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CURSO ON-LINE – ECONOMIA PARA AFRFB Aula 05

TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS


PROFESSOR HEBER CARVALHO
AULA 05: Modelo IS-LM

Olá caros(as) amigos(as),

Na aula 03, nós vimos o modelo keynesiano de determinação da


renda. Naquele modelo, nós adotamos algumas simplificações bastante
rigorosas e difíceis de serem verificadas na “vida real”. Tais simplificações
dizem respeito ao fato de considerarmos o nível de preços e a taxa de
juros constantes.

Por isso, aquele modelo é também chamado de modelo keynesiano


simplificado, onde a renda (Y) da economia não depende ou não leva em
conta as taxas de juros e o nível de preços. Nesta aula, nós relaxaremos a
primeira hipótese e consideraremos o papel da taxa de juros na
determinação da renda para uma economia fechada, donde surge o
modelo IS-LM (também chamado de modelo Keynesiano Generalizado).
Em um segundo momento, nós incluiremos o resto do mundo na análise
IS-LM, dando origem a um outro modelo, chamado de modelo de modelo
Mundell-Fleming, que é nada mais que o modelo IS-LM na economia
aberta. Em todo o caso, tal modelo nos serve para analisarmos os efeitos
das políticas de governo em relação ao nível de renda e taxa de juros da
economia.

Como o modelo IS-LM é uma extensão do modelo keynesiano


simplificado, vale a pena relembrarmos a condição que define o equilíbrio
da economia, segundo aquele estudo realizado: a renda da economia (Y)
se equilibra quando o investimento é igual à poupança (ou quando a
oferta agregada é igual à demanda agregada). Esta condição reflete o
equilíbrio da demanda agregada, ou simplesmente o equilíbrio do lado
real da economia, ou ainda, o equilíbrio no mercado de bens e serviços.
Desse equilíbrio, surge a curva IS (investiment=saving1). Assim, temos o
seguinte:

Equilíbrio no mercado de bens e serviços => equilíbrio no lado


real da economia => investimento é igual à poupança => curva IS

Nesta primeira do estudo deste modelo, nós incluiremos a taxa de


juros no modelo keynesiano. A partir dessa inclusão, surge a necessidade
de contrapormos ao mercado de bens o mercado de moeda (mercado
monetário); e o equilíbrio no mercado de moeda acontece quando a
oferta de moeda é igual à demanda de moeda. Deste equilíbrio, surge a
curva LM. Assim, temos o seguinte:

1
Traduzindo para o Português: investimento=poupança.

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Equilíbrio no mercado de moeda => equilíbrio no lado monetário
da economia => demanda é igual à oferta de moeda => curva LM

A sigla LM deve-se aos termos em inglês para demanda e oferta de


moeda. Demanda de moeda = Liquidity; oferta de moeda = Money.
Assim, a curva LM significa: liquidity=money.

Feita esta breve introdução, faremos um estudo pormenorizado das


curvas IS e LM, considerando primeiramente uma economia fechada.
Neste estudo, veremos mais detalhadamente o que cada curva significa, o
que faz com que elas mudem de lugar e o que faz com que suas
inclinações sejam alteradas. Após a análise separada de cada curva,
trabalharemos com o equilíbrio simultâneo e a análise das eficácias das
políticas fiscal e monetária. Por último, incorporaremos ao nosso modelo o
resto do mundo, supondo então uma economia aberta. Nesta última, a
politica cambial assumirá importantes contornos.

1. IS-LM NA ECONOMIA FECHADA

1.1. Curva IS – o equilíbrio no mercado de bens

A curva IS representa o equilíbrio no mercado de bens e serviços,


mostrando todos os pontos para os quais I (investment) = S (saving).
Necessitamos agora definir o que influencia estes agregados: o
investimento é função da taxa de juros, enquanto a poupança é função da
renda.

Observe que no modelo keynesiano simplificado aprendido na aula


03, nós vimos que o investimento era dependente da renda (basta ver a
função investimento, item 3.1.2). Naquela ocasião, era suposição daquele
modelo que a taxa de juros era constante. No entanto, no modelo IS-LM,
nós consideramos a taxa de juros como um elemento ativo no modelo.
Desta forma, considere, a partir deste momento, que o investimento é
dependente da taxa de juros.

Quanto maior a taxa de juros, menor será o investimento. Isto é


algo bem intuitivo: quanto mais altas forem as taxas de juros, menos os
empresários vão querer investir no aumento da capacidade produtiva da
economia, e mais eles vão querer investir no mercado financeiro para
auferir lucros provenientes dos juros altos. Em contrapartida, se os juros
forem baixos, os empresários preferirão investir no aumento da
capacidade produtiva a colocar seu dinheiro no mercado financeiro.
Assim, nota-se que o investimento é função inversa (ou
decrescente) da taxa de juros: quando esta aumenta, aquele diminui;
e vice-versa.

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O outro componente da curva IS, a poupança (S), será função da


renda. Quanto maior a renda da economia (Y), maior será a poupança
(S); quanto menor a renda, menor a poupança. Esta relação também é
bastante intuitiva: quanto mais se tem de renda, obviamente, mais
dinheiro sobra para se poupar; o inverso também é verdade, quanto
menos se tem de renda, menos sobrará para a poupança. Assim, nota-se
que a poupança é função direta (ou crescente) da renda.

Podemos então apresentar o seguinte quadro resumindo as relações


entre investimento x taxa de juros; poupança x renda:

Juros2 (i/r) Renda (Y)


r↑ e I↓
Investimento (I) -
r↓ e I↑
Y↑ e S↑
Poupança (S) -
Y↓ e S↓

O modelo IS-LM é quase que inteiramente trabalhado com auxílio


de gráficos. O uso deles facilitará bastante nosso trabalho e será
necessário caso você queira aprender a matéria e ser um exímio
acertador de questões. Assim, já se acostume com o diagrama deste
modelo, onde teremos, no eixo vertical do gráfico (ou eixo Y, ou eixo das
ordenadas), a variável i (taxa de juros) e, no eixo horizontal (ou eixo X,
ou eixo das abscissas), a variável Y (=renda/emprego/produto/demanda
agregada3). Veja como exemplo a figura 01.

Neste diagrama, a curva IS possui inclinação negativa,


descendente, decrescente ou podemos dizer também que ela é inclinada
para baixo. Isto é explicado pelo fato de a renda da economia, no
mercado real, possuir uma relação inversa com a taxa de juros. Quanto
maior a taxa de juros, menor será o investimento. E quanto menor for o
investimento, menor também será a renda, afinal o investimento é um
dos agregados integrantes da renda da economia. Como estamos
considerando que a economia é fechada, temos que a renda será:

Y=C+I+G

Taxas de juros altas significam I baixo, e I baixo significa Y baixo.


Assim, temos uma relação inversa entre os juros (i) e a renda (Y) e isso
acaba tornando a curva IS negativamente inclinada. Veja a figura 01:
2
A variável taxa de juros é definida pelas letras “r” ou “i”, devido ao termo em inglês: interest rate
(taxa de juros).
3
Nesta aula, quando falamos em renda, devemos entender o termo em sentido amplo, de modo
que renda, produto, nível de emprego, despesa/demanda agregada tenham significados
equivalentes.

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iA A
A curva IS é negativamente
inclinada devido à relação
Figura 01
inversa entre o investimento
e a taxa de juros.

iB B

Y
YA YB

No ponto A, quando a taxa de juros é iA, a renda da economia é YA.


Ao reduzir a taxa de juros para iB, o investimento é aumentado, tendo em
vista ele ser inversamente relacionada aos juros. Em virtude do aumento
do investimento, a renda também aumenta. Na figura 1, a renda é
aumentada de YA para YB.

Apesar de a curva IS significar a curva/reta para a qual temos a


igualdade entre poupança e investimento, veja que quem realmente dá o
“tom”, ou realmente “manda” na curva IS é o investimento, pois é ele
quem influenciará diretamente a renda economia, uma vez que a renda é
o somatório de C, G e I.

Agora que entendemos o “jeito” da curva IS, vendo que ela é


negativamente inclinada e significa o equilíbrio no mercado de bens, ou
no lado real da economia, nós veremos nos próximos dois itens o que faz
com que esta curva seja deslocada e/ou tenha sua inclinação alterada.

1.1.1. Deslocando a curva IS

Quando variamos as taxas de juros, como nós fizemos no caso da


figura 01, nós nos deslocamos ao longo da curva IS. Veja que estas
alterações dos juros fazem com que façamos movimentos ao longo da
curva, sem que haja qualquer alteração do posicionamento da mesma.
Assim, em primeiro lugar, devemos entender que alterações das taxas de
juros não deslocam a curva IS.

Para que a curva IS seja deslocada ou empurrada para a direita ou


para a esquerda, é necessário que haja alterações da renda (Y) para a
mesma taxa de juros. Como Y=C+I+G, então, qualquer alteração em C, I
ou G fará a nossa curva IS ser deslocada, pois qualquer alteração em C,
I, e G alterará a renda (Y).

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Por exemplo, suponha que o governo decida aumentar os gastos


públicos (G). Naturalmente, haverá aumento de Y. Para refletirmos essas
mudanças no gráfico, será necessário deslocar toda a curva IS para a
direita, no sentido do aumento da renda4. Veja a figura 02:

Após o aumento de G, ocorre


o aumento de Y para a mesma
taxa de juros (i). Assim,
devemos deslocar a curva IS
para a direita, no sentido do
Fig. 02 aumento de Y.

i
IS2
IS1
IS1
Y1 Y1 Y2

Como Y=C+I+G, nós temos que qualquer aumento em C, I ou G


fará aumentar a renda (Y) e, consequentemente, empurrará a curva IS
para a direita. Ao mesmo tempo, como a curva IS é negativamente
inclinada, o deslocamento para a direita também faz com que ela seja
deslocada para cima. Ou seja, no nosso exemplo, o aumento de G fez
com que a curva IS fosse deslocada para a direita e para cima.

De forma análoga, qualquer redução em C, I ou G fará com que a


renda (Y) diminua e, consequentemente, a curva IS seja deslocada para a
esquerda, no sentido da redução de Y. Ao mesmo tempo, em virtude da
inclinação negativa de IS, o deslocamento para a esquerda também faz
com que ela seja deslocada para baixo. Assim, qualquer redução de C, I
ou G faz com que a curva IS seja deslocada para a esquerda e para baixo.

Decore apenas que alterações no sentido do aumento de renda


deslocam a curva para a direita, enquanto alterações no sentido da
redução da renda deslocam a curva para a esquerda. O fato de a curva ir
para cima ou para baixo será puro reflexo da sua inclinação.

Vejamos graficamente o que ocorre com a curva IS se o governo


decide aumentar a tributação sobre as pessoas. Na aula 03, item 3.1.1,
nós vimos que a função consumo tem o seguinte formato C=C0+c(Y – T).
Assim, o aumento de T faz com que o consumo (C) diminua. Isto, por sua
vez, fará reduzir a renda. Concluímos então que o aumento de T faz
reduzir a renda Y e a curva IS será deslocada para a esquerda. Vejamos
isso na figura 03:

4
Como a renda (Y) aumenta para a direita, nós devemos deslocar a curva IS para a direita caso
queiramos representar graficamente a consequência do aumento de renda sobre a curva IS.

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Após o aumento de T, ocorre


redução de C e, em razão
disso, há redução de Y para a
mesma taxa de juros (i).
Assim, devemos deslocar a
Fig. 03 curva IS para a esquerda, no
sentido da redução de Y.

i
IS1
IS2
IS1
Y1 Y2 Y1

As decisões do governo têm grande impacto sobre a curva IS, uma


vez que ele controla totalmente o agregado G e ainda possui grande
influência sobre o agregado C. Este é influenciado pelo governo por meio
da política de tributação (T) e transferências5 (R). Quanto maior a
tributação, menor o consumo e menor a renda, e vice-versa. Quanto
maiores as transferências, maior o consumo e maior a renda, e vice-
versa.

Pelo fato de a política de gastos do governo influenciar bastante o


posicionamento da curva IS, é muito comum encontrarmos em muitos
textos a afirmação de que a curva IS é influenciada ou reflete a
política fiscal do governo, o que é inteiramente verdade, conforme
vimos. Se a política fiscal for expansiva6 (aumento de G e/ou R, ou
redução de T), a curva IS será deslocada para a direita. Se a
política fiscal for restritiva7 (redução de G e/ou R, ou aumento de
T), a curva IS será deslocada para a esquerda.

Então, finalizando o tópico, podemos entender que a curva IS será


deslocada para a direita ou para a esquerda se houver, respectivamente,
aumento ou redução da renda (Y) e, obrigatoriamente, este aumento ou
redução for provocado por alterações em C, I ou G. Por outro lado,
alterações das taxas de juros (i) não deslocam a curva IS, mas apenas
provocam deslocamentos ao longo da curva.

1.1.2. Inclinação da curva IS

5
Denominam-se transferências pela letra R devido ao termo em inglês: replacement. Um exemplo
de transferências seria o programa bolsa-família do governo federal. Quanto maior o R, maior será o
C e, consequentemente, maior a renda (Y).
6
Política fiscal expansiva é o mesmo que política expansionista ou inflacionária.
7
É o mesmo que política anti-inflacionária ou recessiva.

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A inclinação da curva IS depende basicamente de dois fatores:

i. A sensibilidade do investimento em relação à taxa de juros;


ii. A propensão marginal a consumir.

Vejamos em maiores detalhes os dois fatores, a começar pelo


primeiro:

i. Sensibilidade investimento x taxa de juros

Quanto ao primeiro caso, nós podemos dizer que, em economia, o


termo comumente usado para se referir à sensibilidade com que uma
variável muda em resposta à variação de outra variável é chamado
elasticidade. Assim, entenda que elasticidade=sensibilidade. Veja que o
raciocínio é idêntico àquele apresentado na Microeconomia, quando
estudamos a oferta e a demanda. Apenas estamos mudando as variáveis
em jogo, mas a ideia é a mesma.

Quanto maior a elasticidade (sensibilidade) da demanda do


investimento em relação à taxa de juros, menos inclinada (mais
horizontal ou achatada) será a curva IS. Por outro lado, quanto menor a
elasticidade da demanda do investimento em relação à taxa de juros,
mais inclinada (mais vertical) será a curva IS. Veja a figura 04:

Figura 04

Δi=i 2 – i 1

i1 ΔI
ΔY=Y 2 – Y 1
i2
IS
ΔY=Y 2 – Y 1
IS

Y1 Y2 Renda (Y) Y1 Y2

a) Investimento é mais b) Investimento é menos


elástico à taxa de juros elástico à taxa de juros

No diagrama a, o investimento é mais elástico (mais sensível) à


taxa de juros do que no diagrama b. Naquele, uma pequena variação da
taxa de juros (Δi) provoca uma variação proporcionalmente maior no
investimento (ΔI > Δi). Como a variação no investimento é grande, a
variação na renda (ΔY) também é grande. Ou seja, quando a curva IS é

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mais horizontal ou achatada, o investimento é mais elástico (ou menos
inelástico) em relação à taxa de juros e uma pequena variação nos juros
induzirá uma grande variação no investimento e, portanto, na renda.

Por outro lado, quando a curva IS é mais inclinada ou vertical, como


no diagrama b, uma variação na taxa de juros provoca uma variação
menor no investimento que aquela verificada em no diagrama a, de forma
que a variação proporcional na renda seja menor que a variação na taxa
de juros (ΔY < Δi). Isto acontece porque o investimento é inelástico
(pouco elástico) à taxa de juros

Existe um bizú para identificarmos, no gráfico, quando a


elasticidade de uma variável em relação a outra é grande ou pequena.
Basta vermos o ângulo com que a curva/reta de uma variável intercepta o
eixo da outra variável. Por exemplo, no diagrama a, o ângulo com que a
curva IS intercepta o eixo Y, onde temos a taxa juros, é bem maior que o
ângulo do diagrama b. Logo, a elasticidade do investimento em relação à
taxa de juros é maior em a, pois o ângulo entre a curva IS e o eixo da
taxa de juros é maior em a.

Quando o ângulo é máximo (90º), a elasticidade é máxima (é


infinita) ou dizemos também que o investimento é perfeitamente ou
totalmente elástico. Quando o ângulo é mínimo (a retas são paralelas), a
elasticidade é mínima (é igual a zero), ou podemos dizer que o
investimento é perfeitamente inelástico à taxa de juros (totalmente
insensível à taxa de juros). Observe a figura 05:

Figura 05

i IS

Curva IS do modelo
keynesiano simplificado,
IS onde o investimento não
. depende (é totalmente
inelástico) da taxa de
juros.

Y Y
a) Investimento é perfeitamente b) Investimento é perfeitamente
elástico à taxa de juros inelástico à taxa de juros

Veja que, quanto mais horizontal é a curva IS, maior será o seu
ângulo em relação ao eixo onde está a taxa de juros, logo, maior será
elasticidade do investimento em relação à taxa de juros. Esse é o caso do
diagrama a, onde a angulação da curva IS em relação ao eixo da taxa de

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juros é máxima (ângulo de 90º). De forma inversa, no digrama b, a curva
IS é vertical e não há ângulo entre ela e o eixo onde está a taxa de juros,
o que indica que não há qualquer elasticidade/sensibilidade do
investimento em relação à taxa de juros.

Observe que a curva IS do diagrama b reflete o caso do modelo


keynesiano simplificado visto na aula 03, em que a renda e o
investimento não sofrem qualquer alteração da taxa de juros (são
totalmente insensíveis/inelásticos), já que é pressuposto daquele modelo
de determinação da renda não levar em conta a presença da taxa de
juros. Para qualquer nível de i, o Y será o mesmo, indicando que Y não
sofre qualquer influência (é totalmente inelástico) da taxa de juros.

Nota  não confunda elasticidade com a inclinação. Por exemplo,


no diagrama a, a elasticidade do investimento em relação à taxa de juros
é alta, pois o ângulo entre a curva IS e o eixo da taxa de juros é alto.
Entretanto, a inclinação da curva IS é baixa, de modo que a curva IS é
achatada ou horizontal. Assim, quando a elasticidade do investimento em
relação aos juros é alta, a inclinação da curva IS é baixa, e vice-versa.

ii. Propensão marginal a consumir

Em primeiro lugar, deve ficar claro que, quando falamos que a


inclinação da curva IS depende da propensão marginal a consumir,
também falamos indiretamente que a mesma depende do multiplicador
de gastos keynesiano. Afinal, quanto maior a propensão marginal a
consumir, maior será o multiplicador, e vice-versa (veja aula 03, item
3.3.2, iii). Assim, podemos dizer também que a inclinação depende do
multiplicador de gastos, o que é mera decorrência de ela depender da
propensão marginal a consumir.

Se a propensão marginal a consumir ou o multiplicador de gastos


forem elevados, qualquer mudança nos investimentos provocada por
variações nas taxas de juros causará grande variação na renda. Assim,
quando o multiplicador de gastos é elevado, uma pequena variação nos
juros (Δi pequeno) causa uma grande variação na renda (ΔY grande), e
isso acontece quando a curva IS é mais achatada ou horizontal, conforme
se observa na figura 04, diagrama a. Se o multiplicador e a propensão
marginal a consumir são baixos, uma alteração nos juros provocará uma
variação proporcionalmente menor sobre a renda e a curva IS será mais
inclinada/vertical, conforme se observa na figura 04, diagrama b.

Ressalto que, como decorrência das relações postas no parágrafo


anterior, também podemos tecer alguns comentários relacionando a
inclinação da curva IS com a propensão marginal a poupar. Conforme

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sabemos, esta é o “contrário” da propensão marginal a consumir, tendo
em vista que o que não é consumido, obviamente, é poupado 8. Assim,
quanto maior é propensão marginal a poupar, mais inclinada (mais
vertical) será a curva IS. Ou seja, é o comportamento contrário ao que se
observa na relação entre a inclinação da curva IS e a propensão marginal
a consumir.

Podemos resumir assim os fatores que definem a inclinação da


curva IS:

Elasticidade Propensão Multiplicador


Inclinação da IS de I em marginal a de gastos
relação a i consumir keynesiano
+ inclinada/vertical ↓ ↓ ↓
+ achatada/horizontal ↑ ↑ ↑
Por fim, apresento um resumo sobre a curva IS.

Curva IS: resumo

1. A curva IS é negativamente inclinada;

2. A curva IS representa o equilíbrio no lado real da economia, ou no


mercado de bens e serviços (investimento=poupança),
representando as combinações de valores de renda e de taxa de
juros que produzem o equilíbrio no mercado real;

3. O investimento é função da taxa de juros; a poupança é função


direta da renda;

4. A curva IS será deslocada para a direita quando houver aumento da


renda Y, sendo que este aumento deve ser provocado por aumentos
em C, I ou G;

5. A curva IS será deslocada para a esquerda quando houver redução


da renda Y, sendo que esta redução deve ser provocada por
reduções em C, I ou G;

6. A curva IS é afetada pela política fiscal do governo;

7. Alterações da taxa de juros não deslocam a curva IS;

8
Conforme vimos na aula 03, a soma das propensões marginais a consumir e a poupar é igual a 01, e
quanto maior uma delas, menor será a outra, e vice-versa.

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8. A curva IS será pouco inclinada (mais horizontal) quando a


elasticidade da demanda por investimento em relação à taxa de
juros for alta;

9. A curva IS será pouco inclinada quando a propensão marginal a


consumir e o multiplicador de gastos forem altos e propensão
marginal a poupar for baixa.

1.2. Curva LM – equilíbrio no mercado de ativos

Enquanto a curva IS representa o equilíbrio no mercado de bens e


serviços, a curva LM mostra o equilíbrio no mercado de moeda9 e este,
por sua vez, é atingido quando a oferta (M=Money) e a demanda
(L=liquidity) de moeda se igualam.

A oferta de moeda10 (M/P) é uma variável exógena (externa ao


modelo), pois é determinada ou fixada institucionalmente pela autoridade
monetária. Ou seja, por ser uma variável que não é determinada pelos
parâmetros do modelo (exógena), nós a consideramos fixa. Assim, em
nosso estudo, é a demanda por moeda quem ditará o “rumo” da curva
LM.

Na aula 04, nós vimos que a moeda é demandada por três motivos:
transação, precaução e especulação. Em relação aos dois primeiros, a
demanda por moeda será uma função direta da renda, indicando que,
quanto maior a renda, maior será a demanda por moeda. Em relação ao
terceiro motivo (especulação), a demanda por moeda será função inversa
da taxa de juros, indicando que, quanto maiores forem os juros, menor
será a demanda por moeda. Assim, nós podemos dizer que a demanda
por moeda é, ao mesmo tempo, função crescente da renda e decrescente
dos juros. Segue um quadro com o resumo das relações:

Motivo Variável Relação:


determinante Variável X Demanda de moeda
Transação Renda Direta
Precaução Renda Direta
Especulação Taxa de juros Inversa

9
Em algumas obras, também é aceito que a curva LM representa o equilíbrio no mercado de ativos,
em alusão ao fato de que estes também servem para satisfazer os motivos pelos quais a moeda é
demandada.
10
Algebricamente, nós indicamos a oferta de moeda pela expressão (M/P). “M” é a quantidade de
moeda. Nós dividimos “M” por “P” para indicar a oferta REAL de moeda, e ela depende do nível de
preços (P) da economia. Se os preços aumentam, e a quantidade de “M” permanece constante,
podemos entender que há redução da oferta real de moeda (redução de M/P).

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Nota  se você teve dificuldades no entendimento do último parágrafo


e/ou do quadro, talvez seja bom reler a aula 04, páginas 04 a 05.

A curva LM, ao contrário da curva IS, possui inclinação ascendente,


conforme podemos enxergar na figura 06:

i
B
iB
A curva LM é positivamente
inclinada, evidenciando a
Figura 06 relação positiva entre a
demanda de moeda e a
renda e a relação negativa
iA A entre aquela e a taxa de
juros.

Y
YA YB

Quando há um aumento da renda (por exemplo, de YA para YB), há


aumento da demanda de moeda para fins de transação e precaução.
Como a oferta de moeda (=estoque de moeda) é mantida fixa pela
autoridade monetária, isto faz com que haja redução do nível de liquidez
da economia. Em outras palavras, o aumento de renda provoca aumento
da demanda de moeda e esse aumento de demanda não é suprido pela
autoridade monetária. Em virtude disto, o “preço da moeda” aumenta e
este “preço da moeda” é a taxa de juros.

Assim, podemos concluir que o aumento de renda provoca o


aumento de demanda de moeda e também o aumento da taxa de juros.
Logo, como há uma relação direta entre a renda e a taxa de juros (o
aumento daquela provoca o aumento desta), a curva LM será
positivamente inclinada. Na figura 06, o aumento de Y provoca o aumento
de i, segundo o ponto de vista do mercado monetário.

Bem, agora já sabemos que a curva LM é positivamente inclinada,


agora, falta-nos saber o que a desloca e o que altera a sua inclinação.

1.2.1. Deslocando a curva LM

Basicamente, a curva LM será deslocada em virtude de alterações


na oferta de moeda (que é fixada exogenamente) e na demanda de
moeda. Agora, você pode estar se perguntando se não há uma
contradição entre o que eu disse anteriormente (que consideraríamos a
oferta de moeda fixa) e o que eu estou dizendo agora (alterações na

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oferta de moeda deslocam a curva LM). A resposta é não, não existe
contradição.

Em qualquer modelo econômico em que tenhamos uma curva em


um gráfico e esta curva relacione algumas variáveis, nós observamos que
somente mudanças nas variáveis exógenas podem provocar o
deslocamento desta curva como um todo.

Na curva IS, por exemplo, aumentos de C, I e G deslocam a curva


IS. Observe que estas variáveis são externas (exógenas) ao modelo da
curva IS, pois não são determinadas no modelo da curva IS. Quando o
governo aumenta os gastos ou reduz a tributação, estas decisões
certamente são externas ao modelo. Por isso, elas deslocam a curva IS
como um todo. Então, quando estas variáveis exógenas mudam a renda
(Y), temos que deslocar a curva IS como um todo. Se houver alteração de
alguma variável endógena da curva IS (alteração de juros ou renda),
temos deslocamento ao longo da curva IS e não da curva inteira.

Apenas para exemplificar, suponha que o consumo da economia


tenha aumentado em virtude do aumento da renda. Será que haverá
deslocamento da curva IS? A resposta é não, pois o que houve, de fato,
foi o aumento da renda, que é variável endógena (interna ao modelo).
Este aumento da variável endógena, por sua vez, aumentou o consumo.
Desta forma, a alteração ocorrida foi de uma variável endógena (aumento
da renda) e não de uma variável exógena, então, não há deslocamento
da curva IS. Por outro lado, quando o governo reduz a tributação
(alteração exógena), há aumento do consumo. Como consequência do
aumento do consumo, empurramos a curva IS para a direita, mas veja
que o acontecimento inicial foi uma alteração de uma variável exógena
(tributação  consumo), indicando que, neste caso, temos que deslocar a
curva IS como um todo. Apenas para clarificar, entenda que, na curva IS,
as variáveis endógenas são os juros (i), a renda (Y), o investimento que é
dependente da taxa de juros (I) e a poupança (S).

O mesmo raciocínio se aplica à curva LM. Apenas mudanças


exógenas (externas ao modelo) podem deslocar a curva LM. No caso
específico desta curva, a oferta de moeda é variável exógena, por
conseguinte, ela tem o efeito de deslocar a curva LM.

Alterações da demanda de moeda que sejam exógenas (não sejam


provocadas por alterações dos juros e da renda) também provocam
deslocamento da curva LM. Como exemplo desta situação, temos as
expectativas dos agentes quanto à rentabilidade futura dos títulos. Se as
pessoas entenderem que os títulos tendem a cair de preço e não serão
rentáveis, elas preferirão se desfazer de títulos e adquirir moeda, de
forma que este desejo de adquirir moeda aumentará a demanda por

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moeda. Este aumento da demanda por moeda (preferência pela liquidez)
foi provocada por variáveis exógenas, externas ao modelo (expectativas).
Neste caso, ela provocará o deslocamento da curva LM como um todo.

De modo resumido, podemos dizer que quando há aumento da


oferta de moeda, fruto da adoção de políticas monetárias expansivas, a
curva LM é deslocada para a direita e para baixo, no sentido do aumento
da renda. Quando há redução da oferta de moeda, fruta da adoção de
políticas monetárias restritivas, a curva LM é deslocada para a esquerda e
para cima, no sentido da redução da renda.

Quando há aumento da demanda de moeda, fruto da mudança de


comportamento das pessoas, a curva LM é deslocada para a esquerda e
para cima, no sentido da redução da renda (e do aumento da taxa de
juros). Quando há redução da demanda de moeda, fruto da mudança de
comportamento das pessoas, a curva LM é deslocada para a direita e para
baixo, no sentido do aumento da renda (e da redução da taxa de juros).

Assim, temos o seguinte em relação aos deslocamentos da curva


LM:

Alteração de variáveis exógenas: Desloca LM para:


Expansiva (aumento
P/ direita e p/ baixo
Política monetária da oferta de moeda)
(oferta de moeda) Restritiva (redução da
P/ esquerda e p/ cima
oferta de moeda)
Alteração da demanda Redução da demanda
P/ direita e p/ baixo
de moeda provocada de moeda
por mudança no
Aumento da demanda
comportamento dos P/ esquerda e p/ cima
de moeda
agentes econômicos

Vale destacar que, dentro da política monetária, nós temos uma


série de itens que devem estar muito bem memorizados na nossa cabeça.
Estes itens foram estudados na aula 04. Se você não os lembra com
perfeição, sugiro que releia a aula passada, no que se refere a estes
assuntos.

Agora, vejamos um exemplo de aplicação para treinar (você verá na


prática que é mais fácil do que parece):

O que acontecerá com a curva LM se o BACEN decidir reduzir a taxa


do redesconto que é cobrada dos bancos comerciais e estes, em virtude
disto, aumentarem o montante das operações de redesconto?

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Se o BACEN reduz a taxa do redesconto, e isso faz com que os
bancos comerciais aumentem as operações de redesconto, isto significa
que haverá mais dinheiro (mais oferta de moeda) circulando na
economia. Isto configura um caso de política monetária expansiva, que,
com certeza, deslocará a curva LM para a direita e para baixo, no sentido
do aumento da renda, conforme se observa na figura 07:

Após o aumento das


operações de redesconto,
haverá mais moeda
circulando (mais oferta de
moeda), de forma que a curva
LM será deslocada para a
direita e para baixo.
LM1
Fig. 07 LM1 LM2

Y1 Y1 Y2

Outro exemplo: o que acontecerá com a curva LM se o governo


aumentar a exigência de depósitos compulsórios?

Se os bancos comerciais são obrigados a depositar


compulsoriamente mais dinheiro no BACEN, isto significa que sobrará
menos dinheiro para ser emprestado (e multiplicado) ao público, de forma
que teremos neste caso menos moeda circulando na economia (política
monetária restritiva). Veja a consequência sobre a curva LM:

Após o aumento da exigência


de depósitos compulsórios,
haverá menos moeda
circulando (menos oferta de
moeda), de forma que a curva
LM será deslocada para a
esquerda e para cima.
LM2
Fig. 08 LM1 LM1

Y1 Y1 Y2

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1.2.2. Inclinação da curva LM

Já sabemos que a curva LM é positivamente inclinada, mas quando


será que ela é muito ou pouco inclinada? Os fatores que afetam a
inclinação da curva LM são as elasticidades da demanda de moeda em
relação à renda e à taxa de juros.

Na curva IS, nós vimos que a elasticidade da demanda de


investimento em relação à taxa de juros é um dos fatores que define a
inclinação da IS, isto porque o investimento é função da taxa de juros. Na
curva LM, porém, a demanda de moeda é função de dois fatores (renda e
juros), assim, nós analisamos a elasticidade da demanda de moeda em
relação a duas variáveis (renda e juros).

Quanto maior a elasticidade da demanda de moeda em relação à


renda (quanto maior for o ângulo entre a curva LM e o eixo onde está a
renda), maior será a inclinação da curva LM (mais ela será vertical).
Neste caso, uma pequena variação na renda levará a uma grande
expansão na demanda de moeda, o que provocará uma maior elevação
na taxa de juros para compensá-la. É o caso da figura 09, diagrama b.

Figura 09

LM
i

LM
i2
i1

Y1 Y2 Renda (Y) Y1 Y2

a) Demanda de moeda é pouco b) Demanda de moeda é bastante


elástica (inelástica) à renda e elástica à renda e pouco elástica
bastante elástica aos juros. (inelástica) aos juros.

Observe também que quando falamos que a elasticidade da


demanda de moeda em relação à renda é alta, isto implica dizer,
obrigatoriamente, que a elasticidade da demanda de moeda em relação à
taxa de juros é baixa, uma vez que, se o ângulo entre LM e o eixo da
renda é alto, necessariamente, o ângulo entre LM e o eixo dos juros é
baixo, indicando que a elasticidade da demanda de moeda em relação aos
juros é baixa. Assim, temos as seguintes relações:

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Alta elasticidade da demanda de moeda em relação à renda => curva LM
muito inclinada (+ vertical) => baixa elasticidade da demanda de moeda
em relação aos juros

Quanto maior a elasticidade da demanda de moeda em relação à


taxa de juros (quanto maior o ângulo entre LM e o eixo dos juros), menor
será a inclinação da curva LM. É o caso do diagrama a da figura 9.
Observe que o ângulo entre LM e o eixo dos juros é alto, o que nos indica
que a elasticidade da demanda de moeda em relação aos juros é alta,
fazendo com que a curva LM seja mais horizontal ou menos inclinada.

Da mesma forma que analisamos para o diagrama b, podemos dizer


que, em relação ao diagrama a, a situação de alta elasticidade da
demanda de moeda em relação aos juros implica dizer, obrigatoriamente,
que a elasticidade da demanda de moeda em relação à renda é baixa.
Assim,

Alta elasticidade da demanda de moeda em relação aos juros => curva


LM pouco inclinada (+ horizontal) => baixa elasticidade da demanda de
moeda em relação à renda

Podemos resumir na seguinte tabela os determinantes da inclinação


da curva LM:

Elasticidade da Elasticidade da
Inclinação da LM demanda de moeda demanda de moeda
em relação a Y em relação a i
+ inclinada/vertical ↑ ↓
+ achatada/horizontal ↓ ↑
Por fim, apresento um resumo sobre a curva LM.

Curva LM: resumo

1. A curva LM é positivamente inclinada;

2. A curva LM representa o equilíbrio no lado monetário da economia,


ou no mercado de moeda (oferta de moeda=demanda de moeda),
representando as combinações de valores de renda e taxa de juros
que produzem o equilíbrio no mercado monetário;

3. A demanda de moeda é função direta da renda (motivos transação


e precaução) e função inversa da taxa de juros (motivo
especulação);

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4. A curva LM será deslocada para a direita e para baixo quando
houver aumento da oferta de moeda (política monetária expansiva)
ou redução da demanda de moeda provocada por mudanças no
comportamento dos agentes (menor preferência pela liquidez);

5. A curva LM será deslocada para a esquerda e para cima quando


houver redução da oferta de moeda (política monetária restritiva)
ou aumento da demanda de moeda provocada por mudanças no
comportamento dos agentes (maior preferência pela liquidez);

6. A curva LM é afetada pela política monetária do governo;

7. Alterações da taxa de juros e da renda não deslocam a curva LM


(pois juros e renda são variáveis endógenas);

8. A curva LM será pouco inclinada (mais horizontal) quando a


elasticidade da demanda de moeda em relação à taxa de juros for
elevada e/ou quando a elasticidade da demanda de moeda em
relação à renda for baixa;

9. A curva LM será muito inclinada (mais vertical) quando a


elasticidade da demanda de moeda em relação à taxa de juros for
baixa e/ou quando a elasticidade da demanda de moeda em relação
à renda for alta.

1.3. O equilíbrio: as curvas IS e LM combinadas

Na figura 10, nós combinamos as curvas IS e LM. A curva LM


possui inclinação positiva e mostra todos os pontos de equilíbrio no
mercado monetário (ou mercado de ativos). A curva IS possui inclinação
negativa e mostra todos os pontos de equilíbrio no mercado de bens e
serviços. O ponto de intersecção entre as duas curvas, o ponto E, é o
(único) ponto de equilíbrio geral para ambos os mercados. Somente ao
nível de renda YE e à taxa de juros iE a economia estará em equilíbrio no
lado real (investimento=poupança) e no lado monetário (oferta de
moeda=demanda de moeda).

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i Curva LM

E
Figura 10 iE

Curva IS

Y
YE

1.3.1. Alterando o equilíbrio por meio das políticas fiscal e


monetária

Agora que temos plena noção do que representa cada curva e dos
fatores que as modificam, nós podemos verificar quais as consequências
da adoção de determinadas políticas (fiscais e monetárias) sobre a taxa
de juros e o nível de renda/emprego da economia.

Desde já, gostaria de dizer que não é aconselhável decorar nada do


que será dito, mas apenas aprender o método de raciocínio e a forma
com que as curvas são deslocadas, ora para a direita, ora para a
esquerda. Aprender esta sistemática é a nossa meta, pois é ela que nos
permitirá resolver as questões de prova com segurança. Inicialmente,
apenas vá lendo (e entendendo) os exemplos e acompanhando as
resoluções dos questionamentos. Ao fim dos exemplos, será passado um
bizú de como se deve raciocinar para resolver os problemas.

Exemplo 1: Política fiscal expansiva


Qual o efeito de um aumento dos gastos do governo sobre a taxa de juros
e o nível de renda da economia?
Novo
Figura 11 equilíbrio

i Equilíbrio LM LM
inicial E2
iE2
E1
iE1 E1 iE1
IS2

IS1 IS1
Y
YE1 YE1 YE2

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Após o aumento dos gastos do governo (G), haverá aumento de Y, uma


vez que Y=C+I+G. Como sabemos, aumentos de C, I e G deslocam a
curva IS para a direita. Note que, ao deslocarmos a curva IS para a
direita, obrigatoriamente, deslocamo-la também para cima. No nosso
gráfico, acima isto está representado pelo deslocamento de IS1 para IS2.
Como resultado deste deslocamento, temos um novo ponto de equilíbrio
E2, onde temos nova taxa de juros de equilíbrio iE2 e nova renda de
equilíbrio YE2. Conclusão: o aumento de gastos do governo (política fiscal
expansionista) provocou aumento da taxa de juros e aumento do nível de
emprego.

Exemplo 2: Política fiscal restritiva


Qual o efeito de um aumento da tributação em relação à taxa de juros e o
nível de renda da economia?

Figura 12
Equilíbrio Novo
i LM equilíbrio LM
inicial

E1
iE1 E1 iE1
E2
iE2
IS1 IS1
IS2
YE1 Y YE2 YE1

Após o aumento da tributação, haverá redução de C e,


consequentemente, redução de Y, o que faz com que desloquemos a
curva IS para a esquerda (de IS1 para IS2). Observe que, ao deslocarmos
a curva IS para a esquerda, inevitavelmente, temos que deslocá-la
também para baixo. Isto é um movimento natural, provocado pela
inclinação da curva IS, que é decrescente. Como resultado deste
deslocamento, temos um novo ponto de equilíbrio E2, onde temos nova
taxa de juros de equilíbrio iE2 e nova renda de equilíbrio YE2. Conclusão: o
aumento da tributação (política fiscal restritiva) provoca redução da taxa
de juros e redução do nível de emprego.

Exemplo 3: Política monetária restritiva


Qual a consequência da venda de títulos públicos ao mercado em relação
à taxa de juros vigente e ao nível de renda da economia?

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Figura 13

Equilíbrio LM2
i inicial
LM1 E2 LM1
iE2

iE1 E1 iE1 E1

IS IS

YE1 YE2 YE1

A venda de títulos públicos reduz a quantidade de moeda circulando na


economia, uma vez que o governo recebe moeda do público e entrega
títulos. Esta redução da oferta de moeda (política monetária restritiva)
provoca o deslocamento para a esquerda da curva LM. Observe que, pelo
fato da curva LM ser positivamente inclinada, ela será deslocada não só
para a esquerda, mas também para cima (de LM1 para LM2). Como
resultado deste deslocamento, temos um novo ponto de equilíbrio E2,
onde temos nova taxa de juros e novo nível de renda, iE2 e YE2,
respectivamente. Conclusão: a venda de títulos públicos (política
monetária restritiva) provoca aumento da taxa de juros e redução do
nível de emprego.

Exemplo 4: Política monetária expansiva


Qual a consequência da compra de títulos públicos do mercado para a
taxa de juros vigente e para o nível de renda da economia?

Figura 14
Novo
Equilíbrio LM1 equilíbrio
i inicial
LM1

LM2
iE1 E1 iE1 E1

iE2 E2
IS
IS
YE1 YE1 YE2

A compra de títulos públicos aumenta a quantidade de moeda circulando


na economia, uma vez que o governo entrega moeda ao público e recebe

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títulos. Esse aumento da oferta de moeda (política monetária expansiva)
provoca o deslocamento para a direita da curva LM. Observe que, pelo
fato da curva LM ser positivamente inclinada, ela será deslocada não só
para a direita, mas também para baixo (de LM1 para LM2). Como
resultado deste deslocamento, temos um novo ponto de equilíbrio E2,
onde temos nova taxa de juros e novo nível de renda, iE2 e YE2,
respectivamente. Conclusão: a compra de títulos públicos (política
monetária expansiva) provoca redução da taxa de juros e aumento do
nível de emprego.

Com estes 04 exemplos, pudemos observar o efeito isolado da


adoção de políticas fiscais e monetárias, levando-se em conta a taxa de
juros e o nível de renda da economia. No entanto, preste bem atenção,
estes efeitos não devem ser decorados. Eles foram colocados apenas para
efeito de ilustração do método de raciocínio, e é esta sistemática de
raciocínio que você deve adquirir e, de forma nenhuma, a simples
memorização dos efeitos.

Para sistematizar o raciocínio, sugiro o seguinte método:

Ao se deparar com um problema em que você tenha que


descobrir, a partir de um acontecimento qualquer (pode ser
política fiscal ou monetária), quais serão os efeitos sobre as taxas
de juros e nível de renda da economia, siga os passos abaixo:

1 – primeiro, verifique se este acontecimento afeta (desloca) a curva IS


ou a curva LM. Mudanças em C, I e G deslocam a curva IS. Mudanças na
oferta de moeda e na demanda de moeda (desde que esta última seja
resultado da mudança de comportamento das pessoas) deslocam a curva
LM. Lembre-se também de que a curva IS é relacionada à política fiscal,
enquanto a curva LM é relacionada à política monetária.

2 – depois, verifique para onde serão deslocadas as curvas. Isto é, se o


acontecimento desloca a curva IS ou LM para a direita ou para a
esquerda. Lembre-se de que políticas expansionistas (fiscais ou
monetárias) irão deslocar as curvas para a direita, no sentido de aumento
do nível de renda, que está representado no eixo horizontal do gráfico.
Políticas restritivas ou recessivas irão deslocar as curvas para a esquerda.

3 – após deslocar a(s) curva(s), verifique, por si só, o novo ponto de


equilíbrio e as consequências sobre a nova taxa de juros e o novo nível de
renda da economia.

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Esteja habituado a esta sequência e forma de pensar, pois elas são
muito úteis na hora de raciocinar durante as questões. Para quem já
estudou microeconomia, é visível que a sistemática é bastante parecida
com a que é usada no estudo sobre oferta e demanda. Quando nós
aprendermos o modelo de oferta e demanda agregada, este tipo de
raciocínio também será bastante útil.

Adendo: Teoria dos Fundos Emprestáveis

No exemplo 01, nós vimos que a política fiscal expansiva faz


aumentar os juros. Vejamos esta consequência sob um prisma um pouco
diferente, baseado na teoria dos fundos emprestáveis.

Nós sabemos que tudo o que é poupado é igual ao valor dos


investimentos (poupança = investimento). Isto quer dizer o seguinte:
todo o excesso de recursos serve para financiar os investimentos. Quando
as famílias, ou o governo, poupam recursos, estes fundos (ou recursos)
ficam disponíveis para serem emprestados às empresas, para que estas
possam viabilizar os seus investimentos. Por isso, existe esta tautologia:
poupança = investimento. Ou seja, os fundos (ou recursos) emprestáveis
são originados dos recursos que a sociedade poupa.

Quando uma empresa vai investir, ela entrega um título para o


agente poupador (ou para um intermediário, que é geralmente um banco)
e recebe em troca os recursos que viabilizarão o investimento. Em troca,
o agente poupador recebe, além do título, uma remuneração pelo recurso
(ou fundo) emprestado. Esta remuneração são os juros. Assim, nós
podemos entender que os juros funcionam como o preço destes fundos de
empréstimos. Se houver muitos fundos emprestáveis (muita poupança), o
preço de tais fundos será baixo, pois tudo que temos em excesso ou em
muita quantidade é geralmente pouco valorizado, e tem o preço baixo.
Desta forma,

Muita poupança  muitos fundos emprestáveis  juros baixos


Pouca poupança  poucos fundos emprestáveis  juros altos

Pois bem. O que isto tem a ver com o fato de a política fiscal
expansiva aumentar a taxa de juros? Vejamos:

Nós sabemos que a poupança é dividida em: poupança privada,


poupança do governo e poupança externa. Quando temos uma política
fiscal expansiva (aumento de gastos ou redução de tributos), isto
certamente reduz a poupança do governo, o que também reduz a
poupança (total). A consequência será uma menor oferta de fundos
emprestáveis. A existência de uma menor quantidade de fundos

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emprestáveis (menor oferta de fundos emprestáveis) tornará o preço de
tais fundos mais caros.

Ou seja, a escassez de recursos decorrente da redução da poupança


do governo (em função da política fiscal expansiva) faz reduzir a
quantidade de fundos emprestáveis, aumentando as taxas de juros da
economia.

Veja que a conclusão é a mesma daquela obtida a partir da análise


IS-LM. No entanto, achei pertinente colocar esta visão adicional da
relação entre déficit público11 e altas taxas de juros, tendo em vista a
possibilidade de aparecer uma questão teórica sobre o tema, levando em
conta o nível mais aprofundado com que a FGV elabora suas provas.

1.4 O efeito deslocamento (crowding out)

Mais uma vez, focaremos nossa análise no resultado obtido no


exemplo 1 do item passado. Neste, nós vimos que um aumento dos
gastos do governo (política fiscal expansiva) provoca aumento da taxa de
juros e do nível de renda da economia. Vejamos esta situação de forma
mais detalhada:

i
Curva LM
ΔG.K E2
iE2
ΔY=YE2 – YE1
Figura 15 iE1 E1
Curva IS 2

Curva IS 1
Y
YE1 YE2

O aumento de gastos do governo (ΔG) faz deslocar a curva IS1 para


IS2. Esse aumento dos gastos deveria provocar o aumento na renda de
equilíbrio equivalente ao valor do aumento dos gastos multiplicado pelo
multiplicador keynesiano (K). Assim, o aumento na renda de equilíbrio
(ΔY) provocado pelo aumento de gastos deveria ser (ΔG.K), de forma que
ΔY=ΔG.K, exatamente como aprendemos na aula 03.

11
Que é decorrente da adoção de políticas fiscais expansivas (aumento de gastos do governo e/ou
redução de tributos).

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No entanto, observa-se que o aumento em Y foi em magnitude
menor que o aumento de gastos do governo multiplicado por K. Ou seja,
ΔY<ΔG.K; e isto acontece devido ao papel da taxa de juros.

Quando o governo aumenta os gastos, há aumento da taxa de juros


(iE1 para iE2). Como os investimentos são função inversa da taxa de juros,
consequentemente, o aumento dos gastos do governo resultará em um
decréscimo nos investimentos (decréscimo em I), de forma que esse
decréscimo em I fará com que a renda não aumente no valor exato do
aumento dos gastos do governo multiplicado pelo multiplicador
keynesiano. Assim, temos que o aumento de G faz com que a renda
aumente em ΔG.K, mas, ao mesmo tempo, faz com que o agregado
investimento (I) seja reduzido em algum valor, em virtude do aumento
das taxas de juros.

Esse fenômeno é conhecido como crowding-out ou efeito


deslocamento. Entende-se que, neste caso, o governo está ocupando um
espaço maior na economia, em detrimento do setor privado.

Quanto mais os investimentos forem sensíveis (elásticos) aos juros,


maior será o efeito deslocamento. Em outras palavras, quanto menos
inclinada (mais deitada) a curva IS, maior o efeito deslocamento. Quanto
mais insensível (menos elástico) forem os investimentos em relação aos
juros, menor será o efeito deslocamento. Isto é, quanto mais inclinada a
curva IS, menor o efeito deslocamento.

1.5. Eficácias das políticas monetária e fiscal e as


inclinações das curvas IS e LM

A depender das inclinações das curvas IS e LM, nós podemos


apresentar diferentes eficácias na aplicação de políticas fiscal e
monetária.

A política fiscal é intimamente ligada à curva IS, ao passo que a


política monetária é ligada à curva LM. De modo geral, podemos dizer
quanto mais estas curvas forem inclinadas (mais verticais), maior será a
eficácia da política a ela relacionada.

Por exemplo, se a curva IS for muito inclinada, a política fiscal será


bastante eficaz; por outro lado, se a curva LM for muito inclinada, a
política monetária será bastante eficaz. O oposto também é válido: se a
curva IS é pouco inclinada, a política fiscal é ineficaz; se a curva LM for
pouco inclinada, a política monetária é pouco eficaz.

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Nota  quando falamos em eficácia das políticas fiscal e monetária,
estamos querendo falar especificamente sobre os seus impactos sobre o
nível de renda (Y).

Estas relações podem ser verificadas visualmente de forma bastante


fácil.

Figura 16 – Eficácia da política fiscal

i IS1 IS2
LM LM

iE2 iE2 E2
E2
E1
iE1 E1 iE1 IS2
IS1

YE1 YE2 Y
YE1 YE2
a) Quando a curva IS é mais inclinada, a b) Quando a curva IS é menos inclinada,
política fiscal é mais eficaz, havendo a política fiscal é menos eficaz, havendo
elevação da renda em montante elevação da renda em montante muito
semelhante ao deslocamento da curva IS. inferior ao deslocamento da curva IS.

Figura 17 – Eficácia da política monetária

i LM1 LM1
E1 LM2
iE1 LM2
E2
iE2 iE1 E1

iE2 E2
IS IS
YE1 YE2 Y
YE1 YE2
a) Quando a curva LM é menos inclinada, a b) Quando a curva LM é mais inclinada, a
política monetária é menos eficaz, havendo política monetária é mais eficaz, havendo
elevação da renda em montante bastante elevação da renda em montante
inferior ao deslocamento da curva LM. semelhante ao deslocamento da curva LM.

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Veja que todas essas conclusões não precisam ser decoradas, pois
são deduzidas de modo simples depois que desenhamos os gráficos.
Então, nesta parte da matéria, aconselho você a não decorar, mas sim a
aprender a trabalhar com os gráficos, porque eles são o ponto de partida
das informações de que você necessita.

De qualquer forma, segue o quadro abaixo com o resumo das


eficácias relativas das políticas monetária e fiscal e as inclinações das
curvas IS e LM:

POLÍTICA MONETÁRIA
Curva IS Curva LM
Muito inclinada Ineficaz Eficaz
Pouco inclinada Eficaz Ineficaz
POLÍTICA FISCAL
Curva IS Curva LM
Muito inclinada Eficaz Ineficaz
Pouco incinada Ineficaz Eficaz

1.6. Casos especiais

Neste item, nós estudaremos três casos especiais dentro do modelo


IS-LM:

i. Modelo keynesiano simplificado: o investimento é totalmente


inelástico à taxa de juros e a curva IS é 100% vertical;

ii. Armadilha da liquidez: a elasticidade demanda de moeda em


relação à taxa de juros tende ao infinito, e a curva LM é (quase)
plenamente horizontal;

iii. Caso clássico: a demanda de moeda depende somente da renda, e


é totalmente inelástica à taxa de juros, fazendo com que a curva LM
seja plenamente vertical.

i. Modelo keynesiano simplificado

No modelo keynesiano simplificado, que aprendemos na aula 03, o


investimento não depende ou é totalmente inelástico à taxa de juros, de
tal forma que a curva IS será uma reta vertical, indicando que, qualquer
que sejam os juros, a renda será a mesma.

Neste caso, a política monetária é totalmente ineficaz para


aumentar o nível de emprego da economia. Ela apenas alterará as taxas

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de juros, mas o nível de emprego será sempre o mesmo. Por outro lado,
a política fiscal terá alto grau de eficácia, uma vez que o deslocamento da
curva IS será integralmente refletido na alteração da renda (Y). Isto
acontece porque o investimento não depende da taxa de juros, então,
neste caso, não existe nenhum crowding out. Se o governo adotar política
fiscal expansiva e, como consequência, a taxa de juros for aumentada, os
investimentos não serão reduzidos porque eles são totalmente inelásticos
(insensíveis) aos juros.

i IS 1 IS 2

LM 1

Figura 18 iE1 LM 2

iE2

Y
YE1 YE2

Pela figura 18, observa-se que, quando a curva IS é vertical


(investimento é insensível à taxa de juros), o uso de política de monetária
não altera o nível de renda. Veja que o deslocamento da curva LM de LM 1
para LM2 não tem qualquer efeito sobre a renda. Por outro lado, a política
fiscal é totalmente eficaz e o deslocamento para a direita da curva IS (de
IS1 para IS2) é integralmente refletido na renda, sem a ocorrência de
crowding out ou efeito deslocamento.

Concluímos então que, quando temos a situação em que o


investimento não depende da taxa de juros (modelo keynesiano
simplificado), somente a politica fiscal é eficaz.

ii. Armadilha da liquidez

Conforme nós aprendemos na aula 04, a demanda por moeda é


função inversa da taxa de juros. Portanto, quando a taxa de juros atinge
patamares bastante baixos, a demanda por moeda se eleva e as pessoas
preferirão guardar sua riqueza sob a forma de moeda (juros baixos =>
maior demanda por moeda).

Se os juros atingirem patamares extremamente baixos, é provável


que as pessoas demandem e guardem consigo grande quantidade moeda.
Neste caso, o uso da política monetária para aumentar a renda da

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economia será infrutífero, pois as pessoas já têm bastante moeda em seu
poder. Assim, se o governo aumentar a oferta monetária, isso não será
motivo para haver aumento da renda. Ao mesmo tempo, a política
monetária expansiva também não servirá para baixar a taxa de juros,
uma vez que ela já se encontra bastante baixa.

Esta situação de juros baixos, muita moeda em poder das pessoas,


e ineficácia da política monetária foi chamada por Keynes de armadilha da
liquidez, em alusão ao fato de que as pessoas já estão bastante líquidas
(em virtude dos juros baixos) e a política monetária expansiva é ineficaz
para aumentar a renda.

A curva LM, no caso da armadilha da liquidez, será horizontal,


evidenciando que a elasticidade da demanda por moeda em relação à
taxa de juros é muito grande, tendendo ao infinito. A área da curva LM
em que temos a armadilha da liquidez é chamada de trecho keynesiano
da curva LM. Veja a figura 19:

i LM
Trecho keynesiano:
a armadilha da
liquidez.

Figura 19
IS1 IS 2

Y
YE1 YE2

Observe que nesta situação de armadilha da liquidez, somente a


política fiscal será capaz de aumentar a renda da economia. Se houver
política monetária expansiva, a curva LM não será alterada no trecho
keynesiano, apenas em seu restante, conforme está na figura 20:

Figura 20
i LM 1 LM 2

Política monetária expansiva


não altera a curva LM no
trecho keynesiano.

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iii. Caso clássico

Na aula 03, nós vimos algumas diferenças entre as abordagens


clássica e keynesiana na macroeconomia. Para os clássicos, a economia
tendia ao equilíbrio no produto/renda de pleno emprego e isto não
dependia da taxa de juros. Para eles, não existia demanda por moeda
motivo especulação, mas tão somente demanda por moeda motivos
transação e precaução. Isto implica dizer que, para os clássicos, a
demanda por moeda depende somente da renda e não da taxa de juros
(já que a relação demanda de moeda x taxa de juros é decorrente do
motivo especulação).

Assim, para eles, a demanda por moeda é insensível ou totalmente


inelástica à taxa de juros, de tal forma que o trecho clássico da curva LM
será plenamente vertical, e estará exatamente sobre o nível da renda de
pleno emprego (YPE). Veja a figura 21:

Figura 21
LM
i Trecho normal ou intermediário:
LM positivamente inclinada
Trecho clássico:
LM vertical
Trecho keynesiano:
LM horizontal

Y
Y PE

No caso clássico da curva LM, a política fiscal é ineficaz para


aumentar o nível de emprego, enquanto a política monetária é
plenamente eficaz.
Figura 22
LM 1 LM 2
i IS 1
IS 2 Somente política
monetária é eficaz

Y
Y1 Y2

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Podemos resumir assim as eficácias das políticas fiscais e


monetárias nos casos especiais:

Caso especial Política fiscal Política monetária


Modelo keynesiano simples Eficaz Ineficaz
Armadilha da liquidez
Eficaz Ineficaz
(trecho keynesiano)
Caso clássico (curva LM
Ineficaz Eficaz
vertical)

Com isso, terminamos o modelo IS-LM na economia fechada. Ao


final da aula, você encontrará algumas questões sobre este modelo.
Agora, veremos as implicações para uma economia aberta.

2. IS-LM NA ECONOMIA ABERTA

2.1. Generalidades

Nós vimos que o modelo IS-LM é dependente da interação entre as


curvas IS e LM. A curva IS representa o lado real da economia e é
deslocada sempre que há alterações da renda Y, e esta, na economia
fechada, é dada como sendo a soma do consumo, investimento e gastos
do governo (Y=C+I+G). Quando “abrimos” a economia, a equação da
renda se modifica e passa incluir as exportações (X) e importações (M),
de forma que Y=C+I+G+X–M.

Assim, neste caso, alterações de X e M alterarão a renda da


economia e, por conseguinte, deslocarão a curva IS exatamente como
estudamos na economia fechada. Aumentos de X fazem a renda
aumentar e deslocam a curva IS para a direita; reduções de X fazem o
contrário. Aumentos de M fazem a renda diminuir e deslocam a curva IS
para a esquerda; reduções de M fazem o contrário.

Em virtude da entrada das exportações (X) e importações (M) no


modelo, precisamos definir quais são as variáveis que influenciam estes
agregados. Na verdade, nós já vimos esse assunto na aula 02, mas é
interessante dar uma revisada12.

12
Caso você não entenda muito bem, será interessante ler a parte de regimes cambiais da aula 02.

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As exportações e as importações dependem, entre outras coisas, da
taxa de câmbio. Quando o câmbio está desvalorizado, há tendência para
que haja redução das importações, uma vez que os produtos importados
ficam mais caros, desincentivando o seu consumo. Ao mesmo tempo, o
câmbio desvalorizado também incentiva a exportação, pois os
exportadores recebem mais dinheiro pelos seus produtos vendidos no
exterior.

Desta forma, devemos entender que o câmbio também interfere na


renda e, consequentemente, fará deslocar a curva IS. Se o câmbio for
desvalorizado, as exportações aumentarão e as importações diminuirão,
aumentando Y e fazendo a curva IS se deslocar para a direita. Se houver
valorização do câmbio, ocorrerá o contrário: aumento das importações,
redução das exportações, redução de Y e a curva IS será deslocada para
a esquerda.

Bem, já entendemos que o câmbio afeta as exportações e as


importações e isso também tem consequências sobre a renda e sobre a
posição da curva IS. Agora, devemos entender o que afeta o câmbio.

Na aula 02, nós vimos que muita coisa pode influenciar o câmbio,
mas, para o modelo IS-LM na economia aberta, interessa-nos saber
apenas a forma com que os juros internos e externos o fazem. O motivo é
óbvio: o modelo IS-LM analisa de que forma as curvas IS e LM afetam
não só a renda (Y), mas também os juros (i) da economia. Por isso, nosso
foco na determinação da taxa de câmbio estará voltado para as taxas de
juros internas e externas.

Quando as taxas de juros internas (iINT) são maiores que as


externas (iEXT), haverá estímulo à entrada de capitais estrangeiros
(moeda estrangeira), pois os investidores estrangeiros preferirão investir
o seu dinheiro no nosso país, onde os juros estão maiores. Neste caso, a
oferta13 excessiva de moeda estrangeira fará seu valor cair, o que é o
mesmo que dizer que a moeda nacional será valorizada.

Quando os juros externos são maiores que os internos, há estímulo


à saída de capitais, pois os investidores preferirão investir o seu dinheiro
no exterior, onde os juros estão maiores. Para adquirir títulos no exterior,
é necessário se desfazer de Reais (R$) e adquirir moeda estrangeira.

13
Conforme comentado na aula 02, o preço da moeda (nacional ou estrangeira) segue o mesmo
comportamento do preço de qualquer bem, uma vez que a moeda também é um bem. Se há oferta
abundante de um bem, este bem terá o seu preço reduzido. O mesmo acontece com a moeda. Se os
investidores estrangeiros entram com seu capital no nosso país, há oferta abundante de moeda
estrangeira, fazendo seu valor cair e, consequentemente, o valor da moeda nacional aumentar.

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Neste caso, a demanda14 excessiva de moeda estrangeira fará seu valor
aumentar, o que é o mesmo que dizer que a moeda nacional será
desvalorizada.

Nota de esclarecimento: quando dizemos que a moeda nacional é


desvalorizada, isto quer dizer que a taxa de câmbio aumenta. Exemplo:
suponha que temos US$ 1,00=R$ 1,00. Se a taxa de câmbio aumenta
para US$ 1,00=R$ 1,50, isto quer dizer que o R$ foi desvalorizado, pois
precisamos de mais R$ para comprar US$ 1,00.

Podemos resumir estas relações entre taxas de juros interna e


externa, câmbio e importações/exportações da seguinte maneira:

iINT>iEXT  entrada de capitais  aumenta oferta de divisas 


desvalorização da moeda estrangeira  valorização da moeda nacional
 piora o saldo de (X – M)
iINT<iEXT  saída de capitais  aumenta demanda de divisas 
valorização da moeda estrangeira  desvalorização da moeda nacional
 melhora o saldo de (X – M)

O entendimento deste encadeamento de raciocínio será muito


importante na hora de vermos as eficácias das políticas fiscal e monetária
no modelo IS-LM para a economia aberta.

Em todo este tópico, nós nos atemos à taxa de câmbio e ao fato de


que ela altera o posicionamento da curva IS. Mas, e quanto à curva LM?
Ela é diferente quando consideramos a economia aberta? A resposta é
não. A curva LM é a mesma e será deslocada em razão dos mesmos
fatores estudados quando a economia é fechada.

2.2. Hipóteses do modelo

As duas principais hipóteses do modelo são:

i. Nível de preços interno e externo constante;


ii. Mobilidade perfeita de capitais.

A primeira hipótese nos diz apenas para não levarmos em conta o


nível de preços em nosso modelo. Se o levássemos em conta, haveria
muitas implicações adicionais, tendo em vista que o diferencial entre os
preços internos e externos também afetaria o câmbio.

14
Exatamente como foi comentado na nota de rodapé anterior, a moeda segue o mesmo
comportamento de um bem qualquer. Assim, quando a demanda de moeda estrangeira é alta, seu
valor irá subir e, consequentemente, o valor da moeda nacional irá se reduzir.

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A segunda hipótese é a mais importante. De forma mais


abrangente, o modelo IS-LM considera que pode haver três situações
sobre a mobilidade de capitais: mobilidade perfeita, ausência de
mobilidade e mobilidade imperfeita.

Neste curso, estudaremos apenas o caso da mobilidade perfeita e o


motivo é simples: é ele que cai nas provas. É raríssima (até hoje, das
mais de 500 questões de macroeconomia que eu tenho no meu
computador, eu vi somente três que cobrassem as hipóteses da
mobilidade imperfeita e ausência de mobilidade) a cobrança do modelo
IS-LM na economia aberta, sem que se considere a hipótese da
mobilidade perfeita. Ressalto ainda que o modelo IS-LM na economia
aberta com mobilidade perfeita de capitais também é denominado em
muitas obras (e em editais de concursos) como modelo Mundell-Fleming,
em alusão aos dois economistas15 que desenvolveram o modelo.

O caso da mobilidade perfeita de capitais representa a situação em


que um país é pequeno em relação ao resto do mundo e possui livre
acesso ao mercado internacional de capitais. Adicionalmente, o resto do
mundo também possui livre acesso ao mercado de capitais interno. Como
os capitais entram e saem de forma absolutamente livre (sem taxas ou
qualquer controle adicional), a única variável relevante que será analisada
pelos investidores ao decidir aplicar o seu capital será a taxa de juros.
Eles aplicarão o seu dinheiro onde a taxa de juros estiver maior.

Se os juros internos forem maiores que os externos, haverá entrada


de capitais externos no país, uma vez que os investidores estrangeiros
serão atraídos pelo maior rentabilidade da taxa interna. Se os juros
internos forem menores que os externos, haverá saída de capitais, uma
vez que os investidores serão atraídos pela maior rentabilidade da taxa
externa. Assim, a única possibilidade de haver equilíbrio é a situação em
que as taxas interna e externa são iguais. Neste caso, não há excesso de
entrada nem de saída de capitais e nem há estímulos para que isso
ocorra.

Nessa situação, ainda, é importante destacarmos que o balanço de


pagamentos estará automaticamente em equilíbrio. Deixe-me explicar por
quê: o balanço de pagamentos (BP) registra a entrada e saída de moeda
estrangeira do país e é dividido em balanço de transações correntes e
balanço de capitais autônomos. Se há mobilidade perfeita de capitais e as
taxas internas são iguais às externas, então, a entrada de capitais é igual

15
Robert Mundell e Marcus Flemming desenvolveram o modelo no início da década de 1960, sendo
que o primeiro, pelo trabalho desenvolvido com este modelo, recebeu o Prêmio Nobel de Economia
em 1999. Flemming morreu ainda na década de 1970, de forma que não pôde se candidatar ao
Prêmio Nobel.

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à saída, de forma que o balanço de capitais autônomos estará em
equilíbrio. Por outro lado, se houver déficit no balanço de transações
correntes, isto poderá ser solucionado de forma bastante fácil: basta
tomar empréstimos no exterior, pois há livre acesso ao mercado
internacional. No caso de superávit, basta aplicar no mercado
internacional. Ou seja, o balanço de transações correntes estará sempre
em equilíbrio, devido essa extrema facilidade em se financiar ou investir
junto ao exterior.

Percebe-se então que, havendo mobilidade perfeita de capitais e


juros internos e externos iguais, o saldo de transações correntes sempre
poderá ser compensado com aplicações (quando há superávit) ou
empréstimos (quando há déficit) do exterior e o saldo do balanço de
capitais autônomos estará sempre em equilíbrio. Ou seja, a mobilidade
perfeita de capitais e a situação de juros internos iguais aos externos
implicam que o balanço de pagamentos esteja em equilíbrio, sempre.

Colocando graficamente esta situação em nosso modelo IS-LM, nós


podemos traçar uma curva denominada “curva BP”, em que as taxas de
juros interna e externa serão iguais e em que o balanço de pagamentos
estará em equilíbrio (BP=0). Veja na figura 23:

i Curva BP na hipótese de
A mobilidade perfeita de
capitais.

Figura 23 iINT=iEXT BP=0

A curva BP representa a situação em que as combinações de renda


(Y) e taxa de juros (i) conduzem ao equilíbrio no balanço de pagamentos.
Na situação especial em que há mobilidade perfeita de capitais, a curva
BP será infinitamente elástica aos juros (uma reta horizontal), de modo
que qualquer alteração da taxa interna provocará imediatos déficits ou
superávits no BP e este só estará em equilíbrio quando iINT=iEXT.

Pontos acima da curva BP (ponto A, por exemplo) representam


situação de superávit, e pontos abaixo da curva BP (ponto B, por
exemplo) representam situação de déficit. Ao longo da curva BP, como
sabemos, o BP estará em equilíbrio.

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O modelo IS-LM para a economia aberta equilibra-se não somente
no encontro das curvas IS e LM, mas também quando este ponto passa
pela curva BP. Assim, na economia aberta, o equilíbrio ocorre em um
ponto onde as três curvas se encontram: IS, LM e BP (ponto E da figura
24).
i LM

E
Figura 24 iINT=iEXT BP

IS

Y
YE
A partir de agora, nós veremos os efeitos das políticas monetária e
fiscal, considerando a economia aberta. Nesse sentido, será importante
diferenciarmos o regime adotado para a taxa de câmbio (fixo ou
flutuante). Conforme veremos, os efeitos das políticas adotadas são
totalmente diferentes, a depender do regime.

2.3. Políticas fiscais e monetárias com regime cambial


FLUTUANTE

2.3.1 Política fiscal expansiva

Suponha que o governo decida aumentar as verbas do programa


bolsa-família (aumento de transferências). O que isso representaria no
nosso modelo?

O aumento de transferências, o aumento de gastos do governo e a


redução de tributação representam situações onde temos política fiscal
expansiva, que desloca a curva IS para a direita (de IS1 para IS2,
conforme vemos na figura 25). Como consequência imediata, a economia
parte do seu equilíbrio inicial em E1 para outro no ponto E2, onde a nova
taxa de juros interna (i´INT) e a nova renda (YE2) são maiores. Se
estivéssemos considerando o caso de uma economia fechada, o
ajustamento pararia por aí e ficaríamos no ponto E2.

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i LM
E2
i´INT
E1
Figura 25 iINT=iEXT BP

IS 2

IS 1

Y
YE1 YE2

No entanto, não estamos em uma economia fechada e o fato da


nova taxa de juros interna (i´INT) ser maior que a externa provocará
entrada de capitais externos. Isso, por sua vez, aumenta a oferta de
moeda estrangeira, o que a depreciará. Como a moeda estrangeira se
deprecia, necessariamente, a moeda nacional se aprecia. Conforme
sabemos, a apreciação da moeda nacional aumentará as importações e
reduzirá as exportações, piorando o saldo de (X – M). Veja que este
encadeamento foi o mesmo apresentado no item 2.1:

i´INT>iEXT  entrada de capitais  aumenta oferta de divisas  depreciação da


moeda estrangeira  apreciação da moeda nacional  piora o saldo de (X –
M)

Ao mesmo tempo, sabemos que a curva IS é deslocada em virtude


de alterações da demanda agregada, produto ou renda (Y) e que esta é
igual a Y=C+I+G+(X–M). Como, neste caso, há redução do valor de Y
(em virtude da redução de X–M), temos que deslocar a curva IS para a
esquerda, fazendo com que ela volte, aos poucos, para a sua posição
original.

Esse processo continuará até o ponto em que novamente as taxas


de juros internas e externas se igualem, ou seja, até quando iINT=iEXT.
Assim, a curva IS voltará exatamente para a sua posição original (vai de
IS2 para IS1, conforme vemos na figura 26) e o acréscimo na demanda
agregada decorrente do aumento da política fiscal expansiva será
completamente anulado pela redução do saldo de (X – M), de tal forma
que a política fiscal é ineficaz quando temos regime cambial
flutuante.

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i LM
E2
i´INT
E1
Figura 26 iINT=iEXT BP

IS 2

IS 1

Y
YE1 YE2

Podemos concluir o seguinte sobre a política fiscal expansiva com


regime flutuante de câmbio:

 A renda não se altera;


 O saldo da balança de bens e serviços (X – M) é reduzido.

2.3.2. Política monetária expansiva

Suponha que o governo decida adquirir títulos públicos junto ao


mercado. O que isso representaria no nosso modelo?

A compra de títulos públicos representa uma situação em que o


governo entrega moeda ao mercado e, em contrapartida, recebe os
títulos. Nesta operação, temos um exemplo de aumento da oferta
monetária na economia e que é um dos exemplos de política monetária
expansiva, que desloca a curva LM para a direita (de LM1 para LM2,
conforme vemos na figura 27). Como consequência, a economia parte do
seu equilíbrio inicial em E1 para outro no ponto E2, onde a nova renda da
economia é maior e a nova taxa de juros interna (i´INT) é menor que a
taxa externa (iEXT).

i LM 1
LM 2

E1
Figura 27 iINT=iEXT BP

i´INT E2

IS 1

Y
YE1 YE2

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Como a taxa de juros interna é inferior à externa, haverá fuga de


capitais do nosso país. Essa fuga gera excessos de demanda por moeda
estrangeira, uma vez que será necessário para os investidores que saem
do nosso país se desfazer da moeda nacional e adquirir moeda
estrangeira para que seja possível investir no mercado internacional. Este
excesso de demanda aprecia a moeda estrangeira e deprecia a moeda
nacional. A depreciação da moeda nacional, por sua vez, melhorará o
saldo de (X – M). Note que é a mesma sequência de raciocínio explicada
no item 2.1:

i´INT<iEXT  saída de capitais  aumenta demanda de divisas  valorização da


moeda estrangeira  desvalorização da moeda nacional  melhora o saldo
de (X – M)

Ao mesmo tempo, sabemos que a curva IS é deslocada em virtude


de alterações da demanda agregada, produto ou renda (Y) e que esta é
Y=C+I+G+(X–M). Como há aumento do valor de Y (em virtude do
aumento de X–M), temos que deslocar a curva IS para a direita, fazendo
com que ela aumente ainda mais a renda da economia.

Esse processo continuará até o ponto em que iINT=iEXT. Assim, a


curva IS será deslocada para a direita (de IS1 para IS2) até encontrar a
curva BP e a curva LM2, no ponto E3, ao nível de renda YE3. Note que,
quando o regime é flutuante, o efeito da política monetária expansiva, em
decorrência da depreciação da moeda nacional, é potencializado pelos
impactos positivos sobre o comércio de bens e serviços. Inclusive, o
aumento de renda nesta situação será superior àquele que seria
verificado caso a economia fosse fechada. Assim, vemos claramente que
a política monetária é (bastante) eficaz quando temos regime
cambial flutuante.

i LM 1
LM 2

E1 E3
Figura 28 iINT=iEXT BP

i´INT E2
IS 2

IS 1
Y
YE1 YE2 YE3

Podemos concluir o seguinte sobre a política monetária expansiva


com regime flutuante de câmbio:

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 A renda aumenta;
 O saldo da balança de bens e serviços (X – M) é aumentado.

Vejamos agora os mesmos processos para o caso de regime cambial


fixo:

2.4. Políticas fiscais e monetárias com regime cambial FIXO

2.4.1. Política fiscal expansiva

Suponha que o governo decida aumentar os gastos públicos. O que


isso representaria no nosso modelo?

O aumento de gasto público é política fiscal expansiva e desloca a


curva IS para a direita (de IS1 para IS2 na figura 29). Como
consequência, a economia parte do seu equilíbrio inicial em E1 para outro
no ponto E2, onde a nova renda da economia é maior e a nova taxa de
juros interna (i´INT) é maior que a taxa externa (iEXT).

i LM 1
E2
i´INT
E1
Figura 29 iINT=iEXT BP

IS 2

IS 1

YE1 Y
YE2

Como a taxa de juros interna é maior que taxa externa, haverá


entrada de capitais no nosso país. Essa entrada gera excessos de oferta
de moeda estrangeira. Se estivéssemos no regime flutuante, esse
excesso de oferta depreciaria a moeda estrangeira e apreciaria a moeda
nacional. No entanto, estamos considerando que o regime cambial
é fixo. Assim, se o BACEN quiser manter a taxa fixa, ele deverá comprar
este excesso de moeda estrangeira que há no mercado. Ao fazer tal
transação, o BACEN entrega R$ ao mercado e recebe em troca moeda
estrangeira. Como há mais R$ circulando na economia, podemos dizer
que houve aumento da oferta monetária e isso fará deslocar a curva LM
para a direita.

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Esse deslocamento da curva LM continuará até o ponto em que,
novamente, iINT=iEXT. Assim, a curva LM será deslocada para a direita (de
LM1 para LM2 na figura 30) até encontrar a curva BP e a curva IS2, no
ponto E3, ao nível de renda YE3. Note que, quando o regime é fixo, o
efeito da política fiscal expansiva é potencializado pelos impactos
positivos sobre a oferta monetária decorrentes da política cambial. O
aumento de renda (de YE1 para YE3) será superior àquele que seria
verificado caso a economia fosse fechada (de YE1 para YE2). Assim, vemos
claramente que a política fiscal é (bastante) eficaz quando temos
regime cambial fixo.

i LM 1
E2 LM 2
i´INT
E1 E3
Figura 30 iINT=iEXT BP

IS 2

IS 1
Y
YE1 YE2 YE3

Podemos concluir o seguinte sobre a política fiscal expansiva com


regime fixo de câmbio:

 A renda aumenta;
 O saldo da balança de bens e serviços (X – M) não é alterado;
 O nível de reservas internacionais aumenta16.

Vejamos agora o efeito da política monetária quando o regime cambial


é fixo:

2.4.2. Política monetária expansiva

Suponha que o BACEN decida reduzir a exigência de depósitos


compulsórios. O que isso representaria no nosso modelo?

A redução dos compulsórios disponibilizaria mais dinheiro para os


bancos comerciais emprestarem ao público, de forma que a oferta
monetária da economia seria aumentada, deslocando a curva LM para a
direita (de LM1 para LM2, conforme vemos na figura 31). Como
consequência, a economia parte do seu equilíbrio inicial em E1 para outro
16
Como o BACEN adquire o excesso de moeda estrangeira no mercado, estas divisas ficarão
depositadas no BACEN, aumentando o saldo das reservas internacionais.

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no ponto E2, onde a nova renda da economia é maior e a nova taxa de
juros interna (i´INT) é menor que a taxa externa (iEXT).

i LM 1
LM 2

E1
Figura 31 iINT=iEXT BP

i´INT E2

IS 1

Y
YE1 YE2

Como a taxa de juros interna é inferior à externa, haverá tendência


à fuga de capitais do nosso país. Essa fuga gera excessos de demanda
por moeda estrangeira. Se estivéssemos no regime flutuante, isso
apreciaria a moeda estrangeira e depreciaria a moeda nacional, mas,
como estamos no regime cambial fixo, não haverá
apreciação/depreciação da moeda nacional. Para o BACEN manter a
taxa de câmbio no mesmo patamar, ele terá que suprir a demanda por
moeda estrangeira. Para isso, ele venderá moeda estrangeira ao mercado
e, em troca, receberá R$. Como há menos R$ circulando, a oferta
monetária será reduzida e a curva LM será deslocada para a esquerda.

Esse processo continuará até o ponto em que iINT=iEXT. Assim, a


curva LM será deslocada para a esquerda (de LM1 para LM2) até encontrar
a curva BP e a curva IS, no ponto E1, ao nível de renda YE1, de tal forma
que o aumento de renda inicial provocado pela política monetária
expansiva será totalmente anulado pelo enxugamento da liquidez
resultante do processo de venda da moeda estrangeira. Assim, vemos
que a política monetária é ineficaz quando temos regime cambial
fixo.

i LM 1
LM 2

E1
Figura 32 iINT=iEXT BP

i´INT E2

IS 1

Y
YE1 YE2

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Podemos concluir o seguinte sobre a política monetária expansiva


com regime fixo de câmbio:

 A renda não se altera;


 O saldo da balança de bens e serviços (X – M) não é alterado;
 O nível de reservas internacionais diminui17.

Segue um quadro resumindo os efeitos das políticas fiscal e


monetária diferenciando as eficácias em virtude do regime cambial
adotado:

Câmbio Balança de bens e Variação das reservas


Renda (Y)
FLUTUANTE serviços (X – M) internacionais (ΔRI)
Política fiscal Não
Diminui Não altera
expansiva altera
Política
monetária Aumenta Aumenta Não altera
expansiva
Câmbio Balança de bens e Variação das reservas
Renda (Y)
FIXO serviços (X – M) internacionais (ΔRI)
Política fiscal
Aumenta Não altera Aumenta
expansiva
Política
Não
monetária Não altera Diminui
altera
expansiva

Adendo: OS DÉFICITS GÊMEOS

A teoria Keynesiana, somada ao que aprendemos em Contas


Nacionais18, nos permite estabelecer uma relação entre o déficit
orçamentário decorrente de uma política fiscal expansionista e o déficit no
comércio exterior de bens e serviços (X – M).

Nós sabemos que:

Y = C + I + G + (X – M)

Se chamarmos (X – M) de exportações líquidas (NX), teremos:

17
Como o BACEN vende moeda estrangeira para suprir a demanda do mercado, ele tem que se
desfazer de parte de seu estoque de divisas, diminuindo o saldo das reservas internacionais.
18
Na verdade, grande parte da teoria das Contas Nacionais também foi desenvolvida por Keynes. Foi
ele quem pradronizou os agregados macroeconômicos da forma como estudamos hoje.

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Y = C + I + G + NX

Se isolarmos NX, temos:

NX = Y – C – G – I

Sabemos que (C + G) é o consumo final (CFINAL), e que a renda


menos o consumo final é igual à poupança bruta do Brasil (ou poupança
nacional; ou poupança interna), de tal forma que:

NX = (Y – CFINAL) – I
S (poupança nacional) = (Y – CFINAL)

Então:

NX = S – I

Pela expressão, percebe-se que a redução da poupança nacional faz


reduzir também o saldo do comércio exterior de bens e serviços. Assim,
podemos entender que o excesso de gastos de governo, consubstanciado
no déficit orçamentário (decorrente de políticas fiscais expansionistas),
provoca também déficit comercial.

Desta forma, podemos entender que uma mudança na política fiscal


que reduza a poupança nacional acarreta um déficit comercial. Ou seja,
os déficits orçamentário e comercial andam juntos; daí, o termo “déficits
gêmeos”.

Um bom exemplo da ocorrência destes déficits ocorreu com a


economia brasileira na década de 70 e 80, onde o excesso de gastos do
governo provocou também déficits externos. Isto culminou com a crise da
dívida externa, no início da década de 80.

De forma oposta, também podemos entender que programas de


redução do déficit governamental (e consequente aumento da poupança
nacional) também provocam melhoras no saldo externo. Dessa forma,
programas de ajuste fiscal (corte de gastos), ao reduzir o déficit público,
contribuem sobremaneira para melhorar as contas externas do país,
reduzindo, assim, o déficit comercial.

Bem pessoal, com isso terminamos a aula sobre modelo IS-LM!

Este modelo é bastante cobrado em provas diversas de Economia,


seja na área fiscal, de gestão, financeira, etc. Isto acontece porque ele

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relaciona os efeitos das políticas de governo sobre o nível de renda e taxa
de juros da economia. E estas relações são cruciais na política
macroeconômica de qualquer governo.

Na aula 06, veremos os efeitos das políticas de governo sobre o


nível de renda e preços (inflação).

Abraços e bons estudos!!!

Heber Carvalho
hebercarvalho@pontodosconcursos.com.br

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EXERCÍCIOS COMENTADOS

01 – (ESAF - AFRFB – 2009) - Considere o modelo IS/LM sem os


casos clássico e da armadilha da liquidez. É incorreto afirmar que:
a) quanto maior a taxa de juros, menor a demanda por moeda.
b) um aumento da base monetária reduz a taxa de juros.
c) uma política fiscal expansionista reduz a demanda por moeda.
d) quanto maior a renda, maior a demanda por moeda.
e) um aumento dos gastos do governo eleva a taxa de juros.

COMENTÁRIOS:
Para resolver esta questão, bastava saber como funciona a demanda por
moeda e como trabalhar com o gráfico IS-LM.

Vamos relembrar os três motivos por que as pessoas demandam moeda


(o assunto é estudado na apresentação da curva LM):

1) DEMANDA POR TRANSAÇÃO: para fazer frente a suas transações


comuns. Na demanda por transação a demanda por moeda é função
crescente da renda, pois quanto mais renda temos, mais transações
realizamos. Y ↑ e Demanda por moeda motivo transação ↑

2) DEMANDA POR PRECAUÇÃO: para fazer frente a uma precaução. Na


demanda por precaução a demanda por moeda é função crescente da
renda, pois quanto mais renda temos, mais poupamos dinheiro visando à
precaução. Y ↑ e Demanda por moeda motivo precaução ↑

3) DEMANDA POR ESPECULAÇÃO: para especular na compra de títulos.


Na demanda por especulação a demanda por moeda é função inversa da
taxa de juros, pois quanto maior a taxa de juros, menos queremos ficar
com moeda. Quando a taxa de juros é alta, queremos que a moeda fique
na aplicação financeira rendendo os juros, desta forma não demandamos
moeda quando os juros são altos. r ↓ e Demanda por moeda motivo
especulação ↑

CONCLUSÃO: demanda por moeda será função crescente da Renda e


decrescente da Taxa de Juros.
L = f ( y +, r -)

Desta forma, concluímos que as assertivas A e D estão corretas.

A alternativa B está correta, pois um aumento da base monetária desloca


a curva LM para a direita e para baixo, reduzindo a taxa de juros e
aumentando a renda.

A alternativa C está incorreta, pois uma política fiscal expansionista

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desloca a curva IS para a direita e para cima, aumentado a taxa de juros
e aumentando a renda. O aumento da taxa de juros vai reduzir a
demanda por moeda, mas o aumento da renda vai aumentar a demanda
por moeda. Ou seja, não há como saber qual vai ser o efeito
predominante, a redução ou o aumento da demanda por moeda.

A alternativa E está correta, pois um aumento dos gastos do governo


significa política fiscal expansionista, deslocando a curva IS para a direita
e para cima, elevando a taxa de juros e a renda.

GABARITO: C

02 - (ESAF - AFC/STN – 2005) - No modelo IS/LM, é correto


afirmar que
a) no caso keynesiano, a demanda por moeda pode ser expressa de
forma semelhante à teoria quantitativa da moeda.
b) o caso da armadilha da liquidez ocorre quando a taxa de juros é
extremamente alta.
c) no caso clássico, a LM é horizontal.
d) o governo pode utilizar a política monetária para anular os efeitos de
uma política fiscal expansionista sobre as taxas de juros.
e) uma política fiscal expansionista aumenta as taxas de juros uma vez
que reduz a demanda por moeda.

COMENTÁRIOS:

a) Não há esta relação. Ademais, a teoria quantitativa da moeda é


relacionada com a teoria clássica e não com a teoria keynesiana.

b) Ocorre quando a taxa de juros é extremamente baixa.

c) LM é vertical no caso clássico.

d) Ao adotar uma política fiscal expansionista, haverá aumento da taxa de


juros e da renda. Caso o governo não deseje este aumento da taxa de
juros, poderá adotar concomitantemente à política fiscal expansiva
medidas de política monetária expansiva que farão deslocar LM para a
direita e para baixo e reduzirão as taxas de juros, contrabalaçando,
assim, o efeito do aumento das taxas de juros provocado pela política
fiscal expansiva.

e) Não reduz a demanda por moeda.

GABARITO: D

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3 - (ESAF - Auditor Fiscal da Receita Federal - 2005) - Não é
verdadeiro no modelo IS/LM sem os "casos extremos"
a) mantidas as condições de equilíbrio do modelo, um aumento no nível
geral de preços tem que ser compensado por uma queda na demanda
agregada ou, em outras palavras, podemos determinar a curva de
demanda agregada a partir do modelo IS/LM.
b) a demanda por moeda aumenta com o aumento da renda, o que
explica os impactos de uma política fiscal expansionista sobre as taxas de
juros.
c) um aumento do nível de investimento autônomo eleva a taxa de juros.
d) um aumento dos gastos do governo eleva a taxa de juros.
e) a demanda por moeda aumenta com a taxa de juros.

COMENTÁRIOS:

a) O modelo IS-LM (assim como o modelo keynesiano) parte do


pressuposto que o nível geral de preços é constante, ou seja, não há
inflação. Por isso, em muitas questões de concursos e textos de
economia, a oferta monetária é dada por M/P, sendo M=oferta monetária
e P=índice de preços. Isto é, ao dividir M por P, na verdade, estamos
desconsiderando o nível de preços, ou ainda, estamos levando em conta
somente a “oferta real” e não a “oferta nominal”. Quando a assertiva fala
que houve um aumento no nível geral de preços, ela quer dizer que a
oferta real de moeda (M/P) diminuiu (em virtude do aumento de P). Se a
oferta de moeda diminuiu, temos que a curva LM se desloca para a
esquerda e para cima. Ao se deslocar para a esquerda, o novo equilíbrio
da economia se dará em um novo Y’ que será menor que o Y do equilíbrio
inicial. Ou seja, haverá uma queda da demanda agregada (lembre-se que
Y=produto=renda=demanda agregada). Concluindo, a assertiva está
correta ao afirmar que, a partir do modelo IS-LM, podemos determinar a
demanda agregada (ou a sua curva) da economia.
Nota  na próxima aula, esta explicação ficará mais clara, ao estudarmos
a curva de demanda agregada.

b) A demanda por moeda (curva LM) é função direta da renda. Por isso
ela tem inclinação positiva, quanto maior a renda, maior a demanda por
moeda. Quando temos política fiscal expansionista, a renda aumenta,
aumentando também a demanda de moeda. Como a oferta é considerada
fixa, o aumento da demanda de moeda faz com que o preço da moeda
aumente, e o “preço da moeda” é a taxa de juros. Assim, a relação direta
entre demanda de moeda e renda explica por que a política fiscal
expansionista aumenta a taxa de juros.

c) O investimento é dado por I=I0–a.i, onde I0 é o investimento


autônomo, a é uma constante positiva e i é a taxa de juros. É
perfeitamente visível que um aumento de i diminui os investimentos, e

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um aumento de I aumenta os investimentos. A curva IS se desloca em
virtude de quaisquer alterações diretas e indiretas na demanda agregada
que é dada por: DA = C + I + G. Se o Investimento autônomo aumenta, I
também aumenta, por conseguinte, DA também aumenta. Se a DA
aumenta, a curva IS se desloca para cima e para a direita, ocasionando
um aumento da taxa de juros e aumento do produto.
Nota  vale ressaltar que estamos falando do aumento do investimento
autônomo (I0). Se o investimento aumenta em virtude de uma alteração
da taxa de juros (variável endógena), a curva IS não é deslocada.

d) Um aumento dos gastos do governo G aumenta a DA (DA=C+I+G),


deslocando a curva IS para a direita e para cima, elevando a taxa de
juros.

e) A demanda por moeda é função direta da renda e função inversa dos


juros. L = f (y+, i-). A afirmativa está errada, pois a demanda por moeda
diminui com o aumento da taxa de juros.

GABARITO: E

04 – (ESAF - AFC/STN - 2008) - Considerando o modelo IS/LM


sem os denominados casos clássicos e da armadilha da liquidez, é
incorreto afirmar que:
a) um aumento das aquisições de bens de capital, por parte dos
empresários, eleva a taxa de juros.
b) uma política monetária expansionista reduz a taxa de juros de
equilíbrio.
c) o equilíbrio de curto prazo do modelo IS/LM não precisa ser o de pleno
emprego.
d) considerando uma função consumo linear do tipo C = C0 + a.Y, com 0
< a < 1, um aumento de C0 reduz a taxa de juros.
e) uma política fiscal contracionista reduz a taxa de juros.

COMENTÁRIOS:
a) um aumento das aquisições de bens de capital significa aumento de
investimentos, ou seja, deslocamento da curva IS para a direita e para
cima, aumentando o produto e os juros.

b) correto.

c) o equilíbrio no modelo IS-LM significa que dado certo produto de


equilíbrio Ye e certa taxa de juros de equilíbrio ie, o investimento é igual à
poupança (curva IS) e a demanda por moda é igual à oferta de moeda
(curva LM). Este produto de equilíbrio não significa, necessariamente,
produto de pleno emprego, significa, apenas, equilíbrio entre

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investimento, poupança, demanda e oferta de moeda. Eventualmente, ele
poderá ser de pleno emprego, assim como poderá não ser.

d) se o consumo é dado pela equação C = C0 + a.Y, um aumento de C0


elevará o consumo C, aumentando a DA (lembre-se DA=C+I+G). Se a
demanda agregada DA aumenta, a curva IS se desloca para a direita e
para cima, aumentando os juros e o produto.

e) correto.

GABARITO D

05 - (ESAF - Auditor Fiscal da Receita Federal - 2003) - Com


relação ao modelo IS/LM, é incorreto afirmar que
a) quanto maior a taxa de juros, menor é a demanda por moeda.
b) na ausência dos casos clássico e da armadilha da liquidez, uma política
fiscal expansionista eleva a taxa de juros.
c) na ausência dos casos clássico e da armadilha da liquidez, uma política
fiscal expansionista eleva a renda.
d) no caso da armadilha da liquidez, uma política fiscal expansionista não
aumenta o nível de renda.
e) quanto maior a renda, maior é a demanda por moeda.

COMENTÁRIOS:
No caso da armadilha da liquidez, somente a política expansionista
aumenta o nível de renda.
GABARITO: D

06 – (ESAF - Auditor Fiscal da Receita Federal - 2003) - Considere:


M/P=0,2.Y - 15.r ;Y=600-1.000.r ;YP=500 e P=1 onde: M = oferta
nominal de moeda; P = nível geral de preços; Y = renda real; YP =
renda real de pleno emprego; e r = taxa de juros. Com base nestas
informações, pode-se afirmar que o valor da oferta de moeda
necessária ao pleno emprego é de:
a) 80,0
b) 98,5
c) 77,2
d) 55,1
e) 110,0

COMENTÁRIOS:
(1) M/P = 0,2Y – 15r

(2) Y = 600 – 1000r e YP = 500


Com os dados que temos em (2), podemos calcular os juros (r) no
produto de pleno emprego:

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500 = 600 – 1000r


r = 0,1

Substituindo r em (1):

M/P = 0,2.500 – 15.0,1


M/P = 100 – 1,5
M = 98,5 (P = 1)

GABARITO: B

07 – (ESAF - Auditor Fiscal da Previdência Social – INSS - 2003) -


Na construção do modelo IS/LM sem os casos clássico e da
armadilha da liquidez, a demanda por moeda:
a) é sempre maior do que a oferta de moeda, uma vez que o equilíbrio no
mercado de bens resulta num produto que é necessariamente menor do
que o de pleno emprego.
b) depende somente da renda: quanto maior a renda, maior a demanda
por moeda.
c) é sempre menor do que a oferta de moeda, o que garante que a curva
LM seja positivamente inclinada.
d) depende apenas da taxa de juros: quanto maior a taxa de juros, maior
a demanda por moeda.
e) depende da renda e da taxa de juros: quanto maior a renda maior a
demanda por moeda, ao passo que quanto maior a taxa de juros menor a
demanda por moeda.

COMENTÁRIOS:
Conforme o quadro colocado na página 11, está correta a assertiva E.
GABARITO: E

08 – (ESAF - Auditor Fisca da Receita Federal- 2002) - Com


relação ao modelo IS/LM, é incorreto afirmar que:
a) no chamado caso da "armadilha da liquidez", em que a LM é horizontal,
uma elevação dos gastos públicos eleva a renda sem afetar a taxa de
juros.
b) excluídos os casos "clássico" e da "armadilha da liquidez", numa
economia fechada a elevação dos gastos públicos eleva a renda. Esta
elevação, entretanto, é menor comparada com o resultado decorrente do
modelo keynesiano simplificado, em que os investimentos não dependem
da taxa de juros.
c) no chamado caso "clássico", em que a LM é vertical, uma elevação dos
gastos públicos só afeta as taxas de juros.
d) se a IS é vertical, a política fiscal não pode ser utilizada para elevação
da renda.

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e) na curva LM, a demanda por moeda depende da taxa de juros e da
renda.

COMENTÁRIOS:
Se a curva IS é vertical (modelo keynesiano simplificado), somente a
política fiscal pode ser utilizada para elevação da renda.
GABARITO: D

09 – (ESAF - AFC/STN - 2002) - Com base no modelo IS/LM sem


os casos “clássico e o da armadilha da liquidez”, é incorreto
afirmar que:
a) um aumento na oferta de M1 eleva o produto.
b) uma política de crédito expansionista reduz as taxas de juros.
c) um aumento nos recolhimentos compulsórios dos bancos não altera o
produto.
d) uma elevação dos investimentos privados eleva as taxas de juros.
e) uma redução nos impostos eleva as taxas de juros.

COMENTÁRIOS:
a) desloca a curva LM para a direta, aumentando o produto e diminuindo
os juros.

b) desloca a curva LM para a direita (aumento de oferta de moeda).

c) Um aumento nos recolhimentos compulsórios (depósitos que o BACEN


obriga os bancos comerciais a realizarem, ocasionando, na prática, menos
dinheiro na economia, pois é um dinheiro que os bancos comerciais
poderiam emprestar, mas está retido no BACEN) diminui a oferta
monetária, deslocamento a curva LM para a esquerda e para cima,
diminuindo o produto e aumentando os juros. Incorreta, portanto, a
assertiva.

d) desloca a curva IS para a direita a para cima, aumentando o produto e


a taxa de juros.

e) redução de impostos desloca a curva IS para a direita e para cima.

GABARITO: C

10 – (ESAF - Analista BACEN – 2002) – Considere o modelo IS-LM


com as seguintes hipóteses: ausência dos casos clássico e da
armadilha da liquidez; a curva IS é dada pelo modelo keynesiano
simplificado supondo que os investimentos não dependam da taxa
de juros. Com base nestas informações, é incorreto afirmar que:
a) aumento nos investimentos autônomos eleva o produto.
b) uma política monetária contracionista reduz o produto.

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c) um aumento no consumo autônomo eleva o produto.
d) uma elevação nas exportações eleva as taxas de juros.
e) uma política fiscal expansionista eleva as taxas de juros.

COMENTÁRIOS:
No modelo Keynesiano simplificado a política monetária não afeta o
produto, apenas a taxa de juros. Isto acontece pois a curva IS é paralela
ao eixo dos juros.

Aqui (no MKS) a política monetária é ineficaz para alterar o produto e a


política fiscal é plenamente eficaz. Considere no gráfico acima qualquer
das curvas IS e verifique o que acontece em virtude do deslocamento de
LM para LM’. Haverá diminuição da taxa de juros, porém o produto da
economia não se alterará.

GABARITO: B

11 – (ESAF - APO – MPOG - 2008) - Com relação à política


monetária, identifique a única opção incorreta.
a) A política monetária apresenta maior eficácia do que a política fiscal
quando o objetivo é uma melhoria na distribuição de renda.
b) Se o objetivo é o controle da inflação, a medida apropriada de política
monetária seria diminuir o estoque monetário da economia, como, por
exemplo, o aumento da taxa de reservas compulsórias ( percentual sobre
os depósitos que os bancos comerciais devem colocar à disposição do
Banco Central ).
c) A política econômica deve ser executada por meio de uma combinação
adequada de instrumentos fiscais e monetários.
d) Uma vantagem, freqüentemente apontada, da política monetária sobre
a fiscal é que a primeira pode ser implementada logo após a sua
aprovação, dado que depende apenas de decisões diretas das autoridades
monetárias, enquanto que a implementação de políticas fiscais depende
de votação do Congresso.
e) A política monetária refere-se à atuação do governo sobre a
quantidade de moeda e títulos públicos.

COMENTÁRIOS:

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A política monetária não consegue diferenciar qual parte da população
será mais ou menos atingida com a sua adoção. O aumento da oferta
monetária se dissemina na economia de forma que não é possível saber
qual setor da sociedade mais se utilizou do dinheiro que entrou no
sistema financeiro.

No caso da política fiscal, o governo pode direcionar a sua aplicação de


forma a estimular o setor mais pobre, melhorando, desta forma, a
distribuição de renda. É o caso, por exemplo, da tabela do Imposto de
Renda e do programa Bolsa Família.

GABARITO: A

12 – (ESAF - AFC/STN – 2005) – Considere um modelo de regime


de câmbio flutuante com livre mobilidade de capitais. Pode ser
considerado como fator que tende a provocar uma desvalorização
da moeda nacional:
a) Política fiscal expansionista
b) Elevação dos juros externos.
c) Política monetária contracionista
d) Elevação na taxa básica de juros interna.
e) Elevação dos recolhimentos compulsórios dos bancos comerciais.

COMENTÁRIOS:
a) A política fiscal expansionista desloca IS para a direita e para cima,
fazendo com que os juros internos sejam maiores que os juros externos,
ocasionando a entrada de divisas, o que aumenta a oferta de divisas,
depreciando a moeda estrangeira e apreciando a moeda nacional.

b) a elevação dos juros externos provoca saída de divisas (vale mais a


pena aplicar o dinheiro no exterior) e sua consequente apreciação. Se a
moeda estrangeira aprecia, então a moeda nacional deprecia.

c) a curva LM deslocará para a esquerda e para cima, fazendo com os


juros internos sejam maiores que os juros externos. Isso provocará
entrada de divisas (vale mais a pena aplicar o dinheiro no Brasil)
ocasionando consequências inversas às descritos na letra B.

d) idem letra D.

e) é o mesmo que política monetária contracionista, idem letra C,


portanto.

GABARITO: B

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13 – (ESAF - AFRF – 2000) - Considere o modelo IS/LM com as
seguintes hipóteses:
i) economia pequena e aberta
ii) livre mobilidade de capital
iii) taxa de câmbio nominal igual à taxa de câmbio real
Suponha que a autoridade econômica disponha dos dois
tradicionais instrumentos de política econômica: política fiscal e
política monetária. Pode-se então afirmar que:
a)os impactos de um ou outro instrumento sobre a renda agregada
dependem do regime cambial adotado no modelo.
b)ambos os instrumentos exercem impactos sobre a renda, independente
do regime cambial adotado, já que as taxas de câmbio real e nominal são
iguais.
c)independentemente do regime cambial, a política monetária é a única
capaz de exercer influência sobre o produto, já que se verifica uma
situação de total estabilidade no nível de preços internos.
d)se o regime for de câmbio fixo, tanto a política monetária quanto a
política fiscal exercem influência sobre a renda agregada, já que as taxas
de câmbio nominal e real são iguais.
e)independentemente do regime cambial, a política fiscal é a única capaz
de exercer influência sobre o produto já que, no modelo, está implícita a
hipótese de que a taxa esperada de inflação é zero.

COMENTÁRIOS:
Foi visto na aula que os impactos da política fiscal e monetária dependem
da taxa de câmbio adotada pelo país. Se o regime de câmbio for
flutuante, somente a política monetária será eficaz. Se o regime de
câmbio for fixo, somente a política fiscal será eficaz.

GABARITO: A

14 – (ESAF - APO/MPOG – 2002) - Supondo o denominado modelo


keynesiano generalizado e considerando como hipótese uma
economia aberta e pequena num mundo com livre e perfeita
mobilidade de capital, é correto afirmar que:
a) sob um regime de taxas de câmbio flutuante, somente a política fiscal
é eficiente no que diz respeito aos seus efeitos sobre o produto.
b) sob um regime de taxas de câmbio fixas, a política fiscal é mais
eficiente do que a política monetária no que diz respeito aos seus efeitos
sobre o produto.
c) independente do regime cambial, a política fiscal é mais eficiente do
que a política monetária no que diz respeito aos seus efeitos sobre o
produto.
d) independente do regime cambial, não há como utilizar a política
monetária num mundo de livre mobilidade de capital.

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e) independente do regime cambial, a política monetária só terá efeitos
sobre a inflação.

COMENTÁRIOS:
a) Somente a política monetária é eficaz.

b) Correta.

c), d) e e) Dependerá do regime cambial.

GABARITO: B

15 – (ESAF - Economista/ENAP – 2006) – Considere a seguinte


sentença:
“Num regime de taxas de câmbio flutuantes e com livre e perfeita
mobilidade de capitais, a política monetária exerce influência
sobre a taxa de câmbio. Por exemplo”, um aumento da base
monetária, ao ___________ a taxa de juros, tende a provocar
__________ de moeda estrangeira do país, resultando numa
________ da moeda ______________ .
Completam corretamente este texto, respectivamente,
a) Aumentar/saída/desvalorizacao/estrangeira
b) Reduzir/entrada/desvalorizacao/nacional
c) Reduzir/saída/valorizacao/nacional
d) Reduzir/saída/desvalorizacao/nacional
e) Aumentar/entrada/desvalorizacao/estrangeira

COMENTÁRIOS:
O aumento da base monetária desloca a curva LM para a direita e para
baixo, ou seja, reduz a taxa de juros interna. Como a taxa de juros
interna fica menor que a taxa externa, haverá saída de moeda
estrangeira do país. Esta saída de divisas aumenta a sua demanda,
provocando sua valorização. Como a moeda estrangeira é valorizada,
obrigatoriamente, a moeda nacional é desvalorizada.

GABARITO: D

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LISTA DE EXERCÍCIOS

QUESTÕES ESAF

01 – (AFRFB – 2009) - Considere o modelo IS/LM sem os casos


clássico e da armadilha da liquidez. É incorreto afirmar que:
a) quanto maior a taxa de juros, menor a demanda por moeda.
b) um aumento da base monetária reduz a taxa de juros.
c) uma política fiscal expansionista reduz a demanda por moeda.
d) quanto maior a renda, maior a demanda por moeda.
e) um aumento dos gastos do governo eleva a taxa de juros.

02 - (AFC/STN – 2005) - No modelo IS/LM, é correto afirmar que


a) no caso keynesiano, a demanda por moeda pode ser expressa de
forma semelhante à teoria quantitativa da moeda.
b) o caso da armadilha da liquidez ocorre quando a taxa de juros é
extremamente alta.
c) no caso clássico, a LM é horizontal.
d) o governo pode utilizar a política monetária para anular os efeitos de
uma política fiscal expansionista sobre as taxas de juros.
e) uma política fiscal expansionista aumenta as taxas de juros uma vez
que reduz a demanda por moeda.

3 - (Auditor Fiscal da Receita Federal - 2005) - Não é verdadeiro


no modelo IS/LM sem os "casos extremos"
a) mantidas as condições de equilíbrio do modelo, um aumento no nível
geral de preços tem que ser compensado por uma queda na demanda
agregada ou, em outras palavras, podemos determinar a curva de
demanda agregada a partir do modelo IS/LM.
b) a demanda por moeda aumenta com o aumento da renda, o que
explica os impactos de uma política fiscal expansionista sobre as taxas de
juros.
c) um aumento do nível de investimento autônomo eleva a taxa de juros.
d) um aumento dos gastos do governo eleva a taxa de juros.
e) a demanda por moeda aumenta com a taxa de juros.

04 – (AFC/STN - 2008) - Considerando o modelo IS/LM sem os


denominados casos clássicos e da armadilha da liquidez, é
incorreto afirmar que:
a) um aumento das aquisições de bens de capital, por parte dos
empresários, eleva a taxa de juros.
b) uma política monetária expansionista reduz a taxa de juros de
equilíbrio.
c) o equilíbrio de curto prazo do modelo IS/LM não precisa ser o de pleno
emprego.

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d) considerando uma função consumo linear do tipo C = C0 + a.Y, com 0
< a < 1, um aumento de C0 reduz a taxa de juros.
e) uma política fiscal contracionista reduz a taxa de juros.

05 - (Auditor Fiscal da Receita Federal - 2003) - Com relação ao


modelo IS/LM, é incorreto afirmar que
a) quanto maior a taxa de juros, menor é a demanda por moeda.
b) na ausência dos casos clássico e da armadilha da liquidez, uma política
fiscal expansionista eleva a taxa de juros.
c) na ausência dos casos clássico e da armadilha da liquidez, uma política
fiscal expansionista eleva a renda.
d) no caso da armadilha da liquidez, uma política fiscal expansionista não
aumenta o nível de renda.
e) quanto maior a renda, maior é a demanda por moeda.

06 – (Auditor Fiscal da Receita Federal - 2003) - Considere:


M/P=0,2.Y - 15.r ;Y=600-1.000.r ;YP=500 e P=1 onde: M = oferta
nominal de moeda; P = nível geral de preços; Y = renda real; YP =
renda real de pleno emprego; e r = taxa de juros. Com base nestas
informações, pode-se afirmar que o valor da oferta de moeda
necessária ao pleno emprego é de:
a) 80,0
b) 98,5
c) 77,2
d) 55,1
e) 110,0

07 – (Auditor Fiscal da Previdência Social – INSS - 2003) - Na


construção do modelo IS/LM sem os casos clássico e da armadilha
da liquidez, a demanda por moeda:
a) é sempre maior do que a oferta de moeda, uma vez que o equilíbrio no
mercado de bens resulta num produto que é necessariamente menor do
que o de pleno emprego.
b) depende somente da renda: quanto maior a renda, maior a demanda
por moeda.
c) é sempre menor do que a oferta de moeda, o que garante que a curva
LM seja positivamente inclinada.
d) depende apenas da taxa de juros: quanto maior a taxa de juros, maior
a demanda por moeda.
e) depende da renda e da taxa de juros: quanto maior a renda maior a
demanda por moeda, ao passo que quanto maior a taxa de juros menor a
demanda por moeda.

08 – (Auditor Fisca da Receita Federal- 2002) - Com relação ao


modelo IS/LM, é incorreto afirmar que:

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a) no chamado caso da "armadilha da liquidez", em que a LM é horizontal,
uma elevação dos gastos públicos eleva a renda sem afetar a taxa de
juros.
b) excluídos os casos "clássico" e da "armadilha da liquidez", numa
economia fechada a elevação dos gastos públicos eleva a renda. Esta
elevação, entretanto, é menor comparada com o resultado decorrente do
modelo keynesiano simplificado, em que os investimentos não dependem
da taxa de juros.
c) no chamado caso "clássico", em que a LM é vertical, uma elevação dos
gastos públicos só afeta as taxas de juros.
d) se a IS é vertical, a política fiscal não pode ser utilizada para elevação
da renda.
e) na curva LM, a demanda por moeda depende da taxa de juros e da
renda.

09 – (AFC/STN - 2002) - Com base no modelo IS/LM sem os casos


“clássico e o da armadilha da liquidez”, é incorreto afirmar que:
a) um aumento na oferta de M1 eleva o produto.
b) uma política de crédito expansionista reduz as taxas de juros.
c) um aumento nos recolhimentos compulsórios dos bancos não altera o
produto.
d) uma elevação dos investimentos privados eleva as taxas de juros.
e) uma redução nos impostos eleva as taxas de juros.

10 – (Analista BACEN – 2002) – Considere o modelo IS-LM com as


seguintes hipóteses: ausência dos casos clássico e da armadilha
da liquidez; a curva IS é dada pelo modelo keynesiano
simplificado supondo que os investimentos não dependam da taxa
de juros. Com base nestas informações, é incorreto afirmar que:
a) aumento nos investimentos autônomos eleva o produto.
b) uma política monetária contracionista reduz o produto.
c) um aumento no consumo autônomo eleva o produto.
d) uma elevação nas exportações eleva as taxas de juros.
e) uma política fiscal expansionista eleva as taxas de juros.

11 – (ESAF - APO – MPOG - 2008) - Com relação à política


monetária, identifique a única opção incorreta.
a) A política monetária apresenta maior eficácia do que a política fiscal
quando o objetivo é uma melhoria na distribuição de renda.
b) Se o objetivo é o controle da inflação, a medida apropriada de política
monetária seria diminuir o estoque monetário da economia, como, por
exemplo, o aumento da taxa de reservas compulsórias ( percentual sobre
os depósitos que os bancos comerciais devem colocar à disposição do
Banco Central ).
c) A política econômica deve ser executada por meio de uma combinação
adequada de instrumentos fiscais e monetários.

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d) Uma vantagem, freqüentemente apontada, da política monetária sobre
a fiscal é que a primeira pode ser implementada logo após a sua
aprovação, dado que depende apenas de decisões diretas das autoridades
monetárias, enquanto que a implementação de políticas fiscais depende
de votação do Congresso.
e) A política monetária refere-se à atuação do governo sobre a
quantidade de moeda e títulos públicos.

12 – (ESAF - AFC/STN – 2005) – Considere um modelo de regime


de câmbio flutuante com livre mobilidade de capitais. Pode ser
considerado como fator que tende a provocar uma desvalorização
da moeda nacional:
a) Política fiscal expansionista
b) Elevação dos juros externos.
c) Política monetária contracionista
d) Elevação na taxa básica de juros interna.
e) Elevação dos recolhimentos compulsórios dos bancos comerciais.

13 – (ESAF - AFRF – 2000) - Considere o modelo IS/LM com as


seguintes hipóteses:
i) economia pequena e aberta
ii) livre mobilidade de capital
iii) taxa de câmbio nominal igual à taxa de câmbio real
Suponha que a autoridade econômica disponha dos dois
tradicionais instrumentos de política econômica: política fiscal e
política monetária. Pode-se então afirmar que:
a)os impactos de um ou outro instrumento sobre a renda agregada
dependem do regime cambial adotado no modelo.
b)ambos os instrumentos exercem impactos sobre a renda, independente
do regime cambial adotado, já que as taxas de câmbio real e nominal são
iguais.
c)independentemente do regime cambial, a política monetária é a única
capaz de exercer influência sobre o produto, já que se verifica uma
situação de total estabilidade no nível de preços internos.
d)se o regime for de câmbio fixo, tanto a política monetária quanto a
política fiscal exercem influência sobre a renda agregada, já que as taxas
de câmbio nominal e real são iguais.
e)independentemente do regime cambial, a política fiscal é a única capaz
de exercer influência sobre o produto já que, no modelo, está implícita a
hipótese de que a taxa esperada de inflação é zero.

14 – (ESAF - APO/MPOG – 2002) - Supondo o denominado modelo


keynesiano generalizado e considerando como hipótese uma
economia aberta e pequena num mundo com livre e perfeita
mobilidade de capital, é correto afirmar que:

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a) sob um regime de taxas de câmbio flutuante, somente a política fiscal
é eficiente no que diz respeito aos seus efeitos sobre o produto.
b) sob um regime de taxas de câmbio fixas, a política fiscal é mais
eficiente do que a política monetária no que diz respeito aos seus efeitos
sobre o produto.
c) independente do regime cambial, a política fiscal é mais eficiente do
que a política monetária no que diz respeito aos seus efeitos sobre o
produto.
d) independente do regime cambial, não há como utilizar a política
monetária num mundo de livre mobilidade de capital.
e) independente do regime cambial, a política monetária só terá efeitos
sobre a inflação.

15 – (ESAF - Economista/ENAP – 2006) – Considere a seguinte


sentença:
“Num regime de taxas de câmbio flutuantes e com livre e perfeita
mobilidade de capitais, a política monetária exerce influência
sobre a taxa de câmbio. Por exemplo”, um aumento da base
monetária, ao ___________ a taxa de juros, tende a provocar
__________ de moeda estrangeira do país, resultando numa
________ da moeda ______________ .
Completam corretamente este texto, respectivamente,
f) Aumentar/saída/desvalorizacao/estrangeira
g) Reduzir/entrada/desvalorizacao/nacional
h) Reduzir/saída/valorizacao/nacional
i) Reduzir/saída/desvalorizacao/nacional
j) Aumentar/entrada/desvalorizacao/estrangeira

GABARITO
01 C 02 D 03 E 04 D 05 D 06 B 07 E
08 D 09 C 10 B 11 A 12 B 13 A 14 B
15 D

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