BALCÃO DE REDAÇÃO
Tema 13 – 2015
Igualdade de gênero no brasil
ORIENTAÇÕES PARA O ALUNO
O Brasil é um dos países que ainda passam por diversos proble-
mas relacionados à igualdade de gêneros. Essas questões se apre-
sentam em diferentes aspectos cotidianos, seja na diferença salarial,
na oferta de oportunidades, na obtenção de benefícios, no tratamen-
to social etc., em que há favorecimento de pessoas de determinado
sexo, em detrimento do sexo oposto. Muitas vezes, qualidades como
capacitação, produtividade e possibilidade de exercer as funções exi-
gidas não são suficientes para dirimir essas diferenças.
Neste exercício de escrita, reflita sobre as atuais condições do
Brasil nesse quesito e elabore uma dissertação na qual sua argumen-
tação justifique sua tese. Leia os excertos a seguir para refletir sobre
o tema.
Texto 1   secutivos de significativas melhoras na redução das desigualdades
[...] Nos primeiros meses, os cuidados com a Liz eram quase
que exclusivamente meus durante o dia. [...] Gabriel teve apenas
cinco dias de licença paternidade. E desde aquela época eu me
perguntava: afinal, se a filha é minha e dele, por que aos olhos da
lei eu era a única responsável por seu bem-estar físico e emocional?
[...] Estávamos os dois sofrendo – eu, sobrecarregada com as
novas funções de mãe, e ele, que gostaria de estar participando
mais ativamente desse processo. E por quê? Porque a nossa lei tra-
balhista está longe de ser um exemplo de equidade de gênero. Para
corrigir muitas dessas distorções, tramita no congresso o PL 879/11,
que estende a licença paternidade para 30 dias. Não é o ideal. Em
muitos países desenvolvidos a licença é parental (na Noruega, por
exemplo), ou seja, os pais recebem um número de dias de licença e
dividem de acordo com as necessidades da família. [...]
Renata Corrêa. “Feminismo pra quê?”. Carta Capital, 14 ago. 2013.
Leia na íntegra em: <www.cartacapital.com.br/blogs/feminismo-
pra-que/igualdade-de-genero-comeca-em-casa-ou-quem-tem-
medo-da-licenca-paternidade-4863.html.>.
Texto 2   lhar fazem parte da população ativa. No caso dos homens, o índice
Brasil piora em ranking mundial de
desigualdade de gênero
O Brasil passou a ocupar o 71o lugar no ranking elaborado pelo
Fórum Econômico Mundial, que analisa a desigualdade de gênero
em 142 países. Houve piora em relação à pesquisa anterior, divulga-
da no ano passado, na qual o Brasil ocupava a 62a posição na lista.
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PRÉ-VESTIBULAR | PERÍODO DE 25 A 31 DE MAIO
O estudo, denominado Global Gender Report 2014, avalia as
diferenças entre homens e mulheres em aspectos como saúde, edu-
cação, economia e participação política. A Islândia ocupa o primeiro
lugar na lista, ou seja, lá as desigualdades entre homens e mulhe-
res são as menores. Em seguida aparecem países como Finlândia,
Noruega e Suécia. Nos últimos lugares estão Paquistão, Chade e
Iêmen.
Segundo o relatório, o Brasil fechou menos de 70% da lacuna
entre gêneros, ficando em situação similar à do ano passado. O
documento cita o fato de o país ter uma presidenta mulher, mas
destaca que ainda há ligeira desigualdade salarial para trabalhos
similares e estimativa de renda.
Em 2006, quando o levantamento começou, o Brasil era o 67o
entre 115 países. Nos anos seguintes, o número de países pesqui-
sados aumentou para 142 e o Brasil caiu no ranking, até chegar à
85a posição, em 2010. A partir de então, o país teve três anos con-
de gênero, mas o ritmo de recuperação não se sustentou na compa-
ração dos dois últimos anos.
A entidade inclui o Brasil em uma lista de oito países (ao lado de
Bahamas, Belize, França, Guiana, Letônia, Namíbia e Filipinas) que
encerraram a diferença entre gêneros nos quesitos educação e saú-
de, mas não diminuíram as desigualdades relativas à participação
econômica nem à capacitação política.
Sabrina Craide; Stênio Ribeiro (Ed). Agência Brasil, 28 out. 2014.
Disponível em: <http://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/
noticia/2014-10/brasil-cai-em-ranking-que-analisa-diferencas-entre-
homens-e>.
Texto 3  
Desigualdade de gênero no mercado de
trabalho persiste, diz ONU
[…] no mundo, em média, os salários das mulheres são 24%
inferiores aos dos homens na mesma função. […]
O estudo mostra que 50% das mulheres com idade para traba-
é 77%. A pesquisa revela que, em todas as regiões, as mulheres
fazem quase duas vezes e meia mais trabalho doméstico e de cuida-
dos de outras pessoas não remunerados do que os homens. Segun-
do a ONU, as mulheres são responsáveis por uma carga excessiva
de trabalho doméstico não remunerado referente aos cuidados com
filhos, com pessoas idosas e doentes e com a administração do lar.
[…] O relatório reconhece que houve avanços desde 1995,
quando foi realizada a 4a Conferência Mundial sobre a Mulher, em
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BALCÃO DE REDAÇÃO – tema 13 – 2015

Pequim. O número de meninas na escola e de mulheres que fazem

trabalhos remunerados aumentou, e a luta contra a violência do-
méstica entrou na agenda política. “Esses avanços demonstram que
é possível reduzir as desigualdades de gênero por meio da atuação
pública”, diz o texto. […] para comemorar os 20 anos da Platafor-
ma de Ação de Pequim, a ONU Mulheres propõe aos países uma
avaliação dos avanços alcançados com a implementação do docu-
mento. O processo recebeu a denominação de Pequim+20. […]
Ana Cristina Campos; Marcos Chagas (Ed). Agência Brasil, 27 abr. 2015.
Disponível em: <http://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/
noticia/2015-04/desigualdade-feminina-no-mercado-de-trabalho-persiste-
diz-onu>.
Texto 4  
Proposta de redação
Considerando o conteúdo dos textos apresentados e com base
em conhecimentos e reflexões acerca do assunto, discorra sobre um
dos aspectos decorrentes do tema proposto: Igualdade de gênero
no Brasil. Para tanto, escreva uma redação dissertativa de acordo
com a norma-padrão da língua portuguesa. Seu texto deve ter um
título, devendo respeitar o limite de, no mínimo, 20 e, no máximo,
30 linhas.
Bom trabalho!
Profa. Sônia Tomita Limeira

Orientações para o professor

Mulheres na construção civil mudam cultura
Como a questão de igualdade de gênero no Brasil ainda encontra
do canteiro de obras, diz engenheira
certa resistência por parte de algumas pessoas, deve-se estar atento
O projeto Mão na Massa abriu hoje (13) inscrições para mulhe- para que o aluno consiga defender seu ponto de vista, favorável ou
res que queiram fazer cursos gratuitos na área da construção civil no não a diversas medidas que estão em debate na atualidade, desde
Rio de Janeiro. São 140 vagas para cursos de pedreira, encanado- que a argumentação empregada respeite os princípios dos direitos
ra, pintora e eletricista. As aulas começam no dia 27. [...] humanos. Além disso, vale lembrar que é permitido e considerado
A idealizadora do projeto, a engenheira civil Deise Gravina, positivo o uso de exemplos de políticas implementadas em outros
disse que mais de 60% das mulheres formadas pelo Mão na Massa países, mas o foco da dissertação deve estar voltado para o cenário
estão empregadas no mercado formal. Entre as mudanças promo- brasileiro (sob pena de invalidação da redação por fugir ao tema
vidas pela presença feminina no canteiro de obras, a engenheira proposto).
destacou a economia por serem mais econômicas, mais organiza-
das e também mais atentas em relação ao uso de equipamentos de
segurança do trabalho.
“Elas conseguem mudar a cultura do canteiro porque os ho-
mens tendem a se comportar melhor, a ter atitudes melhores. Como
elas entram como técnicas, muitos homens voltaram a estudar.
Há um aumento da escolaridade, melhoria da postura.” Segundo
Deise, não existe preconceito dos homens quanto à participação de
mulheres nas obras.
[...]
Nos dois primeiros meses, elas recebem aulas teóricas de cida-
dania, português e matemática voltados para a construção civil, pos-
tura, ginástica laboral, nutrição, direitos e segurança do trabalho,
além de informações sobre a Lei Maria da Penha. [...]
Alana Gandra; Fábio Massali (Ed). Agência Brasil, 13 abr. 2015.

Leia na íntegra em: <http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/

noticia/2015-04/projeto-mao-na-massa-abre-vagas-para-mulheres-
em-cursos-da-construcao-civil>.

* Todos os links foram acessados em 14 maio 2015.

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