno de Sintomas Somáticos

CONSEQUÊNCIAS FUNCIONAIS DO TRANSTORNO


DE SINTOMAS SOMÁTICOS
O transtorno está associado a comprometimento marcante do estado de
saúde. Muitas pessoas com transtorno de sintomas somáticos grave tendem a
ter pontuações de estado de saúde comprometido mais de dois
desvios-padrão abaixo do padrão da população.
Indivíduos com transtorno de sintomas somáticos geralmente apresentam sintomas
somáticos múltiplos e atuais que provocam sofrimento ou resultam em perturbação
significativa da vida diária (Critério A), embora às vezes apenas um sintoma grave, mais
comumente dor, esteja presente. Os sintomas podem ser específicos (p. ex., dor
localizada) ou relativamente inespecíficos (p. ex., fadiga). Por vezes representam
sensações ou desconfortos corporais normais que geralmente não significam doença
grave. Sintomas somáticos sem uma explicação médica evidente não são suficientes
para fazer esse diagnóstico. O sofrimento do indivíduo é autêntico, seja ou não
explicado em termos médicos.
Transtorno de Ansiedade de Doença
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

A. Preocupação com ter ou contrair uma doença grave.


B. Sintomas somáticos não estão presentes ou, se estiverem, são de
intensidade apenas leve. Se uma outra condição médica está presente ou há
risco elevado de desenvolver uma condição médica (p. ex., presença de forte
história familiar), a preocupação é claramente excessiva ou desproporcional.
C. Há alto nível de ansiedade com relação à saúde, e o indivíduo é facilmente
alarmado a respeito do estado de saúde pessoal.
D. O indivíduo tem comportamentos excessivos relacionados à saúde (p. ex.,
verificações repetidas do corpo procurando sinais de doença) ou exibe
evitação mal-adaptativa (p. ex., evita consultas médicas e hospitais).
E. Preocupação relacionada a doença presente há pelo menos seis meses, mas
a doença específica que é temida pode mudar nesse período.
F. A preocupação relacionada a doença não é mais bem explicada por outro
transtorno mental (...).
Transtorno de Ansiedade de Doença

CONSEQUÊNCIAS FUNCIONAIS DO TRANSTORNO


DE ANSIEDADE DE DOENÇA

O transtorno de ansiedade de doença


causa comprometimento funcional
substancial e perdas importantes no
funcionamento físico e na qualidade de
vida relacionada à saúde.

As preocupações com a saúde com


frequência interferem nas relações
interpessoais, perturbam a vida familiar
e comprometem o desempenho
profissional.
Transtorno de Ansiedade de Doença

A maioria dos indivíduos


hipocondríacos é hoje classificada
como portadora de transtorno de
sintomas somáticos; entretanto, em
uma minoria de casos, o diagnóstico
de transtorno de ansiedade de
doença se aplica, o qual envolve
uma preocupação com ter ou
contrair uma doença médica grave
não diagnosticada (Critério A).
Sintomas somáticos não estão
presentes ou, caso estejam, são de
intensidade apenas leve (Critério B).
Transtorno Conversivo (Transtorno de
Sintomas Neurológicos Funcionais)
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

A. Um ou mais sintomas de função motora


ou sensorial alterada.
B. Achados físicos evidenciam
incompatibilidade entre o sintoma e as
condições médicas ou neurológicas
encontradas.
C. O sintoma ou déficit não é mais bem explicado por outro transtorno
mental ou médico.
D. O sintoma ou déficit causa sofrimento clinicamente significativo ou
prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas
importantes da vida do indivíduo ou requer avaliação médica.
Transtorno Conversivo (Transtorno de
Sintomas Neurológicos Funcionais)
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

❑ Especificar o tipo de sintoma:

(F44.4) Com fraqueza ou paralisia.


(F44.4) Com movimento anormal (p. ex., tremor, movimento distônico, mioclonia,
distúrbio da marcha).
(F44.4) Com sintomas de deglutição.
(F.44.4) Com sintoma de fala (p. ex., disfonia, fala arrastada).
(F.44.5) Com ataques ou convulsões.
(F.44.6) Com anestesia ou perda sensorial.
(F.44.6) Com sintoma sensorial especial (p. ex., perturbação visual, olfatória ou
auditiva).
(F44.7) Com sintomas mistos.
Transtorno Conversivo (Transtorno de
Sintomas Neurológicos Funcionais)
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

❑ Especificar se:

o Episódio agudo: Sintomas presentes há menos de seis meses.


o Persistente: Sintomas ocorrendo há seis meses ou mais.

❑ Especificar se:

o Com estressor psicológico (especificar estressor).


o Sem estressor psicológico.
Transtorno Conversivo (Transtorno de
Sintomas Neurológicos Funcionais)
CONSEQUÊNCIAS FUNCIONAIS
DO TRANSTORNO CONVERSIVO

Indivíduos com sintomas conversivos


podem apresentar grande incapacidade.
A gravidade da incapacidade pode ser
semelhante à vivenciada por pessoas
com doenças médicas comparáveis.
Transtorno Factício

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

❑ Transtorno Factício Autoimposto

A. Falsificação de sinais ou sintomas físicos ou psicológicos, ou indução de


lesão ou doença, associada a fraude identificada.
B. O indivíduo se apresenta a outros como doente, incapacitado ou lesionado.
C. O comportamento fraudulento é evidente mesmo na ausência de
recompensas externas óbvias.
D. O comportamento não é mais bem explicado por outro transtorno mental,
como transtorno delirante ou outra condição psicótica.
Transtorno Factício

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS – DSM V

❑ Transtorno Factício Imposto a Outro (Antes Transtorno Factício por


Procuração)
A. Falsificação de sinais ou sintomas físicos ou psicológicos, ou indução de
lesão ou doença em outro, associada a fraude identificada.
B. O indivíduo apresenta outro (vítima) a terceiros como doente, incapacitado
ou lesionado.
C. O comportamento fraudulento é evidente até mesmo na ausência de
recompensas externas óbvias.
D. O comportamento não é mais bem explicado por outro transtorno mental,
como transtorno delirante ou outro transtorno psicótico.
Nota: O agente, não a vítima, recebe esse diagnóstico.
Transtornos da Personalidade

PADRÃO PERSISTENTE DE DESVIO


DSM V

A. Um padrão persistente de experiência interna e comportamento que se desvia


acentuadamente das expectativas da cultura do indivíduo. Esse padrão manifesta-se em
duas (ou mais) das seguintes áreas:

1. Cognição (i.e., formas de perceber e interpretar a si mesmo, outras pessoas e eventos).


2. Afetividade (i.e., variação, intensidade, labilidade e adequação da resposta emocional).
3. Funcionamento interpessoal.
4. Controle de impulsos.
Transtornos da Personalidade

PADRÃO PERSISTENTE DE DESVIO


DSM V

B. O padrão persistente é inflexível e abrange uma faixa ampla de situações pessoais e sociais.
C. O padrão persistente provoca sofrimento clinicamente significativo e prejuízo no
funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
D. O padrão é estável e de longa duração, e seu surgimento ocorre pelo menos a partir da
adolescência ou do início da fase adulta.
E. O padrão persistente não é mais bem explicado como uma manifestação ou consequência de
outro transtorno mental.
F. O padrão persistente não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga
de abuso, medicamento) ou a outra condição médica (p. ex., traumatismo craniencefálico).
Transtornos da Personalidade

Padrão Começa na
persistente adolescência ou
de desvio início da fase adulta

TP

Inflexível e difuso Estável ao longo do


tempo
Transtornos da Personalidade

PADRÃO PERSISTENTE DE DESVIO


DSM V
❖ Paranóide
❖ Esquizóide
Grupo A ❖ Esquizotípica

❖ Antissocial
❖ Borderline
Grupo B ❖ Histriônica
❖ Narcisista

❖ Evitativa
Grupo C ❖ Dependente
❖ Obsessiva-Compulsiva
Transtorno de Personalidade
Paranóide

“PARANÓICO”
DSM V

A. Um padrão de desconfiança e suspeita difusa dos outros, de modo que suas


motivações são interpretadas como malévolas, que surge no início da vida adulta e está
presente em vários contextos, conforme indicado por quatro (ou mais) dos seguintes:
1. Suspeita, sem embasamento suficiente, de estar sendo explorado, maltratado ou
enganado por outros.
2. Preocupa-se com dúvidas injustificadas acerca da lealdade ou da confiabilidade de
amigos e sócios.
3. Reluta em confiar nos outros devido a medo infundado de que as informações serão
usadas maldosamente contra si.
Transtorno de Personalidade
Paranóide
4. Percebe significados ocultos humilhantes ou ameaçadores em
comentários ou eventos benignos.
5. Guarda rancores de forma persistente (i.e., não perdoa insultos,
injúrias ou desprezo).
6. Percebe ataques a seu caráter ou reputação que não são
percebidos pelos outros e reage com raiva ou contra-ataca
rapidamente.
7. Tem suspeitas recorrentes e injustificadas acerca da fidelidade do
cônjuge ou parceiro sexual.

B. Não ocorre exclusivamente durante o curso de esquizofrenia,


transtorno bipolar ou depressivo com sintomas psicóticos ou outro
transtorno psicótico e não é atribuível aos efeitos fisiológicos de
outra condição médica.
Transtorno de Personalidade
Esquizóide

“FRIO, INDIFERENTE, SOLITÁRIO”


DSM V

A. Um padrão difuso de distanciamento das relações sociais e uma faixa restrita de


expressão de emoções em contextos interpessoais que surgem no início da vida
adulta e estão presentes em vários contextos, conforme indicado por quatro (ou
mais) dos seguintes:
1. Não deseja nem desfruta de relações íntimas, inclusive ser parte de uma família.
2. Quase sempre opta por atividades solitárias.
3. Manifesta pouco ou nenhum interesse em ter experiências sexuais com outra pessoa.
Transtorno de Personalidade
Esquizóide
4. Tem prazer em poucas atividades, por vezes em nenhuma.
5. Não tem amigos próximos ou confidentes que não sejam os familiares de primeiro grau.
6. Mostra-se indiferente ao elogio ou à crítica de outros.
7. Demonstra frieza emocional, distanciamento ou embotamento afetivo.

B. Não ocorre exclusivamente durante o curso de esquizofrenia, transtorno bipolar ou


depressivo com sintomas psicóticos, outro transtorno psicótico ou transtorno do espectro
autista e não é atribuível aos efeitos psicológicos de outra condição médica.
Transtorno de Personalidade
Esquizotípico

“EXCÊNTRICO”
DSM V
A. Um padrão difuso de déficits sociais e interpessoais marcado por desconforto agudo e
capacidade reduzida para relacionamentos íntimos, além de distorções cognitivas ou
perceptivas e comportamento excêntrico, que surge no início da vida adulta e está presente em
vários contextos, conforme indicado por cinco (ou mais) dos seguintes:
1. Ideias de referência (excluindo delírios de referência).
2. Crenças estranhas ou pensamento mágico que influenciam o comportamento e são
inconsistentes com as normas subculturais (p. ex., superstições, crença em clarividência,
telepatia ou “sexto sentido”; em crianças e adolescentes, fantasias ou preocupações bizarras).
3. Experiências perceptivas incomuns, incluindo ilusões corporais.
4. Pensamento e discurso estranhos (p. ex., vago, circunstancial, metafórico, excessivamente
elaborado ou estereotipado).
Transtorno de Personalidade
Esquizotípico
5. Desconfiança ou ideação paranoide.
6. Afeto inadequado ou constrito.
7. Comportamento ou aparência estranha,
excêntrica ou peculiar.
8. Ausência de amigos próximos ou confidentes
que não sejam parentes de primeiro grau.
9. Ansiedade social excessiva que não diminui
com o convívio e que tende a estar associada
mais a temores paranoides do que a
julgamentos negativos sobre si mesmo.

B. Não ocorre exclusivamente durante o curso


de esquizofrenia, transtorno bipolar ou
depressivo com sintomas psicóticos, outro
transtorno psicótico ou transtorno do espectro
autista.
Transtorno de Personalidade
Antissocial

“FRIO, MANIPULADOR”
DSM V

A. Um padrão difuso de desconsideração e violação dos direitos das outras pessoas que ocorre
desde os 15 anos de idade, conforme indicado por três (ou mais) dos seguintes:

1. Fracasso em ajustar-se às normas sociais relativas a comportamentos legais, conforme indicado


pela repetição de atos que constituem motivos de detenção.
2. Tendência à falsidade, conforme indicado por mentiras repetidas, uso de nomes falsos ou de
trapaça para ganho ou prazer pessoal.
3. Impulsividade ou fracasso em fazer planos para o futuro.
Transtorno de Personalidade
Antissocial
4. Irritabilidade e agressividade, conforme indicado por
repetidas lutas corporais ou agressões físicas.
5. Descaso pela segurança de si ou de outros.
6. Irresponsabilidade reiterada, conforme indicado por
falha repetida em manter uma conduta consistente no
trabalho ou honrar obrigações financeiras.
7. Ausência de remorso, conforme indicado pela
indiferença ou racionalização em relação a ter ferido,
maltratado ou roubado outras pessoas.

B. O indivíduo tem no mínimo 18 anos de idade.


C. Há evidências de transtorno da conduta com surgimento anterior aos 15
anos de idade.
D. A ocorrência de comportamento antissocial não se dá exclusivamente
durante o curso de esquizofrenia ou transtorno bipolar.
Transtorno de Personalidade
Borderline

“EMOCIONALMENTE INSTÁVEL”
DSM V

A. Um padrão difuso de instabilidade das relações interpessoais, da


autoimagem e dos afetos e de impulsividade acentuada que surge
no início da vida adulta e está presente em vários contextos,
conforme indicado por cinco (ou mais) dos seguintes:
1. Esforços desesperados para evitar abandono real ou imaginado.
2. Um padrão de relacionamentos interpessoais instáveis e intensos
caracterizado pela alternância entre extremos de idealização e
desvalorização.
3. Perturbação da identidade: instabilidade acentuada e persistente da
autoimagem ou da percepção de si mesmo.
Transtorno de Personalidade
Borderline
4. Impulsividade em pelo menos duas áreas potencialmente
autodestrutivas (p. ex., gastos, sexo, abuso de substância, direção
irresponsável, compulsão alimentar).
5. Recorrência de comportamento, gestos ou ameaças suicidas ou de
comportamento automutilante.
6. Instabilidade afetiva devida a uma acentuada reatividade de
humor (p. ex., disforia episódica, irritabilidade ou ansiedade intensa
com duração geralmente de poucas horas e apenas raramente de
mais de alguns dias).
7. Sentimentos crônicos de vazio.
8. Raiva intensa e inapropriada ou dificuldade em controlá-la (p. ex.,
mostras frequentes de irritação, raiva constante, brigas físicas
recorrentes).
9. Ideação paranoide transitória associada a estresse ou sintomas
dissociativos intensos.
Transtorno de Personalidade
Histriônica

“TEATRAL, SUPERFICIAL”
DSM V

A. Um padrão difuso de emocionalidade e busca de atenção em excesso que surge no início da


vida adulta e está presente em vários contextos, conforme indicado por cinco (ou mais) dos
seguintes:

1. Desconforto em situações em que não é o centro das atenções.


2. A interação com os outros é frequentemente caracterizada por comportamento sexualmente
sedutor inadequado ou provocativo.
3. Exibe mudanças rápidas e expressão superficial das emoções.
4. Usa reiteradamente a aparência física para atrair a atenção para si.
Transtorno de Personalidade
Histriônica
5. Tem um estilo de discurso que é excessivamente impressionista e carente de detalhes.
6. Mostra autodramatização, teatralidade e expressão exagerada das emoções.
7. É sugestionável (i.e., facilmente influenciado pelos outros ou pelas circunstâncias).
8. Considera as relações pessoais mais íntimas do que na realidade são.
Transtorno de Personalidade
Narcisista

“GRANDIOSO, SOBERBO”
DSM V

A. Um padrão difuso de grandiosidade (em fantasia ou comportamento), necessidade de


admiração e falta de empatia que surge no início da vida adulta e está presente em vários
contextos, conforme indicado por cinco (ou mais) dos seguintes:

1. Tem uma sensação grandiosa da própria importância (p. ex., exagera conquistas e talentos,
espera ser reconhecido como superior sem que tenha as conquistas correspondentes).
2. É preocupado com fantasias de sucesso ilimitado, poder, brilho, beleza ou amor ideal.
3. Acredita ser “especial” e único e que pode ser somente compreendido por, ou associado a,
outras pessoas (ou instituições) especiais ou com condição elevada.
Transtorno de Personalidade
Narcisista
4. Demanda admiração excessiva.
5. Apresenta um sentimento de possuir direitos
(i.e., expectativas irracionais de tratamento
especialmente favorável ou que estejam
automaticamente de acordo com as próprias
expectativas).
6. É explorador em relações interpessoais (i.e.,
tira vantagem de outros para atingir os próprios
fins).
7. Carece de empatia: reluta em reconhecer ou
identificar-se com os sentimentos e as
necessidades dos outros.
8. É frequentemente invejoso em relação aos
outros ou acredita que os outros o invejam. 9.
Demonstra comportamentos ou atitudes
arrogantes e insolentes.
Transtorno de Personalidade Evitativa

“INIBIDO, HIPERSENSÍVEL”
DSM V

A. Um padrão difuso de inibição social, sentimentos de inadequação e hipersensibilidade a


avaliação negativa que surge no início da vida adulta e está presente em vários contextos,
conforme indicado por quatro (ou mais) dos seguintes:

1. Evita atividades profissionais que envolvam contato interpessoal significativo por medo de
crítica, desaprovação ou rejeição.
2. Não se dispõe a envolver-se com pessoas, a menos que tenha certeza de que será recebido de
forma positiva.
Transtorno de Personalidade Evitativa

3. Mostra-se reservado em relacionamentos íntimos devido a medo de


passar vergonha ou de ser ridicularizado.
4. Preocupa-se com críticas ou rejeição em situações sociais.
5. Inibe-se em situações interpessoais novas em razão de sentimentos
de inadequação.
6. Vê a si mesmo como socialmente incapaz, sem atrativos pessoais ou
inferior aos outros.
7. Reluta de forma incomum em assumir riscos pessoais ou se envolver
em quaisquer novas atividades, pois estas podem ser constrangedoras.
Transtorno de Personalidade
Dependente

“SUBMISSO, INSEGURO”
DSM V

Uma necessidade difusa e excessiva de ser cuidado que leva a comportamento de submissão e
apego que surge no início da vida adulta e está presente em vários contextos, conforme indicado
por cinco (ou mais) dos seguintes:
1. Tem dificuldades em tomar decisões cotidianas sem uma quantidade excessiva de conselhos e
reasseguramento de outros.
2. Precisa que outros assumam responsabilidade pela maior parte das principais áreas de sua
vida.
3. Tem dificuldades em manifestar desacordo com outros devido a medo de perder apoio ou
aprovação.
Transtorno de Personalidade
Dependente
4. Apresenta dificuldade em iniciar projetos ou fazer
coisas por conta própria (devido mais a falta de
autoconfiança em seu julgamento ou em suas
capacidades do que a falta de motivação ou energia).
5. Vai a extremos para obter carinho e apoio de
outros, a ponto de voluntariar-se para fazer coisas
desagradáveis.
6. Sente-se desconfortável ou desamparado quando
sozinho devido a temores exagerados de ser incapaz
de cuidar de si mesmo.

7. Busca com urgência outro relacionamento como fonte de


cuidado e amparo logo após o término de um relacionamento
íntimo.
8. Tem preocupações irreais com medos de ser abandonado à
própria sorte.
Transtorno de Personalidade
Obsessiva-Compulsiva (Anancástico)

“RÍGIDO, PERFECCIONISTA”
DSM V

Um padrão difuso de preocupação com ordem, perfeccionismo e controle mental e interpessoal à


custa de flexibilidade, abertura e eficiência que surge no início da vida adulta e está presente em
vários contextos, conforme indicado por quatro (ou mais) dos seguintes:

1. É tão preocupado com detalhes, regras, listas, ordem, organização ou horários a ponto de o
objetivo principal da atividade ser perdido.
2. Demonstra perfeccionismo que interfere na conclusão de tarefas (p. ex., não consegue
completar um projeto porque seus padrões próprios demasiadamente rígidos não são
atingidos).
Transtorno de Personalidade
Obsessiva-Compulsiva (Anancástico)
3. É excessivamente dedicado ao trabalho e à produtividade em detrimento de atividades de lazer
e amizades (não explicado por uma óbvia necessidade financeira).
4. É excessivamente consciencioso, escrupuloso e inflexível quanto a assuntos de moralidade,
ética ou valores (não explicado por identificação cultural ou religiosa).
5. É incapaz de descartar objetos usados ou sem valor mesmo quando não têm valor sentimental.

6. Reluta em delegar tarefas ou trabalhar com outras pessoas a menos que elas se submetam à
sua forma exata de fazer as coisas.
7. Adota um estilo miserável de gastos em relação a si e a outros; o dinheiro é visto como algo a
ser acumulado para futuras catástrofes.
8. Exibe rigidez e teimosia.
OUTROS QUADROS RELACIONADOS
NA LISTA DE DOENÇAS DE 1999/2001
Outros Quadros Relacionados na
Lista de Doenças de 1999/2001
F48 - NEURASTENIA (inclui Síndrome da Fadiga Crônica)

✔ SINTOMAS:
o Presença de fadiga crescente e constante, relatada
após situações de trabalho com alta exigência de uso
de funções cognitivas (esforço mental)
o Associado à queda de rendimento no trabalho e da
capacidade para lidar com as situações do cotidiano
o Outros sintomas: dificuldade de concentração;
intrusão de pensamentos não relacionados ao que se
está fazendo; raciocínio menos eficiente; alterações de
sono; irritabilidade leve; falta de paciência; desânimo.
Outros Quadros Relacionados na
Lista de Doenças de 1999/2001
F48 - NEURASTENIA (inclui Síndrome da Fadiga Crônica)

✔ CARACTERÍSTICAS:
o tende à cronificação, principalmente quando não se
busca tratamento adequado ou não há alteração na
situação de trabalho.

o se houver exposição a alguma causa orgânica


identificável (ex.: neurointoxicações) deve ser classificado
como transtorno mental orgânico.
Outros Quadros Relacionados na
Lista de Doenças de 1999/2001
F48 - NEURASTENIA (inclui Síndrome da Fadiga Crônica)

✔ FATORES DE RISCO:
o ritmos de trabalho acelerados (sem pausas ou com pausas
sem as devidas condições para repousar e relaxar);
o jornadas de trabalho prolongadas (excesso de horas
extras, tempo de transporte de casa para o trabalho e do
trabalho para casa muito longo, dupla jornada de trabalho para
complementar a renda familiar);
o jornada de trabalho em turnos alternados;
o em geral é decorrente da interação entre diversos
fatores, ao longo de meses ou anos de exposição.

(MS, 2001)
Outros Quadros Relacionados na
Lista de Doenças de 1999/2001
F51.2 - TRANSTORNO DO CICLO VIGÍLIA-SONO

✔ DEFINIÇÃO:
o falta de sincronicidade entre o sono efetivo do indivíduo e
a sua real necessidade de período de repouso, resultando
em insônia ou hipersonia.

✔ OUTROS SINTOMAS:
o fadiga frequente, irritabilidade aumentada, distúrbios de
humor, ansiedade aumentada, diminuição da concentração
e da atenção, entre outros.
Outros Quadros Relacionados na
Lista de Doenças de 1999/2001
F51.2 - TRANSTORNO DO CICLO VIGÍLIA-SONO

✔ FATORES DE RISCO:
1) Trabalho noturno: motoristas, digitadores, policiais,
tripulação de voo, médicos, enfermagem, etc.
2) Trabalho em turno: fábricas, plantonistas, porteiros,
vigias, etc.
✔ EMPRESAS: deve investigar adequadamente os antecedentes
e a presença de fatores de riscos em potencial; realizar
avaliação continuada quanto ao aparecimento de sintomas
psíquicos leves (funcionário deve ser encaminhado para o tratamento
aos primeiros sinais de alteração psíquica e devem ser impostas restrições
adequadas).
Outros Quadros Relacionados na
Lista de Doenças de 1999/2001
F51.2 - TRANSTORNO DO CICLO VIGÍLIA-SONO

✔ NEXO CAUSAL:
o DIRETO - sem histórico prévio de alterações: Grupo II
da Classificação de Schilling (fator epidemiológico é de
grande importância para o seu desencadeamento).

o CONCAUSA - trabalhadores com histórico prévio de


alterações: Grupo III da Classificação de Schilling, onde
o trabalho atua como agravador de uma patologia já
existente.
Transtornos Mentais por uso de
Substâncias
DSM V

❖ Transtornos Relacionados ao Álcool


❖ Transtornos Relacionados à Cafeína
❖ Transtornos Relacionados a Cannabis
❖ Transtornos Relacionados a Alucinógenos
❖ Transtornos Relacionados a Inalantes
❖ Transtornos Relacionados a Opióides
❖ Transtornos Relacionados a Sedativos, Hipnóticos ou
Ansiolíticos
❖ Transtornos Relacionados a Estimulantes
❖ Transtornos Relacionados ao Tabaco
❖ Transtornos Relacionados a outras Substâncias
Transtornos Mentais por uso de
Substâncias
1- EFEITOS DO USO DA SUBSTÂNCIA NO TRABALHO
2- DEPENDÊNCIA DESENCADEADA E/OU AGRAVADA PELO
TRABALHO
Transtornos Mentais por uso de
Substâncias
AFASTAMENTOS POR CID F10-F19
Transtornos Mentais por uso de
Substâncias
AFASTAMENTOS POR CID F10-F19
Transtornos Mentais por uso de
Substâncias
RECONHECIMENTO
AFASTAMENTOS
DE NEXO
PORCOM
CID F1(X)
O TRABALHO
Transtornos Mentais por uso de
Substâncias
RECONHECIMENTO DE NEXO COM O TRABALHO

Doenças Relacionadas ao Trabalho - 2019


Transtornos Mentais por uso de
Substâncias
CONSEQUÊNCIAS FUNCIONAIS
DOS TRANSTORNOS MENTAIS POR USO DE SUBSTÂNCIAS

As mesmas consequências relacionadas ao transtorno mental independente


em questão (p. ex., tentativas de suicídio) provavelmente se aplicam aos
transtornos mentais induzidos por substância/medicamento, mas têm
chances de desaparecer no prazo de um mês após a abstinência.

Do mesmo modo, as mesmas consequências funcionais associadas ao


transtorno por uso da substância em questão tendem a ser observadas no
caso de transtornos mentais induzidos por substância.
Transtornos Mentais por uso de
Substâncias
CASO CLÍNICO
● Identificação: D.B.G., 45 a, masculino, casado
● Queixa Principal: Histórico de dependência de álcool há 20 anos. Ficou
internado recentemente em clínica especializada por 45 dias e recebeu alta
há 20 dias, retornando ao trabalho em seguida. Diz estar abstinente desde
a internação, mas que já apresentou diversas recaídas anteriormente. Tem
muito medo da sair sozinho de casa e voltar a beber. Estava em uso de
medicação prescrita na clínica (não lembra o nome dos medicamentos),
mas como está melhor “só usa quando precisa”. Há 1 ano sofreu queda na
rua e fraturou o braço, o que o impede de realizar parte das atividades
diárias. Era motorista e atualmente é auxiliar de serviços gerais, pois a
função foi extinta na empresa há 5 anos. Foi indicado psicoterapia, mas não
iniciou até o momento.
● Antecedentes Pessoais: Tem quadro de Diabetes há 6 anos, em tratamento
com uso de Metformina.
● Antecedentes Familiares: Pai falecido por alcoolismo. Irmão com
alcoolismo. Mãe com HAS e DM.
Transtornos Mentais por uso de
Substâncias
CASO CLÍNICO

● Exame Físico: Um pouco emagrecido e levemente descorado. Pressão:


110 X 70 mmHg. Pulso: 80
● Exame Psíquico: Apresenta-se um pouco irritado com a situação de
avaliação de retorno ao trabalho. Apesar de referir abstinência, apresenta
hálito alcoólico. Tem dificuldade para lembrar de fatos recentes, mas
também não se recorda com exatidão de datas de eventos passados. Fica
a maior parte do tempo disperso e olhando para a janela, parecendo não
prestar muita atenção no que é dito. Refere estar bem e nega que o álcool
tenha causado algum efeito negativo em sua vida. Foi solicitado que
realiza-se avaliação neuropsicológica.
● Neuropsicológico: A avaliação demonstrou transtorno mental orgânico com
prejuízo da memória (fatos recentes e antigos) e habilidades intelectuais,
deterioração no controle emocional, comportamento social e motivação,
distúrbios de percepção e desorientação. Apresenta ainda episódio
depressivo secundário ao consumo de álcool. Recomenda-se supervisão
para sair na rua.
Transtornos Mentais por uso de
Substâncias
CASO CLÍNICO

● Anamnese Ocupacional: Empresa atual há 25 anos.

● Trabalhava como motorista até 5 anos atrás, quando a função foi


extinta. A carga de trabalho era variada, com dias de muita
atividade e outros onde não saía nenhuma vez para a rua.
● Atualmente é auxiliar de serviços gerais, mas fica desocupado boa
parte do tempo, pois a chefia não confia que irá realizar o trabalho
sem erros (Ex.: sai para colher assinatura de clientes e perde os
documentos).
● Turno diurno de 6 hs com 1 h de almoço.
Transtornos Mentais por uso de
Substâncias
RECONHECIMENTO DE NEXO COM O TRABALHO

Doenças Relacionadas ao Trabalho – 1999/2001


- Demência relacionada ao trabalho (F 02.8)
- Delirium relacionado ao trabalho (F05.0)
- Transtorno cognitivo leve relacionado ao trabalho (F06.7)
- Transtorno orgânico de personalidade (F07.0)
- Transtorno Mental Orgânico Relacionado ao Trabalho (F09.-)
- Alcoolismo Crônico relacionado ao trabalho (F10.2)
- Episódio Depressivo relacionado ao trabalho (F 32.-)
- Estresse Pós-Traumático relacionado ao trabalho (F43.1)
- Síndrome de Fadiga relacionada ao trabalho (F48.0)
- Neurose Profissional (F48.8)
- Transtorno do Ciclo Sono-vigília (F 51.2)
- Síndrome de Esgotamento Profissional (burn-out)- Z73.0
Transtornos Mentais por uso de
Substâncias
F10.2 ALCOOLISMO (relacionado ao trabalho)

● DEFINIÇÃO:
● USO CRÔNICO E CONTINUADO de bebidas alcoólicas,
caracterizado por:
● descontrole periódico da ingestão ou
● padrão de consumo com episódios frequentes de intoxicação
● preocupação com o álcool e o seu uso
● consequências adversas para a vida e a saúde do usuário

● Segundo a OMS, a síndrome de dependência do álcool é um dos


problemas relacionados ao trabalho
● Doença crônica que tem seu desenvolvimento e manifestações
influenciados por fatores genéticos, psicossociais e ambientais
● Frequentemente progressiva e fatal
● Ingestão de álcool pode ser contínua ou periódica
● Distorções do pensamento, caracteristicamente a negação (doente
tende a não reconhecer que faz uso abusivo do álcool)
(MS, 2001)
Transtornos Mentais por uso de
Substâncias
F10.2 ALCOOLISMO (relacionado ao trabalho)
Transtornos Mentais por uso de
Substâncias
ETIOLOGIA MULTIFATORIAL

(OIT 2003)
Transtornos Mentais por uso de
Substâncias
FATORES DE RISCO OCUPACIONAIS

Frequência maior de casos em DETERMINADAS


OCUPAÇÕES:

• socialmente desprestigiadas: contato com cadáveres,


lixo ou dejetos em geral, apreensão e sacrifício de cães

• tensão constante e elevada: trabalhos perigosos,


transportes coletivos, bancos, construção civil

• grande atividade mental


• trabalho monótono: vigia noturno
• afastamento prolongado do lar: viagens frequentes,
plataformas marítimas, zonas de mineração

(MS, 2001)
Transtornos Mentais por uso de
Substâncias
F10.2 ALCOOLISMO (relacionado ao trabalho)

● “Droga” legal e de fácil acesso


● Grande incidência em ocupações que exigem
pouca ou nenhuma qualificação
● Outras atividades que apresentam um alto
índice de usuários de álcool: profissionais
autônomos, liberais e empresários
● Até 40% dos acidentes de trabalho envolvem
uso de álcool
● Risco para o público
● Alto custo financeiro para empresas e
governos (absenteísmo, acidentes, doenças)
● Uso crônico → lesão cerebral
(OIT 2003; Rossato 2004)
Transtornos Mentais por uso de
Substâncias
LESÃO DEFINITIVA NO CÉREBRO
Transtornos Mentais por uso de
Substâncias
LESÃO DEFINITIVA NO CÉREBRO

e homem de 57 anos com histórico de alcoolismo (direita)


Transtornos Mentais por uso de
Substâncias
LESÃO DEFINITIVA NO CÉREBRO
Transtornos Mentais por uso de
Substâncias
F10.2 ALCOOLISMO (relacionado ao trabalho)

INSTRUMENTOS PARA DETECÇÃO

Teste CAGE
Michigan Alcoholism Screening Test (MAST)
Alcohol Use Disorders Identification Test (AUDIT)

ASSIST
Transtornos Mentais por uso de
Substâncias

Teste CAGE

Alcoolismo: 2 ou + respostas positivas


Sensibilidade: 88% Especificidade: 83%
(Ewing, 1984)
Transtornos Mentais por uso de
Substâncias

MAST

• 25 questões com respostas


tipo Sim x Não
• Soma dos pontos ≥ 5 é
indicativo de alcoolismo
• Soma dos pontos = 53
• Existe em versão resumida

(Selzer, 1971)
Transtornos Mentais por uso de
Substâncias

AUDIT
Transtornos Mentais por uso de
Substâncias

ASSIST
Transtornos Mentais por uso de
Substâncias
Marcadores Biológicos – DSM 5

Marcador Alteração

> 35 unidades (70% de bebedores


Gama GT pesados)

CDT ≥ 2,6 (consumo maior que 5


Transferrina deficiente de doses diárias durante ≥ 2 sem.
carboidrato (CDT) Sensibilidade entre 50% e 80%
Especificidade entre 80% e 100%

Volume corpuscular médio Aumento


Transtornos Mentais por uso de
Substâncias
AVALIAÇÃO DE CAPACIDADE LABORAL

(MS, 2001)
Transtornos Mentais por uso de
Substâncias
DEPENDÊNCIAS QUÍMICAS (F10–F19)

Gravidade do episódio: geralmente graves

Tempo de remissão: de dias até quadros crônicos

Sintomas residuais: abstinência

Evolução com diversas recaídas: sim

Déficits definitivos: déficit cognitivo, degradação física

Diagnóstico
Sint. Residuais Medicação Restrições
Abstinência Sonolência Local de risco Abuso → Dependência →
Déficit Cognitivo → Demência
Déficit cognitivo Operação máquinas Supervisão

Humor/Ansiedade Cognição Locomoção


Transtornos Mentais por uso de
Substâncias
TRATAMENTO e OUTRAS CONDUTAS

● Múltiplas estratégias (psicoterapia, medicação, grupos de ajuda -


AA, centro de atenção diária – CAPS)
● Podem ser necessárias mudanças na situação de trabalho
● Prognóstico difícil
● Objetivo é a abstinência completa de álcool
● Busca tratamento por pressão da família (esposa) ou do
empregador
● Melhor prognóstico está associado à busca voluntária
● Importante que haja disponibilidade dos profissionais e dos serviços
de saúde para atender o trabalhador
(MS, 2001)
Transtornos Mentais por uso de
Substâncias
TRATAMENTO e OUTRAS CONDUTAS
● Reabilitação social (diminuir prejuízos advindos do comportamento
pessoal e social alterado)

● Tratamento farmacológico sintomático:


● Benzodiazepínicos (insônia, ansiedade, síndr. abstinência)
● Antidepressivos (depressão)
● Antipsicóticos (agitação, alteração de comportamento)
● Carbamazepina (controle da impulsividade)
● Naltrexona (controle da compulsão)

● Avaliação de funções cognitivas – Aval. Neuropsicológica

● Avaliar possibilidade de reabilitação profissional ou aposentadoria


por invalidez
(MS, 2001)
Transtornos Mentais por uso de
Substâncias
PREVENÇÃO

● Programas de identificação de riscos e implementação de


mudanças:

o Valorização do trabalhador em situações de trabalho desprestigiadas


o Equipamentos adequados, chuveiros e material de higiene
o Redução da exposição às ameaças (estratégias criadas em conjunto)
o Pausas em ambientes agradáveis e confortáveis (alívio da tensão)
o Propiciar interação com outras pessoas nas situações de isolamento
o Redução e controle de ruído e de vibração (ex.: álcool para diminuir estresse)

(MS, 2001)
Transtornos Mentais por uso de
Substâncias
PREVENÇÃO – IDENTIFICAÇÃO DE CASOS DE DEPENDÊNCIA
NO AMBIENTE DE TRABALHO

(OIT, 2003)
Transtornos Mentais por uso de
Substâncias
PREVENÇÃO – IDENTIFICAÇÃO DE CASOS DE DEPENDÊNCIA NO
AMBIENTE DE TRABALHO

(OIT, 2003)
Transtornos Mentais por uso de
Substâncias
PREVENÇÃO – IDENTIFICAÇÃO DE CASOS DE DEPENDÊNCIA NO
AMBIENTE DE TRABALHO

(OIT, 2003)
Transtornos Mentais por uso de
Substâncias
PREVENÇÃO – IDENTIFICAÇÃO DE CASOS DE DEPENDÊNCIA NO
AMBIENTE DE TRABALHO

(OIT, 2003)
Transtornos Mentais por uso de
Substâncias
PREVENÇÃO – IDENTIFICAÇÃO DE CASOS DE DEPENDÊNCIA NO
AMBIENTE DE TRABALHO

(OIT, 2003)
SÍNDROMES PSIQUIÁTRICAS
“ORGÂNICAS” RELACIONADAS
AO TRABALHO
Síndromes Psiquiátricas “orgânicas”
Relacionadas ao Trabalho

Traumas Neurointoxicações
Síndromes Psiquiátricas “orgânicas”
Relacionadas ao Trabalho
QUADRO CLÍNICO
Síndromes Psiquiátricas “orgânicas”
Relacionadas ao Trabalho
QUADRO CLÍNICO

● SINTOMAS E SINAIS NEUROPSIQUIÁTRICOS:


.

a) cognitivos*;
b) que comprometem a coordenação motora fina e grossa;
c) sensoriais - que alteram a percepção visual, auditiva, tátil e outras;
d) viso espaciais - onde se incluem as apraxias**;
e) da personalidade- com alterações do comportamento e outros;
f) do humor.
* memória, pensamento, inteligência
** incapacidade de realizar movimentos coordenados

(Jardim, Glina 2000)


Síndromes Psiquiátricas “orgânicas”
Relacionadas ao Trabalho
AFASTAMENTOS POR CID ....
Síndromes Psiquiátricas “orgânicas”
Relacionadas ao Trabalho
CASO CLÍNICO
●Identificação: G.F., 52 a, masculino, casado
●Queixa Principal: Família e amigos dizem que mudou seu comportamento de 8 anos para cá, mas
ele tem dificuldade de notar essas alterações.
●Históriada Doença Atual: Era calmo e nunca “explodia”, mesmo quando provocado. Era
responsável por todo o controle financeiro da família, sem dificuldades de memória ou alterações
de sono. Há 8a começou a apresentar crises de agressividade verbal, que pioraram nos 4a
seguintes, com dificuldade para dormir e lidar com números, não mais controlando as finanças da
casa após vários erros e esquecimentos.
●Anamnese Ocupacional: Na época do aparecimento dos sintomas trabalhava há 5 anos em linha
de produção de lâmpadas fluorescentes, o que fez até 5 anos atrás quando brigou com o chefe
do setor e foi demitido. Turno diurno de 8hs com 1h de almoço; Não utilizava nenhum
equipamento de proteção no trabalho A família ouviu dizer que outros funcionários da empresa
que eram do mesmo setor ficaram doentes, mas com quadros diferentes do que apresenta. No
sindicato, disseram para procurar o Hospital das Clínicas para ver se não se tratava de “doença
do trabalho”.
Síndromes Psiquiátricas “orgânicas”
Relacionadas ao Trabalho
CASO CLÍNICO

●Exame Físico: Sem alterações


●Exame Psíquico: Apresenta-se calmo e colaborativo durante a entrevista, com higiene
adequada, humor sem alterações. Sem alterações de pensamento, sensopercepção, crítica
ou juízo. Ao ser solicitado a fazer alguns cálculos simples nega-se e diz, com tom mais
irritado, que não sabe mais fazer essas coisas por causa da idade. Pergunta se a consulta
vai demorar muito e se terá que fazer muitos exames, pois não quer vir toda hora ao hospital
por causa de uma doença que a família “inventou” que ele tem. Diz estar mais feliz com a
ocupação atual do que na indústria onde trabalhava – hoje atua como eletricista autônomo,
pois faz seu trabalho sem a interferência de outras pessoas e sem ter chefe. Ao ser
perguntado, diz ter se afastado dos amigos nos últimos anos.
Síndromes Psiquiátricas “orgânicas”
Relacionadas ao Trabalho
NEUROINTOXICAÇÕES OCUPACIONAIS
• 6 milhões de substâncias químicas

• 50 a 70 mil de uso industrial

• 850 potencialmente neurotóxicas no local de trabalho (Chemical Regulation


Reporter – 1986)

• EUA: 20 milhões de trabalhadores expostos

• Fatores de risco: ocupação, idade, quantidade de atividade, sexo,


suscetibilidades individuais

(Glina, Rocha 2010)


Síndromes Psiquiátricas “orgânicas”
Relacionadas ao Trabalho
NEUROINTOXICAÇÕES OCUPACIONAIS

• Metais: alumínio, arsênico, cádmio, cobre, ouro, chumbo, lítio,


manganês, mercúrio, níquel, platina, selênio, tálio, zinco, entre
outros.
• Solventes: dissulfeto e tetracloreto de carbono, hexano, tolueno,
xileno, percloroetileno, etc.
• Pesticidas: organofosforados, hidrocarbonos clorinados (DDT),
carbamatos, etc.
• Outras neurotoxinas: gases anestésicos, monóxido de carbono,
óxido etileno, etc.

(Glina, Rocha 2010)


Síndromes Psiquiátricas “orgânicas”
Relacionadas ao Trabalho
NEUROINTOXICAÇÕES OCUPACIONAIS

o Lâmpadas fluorescentes
o Termómetros, Barómetro
o Eletrodos
o Pilhas
o Garimpo

o SINTOMAS PSÍQUICOS:
o Depressão
o Ansiedade
inalação
o Insônia
o Memória
MERCÚRIO o Nervosismo
o Mudanças de humor
o Agressividade
o Demência ingestão
Síndromes Psiquiátricas “orgânicas”
Relacionadas ao Trabalho
NEUROINTOXICAÇÕES OCUPACIONAIS

“Doença do Chapeleiro Maluco"


✔ Inglaterra (séc.19) - os chapéus eram
tratados no vapor de mercúrio metálico
para atender aos requisitos de elegância
✔ Anos de exposição → MERCURIALISMO

exuberante sintomatologia neurológica:


• inicialmente com sintomatologia
inespecífica
• posteriormente, com distúrbios
característicos da motricidade -
tremor de pequena amplitude,
paresias, disreflexia e dificuldade de
coordenação motora
• Alterações de comportamento
Síndromes Psiquiátricas “orgânicas”
Relacionadas ao Trabalho
NEUROINTOXICAÇÕES OCUPACIONAIS

o Siderurgia
o Pilhas secas e acumuladores
o Corantes e tintas
o Fertilizantes

o SINTOMAS PSÍQUICOS:
o Memória
o Alucinações
o Psicoses inalação
o Apatia
o Insônia
MANGANÊS o Demência

ingestão
Síndromes Psiquiátricas “orgânicas”
Relacionadas ao Trabalho
NEUROINTOXICAÇÕES OCUPACIONAIS

o Baterias
o Tintas
o Fundição e laminação
o Extração de minérios

o SINTOMAS PSÍQUICOS: cutânea


o Intoxicação Aguda
o Delirium
o Intoxicação Crônica: inalação
o Memória
o Concentração
o Atenção
CHUMBO o Irritabilidade
o Insônia
o Demência
o Sintomas psicóticos
ingestão
Síndromes Psiquiátricas “orgânicas”
Relacionadas ao Trabalho
NEUROINTOXICAÇÕES OCUPACIONAIS

ZINCO LÍTIO
Síndromes Psiquiátricas “orgânicas”
Relacionadas ao Trabalho
NEUROINTOXICAÇÕES OCUPACIONAIS

o fumigação de solos e
containers
o controle de insetos,
fungos e ratos

inalação

o SINTOMAS PSÍQUICOS:
BROMETO DE METILA
o Delirium
Síndromes Psiquiátricas “orgânicas”
Relacionadas ao Trabalho
NEUROINTOXICAÇÕES OCUPACIONAIS

ORGANOFOSFORADOS TOLUENO
Síndromes Psiquiátricas “orgânicas”
Relacionadas ao Trabalho
NEUROINTOXICAÇÕES OCUPACIONAIS

MONÓXIDO DE CARBONO
Síndromes Psiquiátricas “orgânicas”
Relacionadas ao Trabalho
TRAUMAS

▪ 2.022 benefícios previdenciários de


TCE por AT no ano de 2009
▪ 86,45% homens; idade média de 34,6
anos, 77,35% recebiam até 2 salários
mínimos; 51,78% menos de cinco
anos de contribuição previdenciária
▪ Maior incidência no Centro-Oeste e
cidades do interior dos estados
▪ CNAE: Transporte, Armazenagem e
Correio

(Miranda 2011)
Síndromes Psiquiátricas “orgânicas”
Relacionadas ao Trabalho
TRAUMAS
Síndromes Psiquiátricas “orgânicas”
Relacionadas ao Trabalho
CASO CLÍNICO

PHINEAS GAGE (1848, 25 anos)

● Preparava rocha para explodi-la com dinamite


● Cérebro atravessado por barra de ferro usada
para comprimir a pólvora no orifício feito na
rocha
● Aparentemente sem sequelas imediatas
● Personalidade foi mudando transformou-se em
outra pessoa
● Continuou com algumas habilidades intocadas,
como a de lidar com números, mas seu gênio
ficou violento e com comportamento
inapropriado
Síndromes Psiquiátricas “orgânicas”
Relacionadas ao Trabalho
RECONHECIMENTO DE NEXO COM O TRABALHO

Doenças Relacionadas ao Trabalho – 1999/2001


- Demência relacionada ao trabalho (F 02.8)
- Delirium relacionado ao trabalho (F05.0)
- Transtorno cognitivo leve relacionado ao trabalho (F06.7)
- Transtorno orgânico de personalidade (F07.0)
- Transtorno Mental Orgânico Relacionado ao Trabalho (F09.-)
- Alcoolismo Crônico relacionado ao trabalho (F10.2)
- Episódio Depressivo relacionado ao trabalho (F 32.-)
- Estresse Pós-Traumático relacionado ao trabalho (F43.1)
- Síndrome de Fadiga relacionada ao trabalho (F48.0)
- Neurose Profissional (F48.8)
- Transtorno do Ciclo Sono-vigília (F 51.2)
- Síndrome de Esgotamento Profissional (burn-out)- Z73.0
Síndromes Psiquiátricas “orgânicas”
Relacionadas ao Trabalho
DEMÊNCIA – CID F 02.8

DEFINIÇÃO

o Síndrome crônica e geralmente progressiva


o Devida a uma patologia encefálica, de caráter adquirido
o Deficiências das funções corticais superiores, incluindo: memória,
pensamento, orientação, compreensão, cálculo, capacidade de
aprender, linguagem e julgamento
o Consciência não é afetada
o Deficiências cognitivas são acompanhadas alterações do controle
emocional, da conduta social ou da motivação

(MS, 2001)
Síndromes Psiquiátricas “orgânicas”
Relacionadas ao Trabalho
DEMÊNCIA (F02.8)
Síndromes Psiquiátricas “orgânicas”
Relacionadas ao Trabalho
DEMÊNCIA (F02.8)

FATORES DE RISCO OCUPACIONAIS

o Trauma crânio-encefálico
o Substâncias asfixiantes: monóxido de carbono (CO),
sulfeto de hidrogênio (H2S)
o Sulfeto de carbono
o Metais pesados: manganês, mercúrio, chumbo, arsênio,
etc.
o Derivados organometálicos: chumbo tetraetila e
organoestanhosos

(MS, 2001)
Síndromes Psiquiátricas “orgânicas”
Relacionadas ao Trabalho
DEMÊNCIA (F02.8)

QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO

o Comprometimento ou incapacidade laborativa manifestada pelo


declínio das funções cognitivas
o Comprometimento ou incapacidade pessoal para as atividades da
vida diária
o Devem ser excluídas causas não-ocupacionais
o Enquadrado no Grupo I da Classificação de Schilling em que o
trabalho desempenha o papel de causa necessária

(MS, 2001)
Síndromes Psiquiátricas “orgânicas”
Relacionadas ao Trabalho
DELIRIUM (F05.0)

DEFINIÇÃO E QUADRO CLÍNICO

o Síndrome caracterizada por rebaixamento do nível de


consciência
o Comprometimento global das funções cognitivas.
o Podem ocorrer alterações do humor (irritabilidade), da percepção
(ilusões e/ou alucinações especialmente visuais), do pensamento
(ideação delirante) e do comportamento (reações de medo e agitação
psicomotora)

(MS, 2001)
Síndromes Psiquiátricas “orgânicas”
Relacionadas ao Trabalho
DELIRIUM (F05.0)

DEFINIÇÃO E QUADRO CLÍNICO

o Alteração do ritmo vigília-sono (sonolência diurna e agitação


noturna)
o Pode vir acompanhada de sintomas neurológicos (tremor,
asterixis, nistagmo, incoordenação motora e incontinência urinária)
o Início súbito (em horas ou dias), curso breve e flutuante e melhora
rápida assim que o fator causador é identificado e corrigido
o Gravidade: formas leves a muito graves (risco de morte)

(MS, 2001)
Síndromes Psiquiátricas “orgânicas”
Relacionadas ao Trabalho
DELIRIUM (F05.0)
Síndromes Psiquiátricas “orgânicas”
Relacionadas ao Trabalho
DELIRIUM (F05.0)

FATORES DE RISCO OCUPACIONAIS

o Trauma crânio-encefálico
o Substâncias asfixiantes: monóxido de carbono (CO), sulfeto
de hidrogênio (H2S)
o Sulfeto de carbono
o Metais pesados: manganês, mercúrio, chumbo, arsênio,
etc.
o Derivados organometálicos: chumbo tetraetila e
organoestanhosos

(MS, 2001)
Síndromes Psiquiátricas “orgânicas”
Relacionadas ao Trabalho
TRANSTORNO MENTAL ORGÂNICO

Gravidade do episódio: leves a graves

Tempo de remissão: quadros crônicos (reabilitação neuropsicol.)

Sintomas residuais: geralmente presentes

Evolução com diversas recaídas: exposição continuada (agravo)

Déficits definitivos: déficit cognitivo

Diagnóstico
Sint. Residuais Medicação Restrições
Cognição Sonolência Tarefas Complexas Exposições ocupacionais, uso
crônico de substâncias, lesões no
Alt. Comportamento Operação máquinas Público cérebro, tumores, etc.

Humor/Ansiedade Cognição Supervisão


Síndromes Psiquiátricas “orgânicas”
Relacionadas ao Trabalho
AVALIAÇÃO DE CAPACIDADE LABORAL

Avaliação NEUROPSICOLÓGICA
(MS, 2001)
Características das
Doenças Psiquiátricas
Características das Doenças
Psiquiátricas
QUADRO NÃO É APARENTE

DOENÇA PSÍQUICA DOENÇA FÍSICA


Características das Doenças
Psiquiátricas
INEXISTÊNCIA DE EXAMES PARA DIAGNÓSTICO

Lesão visível apenas em


quadros avançados
Características das Doenças
Psiquiátricas
TRATAMENTO PROLONGADO / ADESÃO (?)
Características das Doenças
Psiquiátricas
BASEADA EM DOCUMENTOS MÉDICOS
Características das Doenças
Psiquiátricas
PLAUSIBILIDADE DE NEXO - MULTICAUSAL

Transtornos, distúrbios, disfunções,


síndromes... Relacionados ao trabalho

DIFICULDADE P/ ESTABELECER O NEXO


Nexo possível/plausível

Doenças do trabalho
Nexo provável

Doenças profissionais
Nexo presumido

Acidente do trabalho
Nexo evidente
Características das Doenças
Psiquiátricas
PLAUSIBILIDADE DE NEXO - MULTICAUSAL

PROBLEMAS
PERSONALIDADE EXPERIÊNCIAS E
PESSOAIS
TRAUMAS

TRABALHO
OUTRAS DOENÇAS
Características das Doenças
Psiquiátricas
RELATOS DEPENDENTES DE PROVA
Implicações na
Empresa

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