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ELEMENTOS DE LIDERANÇA
[ J. ~l A I .\ ]
O líder
QunJidatlPM U;l!ÜC::tl! . . . . . . . . • . . . , . • . . . . . • • . . . • 16
QualldadPM subMtanciaiM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Qualidades accessórias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
Tipos de líder . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . 19
Treinamento de líderes . . . . . . . . . . . . . . 20
Mapas de caracterfsticos das idade11 28
O líder e a comunicação . . . . . . . . . . . . 32
O exercício da liderança
Planejamento 3G
Organiza<;ào 3fi
Co mando . . . . 37
Coordena<;ào .. 40
ContrOle .. . . . . . . . 40
Liderança de grupo
O grupo . . · . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
Funcionamento de um grupo .. . . . . . 48
011 o bjetlvoe . . . . . . . . . . . . . . 50
011 processo" de ~Gào ,.. .. . . .. . . .. . . 50
O grupo e o Indivíduo . . . . . . . . . . . . . . 51
o,. grupos mai11 eflcl!!ntes . . . . . . . . . . . . . . 52
O que >~e deve >~aber a respeito do grupo . . . . 52
As t4!cnl cas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
Dlscu88ão em pequenos grupos . . . . . . . . 53
:M4!todo de !racionamento . . . . . . . . . . . . . . . . 56
Grupo de .. cochicho" . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . 5S
Simpósio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5S
Discussão em painel . . 57
Audiência de comissão . . . . . . . . . . . . 58
Preleção . . . . . . . . . . . . • . . . . . . . .. . 59
Discussão llvre . . . . . . . . . . . . . . . . .. . 61
Grupos de Idéias . . . . . . . . . . . . . . ,. . . . . . . . . . 62
A vallação .. .. .. .. .. .. ,. . .. .. .. .. .. .. .. 62.
E para terminar . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . 65
Blbllogratta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
Por Que. o Sapo dá Pulos?
Sempre ouvi dizer que "a necessidade faz o sapo pu-
lnr". Não posso garantir a validade científica da afir-
mação, porém não resta dúvida que expressa alguma
realidade. Êsses ELEMENTOS DE LIDERANÇA são
o resultado de uma 11ecessidade.
IMPRESSO NAS Agora .•ó rPsta t'er .~e o sapo continua a pular.
OFICINAS DA
ÇASA PUBLICADORA BATISTA Luís Schettini Filho
,
JESUS COMO LIDER
O líder sabe conduzir as pessoas pelos caminhos
que prepara. Dêsse ponto de vista Jesus foi líder per-
feito . A comprovação está nas conseqüências de seu
convite àqueles a quem encontrava: "Segue-me".
Jesus empregou cerca de trinta anos treinando,
num processo de prepara4;;ão para trabalhar ativa e
ostensivamente dm·ante três anos apenas. Gastou
tl'inta anos vivendo entre as pessdas: "E habitou en-
tre nús e vimos a sua glória" (João 1 :1-t). Jesus gas-
tava grande parte do seu tempo vivendo com as
pessoas: conve1-sando, comendo, ensinando. Foi ci'Í-
ticado como súi acontecer crlm qualquer líder.
Xo grupo dos doze que Jesus ot·ganizoJ, havia
os mais va1·iados tipos de personalidade, com as quais
êle teria de lidar, ensinando cada uma a atingir o
seu. ideal.
Geralmente temos duas idéias erradas a respei-
to dos apóstolos. Pensamos que eram homens ex-
cepcionais e profundamente 1·eliigosos . Por iss1)
mesmo muitos têm n idéia de que para ser discípu-
lo de Jesus é necessú1·io fazer coisas espetaculares
c dramáticas. Os apóstolos eram homens como to-
dos ós outros. Cada um dêles tinha, enJretanto,
suas características distintivas. Reunidos em gru-
po, necessitavam de set· compreendidos, orienta-
dos e ajudados para que o grupo através de sua
a tiv.idade, a tingisse seus objetivos . Para isso ne-
cessitava,IU ~~ um ~ider que compreendesse · tôdas .es•
sas coisas · e ·sou.Desse ·prc:>porcionar .a cada. um oca-·
10 LUIS SCHETTINI FILHO ELEMENTOS DE L;.IOERANÇA 11
sião de agir dentro da esfera de suas possibili~at!es. Jesus três vêzes a pergunta: . "Pedro, amas-me ?"
~enhum dêles foi anulado em suas ca~acter1s.h~as Do mesmo modo quando· t·ecebeu, em . visão, or-
pessoais, pelo contrário, ~es~s. os aproveitava sabJU- dem de Deus para matar e comer animais consi-
mente. Basta examinar mdtvrdualmente certos as- derados imundos pelos judeus, somente após a ter-
pectos da vida de alguns apóstolos. ceira Ol'dem repetida é que se convenceu de que
André, por exemplo , era modesto, prático, co- Deus tinha razão.
rajoso . Foi ele o primeiro discípulo convidado por ~o grupo dds discípulos Pedro representava o
.Jesus. Teve coragem de aceitar o convite sem ter indivíduo tendente a monopolizar, tanto que, em
um outro exemplo pnrn aferir a sua decisãú. En- muitas ocasiões ele aparece falando por todos . Je-
tretanto era homem recatado, não gostava de falm· sus, entretanto, tentava canalizar tôdas essas po-
em público, pelo menos não e.st~va interess.arlo em tencialidades para resultarem em saldo positivo.
set· ouvido por grandes mulhdoes. Preferia ~alar Jesus aceitava os seus discípulos .como eles ernm.
às pessoas individualmente. Era ho.mem que tmha estimulando-lhes as virtudes e corrigindo-lhes os
pouco para dizer, porque estava m.mto o~upado .:m defeitos, pacientemente, porque um lídet· nunca per-
fazct· as coisas. Sempre estava h gado a ocaswes de a paciência.
imporlant~s. Tinha a habilidade ?e ver ~ opor~u
nidadc das coisas. Foi êle quem vm nos cmco paes Já Tiago manifeslavn cnraclei'Ístico·s bastante
e dois peixes de um menino a possibilidade de ali- diferentes. Era calmo. ~ão linha os rompantes de
mentm· ttma multidão . Pedro. Seu nome geralmente aparecia ao lado do
de Pedro e .João em conexão com episódios signifi-
E Pedro? Pedro era homem do mar, portanto ca ti vos. Irritava-se com pequenas coisas que con-
afeito aos momentos de violência. Era tempestuo- trariavam sua maneira de encará-las. Exemplo dis-
so como o oceano . Quando muitos _vêem apenas so foi o pedido que fêz a .Jesus para mandar fogo do
característicos negativos nas pessoas, .Jesus desco- céu pàra destruir os · samaritanos. Era ambicioso.
bre ~s ·potencialidades positivas. Foi com<;> agiu I~le e João -queriam assentar-se-ao lado de Jesus no
com relação a Pedro. O falo de lhe h·ocar o nome seu• ·Reino . E. como que uma lição da história, o
de Simão para Pedro (rocha), mostra o que ~le an- primeiro discípulo a motTer foi Tiago, sendo .João
tevia em Simão. Era üma oportunidade que lhe o último. Porém, quando Herodes, no intúito de ga-
dava. nhar popularidade, quis matar o líder da "heresia"
Pedro era homem arrojado: houve ocasião em conhecida como a igreja cristã, escolheu a Tiago.
que desejou andar sôbre o mar, enquanto os ou- Assim cada um dos doze apresentava suas pe-
tros discípulos se deixavam dominar pelo_ mêdo. · culiaridades. E Jesus os aproveitou a lodos num
Em contraposição Pedro era homem que <temora- esfôrço de encarregat·-lhes das mais diversas tare-
va a aprender ou, pelo menos, a aceitar as coisas. fas. Jesus era líder perfeito, pois trabalhando com
Para afirmar seu amor a Jesus, precisou ou:vir :de instrumentós tão .diversos soube . aproveitá-los · a
~LEMENTOS DE LIDERAN~A
12 LUIS SCHETTINI FILHÓ
líder é um fenômeno de emergencia na \;da do
parth· exatamente dos elementos que tinha à dispo- grupo".
sição, valorizando a personalidade humana e le-
vando o grupo que liderava a atingir seus objetivos. O líder é um indivídud que, sem impor, tem a
habilidade de impor-se perante o grupo, sem fazer
CONCEITO DE LIDERANÇA tudo em lugar de todos, mas que leva cada um a
realizar-se dentro do grupo através da ação coor-
A. conceituação de liderança só se lornarit cla- denada. O líder é, sobretudo, aquele que serve.
nuuente explicita quando especificarmos e exami- :\'ão existe conceito mais cristão do que êste. A pa-
nannos as atribuições do líder. Dêsse modo poder- lavra de Jesus expressa essa verdade: "Eu vim para
se-ia dizer que líder é aquêle que planeja, organi- servir e não para ser servido'' .
:za, cdmamm, coordena e controla.
Essa conceituação é de tal amplitude que in;
clui tôdas as atribuições do líder. Ser líder é mais
do que "fazer funcionar o pessoal", conforme que-
rem alguns.
Antecedenu<j a essas atribuições, entretanto,
lemos de mencionat· dois fatôres que determinam
e identificam o líder: (1) a preeminência e (.2) a
influência.
O líder é, antes de tudo, um elemento que se
sobressai no grupo e que exerce influência sôbre os
demais. Quais os requisitos para se exercer, fun-
cionalmente, essa liderança'? São dois: (1) domí-
nio e utilizaç~io dos métodos -de atuação sôbre a
conduta humana e (2) conhecimentd das moti"a-
ções do comportamento humano no trabalho, isto
é, conhecimento das causas que levam as pessoas a
agir dessa ou daquela fôrma.
Isso indica a necessidade de se estt~dar os ca-
racterísticos da pessoa humana, como exige que se
tenha as qualidades que oferecem possibilidades de
utilização· de formas de ação e métodos que iiifluên-
ciem ·a comunidade. E' importante lembrar· que "o
O LiDER·
O líder deve possuir um certo número de qua-
lidades imprescindiveis à sua ação. Essas qualida-
des têm uma faixa de variação e sempre que são
relacionadas recebem a influência de seus autôres,
que não se podem manter infensos às suas prefe-
rências e aecessidades pessoais. Entretanto há qua-
lidades que devem ser constantes no líder, carian-
do apenas o grau de intensidade e· perfeição.
As quaUdades aqui mencionadas se restringem
às necessidades de uma Uderança tendo em vista o
nosso ambiente evangélico.
As qualidades do líder estão relacionadas em
três grupos que se completam. A divisão que fa-
zemos tem uma finalidade mais didática que pro-
priamente de estabelecer uma diferença entre elas.
QUALIDADES BÁSICAS
Religiosas
Para uma liderança cristã é necessário uma ge-
fmína conversão ao Evangelho de Jesus e uma con-
seqüênte visão da missão profética do cristão, que
se expressa num acentuado espírito de serviço.
Morais
O caráter é qualidade básica para o líder. Nada
existe substitua um caráter íntegro para conseguir
a confiança das pessoas e dos grupos. As pessoas
precisam dizer a respeito do líder: "Podemos con-
16 LUIS SCHETTINI FILHO ELE"~E.N.TOS.·. Ç)E·. LJI:>E~A.N_ÇA
fiar nele". E isso mio será di lo de um homem de QUALIDADES_ ACÇ:eSSóR_IAS ·- __: : .:. _ :-
caráter defeituoso.
Conhecimento das ; f.un-ções ·essenciais . da org~~
E' preciso que o líder seja pdssuído de um sen-
timento de eqüidade, lealdade e entusiasmo. Deve nização ~ - . ·. ~ :> ..), . - ~- .:·
ser um individuo respeitadoe do próximo. Essa qualidade. aplicada ao ambiente . das~ igi·~-~
. as significa que o líder não pode desconh.ecer_ a
QUALIDADES SUBSTANCIAIS !sU:.utura em que se movimenta. a sua - orgamz~~ao,
também a mecânica dessa estrutura .no am-
Capacidade administrativa ~~:::onacional . .Isso .é- imprescindive~ ~~ra .c nar:-co:
Resume-se · nos elementos que ci ta mos como dições de coordenação. e ter uma vlsao de conJunL !
auxílio ü conceituação de liderança e que serão dis- da obra total a ser fella.
cutidos ponnenorizadamente quando falarmos do
"exet·cicio da liderança". São: planejamento,. or- Saúde física e menta·l
ganização, comando, coordenação e con trôle.
De certo modo essas qualidades funcionam
Capacidade técnica como base de tôd~s as outra~, p~is· qualquer u~: .
delas será afetada .na sua . aphc~ç.ao · q~ando -. a. sau, .
Isso significa conhecimento do setor onde se de é deficiente.
tem de exercer a lideran<;.-a. Quanto mais próximo
da execução dos planos estiver o lídet·, tanto maior Coragem
a necessidade de conhecimentos técnicos para
ol'ientar o trabalho a ser feito. E' necessário ainda Principalmente ·sob o aspecto moral. Signific!l
um mínimo de conhecimentos técnicos do funcio- a maneira de agir com determina~~o, tomar P?Sl·
namenld dos vários setores da organização onde se -o ao lado dos interêsses da coletiVJdade. O m:edo
desenvolve a lidet·ança pam que haja condições ça · · l l'd
e a tibieza destroe.m um posstve . 1 .er · , .- · ·
de avaliação dos resultados.
O conhecimento da técnica do tt·abalho exe- Decisão ·:·
cutado- pelos liderados oferece ao lider oportunida-
s .. de~ididó.-~quêlé""que sabe .d que está faze~~ ~·
do ~o!verter . dúvidas e1Tl decisão, poss.ibili~ades -.
de de solicitat· a execução das tarefas no tempo há-
bil; isto é, ele terá noção do tempo em que as tare-
fas poderão ser executadas porque conhece as difi- em· Ie
. al"dades
I d · - hder~
, e' a tarefa de um verdadeiro -
culdades do trabalho. Falando sôbt·e o assunto, diz E' oportuno, entretanto, .ressaltar que a . e~lsao n_a~, ·.
Ordway Tead que o chefe deve estar preparado para deve ser apenas. uma ahtude pess9al. dc_J hde~, . mas, :
responder a pergunta: "Estamos executando o nos- deve refletir e expressar, tanto quanto .possiVel! o ·_,
so trabalho com inteira eficiência?" pensamento do grupo.
r
18 L.UIS SCHETTINI FILHO
ELEMENTOS DE LIDERANÇA
em reuruoes periódicas, todos podem discutir es- Como organizar um Curso prático de treinament() ·
sas observações para buscar as soluções possíveis de líderes
que serão experimentadas no próprio trabalho do
grupo que, por sua vez oferecerá ensejo a novas ob- As seguintes providências são úteis e decisivas
servações, dando lugar assim a um processo de no sucesso de qualquer Curso que se queira orga-
aperfeiçoamento . Dessa forma o grupo se vai auto- nizar:
treinando.
1 . Determinar para a realização do Curso uma
:Esse processo apresenta várias vantagens, pois época favorável aos seus possíveis participan-
catalogar os problemas e obstáculos enfrentados, o tes.
grupo está ativando o desejo de treinar-se como de-
terminando a direção que deve dar ao treinamento. 2. Selecionar os seus participantes. );ão é conve-
Ainda mais: tôdas as vêzes que tomamos consciên- niente que seja um número muito grande . Tal-
cia de uma situação problemática, nossa tendên, vez uma média de 30. ·
cia é nos comportar de maneira diferente. 3. Estabelecer cla_ramente os objetivos do Curso.
Entretanto essa modalidade de treinamento exi- 4. Organizar dctalhadamente o programa, do qual
ge que a indicação dos problemas do grupo seja devem constar nãd somente os temas, como
feita de uma maneira tão impessoal quanto possí- também a modalidade pela qual serão tratados
vel para não degenerar em críticas pessoais que (grupos tle trabalho, preleções, entrevistas, etc . )
destroem o espírito de grupo . i 5. :\fanler contato prévio com os possíveis partici-
Seleção I pantes, enviando-lhes todo o material informa-
tivo sôbre o Curso, como . objetivos, suas apli-
Vai depender da estrutura da organização o -I cações práticas, bibliografias e outros elementos
tipo de líder que ela necessita. Por exemplo: uma
- organização que exija presidente, secretário, tesou-
I que não somente despertem maior interesse c
entusiasmo pelo assunto e pela idéia do Curso
reiro, terá de selecionar entre seus líderes aquêles
que tinham as habilidades requeridas para exercer
j como também sirvam de uma preparação bási-
ca a fiin de facilitar a ministração das aulas.
cada uma dessas funções. ~esse contato prévid deve-se enviar um ques-
•
~
.;.:
tionál"io que terá um lugar importante na ela-
boração do programa. Trata-se de um "Questio·
nário para a avaliação de interêsse". Baseado
nas respostas a êsse questionário é que o organi-
zador do Curso preparará o seu currículo.
as diversas funções de acôrdo com as habilidades ,, Esse método é .importante para que a ênfase
que possuem. i
não esteja em responder perguntas que os inte-
!,
LUIS SCHETTINI FILHO ELEMEN-TOS DE: LIDERANÇA
·: .· -··rêssados nao ·fizeram. O Curso será muito mais Questfonário .de . avaliação
prático e interessante se girar emc tôrno de pro-
. _. -h lemas c· necessidades reais de seus participan- Qual a sua intenção ao fazer o Curso? ------
-tes. O questionário poderá ser mais ou menos
assim: Que aprendeu de mais importante?
Questionário para avaliação de interêsse
O Curso abordou os temas que você esperava ?
Curso de Treinamento de Lideres
se não, quais as omissões?
Diretor:
Como pretende utilizar o que aprendeu no Cur-
to cal Data so?
_ Marque em orde~ de prioridade os assuntos de
seu interêsse: Como poderão ser melhorados os futuros Cur-
( ) técnicas de liderança sos?
( ) planejamento de pro9ramas
(
\ ) como dirigir uma reúnião Outras sugestões
( ) publicida<.le
Há dutras providências que a entidade ou indi-
( ) utilização de materiais audio-visuais víduos podem tomar no sentido de melhorar seus
( ) técnicas de grupo conhecimentos e adquirir novas habilidades aplicá-
veis à liderança. Por exemplo: -
Outros assuntos
Enconh·os de Líderes
Os Líderes de uma mesma lÕcalidade ou re-
Como líder, meus principais problemas são-
·- gião, poderão manter encontros periódicos para tro-
car experiências, apresentando problemas peculia-
res de seu trabalho, ocasião quando poderão sur-
Nonte-------------------------------- gir soluções aproveitáveis. Pelo menos êsse méto-
do nos coloca em contato com novas situações e
. Endereço
6. Proceder a uma avaliação do Curso, que pode ser
·obtida p~las respostas · d.os . participantes a um
j suas prováveis soluções.
Correspondência
Uma ouh·a providência é manter correspon-
· questionário nos seguintes têrmos: dência com líderes de outras regiões, fazendo inter-
ELEMENTOS DE LIDERANÇA 27.
LUIS SCHETTINI FILHO
. '
LUIS SCHETTINI FILHo-
34
L.
36 LUIS SCHETTINI FILHO ELEMENTOS DE LIDERANÇA . 37
líder precisa intervir no sentidd de consegui!· o seu ti vos. Isso, no entanto, requer do líder que seja um
cumprimento, existe uma flagrante deficiência de es- individuo receptivo às sugestões de seus liderados·.
truturação ou de planejamento. Isso significa que É preciso também, que diante de uma suges-
num trabalho bem planejado, estruturado e organi- tão concreta, se verifique a sua exequibilidade. Em
zado, o número de ''ordens" é reduzido ao mínimo . caso negativo, ter cuidado ue explicar ao seu autor
l'ma ~ rdem dada com eficiência deve ser: l:iara, a inconveniência de sua aplicação . Importante, con-
em Iom adequado de voz, cortez, uma ordem posi- tudo é identificar o autor da sugestão para que se
tiva. poss~ estimulá-lo.
Ao distribuir o trabalho o líder deve estar bem Fortalecer o espírito de equipe
informado da tarefa que vai dar, consciente da ca-
pacidade ua pessoa que irá executá-lo. Às vezes é Sem que haja espírito de equipe, uifíc~l será
preciso fazer uma demonstmção prática . executa r qualque1· plano de trab?lbo, P<?r. ma1s bem
elaborado que seja. Como elemento bastco para o
Incentivo desenvolvimento uo espírito u eequipe, encontra-
mos a confiança que o grupo deposita no líder .
1lá um desejo constante na pessoa humana -
É preciso ainda levar os membros do grupo
desejo de aprovação. O incentivo é o meio de satis-
fazee esse uesejo e, conseqüentemente, aumentm· a a descobrirem que os interêsses ue cada um se con-
tooperação dos liderados. É necessário, entretanto, fundem com o interesse da prganização a que per-
comedimente no elogio, para que êle seja valori- tencem. Tudo o que pt·ovoque a unidade do grupo,
zado . é benéfico para o desenvolvimento do ~rograma de
ação estabelecido. Por exemplo: a adoçao de emble-
Obter sugestões mas, uistintivcs, etc .
.-\ liderança democrática pede que os membros Manter a disciplina
do grupo participem tanto na determinação das me-
);ão se confunda disciplina com pum..çao . ~in
tas a atingir, quanto no estabelecimento dos processos
de trabalho. É mais importante coordenar o pensa- guém vive sem disciplina. I~so é ve~dade tanto na
mento do grupo sintetizar suas sugestões, do que im- vida indiviuual quanto coletiva. É Importante ter
por uma idéia que ainda não foi assimilada pela em mente que o- termo disciplina, deriva de. d~c~· ·
maioria. pulo. Ora, o líder que procura manter a dJsclph-
na no seu grupo está simplesmente mantendo re-
Assim a obtenção de sugestões torna-se método lações de professor para alunos, o que implica em
excelente não só para aperfeiçoar o programa de pacit!ncia, orientação, serviço.
ação, como para estimular os membros do grupo As dificuldades relacionadas com a aplicação
a se empenhare111 mais na realização de seus obje- de medidas disciplinares decorrem mais da maneira
'· 40 LUIS- SCHETTINI FILHO ELEMENTOS DE LIDERANÇA
-de aplicá-las· do que · mesmo de sua própria neces- vidade, uma idéia de apt·oveitamento ou dos pún-·
sidade. tos fracos da execução.
Coordenação Presidência de reuniões
É harmonização. É não se perdet· em porme- As reuniões são veículos de coordenação do tra-
nores, mas dar lugar ad fundamental. É dar as de- lwlho. Seu resultado positivo, em grande parte,
vidas propot·ções às várias fases do planejamento. cs lá em função da sabedoria na sua direção. Há
Cada setor ele atividade da organização tem de cres- vári<5s aspectos que devem set· definidos e sistema-
cer harmônicamente com os demais para que haja tizados para que uma reunião desempenhe sua fi-
equilibrio de desenvolvimento. nalidade.
Para que isso aconteça é necessário que haja As reuniões podem contribuir para a obtenção
comunicação sistemática entre os responsáveis pe- de uma opinião coletiva, modificar o ponto de vista
·lds vários setores, o que se pode proporcionar atra- de algum membro do grupo, fortalecendo assim o
vés de· reuniões de comissões. ~entido de equipe du analisar situações que exijam
uma -;olução em conjunto.
Contr:õle Algumas providências tomadas a tempo con-
tribuirão para o exito de uma reunião:
Controlar significa verificar se tudo corre de
acôl'<lo com o programa traçado. Significa desco- 1. Prepanu· adequadamente o ambiente onde se
brir as falhas para, em seguida, fazer as adaptações processará a reunião.
ou empreender as transformações indicadas. 2. Preparar cuidadosamente a agenda da reunião
O contrôle deve ser exercido mais sôbre os fa- de modo que os participantes possam tomat· co-
tos que sôbre as pessoas. Há várias maneiras de nhecimento dela com a devida antecedência a
contro'lar a execução de um plano de trabalho, de- fim de terem o tempo necessário para o seu
pendendo da natureza de cada ativídade. Para o exame.
tipo de "organizações" que temos em _nossas igre- 3. Demonstrar esfôrço e interêsse em compt·een-
jas, acreditamos que uma forma eficiente de man- der o que os participantes querem realmente ex-
ter o contrôle é através de relatórios sistemáticos pressar .
dos responsáveis pelos diversos setores, discutindo- -4. E vi ta r que a t·eunião -se proldngue demasiada-
. os em cdnjunto à luz dos objetivos comuns e totais mente, exigindo dispêndio exagerado de energias
da organização. na consideração dos assuntos.
O sistema de gráficos para indicar o progres- É preciso que haja equilíbrio entre o tempo
so, as realizações c as conquistas do programa de dedicado à análise dos problemas e o tempo sepa-
~ção, poderá oferecer, com maior nitidez e ·objeti- l.·ado à "criação" de idéias du soluções.
LUIS SCHETTINI FILHO ELEMENTOS DE LIDERANÇA
Há três atitudes básicas que se podem adotar no Um proveitoso exercício para o líder é; apóS.:
desenrolar de uma reunião: as reuniões, proceder a uma avaliação para aquila-
(1) Formular perguntas sem proposições afirmati- tar os resultados, descobrindd, inclusive, novas for-
vas para estimular e exercitar a mente dos par- mas de agir em reuniões posteriores para conseguir
ticipantes a emitir suas opiniões de modo que resultados mais compensadores . Deverá verificar~
se possa, com o decorrer da reuniãó, estabe- Se o problema foi apresentado de forma razoável
lecer a média do pensamento do grupo. e precisa; se as questões apresentadas eram r ealmen-
te relacionadas com o problema em foco; Se man-
(2) O presidente poderá, através de perguntas E> teve a presidência da reunião num tom ''impes-
afirmativas, apresentar a solução do problema soal"; se a discussão foi dirigida de modo a conàu-
e, gradativamente, guiar o plenário à sua con- zir o plenário a uma solução; se procurou, em têr-
clusão. Êste é o chamado métodd do "desen- mos claros e concisos, formular o pensamento do
volvimento" . !&;se método, além de exigir grupo, como resultado do desenvolvimento da dis-
muita habilidade, nem sempre se coaduna 11om cussão; se descobriu a ocasião de formular a pro-
o espírito democrático de nossas organizações. posição representativa do pensamento do grupo .
(3) E,quadonar o problema em tôda a sua ampli- Aü conduzir uma reunião o líder, fatalmente.
tude, aproveitandó tôdas as opiniões e expe- vai encontrar os mais diversos tipos 1le pessoas ma-
riências para se chegar a um acôrdo que seria nifestando suas idiosincrasias . É p1·ecisp saber li-
a descoberta da solução . l?:sse método de "dis- dar com elas, canalizando suas pntencialidades nu-
cussão" é o mais comumente usado. ma dire~,:ão que contribua para a consecução das
Sôbre o sucesso ou fracasso de uma reumao, finalidades do grupo . De acôrdo com a observação
encontramos algumas observações interessantes nu- de Fern em seu livro "Training for Supervision in
. ma publicação da Divisão de Treinamento do "Of- Industry", encontramos, de modo geral, sete tipos
fice of Personnel" do :vtinistério da Agricultura dos de pessoas num grupo de discussão: o palrador, o
Estados Unidos da América do Norte . Um dirigen- discutidor, d autoritário, o silencioso, o nervoso, O'
1e de reuniãó terá sua eficiência comprometida critico e o teói'Íco.
quando: expressa sua opinião como chefe; procura Secretaria de reuniões
impor suas idéias ao grupo; atropela e precipita a
discussão desde o princípio; consulta ostensivamen- Vm dos trabalhos importàntes do secretál'io é a
te o relógio; formula muitas perguntas que com- ata. Conhecemos muitos secretários que não têrn
portam respostas apenas "sim" ou "não"; demora a mínima idéia de como confeccionar uma ala . E
em tópicos demasiadamente longos na discussão; isso, às vêzes, dificulta bastante a produtividade do
estabelece paralelos entre os participantes da reu- grupo.
nião; dissolve a reunião sem qualquer espécie de Que é uma ata? Ata é um registro fiel e com-
súmula. preensivo do que se passa na sessão, e não peça li-
r
LUIS. SCHETTINI FILHO
ELEMENTOS DE LIDERANÇA 45-
terária ou um umontoado de elogios. A ata deve ser
registrada no livro competente, que precisa de ter-. está "combuição". Se a ata já estiver assinada, a
na página inicial, o "termo de abertura". O livro correção se fará na ata seguinte.
deve ser marginado e ter tôdas as suas púginas ru- O livro de atas deve ter, pelo menos, dois centí-
bricadas pelo presidente. metros de mar·gem. ~a margem direita registra-
As atas devem ser redigidas. se possível, na mos o título dos assuntos tratados no corpo da ata ..
ocasião da reunião para ser lida nu final . Se isso Isso facilitará bastante consultas postel'iores.
não fór possível, no dia seguinte deverá o secretá- Diretrizes gerais ·
rio já proceder à redaç~io, pois isso o ajudará bas- Dando ênfase a alguns aspectos mais impor-
tante a redigi-la com fidelidade. tantes já mencionados, apresentamos algumas ob-
A ata deverá conter o seguinte: servações de caráter eminentemente prático, algu-·
mas delas citadas por \V. Estelita Campos em seu
1. Título da reunião. Exemplo: "Primeira reuruao livro ''Chefia, sua técnica e seus problemas".
ordinária da ... " ou "Terceira reunião extqwr-
dinária da ... " 1 . Liderar não significa primordialmente man-
2. Local, dia e hora por extenso. dar . Liderar implica em ler atribuições e res-
ponsabilidades.
3. Descrição concisa, porém dura dos principais
fatos ocürTidos na sessão. <> Dedique o tempo necessário a cada atribuição E.
responsabilidade !le acórdu con1 sua ordem de·
4. Uma proposta deve ser registrada na forma em importância.
que fui aprovada. Proposta rejeitada não figu-
ra em ata, a não ser mediante pedido do propo- 3. Esforce-se para colocar apenas uma pessoa.
nente, aprovado pelo pl~nário. responsável por um setor de atividade.
;) . Encerramento da reuniãd. 4. Seu instrumento principal de liderança deve ser·
a persuasão e, ocasionalmente, a sugestão .
~a confecção de uma ata nãei se usam pará-
grafos nem se deixam espaços vazios. Não se risca 5 . Antes de vencer os liderados, procure conven- ·
nem se apaga. Havendo algum êrro, segue-se es- cê-los.
crevendo, esclarecendo, em geral, com a palavra 6. Procure conhecer os liderados individualmen-·
"digo", e acrescendo a expressão correta. te. Isso evitará que você lhes dê tarefas além
Como se emenda uma ata? Se o secretárid em ou aquém de suas possibilidades.
vez de "contribuição", escreveu "combuição", an-
-tes ?e assinar, escreverá: "Em tempo: nesta ata, 7. O líder autêntico representa as aspirações do
na hnha 20 da folha 12, leia-se "contribuição.. onde seu grupo. Isso implica em que você deve ser·
um exemplo na sua conduta pessoal.
LUIS SCHETTINI FILHO
2. Selecionar cuidadosamente os membros do pai- são têm oportunidade de preparar novas pergun-
nel, · tendd em vista o interêsse e a capacidade tas.
para o tratamento do assunto. O método ajuda o grupo que ficaria inibido e
3 . Colocá-los em posição que possam ver-se ao ,inseguro na posição de interrogadores.
conversar, como serem vistos pela assistência. Utilização do método.
É importante observar alguns aspectos dessa co- 1. Cónviuar uma pessoa capacitada que possa res-
locaçãd. Por exemplo: não se deve colocar lado ponder satisfatoriamente as perguntas sôbre o
a lado pessoas que tenham os mesmos pontos assunto escolhido . Geralmente é necessário con-
de vista; deve-se distribuir aquêles de ânimo vidar alguém alheio ao grupo.
mais exaltado de maneira a não ficarem juntos.
Isso ajudará a incitar os mais apáticos à dis- 2. Formar uma Comissão constituída de pessoas
cussão do tema . que tenham habilidade de fazer perguntas e que
provoquem respostas objetivas e diretas.
4. O painel deve ser dirigido de modo informal' e 3. Reunir com antecedência a Co'm issão para estu-
em tom de conversa. dar a dirccão a dar ao interrogatório lendo em
5. O presidente da discussão deve intervir se hou- vista o interêsse do grupo.
ver necessidade de resumir as idéias expostas 4. Será bom promover uma reunião da Comissão
para maior clareza dos assistentes, como tam- com o entrevistado para estabelecei'! o assunto e
bém para reconduzir à discussão do rumo pre- seus aspectos mais importantes, como a duração
estabelecido. da entrevista.
6. É importante apresentar uma síntese final dos 5. É conveniente escolher alguém para relatar a
resultados da discussão. matéria, oferecendo, em síntese, os resultados
objetivos da entrevista.
Audiência de comissão
Entrevista
Consiste no interrogatório de uma pessoa por
É um método semelhante ao de " audiência de
uma Comissão, na presença do auditório. Dêsse
comissão", com a diferença de que o interrogatório
modo a Comissão torna-se o elemento de ligação
é feito por uma pessoa apenas . Nesse caso o con-
·entre o auditório e o interrogado.
trôle ou a direção a dar à reunião fica sob a res-
ÊSse processd, é por sua própria natureza, bas- ponsabilidade de uma só pessoa, que é o entrevis-
tante formal . Um bom interrogatório produz re- tador.
~ultados excelentes. Jsso, entretanto, só acontece
quando _há uma divisão de responsabilidades entre Preleção
os membros da Comissão . Enquanto uma pergun- É geralmente o método mais utilizado e, tal-
!fa está sendo respondida ós componentes da comis- vez, por isso mesmo, o que produz pouco rendi-
60 LUIS SCHETTINI FILHO ELEMENTOS DE LIDERANÇA - 61
menta; pois muitos assuntos. seriam mais bem tra- sentadas dêem sentido às palavras que êle vai
tados se aplicados outros métodos. dizer.
É um método bastante fonnal. Dá ensejo a
que se apresente um assunto sem quaisquer inter- Discussão livre
rupções. É um processo rápido de comunicação e Trata-se de um método que visa encorajar a
1transmissão de informações, entretanto, torna-se expressão livre das idéias. Tôdas as idéias devem
bastante difícil medir objetivamente seus resulta- ser aceitas sem controvérsias, excetuando as que
dos. conflituam com os objeHvos básicos da própria
Pode servir de estimulo ao grupo para ler ou existência do grupo.
discutir sôbre o assunto. Ajuda a audiência a ad- Uma discussão dêsse tipo só pode funcionar
quirir a experiência de outras pessoas, ainda que bem em pequenos grupos. É . caracteristicamente
jndiretamente. informal. Oferece ensejo de se considerar muitas
~os grupos onde existe tendência acentuada. à. alternativas para a solução do problema em foco .
passividade, o méto·do da preleção produz bons re- O intercàmbio de idéias e opiniões ajuda no fortale-
;;ultaclos. Entretanto, é inoportuna sua aplicação· cimento da união do grupo. O processo é útil quan-
quando existe no grupo resistência a idéias que vêm do os membros do grupo apresentam um certo de-
Ue "fora". · senvolvimento no seu grau de maturidade.
I
Utilização do método Utilização do método
1. É importante a preparação adequada do ambien- 1. Conhecer o assunto discutido pelo menos em
te físico. Os ouvintes devem estar cdnfortàvel- seus aspectos, fundamentais.
mente instalados para que o cansaço físico não·
lhes distraia a atenção. Também e necessário 2. Determinar com antecedência o tempo dedicado
que todos ouçam sem dificuldade o que diz o· à discussão.
orador. 3. Escolher um diretor para conduzir a reunião
2. Infarmar ao preletor sôbre o assunto, esclare- que deve zelar pelo respeito às normas prees-
cendo quais os aspectos de maior interesse do· tabelecidas.
grupo. Determinar o tempo que deve ser usa-
do, como, tanto quanto possível, dar ao orador ..t. As idéias devem ser expressas sem que se pen-
uma idéia do número de presentes à reunião. se na possibilidade ou não de sua execução.
3. Esclarecer ao orador o lugar de sua preleção no- 5 . Suspender a discussão após o tempo estabeleci-
contexto total das atividades dd grupo. do para que se passe ao processo de análise,
4. Apresentar o orador, suscintamente, porém, fa- quando o próprio grupo selecionará d que é via-
zendo-o de tal forma que as credenciais apre- vel para o aproveitamento da organização.
ELEMENTOS DE LIDERANÇA
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