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Macroeconomia

Análise IS-LM:
Interligação entre o mercado de bens e
serviços e o mercado monetário
Prof. Dr. Francisco Carlos B dos Santos
fcarlos@usp.br
MODELO IS-LM

Objetivo

O Modelo IS-LM, também chamado Análise


Hicks-Hansen, (criado pelos Prêmios Nobel Sir
J.R. Hicks e Alvin Hansen), elaborado a partir
da teoria keynesiana, tem por objetivo avaliar o
impacto de políticas econômicas, interligando o
lado real e o lado monetário da economia.
MODELO IS-LM
Hipóteses do Modelo IS-LM

a) economia com desemprego de recursos (ou seja, com


capacidade ociosa e mão-de-obra desempregada)

b) preços constantes. Portanto, todas as variáveis são variáveis


em termos reais

c) (decorre de a e b): políticas expansionistas levam a aumento


da produção, e não de preços

d) Princípio da Demanda Efetiva: é a Demanda Agregada que


determina a renda de equilíbrio (a Oferta Agregada é
fixada, “passiva”)

e) Dada a hipótese de preços constantes (b), segue que a


taxa nominal de juros (i) = taxa real de juros (r).

Como se observa, são as mesmas hipóteses do modelo keynesiano


básico.
EQUILÍBRIO NO MERCADO DE BENS E SERVIÇOS: A
CURVA IS
• No modelo keynesiano básico, determina-se o nível
de renda y, que era a única incógnita do modelo. Isso
porque supunha-se que o Investimento (I) ou era
autônomo ou então função da renda y.
• Vamos remover essa hipótese, e supor que o
Investimento Agregado é função da taxa de juros
de mercado. Como veremos, isso torna
matematicamente indeterminado o nível de renda de
equilíbrio, bem como a taxa de juros, se
considerarmos apenas o mercado de bens e serviços.
• A renda e a taxa de juros de equilíbrio só poderão
ser matematicamente determinadas considerando-se o
lado real e o lado monetário conjuntamente.
EQUILÍBRIO NO MERCADO DE BENS E SERVIÇOS: A
CURVA IS

A CURVA IS (Investment Saving) representa os


possíveis pares de taxa de juros e nível de renda
que equilibram o mercado de bens e serviços. Ou
seja, pares de r e y onde a Oferta Agregada iguala a
Demanda Agregada de Bens e Serviços
EQUILÍBRIO NO MERCADO DE BENS E SERVIÇOS: A
CURVA IS
• Vimos anteriormente que, dada a eficiência marginal do capital
EMK, há uma relação inversa entre Investimento Agregado e taxa
de juros. Supondo uma queda da taxa de juros, são estimulados
novos projetos de investimentos, elevando a Demanda Agregada.
Com economia em desemprego, provocará um aumento da renda
real y, via efeito multiplicador.

• Temos então uma relação inversa entre taxa de juros e nível de


renda, originando a Curva IS, como mostrado nos gráficos a
seguir.
EQUILÍBRIO NO MERCADO DE BENS E SERVIÇOS:
A CURVA IS OA=DA
DA
DA1 (r1)
Supondo uma queda da taxa de
juros: DA0 (r0)

 r ( de r0 para r1)   I I

 DA (de DA0 para DA1)


y
economia em desemprego
 y (via efeito multiplicador), y0 y1 y
de y0 para y1
r

Tem-se então uma relação r0


inversamente proporcional entre r
r1
taxa de juros e nível de renda que
equilibram o mercado de bens e y IS
serviços, dada pela Curva IS

y0 y1 y
EQUILÍBRIO NO MERCADO DE BENS E SERVIÇOS: A
CURVA IS
• Mudanças nas variáveis exógenas deslocam a IS):
-Consumo autônomo (variação da riqueza,
mudanças nas expectativas, etc). É o intercepto
da função Consumo, ou seja, parcela do
consumo que não depende da renda)
-Política fiscal (Gastos G e Tributos T)
-Exportações (X) e Importações (M)

• Mudanças na taxa de juros e no nível de renda são


movimentos ao longo da curvas IS (r e y são variáveis
endógenas)
DESLOCAMENTO DA CURVA IS:
AUMENTO DOS GASTOS PÚBLICOS
DA
Com qualquer nível da taxa de juros
DA1’(G1)
(como exemplo, consideremos uma
G taxa de juros qualquer r0), um
DA0 (G0)
aumento do Gasto Público eleva a
Demanda Agregada, deslocando a
curva IS para a direita, e
y
consequentemente o nível de renda
y0 y1’ real y de yo para y1´. Evidentemente,
r uma queda do Gasto Público desloca
a curva IS para a esquerda.

G
r0 NOTA: colocamos apóstrofes para diferenciar
do último gráfico (quando o deslocamento da
DA deu-se devido à queda da taxa de juros). No
IS1’ gráfico ao lado, a DA desloca-se pelo aumento
y IS0 dos Gastos do Governo G..

y0 ’
y
EQUILÍBRIO DO MERCADO MONETÁRIO
A CURVA LM

• A Teoria Quantitativa da Moeda, vista anteriormente, (também


chamada de Teoria Clássica da Moeda) é uma forma de se ver o
equilíbrio do lado monetário, mas que não considera a taxa de juros
como variável determinante da demanda de moeda.
• Na Teoria Keynesiana da Moeda, que será expressa graficamente a
seguir, vimos anteriormente que a demanda de moeda não é apenas
função da renda nacional, mas também da taxa de juros.
• As modernas teorias monetárias incluem no modelo outras variáveis,
tais como expectativas de inflação, taxa de câmbio, etc. Tais
modelos, mais avançados, não costumam serem tratados em cursos
de introdutórios de Macroeconomia, ao nível de graduação.
EQUILÍBRIO DO MERCADO MONETÁRIO
DEMANDA DE MOEDA = OFERTA DE MOEDA
o DEMANDA DE MOEDA (Md): é função do nível de renda e da taxa de juros (*):

MD = f( y, r) e ∆ MD › 0 e ∆ MD ‹ 0
∆y ∆r
o OFERTA DE MOEDA (MO): supõe-se que a oferta de moeda seja
determinada institucionalmente pelas Autoridades Monetárias, pois
depende dos objetivos, da prioridade de política econômica do governo
(“desenvolvimentista”, “monetarista”, “neoliberal”, “keynesiano”,
“populista”, “socialista”, ‘bolivariano”, se o Banco Central é autônomo ou
não, se está próximo de eleições, etc., etc.)
Ou seja, a oferta de moeda é exógena (afeta, mas não é afetada pelas
variáveis econômicas).

Antes de chegarmos na Curva LM, vamos primeiro mostrar graficamente, passo a


passo, como se dá o equilíbrio do mercado monetário.

(*) No capítulo sobre Moeda, tínhamos definido a demanda de moeda em termos nominais ou correntes: MD
= f(Y, i) sendo Y(maiúsculo)=renda nominal e i= taxa nominal de juros. A partir de agora, definimos a
demanda de moeda em termos reais, sendo y(minúsculo) a renda real e r a taxa de juros real.
EQUILÍBRIO DO MERCADO MONETÁRIO:
A OFERTA DE MOEDA

Como supõe-se que a oferta de moeda é exógena (não depende da taxa


de juros), graficamente fica:

r Qualquer que seja o nível da taxa de


juros, a oferta de moeda permanece
fixada em M0.
r2

r1

r0
M0
EQUILÍBRIO DO MERCADO MONETÁRIO:
A OFERTA DE MOEDA

Supondo uma política monetária expansionista, objetivando


melhorar o nível de atividade econômica, a oferta de moeda
desloca-se de M0 para M1

M

M1

M0
EQUILÍBRIO DO MERCADO MONETÁRIO:
A DEMANDA DE MOEDA
Supondo dado o nível de renda(*), podemos expressar a relação entre
demanda de moeda MD e taxa de juros r como se segue:
r

r0

MD (a um dado nível de renda y0)

MD
(*) Como a demanda de moeda depende M 0 da renda e da taxa de juros, são 3 variáveis envolvidas, cuja
D

representação gráfica seria tridimensional. No modelo IS-LM, como a taxa de juros é a variável fundamental
que faz a interligação entre os lados real e monetário da economia, graficamente coloca-se a demanda de
moeda em termos da taxa de juros, com o que variações do nível de renda deslocam a curva da demanda
de moeda (a renda é exógena, a taxa de juros endógena nesse caso). Embora não seja objetivo desta
análise, podemos alternativamente apresentar um gráfico onde a demanda de moeda apareça como função
do nível de renda, como o que a taxa de juros fica como variável exógena, e a renda endógena.
EQUILÍBRIO DO MERCADO MONETÁRIO:
A DEMANDA DE MOEDA
Variações do nível de renda provocam deslocamentos da demanda, a
qualquer nível dado de taxa de juros: aumentos de renda aumentam a
demanda de moeda (desloca a curva para a direita, como no gráfico
abaixo), e quedas de renda reduzem a demanda de moeda (deslocam
a curva para a esquerda).

r2
r1
y
r0 MD1 (ao nível de renda y1)

MD0 (ao nível de renda y0)

MD
EQUILÍBRIO DO MERCADO MONETÁRIO
Determinação da Taxa de Juros de Equilíbrio
• Combinando oferta e demanda de moeda:
Oferta de
Taxa de juros (r) Moeda Mo
1: Excesso de oferta de
moeda : r tende a cair
1
r1

2: Excesso de demanda de
moeda: r tende a se
elevar
rE

r2 Demanda de
Moeda Md (dado yo)
2
M0=Md Quantidade de moeda(M)
EQUILÍBRIO DO MERCADO MONETÁRIO
Efeito do Aumento da Oferta de Moeda

r MO MO’
M0   dado o nível de
renda yo, o aumento
da quantidade de
moeda reduz a taxa de
juros

r0
r1
Md (dado yo)

M0=Md M0´=Md M
EQUILÍBRIO DO MERCADO MONETÁRIO
Efeito de um aumento da Renda Nacional

r MO O aumento da renda de y0 para y1


aumenta a demanda de moeda para
transações (MD), de MD0 para MD1
Com oferta de moeda M0 fixada, o
“preço” da moeda (a taxa de juros r)
se eleva de r0 para r1.
r1
y
r0
Md’ (y1)
Md(y0)
M0=Md M
EQUILÍBRIO DO MERCADO MONETÁRIO:
A CURVA LM

Observamos então, no gráfico anterior, que, dado um aumento


da renda, e supondo a oferta de moeda fixada, tem-se uma
relação direta entre taxa de juros e nível de renda, que
mantém o equilíbrio do lado monetário.

A partir dessa observação, podemos traçar a CURVA LM


(Liquidity Money), que representa os possíveis pares de taxa
de juros e nível de renda que equilibram o mercado monetário.
Ou seja, pares de r e Y onde a oferta de moeda iguala a
demanda de moeda.
EQUILÍBRIO DO MERCADO MONETÁRIO:
A CURVA LM
Dado y  (y0 para y1)  MDT  . Com M0 fixada, r  (r0 para r1).
Portanto, existe uma relação direta entre nível de renda y e
taxa de juros r

r M0 r

LM
y

r1 r1

r0 r0
MD1 (y1)

MD0 (y0)

y0 y1 y
M0 = MD M
DESLOCAMENTO DA CURVA LM:
AUMENTO DA OFERTA DE MOEDA
Supondo uma política monetária expansionista, como o proporcionado por um
aumento da oferta de moeda, desloca a LM para a direita.
Qualquer que seja o nível da taxa de juros, o nível de renda que equilibra o
mercado monetário será maior; ou, para qualquer nível de renda, a taxa de juros
será maior

r M00 M01 r
LM0 (M00)
LM1 (M01)
M

r0 r0

r1 r1

MD (y0)

y0 y1 y’0 y’1 y
M00=MD0 M01=MD1 M
EQUILÍBRIO DO MERCADO MONETÁRIO:
A CURVA LM
• Mudanças nas variáveis exógenas deslocam a LM:
- Oferta de Moeda (gráfico anterior)
- Demanda de Moeda:
-mudanças nas expectativas
-mudanças na velocidade-renda da moeda

• Mudanças na taxa de juros e no nível de renda são


movimentos ao longo das curvas IS e LM (r e y são
variáveis endógenas). Significa que alterações na
taxa de juros não deslocam a IS ou a LM.
EQUILÍBRIO SIMULTÂNEO NOS MERCADOS DE
BENS E MONETÁRIO

o Combinando o mercado de bens e o mercado monetário, temos o


equilíbrio macroeconômico, onde simultaneamente:

Oferta Agregada = Demanda Agregada (CURVA IS)


Oferta de Moeda = Demanda de Moeda (CURVA LM)

o A Curva IS mostra uma relação inversa entre taxa de juros e nível de


renda, enquanto a Curva LM mostra uma relação direta entre taxa de
juros e nível de renda.
EQUILÍBRIO SIMULTÂNEO NOS MERCADOS DE
BENS E MONETÁRIO

LM
r Ponto E: r0 e y0 que
equilibram ao mesmo
tempo o lado real e o lado
monetário da economia.
É o único ponto estável
E que equilibra a IS e a LM.
ro

IS
y0 y
EQUILÍBRIO DO LADO REAL E DO LADO
MONETÁRIO ALGEBRICAMENTE
CURVA IS
Condição de equilíbrio: OA = DA
Oferta Agregada: OA = y
Demanda Agregada: DA=C(yD) + I(r) + G + X – M

Substituindo OA e DA na condição de equilíbrio, segue que:


y = C(yD) + I(r) + G + X – M
sendo yD a Renda disponível (y – T)

CURVA LM
Condição de equilíbrio: Oferta de moeda = Demanda de Moeda
Oferta de Moeda: M 0 = M0
Demanda de Moeda MD = f(y, r)

Substituindo M0 e MD na condição de equilíbrio, segue que:

M0 = f(y, r)
EQUILÍBRIO DO LADO REAL E DO LADO
MONETÁRIO ALGEBRICAMENTE
Um exercício numérico deixa mais claro como se obtém o
equilíbrio entre IS e LM

CURVA IS
Dadas as funções
C = 24 + 0,8 yD
I = 30 – 20 r
T=G=5
X = 15
M = 10
determinar a curva IS
EQUILÍBRIO DO LADO REAL E DO LADO
MONETÁRIO ALGEBRICAMENTE
Solução Curva IS :

Equilíbrio OA = DA
y=C+I+G+X-M
y = 24 + 0,8 (y- 5) + 30 – 20 r + 5 + 15 – 10
y – 0,8y = 60 – 20r
0,2y = 60 – 20 r
chegamos à Curva IS
r = 3 – 0,01y
que são os pares de r e y que equilibram o mercado de bens e
serviços.

Por enquanto, a taxa de juros e a renda de equilíbrio estão


indeterminadas. Os valores dessas duas variáveis só serão
determinadas quando introduz-se a curva LM, o que será feito
em seguida. Teremos um sistema de 2 equações e 2 incógnitas
(r e y)
EQUILÍBRIO DO LADO REAL E DO LADO
MONETÁRIO ALGEBRICAMENTE

CURVA LM
• Dados
Oferta de moeda = 130 (fixada pelo Governo)
Demanda de moeda = 155 + 0,25 y – 25r

determinar a Curva LM

Lembrando: como a demanda de moeda varia diretamente com a renda (motivos


transação e precaução) e inversamente com a taxa de juros (motivo especulção
ou portfólio), a declividade da renda deve ser positiva, e a declividade da taxa de
juros negativa, na equação da demanda de moeda.
EQUILÍBRIO DO LADO REAL E DO LADO
MONETÁRIO ALGEBRICAMENTE
Solução Curva LM:

Equilíbrio: Oferta de Moeda = Demanda de Moeda


Oferta de moeda = 130
Demanda de moeda = 0,25y + 155 – 25r

Igualando oferta e demanda de moeda, fica:


130 = 0,25y + 155 – 25r

e finalmente r = 1 + 0,01y (Curva LM)

Temos então os pares de r e y que equilibram o lado monetário.

Para determinarmos os valores de equilíbrio de r e y, precisamos juntar com o resultado


obtido na Curva IS
EQUILÍBRIO DO LADO REAL E DO LADO
MONETÁRIO ALGEBRICAMENTE
• Temos então que:
Curva IS r = 3 - 0,01y
Curva LM r = 1 + 0,01y

• Igualando, chegamos então à taxa de juros e nível


de renda que equilibram simultaneamente o mercado
de bens e serviços e o mercado monetário:
r
LM
ro = 2
yo = 100 E
ro = 2
IS

Y0=100 y
ANÁLISE IS-LM
EFEITOS DA POLÍTICA FISCAL

• Exemplo: aumento de G (política fiscal expansionista)

r LM
PASSOS:
1.Deslocamento IS: G , DA , IS 
2.Movimento ao longo LM: com
oferta de moeda M constante, a
G taxa de juros r se eleva
r1 3.Resultado Final: r  y 
r0 IS1

IS0

y0 y1 y
ANÁLISE IS-LM
EFEITOS DA POLÍTICA FISCAL

• No diagrama anterior, implicitamente supõe-se que o Governo

se financia pela colocação de títulos públicos (open market).


Isso provoca um aumento da taxa de juros, já que o Governo,
para obter recursos, precisou elevar a taxa de juros de seus
títulos.

• CROWDING OUT (Efeito Deslocamento): quando o Governo


se financia pela colocação de títulos públicos, ele precisa
aumentar a taxa de juros, para atrair investidores. Essa
elevação da taxa de juros provoca uma redução dos
investimentos do setor privado; ou seja, parte dos
investimentos privados desloca-se para investimentos do
Governo.
Trata-se de uma das principais críticas dos monetaristas aos
keynesianos e intervencionistas em geral.
ANÁLISE IS-LM
EFEITOS DA POLÍTICA FISCAL

• O Governo pode financiar-se de duas outras formas:

-aumento de impostos (que desloca a IS para trás). O


resultado final sobre a renda e sobre a curva IS dependerá
dos multiplicadores de G (positivo) e T (negativo)

-emissão de moeda, que desloca a curva LM para a direita (e


o aumento em G desloca a IS para a direita). Ver gráfico
“Combinação de políticas”, mais adiante
ANÁLISE IS-LM
EFEITOS DA POLÍTICA MONETÁRIA
• Exemplo: um aumento na Oferta de moeda (M)

Um aumento da oferta de moeda desloca a curva LM, torna o dinheiro mais


abundante no mercado, o que reduz a taxa de juros, afetando a IS.

PASSOS:
r LM0
r LM1 1.Deslocamento LM: M , r 

M 2.Movimento ao longo IS: com r ,


r0 Investimentos , DA , y  ,
r1 3.Resultado Final: r  y 

IS

y0 y1 y
COMBINAÇÃO DE POLÍTICAS
• Exemplo: um aumento de gastos públicos
financiado por expansão monetária

r LM0
LM1
r
LM’
M

r0=r1
G
IS1
IS0
y0 y1 y
EFEITOS DE DESLOCAMENTOS DAS CURVAS IS E LM
POLÍTICA ECONÔMICA DESLOCAMENTO TAXA DE RENDA
JUROS

Aumento do gasto público IS para a direita aumenta aumenta


Redução do gasto público IS para a esquerda diminui diminui
Aumento de impostos IS para a esquerda diminui diminui
Redução de impostos IS para a direita aumenta aumenta
Aumento no grau de confiança

do consumidor IS para a direita aumenta aumenta


Queda na confiança do
consumidor IS para a esquerda diminui diminui
Melhora das expectativas de

investimento IS para a direita aumenta aumenta


Piora nas expectativas de

investimento IS para a esquerda diminui diminui


Aumento da oferta de moeda LM para a direita diminui aumenta
Diminuição da oferta de moeda LM para a esquerda aumenta diminui
Diminuição na taxa de reservas
EFICÁCIA DE POLÍTICA ECONÔMICA
• A eficácia da política monetária e da política fiscal (ou seja, o impacto sobre o
nível de renda, emprego e preços(*) dependerá principalmente de dois
fatores:

- multiplicador keynesiano de gastos: quanto maior o efeito


multiplicador, aumenta relativamente a eficácia da política
fiscal (deslocamentos da Curva IS);
- elasticidade (sensibilidade) dos investimentos em relação à taxa
de juros: maior a elasticidade, aumenta relativamente a
eficácia da política monetária em relação à fiscal
(deslocamento da Curva LM).

(*) Lembramos que estamos supondo economia em desemprego, com os preços


permanecendo constantes (inflação zero). Nos Manuais de Macroeconomia, versões
modernas do modelo IS-LM consideram variações no nível de preços.
ARMADILHA DA LIQUIDEZ
A Armadilha da Liquidez (“Liquidity Trap”) é um trecho da Curva LM onde a taxa de
juros é muito baixa, que qualquer injeção monetária não redundaria em aumento da renda.
A situação da economia norte-americana e européia, após a crise do Lehman Brothers,
ilustra esse fato. Nos Estados Unidos, o Governo vem injetando dinheiro (política chamada
de “quantitative easing”), mas a população não aumentou o consumo como se esperava,
pois se endividou, pagando hipotécas e com medo do desemprego. Por outro lado, os
bancos também ficaram mais temerosos para fazer empréstimos, devido à inadimplência.
É o que mostra o gráfico abaixo.
Trata-se de um caso em que a política monetária é relativamente ineficaz, sendo a melhor
saída pela política fiscal, o que significa deslocar a curva IS para a direita (aumentar gastos
públicos, por exemplo). Mas o problema é que a dívida pública já está muito elevada, pois o
aumento da liquidez está sendo efetivado através da colocação de títulos públicos.

r LM0 LM1

r0

IS0
y0 y
IMPORTÂNCIA DA TAXA DE JUROS NO
EQUILÍBRIO MACROECONÔMICO
• A taxa de juros é a principal variável que faz a ligação entre
os dois mercados:
- Uma alteração exógena no mercado monetário(exemplo:
variação da oferta de moeda) determina uma nova taxa
de juros, que afetará o Investimento Agregado (I=f(r)), e
portanto alterando o equilíbrio do mercado de bens e
serviços.
- Por outro lado, uma alteração exógena no mercado
de bens e serviços (exemplo, variação dos gastos
públicos ou da tributação), deslocará a Curva IS,
elevando a taxa de juros, e afetará a demanda de
moeda, e consequentemente o equilíbrio do lado
monetário.
EXERCÍCIO
• No exemplo anterior, supor que, objetivando controlar a inflação, o
Governo reduza a oferta de moeda para 120. Pede-se:
a) determinar os niveis de renda e taxa de juros que equilibram
simultaneamente o mercado de bens e serviços e o mercado
monetário;
b) determinar os valores de equilíbrio das demais variáveis
endógenas (C,I,demanda de moeda)
c) ilustre graficamente como as curvas se deslocam (não precisa
utilizar números)
d) descreva resumidamente (use “flechinhas”) os efeitos dessa
política sobre o nível de renda, emprego, demanda de moeda,
demanda de investimentos e taxa de juros
MODELO COMPLETO
• O modelo mais completo, chamado de Mundell-Fleming,
inclui a chamada curva BP. Analogamente às curvas IS e
LM, a curva BP representa as combinações da taxa de juros
e nível de renda que equilibram o setor externo (equilíbrio
entre o Balanço de Transações Correntes (Conta-Corrente)
com a Conta Capital e Financeira do balanço de
pagamentos).
• Incluem-se então no modelo as variáveis taxa de câmbio,
renda mundial, taxas de juros externas, bem como variações
de preços internacionais e preços domésticos (inflação
interna).
• O modelo Mundell Fleming também permite avaliar diferentes
regimes cambiais (fixo, flexível, etc.)
BIBLIOGRAFIA
MODELO IS-LM
• Vasconcellos, M.A.S – Economia Micro e Macro – 5ª. edição, Editora
Atlas, 2011, cap.12
• Pinho, D., Vasconcellos, M.A.S. e Toneto Jr., R. (orgs.) – Manual de Economia-Equipe de Professores da USP – 6ª. edição, Editora Saraiva, 2011, cap.19
• Froyen, R. T. – Macroeconomia – Editora Saraiva, 2003, cap. 6

MODELO MUNDELL-FLEMING
• Vasconcellos, M.A.S. – Economia Micro e Macro – 5ª. edição, Editora
Atlas, 2011, cap. 14 (Apêndice)
• Pinho, D., Vasconcellos, M.A.S. e Toneto Jr. R. (orgs.) – Manual de Economia-Equipe de Professores da USP – 6ª. edição, Editora Saraiva, 2011, cap.19
• Froyen, R. T. – Macroeconomia – Editora Saraiva, 2003, cap. 21

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