Você está na página 1de 48

Anatomia e Fisiologia

da Audição
Silvana Frota
UFRJ
ANATOMIA E FISIOLOGIA DA
AUDIÇÃO

• PORÇÃO PERIFÉRICA
Audição e equilíbrio.

• PORÇÃO CENTRAL
Responsável pela condução e
transformação dos impulsos
nervosos das células ciliadas internas
ao córtéx.
OSSO TEMPORAL
• Localiza-se na face lateral da caixa
craniana;

• Aloja parte do OE, OM, OI, parte do


nervo facial (VII par), parte do
nervo vestíbulo-coclear (VII par).
OSSO TEMPORAL
• Face externa apresenta um orifício –
MAE;

• Sua porção petrosa, considerada a


parte osséa mais rígida do corpo
humano, contém as estruturas do
OM e OI.
ORELHA EXTERNA (OE)

⇒ Constituída pelo:
– Pavilhão auricular;
– Meato Acústico Externo: porções
osséas e cartilaginosas;
– Membrana timpânica.
ORELHA EXTERNA
(OE)
⇒ Função:
• proteger a MT contra danos mecânicos;

• promover a captação e encaminhamento


das ondas sonoras para o OM;

• manter certo equilíbrio de temperatura e


umidade necessário à preservação da
elasticidade da MT.
PAVILHÃO AURICULAR
• Constituído por um apêndice
cartilaginoso, situado na parte
lateral do crânio.
⇒ Função:
• Papel de “captador” da onda sonora?
• Orientação da origem da fonte
sonora.
PAVILHÃO AURICULAR

⇒ Formado pelas seguintes partes:


• Hélix
• Anti-hélix
• Tragus
• Antitragus
• Concha
• Lóbulo
MEATO ACÚSTICO
EXTERNO
⇒ Função:
• conduzir a onda sonora até a membrana
timpânica;
• Estabelece comunicação entre o
mecanismo auditivo (OM) e o meio externo;
• Em forma de “S” deitado, com
aproximadamente 2,5 cm de comprimento
e 6 a 8 mm de diâmetro.
MEATO ACÚSTICO
EXTERNO
• Trajeto sinuoso do MAE determina
reflexão da OS, contribuindo para a
proteção contra sons de forte intensidade;

• Atua como ressoador, aumentando quando


necessário, a intensidade sonora sobre a
MT, principalmente para sons de 2000 a
5500 Hz.
MEMBRANA TIMPÂNICA
• É a Porção final do MAE;

• Estrutura delgada,côncava, semitransparente,


em forma de cone cujo ápice está voltado
para dentro do OM;

• Dividida em parte tensa e parte flácida;

• Fixada à parede do MAE pelo anel timpânico;


MEMBRANA TIMPÂNICA
⇒ A Tensão da MT é assegurada
pela sua camada média de fibras,
que proporciona ótimas condições
vibratórias. Até 2 ou 3 kHz a MT
vibra como um todo em
movimentos de vaivém. Acima disto
vibra por partes respondendo
diferentemente a cada freqüência.
ORELHA MÉDIA (OM)
OU CAVIDADE
TIMPÂNICA
⇒ Função: transmissão da onda sonora. Ponte
entre a OE (meio aéreo) e OI meio
líquido).

• É um espaço dentro da porção petrosa do


Temporal preenchido por ar;
ORELHA MÉDIA (OM) OU
CAVIDADE TIMPÂNICA
• OM tem papel importante na transmissão
do fluxo de energia aérea, vindo pelo OE
para os líquidos do OI sem que haja perda
ou alterações nas suas características
físicas;

• Se o OM não existisse haveria perda de


99% dessa energia devido à diferença de
densidade dos meios ar e líquido.
ORELHA MÉDIA (OM) OU
CAVIDADE TIMPÂNICA

• Formato irregular, medindo no diâmetro


vertical ± 15mm e no horizontal ± 6mm;

• Apresenta 6 paredes, paralelas entre si,


dando um formato de cubo alongado:
ORELHA MÉDIA (OM) OU
CAVIDADE TIMPÂNICA
• Parede lateral – MT;

• Parede posterior – N Facial, M. Estapédico;

• Parede medial – janela oval, janela redonda,


promotório;

• Parede anterior – tuba auditiva e M.


tensor do tímpano;
ORELHA MÉDIA (OM)
OU CAVIDADE
TIMPÂNICA
• Parede inferior – cél. Timpânicas, bulbo da
veia Jugular e artéria carótida interna;

• Parede superior – tegmen tympani.


• Apresenta a cadeia ossicular,– martelo,
estribo e bigorna – suspensos dentro da
cavidade timpânica.
ORELHA MÉDIA (OM)
OU CAVIDADE
TIMPÂNICA

⇒ Apresenta a cadeia ossicular:


martelo, estribo e bigorna que
encontram-se suspensos dentro
da cavidade timpânica.
ORELHA MÉDIA (OM) :
OSSÍCULOS
⇒ Mantidos em posição por uma série
de ligamentos e por 2 músculos :
• Músculo Tensor do Timpano(MTT)

• Músculo Estapédico ou Acústico (ME


ou MA).
ORELHA MÉDIA (OM) :
OSSÍCULOS
• Unidade Timpâno-ossicular
⇒Função
• Transforma as vibrações sonoras
aéreas de “grande amplitude e pouca
força” em vibração sonoras líquidas
de “pequena amplitude e grande
força”.
ORELHA MÉDIA (OM) :
OSSÍCULOS
⇒ Este mecanismo transformador
decorre de 3 fatores:
1. Efeito de alavanca: Os ossículos formam um
sistema de alavancas interfixa que atua como
amplificador das OS, na qual martelo
impulsiona a bigorna e, esta, o estribo. Em
conjunto os ossos multiplicam a força em
razão de 1,3 para 1 aumentando em 2,5 dB.
ORELHA MÉDIA (OM) : OSSÍCULOS
⇒ Este mecanismo transformador decorre de
3 fatores:
2. Relação hidráulica ou efeito de área: O
Som que incide sobre a superfície de 55 mm²
da MT são transmitidas através da cadeia
ossicular e concentradas sobre a área de
apenas 3,2 mm² da janela do vestíbulo, aí
chegando com pressão aumentada numa
relação aproximada de 17 para 1, o que
corresponde a 26 dB.
ORELHA MÉDIA (OM) :
OSSÍCULOS

⇒ Este mecanismo transformador


decorre de 3 fatores:

3. Força Catenária: Está relacionada


a cadeia ter sua ponte de equilíbrio
no centro da membrana timpânica.
AÇÃO MUSCULAR ⇒Arco reflexo
Som

Som OE OM OI

FACIAL CÓRTEX TC
VII

M.Acústico
AÇÃO MUSCULAR
• Com som acima de 70 – 90 dB o
padrão de vibração do estribo sobre
a janela oval é modificado. A platina
passa a escorregar sobre a
membrana da janela oval impedindo
que incursões muito pronunciadas do
estribo possam romper esta
membrana.
Tuba auditiva
⇒canal que estabelece a ligação entre
a cavidade timpânica e a nasofaringe.

Nasofaring Tuba
e auditiva OM
Tuba auditiva
⇒Função:
• Ventilatória: arejar a OM e equalizar as
pressões de ar entre o OM e o OE.

• Drenagem: A OM e a TA possuem células


ciliadas e secretoras, que sugerem um
sistema de transporte mucociliar. Quando
existe pressão negativa na Cav. Timpanica
ocorre retração da MT, edema de mucosa
e produção de transudato.
ORELHA INTERNA (OI) OU
LABIRINTO
⇒LABIRINTO ÓSSEO
• Constituído pela cóclea (canal osséo que
apresenta uma comunicação com a
cavidade timpânica, a janela da cóclea,
fechada pela membrana timpânica
secundária);

• Preenchido pela perilinfa;

• Contém o labirinto membranoso.


ORELHA INTERNA (OI) OU
LABIRINTO
⇒LABIRINTO MEMBRANOSO
• Constituído pela rampa média
(incluída no canal ósseo da cóclea,
contém o órgão de Corti);

• Preenchido por endolinfa.


ORELHA INTERNA (OI) OU
LABIRINTO
⇒LABIRINTO MEMBRANOSO
• À estrutura do labirinto membranoso
corresponde ao órgão receptor,
estrutura transdutora, responsável
pela transdução do estímulo
mecânico em impulso nervoso

órgão de Corti
ORELHA INTERNA (OI) OU
LABIRINTO
⇒LABIRINTO pode ser dividido em:
• Parte Anterior Labirinto Anterior

Constituído pela CÓCLEA


,

relacionado a audição
ORELHA INTERNA (OI) OU
LABIRINTO
⇒LABIRINTO pode ser dividido em:
• Parte Posterior LABIRINTO POSTERIOR
Compreende o vestíbulo e os
Constituído pela Canais Semi-circulares

relacionado ao equilíbrio
CÓCLEA
• Constitui a parte anterior do labirinto,
situada anteriomente ao vestíbulo;

• Paredes ósseas;

• Estrutura helicoidal com aproximadamente


2 giros e ½ Ao redor de um osso chamado
columela ou modíolo;

• Constitui-se de várias estruturas e sua


base apresenta duas janelas: oval e
redonda;
CÓCLEA
⇒Os três tubos cocleares tem
disposição paralela e são de cima
para baixo:
• Rampa vestibular: contém perilinfa

• Rampa média: contém endolinfa e


aloja o órgão de Corti

• Rampa timpânica: contém perilinfa


Fatores estruturais e funcionais
determinantes da tonotopia
coclear
Células ciliadas Externas

• Forma cilíndrica, disposta em três fileira,


com dezenas de cílios
• 10.000 a 14.000
• Banhadas pela perilinfa e endolinfa
• Menores na zona basal e maiores na apical
Fatores estruturais e funcionais
determinantes da tonotopia coclear

Células ciliadas Externas

• Propriedades eletrobiomecânicas que


tornam a cóclea um amplificador mecânico;
• Não atua como receptor coclear, não
codificando a mensagem sonora;
• Inervação Aferente - 5% das fibras.
Fatores estruturais e funcionais
determinantes da tonotopia coclear
Células ciliadas
Internas
– Piriformes, dispondo-se em uma só
fileira sobre a membrana basilar

– Aproximadamente 3.500

– Banhadas pela endolinfa


Fatores estruturais e funcionais
determinantes da tonotopia coclear
Células ciliadas Internas

– Atuam como receptor coclear,


codificando o som em mensagem
elétrica , e enviando aos centros
auditivos

– Inervação Aferente - 90% a 95 % das


fibras
Etapas da fisiologia da cóclea ativa
1- Transdução mecano- elétrica
• Seletividade imprecisa, ligada as
propriedades físicas da membrana basilar.

2- Transdução eletro-mecânica das células ciliadas


externas
• Amplificação da vibração da membrana
basilar numa área do Orgão de Corti
• Amplificação dos estímulos numa ordem de
50 dB
Etapas da fisiologia da cóclea ativa
3- Transdução mecano- elétrica das células
ciliadas internas

• Excitação seletiva de células ciliadas


internas
• Envio de mensagens elétricas codificadas
com pequenas diferenças ao sistema
nervosa central.
CÓCLEA

• Fatores estruturais e funcionais


determinantes da tonotopia coclear;

• Anatomia da membrana basilar, que


alarga-se da sua base (0,04 mm) até
o ápice (0,4 mm), variando portanto
sua massa, rigidez e elasticidade ao
longo da membrana.
CÓCLEA
Tonotopia coclear

O local da deflexão máxima


corresponde a porção da membrana
basilar que tem freqüência
ressonante natural correspondente.
Nesse local, a membrana vibra com
facilidade e a energia da onda se
dissipa e termina. Para cada
freqüência esse máximo ocorre em
áreas diferentes.
ÓRGÃO DE CORTI

• As estruturas receptoras auditivas


são formadas basicamentes por:
• Células de sustentação;
• Células ciliadas externas;
• Células ciliadas internas;
• Células de Deiters;
ÓRGÃO DE CORTI
• Membrana basilar;

• Membrana Tectorial;

• Membrana de Reissner;

• Estria vascular
ETAPAS DA FISIOLOGIA
DA CÓCLEA ATIVA

• Seletividade imprecisa, ligada as


propriedades físicas da membrana basilar;

• Amplificação da vibração da membrana


basilar numa área do órgão de Corti;

• Excitação seletiva das células ciliadas


internas
PORÇÃO CENTRAL

• VIA AUDITIVA AFERENTE


(Centrípeta/Ascendente)

• VIA AUDITIVA EFERENTE


(Centrífuga/Descendente)
CÓRTEX AUDITIVO PRIMÁRIO
Vias auditivas Aferentes
• Núcleo Coclear Ventral e dorsal;

• Complexo Olivar superior;

• Lemnisco lateral;

• Colículo Inferior;

• Corpo Geniculado;

• Córtex Auditivo Primário.


Vias auditivas Eferentes
√ Sistema Eferente Medial

⇒ Tem como função modificar o padrão de


excitação das CCE que podem ter excitação
inibida ou reduzida diminuindo a amplitude dos
sons (ruído) e melhorando a relação SINAL /
RUÍDO.

Você também pode gostar