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Produção de isômeros do

ácido lático por diferentes


bactérias

LUIZ CARLOS BASSO


ESALQ/USP
INTRODUÇÃO
•Os Lactobacillus representam a maioria dos isolados bacterianos
da fermentação alcoólica, causando grande impacto no
rendimento do processo industrial
- consumo de açúcar para biomassa e metabólitos
bacterianos
- problemas operacionais

• Essas bactérias podem produzir dois diferentes isômeros óticos:


D(-) e L(+)-lactato, em diferentes proporções.
A FERMENTAÇÃO ALCOÓLICA

Açucares
Glicólise

Piruvato Etanol + CO2


A CONTAMINAÇÃO BACTERIANA

Açucares
Glicólise

Piruvato Etanol + CO2

L-lactato desidrogenase D-lactato desidrogenase

Bactérias
L-lactato D-lactato
Racemase
OS DOIS ISÔMEROS ÓTICOS
DO ÁCIDO LÁTICO

COOH COOH

HO - C - H H – C - OH
CH3 CH3

L - LACTATO D - LACTATO
QUAL O INTERESSE NOS ISÔMEROS?

Utilização dos isômeros com finalidades taxonômicas


para identificação de linhagens de bactérias láticas

Produção de ácido polilático, um plástico versátil e


biodegradável

Incremento do isômero L(+)-lactato nos alimentos


fermentados destinados à alimentação humana
QUAL A IMPORTÂNCIA DOS ISÔMEROS
NO PROCESSO FERMENTATIVO?

A produção de ácido lático já é empregada para se


avaliar a contaminação bacteriana

Kits para a dosagem enzimática estão sendo


utilizados, mas dosam apenas o L-lactato (mais
baratos)

Quais dos isômeros melhor se prestaria para se


correlacionar com a contaminação bacteriana?
OBJETIVOS

Avaliar Lactobacillus isolados de ambiente


industrial quanto às produções dos
isômeros D(-) e L(+) do ácido lático, na
busca do indicador bioquímico da
contaminação bacteriana.
METODOLOGIA
Avaliou-se 17 linhagens de Lactobacillus, isoladas de processos
industriais de produção de etanol, pertencentes à coleção da Fermentec.

FT008B L. fermentum FT282B L. fermentum


FT059B L. plantarum FT292B L. fermentum
FT085B L. plantarum FT337B L. plantarum
FT086B L. plantarum FT382B L. plantarum
FT124B L. fermentum FT383B L. fructosus
FT188B L. buchneri FT401B L. fructivorans
FT209B L. vaccinostercus FT421B L. fructivorans
FT243B L. fructosus FT432B L. fructosus
FT260B L. coryniformis
METODOLOGIA
•Condições de cultivo: Bactérias cultivadas por 24 horas à 32ºC
em meio líquido (pH=6,5) contendo 0,5% peptona - 1% glicose -
1% frutose - 0,5% extrato de levedura - 0,2% K2HPO4, - 0,02%
MgSO4 e 0,001% MnSO4.

• Crescimento bacteriano: avaliado pela absorbância a 600 nm

•Ácido lático (total): cromatografia líquida de alta eficiência


(CLAE).

• Isômeros D(-) e L(+) do ácido lático: espectrofotometria ao


UV, mediante reações enzimáticas empregando-se
desidrogenases lática estereoespecíficas
RESULTADOS: lactato em ppm e crescimento em DO 600nm

CÓDIGO ESPÉCIE LACTATO (TOTAL) D - LACTATO L - LACTATO CRESCIMENTO


FT 008 B L. fermentum 5.340 3.040 2.300 2,36
FT 059 B L. plantarum 8.810 5.960 2.850 1,97
FT 085 B L. plantarum 6.080 170 5.910 1,60
FT 086 B L. plantarum 10.800 7.960 2.840 2,57
FT 124 B L. fermentum 4.930 4.930 0 2,30
FT 188 B L. buchneri 5.830 3.170 2.660 2,22
FT 209 B L. vaccinostercus 6.110 1.830 4.280 1,52
FT 243 B L. fructosus 5.530 190 5.340 0,94
FT 260 B L. coryiformis 5.320 70 5.250 1,13
FT 282 B L. fermentum 5.540 3.270 2.270 2,50
FT 292 B L. fermentum 5.980 3.590 2.390 2,46
FT 337 B L. plantarum 9.000 6.050 2.950 1,85
FT 382 B L. plantarum 6.490 0 6.490 1,02
FT 383 B L. fructosus 5.660 2.620 3.040 1,43
FT 401 B L. fructivorans 8.880 5.550 3.330 1,91
FT 421 B L. fructivorans 5.320 3.050 2.270 1,44
FT 432 B L. fructosus 5.350 2.950 2.400 1,38
RESULTADOS

CRESC. D-LACATO L-LACTATO

14000
LACTATO (ppm) - DO X 1000

12000

10000
8000

6000
4000

2000

0
FT086B FT124B FT382B FT282B
RESULTADOS
FT 282 B FT 086 B

3.0
2.5
DO (600nm)

2.0

1.5
1.0
0.5 R2 = 0.087
0.0
0 2500 5000 7500 10000 12500
Ácido Lático Total (D+L) (ppm)
RESULTADOS

3.0

2.5
DO (600nm)

2.0
1.5
1.0
0.5
R2 = 0.487
0.0
0 2500 5000 7500 10000 12500
D - Ácido Lático (ppm)
RESULTADOS

3.0
2.5
DO (600nm)

2.0

1.5
1.0

0.5
R2 = 0.481
0.0
0 2500 5000 7500 10000 12500
L - Ácido Lático (ppm)
CORRELAÇÃO ENTRE CRESCIMENTO
E LACTATO FORMADO
PARA UMA BACTÉRIA ISOLADAMENTE

Crescimento bacteriano

Lactato total, D ou L (ppm)

NÃO É O CASO DA FERMENTAÇÃO INDUSTRIAL


CONCLUSÕES
• O teor do L (+) lactato é o que menos se correlaciona com a
contaminação bacteriana

• O teor de acido lático total (L + D) ou do isômero D mostram


melhores correlações, mas pouco significativas

• Para uma comunidade bacteriana oscilante, como ocorre no


processo industrial, os teores de ácido lático (total, D ou L),
podem não refletir a intensidade da contaminação

• No entanto somente a soma dos isômeros D e L evidencia o


consumo de açúcar pelas bactérias

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