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e-desenhando

Publicado em NOVA ESCOLA 02 de Setembro | 2017

Arte

Observando e
Desenhando
professor

Objetivo(s)

Ampliar o repertório de imagens e técnicas artísticas dos estudantes.


Exercitar a prática do desenho de observação.
Sensibilizar o olhar dos alunos, estimulando-os a perceber a variedade
de cores, formas e texturas que nos rodeiam.

Conteúdo(s)

Desenho de observação.
Composição em desenho.
Finalização com materiais diversos.

Ano(s)

4º, 5º

Material necessário

Caderno de desenho ou folhas avulsas que possam compor um caderno


folhas de maior gramatura
materiais diversos para finalização: lápis de cor, canetas hidrográficas,
tintas de diversas cores, giz pastel, entre outros

Desenvolvimento

1ª etapa

Para iniciar o trabalho, solicite que a turma produza um desenho de memória


de elementos da natureza – árvore e flores, por exemplo. Esse desenho, que
pode ser feito em um caderno de registro, deve ser datado como o primeiro
da série. O objetivo é que o estudante veja como é o seu desenho de
memória. Em geral, eles são bem parecidos entre si.

Normalmente, surgem falas como: “Mas eu não sei desenhar nem uma
árvore!”. Desafie os alunos a tentar. Faça isso por meio do incentivo verbal,
usando expressões afirmativas – “Eu sei que você consegue”. “Faça de seu
jeito”. “Desenhe aquilo que vê”. – e desenhando junto. Os estudantes ficam
muito entusiasmados quando o professor se arrisca a desenhar e percebem
que não há uma forma apenas de fazê-lo.

2ª etapa

Convide a turma a sair ao ar livre. Pode ser na própria escola, nos arredores
ou num passeio a um ponto turístico da cidade. Escolha um tema específico:
texturas das árvores, formato das folhas e copas, tons e cores das árvores,
texturas e padrões de animais etc. Estimule o olhar de todos, proponha que
percebam as diferenças entre essas árvores, observem se as folhas são todas
iguais, olhem o formato da copa da árvore e tentem desenhar seu contorno
no ar, com os dedos.

O objetivo aqui é sensibilizar os estudantes para a variedade da natureza. Eles


vão compreender que cada elemento tem seu formato e nem todas as
árvores são iguais. As descobertas ao ar livre são muito estimulantes e a
reação é de surpresa. O corpo reage a esses estímulos. Em geral, os alunos se
mostram investigadores minuciosos.

3ª etapa

Em seguida, com caderno de registro em mãos (ou papel e prancheta) é hora


de escolher um lugar confortável, um ângulo interessante e sentar-se para
desenhar. Oriente cada um a manter-se sempre no mesmo local até terminar
o desenho começado. Se possível, sem mexer muito a cabeça para que o
ângulo de visão não se altere. Os estudantes vão descobrir as formas que
veem e buscar representá-las.

No início, é comum que tentam desenhar todas as folhas. Estimule-os a


observar o contorno das copas das árvores, os vazios entre as folhas que
deixam ver outras árvores ou o céu, o formato dos galhos e das folhas para
que comecem a buscar formas diferentes de representar. Alguns alunos
produzem vários desenhos rápidos de pontos de vista diferentes, outros
desenham de forma mais lenta e detalhada. É importante respeitar essas
diferenças.

Após a primeira sessão estimule, os estudantes a compartilhar os desenhos


feitos, deixando algum tempo para que comentem de forma geral como foi,
os desafios enfrentados e qual desenho mais gostaram. A turma nesse
momento se encontra na fala dos amigos e pode descobrir muitas formas de
representar uma mesma árvore.

Há casos em que alguns insistem em desenhar sem olhar. Se isso ocorrer,


intervenha incentivando o olhar, iniciando um traçado para que ele continue.
Incentive o desenho com os dedos, no contorno que é visto, isso ajuda os
alunos a encontrarem formas para desenhar. Outra opção é propor desenho
de um elemento, uma folha ou um conjunto delas mais próximo ao
estudante.

4ª etapa

Faça duas ou três sessões de desenho ao ar livre em dias diferentes e com


temas variados para que a classe reúna desenhos em seus cadernos de
registro. Árvores e folhas, texturas de troncos, flores diversas, paisagens
naturais e construídas pelo homem etc.

Quando o estudante está ao ar livre, ele tem uma variada gama de


possibilidades e graus de dificuldade de desenho: o movimento de um rio, os
diversos formatos de árvores, edifícios que compõem a paisagem. Ressalte
essas diferenças e estimule todos a representar aquilo que veem à sua
maneira.

Numa sequência de desenhos, proponha que alguns sejam feitos em um


período de tempo definido – de cinco a dez minutos – para estimular a
captação mais geral das formas, sem tantos detalhes. Sugira também
algumas produções com mais tempo e mais detalhadas.

5ª etapa

Durante essas sessões, apresente reproduções de obras de arte que tratem


da natureza em épocas diferentes. O objetivo aqui é mostrar como os artistas
representam os temas que a classe está trabalhando. Escolha artistas que
utilizam técnicas e formas de desenhar diferentes, assim os alunos podem se
identificar mais com um ou com outro e começar a formar um repertório
para suas criações.

Esse momento em que os artistas são apresentados à turma é uma


oportunidade muito rica de ressaltar que não há apenas uma forma de
desenhar. Ao longo da História da Arte foram muitas as estratégias usadas
pelos pintores.

6ª etapa

Agora é hora de olhar os desenhos realizados e escolher aqueles que ficaram


mais interessantes. Os estudantes devem passar para uma folha de papel
grossa o desenho escolhido e finalizá-lo. Peça que usem tintas de pigmentos
naturais. Usar folhas, cúrcuma e urucum, cola com areia ou terra, carvão
vegetal e folhas secas ou tinta guache nessa finalização deixa o trabalho
ainda mais rico.
Esse é o momento de a turma rever as produções e dar vasão a todos os
estímulos que foram recebidos durante o trabalho. Permita que cada um
encontre sua forma de finalizar o desenho, sugira materiais e dê o suporte
para que consigam executar o que planejaram.

Pode ser organizada uma exposição com os trabalhos finalizados, o objetivo


aqui é compartilhar as descobertas da moçada e chamar a atenção do
público ao que pode ser visto com um olhar atento. Os desenhos podem ser
acompanhados de pequenos registros escritos das impressões pessoais.

Avaliação

No decorrer da sequência, registre como cada um faz os desenhos, como usa


o espaço do papel, se consegue variar formas, se há mudança de uma série
de desenhos para outra. Avalie se o aluno consegue relacionar o que é visto,
as imagens apreciadas e a representação no papel. Veja se há
experimentação. No momento que os estudantes preparam os trabalhos
para exposição, estimule-os a organizar o que foi produzido de acordo com a
maneira como observam os trabalhos: aqueles que mais gostaram, os mais
marcantes, os que mais os surpreenderam. Com base nessa organização,
peça que escrevam uma autoavaliação do trabalho como um todo e da
experiência que viveram. Isso os ajuda a perceber sua produção de forma
mais inteira e o seu percurso de criação. Referências bibliográficas Iavelberg,
Rosa. O Desenho Cultivado da Criança - Prática e Formação de Educadores.
Zouk. 2008 Edwards, Betty. Desenhando com o Artista Interior. Editora
Claridade. 2002

Créditos: Catarina Landim Cargo: Professora de Arte na Escola Coopep, em


Piracicaba, a 164 quilômetros de São Paulo

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