Movimentos

sociais de luta
pela terra: As
Ligas
Camponesas

Livro - Que são as Ligas Camponesas?

Francisco Julião (1997)
Integrantes
• Bruno de Castro
• Cecília Alves
• Mariana Alves
• Núbia Menezes
• Vinicius Chaves
As ligas Camponesas: origens e causas

Europa Central (Séc. XV – XVI):

• Tradução da Bíblia para o alemão
• Início de rebeliões camponesas contra o sistema feudal e a igreja
• Organização dos camponeses junto à reforma protestante
As ligas Camponesas: origens e causas
Estados Unidos da América (Séc. XIX)

• Reuniões de camponeses no estado de Nova York com a finalidade de

discutir a situação precária que o camponês americano enfrentava
• “Plano para reintegrar o povo do estado de Nova York no seu direito à
terra”. Dois princípios básicos:
a) ninguém, para o futuro, poderá, em caso algum, possui no estado de
Nova York mais de 160 jeiras de terra. (129 hectares)
b) ninguém poderá, para o futuro, sob pretexto algum, possuir, numa
cidade ou numa vila, mais de uma fazenda.
As ligas Camponesas: origens e causas
Brasil (Séc. XX)

• Engenho Galileia (Vitória de Santo Arão, Pernambuco)

• Criação da “Sociedade Agrícola e Pecuária de
Plantadores de Pernambuco” ou SAPPP na década de
50
• Lutas políticas pelo direito à terra contra lutas políticas
pelo direito ao latifúndio
 Os meios de difusão das Ligas
• O meio mais eficaz de difundir a ideia das Ligas entre a massa camponesa, era a força da
divulgação e da participação da poesia popular;
• Caráter ideológico; temas que relatavam a luta do camponês contra o latifundiário;
• Durante 3 meses foram realizados atos públicos;
• Alguns jornais que acolheram às cartas e boletins que foram escritos ( transmitindo a
experiência das Ligas Camponesas;
• De Pernambuco difundiram para outros Estados;
• Revolução Cubana;
• Reforma Agrária ;
• Abril de 1960;
• Perseguições e violências;
• As Ligas se multiplicaram pelo território;
O Quatriênio do Terror

• General Cordeiro de Farias;

• Prisões políticas em Pernambuco;
• O movimento começa a ganhar força unindo burgueses e operários;
• Aumento dos impostos;
• Cid Sampaio teve o apoio da Liga mas depois se voltou contra o povo, unindo-se a
Carlos Lacerda e ao antigo governo em 1961.
Constituição, Expansão
e Localização das Ligas
• As ligas se caracterizavam pela forma centralizada de
atuação;

• Trata-se de uma associação, em que o nome não é

relevante, capaz de organizar delegacias em qualquer
lugar que haja camponeses;

• A sede central deveria ficar na capital do Estado ou na

maior região onde se funde, pois lá estão as classes
operarias, os estudantes, os intelectuais
revolucionarios, a pequena burguesia, uma justiça
mais avançada e menos reacionária do que aquela
que se deixa sufocar, numa cidade pequena do
interior, sob o peso do latifundio.
Constituição, Expansão
e Localização das Ligas

• Tinha jurisdição para todo o Estado;

• Podia se fundar as delegacias ou

nucleos em qualquer cidade, distrito,
povoado, fazenda, serra ou corrégo;

• Os nucleos recebiam o nome de

delegacia para fazer o campones
perder o medo da outra delegacia - de
policia.
Constituição, Expansão e
Localização das Ligas

• Para fundar uma Delegacia ou Liga, bastava

reunir um número de camponeses ( trinta ou
quarenta) submeter o estatuto geral à sua
apreciação, e uma vez todos de acordo,
eleger a diretoria;

• A ata era lavrada e assinada pelos

fundadores, se alfabetizados, ou a rogo (em
pedido) se analfabetos, e o Conselho
Deliberativo oficializava a justiça,
comunicando à existência legal da entidade.
Constituição, Expansão e
Localização das Ligas

Com a fundação de cada liga:

• O latifúndio se irrita e mobiliza autoridades(

policia, prefeito, juiz, promotor e capanga);

• Tem início a luta que toma caráter político;

• Tem início o processo de politização da massa

camponesa com assembleia geral, passeata,

audiência na polícia ou na justiça, indo ao extremo

na defesa de seus direitos até de armas na mão.

Constituição, Expansão e Localização das
Ligas

" Na Liga não há campo para o carreirismo, porque Liga significa cadeia,
vexame, perseguição, noite mal dormida, desassosego e até a morte.
Quem aspira, por tanto, a presidencia da Liga, já sente, já percebe que,
por cima dos sacrificios que fica exposto, existe o ideal de unir a classe
para liberta-la da fome, da miseria e da injustiça."
"O latifundiário, a princípio, apela para a força, visando a derrotar o inimigo que se organiza. Comete
violências, faz ameaça de morte, põe o gado no roçado, arranca a lavoura, derruba o casebre miserável,
decreta o despejo sumário do camponês que assume a liderança do movimento. É, então, que se inicia a
batalha judiciária. Aí o advogado da Liga desempenha relevante papel. A ação proposta pelo camponês é, em
regra, a de indenização por benfeitorias. Quem mais se interessa pela demanda é o próprio camponês. Êle
quer ficar na terra ou obter o pagamento de suas benfeitorias. Às audiências já não comparece só. Leva outros
companheiros. O camponês sabe que pode perder a causa ou ter uma vitória inexpressiva, mas se contenta em
arrastar ao pretório o senhor de terras. É a sua vingança. No comêço é assim. Depois, a luta recrudesce. E
chega ao extremo dos choques pessoais, das vinditas. Aguça-se, então, a luta. Isso comprova que o latifúndio é
a subversão, é a ilegalidade, é a desordem. E explode a Galiléia. E explode Sapé. Para resistir ao despejo, à
polícia, ao capanga, a Liga se reúne, mobiliza os camponeses, marcha para a cidade. Ê o protesto. É a
demonstração de massa. Com o apoio dos espoliados da cidade. Do operário. Do estudante . Do intelectual
revolucionário. Que foi a Cuba. Que leu Guevara. Que escutou Fidel Castro. Cria-se, assim, o caso local que
cresce de proporção, rompe a fronteira e se derrama pelo mundo. É a projeção da Liga. É a sua consagração.
Sensibilizante. Ganhando adeptos. Para a reforma agrária radical. Na Lei ou na marra. Com flores ou com
sangue."
Os fatores de Sucesso das Ligas
"Porque tem sido 'fácil' organizar as massas camponesas e porque não tem-se feito com os
proletários agrícolas?"
A classe para ser organizada, é necessário 3 fatores
1) Jurídico: disposição de uma lei que proteja os seus direitos.
2) Financeiro: condições financeiras que permitam conduzir legalmente a defesa de seus
direitos.
3) Econômico: o mínimo de condições econômica, permitindo promover resistência contra o
adversário.
Referências Bibliográficas

JULIÃO, F. (1997). Que são as Ligas Camponesas? Rio de Janeiro: Editora Civilização
Brasileira S.A.