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Relatório Experimento 1 - José Roberto - QI
Relatório Experimento 1 - José Roberto - QI
Recife - 2022.1
Introdução
Sabe-se que a estrutura de um complexo metálico, ou seja, ligações entre um ácido e base de
Lewis, nesses casos tem-se um metal atuando como um ácido de Lewis, por exemplo, o íon
níquel e os ligantes atuando como base de Lewis, por exemplo, NH 3, H2O,
etilenodiamina(en), dentre outros. Em solução aquosa, temos o íon níquel 2+ formando um
complexo com ligantes H2O, obtendo uma coloração verde, mas caso ocorra uma troca de
ligantes, essa coloração mudará a partir da formação de um complexo diferente, por exemplo,
enquanto o complexo hexaaquoníquel tem a coloração esverdeada, o complexo
hexaaminoníquel apresentado coloração roxa. Além da mudança da coloração, tem-se a
mudança na força dos ligantes e pode-se estudar a natureza do efeito Quelato, onde
complexos de ligantes monodentados são menos estáveis do que complexos formados com
ligantes polidentados. Retomando os ligantes citados previamente, temos o en como um
ligante polidentado, enquanto a amina é monodentada, logo, complexos formados pelo
etilenodiamina tendem a ser mais estáveis que os formados pela amina.[1] Pode-se visualizar
as estruturas dos complexos citados anteriormente na imagem 1 a seguir, em quem temos a
indicação de qual complexo é mais estável.
Metodologia
Materiais
● Béquer de 50 e de 100mL;
● proveta de 10, de 50 e de 100mL;
● bastão de vidro;
● tubos de ensaio (3) e suporte;
● conta-gotas;
● conjunto para filtração à vácuo;
● cápsula de porcelana grande (para
banho de gelo);
● vidro de relógio;
● garrafa lavadeira;
● gelo;
● frascos para guardar o produto obtido.
Reagentes
● NiCl2.6H2O p.a.;
● NH3 conc. (d=0,91g/mL; 25-28% em massa ou 15 mol/L);
● NH4Cl p.a.;
● [Ni (NH3)6]Cl2
● HNO3 Concentrado
● Etilenodiamina 98%
● Acetona
● álcool etílico;
● éter etílico;
● solução alcoólica de dimetilglioxima (DMG) 1% m/v;
● solução 0,10 mol/L de AgNO3;
● solução 3 mol/L de HNO3;
● solução 1,0 mol/L de NaOH;
● papel tornassol vermelho e azul.
Procedimento Experimental
Pesou-se 2,5 g de NiCl2.6H2O com ajuda de um béquer e adicionou-se água destilada com o
conta-gotas, em agitação, até a total dissolução do sal. Após a dissolução, adicionou-se
gradualmente 12,5 mL de NH3 concentrado e, após resfriamento do sistema, adicionou-se a
solução que havia sido separada no início e deixou-se a solução resultante em repouso por 15
minutos, em banho de gelo. Os cristais foram, posteriormente, filtrados à vácuo utilizando
NH4OH conc. seguido de acetona. O sobrenadante foi descartado e os cristais, após secos,
foram pesados no papel de filtro pesado anteriormente.
Para a caracterização do complexo final, preparou-se uma solução aquosa estoque com uma
amostra dos cristais e dividiu-se em três partes:
1. Caracterização do Ni2+(aq)
Cuidadosamente, aqueceu-se em banho-maria (80-90°C) 10 gotas de solução estoque,
esfriou-se e verificou-se se o meio estava básico. Com isso feito, adicionou-se 3 gotas de
solução alcóolica de DMG. Adicionou-se gotas de solução de HNO 3 3 mol/L até
desaparecimento da cor rosa. Por fim, adicionou-se solução de NH4OH concentrado.
2. Caracterização do íon Cl-,
Colocou-se 5 gotas da solução estoque e adicionou-se 3 gotas da solução de AgNO 3 0,10
mol/L num tubo de ensaio e adicionou-se 3 gotas de solução de HNO3 3 mol/L.
3. Caracterização do NH3
Aqueceu-se em banho-maria (80-90°C) 5 gotas de solução estoque e aproximou-se uma fita
de papel tornassol vermelho umedecida em água destilada.
Para a determinação quantitativa dos teores de Ni2+ nos complexos, realizou-se uma titulação a partir
dos seguintes passos:
Resultados e discussões
● Parte A - Síntese e caracterização do [Ni(NH3)6]Cl2
Para obter o complexo, pesou-se 2,5003g do NiCl 2.H2O, que ao ser dissolvido em água,
apresentou uma solução de coloração esverdeada. Essa coloração é característica do
complexo de hexaquoníquel (II), como pode-se observar na figura 2.
Além disso, a reação apresentou liberação de calor, ou seja, constata-se por ser uma reação
exotérmica. É possível observar a troca de ligantes na equação 1 da reação a seguir.
Caracterização do Níquel 2+
Depois de aquecer a solução em banho maria e verificar o pH da solução, verificou-se que ele
estava básico. Após isso, adicionou-se 3 gotas de solução alcoólica de dimetilglioxima, onde
houve formação de um precipitado de cor rosa, provenientes do complexo da seguinte reação:
Caracterização do Cloreto
(equação 4)
Logo em seguida, reduziu-se a solução com uma chapa de aquecimento até obter uma
composição pastosa, com o intuito de reduzir/eliminar a maior quantidade possível de NH3,
evitando formação do complexo com ligantes de amônia.
Após adicionar duas gotas de En, resfriar-se em banho de gelo, a solução é filtrada a vácuo,
realizando lavagem com pequenas porções de acetona. Ainda no sistema de filtração a vácuo,
secou-se o máximo possível. Pode-se perceber na imagem a seguir, durante o processo de
filtração.
Complexo [Ni(NH3)6]Cl2
Pesou-se 0,0319g do complexo, para o preparo de solução a ser titulada. Adicionou HNO 3 e
agitou-se a solução, deixando-a numa placa aquecedora até obter uma composição pastosa.
Após isso, acrescentou-se 60 mL de água destilada para diluir a solução. Em seguida,
adicionou-se 50mg de uma mistura do indicador murexida e de cloreto de sódio (1:10).
Constatou-se na aferição do pH, um valor extremamente ácido (0). Tentou-se ajustar o pH
para o valor neutro, com adição de hidróxido de sódio, porém, o valor ficou entre 9-10 na
comparação de coloração do papel tornassol. Essa mesma solução foi separada em três
alíquotas de 20mL cada para ser titulada com uma solução padrão de EDTA 0,01 mol/L.
Utilizou-se volumes de 2,6 e 2,7 mL para chegar no ponto de viragem, obtendo uma
coloração avermelhada.
Sabendo que a proporção estequiométrica entre o EDTA e o íon níquel 2+ é de 1 mol para 1
mol, pode-se encontrar a quantidade íons níquel.
nEDTA = nNi2+
Portanto,
Complexo [Ni(en)3]Cl2.2H2O
De maneira semelhante ao complexo anterior, pesou-se 34,6 mg e após os mesmos
procedimentos realizados anteriormente, agora de maneira ideal, ou seja, com o pH
anterior a titulação sendo neutro. Realizou-se a titulação obtendo os valores em
triplicata, T1 = 2,6 mL; T2 2,5 mL; T3 2,5 mL. O cálculo também é realizado de
maneira semelhante.
Conclusão
A partir de ambas as partes práticas ocorreu a sintetização de complexos de níquel, onde pode-se
caracterizá-los de forma qualitativa e quantitativa. Sobre o complexo cloreto de hexaaminoniquel,
obteve-se um rendimento muito abaixo do esperado, de 15,59%. Conseguiu-se caracterizar o íon Ni 2+,
pois observou-se a reação em ambos os sentidos com o DMT e pode-se realizar uma titulação efetiva,
encontrando a quantidade desses íons. Além disso, o Cloreto foi identificado pois teve formação de
precipitado de coloração branca, o Cloreto de Prata. Finalizando, o NH 3 foi identificado na borda pois
o papel tornassol indicou meio básico proveniente da amônia. Sobre o complexo com ligantes de
etilenodiamina, obteve-se um rendimento mediano, porém, superior ao resultado da parte A e de
maneira semelhante, conseguiu-se titular a solução e encontrar a quantidade de íons níquel. A partir
dessa prática, pode-se visualizar e compreender melhor sobre a força de ligantes, efeito Quelato e os
cuidados necessários para obter um rendimento melhor no processe de filtração.
Questionário PARTE A
Obtenção e Caracterização do [Ni(NH3)6]Cl2
1. Escrever todas as equações das reações que se passam na prática:
Ao longo do relatório, indiquei as equações necessárias.
5. A separação dos cristais de [Ni(NH3)6]Cl2 é feita por meio de filtração à vácuo. Qual
ou quais as vantagens desta filtração sobre a filtração comum? A filtração a vácuo é mais interessante
por agilizar e diminuir a quantidade substâncias indesejadas no filtrado.
6. Após a separação dos cristais do [Ni(NH 3)6]Cl2 estes são lavados com álcool etílico e
finalmente com éter. Pode-se substituir álcool etílico ou éter por água destilada? Explique.
Não, pois esse complexo é solúvel em água, inviabilizando a formação dos cristais, diferente do
álcool etílico e éter.
Questionário PARTE B
1. Considerando-se os produtos obtidos de acordo com a reação da síntese, qual seria uma
maneira simples de se verificar se a reação está ocorrendo? A partir da mudança de coloração, indo do
azul para o roxo. Além disso, poderia utilizar o papel tornassol para verificar a presença do NH 3
liberado pelo aquecimento.
2. Explicar por que a mistura é aquecida em banho de vapor até reduzir o volume à
metade.
Com o objetivo de liberar a maior quantidade amônia, para assim, poder ter o complexo desejado em
maior quantidade.
3. Seria incorreto fazer uma filtração simples para separar os cristais? Por que o
pesquisador preferiu filtrar à vácuo?
Não seria incorreto, porém a filtração a vácuo é mais rápida, e pode garantir a menor quantidade
possível de substâncias indesejadas no filtrado.
4. Por que os cristais foram lavados com álcool etílico ao invés de água?
Novamente, por conta da questão de solubilidade e poderia alterar o equilíbrio da reação,
atrapalhando a formação desejada.
5. Observa-se que é possível obter-se mais cristais adicionando-se álcool etílico à mistura
e resfriando-a. O que isto indica sobre a solubilidade do produto em álcool etílico?
Indica que esses recursos ajudam na diminuição da solubilidade, facilitando a formação dos cristais
desejados.
6. Por que os complexos quelatos como o [Ni(en)3]Cl2 são mais estáveis que os
complexos não quelatos como [Ni(NH3)6]Cl2 ?
7. Qual é a diferença entre um composto inerte e um composto lábil? Compostos inertes tendem a
realizar a trocas de ligantes de maneira lenta, ao contrário dos compostos lábeis, que a realizam de
maneira rápida. O composto lábil tende a aumentar a entropia do sistema, favorecendo esse tipo de
reação.
Referências
[1]AYALA J.D., BELLIS V.M. Química Inorgânica Experimental, 2003. Disponível em:
http://qui.ufmg.br/~ayala/matdidatico/apostila_inorg_exp.pdf. Acesso em: 13 de agosto de 2022.
[2] TOMA, H. E. Química de Coordenação, Organometálica e Catálise. São Paulo: Blucher, 2016. 340
p.