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Economia e

Direito Econômico
Material Teórico
Economia Contemporânea Brasileira

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Dr. Júlio Cesar Gomes

Revisão Textual:
Prof.ª Me. Natalia Conti
Economia Contemporânea Brasileira

• Introdução;
• Entre a Orientação Liberal e Estatizante;
• O Retorno do Modelo Estatista e o Desenvolvimentismo;
• Período Militar (1964-1985): Entre o Estatismo e a Orientação Liberal;
• A Nova República (1985): Fracassos Sucessivos de Planos Econômicos.

OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Analisar os aspectos concernentes à ordem econômica nas Constituições de 1946,
1967 e 1988;
• Caracterizar a política econômica do Pós-Guerra;
• Descrever as políticas econômicas do governo militar (1964-1985);
• Compreender os principais aspectos das políticas econômicas da Nova República.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Economia Contemporânea Brasileira

Introdução
Nesta unidade, o aluno deve desenvolver uma visão geral sobre os aspectos
fundamentais das políticas econômicas do Pós-Guerra, até o governo Lula, com a
ênfase dos aspectos legais constantes nas sucessivas constituições e emendas cons-
titucionais e sua forma de tratamento do sistema econômico. Esta análise abran-
gente e interdisciplinar não pretende ser, no entanto, exaustiva, sendo necessário
um aprofundamento posterior neste tema – o das relações entre a norma jurídica e
a economia – com o intuito de julgar as principais orientações ideológicas concer-
nentes ao papel do Estado na Economia.
Este estudo sistemático está permeado de informações complementares e ati-
vidades desafiadoras com o intuito de favorecer um processo mais consistente de
compreensão do fenômeno dos processos econômicos em suas relações com os
marcos legais.
Esperamos que você tenha um bom aproveitamento intelectual e adquira uma
capacidade maior de entendimento da situação atual da economia brasileira nos
dias de hoje.
Bons estudos!

Entre a Orientação Liberal e Estatizante


Após 1945, uma Assembleia Constituinte foi instalada logo no começo de 1946,
sendo o texto promulgado em 1946, repudiando o Estado autoritário instaurado
por Vargas em 1937. A Constituição inspirou-se nos princípios constitucionais da
Constituição de 1891, em relação aos aspectos políticos, mas conservou as con-
quistas sociais de 1934.
Explor

A propósito da Era Vargas, ver: https://goo.gl/BAoy5K

Do ponto de vista econômico, buscou a conciliação dos ideais liberais e sociais,


apoiado na pretensão de proteção do Estado, para obter a denominada justiça so-
cial, embora tenha remetido à lei complementar as disposições sobre intervenção
do Estado e mesmo de nacionalização do trabalho ou atividades.

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É de se observar, ainda, que em relação à livre iniciativa e à repressão ao abuso
do poder econômico, a Constituição de 1946 acabou consagrando uma ambigui-
dade, uma vez que o capitalismo de
Estado já existente em relação às indús-
trias de base - siderurgia, portos e pe-
tróleo - era compatível com monopó-
lio pela própria escala dos negócios,
relativizando-se a preocupação com o
abuso do poder econômico, que é típi-
ca da concepção liberal.

A este respeito, convém ressaltar


que, neste período, os EUA se tinham
voltado para uma política de reconstru-
ção da Europa e do Japão em detrimen-
to da América Latina. Deste modo, o
Brasil precisava se apoiar no financia-
mento de capitais privados para gerir o
seu processo de desenvolvimento eco-
nômico e industrial, iniciando o proces-
so de constituição de infraestrutura e de
constituição de uma indústria de bens
de consumo duráveis, já que o Estado
não possuía recursos suficientes. Figura 1
Fonte: crcam.org.br
Explor

Sobre a política externa dos Estados Unidos no Pós-Guerra, ver: https://youtu.be/e_kcUBngBx4

O que é capitalismo de Estado?


Explor

Você acha que ele se manifesta no Brasil atualmente?

De fato, neste período, no Governo de Eurico Gaspar Dutra (1946-1951), o recei-


tuário liberal foi percebido como a solução para a inflação que chegara a 11% e 22%
em 1945 e 1946. Daí a opção incidental pelo Liberalismo político e econômico.

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UNIDADE Economia Contemporânea Brasileira

Figura 2
Fonte: Wikimedia Commons

Neste contexto, a industrialização foi favorecida pelas seguintes medidas:


• A taxa de câmbio foi sobrevalorizada;
• Estabeleceram-se medidas discriminatórias à importação de bens de consumo
não essenciais, semelhantes ao produto nacional;
• O crédito real à indústria cresceu 38%, 19%, 28% e 5%, respectivamente, nos
anos de 1947 a 1950.

Como resultado, a produção real da indústria de transformação aumentou em


pouco mais de 42% (9% a.a.), entre 1946 e 1950, com destaque para os setores
de Material Elétrico (28% a.a.), Material de Transporte (25% a.a.) e Metalurgia
(22% a.a.) – os setores que respondiam, conjuntamente, por menos de 10% do
valor adicionado industrial no início da década de 1950.

Na sequência, quando Vargas foi eleito (1951), foi retomada uma orientação
mais estatizante, embora mais moderada. O governo de Vargas se dividiu em
duas etapas:
• Primeira fase: buscou a estabilização da economia, através do equilíbrio das
finanças públicas, permitindo a adoção de uma política monetária restritiva,
reduzindo a inflação;
• Segunda fase: buscou realizar empreendimentos e obras públicas na área de
infraestrutura.

Durante a primeira fase, as despesas do setor público em 1951 foram efetiva-


mente reduzidas. Essa orientação fiscal foi mantida em 1952, quando o superávit
no orçamento da União foi praticamente igual ao do ano anterior.

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Durante a segunda fase, foram criadas duas empresas estatais, - o Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE) e a Petróleo Brasileiro S.A.
(PETROBRAS), a quem coube o monopólio da extração do petróleo, cabendo às
companhias estrangeiras o mercado distribuidor de combustíveis.

Sobre a história da Petrobras, ver: DIAS, José Luciano de Mattos; QUAGLINO, Maria Ana;
Explor

A questão do petróleo no Brasil: uma história da PETROBRAS. Rio de Janeiro: CPDOC:


PETROBRAS, 1993. 211p. Disponível em: https://goo.gl/7q61vy.

O Retorno do Modelo Estatista


e o Desenvolvimentismo
A seguir, iniciam-se os anos JK, que mantiveram a orientação democrática e
populista iniciada após o fim da Segunda Guerra, sob a influência do modelo de
gestão e liderança política de Vargas (GIAMBIAGI, 2011).

Figura 3
Fonte: causaoperaria.org.br

Para promover a industrialização, JK estabeleceu o Programa de Metas que


determinou pesados investimentos públicos e privados na indústria e nas atividades
relacionadas à infraestrutura econômica.

O Plano ou Programa de Metas tinha 31 objetivos a serem alcançados em seu


governo, priorizando os seguintes setores: energia, transportes, alimentação, in-
dústria de base e educação.

As fontes internas previstas para financiamento dos investimentos do Plano


dividiam-se em:
• Orçamento corrente da União (inclusive fundos vinculados) - 39,7%;

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• Orçamentos dos Estados (inclusive fundos especiais) - 10,4%;


• Financiamentos de entidades públicas (BNDE, Banco do Brasil, etc.) - 14,5%;
• Recursos próprios de empresas privadas ou sociedades de economia mista, 35,4%.

O instrumento da política econômica de JK foi a política cambial, já vigente - a


Instrução 70 da SUMOC, de outubro de 1953. Essa norma eliminou o controle
de licenças de importação até então em vigor, substituindo-o por um sistema de
leilão de divisas. Com isso, introduziu-se um componente mais concorrencial numa
política até então discricionária. O sistema de taxas de câmbio múltiplas inaugurado
com a Instrução 70 vigorou até março de 1961.

Foi também estabelecida a Instrução 113 da SUMOC, em janeiro de 1955,


autorizando a importação de bens de capital “sem cobertura cambial”, e sem o
emprego de divisas. Na prática, a Instrução foi um fator de atração do capital es-
trangeiro, que se entronizou na automobilística, cigarro, eletricidade, farmacêutica
e mecânica.

Além das medidas supracitadas, o Programa de Metas criou os seguintes órgãos:


• O Grupo Executivo da Indústria Automobilística (GEIA);
• O Conselho Nacional de Energia Nuclear; criação do Grupo Executivo da In-
dústria de Construção Naval (Geicon);
• O Ministério das Minas e Energia, instalado apenas no governo seguinte;
• A Superintendência para o Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE).

Entre 1956 e 1960, as principais metas de ampliação da produção e da in-


fraestrutura econômica, reunidas no Programa de Metas, foram atingidas, assim
como a construção de Brasília, que foi propulsora da interiorização da ocupação
econômica e demográfica do Brasil. Nesse sentido, a política de desenvolvimento
econômico de JK foi exitosa, apesar de gerar um intenso processo inflacionário.

Período Militar (1964-1985): Entre o


Estatismo e a Orientação Liberal
As gestões econômicas de Jânio Quadros e João Goulart foram marcadas pelos
desequilíbrios inerentes aos processos de take off econômico acelerados que inter-
feriram negativamente num quadro político já bastante instável, e que culminaria
com o golpe civil-militar de 1964.

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Figura 4
Fonte: senado.gov.br

Ao contrário destes governos, a estabilidade política do Período Militar foi man-


tida por um regime de exceção, instituído pelo Golpe Militar que depôs o então
presidente João Goulart em 31 de março de 1964 (GIAMBIAGI, 2011).

A Constituição de 1967 centralizava o poder da União, mesmo trazendo em


seu texto a questão do federalismo. Impôs a presença de um Estado Militarizado,
mais unitário e centralizado do que federativo, sob a influência de uma corrente
doutrinária norte-americana, com o intuito de favorecer o crescimento do Estado -
a Doutrina da Segurança Nacional - baseada nos princípios da Geopolítica.

Quais os impactos da Constituição de 67 na atividade econômica?

Na verdade, a Constituição de 1967, alterada pela Emenda 1 de 1969, mantém


as mesmas diretrizes da Constituição de 1946. A Ordem Econômica e Social foi
abordada em um capítulo próprio, nos artigos de 157 a 166 e 181. Visou distinguir
a finalidade da ordem econômica (realizar a justiça social) e os princípios (liberdade
de iniciativa, valorização do trabalho como condição da dignidade humana, função
social da propriedade, harmonia e solidariedade entre os fatores de produção, de-
senvolvimento econômico, repressão ao abuso do poder.

A ordem econômica com a finalidade de realizar a justiça social já existia em


constituições anteriores. Já o princípio de desenvolvimento econômico foi uma
inovação, com a interface para o crescimento com qualidade, distribuído igualita-
riamente de modo a proporcionar melhoria do nível de vida e bem estar geral. Esta
diretriz foi acentuada na Emenda Nº1 de 1969.

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UNIDADE Economia Contemporânea Brasileira

Em termos práticos, a liberdade de iniciativa reafirmada pela Constituição de


1967 consagrou preferencialmente as empresas privadas na organização e explo-
ração das atividades econômicas, deixando ao Estado apenas a suplementação à
iniciativa privada.

Apesar disso, as empresas públicas, autarquias e sociedades de economia mista


tinham que ser reguladas por normas aplicáveis às empresas privadas, inclusive
quanto ao direito do trabalho e das obrigações e igualmente submetidas ao mesmo
regime tributário. Ou seja, a intenção era que, quando o Estado atuasse na ativida-
de econômica, ficasse submetido às mesmas regras da iniciativa privada.

No entanto, a intervenção e o monopólio são consentidos no art. 157, § 8º, a


exemplo das Constituições anteriores, por motivo de segurança nacional, o que é
admitido, a exemplo das Constituições anteriores.

Em relação ao Direito do Trabalho, pode-se dizer que vários direitos previstos


na Constituição de 1946 permaneceram, tais como salário mínimo, e a duração
diária do trabalho não excedente de oito horas, dentre outros. Mas se reduziu a
idade para o trabalho, de 14 anos, que constava na Constituição de 1946, para 12
anos, mantendo-se a proibição de trabalho noturno para menores de 18 anos e de
trabalho insalubre para menores de 18 anos e às mulheres; Além disso, consagrou-
-se constitucionalmente o salário-família, que havia sido introduzido pela Lei 4263
de 03 de outubro de 1963.

Quanto às concessões, o regime das empresas concessionárias de serviços públi-


cos federais, estaduais e municipais voltou a figurar na Constituição, com equação
de tarifas e remuneração de capital. Mas se estabeleceu a obrigação de manter
serviço adequado e a fiscalização permanente e revisão periódica das tarifas, ainda
que estipuladas em contrato anterior.

O resultado da Constituição de 1967 na atividade econômica foi indireto, ao


longo do período militar.

No que tange ao desempenho da economia, a primeira metade do Período


Militar, de 1964 a 1973 caracterizou-se pela busca de estabilização econômica e
política e intenso crescimento econômico, englobando duas fases distintas: 1964
a 1967 e 1968 a 1973.

Na sua primeira fase, de 1964 a 1967, houve um ajuste conjuntural e estru-


tural da economia para conter o processo inflacionário, o desequilíbrio externo e
a estagnação econômica. Neste contexto, a economia brasileira apresentou um
comportamento do tipo stop and go, embora o crescimento médio do PIB tenha
sido razoável (4,2% ao ano). Outro aspecto importante foi a realização de reformas
estruturais, tais como as reformas tributária e financeira.

Para tal, foi estabelecido o Plano de Ação Econômica do Governo (PAEG). As suas
metas para a inflação indicavam uma estratégia do tipo gradualista. O Plano não visou
a suprimir o processo inflacionário em curto lapso de tempo, mas o diminuiu ao lon-
go de três anos, admitindo ainda uma inflação de dois dígitos (10%) no terceiro ano.

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Esse diagnóstico determinou algumas medidas corretivas, tais como um programa de
ajuste fiscal, com base em metas de aumento da receita (via aumento da arrecadação
tributária e de tarifas públicas) e de contenção (ou corte, em 1964) de despesas go-
vernamentais e um mecanismo de correção salarial (GIAMBIAGI, 2011).

Por sua vez, buscou-se realizar as chamadas reformas estruturais, que tiveram
por foco a estrutura tributária e a financeira.

A Reforma Tributária visava aumentar a arrecadação do governo através do


aumento da carga tributária da economia e da racionalização do sistema tributário.
Para tal, implementou medidas tais como a instituição da arrecadação de impostos
através da rede bancária, e a criação do ISS (Imposto Sobre Serviços), a ser arre-
cadado pelos municípios.

Por sua vez, a Reforma Financeira pretendeu complementar o Sistema Finan-


ceiro Brasileiro (SFB), criando o Banco Central do Brasil (Bacen), como executor
da política monetária e o Conselho Monetário Nacional (CMN), com funções nor-
mativas e reguladoras do SFB.

Na segunda fase, de 1968 a 1973, o crescimento econômico que ocorreu du-


rante o período de 1968-73 retomou e complementou o processo de difusão da
produção e consumo de bens duráveis, iniciado com o Plano de Metas de JK.

Neste período, a política econômica foi


marcada pelo Plano Estratégico de Desenvol-
vimento (PED), lançado em meados de 1968,
cujas prioridades eram a estabilização gradual
dos preços, mas sem a fixação de metas explí-
citas de inflação, o fortalecimento da empresa
privada, visando à retomada dos investimen-
tos, dentre outras.

Em 1968, propulsionada pelo PED, a econo-


mia brasileira iniciou uma fase de intenso cresci-
mento que se estendeu e se acelerou até 1973
- o “Milagre Brasileiro”.
Figura 5
Fonte: Universidade de São Paulo
Explor

Quais os aspectos positivos e negativos do ‘’Milagre brasileiro’’?

A seguir, o Choque dos preços do petróleo entre 1973-74 deu início a uma
longa fase de dificuldades para a economia brasileira, pois estabeleceu restrições
externas de bens de capital e de insumos industriais, além de subir os preços dos
combustíveis.

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UNIDADE Economia Contemporânea Brasileira

Em resposta, o modelo de ajuste estrutural implementado no governo Geisel


(1974-78) teve como objetivo fomentar a produção nacional de bens cruciais ao
crescimento econômico.
O ajuste externo adotado no governo Geisel foi do tipo estrutural, materializado
no II PND, em meados de 1974. Tratava-se de um ousado plano de investimentos
públicos e privados (incentivados por políticas específicas), a serem implementados
ao longo do período de 1974-79 para promover o desenvolvimento econômico.
Os novos investimentos eram dirigidos aos setores estratégicos para o cresci-
mento da economia brasileira: infraestrutura, bens de produção (capital e insumos),
energia e exportação.
Diante do alto custo e do longo prazo de maturação dos investimentos, e da
virtual inexistência de mecanismos privados de financiamento de longo prazo no
Brasil, a viabilização do II PND dependeu de fontes de financiamento público e
externo. O primeiro apoiou-se no BNDE, a quem coube o financiamento dos in-
vestimentos privados, com base em linhas especiais de crédito a juros subsidiados.
Além disso, os investimentos públicos foram financiados por recursos do orçamen-
to (impostos) e por empréstimos externos captados pelas empresas estatais, em
melhores condições de obtenção de crédito do que as empresas privadas.
Ao longo de 1979, ocorreu um segundo choque do petróleo, que gerou a retra-
ção das importações dos produtos nacionais por parte dos países industrializados e
o racionamento maior de crédito para os países em desenvolvimento.
O resultado desse novo cenário internacional foi o racionamento do crédito para
os países altamente endividados - a maior parte da América Latina - e a deflagração
da “crise da dívida” latino-americana.
Para enfrentar a crise, os mecanismos de controle monetário existentes foram
intensificados, o que gerou taxas negativas de crescimento do M1 e do crédito no
biênio 1979-80. O legado negativo desta política econômica de ajuste foi per-
manente, pois a tendência à aceleração inflacionária se manteve até meados da
década de 1990.

A Nova República (1985): Fracassos


Sucessivos de Planos Econômicos
Após 20 anos de Regime Militar, surgiu o movimento por eleições “Diretas
Já” pelo direito de eleger o presidente da República, de restabelecer as liberdades
civis e políticas, que se associou à intenção de controlar a inflação e promover o
crescimento econômico, sem gerar uma maior redistribuição da renda.

Diante da ineficácia das medidas fiscais e monetárias implementadas na primeira


metade dos anos 1980, fortaleceu-se a tese de que o princípio da correção
monetária, introduzido no PAEG, tornara-se ineficaz no combate à inflação.

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O Plano Cruzado foi adotado no governo Sarney em agosto de 1985,
estabelecendo uma Reforma Monetária e um congelamento, determinando o
cruzado como o novo padrão monetário nacional, à paridade de Cr$1.000 =
Cz$1. Esta mudança tinha dois objetivos:
1. criar a imagem de uma nova moeda forte;
2. permitir a intervenção nos contratos, já que ficava estabelecida uma nova
unidade monetária.

Além disso, o Plano Cruzado determinou medidas de desindexação da Econo-


mia, tais como as Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional - ORTNs (criadas
em 1964, no Paeg), o Índice de Preços e Cadernetas de Poupança e uma Política
Salarial, o “gatilho salarial”, dentre outras.

A seguir, foi estabelecido o Plano Bresser, com o objetivo de promover um


choque deflacionário na economia. A inflação foi diagnosticada como inercial e
de demanda e, em consequência, o plano foi concebido como híbrido, contendo
elementos heterodoxos e ortodoxos.

Com base no diagnóstico ortodoxo, a política fiscal e monetária seria usada


contra a inflação. Nesta perspectiva, os juros reais positivos serviriam para contrair
o consumo e evitar a especulação com estoques.

Assim sendo, pretendia-se reduzir o déficit público através de medidas ortodo-


xas, tais como o aumento de tarifas e eliminação do subsídio do trigo.

No entanto, uma sucessão de erros levou o Plano Cruzado ao fracasso e os dois


planos que se seguiram tentaram em vão corrigir as sequelas.

Na sequência, foi elaborada a Constituição de 1988, com diretrizes específicas


para a ordem econômica. A Constituição de 1988 estendeu o tratamento da or-
dem econômica juntando-a a ordem financeira. Indicou fundamentos e princípios
gerais que deviam permear a ordem econômica e financeira sem, contudo, deixar
de se remeter ao legislador ordinário à complementação da norma constitucional.

Figura 6
Fonte: camara.gov.br

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A Constituição de 1988 declarou que os fundamentos da atividade econômica


são a valorização do trabalho humano e a livre iniciativa, o que, idealmente, signifi-
ca colocar o homem como centro mesmo do sistema de produção. Por outro lado,
a livre iniciativa equivale ao direito que todos têm de desenvolver atividade de bens
e serviços por sua conta e risco.

Figura 7
Fonte: cnts.org.br

Convém ressaltar que nove princípios informam a concepção constitucional da


ordem econômica: soberania nacional, propriedade privada, livre concorrência;
redução das desigualdades regionais, busca do pleno emprego, tratamento favo-
recido para as empresas brasileiras de capital nacional de pequeno porte; função
social da propriedade, defesa do consumidor e defesa do meio ambiente.

Em relação ao papel do capital estrangeiro, o Constituinte compreendeu a so-


berania como fundamento da ordem econômica, postulando uma espécie de na-
cionalismo econômico, priorizando o capital privado brasileiro.

A extensão da compreensão do princípio alterou-se entre 1988 e 1995, quan-


do se reafirmou a conveniência de estabelecer um tratamento mais amigável ao
capital estrangeiro, o que coincidiu, posteriormente, com a privatização de seto-
res como telefonia, siderurgia e outros, em que acorreram capitais estrangeiros
e também nacionais.

Neste contexto, o governo de Fernando Collor de Mello buscou romper com o


modelo brasileiro de crescimento com elevada participação do Estado e proteção
tarifária, desenvolvimentista, estabelecido a partir de Vargas, uma tendência que
foi aprofundada no governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-98).

Para tal, Collor intensificou as chamadas “reformas estruturais”, que incluíam


políticas de intensificação da abertura econômica e de privatização, tais como o
Plano Nacional de Desestatização, que tinha como objetivos contribuir para o rede-
senho do parque industrial e reduzir a dívida pública (via aceitação de títulos como
moeda de privatização).

No dia 15 de março de 1990, o Plano Collor I foi lançado, estabelecendo o cru-


zeiro como padrão monetário, um novo congelamento de preços de bens e serviços
e o sequestro de liquidez.

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O Plano Collor I recebeu críticas, apesar de ter conseguido baixar a inflação de
80% ao mês para 10% nos meses seguintes. Mas a inflação aumentou novamente
e o bloqueio dos recursos foi considerado uma inadmissível intervenção estatal, que
gerou a perda de confiança dos poupadores no sistema financeiro nacional, com
graves consequências para o País.

Para resolver estes problemas, foi lançado o Plano Collor II, cujo objetivo era
conter as taxas de inflação, na época em torno de 20% ao mês, estabelecendo
medidas tais como a racionalização dos gastos nas administrações públicas, deter-
minando o corte das despesas.

No contexto de uma grave crise econômica, após uma série de escândalos,


revelação de esquemas de corrupção e de dois planos econômicos malsucedidos,
Fernando Collor de Mello foi destituído do poder, no final de 1992, assumindo o
seu vice, Itamar Franco.

Figura 8
Fonte: une.org.br

Na sequência, o Plano Real, implementado no governo interino de Itamar Fran-


co, centrou-se no controle das contas públicas, utilizando mecanismos de desin-
dexação, como a URV, logrando controlar o processo inflacionário e minorar o
déficit público.

FHC e o Plano Real


A eleição de FHC foi amplamente favorecida pelo sucesso do Plano Real em
debelar um processo inflacionário que durava várias décadas.

A Era FHC: Êxito Relativo dos Planos Econômicos


Na sequência, durante o Governo de FHC, foram obtidos resultados tais como a
estabilização, as reformas estruturais, que deram continuidade, de uma forma mais

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profunda, a tendências de racionalização do Estado brasileiro iniciadas ainda no


governo Collor, o que incluiu medidas de privatização, fim dos monopólios estatais
nos setores de petróleo e telecomunicações, dentre outras.
O segundo governo de FHC, de 1999 a
2002, manteve as linhas mestras do Plano
Real, realizando ainda uma negociação com
o Fundo Monetário Internacional (FMI), que
lhe permitiu enfrentar um quadro externo
extremamente adverso, caracterizado pelo
esgotamento da disposição do resto do
mundo em continuar a financiar déficits em
conta corrente da ordem de US$30 bilhões.

De um lado, o crescimento permaneceu


baixo e o País continuou a suportar taxas
de juros reais elevadas; de outro, houve me-
lhora sistemática da balança comercial e do
resultado em conta corrente e o País fez um
ajuste fiscal difícil que muitos previram que
Figura 9
não seria bem-sucedido. Fonte: Wikimedia Commons

Os Anos Lula
A posse de Luís Inácio Lula em 2003 marcou a ascensão da esquerda ao poder,
através do Partido dos Trabalhadores (PT), o que exigiu o enfrentamento das tare-
fas concretas da governança na área econômica.

Neste contexto, observadores internacionais temiam a decretação de algum tipo


de moratória em 2003, para evitar a utilização de medidas impopulares.

Ao contrário do que se esperava, defendeu-se um novo ajuste fiscal e o aumento


da taxa de juros - medidas impensáveis para o PT antes de 2002 - que constituí-
am uma demonstração de afinação com o mercado financeiro, de cujo resultado
dependia o êxito da nova administração. A seguir, até abril de 2003, seis meses
depois das eleições, o governo estabeleceu medidas econômicas, tais como a ele-
vação da taxa de juros básica (Selic) nas reuniões do Comitê de Política Monetária
(COPOM), evidenciando que isso não era mais um “tabu” para o PT e os cortes do
gasto público, para viabilizar o objetivo fiscal.

Em suma, ao longo de 2003, a ortodoxia fiscal e monetária abraçada pelo novo


governo gerou resultados positivos em termos de combate à inflação.

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Outro elemento importante para justificar o apoio do mercado que sucedeu a
atitude de desconfiança que precedeu a eleição de Lula foi o compromisso do novo
governo com as chamadas “reformas estruturais”, que foi visto como uma dispo-
sição de gerar uma continuidade em relação às reformas, ainda incompletas, de
1995-2002. Este compromisso se traduziu em duas ações políticas:
• O envio ao Congresso da proposta de reforma tributária;
• O encaminhamento, em paralelo com a reforma tributária, da proposta de
reforma da Previdência Social.

Em síntese, o desempenho da economia brasileira a partir de 2003 foi positivo


devido a vários fatores:
• A situação favorável da economia internacional, marcada pela emergência da
China e de outros países da Ásia, como a Índia, com seu potencial de consumo
de commodities brasileiras;
• A continuidade do regime de metas de inflação e da taxa de câmbio e
da inflação.

Convém ressaltar ainda o fato de que o surgimento, na década de 2000, de


perspectivas de grande aumento da produção off-shore nas novas áreas do pré-sal
configurou-se como uma novidade com potencial para provocar efeitos significati-
vos sobre a economia brasileira.

No âmbito da política econômica dos anos Lula, convém ainda destacar a es-
truturação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em 2007 como
parte de uma política econômica voltada para o crescimento econômico. O PAC
englobava os orçamentos da União, dos estados e dos municípios e os recursos
da iniciativa privada. Era composto de investimentos em infraestrutura e medidas
institucionais. As obras de infraestrutura se subdividiam em vários eixos, dentre os
quais Logística, Energia e Social.

Figura 10

21
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UNIDADE Economia Contemporânea Brasileira

Explor
‘’O papel desempenhado pelo Estado brasileiro durante o governo Lula sugeriu modelos
de atuação e propostas de desenvolvimento que ora o aproximam da perspectiva que se
convencionou chamar de “neoliberalismo”, ora o afastam, se associando a modelos como
o keynesianismo. Ou seja, apesar da forte predominância das finanças e da liberalização fi-
nanceira, observamos algumas evidências empíricas distintas da política neoliberal (apesar
de pontos em comum), o que transformou o desenvolvimento econômico e social intro-
duzido durante o governo Lula em um fenômeno de grande interesse sociológico. Nosso
argumento é que, apesar da aparente (e inquestionável) dominação das finanças, o Esta-
do coordenou os mercados durante o governo Lula, produzindo bens e serviços por meio
de empresas estatais e parcerias com o capital privado, estabelecendo projetos com base
nos recursos oriundos do mercado financeiro – especialmente dos fundos de pensão e do
BNDES, via emissão de títulos públicos e por meio de investimentos diretos nas empresas –,
assim como coordenou certa regulamentação, “domesticação” e/ou “moralização” do mer-
cado financeiro (Jardim, 2007).
Nesse contexto, apresentaremos aqui evidências empíricas de que o Estado exerceu violên-
cia simbólica nos mercados, o que significa concretamente, que o Estado “deu as regras do
jogo”. Para Boschi e Gaitán (2008), no governo Lula houve um novo tipo de intervencionismo
estatal, que adquiriu particularidade em relação ao do passado, já que neste haveria mais
uma modalidade híbrida de coordenação econômica ou de recriação de existentes, do que
um retorno do Estado produtivo propriamente dito. Bresser-Pereira (2004, 2006) fala de um
“neodesenvolvimentismo”, que difere do “nacional-desenvolvimentismo” que vigorou na
década de 1970 e do neoliberalismo, a partir dos anos 1990. O papel do Estado no governo
Lula reafirmaria a importância da dimensão política do Estado-Nação para o novo desen-
volvimentismo, ao mesmo tempo que delinearia a América Latina como área geopolítica
de sua aplicação, seguindo a referência tradicional do pensamento estruturalista cepalino.
Já autores como Boito (2003, 2012) e Antunes (2004) defendem que no governo Lula pre-
dominou o modelo neoliberal de desenvolvimento, tendo em vista que as relações entre
Estado e finanças foram bem íntimas, com clara submissão do Estado ao jugo das finanças.
Nessa mesma linha, outros observadores entendem que o governo ambicionou praticar algo
que poderia ser denominado como social-liberalismo, o que significaria a manutenção do
modelo capitalista neoliberal, combinado com um pouco mais de crescimento econômico
e de políticas sociais compensatórias. Como podemos ver, as abordagens e interpretações
sobre o desenvolvimento aplicado durante o governo Lula não são nada consensuais.’’
(MARQUES; MENDES, 2006, p. 55).

Fonte: JARDIM, Maria Chaves; SILVA, Márcio Rogério. Programa de aceleração do crescimento (PAC)
[recurso eletrônico]: neodesenvolvimentismo? - 1. ed. - São Paulo: Ed. da UNESP, 2015, p. 55

A seguir, houve uma nítida mudança de orientação da política econômica após


a troca do Ministro da Fazenda ocorrida no final do primeiro Governo Lula, com a
saída de Antônio Palocci e a sua substituição por Guido Mantega, antigo assessor
de Lula por vários anos, ex-ministro do Planejamento e Presidente do BNDES.

Foram, então, estabelecidas medidas tais como o afrouxamento dos superávits


primários e o arrefecimento do esforço de cumprimento da “meta fiscal”;
• O Ministério da Fazenda passou a divergir em várias ocasiões do Banco Cen-
tral quanto à condução da política monetária;

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• Foram abandonados os estudos da área econômica realizados desde 2005,
destinados a elaborar um plano de longo prazo, visando à maior contenção do
crescimento da despesa, para atacar de modo mais vigoroso o desequilíbrio fiscal;
• A retórica ministerial deixou de enfatizar os aspectos de continuidade ligados
à manutenção das políticas herdadas do Governo FHC;
• Houve um incremento considerável do papel do BNDES na economia nacional.

A seguir, a partir de 2009, a economia brasileira sofreu ainda o impacto da


maior crise da economia mundial desde 1929, deixando de crescer, que embora
não tenham sido tão negativos, afetou a economia nacional.

Em síntese, pode-se dizer em relação aos anos Lula que o fim do ciclo das com-
modities representou o ponto de inflexão de uma política econômica pautada pelo
apoio significativo do BNDES, políticas sociais de caráter assistencial e arrefeci-
mento do cumprimento da meta fiscal.

Glossário
» Capitalismo - sistema econômico baseado na legitimidade da propriedade
privada e na liberdade de comércio e indústria, com o principal objetivo de
adquirir lucro. As empresas privadas ou indivíduos contratam mão de obra
em troca de salário.
» Déficit – É o que falta para completar determinada quantidade de numerário
ou para inteirar uma conta. Ou seja, consiste na diferença entre o que foi
previsto para atender a certa demanda e o que existe na realidade.
» Desenvolvimentismo - Nome conferido à estratégia política de desenvol-
vimento adotada durante o governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961),
que visava acelerar o processo de industrialização e superar a condição de
subdesenvolvimento do país. O desenvolvimentismo como modelo econômi-
co considerava que o crescimento dependia diretamente da quantidade dos
investimentos e da produtividade marginal do capital. No sentido mais am-
plo, o desenvolvimentismo como ideologia de desenvolvimento autônomo
no âmbito do sistema capitalista valorizava a riqueza e a grandeza nacional,
a igualdade social, a ordem e a segurança.
» Desindexação - Anulação do reajuste estabelecido pelas variações, índices
do mercado financeiro ou daqueles regulamentados pelo Estado. Exemplo: a
desindexação do salário mínimo com base na inflação.
» 7. Liberalismo - doutrina filosófica, baseada na defesa da liberdade individu-
al, nos campos econômico, político, religioso e intelectual, contrapondo-se
às interferências e ações de repressão do poder estatal.
» 8. Moratória - Dilatação do prazo de quitação de uma dívida, concedida
pelo credor ao devedor para que este possa cumprir a obrigação além do dia
do vencimento.

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UNIDADE Economia Contemporânea Brasileira

»» Nacionalismo – Consiste no sentimento de pertencer a um grupo por vín-


culos raciais, linguísticos e históricos, associado à reivindicação do direito de
formar uma nação autônoma. É uma concepção ideológica que surgiu após
a Revolução Francesa (1789).
»» Populismo – no contexto da tradição política brasileira, o termo populismo
se relaciona com outros conceitos, como trabalhismo, getulismo, queremis-
mo, sindicalismo ou peleguismo, autoritarismo, fascismo ou totalitarismo,
nacionalismo e estatismo. Esse conjunto de conceitos é abordado em suas
doutrinas e em suas práticas, sugerindo noções tais como mistificação, ma-
nipulação das massas e demagogia.
»» Federalismo - Sistema de governo federativo, no qual vários estados se
agregam para formar uma nação, mas cada um conservando sua autonomia,
do ponto de vista político e/ou econômico.
»» Soberania - Consiste no exercício de poder social por meio do qual as
normas e decisões elaboradas pelo Estado prevalecem sobre as normas
e decisões emanadas de grupos sociais intermediários, tais como família,
escola, empresa e religião. Nesse sentido, no âmbito interno, a soberania
estatal traduz a superioridade de suas diretrizes na organização da vida co-
munitária. No âmbito externo, a soberania traduz, por sua vez, a ideia de
igualdade dos Estados perante a comunidade de nações, vinculada à sua
postulação de autonomia.
»» Superávit – Refere-se ao valor médio que resta de uma receita - dinheiro
arrecadado - após a dedução dos gastos.

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Livros
Brasil: de Getúlio a Castelo
Para ter uma compreensão sintética, mas abrangente da história política e econômica
do Brasil no século XX, ler: Skidmore, Thomas. Brasil: de Getúlio a Castelo. São
Paulo: Saga, n/d.
Evolução da Ordem Econômica no Contexto Político-Econômico das Constituições Brasileiras
Para uma análise aprofundada sobre o tratamento conferido à Ordem Econômica pelas
constituições brasileiras, consultar: BATISTI, Nelia Edna Miranda. Evolução da ordem
econômica no contexto político-econômico das constituições brasileiras. Dissertação.
Universidade Estadual de Londrina. CENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS APLICADOS
MESTRADO EM DIREITO NEGOCIAL. 2017.

Vídeos
1985 - 30 anos de democracia: Governo Sarney - Parte 1
Sobre o panorama político e econômico do início da Nova República, ver: 1985 - 30
anos de democracia: Governo Sarney - Parte 1.
https://youtu.be/5eluLath8Ok

Filmes
Brasília: A Construção de Um Sonho
Sobre a política econômica de JK, assistir o seguinte documentário sobre a construção
de Brasília: ‘’Brasília: A Construção de Um Sonho. (Dublado) Documentário Completo.
https://youtu.be/qWNx_PFttRo

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UNIDADE Economia Contemporânea Brasileira

Referências
BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. Desenvolvimento e Crise no Brasil: história,
economia e política de Getúlio Vargas a Lula. 5ª ed. São Paulo: Editora 34, 2003.

FURTADO, Milton Braga. Síntese da economia brasileira. 7. ed. Rio de Janeiro:


Livros Técnicos e Científicos, 2012.

GIAMBIAGI, Fabio; CASTRO, Lavínia Barros De; HERMANN, Jennifer. Economia


brasileira contemporânea: 1945-2010. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.

GREMAUD, Amaury Patrick; TONETO JUNIOR, Rudinei; VASCONCELLOS,


Marco Antônio Sandoval. Economia Brasileira Contemporânea. 7. ed. São
Paulo: Atlas, 2012.

SOUZA, Jobson Monteiro de. Economia Brasileira. São Paulo: Person, 2009.
(Biblioteca Virtual Universitária)

SOUZA, Nilson Araújo de. Economia brasileira contemporânea: de Getúlio a


Lula. 2. ed., ampl. São Paulo: Atlas, 2008.

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