Você está na página 1de 5

Universidade Estadual de Feira de Santana

Departamento de Ciências Humanas e Filosofia


Disciplina: Teorias e Sistemas em Psicologia
Docente: Dr. João Gabriel Lima da Silva
Discente: Maria Geisielen Da Silva Xavier
Curso: Bacharelado em psicologia

DIARIO DE LEITURA DE TSP

Texto 01. PIGEAUD, Jackie. Metáfora e melancolia. Capítulo: “O humor


dos Antigos”.

O texto discute a influência dos diferentes humores (sanguíneo, fleumático, bilioso)


sobre nosso comportamento, destacando que podemos estar tão focados nesta
caracterização que perdemos a oportunidade de explorar o enigma por trás dos
humores. Refletir sobre os humores envolve uma lógica do imaginário". O texto
também explora a concepção antiga do corpo na medicina, descrevendo-o como uma
entidade poderosa com cavidades e canais onde circulam líquidos e ar, representando
os humores. Estes líquidos estão presentes no corpo, visíveis através de fluxos como
suor, urina, esperma, sangramentos, entre outros.

Texto 02. DETIENNE, Marcel. Mestres da verdade na Grécia Arcaica.


Capítulo: “Verdade e Sociedade”.

Discute-se a concepção de verdade em uma civilização científica, destacando sua


relação com objetividade, comunicabilidade e unidade. Questionar se a verdade está
ligada a um sistema de pensamento específico e à vida social. Aborda a palavra indo-
iraniana "Rta" e como diferentes culturas têm interpretações complexas da verdade.
Destaca-se a importância da Grécia na formação da concepção ocidental de verdade
objetiva e racional, com referências a filósofos como Parmênides, Platão e Aristóteles.
O texto culmina na ideia central da "Alétheia" grega como a verdade fundamental na
primeira filosofia.
Texto 3: PLATÃO. O Banquete. Capítulo: “Discurso de Alcibíades”.

O ponto central do capítulo se inicia com a chegada conturbada de Alcibíades no


banquete, que escolhe não discursar sobre um deus, como os demais convidados do
festim, mas sim Sócrates. Ao adentrar o local, a intenção de Alcibíades era de
parabenizar Agatão pela vitória no concurso, contudo ao se encontrar com Sócrates
ele é tomado pela emoção e elaboro um discurso ovacionando a figura do filósofo.

Texto 4 HADOT, Pierre. O que é a Filosofia Antiga?. Capítulo: “Filosofia e


Discurso filosófico”.

Segundo Hodot, os estoicos diferenciavam a prática vívida das virtudes, abrangendo


lógica, física e ética, da teoria filosófica que envolvia física, lógica e ética. Essa
distinção, especificamente no sistema estoico, pode ser aplicada de forma mais ampla
para entender a "filosofia" na Antiguidade. Eles reconheciam tanto uma vida filosófica,
um modo de vida oposto aos não filósofos, quanto um discurso filosófico que
justificava essa escolha de vida. O autor destaca a visão antiga da filosofia como um
modo de vida, enfatizando que ser filósofo não está relacionado à originalidade do
discurso, mas sim à maneira como se vive. Tanto na tradição platônica e aristotélica
quanto nos cínicos, a vida filosófica é centrada na transformação do discurso em um
modo de vida. Exemplos como Catão da Útica, um homem de Estado romano,
demonstram como a prática das virtudes estoicas na atividade política é reconhecida
como filosofia. Isso se estende a outros políticos romanos que adotaram o estoicismo
de maneira exemplar em suas ações e administração.

Texto 05. CHEVALIER, Phillipe. Foucault e o Cristianismo. Capítulo: O


Cristianismo como confissão em Michel Foucault.

Foucault argumenta que a técnica de confissão não estava presente nas práticas de
poder dos primeiros séculos cristãos, pelo menos não da mesma maneira como
ocorreu posteriormente. Ele destaca que a confissão não tem uma origem genuína e
não está intrinsecamente ligada ao que Nietzsche chamava de "a grande fatalidade do
cristianismo". Nos anos 1970, Foucault continua a enfatizar que a confissão, é uma
resposta eclesial circunstancial e um ponto de questionamento cada vez mais forte.
Em resumo, Foucault examina o papel do cristianismo e a confissão ao longo do
tempo, questionando interpretações simplistas e destacando nuances históricas.
Texto 06. MAINES, Rachel. La tecnología del orgasmo. La histeria, los
vibradores y la satisfacción sexual de las mujeres. Capítulo: “La sexualidad
femenina como patología histérica”.

O professor pulou esse capitulo.

Texto 07. FOUCAULT, Michel. História da loucura. Capítulos: “Stultifera navis”


& “A grande internação”.

Em Stultiferas navis, Foucault abordou a peculiar extinção da lepra no estágio médio


da Idade Média, enfatizando que não se trata de uma cura por métodos médicos, mas
sim da substituição dos leprosos pelos tidos como incuráveis e loucos. Nesse período
surgiu o "Naus dos Loucos" um navio que transferiam os insanos de uma cidade para
outra, evitando sua presença na sociedade. Foucault destaca locais de confinamento
para essas pessoas, como a Torre dos Loucos de Caen.

Já em “A grande internação” o autor sugere que no século XVII, a relação entre


loucura e internamento estava em evidência, destacando a construção de grandes
instituições para abrigar indivíduos considerados loucos. Essa prática reflete uma
perspectiva histórica sobre o tratamento da saúde mental na época, envolvendo o
isolamento em instalações específicas. Assim, O instituto do internamento foi
concebido com o propósito de segregação entre indivíduos mentalmente perturbados
e desprovidos de ocupação, não se caracterizando como uma instituição médica. Sua
finalidade reside na reintegração dos ociosos à atividade produtiva, ao passo que
almeja salvaguardar a coletividade contra convulsões potenciais, visto que podem
perturbar a harmonia da ordem social vigente.

Texto 08. BERCHERIE, Paul. Los Fundamentos De La Clínica. Capítulo:


“Guislain y Griesinger”.

Após diligente incursão nos domínios da insanidade, médicos como Pinel, Esquirol e
Falret imbuídos das experiências sedimentadas na Salpêtrière, delinearam suas
concepções e sistematizações a respeito dos insanos. Narraram uma visão geral de
diagnósticos diversos, tratamentos multifacetados e teorias plurais. Convergindo
assim, em nossos dias, para a compreensão contemporânea da loucura e da
psiquiatria como entidades intrinsecamente entrelaçadas, configurando-se enquanto
patologia mental demandante de acompanhamento sistemático e evolutivo. Este
percurso reflexivo abre uma crítica aos antigos hospitais psiquiátricos, instaurando,
desse modo, um trabalho de transformação dessas instituições em ambientes
acolhedores. Tal abordagem transcende o espectro clínico, abrangendo a perspectiva
dos insanos no âmbito social.

Texto 9. ZWEIG, Stefan. A cura pelo espírito. Capítulo: Franz Mesmer.

O autor começa o capitulo dizendo que Franz Anton Mesmer, foi injustamente
associado a fraudadores e charlatães. Para evidenciar isso, ele recorre a
Schopenhauer, pois o mesmo defendeu o mesmerismo como uma descoberta
filosoficamente significativa, mas o preconceito persistiu. Mesmer, um pesquisador
alemão corajoso, é muitas vezes visto como um sonhador, apesar de seus equívocos
terem transformações inspiradas na ciência. Na época do Iluminismo, marcada pela
confiança na razão, os pensadores, como os enciclopedistas, viam o mundo como um
mecanismo materialista. Desprezando o misticismo, consideramos fantasiosa qualquer
coisa não comprovada ou mensurável. Surge então Franz Anton Mesmer, desafiando
essa visão ao afirmar que o universo é permeado por ondas invisíveis, um fluido
magnético capaz de influenciar a saúde mental e física. Apesar de suas previsões, o
Iluminismo acadêmico resistiu a examinar imparcialmente essas considerações,
recusando-se a considerar a possibilidade de uma força além da explicação
matemática.

]. Texto 10. PEREIRA, Mario eduardo Costa. C’est toujours la même chose:
Charcot e a descrição do Grande Ataque Histérico. [Artigo

Charcot apostou em aplicar o método anátomo-clínico ao estudo da histeria,


semelhante ao usado em outras doenças neurológicas. Ele via uma histeria como uma
doença cerebral, buscando correlações seguras entre sintomas e alterações cerebrais.
Charcot diferenciou histeria e epilepsia, nomeando características histéricas
convulsivas como histeroepilepsia. Contrariando a visão predominante, ele afirmou
que a histeria não era exclusiva das mulheres, influenciando até Freud. Charcot
destacou que a histeria não era simulação, mas uma manifestação patológica sem
controle voluntário. Ele explorou a histeria traumática, mostrando que traumas
poderiam induzir estados hipnóides. O ataque histérico tinha fases, começando com
uma epileptoide, semelhante às crises epilépticas. Em seguida, vem a fase do
clownismo, onde a pessoa adota comportamentos estranhos e infantis. E torna-se
irresponsável, com a conduta do corpo assumindo posturas bizarras. A terceira etapa
envolve reações passionais, expressando emoções intensas como felicidade, amor ou
medo. Durante esse período, a dramatização atinge seu ponto máximo. Por fim, a
resolução ocorre em um estado de delírio, com uma pessoa confusa, falando de forma
incompreensível, irracional, e revelando segredos pessoais.

Texto 11. SÓFOCLES. Édipo Rei.

A trajetória do protagonista, Édipo, é delineada por uma sucessão de eventos


desafortunados, anunciada por uma profecia. O oráculo, depositário de uma verdade
inescapável, anuncia que Édipo está fadado a assassinar o próprio pai e desposar sua
mãe. A busca por evitar a profecia, paradoxalmente, conduz Édipo diretamente ao seu
cumprimento. O trágico desenvolvimento evidencia uma inevitabilidade irrefutável,
revelando o entrelaçamento complexo entre a vontade divina e o livre-arbítrio humano.

Você também pode gostar