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Material Teórico
O Modelo IS – LM
Revisão Textual:
Profa. Ms. Fátima Furlan
O Modelo IS – LM
• O Modelo IS-LM
• Equilíbrio no Mercado de Bens e Serviços e a Curva IS
• Equilíbrio no Mercado Monetário: A Curva LM
• Equilíbrio no Mercado de Bens e Serviços e no Mercado Monetário
• Demanda Agregada no Modelo IS-LM
• Interação Demanda Agregada e Oferta Agregada no Modelo IS-LM
• Políticas Monetária e Fiscal no Modelo IS-LM
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Detalhar como surgiu o Modelo IS–LM e quais foram os seus
idealizadores e a partir desse conhecimento definir o que representa
a curva IS e a curva LM, o que é equilíbrio de mercado de bens e
serviços e monetário. Assim como explicar os efeitos das políticas
fiscal e monetária nesse modelo.
· Entender e interpretar gráficos e os resultados possíveis dessas
políticas de acordo com as inclinações das curvas IS e LM e suas
combinações e o que acontece com a taxa de juros, os investimentos,
o estoque de moedas, a renda e outras variáveis passíveis de serem
explicadas pelo modelo.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas, dentre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE O Modelo IS – LM
Contextualização
Juros Altos Favorecem Investimento em Renda Fixa; Poupança é
Opção Ruim
A taxa de juros no Brasil continua elevada, o que favorece o investimento
em renda fixa e afasta o investidor de um risco desnecessário, como aplicação
em Bolsa, para garantir um bom rendimento. A poupança continua sendo uma
opção ruim.
Com a atual taxa elevada de juros se mantendo, a renda fixa continua bem
atraente: ela garante uma rentabilidade alta a um risco menor, dizem os especialistas,
por outro lado, dependendo do apetite de risco do investidor, é possível já começar
a diversificar até 20% do seu capital em investimentos mais arriscados, tais
como ações.
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O Modelo IS-LM
Atribui-se a origem do Modelo IS–LM ao artigo “Mr. Keynes and the classics: a
suggested interpretation”, de autoria do economista britânico John Richard Hicks
em 1937. Neste artigo, Hicks procurava sintetizar as principais ideias contidas no
livro, então recentemente publicado, A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da
Moeda, de John Maynard Keynes.
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UNIDADE O Modelo IS – LM
Uma das partes do modelo é composta pela curva IS (do inglês Investiment
Saving) corresponde a “investimento” e “poupança”, a curva IS representa aquilo
que está acontecendo no mercado de bens e serviços. O outro componente do
modelo é a curva LM (do inglês Liquidity Money), representa aquilo que está
acontecendo com a oferta e demanda por moeda.
I (r) = S (Y)
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Com base nessas informações, podemos agora construir a curva IS, que
representamos graficamente na Figura 1 abaixo:
A Curva IS
r
r2 C
Taxa de Juros
r1 B
r0 A
IS
Y
Y2 Y1 Y0
Renda
Nas combinações taxa de juros-renda (r0, Y0), (r1, Y1) e (r2, Y2) obtemos os pontos
(A, B, C) ao longo da curva IS.
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UNIDADE O Modelo IS – LM
A Curva IS
A
r1
Taxa de Juros
B C
r2
IS’
IS
Y
Y1 Y2 Y’2
Renda
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e que, se a taxa de juros se elevasse, haveria um excedente de moeda
que ninguém estaria disposto a reter. Se esta explicação for correta,
a quantidade de moeda é outro fator que, aliado à preferência pela
liquidez, determina a taxa corrente de juros em certas circunstâncias. A
preferência pela liquidez é uma potencialidade ou tendência funcional
que fixa a quantidade de moeda que o público reterá quando a taxa de
juros for dada. (KEYNES, 1996, 174)
Dessa forma, tendo como base a teoria da preferência por liquidez, podemos
explicar o que determina a taxa de juros, e a partir dessa teoria podemos derivar
a curva LM.
Em síntese, uma renda alta implica em gasto alto, as pessoas se envolvem em
um maior número de transações que exigem o uso de moeda. Portanto, de acordo
com a teoria da preferência pela liquidez, uma renda mais alta acarreta uma taxa de
juros mais alta, isso porque a oferta de encaixes monetários permanecerá inalterada
provocando o aumento da taxa de juros.
Vejamos como podemos ilustrar essa relação com base no gráfico da
Figura 3 abaixo:
a) O Mercado de Encaixes Monetários Reais b) A Curva LM
r r
Aumento na renda, aumenta LM
a demanda por moeda.
B
r2
r2
Taxa de Juros
L(r2 ,Y2) A
r1
r1
L(r1 ,Y1)
Figura 3
Fonte: MANKIW, 2008
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UNIDADE O Modelo IS – LM
r LM
B
F
Taxa de Juros
A E
r0 C
IS
Y
Y0
Renda
Figura 4 - Ajuste ao Equilíbrio no Modelo das Curvas IS -LM
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Agora, nossa referência será a curva IS, sendo agora observados os pontos B
e C, que estão à direita da curva IS, a produção excederá a demanda agregada,
ou da mesma forma, o valor da poupança somado aos impostos excederá o do
investimento somado aos gastos do governo. Há, portanto um excesso de oferta
de bens, consequentemente uma pressão sobre a produção. Por outro lado, nos
pontos que ficam à esquerda da curva IS, pontos A e D, a produção está abaixo
do nível que equilibra o mercado de bens. Há um excesso de demanda por bens,
haverá, portanto, pressão para aumento da produção.
Figura 5
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UNIDADE O Modelo IS – LM
Derivando a Curva da Demanda Agregada com o Modelo IS-LM. O painel (a) mostra
o modelo IS-LM um aumento no nível de preços, de P1 para P2, diminui os encaixes
monetários reais e, por conseguinte, desloca a curva LM para cima. O deslocamento
da curva LM diminui a renda, de Y1 para Y2. O painel (b) mostra a curva de demanda
agregada, sintetizando essa relação entre o nível de preços e a renda, quanto mais
alto o nível de preços, mais baixo o nível de renda. (MANKIW, p. 232, 2008)
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Como a demanda agregada é determinada pela interseção entre as curvas IS
e LM, mantido o nível de preços constante, qualquer fator que desloque para a
direita esse ponto de interseção entre as curvas IS e LM eleva a demanda agregada
e desloca a curva DA para cima e para a direita. Assim como, qualquer fator que
desloque para a esquerda o ponto de interseção entre as curvas IS e LM, desloca a
curva DA para baixo e para a esquerda.
LM2(P=P2)
LM2(P=P1)
r F
2
r E
1
IS
Y2 Y1 Produto, Y
(a) IS-LM
Nivel de preços, P
F
P2
P1 E
DA
Y2 Y1 Produto, Y
(b) Curva de demanda agredada
Figura 6
Fonte: ABEL, BERNANKE e CROUSHORE, 2008
Segundo essa premissa com os preços fixos no curto prazo, é que as empresas
ofertam a quantidade de produto demandada a esse nível de preços fixos. Assim a
curva de oferta agregada de curto prazo OACP é uma linha horizontal.
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UNIDADE O Modelo IS – LM
Figura 7
Fonte: ABEL, BERNANKE e CROUSHORE, 2008
M, estoque de moeda; G, nível de gastos do governo; T, impostos. O sinal + indica que uma mudança no
instrumento de política faz com que a variável nessa coluna (Y ou r) se mova na mesma direção. O sinal -
indica o oposto.
Em primeiro lugar vamos analisar os efeitos da política monetária com base em três
situações de inclinação da curva IS, ou seja, muito inclinada, pouco inclinada e vertical.
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No caso da curva IS muito inclinada (baixa elasticidade da demanda por
investimentos em relação aos juros), Figura 8a, observamos que a política
monetária é relativamente ineficaz. A renda aumenta muito pouco como resultado
do aumento do estoque de moeda e a curva LM desloca-se de LM0 para LM1. No
caso da Figura 8b, a curva IS está bem menos inclinada, refletindo uma maior
elasticidade da demanda por investimentos em relação aos juros. Verificamos
nesse caso que a política monetária torna-se mais eficaz. Agora simulando um caso
extremo, a curva IS vertical, Figura 8c investimento completamente insensível
às variações da taxa de juros (elasticidade zero). O efeito do aumento do estoque
de moeda simplesmente deslocará a curva LM para baixo ao longo da curva IS,
ou seja, nesse caso o investimento não é afetado pela política monetária, não
depende da taxa de juros.
Importante! Importante!
Quanto maior for a inclinação da curva IS, mais nos aproximamos desse caso extremo, e
a política monetária será menos eficaz.
Figura 8
Fonte: FROYEN, 2005
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UNIDADE O Modelo IS – LM
Agora, vamos analisar os efeitos da política fiscal com base nas mesmas três
situações de inclinação da curva IS, ou seja, muito inclinada, pouco inclinada e vertical.
Nos casos mostrados nas Figuras 9a e 9b, o aumento nos gastos do governo,
seja a curva IS muito ou pouco inclinada, em ambos os casos, esta se desloca
de IS0 para IS1. A distância horizontal, ΔG (1/1-b), é a mesma nos dois casos,
podemos deduzir que a magnitude do impacto da política é igual em ambos os
casos. Observamos nos gráficos que a política fiscal é muito mais eficaz quando a
curva IS é mais inclinada, Figura 9a.
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c. Curva IS pouco inclinada
Figura 9
Fonte:FROYEN, 2005
Agora, nosso foco será a inclinação da curva LM, sabemos que essa inclinação
depende da elasticidade da demanda por moeda em relação aos juros. Veremos
agora como a eficácia das políticas monetária e fiscal depende da inclinação da
curva LM, ou seja, da elasticidade da demanda por moeda em relação aos juros.
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UNIDADE O Modelo IS – LM
Figura 10
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A tabela abaixo faz um resumo dos efeitos das Políticas Fiscal e Monetária no
contexto do Modelo IS–LM.
Mudança na taxa
Deslocamento de IS Deslocamento de LM Mudança no produto
de juros
Aumentos dos
esquerda nenhum diminui diminui
impostos
Diminuição dos
direita nenhum aumenta aumenta
impostos
Aumento dos gastos do
direita nenhum aumenta aumenta
governo
Diminuição dos gastos
esquerda nenhum diminui diminui
do governo
Aumento da moeda nenhum para baixo aumenta diminui
Diminuição da moeda nenhum para cima diminui aumenta
Fonte: BLANCHARD, 2007
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UNIDADE O Modelo IS – LM
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Macroeconomia
ABEL, B. A; BERNANKE, B. S.; CROUSHORE, D. Macroeconomia. 6. ed. São
Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008.
Leitura
IS-LM: uma história?
ANDRADE, A. A. S. & MAGALHÃES, M. A. IS-LM: uma história? v. 24, nº 4.,São
Paulo: Revista de Economia Política, out./dez. 2004.
https://goo.gl/W61Yo5
As primeiras impressões de Hicks sobre a Teoria Geral
SOROMENHO, J. E. de C. As primeiras impressões de Hicks sobre a Teoria Geral. v.
34, nº 2, São Paulo: Revista de Eco. Pol., pp. 327-343, abr./jun. 2014.
https://goo.gl/cRrrSU
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Referências
BLANCHARD, Olivier. Macroeconomia. 4. ed. São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2007.
FROYEN, Richard T. Macroeconomia. 5. ed. São Paulo-SP: Saraiva, 2005.
KEYNES, John Maynard. A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda. São
Paulo: Nova Cultural, 1996.
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Cruzeiro do Sul
Educacional