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Sobre os autores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
Agradecimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
¹Agile.Pub
Sobre os autores 2
Feedbacks
• E-mail: diogo.riker@gmail.com
• LinkedIn: https://www.linkedin.com/in/diogoriker/²
• E-mail: vini.javac@gmail.com
• LinkedIn: https://www.linkedin.com/in/viniciuscampossilva/³
²https://www.linkedin.com/in/diogoriker/
³https://www.linkedin.com/in/viniciuscampossilva/
Agradecimentos
Agradecemos a toda Comunidade Ágil Brasileira representada por
inúmeros colegas que, desde a primeira versão, tem contribuído de
diversas formas.
Para referenciar algumas delas: Mariana Zaparolli, Antonio Gerent,
Andrea Murata, Guilherme Gonçalves, Samuel Cavalcante, Auri
Cavalcante, Luiz “Lula” Rodrigues, Henrique Gonçalves, Wagner
Fusca, Paulo Araújo, Jana Pereira, Leandro Lemes, Manoel Pimen-
tel, Bruno Luis, Igor Coutinho, João Reis, Thaís Rigolon, Thulio
Ultramari, entre muitas outras.
Muito obrigado também às pessoas de todas as empresas em que tra-
balhamos. Nossa vivência em diferentes contextos e situações nos
forneceram experiências práticas e embasamento para a construção
dessa obra.
Aos nossos familiares que, ao longo do desenvolvimento desse livro,
nos apoiaram para continuarmos seguindo em frente neste trabalho
e nos incentivaram para compartilharmos nossos aprendizados.
Um especial agradecimento à Paulo Caroli por sua disponibilidade
e orientação durante a construção desta obra.
E a você, caro(a) leitor(a), que está prestes a iniciar a leitura desse
livro.
Fica o nosso muito obrigado.
Prefácio: máquina do
tempo
Ah, se eu tivesse uma máquina do tempo… Você nem imagina o
que eu faria.
Eu sou uma pessoa facilitadora. Eu gosto e trabalho com facilitação
de reuniões e workshops. Dois dos meus livros mais conhecidos são
Lean Inception e FunRetrospectives.
O primeiro é sobre como alinhar (facilitar) um grupo de pessoas
em um workshop colaborativo, de alguns dias, sobre o produto ou
a solução a ser desenvolvida.
O segundo aborda estrutura e várias atividades para organizar e
conduzir (facilitar), de forma muito eficiente, reuniões de retrospec-
tivas, de construção de equipes ou de futurospectivas (alinhamento
sobre perspectivas futuras).
O que ambos os livros têm em comum? Foram escritos sob a
perspectiva de uma pessoa facilitadora (eu), baseados em minha
experiência profissional.
Assim como você, eu gosto de facilitação. Mas, diferente de você,
eu não tive a oportunidade de ler este livro sobre facilitação antes
de experimentar minhas facilitações de workshops e reuniões.
A líder servil (que coloca as necessidades das outras pessoas em
primeiro lugar e forma equipes colaborativas), a líder facilitadora,
a nova líder. Infelizmente, décadas atrás, não falávamos sobre isso.
Essas características não eram nem valorizadas, nem encontradas
em muitas das pessoas, exemplos de sucesso de liderança na época.
Felizmente, isso mudou. Servil e facilitadora são características
muito encontradas e muito valorizadas nas novas lideranças.
Prefácio: máquina do tempo 6
Inteligência emocional
Lidar com pessoas faz parte do dia a dia e muitas vezes, olha-se para
os participantes de uma reunião apenas pelo prisma profissional,
deixando de lado as questões pessoais.
Não ter essa percepção pode ser muito prejudicial para o encontro,
pois qualquer coisa dita pode engatilhar uma série de armadilhas
que podem resultar na ineficiência da reunião. Logo, a inteligência
emocional é uma das primeiras e mais importantes características
da facilitação.
Mayer & Salovey (1997) definem a inteligência emocional como
“a capacidade de perceber acuradamente, de avaliar e de expres-
sar emoções; a capacidade de perceber e/ou gerar sentimentos
quando eles facilitam o pensamento; a capacidade de compreender
a emoção e o conhecimento emocional; e a capacidade de controlar
emoções para promover o crescimento emocional e intelectual.”
Partindo dessa premissa, nota-se a existência de alguns alicerces
fundamentais relacionados à inteligência emocional que nos aju-
dam a perceber tanto as próprias emoções, quanto as emoções das
pessoas ao redor:
Capítulo 1: A pessoa facilitadora e as habilidades necessárias 15
• EMPATIA:
Boa comunicação
Antes de tudo, é preciso ter em mente como funciona o processo
comunicativo e quais são seus elementos principais.
Capítulo 1: A pessoa facilitadora e as habilidades necessárias 18
Teoria da Comunicação
como um todo.
Bons facilitadores se utilizam da comunicação para convidar os
participantes a terem uma discussão rica sobre o assunto e não
manipulá-los para o seu ponto de vista.
Facilitação visual
Apesar de não ser mandatória, muitas pessoas ficam intimidadas
com essa questão, pois a associam diretamente com a capacidade
artística e alto nível de perfeição. E não é nada disso.
João Reis (2015)⁶, referência no assunto, traz um ponto de vista
muito poderoso em um de seus sketches que ajuda a desmistificar
ainda mais essa questão.
⁶https://medium.com/@jreisstudio/why-visual-thinking-b69b003e50aa
Capítulo 1: A pessoa facilitadora e as habilidades necessárias 22
Organização
Além de todas essas habilidades, uma que não pode ficar de lado é a
organização. Ou seja, chegar antes do horário da reunião, preparar
o ambiente e respeitar o tempo previsto.
Um erro muito comum de facilitadores inexperientes é marcar
reuniões de uma hora de duração, mas perder minutos preciosos
por não preparar e nem testar o ambiente com antecedência.
É preciso entender que uma reunião se divide em três grandes
momentos - preparação, execução e pós-reunião - e respeitar essas
etapas é crucial para trazer mais fluidez para o encontro, como
veremos em alguns capítulos mais a frente.
Ser organizado é fundamental para que a pessoa facilitadora con-
siga desempenhar o seu papel com êxito.
Guiar as pessoas
A pessoa facilitadora deve utilizar uma abordagem na qual crie
segurança o suficiente para os participantes, deixando-os confor-
táveis para expor suas opiniões.
Iniciar um encontro com um discurso que guie o grupo para
o caminho da colaboração é essencial para a construção de um
ambiente seguro. Paulo Caroli (2020) chama esse fio condutor de
diretiva primária. De acordo com ele:
Criar conexões
Estimular a comunicação entre os participantes e garantir que
todos sejam ouvidos é indispensável para estabelecer conexões e
fortalecer a confiança do grupo.
Ter uma escuta ativa apurada é vital para que a pessoa facilitadora
consiga se utilizar dos elementos comunicativos do ambiente para
fomentar a discussão e também perceber se o objetivo da reunião
está próximo ou não.
Explorar a conversa através de perguntas é a principal e mais
eficiente ferramenta que você tem para tirar ótimos frutos de um
debate.
Bons questionamentos trazem diversos benefícios para todos. Isso
fica claro quando Manoel Pimentel (2019) diz que perguntas podero-
sas são essenciais para identificar mudanças e melhorias no aspecto
comportamental e no pensamento das pessoas.
Além de ajudar na identificação, outra grande vantagem é a me-
lhoria na qualidade das discussões. Boas perguntas fomentam
boas respostas, proporcionando assim muito mais dinamicidade e
engajamento em um encontro.
Em vista disso, sustentar as perguntas certas é a base para criar
conexões, estimular a participação e ter resultados mais aceitos pelo
grupo.
Observar e intervir
A facilitação existe justamente para evitar que uma reunião saia do
controle e saber quando e como intervir é importante para alcançar
bons resultados.
Observar e identificar elementos que vão contra a eficácia do
Capítulo 2: Os pilares da facilitação 30
Consenso ou consentimento
A discordância é algo natural e muito comum em reuniões. Muitas
vezes, ela é valiosa para se chegar a resultados mais equilibrados.
Os motivos de discordância podem variar bastante: seja uma falha
no processo de comunicação, não alinhamento com os valores
pessoais e/ou profissionais ou algum histórico de conflito entre os
participantes anterior à reunião, etc.
Dependendo do nível de discordância, alcançar o consenso pode ser
muito desgastante e caro para todos os envolvidos.
Davi Gabriel, da Target Teal⁸, descreve o consenso como “todos do
grupo acreditarem que determinada escolha é a melhor possível. Se
uma pessoa discordar ou apenas pensar que existe uma alternativa
melhor, você não terá o consenso”.
Nesse cenário, a pessoa facilitadora deve encontrar alternativas
para o encontro não ficar travado numa discussão eterna e sem
sentido. Logo, o consentimento se mostra uma opção bastante
viável.
⁸https://targetteal.com/pt/blog/elimine-as-decisoes-por-consenso/
Capítulo 2: Os pilares da facilitação 34
Portanto perceba que facilitar reuniões não é algo tão trivial quanto
parece e compreender os quatros pilares apresentados (guiar as
pessoas, criar conexões, observar e intervir, consenso ou consen-
timento) é fundamental para aperfeiçoar o objetivo e a prática da
facilitação no dia-a-dia. Não respeitá-los pode gerar consequências
desastrosas para todos (pessoas facilitadoras e participantes).
Por fim, é importante ter claro também os limites de atuação da
pessoa facilitadora para obter maior fluidez durante a condução
do encontro. Pessoalmente, é muito tentador querer participar
ativamente de todas as discussões, mas é preciso respeitar a linha
tênue entre participação e facilitação. Conduzir reuniões é um
trabalho mentalmente exaustivo e que exige bastante atenção.
Capítulo 3: Em busca das
perguntas certas
Saber sustentar as perguntas certas é a competência mais
forte de uma pessoa facilitadora. Você está preparado para
fazê-las?
Perguntas iniciais
Para iniciar discussões, boas perguntas costumam trazer um ce-
nário do cotidiano das pessoas como plano de fundo para elas
se conectarem a ponto de conseguirem visualizar a resposta mais
facilmente. A fim de ilustrar esta situação, imagine o seguinte
cenário:
Perguntas de reação
Perguntas de reação são questionamentos que ajudam a empoderar
o grupo para encontrar suas próprias soluções e melhorar a forma
como os participantes se comunicam. Ou seja, estão diretamente
conectadas com o pilar guiar as pessoas.
É por meio delas que a pessoa facilitadora conduz os participantes a
se manterem focados nos assuntos mais importantes para alcançar
o objetivo do encontro. Saber mais sobre esses tipos de questiona-
mentos é indispensável para que você consiga
reconhecer, esclarecer, desafiar, confirmar, sondar e redirecionar o
grupo.
Logo, é possível agrupa-las em três categorias (perguntas explora-
tórias, perguntas de verificação e perguntas de conclusão) que
Capítulo 3: Em busca das perguntas certas 38
veremos a seguir.
Perguntas exploratórias
As perguntas exploratórias estão conectadas com a necessidade de
investigar uma informação para trazer clareza para o grupo. Uma
situação muito comum é os participantes não se expressarem de
forma esclarecedora, gerando muitas dúvidas ou desinteresse nas
pessoas.
Em reuniões de baixo desempenho, um comportamento bastante
despretensioso dos participantes é assumir posicionamentos em
cima de informações limitadas e tomarem decisões precipitadas a
partir disso.
Perguntas de verificação
Perguntas conclusivas
Ambiente de Trabalho
Uma reunião deve ter coerência com o seu propósito. Para isso, é
importante que a pessoa facilitadora tenha em mente um modelo
simples e adaptável que se encaixe ao contexto.
Existe uma variedade de dinâmicas que podem ser utilizadas. No
entanto, este capítulo irá tratar sobre os momentos-chave de um
encontro e como prepará-los, independente do objetivo da reunião.
Antes…
Reuniões são investimentos de tempo e dinheiro. Você já colocou na
ponta do lápis o quanto custa para conduzir uma sessão? Leve em
consideração fatores como o salário de cada pessoa presente, tempo
de duração e infraestrutura necessária, por exemplo. Partindo desse
pressuposto, ter resultados eficazes se torna premissa para qualquer
encontro. Olhando por esse lado, espera-se que a pessoa facilitadora
encontre os reais motivos que sustentam a necessidade de uma
reunião.
Quando essa etapa é negligenciada, o impacto negativo é quase que
certeiro e algumas disfunções costumam acontecer. São elas:
Capítulo 5: Preparando a reunião 57
Premissas
• Quem é o público-alvo?
Vale lembrar que reuniões são apenas um meio para trazer alinha-
mento e tomada de decisão entre os participantes. No entanto, não
é o único jeito de fazer isso acontecer.
Capítulo 5: Preparando a reunião 62
Durante…
Esse é o momento em que a pessoa facilitadora coloca em prática
tudo o que planejou anteriormente, dando espaço também para
possíveis adaptações/improvisos durante o curso do encontro.
Paulo Caroli¹², referência no assunto, define essa etapa como prato
principal. Segundo ele, é o ponto mais importante de uma reunião,
composta por uma ou mais atividades e também o momento em
que o grupo discute suas anotações.
Muitas coisas estão acontecendo simultaneamente durante essa fase
e o ambiente fica repleto de informações verbais e comportamentais.
Logo, o ciclo de diagnóstico e intervenção deve estar fervilhando na
cabeça da pessoa facilitadora.
Como resultado, é muito comum precisar adaptar o plano original.
Mudanças podem acontecer a qualquer momento e não se pode
fugir delas. Sendo assim, não se apaixonar pela ideia inicial e
abraçar as adversidades é a atitude mais sensata que pode-se ter.
¹⁰http://agile.pub/facilitacao/reunioes-malditas/
¹¹https://www.linkedin.com/in/janapereira/
¹²https://www.linkedin.com/in/paulocaroli/
Capítulo 5: Preparando a reunião 63
Contextualização
Antes de começar uma reunião, é preciso trazer o tema e o contexto
do encontro para os participantes. Conforme os exemplos a seguir:
Diretiva primária
• “Para quem não sabe onde quer ir, qualquer caminho serve.
Justamente para evitarmos isso, precisamos refletir sobre os
próximos passos que queremos dar em busca dos nossos
objetivos e como isso impacta positivamente os projetos em
que trabalhamos continuamente.” (Diogo Riker)
Check-in
Safety Check
Happiness Radar
Uma Palavra
Filtragem
Dot Voting
Check-out
Antes de terminar um encontro, é muito importante que a pessoa
facilitadora planeje como será o seu desfecho. Nesse sentido, as ati-
vidades de checkout são de grande ajuda devido a sua versatilidade.
Elas podem variar desde feedbacks sobre a reunião até definições de
quem ficará responsável pelas ações levantadas durante o encontro.
Para saber qual atividade deve ser utilizada, Paulo Caroli traz uma
dica muito importante. Segundo ele, a pessoa facilitadora deve
reconhecer o que aconteceu durante a reunião para fechá-la de
acordo.
Por exemplo, se uma lista de ações foi gerada durante a reunião,
talvez faça sentido atividades relacionadas ao comprometimento
Capítulo 5: Preparando a reunião 72
das pessoas com tais ações. Por outro lado, se uma reunião não
alcançou o resultado esperado, talvez sejam importantes atividades
relacionadas a feedback para melhorar no próximo encontro.
Independente das dinâmicas, é muito importante que essa etapa
ocorra de modo simples, desburocratizado e esteja em sintonia com
o restante da reunião. Caso sejam muito complicadas, há riscos de
não funcionar pelo fato de ser o fim da reunião e o grupo estar
cansado.
Capítulo 5: Preparando a reunião 73
Fast Feedback
Depois…
Ao término da reunião, costuma-se pensar que o trabalho da pessoa
facilitadora está concluído, o que é um grande engano conforme
descrito a seguir.
É importante que todos os insumos gerados cheguem até aos parti-
cipantes para que possam ser visitados em outro momento e que o
impacto das ações ganhem escala. Em lugares mais tradicionais é
comum ter alguém responsável em escrever atas sobre o que foi dis-
cutido. Particularmente, não indicamos essa abordagem por gerar
Capítulo 5: Preparando a reunião 75
Portanto, facilitar reuniões não é algo tão trivial quanto parece. En-
tender os momentos-chaves é extremamente relevante para trazer
simplicidade e adaptabilidade do encontro para o contexto.
Caso não tenha muita experiência com facilitação, é interessante
seguir os passos apresentados para saber o que funciona bem ou
não no seu contexto e ter sempre em mente que apenas a prática
leva à perfeição.
Capítulo 6: Disfunções de
uma reunião
Identificar tudo aquilo que pode ser prejudicial para o bom
andamento de uma reunião é vital para a pessoa facilita-
dora! Você sabe o que fazer ao se deparar com disfunções?
Bate-boca e confronto.
Uma das disfunções mais difíceis de lidar. Analisem o seguinte
cenário:
Falta de timebox
Essa é uma disfunção muito comum e bastante gente reclama
quando acontece. Analise o cenário a seguir.
Reuniões de alinhamento
O título é provocativo e de forma alguma estamos sugerindo
que reuniões de alinhamento devam ser canceladas ou ignoradas.
Em busca de sua otimização, é importante trazer um novo olhar
sobre elas para encontrar caminhos para isso. Vamos a uma breve
reflexão.
Capítulo 6: Disfunções de uma reunião 88
Para quem está facilitando, essa situação pode ser muito agoniante,
sendo comum sugerir alguma ação para fazer com que o time
evolua a discussão naquele momento. Contudo, ao fazer isso, você
acaba substituindo o seu chapéu de pessoa facilitadora pelo chapéu
de solucionadora do problema. Isto faz com que, você perca uma
excelente oportunidade para estimular a autoresponsabilidade do
time em conduzir a sua própria melhoria contínua.
Esse tipo de atitude não é sustentável a longo prazo, uma vez
que quando a equipe estiver com algum problema no futuro, ela
recorrerá novamente a você. Isso reforça um ciclo vicioso no
comportamento do sistema que põe em risco a autonomia do time.
O papel da pessoa facilitadora precisa ser neutra o suficiente para
não influenciar na tomada de decisão do grupo. Ela deve estar
Capítulo 7: Aprenda com nossos erros 93
Visibilidade do timebox
Saber o tempo de duração de uma reunião é crucial para o pla-
nejamento e execução das principais atividades, evitando que o
encontro não pareça interminável e cansativo para o grupo. Além
disso, utilizar esse instrumento para gerenciar o tempo e também
adaptá-lo nas discussões que acontecem na agenda é a base para
toda e qualquer facilitação.
Capítulo 8: Dicas para se tornar uma boa pessoa facilitadora 101
Caso seja possível você pode optar pela participação por escrito.
Tenha sempre disponível materiais como post-its e canetas para
possibilitar a participação de todos. Nessa situação, é extremamente
importante manter o anonimato dos envolvidos para que as pessoas
mais introvertidas se sintam seguras. Vale lembrar que dentro de
uma mesma empresa, nem todas as pessoas possuem o privilégio
de ter um ambiente seguro para se colocar vulnerável em uma
conversa, podendo sofrer julgamentos de seus pares e líderes ou
até mesmo retaliações por parte do grupo.
Em ambientes remotos, uma forma para manter esse sigilo é pedir
para o grupo enviar a você as contribuições de forma privada. Então,
você escreve publicamente, sem identificar os participantes. Isso
reforça o enfoque no assunto e não na autoria dele, permitindo
que as pessoas não tenham a necessidade de se expor e consigam
contribuir da sua forma.
Aliado com a expectativa do resultado, a prática da diretiva primá-
ria é um excelente impulsionador que convida os participantes para
a colaboração, como descrito no capítulo “Preparando a reunião”.
Capítulo 8: Dicas para se tornar uma boa pessoa facilitadora 104
Efeito pipoca
Quando um tema é levado para discussão em grupo, dependendo da
sua complexidade, pode demorar mais tempo do que você planejou.
Nesse cenário a prática do timebox é uma excelente alternativa para
manter a discussão focada e objetiva.
O oposto também acontece! Nesse tipo de situação, é comum uma
quietude pairar sobre a sessão, indicando o término do assunto
precocemente e com bastante timebox pela frente.
Pessoas facilitadoras com experiência enxergam esse cenário como
uma excelente oportunidade para adaptar o plano inicial e otimizar
o tempo para encerrar o encontro antes do horário previsto.
O efeito pipoca é uma forma de identificar comportamentos desse
tipo no grupo. Semelhante ao preparo de uma porção de pipoca,
numa reunião temos um efeito parecido.
Vamos a estrutura básica de como os assuntos tipicamente são
discutidos:
• Conversas paralelas;
• Ausência de um posicionamento;
Intervalos regulares
Já falamos anteriormente que reuniões muito longas geralmente
não são tão efetivas, uma vez que o grupo tende a perder o foco
depois de um determinado período tendo em vista o enorme esforço
cognitivo exigido.
Apesar disso, é comum ter encontros com um timebox maior
que 1 hora de duração. Por exemplo, os workshops costumam
durar períodos bastante longos, assim como algumas reuniões de
definição estratégica de uma empresa.
Nessas situações é importante que a pessoa facilitadora defina
intervalos regulares para o grupo espairecer, esticar as pernas e
ter um tempo maior para assimilar as informações apresentadas
no encontro. Uma regra bastante utilizada por nós é intervalos de
5 minutos para cada 1 hora de reunião.
Capítulo 9: Facilitação
para reuniões remotas
Mudanças significativas no formato de trabalho trouxeram
adaptações no relacionamento dos seres humanos. O que
podemos aprender quanto a facilitações remotas?
não mente.”
Utilização da webcam
Um recurso tecnológico que amplifica a interação face a face é a
webcam. Nela, a pessoa facilitadora obtém com mais facilidade a
identificação de detalhes preciosos que podem aumentar a efetivi-
dade da comunicação durante a condução de um encontro.
Capítulo 9: Facilitação para reuniões remotas 113
em relação a câmera.
Enquanto pessoa facilitadora, tenha empatia pelas pessoas que
não se sentem confortáveis pela exposição através da webcam ou
também uma baixa qualidade de conexão à internet. O contexto de
trabalho remoto revelou que nem todas as pessoas possuem um am-
biente adequado para trabalhar em casa, bem como infraestrutura
mínima dada as limitações da região que habita.
• Acorde com o grupo que uma pessoa falará por vez, respei-
tando a ordem de quem sinalizou em contribuir;
Capítulo 9: Facilitação para reuniões remotas 115
Mandala da Facilitação
Por fim, traga a conscientização de que quando uma pessoa está re-
mota, todas também estão. Essa é uma ótima forma para caminhar
em direção ao respeito mútuo e fazer com que o processo comuni-
cativo (emissor-mensagem-receptor) funcione satisfatoriamente.
Comunicação textual
Com a necessidade de mantermos a comunicabilidade fluida por
toda a empresa, a comunicação por escrito se tornou mais relevante
e frequente. Caracterizada por ser assíncrona, a falta de qualidade
pode desencadear bastante dúvida e/ou interpretações inesperadas
de quem estiver consumindo a mensagem.
A presença de alguns elementos da língua portuguesa pode trazer
uma entonação totalmente diferente para a leitura, como pontos de
exclamações e escrita em maiúsculo, por exemplo.
No contexto remoto, as mensagens são assíncronas e quanto menos
ruído ela tiver, melhor será o entendimento dentro de um grupo de
pessoas. A formatação do texto - itálico, negrito, sublinhado - ajuda
a destacar partes do que está escrito, assim como escrever de forma
clara e objetiva.
Enquanto pessoa facilitadora, utilize-se desses artifícios com o
público, principalmente se algum assunto não precisar ser externa-
lizado de forma direta durante a sessão.
Uma dica importante para melhorar essa questão, é deixar claro o
filtro de leitura que o receptor deve ter da mensagem e também
utilizar emoticons quando possível.
Por exemplo, caso seja algo que não é tão urgente, deixe claro no
decorrer da mensagem:
Cenário 1:
Cenário 2
Aprendizados
Nos cenários apresentados, o modelo foi basicamente idêntico,
porém os resultados foram totalmente diferentes. Contudo, isso não
significa que o cenário dois é melhor que o cenário um (ou vice-
versa). Tudo vai depender do contexto e do momento em que as
pessoas e organizações se encontram.
No primeiro cenário, algo interessante foi que cada pessoa de-
senvolveu um estilo diferente na facilitação. Já no segundo, o
fortalecimento de um ambiente seguro ajudou a revelar pessoas
facilitadoras com muito potencial, além das diversas dinâmicas que
foram ensinadas.
Comunidades de Prática (CoP) são formadas por pessoas de dife-
rentes níveis de conhecimento, desde aprendizes até especialistas.
Essa mistura contribui para o desenvolvimento dos participantes,
Capítulo 10: Comunidades de Prática 129