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BASE INTRODUTÓRIA

(INQUERÍTO VIVA)

 O Brasil vem passando por um processo de transição epidemiológica no qual vem


ocorrendo a diminuição das doenças transmissíveis concomitantemente ao
aumento das doenças não transmissíveis e, principalmente, dos acidentes e
violências (GAWRYSZEWSK, KOIZUMI, MELLO-JORGE, 2004). Diante deste
cenário, os acidentes e violências tornaram-se problema de saúde pública em
virtude da magnitude e gravidade das lesões que ocasionam. São responsáveis por
provocar mortes prematuras, incapacidades definitivas, sobrecarga nas demandas
assistenciais. Além disso, geram custos econômicos e sociais crescentes. Embora
os acidentes e violências não sejam problema exclusivo do setor saúde, é sobre
este setor que recai o maior impacto (MINAYO, 2005)
 Para aprimorar o conhecimento sobre o perfil epidemiológico das causas externas
no Brasil, como também nos estados e municípios, foi implantada a vigilância
desses agravos.

 Antes, o conhecimento do perfil de acidentes e violências era obtido,


especialmente, por meio de dois sistemas de informação em saúde: o Sistema de
Informação sobre Mortalidade (SIM) e o Sistema de Internações Hospitalares do
Sistema Único de Saúde (SIH-SUS).

 Entretanto, sabe-se que muitos dos casos de acidentes e, principalmente, de


violências, não levam ao óbito e nem geram internações. Consequentemente, os
casos que necessitam de atendimentos ambulatoriais e/ou de urgência/emergência
não são captados por esses sistemas, o que colabora para tornar estes eventos
ainda mais invisíveis. Por isso, a magnitude das violências ainda é muito
subestimada.

 Em 2006: o Ministério da Saúde implantou o Sistema de Vigilância de Violências


e Acidentes (VIVA),

 OBJETIVO: conhecer a magnitude desses eventos no cenário


epidemiológico do País.

ESSE SISTEMA É DIVIDIDO EM DOIS COMPONENTES

1) Inquérito VIVA - vigilância pontual que visa a conhecer a magnitude dos


acidentes e violências em unidades sentinelas pré-estabelecidas nas capitais do
Brasil.

2) VIVA Contínuo - vigilância contínua que visa a conhecer a magnitude das

violências doméstica, sexual e/ou outras violências, e também o perfil das vítimas
e dos autores da agressão, através dos serviços de INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO 4 saúde.

 O VIVA vem acrescentar dados referentes a esses agravos para complementar e

possibilitar uma melhor compreensão desse grande problema de saúde pública; e,


consequentemente, propor intervenções e políticas públicas voltadas à realidade
local, com vistas à efetivação das ações de prevenção, promoção da cultura de
paz e controle deste evento tão relevante em nossa sociedade (BRASIL, 2009).
 A vigilância epidemiológica de violências e acidentes vem complementar as

análises epidemiológicas já realizadas com os dados dos sistemas de


mortalidade e de morbidade hospitalar, revelando mais detalhes sobre as
características da vítima, circunstâncias do evento e do provável autor da
agressão. É uma estratégia útil para detalhar os casos menos graves e sobre
os quais não existiam dados, pois se refere aos casos que não seriam
registrados pelos tradicionais sistemas de informação em saúde do país, além
de revelar a violência doméstica e sexual, que ainda permanece velada em
nossa sociedade

CONCLUSÕES

 O sistema de vigilância de violências e acidentes – VIVA - é um importante


instrumento para a vigilância e monitoramento dessas ocorrências.
 Por meio dessas informações, poder-se-á propor ações de intervenções mais
efetivas, no âmbito da saúde, para o enfrentamento a esses agravos.

EX: A proporção de atendimentos por acidentes foi maior do que os


atendimentos por violências. Homens e adultos jovens foram as principais
vítimas tanto em acidentes quanto em violências. Nos atendimentos por
acidentes, a proporção de crianças foi maior que em atendimentos por
violências, indicando a importância das ações educativas e de prevenção de
acidentes voltadas para este ciclo de vida.

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