Você está na página 1de 99

História da Neuropsicologia

Questões Relevantes
 O que é neuropsicologia?
 Como que o funcionamento do cérebro se
relacionam com as atividades mentais como
percepção, memória, ação, etc?
 Partes diferentes do cérebro fazem coisas
diferentes?
 os espíritos malignos estão no cérebro?
Temas abordados

 Primórdios
 A Filosofia e as Civilizações Clássicas
 Idade Média
 Renascimento
 Idade Moderna
 Algo a respeito de Hoje
História da
Neuropsicologia
Paleolítico
9000 a.C.

 Primeiros indícios de Craniotomia!

 Objetivo: Eliminação dos maus espíritos e demônios do


paciente, mas sem significado terapêutico prático.

 Foram descobertos por toda a Europa, África, América do Sul,


América do Norte e ilhas do Pacífico.
ANTIGUIDADE
EGITO: 3000 a.C. até 1700 a.C.
O primeiro tratado médico Egípcio: data do século 17 a.C, mas contém
referências a textos escritos até 3000 a.C.

Papiro Cirúrgico de Edwin Smith:


O papiro continha as mais antigas descrições sobre:
 Anatomia,
 Fisiologia
 Patologia
 1ª correlação entre funções cerebrais e suas localizações.
 1º registro da palavras “cérebro”, “meninges” e “liquido cefalorraquidiano”
 48 casos: traumatismos cranianos e de pescoço
AMÉRICA DO SUL
3000 a.C. até 1600 d.C.
A prática Cirúrgica nas Civilizações Sul-Americanas.
Os Paracas (3000 a.C.) e os Incas (até 1600 d.C.)
Exemplos de Crânios
“Cirurgiados” e Sobreviventes!
A Grécia e Roma Clássica:
De 500 AC até 77 DC

Diógenes de Apolônia
(século IV a.C.)
(pré-socrático)

Oferece uma explicação unificadora para as


funções fisiológicas, psíquicas e cósmicas:

“Os homens e os outros seres animados vivem do


ar, respirando-o, e ali estão sua alma e
inteligência... porque se lho retiramos, morrem, e
sua inteligência se extingue”
(Diógenes, frag. 4, citado por Mueller, 1968, p. 24).
Demócrito de Abdera
(470-360 a.C.)
Pensamento pré socrático

Localizou o pensamento no
cérebro, a ira no coração e o
desejo no fígado.
Cérebro-centrismo
Platão
(428/7-347 a.C.)

Medula como a parte mais importante do corpo,


dividida em:

 cérebro
 a medula espinhal

Cérebro e medula espinhal constituíam a força vital


sobre a qual atuava a alma.

A parte racional da alma atuava sobre o cérebro e a


irracional sobre a medula espinhal.
Hipócrates
(460-355 a.C.)

Através do estudo de crânios e cérebros de animais, deduziu


que o CRÂNIO era a sede da alma, das sensações, dos
pensamentos e de todas as funções mentais.

Aversão a abertura
do corpo humano!
Hipócrates
(460-355 a.C.)

Escreve o livro: a “doença sagrada”, o qual


existe o mais antigo relato sobre o quadro de
epilepsia.
Cardio-centrismo
Aristóteles
(384-322 a.C.)
1 - Recolocou erroneamente o coração
como centro da vida, da sensação, do
movimento e do calor.

2 - Desconhecia o sistema vascular e por isso


o cérebro foi descrito como ocupando uma
função inferior no corpo, inclusive
sobrecarregando o trabalho do coração

Ponto positivo: criador do pensamento lógico!


Alcmeão de Crotona,
(século IV a.C)

Considerado fundador da psicologia fisiológica.

Identificou dois tipos de vasos no corpo humano – as


veias e as artérias

Descobriu canais de passagens que unem os


diferentes órgãos ao cérebro – os nervos

Chamou atenção para as relações entre pensamentos,


emoções e cérebro
Erasistratus
(Médico de Alexandria: 300-250 a.C.)

Começa a dissecação de humanos e


relaciona os giros cerebrais com diversas
facetas da inteligência.
Galeno
(129-200 a.C.)
Os nervos originavam-se no
cérebro e na medula e não
no coração como ensinava
Aristóteles.

A teoria do gás psíquico


(Psico Pneuma), na qual o
líquido presente nos
ventrículos pulsava do
cérebro em direção ao
corpo.
Galeno
(129-200 a.C.)

 Os nervos conduziam esses líquidos


secretados pelo cérebro e medula espinhal
para a periferia do corpo.

 O cérebro seria a sede da sensação, do


movimento e do intelecto.

Teorias perduraram por quatorze séculos.


Plinio o Velho
(27-79 d.C.)
77 d.C. notou que
ocorria uma perda de
memória seletiva
quando se sofria uma
lesão cerebral.

Ex: “Um homem havia


recebido uma
pedrada na cabeça e
perdeu a capacidade
de ler”.
Idade Moderna:
Século16 até Século 18
Vesalius (séc. XVI)
Criação de 2 grandes tratados de anatomia

Observações mais rigorosas e cientificas

Os tratados de Vesalius foram tão importantes no


campo da anatomia que ele ganhou o título de
pai da anatomia.
René Descartes
(Filosofo: 1596 – 1650)

Sede da alma e centro de controle das funções > Glândula Pineal


devido a sua localização em relação ao cérebro.

“... por ela estar estrategicamente situada entre


os canais anteriores e posteriores, poderia
assim, tanto influenciar como ser influenciada
pelos movimentos dos espíritos entre esses
canais.”
Johann Schmidt
(Médico Alemão):

Em 1673 descreveu um caso de Alexia


(perda da capacidade de ler) com habilidade
de escrita preservada, sendo assim o
primeiro caso escrito de dissociação de uma
função mental.
Emanuel Swedenborg
(Médico Sueco: 1688-1772):

1740-1744 – 1º revisão sistemática


neurológica: córtex cerebral como controlador
dos sistemas motores e sensoriais.

Córtex: centro das faculdades de


compreensão, pensamento, julgamento e
vontade.
Primeiros estudos localizacionais e as
faculdades psicológicas

O período que deu seqüência a idéia de unidade


central de experiência consciente abriu caminho
para o estudo das faculdades psicológicas, que
dividia os processos mentais em diversas
habilidades separadas e especializadas permitindo
assim o início das buscas pelo substrato neural de
cada faculdade da mente.
Franz Joseph Gall
(1758)
Frenologia:

 Cérebro é composto por uma série de órgãos únicos.

 27 “faculdades afetivas e intelectuais. Ex: benevolência,


agressividade, sentido da linguagem, amor parental, etc

 Crânioscopia (ou apalpação) das proeminências, poderia levar a


um conhecimento da natureza das propensões individuais.

 Johann Spurzheim (1776) e a Moral!


Eqüipotencialidade

Jean-Pierre Flourens
(1794)

Combatente das Ideias de Gall e defensor das ideia de unidade cerebral:

“Cada parte do sistema nervoso tem suas próprias


funções; e é isso que faz cada parte ser distinta:
mas a atividade de cada uma dessas partes, afeta
a atividade de todas as outras; e é isso que faz
cada uma dessas partes um sistema particular. [O
que significa] que essa é a forma como cada parte
distinta desse sistema contribui para uma atividade
comum.." (Flourens, 1824)
Nobele
Em 1835 reportou uma tentativa de suicídio
por arma de fogo com um tiro na cabeça de
uma paciente psicótico.

O paciente sobreviveu, mais estranho ainda


é o relato de que o paciente deixou de
demonstrar os sintomas de esquizofrenia,
antecipando assim os trabalhos de Moniz
sobre lobotomia
Henry J. Bigelow
(Medico Americano: 1818-1890)

Reportou em 1850 o famoso


caso de Phineas P. Gage:

Mudança de sua
personalidade, tornando-o
indiferente, descuidado e
freqüentemente profano!
Idade Contemporânea
Interlúdio
As próximas contribuições vieram muito por conta do ímpeto de
broca, que mostrou que a localização de funções cerebrais
podem ser cientificamente investigadas.

Entretanto duas barreiras ocorreram para esse primeiro impeto


de descobertas:

1- As técnicas imagéticas eram tecnologicamente


pobres

2 – A grande complexidade do sistema nervoso, as mais


importantes funções como memória, pareciam difíceis de
localizar!!!
Pierre-Paul Broca
(Médico Francês: 1824-1880)
Descreveu o caso Tan:
 Tumor no cérebro no terço posterior do giro inferior esquerdo, a
área hoje chamada de área de broca
 Paciente apto a entender a fala, boa compreensão do mundo a
sua volta, mas habilidade de produzir estava muito danificada.

Descobriu o centro da fala!


 “Falamos com o lado esquerdo do cérebro!”
fotografias do cérebro de Leborgne, 51 anos (“Tan”)
Carl Wernicke
(Médico alemão: 1848-1905):

Descreveu um caso onde:


 compreensão estava severamente comprometida,
mas a habilidade de produzir fala estava intacta.
Sergei Korsakoff
(Neurologista Russo: 1853-1900)

Em 1887 descreveu um distúrbio associado com um grave


estado de confusão e uma amnésia anterógrada, mesmo com
uma consciência de si e inteligência preservada, esse quadro
está associado à carência de vitamina B1, comumente devido
ao uso prolongado de álcool.
Hugo Liepmann
(Médico alemão: 1863-1925):

Em 1900 e 1905 descreveu o distúrbio conhecido


como apraxia:

“É definido como a inabilidade para agir ou mover


varias partes do corpo de maneira com propósito,
entretanto o poder do movimento está intacto. Não
existe paralisia e o paciente entende o que é
requerido dele, entretanto ele não consegue
executar uma ação que ele deseja executar. O
apraxico possui o aparato sensório motor suficiente,
mas não consegue emprenhar tudo isso nas
direções corretas….”
Korbinian Brodmann
(Neurologista Alemão: 1868-1918):

Saiu da tradicional
forma de descrição do
cérebro (olhos nus!!!)
para uma descrição
utilizando o microscópio,
usando-o para gerar as
bases do mapeamento
cortical. Brodmann
alocou números para as
diferentes áreas e seu
esquema numérico
ainda está em uso.
(Brodmann, 1909).
1913
O termo Neuropsicologia foi utilizado pela
primeira vez em 1913 em uma conferência
proferida por Sir William Osler,no Johns
Hopkins Hospital nos Estados Unidos.
Antônio Egas Moniz
(Neurologista Português: 1874 – 1955)

Lobotomia: incisão nas fibras nervosas que


ligam o lobo frontal ao tálamo e outras
vias frontais associadas.
Objetivo inicial: Cessar as diversas
Psicoses!
J.W. Papez
(Neuroanatomista Americano: 1883-1958):

Em 1937 nomeou o sistema límbico, que


era composto pelos lobo límbico,
elementos do diencéfalo, assim como o
centro motor e emocional do
comportamento
Wilder Penfield
(Neurocirurgião canadense: 1891-1976):

Penfield criou mapas


dos córtices sensorial e
motor demonstrando as
conexões entre os
vários órgãos.

Além disso percebeu


que se o lobo temporal
fosse estimulado,
poderia levar a
recordação vivida de
memórias.
Bodamer
(Médico Alemão)
Em 1947 descreveu
pacientes com um
distúrbio que
incapacitava o
reconhecimento de
faces.

Ele deu o nome a esse


distúrbio de
prosopagnosia.

René Magritte
Caso H.M. (1953)

 Tratamento
neurocirúrgico da
epilepsia focal.

 Problemas severos de
memória (anterógrada)

 Lobo temporal medial


envolvido com
formação de novas
memórias
Alexander Luria
(Neuropsicologo Russo:1902 – 1977)

Influência da cultura nos processos


mentais, o que os pesquisadores soviéticos
chamaram de mediação cultural

 Importante é analisar a organização sistêmica de processos


psicológicos, não só estabelecer uma alteração em uma função
particular seguida de uma lesão mas principalmente quais as
características qualitativas da perda dessa função.
MARCO HISTÓRICO - LURIA

Mudança de
paradigma:
1. Localizacionista
X
Sistêmico
(localização
dinâmica das
funções cognitivas)

2. Papel mediador
da linguagem no
funcionamento
cerebral
UNIDADES CEREBRAIS FUNCIONAIS

1- Unidade para regular o tono, a vigilia e os estados mentais

2 – Unidade para receber, analisar e armazenar informaçoes

3 – Unidade para programar, regular e verificar a atividade

-Organizadas hierarquicamente

-Supramodalidade crescente

-Estruturas definidas
UNIDADES CEREBRAIS FUNCIONAIS

1- Unidade para regular o tono, a vigilia e os etados mentais

Sistema reticular
ascendente e descendente

Porçoes ativadoras e
inibidoras

Dupla relaçao com o cortex


UNIDADES CEREBRAIS FUNCIONAIS

2 – Unidade para receber, analisar e armazenar informaçoes

Lateralizaçao
hemisférica

Importancia da
linguagem

Areas corticais
primarias,
secundarias e
terciarias
UNIDADES CEREBRAIS FUNCIONAIS

2 – Unidade para receber, analisar e armazenar informaçoes

Areas corticais
primarias,
secundarias e
terciarias
UNIDADES CEREBRAIS FUNCIONAIS

3 – Unidade para programar, regular e verificar a atividade

Modulaçao das demais


unidades.

Feedback

Base neurocientifica das


intervençoes
MARCO HISTÓRICO - LURIA

Mudança de paradigma:
Localizacionista
X
Sistêmico
(localização dinâmica das funções
cognitivas)

-- Estudou predominantemente
indivíduos adultos (perderam uma
função)

INFLUENCIA TODO O POSTERIOR


DESENVOLVIMENTO DA
NEUROPSICOLOGIA TANTO NO QUE
SE REFERE A AVALIAÇÃO QUANTO A
INTERVENÇÃO
Dra. Janna Glozman

Msc. Carla Anauate

Dra. Larissa Zeggio


Últimos Avanços!

 1970 e 80- Novas formas escaneamento cerebral, como o


ressonância magnética e a tomografia computadorizada, que
permitiram um mapeamento detalhado das funções cerebrais.

 1975- O papel das diversas químicas cerebrais são descobertas,


como as endorfinas. Agora o comportamento é pensado como
sendo um evento bioquímico.

 1990 – década do cérebro, avanços no conhecimento da


memória, reabilitação e neurociências em geral.
PET
(tomografia por emissão de pósitrons)

 Técnica de imagem não-invasiva;

 Visualização de alterações locais do fluxo sangüíneo


encefálico e no metabolismo que acompanham atividades
mentais.
PET scan de indivíduo normal executando várias
tarefas relacionadas à linguagem
67
Genética Comportamental (2000)

 Como a nossa composição genética influencia o


nosso comportamento
 Encorajados por novas tecnologias e
desenvolvimentos
 Projeto genoma humano
 O nível de análise é o genético
No Brasil
 Relativamente recente e em ascensão

 Influência de Antonio Lefévre

 Estudos com epilepsia – Candida Pires de


Camargo

 Neuropsicologia na infância – Beatriz Lefévre


 A SBNp – 1989

 Primeiro Congresso Brasileiro – 1990

 Resolução 002/2004 CFP – regulamenta a


prática da neuropsicologia
Neuropsicologia
 Muriel Lezak: neuropsicologia é a ciência dedicada a estudar a
expressão comportamental das disfunções cerebrais.

 Hécaen y Albert: a neuropsicologia estuda as relações existente entre a


função cerebral e a conduta humana. Se baseia na análise sistemática
das alterações de conduta associadas a transtornos da atividade cerebral,
provocadas por doenças, lesões ou modificações experimentais.

 Luria: A neuropsicologia baseia seu trabalho na detecção de distúrbios


comportamentais que advém do cérebro, através das funções
neuropsicológicas.

 Oliveira e Beuno (1993): investigação de desordens de percepção,


memória, linguagem, pensamento, emoção e ação em pacientes
neuropsicológicos.
Em paralelo a tudo isso
MARCOS HISTÓRICOS DA REAB
NPSI
Reabilitação Neuropsicológica
 Surgimento
 Defeito – como tratar?
 Paul Broca 1865
 1o case report
 sucessos e fracassos
 experimentação de um Modelo
 conceitos e paradigmas – até hoje
discutidos

Paul Broca
Paul Broca 1865:
ensinando um paciente afásico a ler

 Estratégia “bottom-up”
Re-treino do simples ao complexo

Palavras

Sílabas

Letras
Paul Broca 1865: ensinando um paciente afásico a ler

Identificação de letras
treino da discriminação visual, associação auditiva, nomeação, etc

A a a
b B g G
Paul Broca 1865: ensinando um paciente afásico a ler

União de letras - Identificação de sílabas


combinação de letras – incremento do treino prévio

Ca sa
bar
CA
mA to
Paul Broca 1865: ensinando um paciente afásico a ler

União de sílabas para ler palavras


Leitura – função complexa, integração de sistemas funcionais
Paul Broca 1865: ensinando um paciente afásico a ler

x União de sílabas para ler palavras


Leitura – função complexa, integração de sistemas funcionais

...“um fracasso completo” ...


Paul Broca 1865: ensinando um paciente afásico a ler

x União de sílabas para ler palavras


Leitura – função complexa, integração de sistemas funcionais

...“um fracasso completo” ...

Solução:
Trocar estratégia - da restauração à compensação

 Apresentação da palavra sem quebras


 Ensinar a “ler” (identificar) a palavra inteira
Cesto Gesto

Garfo Ganfo Amor Anor

Pauta Panta

 “o paciente nem notava as trocas”


 “ele reconhecia a palavra como uma face ou objeto”
 “estava aprendendo a ler por um processo essencialmente diferente do que ele passou na
sua infância”
Principais idéias:
 Foco em um defeito específico – leitura
(definir área de atuação  refinar meta)
 METODO – TESTE DE HIPOTESES – EVIDÊNCIAS
 Cérebro lesado não aprende da mesma forma
 É possível RESTAURAR uma função?

 Cérebro lesado tem capacidade de aprender


 Função intacta pode SUBSTITUIR ou COMPENSAR uma
deficiente?

 Função complexa ≠ soma de funções simples


Como funciona o cérebro normal?
restaurar
1a Guerra Mundial: sobreviventes
1a Guerra Mundial: sobreviventes

 Alemanha: berço da reabilitação


neuropsicológica

 Início precoce

 Centros de reabilitação
 Também chamados de: “Instituto de terapia do
trabalho”
 Internato (pacientes moravam no hospital)

Kurt Goldstein
1a Guerra Mundial: sobreviventes

 Reabilitação seguia 3 estágios:


1. Treino motor
2. Terapia ocupacional voltada para o trabalho
3. Trabalho externo (enquanto viviam na clínica)
1a Guerra Mundial: sobreviventes

 Reabilitação seguia 3 estágios:


1. Treino motor
2. Terapia ocupacional voltada para o trabalho
3. Trabalho externo (enquanto viviam na clínica)

 Alguns pacientes não eram capazes de manter


o trabalho (ex. crises epilépticas pós lesão)
 Enfoque no retorno à vida em sociedade
1a Guerra Mundial: sobreviventes

 Reabilitação seguia 3 estágios:


1. Treino motor
2. Terapia ocupacional voltada para outras
atividades (ex. jardinagem, artesanato)
3. Trabalho externo (enquanto viviam na clínica)
Novos trabalhos foram criados especificamente
para pacientes com lesão (trabalhos
simplificados, por exemplo, quiosque de banca
de jornal)
O que aprendemos?

 Centro de Reabilitação

 Tratamento com início precoce

 Tratar para a vida

 Produtividade
 Volta à sociedade

 Criação de TRABALHO ADAPTADO

Trabalhar /
produzir
2a Guerra Mundial: LURIA

 Luria
 Diagnóstico e tratamento
estão inter-relacionados

Alexandr Romanovich Luria


2a Guerra Mundial: LURIA

4 princípios básicos

1. Tratamento individualizado e customizado para cada indivíduo

2. Uso de funções intactas para compensar funções prejudicadas (ex. usar


informações acústicas em caso de problemas visuais)

3. Feedback constante (METACOGNIÇÃO e auto percepção)

4. Linguagem como mediador (AUTO-REGULAÇÃO)

compensar
Guerra do Yom Kipur (1973)
BEN YISHAI - ISRAEL

 Ben-Yishay + Leonard
Diller – NY

 Necessidade de uma abordagem holística


para a reabilitação neuropsicológica

 Centro de reabilitação: “Therapeutic milieu”

Yehuda Ben Yishay


BEN YISHAI – ABORDAGEM HOLÍSTICA

 Conseqüências da lesão encefálica adquirida (LEA)


 Cognitiva, comportamental, emocional, social, profissional
 Reabilitação deve olhar o indivíduo como um TODO
 Objetos da intervenção são definido pelo conjunto das necessidades

 Reabilitar um indivíduo com LEA é auxiliar esse indivíduo a otimizar


sua adaptação e seu sentido de pertencimento
BEN YISHAI – Therapeutic Milieu

 Therapeutic Milieu = Ambiente terapêutico

 Ambiente psicologicamente e
fisicamente seguro que promova o
desenvolvimento individual e grupal

 É caracterizado pela estrutura, previsibilidade,


rotina, respeito e ajuda mútua
BEN YISHAI – Therapeutic Milieu

 Programa intensivo:
 Um ano: 6 dias por semana, 7 horas por dia

 Razão de um staff por paciente


 Paciente é um cliente/estudante (envolvimento ativo)
 Envolvimento ativo da família

 Trabalho cognitivo intenso; preparação vocacional

Pertencer a
sociedade
A PARTIR DA DÉCADA DE 80
DÉCADA DE 80 – PRIGATANO – EUA

 Abordagem holística ganha maior


atenção

 Ênfase nos aspetos emocionais e sociais


 Auto-percepção e consciência
Falta de consciência do
déficit compromete motivação
e engajamento no tratamento
 Work, Love and Play

George Prigatano
Engajamento /
psicoeducação
DÉCADA DE 80 – WILSOM – UK

 Estabelecimento de Metas objetivas


(GOAL PLANNING)

 Intervenção Comportamental - TCC

 Estudo experimental de caso único:


 Linha de base,
 monitoração,
 registro,
 Avaliação de resultados
Barbara Wilson e equipe REAB CPN
julho 2007

TCC – metas e
avaliação
REVISANDO – AVALIAÇÃO (ESTUDO DIRIGIDO)

1) O é que é neuropsicologia e o que ela estuda?

2) Quais são as principais funções cognitivas (nomeie e descreva) ?

3) Quais as possíveis áreas de atuação do neuropsicólogo ?

4) Quais são os elementos centrais da história da neuropsicologia ?

5) O que a história da reabilitação neuropsicológica pode nos ensinar ?

Você também pode gostar