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Introdução
A partir do século 18 o Brasil começou a distinguir-se dos outros regimes
escravistas, exibindo uma mudança de atitude em relação ao processo da
manumissão, o que acabou causando grandes mudanças no número de pessoas
alforriadas em suas respectivas sociedades.
- A minoria liberta nas sociedades escravistas enfrentavam hostilidades, o racismo
sempre foi presente.
- Pessoas livres de cor eram comparadas a cristãos novos.
- Sociedade essencialmente racista, negros e mulatos livres eram vistos como uma
“casta” inferior.
- Era negado às pessoas livres de cor o acesso à riqueza, limitando sua mobilidade
social e geográfica. Essas práticas vistas como ideais seriam colocadas abaixo
conforme se notava a importância econômica das pessoas livres de cor.
- Século 18: eram um elemento importante da população em todas as partes, mas
não excediam numericamente a população escravizada.
- Século 19: a crescente entrada de escravizados africanos não desacelerou o
crescimento da população livre de cor, que na primeira metade do século 19, com o
fim do tráfico atlântico, já superará numericamente a população escravizada.
- Pessoas livres de cor: eram mais numerosas que os 3,8 milhões de brancos,
representavam 42% dos 10 milhões de brasileiros da época, porém, existiam
variações regionais.
Alforrias
- Manumissão: alforria legal de um escravizado
- A manumissão era um processo complexo que envolvia a alforria voluntária e
involuntária por parte da classe dos senhores e a intervenção passiva e ativa por
parte dos escravizados
- De modo geral alforriados eram em maior parte: jovens, crioulas e majoritariamente
do sexo feminino, havia uma porcentagem muito maior de mulheres entre os libertos
- O subconjunto que mais comprava suas próprias alforrias eram em maior parte:
escravizados homens nascidos no Brasil e escravizados nascidos na África
- Alta incidência de crianças e adultos jovens alforriados, baixa incidência de idosos,
idosos alforriados no Brasil foram relativamente poucos
- Escravizados nascidos no Brasil tinham maior probabilidade de obter a liberdade
em relação aos escravizados nascidos na África, apesar de haver grande variação
por época e região
- Alforrias eram mais frequentes nas áreas urbanas do que no meio rural, pois os
escravizados do meio urbano tinham mais oportunidades de ganhar dinheiro e
estavam mais a par dos seus direitos do que os escravizados que estavam isolados
nas fazendas. Eram mais frequentes porém não excluíam as situações em que
escravizados do meio rural compravam suas alforrias, graças ao dinheiro acumulado
proveniente da venda de gêneros alimentícios produzidos em suas próprias roças e
trabalho extra feito em domingos ou em dias de descanso.
- Escravizados com ofício tinham mais facilidade para comprar a própria liberdade
em relação aos que não possuíam ofícios
- Uma vez alforriados, os ex-escravizados ingressavam no mais baixo estrato
da sociedade. Até os escravizados com ofícios entravam na população livre com
suas economias esgotadas pela transação da auto compra.
Irmandades
A igreja incentivava as pessoas livres de cor a fundar suas próprias irmandades
especialmente porque muitas irmandades de brancos não os admitiam como
membros. As irmandades tornaram se assim importantes recursos para manter
cultos religiosos afro-americanos, atuando como associações de auxílio mútuo
(redes de sociabilidade) e estruturação de amizades baseadas na cor. Embora
criadas por motivos raciais e apoiadas por uma sociedade branca empenhada em
manter uma ordem social separatista, as irmandades tornaram-se pilares da
comunidade e deram às pessoas livres de cor um sentimento de valor e identidade,
sendo crucial no enfrentamento de uma sociedade extremamente racista.
- Existiam irmandades que admitiam tanto pessoas livres de cor quanto
escravizados, servindo para a construção de fortes laços entre essas duas classes.
- Membros pagavam taxas para participar, assim conseguiam arrecadar fundos para
dar uma boa morte aos membros (funeral, sepultamento etc), realizar festividades e
até mesmo comprar alforrias.
- Procuravam atender as necessidades espirituais e materiais dos seus membros
- Algumas eram abertas a todos e em outras existiam divisões por cor e condição
social, existindo até mesmo irmandades exclusivas para pessoas de determinada
origem étnica.
- Irmandades podiam eleger seus oficiais, mas existiam vetos em relação à
escravizados e analfabetos em cargos de alto nível (secretário, presidente,
tesoureiro etc)
- A igreja realizava controle das irmandades, a todas elas eram designados clérigos
brancos como guardiões, e em alguns casos o governo chegou a forçar irmandades
a aceitar brancos no controle de suas finanças.