Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Material Teórico
Debates Recentes
Revisão Textual:
Profa. Ms. Fátima Fulan
Debates Recentes
• Os Monetaristas
• A Teoria da Taxa Natural
• Política Monetária, Produto e Inflação
• Visão Keynesiana do Trade-off Produto-Inflação
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Destacar alguns dos debates recentes ligados à interpretação
macroeconômica que tem como foco novas interpretações sob a
ótica dos monetaristas, novo-clássicos e novo-keynesianos. Entender
como essas teorias procuram reformular conceitos defendidos pelos
teóricos fundadores dos estudos macroeconômicos. Despertar o
interesse pelo estudo macroeconômico, assim como pela pesquisa
nessa área em constante atualização e repleta de novos desafios.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas, dentre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE Debates Recentes
Contextualização
Com recados claros para o mercado financeiro, governo e Congresso
Nacional, o Banco Central (BC) afirmou que não pode cortar juros neste
momento, apesar da recessão econômica. A ata do Comitê de Política
Monetária (Copom) aponta para um período maior de taxa básica em
14,25% ao ano. Nela, os dirigentes da autoridade monetária disseram que
não há espaço para um alívio na política de controle inflacionário porque
as expectativas para os preços — feita pelos analistas — ainda estão muito
longe da meta de 4,5%. Frisaram também que a velocidade do processo
de desinflação depende da aprovação das medidas de controle de gastos
enviadas ao Legislativo.
Os membros do Copom concordam que houve melhora perceptível do
cenário macroeconômico e que indicadores recentes mostram perspectiva
de estabilização da atividade econômica no curto prazo. Houve progressos
também no controle da inflação, principalmente por causa das quedas das
estimativas para os próximos dois anos, mas numa velocidade aquém da
almejada. O BC falou claramente que a sua política depende das projeções
do mercado:
“O Comitê deve procurar conduzir a política monetária de modo que suas
projeções de inflação, inclusive no cenário de mercado, apontem inflação
na meta nos horizontes relevantes”.
A aposta do mercado está em IPCA de 7,25% para este ano. Está mais alta
que as previsões feitas nos modelos do BC. Tanto no chamado cenário de
referência (quando o Copom faz a conta com juros e câmbio estáveis),
quanto no cenário de mercado (quando usa as estimativas dos analistas
para fazer as projeções), os cálculos apontam para inflação em torno de
6,75%. O BC observa que contempla desinflação na economia brasileira
nos próximos anos, mas aponta que as expectativas do mercado ainda não
convergiram.
Fonte: O Globo
8
Os Monetaristas
O termo Monetarismo ou Monetaristas tem
origem na década de 1960 quando um grupo
de economistas, liderados por Milton Friedman,
(1912 - 2006), economista norte-americano, ar-
gumentava que a política monetária exercia gran-
de efeito sobre a atividade econômica.
Com base nessas quatro proposições, duas conclusões são possíveis sobre a
política econômica.
Foi Milton Friedman quem defendeu veementemente que a política fiscal tem
pouca participação independente como instrumento eficiente de estabilização
econômica, mas outros monetaristas não aceitam uma forma tão forte dessa
proposição, no entanto a posição monetarista geral concorda com Friedman.
9
9
UNIDADE Debates Recentes
Por fim, após um caloroso debate entre duas correntes formuladoras de políticas
econômicas e muita pesquisa, chegou-se à conclusão de que tanto a política fiscal
quanto a política monetária afetavam claramente a economia. Para os formuladores
dessas políticas que se preocupavam não apenas com o nível, mas também com
a composição do produto, a melhor política seria, na verdade, a combinação das
duas, a fiscal com a monetária.
10
A Teoria da Taxa Natural
Partindo-se da seguinte proposição:
“No longo prazo a influência da moeda é basicamente sobre o nível de
preços e outras magnitudes nominais. No longo prazo, variáveis reais,
como o produto real e o emprego, são determinadas por fatores reais,
não monetários.” (FROYEN, p. 268, 2005)
Essa teoria defende que existe um nível de equilíbrio do produto e uma taxa de
emprego a ele associada que são determinados pela oferta de fatores de produção,
tecnologia e instituições da economia, determinadas por fatores reais. Esta é a taxa
natural segundo Friedman. Ele acreditava que mudanças na demanda agregada,
basicamente na oferta de moeda, causariam movimentos temporários na economia,
afastando-a da taxa natural.
Por exemplo, uma política expansionista moveria o produto para cima da taxa
natural, temporariamente deslocando a taxa de desemprego para baixo da taxa
natural. “Os monetaristas não concordam com a posição clássica de que o
produto é completamente determinado pela oferta, mesmo no curto prazo.”
11
11
UNIDADE Debates Recentes
12
TRADE-OFF - Em economia, expressão que define situação de escolha conflitante, isto é,
Explor
quando uma ação econômica que visa à resolução de determinado problema acarreta,
inevitavelmente, outros.
Para Friedman, taxas mais baixas de desemprego só podem ser obtidas ao custo
de taxas de inflação mais altas, concordando assim com a tese de trade-off entre
inflação e desemprego no curto prazo.
13
13
UNIDADE Debates Recentes
Figura 4 - Efeito de uma Tentativa de Fixar a Taxa de Desemprego Abaixo da Taxa Natural
Fonte: FROYEN, 2005
14
O modelo keynesiano também estabelece uma relação de trade-off entre inflação
e desemprego: altas taxas de crescimento da demanda incorre em baixos níveis
de desemprego e altas taxas de inflação. A curva de Phillips nesse modelo tem
inclinação negativa. No curto prazo, produto, nível de preços e nível de emprego
irão subir.
Para os keynesianos o longo prazo difere do curto prazo, pois o preço esperado
ajusta-se ao preço efetivo. Aqueles que ofertam mão de obra percebem a inflação
resultante da política de expansão da demanda agregada. O emprego aumenta no
modelo keynesiano apenas porque a elevação dos preços reduz os salários reais,
aumentando a demanda por mão de obra. Dessa forma a quantidade de mão de
obra ofertada aumenta à medida que o salário monetário (W) sobe. Isso muda no
longo prazo, quando o preço esperado se ajusta ao preço efetivamente praticado.
15
15
UNIDADE Debates Recentes
Os Custos da Inflação
Basicamente, a inflação ocorre quando a quantidade de bens demandados a
qualquer nível de preços específico está subindo mais rápido que a quantidade
agregada de bens a esse nível de preços. Alguns dos fatores que podem provocar
aumentos rápidos e desproporcionais entre demanda agregada e oferta agregada por
bens. Podemos destacar: aumentos no consumo ou nos gastos com investimento,
políticas fiscais expansionistas e choques diversos na oferta. Em geral, um único
fator pode gerar aumentos prolongados na demanda agregada, consequentemente,
na inflação corrente. Este fator é uma taxa de crescimento monetário.
As curvas de Phillips de curto e longo prazo ilustram de forma mais clara como
se dá o processo de custos provocados pela inflação e a taxa de desemprego
segundo a expectativa de inflação dos ofertantes de mão de obra.
16
Quando os ofertantes de mão de obra passam a ter expectativa de uma taxa de
inflação mais alta, a curva de Phillips de curto prazo desloca-se de CP(πe = 0) para
CP(πe = 2%). A taxa de desemprego retorna à taxa natural de 6%, e a taxa de
inflação permanece mais alta, em 2% (movemo-nos do ponto B para o ponto C)
A Economia Novo-Clássica
A teoria novo-clássica foi desenvolvida durante de década de 1970 tendo como
fatores centrais de discussão a alta inflação e as taxas de desemprego no período
em diversas economias. Nasce como resposta a insatisfação com a ortodoxia
keynesiana dominante.
Esses modelos supõem que o produto está sempre em seu nível natural. Isso
significa que todas as flutuações do produto são movimentos do nível natural de
produto, e não variações em relação ao nível natural de produto. Para Prescott
17
17
UNIDADE Debates Recentes
Essa conclusão defendida pelo enfoque CER têm recebido críticas de várias
frentes. O desenvolvimento tecnológico ocorre em vários setores como resultado
de muitas inovações, sendo processado no longo prazo, difícil de gerar grandes
flutuações do produto no curto prazo. Podemos destacar também evidências muito
fortes de que variações da moeda, que não têm efeito sobre o produto nos modelos
CER, na verdade exercem forte efeito sobre o produto no mundo real.
A Economia Novo-Keynesiana
A corrente teórica identificada como novo-keynesiana tem como característica a
identificação com a tradição keynesiana, mas buscam explicações adicionais para
o desemprego involuntário. Importantes contribuições foram desenvolvidas para a
economia novo-keynesiana por Mankiw e David Romer, principalmente na busca
da construção de uma macroeconomia sobre uma microeconômica sólida.
Mas, outro fator pode implicar em rigidez dos preços, ou seja, se os custos
percebidos com a alteração de preços forem suficientemente altos, existirá rigidez
de preços. Custos como informação aos clientes, emissão de novas tabelas de
preços etc.
18
Modelos de Salário-Eficiência:
Esses modelos têm como premissa maior: a eficiência dos trabalhadores depende
positivamente do salário real que eles recebem.
BLANCHARD, Olivier. Macroeconomia. 5 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011.
Explor
19
19
UNIDADE Debates Recentes
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
A Evolução da Macroeconomia Moderna entre Perspectivas em Busca da Síntese Perdida
AGUILAR Fo. H. A.; SAVIANI Fo., H. A evolução da macroeconomia moderna
entre perspectivas em busca da síntese perdida.
https://goo.gl/4kvsCP
Regimes Monetários: teoria e a experiência do real.
MODENESI, André de Melo. Regimes monetários: teoria e a experiência do real.
Barueri: Manole, 2005
A Moeda Importa? A macroeconomia pós-keynesiana e a não-neutralidade da moeda
LIRA, Vitor Carvalho; JESUS, Cleiton Silva de. A moeda importa? A macroeconomia
pós-keynesiana e a não-neutralidade da moeda. v. 18, nº 34, Chapecó, SC:
Cadernos de Economia, 2016.
https://goo.gl/TO1M5B
20
Referências
BLANCHARD, J. O. Macroeconomia. 4 ed. São Paulo: Prentice Hall, 2007.
21
21