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JEREMIAS 29

29.1-32 Várias cartas compõem esta coletânea de correspondências com os exilados que foram levados
cativos em 597 a.C., incluindo Joaquim e a família real. Essas cartas contendo oráculos contra os falsos
profetas em Jr 27 e 28 aparentam ser de uma data semelhante, 594 a.C. As Crônicas da Babilônia e outros
documentos contemporâneos destes indicam que revoltas territoriais estavam trazendo problemas ao império
de Nabucodonosor. Jeremias aconselhou os judeus exilados a se acalmarem e não esperarem um retomo
imediato à sua terra.

O capítulo tem as seguintes partes.

(1) introdução (Jr 29.1-3);


(2) aquietem-se e fiquem satisfeitos (Jr 29.4-7);
(3) cuidado com as falsas profecias de um retorno rápido (Jr 29.8-10);
(4) busquem ao Senhor e ele iria restaurá-los (Jr 29.11-14);
(5) destruição e pragas contra Judá (Jr 29.15-19);]
(6) falsos profetas no exílio serão executados (Jr 29.20-23); e
(7) uma palavra contra o profeta Semaías (Jr 29.24-32).

29.1 Palavras da carta. Um documento foi levado de Jerusalém para os judeus na Babilônia. Isso pode
implicar que alguns dos anciãos foram executados na revolta de 594 a.C., mencionada em Jr 29.21-23.

29.2 Esse parêntese na passagem fornece o pano de fundo para o texto de 2 Rs 24.12-16 com relação à
deportação de Jeconias (Joaquim), a família real e os principais artesãos de Judá para a Babilônia, em 597
a.C.. Essa estratégia de retirar os líderes e deixar a população campesina para pagar impostos ao reino
dominante foi copiada dos assírios e destinava-se a reduzir a probabilidade de rebeliões.

29.3 Os mensageiros eram Elasa, filho de Safã, talvez irmão de Aicão (Jr 26.24), e Gemarias, filho de
Hilquias, membro do grupo de administradores de Joaquim (Jr 36.10). Os propósitos da visita podem ter sido
vários: negócios oficiais de rotina, levar tributo de Judá, e talvez dar garantias a Nabucodonosor sobre a
aliança de Judá para com a Babilônia diante das rebeliões dos estados vassalos da Transjordânia e da
Fenícia.

29.4 Jeremias lembrou a comunidade dos exilados que, em última instância, era Deus, e não Nabucodonosor,
que havia levado todos os que foram transportados para a Babilônia.

29.5, 6 Jeremias havia proclamado um período de 70 anos (Jr 25.12) de exílio na Babilônia. Por enquanto,
aconselhou o povo a se estabelecer e dar sequência às atividades diárias normais. Os termos edificai e
plantai são significativos, porque cumprem desígnios específicos do chamado de Jeremias (Jr 1.10). O exílio
não significava necessariamente aprisionamento ou escravidão, mas a retirada do povo e seu
estabelecimento em terras desconhecidas. Multiplicai-vos ali e não vos diminuais. Se o povo fosse fiel durante
o cativeiro, Deus faria com que prosperassem tendo filhos e colheitas abundantes.

29.7 Os exilados foram instruídos a procurar e orar pela paz, ou pelo bem-estar da Babilônia e de outras
cidades para onde foram deportados. Dessa maneira, eles mesmos viveriam em paz como beneficiários da
soberania de Deus sobre as nações (Jr 27.5,6).
29.8, 9 Jeremias transmitiu uma advertência contra aqueles que desejavam seguir o conselho dos profetas,
adivinhos e sonhos. Uma advertência semelhante foi transmitida às nações ao redor de Judá em Jr 27.9,10, e
para Judá em Jr 27.14,17.

29.10 O conceito dos setenta anos de cativeiro na Babilônia é mencionado novamente com base em Jr 25.12.
O número 70 simboliza fechamento, totalidade e o cumprimento dos planos soberanos de Deus para sua
criação e dos seres humanos. O cumprimento dos anos de domínio babilônico também marcaria o final do
exílio de Judá.

29.11 Eu bem sei os pensamentos que penso. Aqui o Senhor dá ênfase considerável sobre os seus planos
imutáveis de trazer paz e não mal. Esperança e um futuro (NVI). Deus não havia encerrado Seu
relacionamento com Judá; Ele se lembrava de Suas promessas de restauração (Dt 30.1-10).

29.12, 13 A reação prometida pelo Senhor para com as orações dos profetas coloca-se em contraste com sua
recusa de ouvi-los em Jr 7.16. De todo o vosso coração. Essa descrição difere grandemente da descrição
mais comum a respeito do coração do povo de Judá como sendo ímpio e rebelde (Jr 3.10; 4.14; 7.24). Deus
sondaria o coração do povo e revelaria seu verdadeiro caráter (Jr 11.20).

29.14 Serei achado. Aqueles que buscam a Deus de todo coração irão encontrá-lo e experimentarão
renovação. Farei voltar [...] congregar-vos-ei [...] tornarei a trazer-vos ao lugar. Fora Deus quem executara
tudo isso, e ele iria retirar seu povo do cativeiro.

29.15-20 O motivo da vergonha de Jerusalém era seu fracasso em ouvir as palavras de Deus, reveladas por
meio das diretrizes da aliança e da proclamação diligente, madrugando e falando, dos profetas (Jr 25.3; 26.5).

29.21 Acabe, filho de Colaías, e de Zedequias, filho de Maaséias, são os profetas mencionados em 29.15. Os
dois foram acusados por Jeremias de um crime deplorável: profetizar mentiras em nome de Deus. A mentira
deles consistia em profetizar o colapso iminente da Babilônia e a restauração dos cativos a Jerusalém. Essa
profecia falsa estimulava a rebelião contra Deus e era uma ofensa capital (Dt 13.5-10). A punição profetizada
a respeito de Acabe e de Zedequias foi a morte por ordem de Nabucodonosor.

29.22, 23 O termo maldição pode ser um jogo de palavras com o nome Colaías (chamado pelo Senhor; Jr
29.21). Esse profeta afirmava ter sido chamado por Deus, mas estava sendo amaldiçoado juntamente com
aqueles que apoiavam sua mensagem. Esses líderes judeus agravavam seu pecado com seus atos de
loucura (Dt 22.21).

29.24-28 Jeremias se pronunciou a Semaías, o neelamita, com respeito à correspondência dele com


Sofonias, filho de Maaseias, e os sacerdotes de Jerusalém. Semaías havia desafiado a aparente
benevolência de Sofonias em lidar com as profecias de Jeremias a respeito do futuro imediato dos exilados.

29.29, 30 Quando Sofonias recebeu a carta de Semaías, leu-a a Jeremias, que, então, recebeu uma palavra
de julgamento da parte de Deus contra Semaías e sua família.

29.31,32 Profetizou [...] vos fez confiar em mentiras. As acusações contra Semaías faziam um paralelo com
vários outros oráculos de julgamento de Jeremias (Jr 5.31; 14.14; 23.16; 27.10). A sentença contra Semaías é
semelhante à lançada contra Pasur (Jr 20.6), contra Joaquim ou Jeconias (Jr 22.30) e contra Hananias (Jr
28.16).

JEREMIAS 29

29.4-7 Jeremias escreveu aos cativos na Babilônia (29.4-23), instruindo-os a dar prosseguimento a vida e a
orar pela ração pagã que os escravizou. A vida não pode parar nos tempos difíceis. Em uma situação
desagradável ou de aflição, devemos ajustar-nos e prosseguir. Você pode considerar difícil orar por aqueles
que estão investidos de autoridade, caso sejam ímpios, mas estas são as ocasiões em que suas orações são
mais necessárias (1 Tm 2.1,2). Quando enfrentar tempos de dificuldade ou de mudança súbita, ore
diligentemente e siga adiante, fazendo o que puder, em vez de desistir por causa do medo e da incerteza.
29.10 Os estudiosos discordam quanto às datas de início e fim do exílio babilônico, que durou 70 anos.
Alguns dizem que a primeira deportação dos judeus para a Babilônia foi em 605 a.C., e o retorno deles para
Jerusalém ocorreu em 538 a.C., após o decreto de liberdade de Ciro. Outros estudiosos afirmam que o exílio
começou em 586 a.C., data da última deportação para a Babilônia e da destruição do Templo, e terminou em
515 a.C., quando o templo foi reconstruído. Uma terceira possibilidade é que o período de 70 anos seja
simbólico, visto que o número “sete” é usado na Bíblica com o significado de completude. Mas todos
concordam que Deus enviou seu povo para a Babilônia por muito tempo, não por um curto período de
cativeiro, como foi predito pelos falsos profetas.

29.11 Todos somos encorajados por um líder que nos impulsiona a seguir adiante, alguém que acredita que
podemos fazer a tarefa que nos deu e que estará conosco por todo o caminho. Deus é este tipo de líder. Ele
conhece o futuro, e seus planos para nós são bons e cheios de esperança. Uma vez que Deus sabe o que
está por vir, fornece nosso programa de trabalho e permanece conosco à medida que cumprimos sua missão;
podemos ter uma esperança ilimitada. Isto não significa que seremos poupados da dor, do sofrimento ou das
dificuldades, mas que Deus nos ajudará a vencer as lutas, até alcançarmos um fim glorioso.

29.12-14 Deus não se esqueceu de seu povo, embora este es tivesse cativo na Babilônia. O Senhor planejou
dar-lhes um novo começo com um novo propósito: seriam transformados em um novo povo. Em meio às
terríveis circunstâncias que enfrentamos, pode parecer que Deus se esqueceu de nós. Mas Ele pode estar
nos preparando, como tez com o povo judeu, para um novo começo em que Ele seja o centro de nossa
atenção e vida.

29.13 De acordo com o sábio plano de Deus, seu povo deveria ter um futuro e uma esperança;
consequentemente, poderiam colocar sua confiança nEle. Embora os exilados estivessem em um lugar
distante e em um momento de dificuldade, não precisavam desesperar-se, pois tinham a presença de Deus, o
privilégio da oração e a graça. Se buscado sinceramente, Ele será encontrado. A distância geográfica, a
tristeza, a perseguição e os problemas não podem impedir nossa comunhão com Deus.

29.21 Os falsos profetas Acabe e Zedequias não devem ser confundidos com os reis que tiveram estes
nomes. A genealogia deles os distingue claramente.

29.24-28 Nestes versículos, está descrita a reação de Semaías, um falso profeta exilado em 597 a.C., à carta
de Jeremias. Para desacreditar Jeremias, Semaías o acusou de proferir falsas profecias. Embora a
mensagem de Jeremias fosse verdadeira, e suas palavras fossem de Deus, o povo o odiava porque disse
que deveriam tirar o maior proveito do exílio. A verdade de Jeremias, vinda de Deus. oferecia uma correção
temporária e um benefício em longo prazo, enquanto as mentiras dos falsos profetas ofereciam apenas um
conforto temporário e um castigo em longo prazo.

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