Você está na página 1de 15

O QUE É O COMPLEMENTO SALARIAL

SEGUNDO A CLT?

Segundo a lei brasileira, mais especificamente a CLT, o


complemento salarial ou adicional salarial é um acréscimo
temporário ao salário do trabalhador que exerce suas
atividades em condições fora da normalidade.
9 situações em que o trabalhador tem direito a esse
benefício
1. HORAS EXTRAS

O funcionário tem direito a receber horas extras quando ultrapassa 8 horas diárias ou
44 horas semanais em serviço.

O tempo excedido deve corresponder, no máximo, a apenas 2 horas, com exceção


para regimes específicos, como para quem cumpre plantões.

O valor da hora extra é 50% maior do que o valor da hora regular de trabalho e valor
da hora extra em domingos e feriados vale o dobro do salário normal.
2. TRABALHO NOTURNO

O adicional noturno é conferido ao colaborador que precisa trabalhar no período da noite, ou


seja, de 22h às 5h. A porcentagem em cima do salário é de no mínimo 20% sobre o valor da
hora, ou de acordo com a previsão em Convenção Coletiva da Categoria.Para o trabalhador
do campo, o período noturno considerado é entre 21h e 5h e cada hora de trabalho vale
25% a mais do que a hora normal diurna.

3. SOBREAVISO
A situação de sobreaviso é caracterizada pelo profissional que precisa estar disponível a
qualquer momento, mesmo durante seu período de descanso, para voltar ao trabalho. Esse
adicional é equivalente a um terço do valor da hora regular de trabalho.

Entretanto, o uso de celular ou computador, por si só, não é suficiente para caracterizar o
estado de sobreaviso. A determinação da lei é de que o empregado esteja em constante
alerta, aguardando ordens e mantendo-se sob um grau de subordinação.
4. INSALUBRIDADE
Esse complemento salarial é destinado ao trabalhador quando há exposição a agentes
físicos, químicos e biológicos que coloquem em risco a saúde do funcionário. O valor desse
benefício varia entre 10% e 40% dependendo do nível de exposição, mas essa proporção é
calculada com base no salário mínimo vigente e não sobre o salário recebido.

5. PENOSIDADE
Previsto no artigo 7º da Constituição Federal, o complemento salarial de penosidade é
correspondente ao exercício de função sacrificante e incômoda, que demanda uma atenção
constante e uma vigilância fora do comum por parte do trabalhador.

As atividades consideradas penosas são aquelas que provocam algum desconforto físico ou
psicológico.
6. TRANSFERÊNCIA

O complemento salarial por transferência é direcionado ao profissional que precisa migrar para
outro município, diferente o que estava estabelecido no contrato de trabalho.

Assim, ele passa a receber 25% a mais do seu salário, enquanto durarem suas funções no novo
local. Transferido para um município diferente do que foi estabelecido no contrato de trabalho, o
empregado tem direito a receber mais 25% de salário.

O governo esclarece ainda que podem ser transferidos os profissionais em uma das seguintes
categorias:

● Mediante contrato com possibilidade de transferência;


● Colaboradores de cargos de confiança;
● Cargos em que a transferência seja uma condição implícita;
● Funcionários de filiais fechadas.
7. RISCO

O adicional de risco é direito exclusivo de funcionários


portuários, sejam aqueles que trabalham em mar ou em terra.

O valor do benefício corresponde a 40% sobre o valor do salário


por hora de trabalho regular diurna e o pagamento desse
adicional substitui os complementos de insalubridade e de
periculosidade.
8. PERICULOSIDADE
De acordo com o Ministério do Trabalho e do Emprego, uma determinada atividade laboral é
dada como perigosa quando coloca em risco a integridade física do trabalhador.

Sendo assim, aqueles que lidam com produtos explosivos, produtos inflamáveis, energia
elétrica tem direito a receber o adicional de periculosidade, que corresponde à proporção
fixa de 30% do salário pago, independentemente do tempo de exposição e sendo ele
eventual ou não.

O pagamento é condicionado a um laudo pericial realizado por médico ou engenheiro, que


deverá constatar a existência de fatores que caracterizam a atividade perigosa.

Um ponto importante é que os adicionais de insalubridade e de periculosidade não podem


ser pagos conjuntamente. Nos casos em que as condições de trabalho são perigosas e
insalubres, prevalece o adicional de maior valor.
9. FONTE CONTRATUAL OU NORMATIVA

O complemento salarial de fonte contratual ou normativa corresponde a


condições ou vantagens oferecidas aos profissionais, sendo instituídas por meio
de contrato individual ou coletivo, regulamento, norma coletiva.

Podem ser também oferecidos pelo próprio patrão como parte de uma política de
benefícios, como é o caso dos adicionais de produtividade e por tempo de
serviço.
A Lei 14.020/2020, recém publicada, trata-se da conversão da MP 936/2020 que
institui o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e Renda.

1 – Empregados aposentados – Possibilidade de redução


proporcional de jornada de trabalho e salários (Artigo 12):
É possível que os empregados aposentados pelo INSS acordem a redução
proporcional de jornada de trabalho e de salário ou a suspensão temporária do
contrato de trabalho por acordo individual escrito, quando estiverem enquadrados
nas hipóteses que autorizam o acordo individual e desde que o empregador efetue
o pagamento de uma ajuda compensatória mensal equivalente ao Benefício
Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda .
No caso de suspensão do contrato de trabalho, o empregador que
tiver auferido, no ano-calendário de 2019, receita bruta superior a
R﹩ 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais) deverá
efetuar, no mínimo, o pagamento de ajuda compensatória mensal
no valor de 30% (trinta por cento) do valor do salário do
empregado aposentado, acrescido do valor equivalente ao
Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda,
durante o período de suspensão temporária do contrato de
trabalho.
2. Formalização da redução proporcional da jornada de trabalho e do salário (Artigo 12):

Os acordos individuais de redução de jornada de trabalho e de salário ou de suspensão


temporária do contrato de trabalho Se houver celebração de convenção coletiva ou
acordo coletivo de trabalho com cláusulas conflitantes com as do acordo individual já
formalizado com os empregados, aplicam-se as condições estabelecidas no acordo
individual em relação ao período anterior ao da negociação coletiva.

A partir da entrada em vigor da convenção ou do acordo coletivo de trabalho,


prevalecerão as condições estipuladas na negociação coletiva naquilo em que conflitarem
com as condições estipuladas no acordo individual.

Sempre que as condições do acordo individual forem mais favoráveis ao trabalhador,


prevalecerão sobre a negociação coletiva.

deverão ser celebrados por escrito e poderão ser realizados por quaisquer meios físicos
ou eletrônicos eficazes.
Gestantes (Artigo 22):

A empregada gestante, inclusive a doméstica, poderá participar do Programa


Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda.

Quando ocorrer o fato gerador do salário maternidade (parto, adoção ou obtenção


de guarda judicial para fins de adoção, por exemplo), o empregador deverá
interromper o acordo para suspensão do contrato de trabalho ou para redução
proporcional de jornada de trabalho e do salário, bem como deverá comunicar o
Ministério da Economia, para cessação do pagamento do Benefício Emergencial de
Preservação do Emprego e da Renda.
Aviso Prévio (Artigo 23):

Empregador e empregado podem, em comum acordo, optar pelo


cancelamento de aviso prévio em curso.

Em caso de cancelamento do aviso prévio, as medidas do


Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda
poderão ser adotadas.
Fato do Príncipe – Artigo 486 da CLT (Artigo 29)

Não se aplica o artigo 486 da CLT, na hipótese de paralisação ou suspensão


de atividades empresariais determinada por ato de autoridade municipal,
estadual ou federal, para o enfrentamento do estado de calamidade pública e
da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do
coronavírus.

Indenização Paga Pelo Governo: Artigo 486 da CLT determina que, no caso de
paralisação temporária ou definitiva do trabalho, motivada por ato de
autoridade municipal, estadual ou federal, ou pela promulgação de lei ou
resolução que impossibilite a continuação da atividade, prevalecerá o
pagamento da indenização, que ficará a cargo do governo responsável.
Dentre os principais pontos tratados pela lei 14.020/20 e que já tinham previsão na MP
936/20 estão a possibilidade de redução proporcional de jornada de trabalho e
salário pelo prazo de até 90 (noventa) dias e de suspensão dos contratos de
trabalho por até 60 (sessenta) dias, estabelecendo em ambos os casos um auxílio
que será custeado com recursos da União (Benefício Emergencial de Preservação
do Emprego e da Renda).

Você também pode gostar