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VISÃO GERAL DOS ATENDIMENTOS

HOSPITALARES

Atendimento em saúde pode ser entendido como o serviço prestado


ao paciente por uma instituição de saúde. 

Figura 2 - Diferentes atendimentos prestados em um hospital

Fonte: Freepik (2019). 

De acordo com o Ministério da Saúde, Portaria de Consolidação nº 1,


de 28 de setembro de 2017, receber atendimento em saúde é direito
de toda pessoa:

TÍTULO I 

DOS DIREITOS E DEVERES DOS USUÁRIOS DA SAÚDE 

[...]

Art. 3º Toda pessoa tem direito ao acesso a bens e serviços


ordenados e organizados para garantia da promoção,
prevenção, proteção, tratamento e recuperação da saúde.
(Origem: PRT MS/GM 1820/2009, Art. 2º).

[...]

Art. 4º Toda pessoa tem direito ao tratamento adequado e no


tempo certo para resolver o seu problema de saúde [...].
(Origem: PRT MS/GM 1820/2009, Art. 3º) (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2017, [n. p.], grifos da publicação). 

CARACTERIZAÇÃO DO ATENDIMENTO HOSPITALAR  

Um dos estabelecimentos de saúde que presta atendimento ao


paciente é o hospital, que está inserido na rede de atenção à saúde e
é responsável por prestar atendimento de média e alta
complexidades. 

O anexo XXIV da Portaria de Consolidação nº 2, de 28 de setembro


de 2017, publicado pelo Ministério da Saúde, que trata da Política
Nacional de Atenção Hospitalar (PNHOSP), caracteriza o hospital e a
organização da assistência hospitalar: 
[...]

CAPÍTULO I

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

[...]

Art. 3º Os hospitais são instituições complexas, com densidade


tecnológica específica, de caráter multiprofissional e
interdisciplinar, responsável pela assistência aos usuários com
condições agudas ou crônicas, que apresentem potencial de
instabilização e de complicações de seu estado de saúde,
exigindo-se assistência contínua em regime de internação e
ações que abrangem a promoção da saúde, a prevenção de
agravos, o diagnóstico, o tratamento e a reabilitação. (Origem:
PRT MS/GM 3390/2013, Art. 3º)

[...]

CAPÍTULO III

DOS EIXOS ESTRUTURANTES

[...]

Seção I

Do Eixo de Assistência Hospitalar 

Art. 8º A assistência hospitalar no SUS será organizada a partir


das necessidades da população, com a finalidade de garantir o
atendimento aos usuários, baseado em equipe
multiprofissional, na horizontalização do cuidado, na
organização de linhas de cuidado e na regulação do acesso.
(Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art. 8º) [...]. (MINISTÉRIO
DA SAÚDE, 2017a, [n. p.], grifos da publicação). 

Ainda de acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM), na


publicação intitulada “Manual de Procedimentos Administrativos -
Pessoa Jurídica”, publicada em 2019, o hospital pode ser classificado
em: 

Anexo XI

Classificação dos Estabelecimentos de Saúde 


Hospital Geral: Hospitais são todos os estabelecimentos com
pelo menos 5 (cinco) leitos, para internação de pacientes, que
garantem um atendimento básico de diagnóstico e tratamento,
com equipe clínica organizada e presença de médico 24 horas,
com prova de admissão e assistência permanente prestada por
médicos. Além disso, considera-se a existência de serviço de
enfermagem, nutrição e dietética, atendimento terapêutico
direto ao paciente, durante 24 horas, com a disponibilidade de
serviços de laboratório e radiologia, serviço de cirurgia e/ou
parto, bem como registros médicos organizados para a rápida
observação e acompanhamento dos casos. Destinado à
prestação de atendimento nas especialidades básicas, por
especialistas e/ou outras especialidades médicas. Pode dispor
de serviço de Urgência/Emergência. Deve dispor também de
SADT de média complexidade [...].

[...] 

Hospital Especializado: Hospital destinado à prestação de


assistência à saúde em uma única especialidade/área. Pode
dispor de serviço de Urgência/Emergência e SADT [...].
(CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA, 2019, p. 87-88, grifos
da publicação). 

Nesse mesmo sentido, a Portaria nº 511, de 29 de dezembro de


2000, publicada pelo Ministério da Saúde, define Hospital
Geral e Hospital Especializado como: 

[...]

Hospital Geral: Estabelecimento destinado a internações de


pacientes com atendimento nas especialidades básicas,
diagnóstico e tratamento, com existência de serviço de
enfermagem e atendimento terapêutico 24h, dispondo de
serviço de laboratório e radiologia, bem como registros médicos
organizados para a rápida observação e acompanhamento dos
casos. 

Hospital Especializado: Estabelecimento destinado à prestação


de assistência à saúde em uma única especialidade/área. Com
SADT. Pode dispor de serviço de Urgência/Emergência,
podendo estar ou não cadastrado nos Sistemas de alta
complexidade. Geralmente de referência regional, ou estadual
[...]. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2000, [n. p.]).  

As atividades realizadas em um hospital geral ou especializado


possuem finalidades diferentes. Enquanto o hospital geral possui
como uma de suas características o atendimento às várias
especialidades básicas, o especializado está centrado em uma única
especialidade. Assim, considerando esse contexto, apresentamos as
características do atendimento assistencial nas seguintes
perspectivas: 

1. demanda;
2. setor;
3. caráter;
4. modalidade.

DEMANDA DE ATENDIMENTO
Para Pires, Göttems, Martins, Guilhem e Alves (2010, [n. p.]): “[...] por
demanda dos usuários ao SUS se entende a procura por
determinados tipos de serviços e/ou profissionais para resolução dos
problemas de saúde [...]”. 

Assim, podemos definir demanda do atendimento como a procura do


paciente por um profissional ou serviço para atender a
uma necessidade de saúde. Essa procura pode ser
considerada Espontânea ou Referenciada.

 De acordo com o Anexo XXIV da Portaria de Consolidação nº 2,


publicada pelo Ministério da Saúde em 28 de setembro de 2017, que
trata da PNHOSP: 

CAPÍTULO I

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS 

[...]

Art. 4º Os hospitais que prestam ações e serviços no âmbito do


SUS constituem-se como um ponto ou conjunto de pontos de
atenção, cuja missão e perfil assistencial devem ser definidos
conforme o perfil demográfico e epidemiológico da população e
de acordo com o desenho da RAS locorregional, vinculados a
uma população de referência com base territorial definida, com
acesso regulado e atendimento por demanda referenciada
e/ou espontânea [...]. (Origem: PRT MS/GM 3390/2013, Art.
4º) (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017a, [n. p.], grifos nossos e da
publicação).

[...]

ANEXO

DIRETRIZES PARA ORGANIZAÇÃO DA REDE DE ATENÇÃO À


SAÚDE DO SUS

2. CONCEITOS 

A Rede de Atenção à Saúde é definida como arranjos


organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes
densidades tecnológicas, que integradas por meio de sistemas
de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a
integralidade do cuidado.

O objetivo da RAS é promover a integração sistêmica, de ações


e serviços de saúde com provisão de atenção contínua, integral,
de qualidade, responsável e humanizada, bem como
incrementar o desempenho do Sistema, em termos de acesso,
equidade, eficácia clínica e sanitária; e eficiência econômica [...].
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010, [n. p.]).

DEMANDA ESPONTÂNEA 

De acordo com Nojosa (2005 apud PAULINO, 2014), demanda


espontânea é o nome dado para qualquer atendimento não
programado na Unidade de Saúde, representando uma necessidade
momentânea do usuário. 

Ainda, segundo o RTS do Ministério da Saúde, a demanda


espontânea pode ser definida como uma situação na qual o
“indivíduo chega ao serviço de saúde por iniciativa própria ou
acompanhado por um responsável, sem encaminhamento formal de
outro serviço.” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020, [n. p.]). 

Desta forma, a demanda espontânea do atendimento pode ser


definida como a procura do paciente por um profissional ou serviço
para atender a uma necessidade de saúde de forma não programada
e sem o encaminhamento formal de outro serviço de saúde. 
Alguns hospitais possuem como característica o atendimento a toda
demanda espontânea. São instituições popularmente chamadas de
"porta aberta". São exemplos de atendimentos de demanda
espontânea em uma instituição de porta aberta: 

1. O paciente poderá procurar o Serviço de Urgência e


Emergência Hospitalar, passará por uma classificação de
risco, conforme o protocolo adotado pela instituição, e
aguardará o seu atendimento, de acordo com o tempo
definido na citada classificação de risco;
2. O paciente poderá procurar o Serviço de Ambulatório de um
hospital para realizar uma consulta com médico especialista. 

Outras instituições hospitalares, que podem ser hospitais gerais ou


especializados (municipal, regional, estadual ou nacional), admitem
somente usuários referenciados, salvo em situações que oferecem
risco à vida do paciente. Ou seja, o paciente deve primeiro procurar
uma Unidade Básica de Saúde (UBS) ou Unidade de Pronto
Atendimento (UPA) para realizar o primeiro atendimento. Após o
atendimento e a avaliação do paciente, se o serviço identificar a
necessidade de assistência hospitalar, encaminhará o paciente
mediante referência. 

Para facilitar o entendimento, a seguir, apresentamos alguns


exemplos de Demanda Espontânea: 

Exemplo no 1 

Um paciente, residente na cidade de Campinas-SP, está com tosse


intensa, coriza e falta de ar. Com a ajuda de um familiar, desloca-se
de sua casa procurando atendimento no serviço de Urgência e
Emergência do Hospital Geral Municipal de Campinas, que é porta
aberta (atende toda demanda). A procura do referido paciente no
hospital pode ser enquadrada como demanda espontânea, uma vez
que ele se deslocou voluntariamente à instituição de saúde para
atendimento, de forma não programada e com o objetivo de atender
à sua necessidade de saúde. 

Exemplo no 2 

Uma paciente, moradora da cidade de Belo Horizonte-MG, procura o


Serviço de Ambulatório do Hospital Geral Municipal de BH para
realizar uma consulta ginecológica. A procura da referida paciente no
serviço de Ambulatório pode ser enquadrada como demanda
espontânea, já que ela se deslocou voluntariamente à instituição de
saúde para uma consulta médica, de forma não programada, e com o
objetivo de atender à sua necessidade de saúde. 

DEMANDA REFERENCIADA 

Figura 3 - Paciente sendo encaminhado para um hospital de referência

Fonte: Freepik (2019). 

A Demanda referenciada pode ser definida como


a procura/admissão do paciente em uma instituição para atender à
uma necessidade de saúde de forma referenciada, ou seja, o paciente
é encaminhado de um serviço de saúde para uma unidade
especializada, que possui a infraestrutura necessária ao atendimento
do usuário (paciente). 

Ainda, conforme o RTS do Ministério da Saúde, a demanda


referenciada pode ser definida como uma situação na qual o paciente
é: “[...] encaminhado por outro serviço, seja por insuficiência de
tecnologia, insuficiência de capacidade, para continuidade do
cuidado ou pela condição de saúde do indivíduo.” (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2020, [n. p.]). 

A Política Nacional de Regulação do SUS define, entre outras ações,


a Regulação do Acesso à Assistência (Anexo XXVI, Capítulo I), da
Política Nacional de Regulação do SUS, Portaria de Consolidação nº
2, de 28 de setembro de 2017:

[...]

III - Regulação do Acesso à Assistência: também denominada


regulação do acesso ou regulação assistencial, tem como
objetos a organização, o controle, o gerenciamento e a
priorização do acesso e dos fluxos assistenciais no âmbito do
SUS, e como sujeitos seus respectivos gestores públicos, sendo
estabelecida pelo complexo regulador e suas unidades
operacionais e esta dimensão abrange a regulação médica,
exercendo autoridade sanitária para a garantia do acesso
baseada em protocolos, classificação de risco e demais critérios
de priorização [...]. (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 2º,
III). (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017a, [n. p.], grifo nosso e da
publicação). 

A Regulação do acesso à assistência é responsável por disponibilizar


ao cidadão a alternativa mais apropriada para o atendimento
assistencial, indicando o estabelecimento de referência entre
unidades de diferentes níveis de complexidade, de abrangência local,
intermunicipal e interestadual, segundo fluxos e protocolos
pactuados ou definidos. 

A área responsável pela operacionalização da regulação de acesso é


chamada de Complexo Regulador, que pode ter abrangência e
estrutura pactuada entre os gestores nos seguintes modelos:
Complexo Regulador Estadual, Complexo Regulador Regional e
Complexo Regulador Municipal. 

As Centrais de Regulação são responsáveis por regular o acesso à


assistência à saúde, conforme dispõe o Anexo XXVI da Política
Nacional de Regulação do Sistema Único de Saúde da Portaria de
Consolidação nº 2, de 28 de setembro de 2017: 

[...]

CAPÍTULO I 

DA POLÍTICA NACIONAL DE REGULAÇÃO DO SUS

[...]

§ 1º O Complexo Regulador será organizado em: (Origem: PRT


MS/GM 1559/2008, Art. 9º, § 1º) 

I - Central de Regulação de Consultas e Exames: regula o


acesso a todos os procedimentos ambulatoriais, incluindo
terapias e cirurgias ambulatoriais; (Origem: PRT MS/GM
1559/2008, Art. 9º, § 1º, I) 

II - Central de Regulação de Internações Hospitalares: regula o


acesso aos leitos e aos procedimentos hospitalares eletivos e,
conforme organização local, o acesso aos leitos hospitalares de
urgência; e (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 9º, § 1º, II) 

III - Central de Regulação de Urgências: regula o atendimento


pré-hospitalar de urgência e, conforme organização local, o
acesso aos leitos hospitalares de urgência. (Origem: PRT
MS/GM 1559/2008, Art. 9º, § 1º, III) 

§ 2 A Central Estadual de Regulação da Alta Complexidade


(CERAC) será integrada às centrais de regulação de consultas e
exames e internações hospitalares. (Origem: PRT MS/GM
1559/2008, Art. 9º, § 2º) 

§ 3º A operacionalização do Complexo Regulador será realizada


em conformidade com o disposto no Volume 6 da Série Pactos
pela Saúde: Diretrizes para a Implantação de Complexos
Reguladores, acessível na íntegra na Biblioteca Virtual em
Saúde do Ministério da Saúde: http://www.saude.gov.br/bvs.
(Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 9º, § 3º

[...]. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017a, [n. p.], grifos da


publicação). 

Para facilitar o entendimento, a seguir, apresentamos alguns


exemplos de demanda referenciada: 

Exemplo no 1 

Um paciente, morador da cidade de Florianópolis-SC, sentiu


taquicardia (aumento da frequência cardíaca), tontura e falta de ar.
Mediante essa situação, procurou uma UPA. Após acolhimento, foi
realizada a classificação de risco. O paciente foi atendido pelo
médico, com indicação de administração de medicamento pelo
diagnóstico de arritmia cardíaca. 

Após a melhora do estado de saúde do paciente, o médico


responsável prescreveu a alta com encaminhamento ao Serviço de
Ambulatório referência na cidade, para uma consulta com o médico
cardiologista. Na data agendada pela Central de Regulação, o
paciente procurou o Serviço de Ambulatório para atendimento. 

A admissão do referido paciente no Serviço de Ambulatório de


referência pode ser enquadrada como demanda referenciada, ou
seja, o paciente foi encaminhado da UPA para o serviço de
Ambulatório para atendimento médico na especialidade de
Cardiologia. 

Exemplo no 2 
Uma paciente da cidade de Campo Largo-PR (30km de Curitiba-PR)
sentiu uma forte dor torácica, irradiada para o braço esquerdo, e
sudorese intensa. Diante disso, realizou contato telefônico com o
Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), que se deslocou
até à residência da paciente e, após atendimento inicial, identificou a
necessidade de encaminhamento da paciente para assistência
hospitalar. 

Assim, o SAMU entrou em contato com a Central de Regulação da


região, que após analisar os critérios técnicos referentes ao estado
de saúde da paciente, disponibilizou vaga para atendimento no
hospital mais próximo e de referência para a característica do
atendimento que a paciente necessitava. Assim, a Central de
Regulação orientou o SAMU a encaminhá-la ao atendimento no
Hospital Geral de Curitiba. 

Na situação acima, podemos concluir que a admissão da referida


paciente no Hospital Geral de Curitiba pode ser enquadrada
como demanda referenciada, pois a Central de Regulação a
encaminhou para atendimento especializado naquela instituição de
saúde (Hospital Geral de Curitiba).

SETOR DE ATENDIMENTO
O hospital é uma unidade complexa, composta por setores que são
responsáveis por prestar o atendimento de acordo com a
necessidade do paciente. 

Figura 4 - Alguns setores de um hospital

Fonte: Freepik (2019). 

Os setores de atendimento, também chamados de serviços


assistenciais ou setores de atendimento assistencial, mais comuns
em um hospital são: 

1. Serviço de Ambulatório;
2. Serviço de Urgência e Emergência Hospitalar;
3. Serviços de Internação;
4. Serviço Auxiliar de Diagnose e Terapia (SADT);
5. Serviço de Centro Cirúrgico;
6. Serviço de Centro Obstétrico.

Ainda, o hospital possui outras áreas ou setores, chamados


de estrutura de apoio (técnico, logístico, administrativo etc.). Essas
áreas possuem interface direta com os setores de atendimento,
apoiando a prestação de serviços clínicos aos pacientes. 

São exemplos de áreas da estrutura de apoio: 

1. Farmácia;
2. Almoxarifado;
3. Administração Financeira;
4. Lavanderia;
5. Higiene e Limpeza;
6. Tecnologia da Informação;
7. Serviço de Enfermagem;
8. Centro de Esterilização de Materiais;
9. Serviço de Nutrição e Dietética;
10. Serviço Médico;
11. Qualidade;
12. Manutenção. 

Cabe salientar que o paciente poderá ser atendido em mais de um


serviço ou setor assistencial do hospital, além de, indiretamente,
receber atendimento de vários serviços de apoio. 

Para facilitar o entendimento, a seguir, apresentamos um exemplo: 

Um paciente procura um hospital com a queixa de dor abdominal


intensa (quadrante inferior direito), febre e mal-estar. Após
acolhimento, classificação de risco e consulta médica no Serviço de
Urgência e Emergência Hospitalar, realizou exames no Serviço
Auxiliar de Diagnose e Terapia – SADT (no Laboratório de Análises
Clínicas e no Departamento de Imagens). 

Posteriormente à disponibilização dos laudos dos exames pelo SADT,


o paciente foi diagnosticado com apendicite aguda, com a
necessidade urgente de realização de cirurgia. Assim sendo, foi
encaminhado ao Serviço de Centro Cirúrgico, onde realizou o
procedimento necessário. Mediante sua recuperação anestésica, foi
encaminhado ao Serviço de Internação (Unidade de Clínica
Cirúrgica), local em que permaneceu até sua recuperação completa.
Após isso, ele recebeu alta hospitalar. 

No exemplo acima, podemos concluir que o paciente foi atendido


pelos seguintes setores assistenciais: 

1. Serviço de Urgência e Emergência Hospitalar;


2. Serviço Auxiliar de Diagnose e Terapia (SADT);
3. Serviço de Centro Cirúrgico;
4. Serviço de Internação.

SERVIÇO DE AMBULATÓRIO  

A RDC nº 50, publicada pelo Ministério da Saúde em 21 de fevereiro


de 2002, define Ambulatório como: “Unidade destinada à prestação
de assistência em regime de não internação.” (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2002, p. 136). 

A Portaria de Consolidação nº 1, de 28 de setembro de 2017, do


Ministério da Saúde, traz, em seu anexo XV, publicado em 26 de
julho de 2018, a tipificação de estabelecimentos, classificando-os
quanto às atividades de saúde realizadas. Nesse aspecto, o
Ambulatório é o estabelecimento indicado para realizar as seguintes
atividades: Assistência à Saúde > Consulta Ambulatorial ou
Assistência à Saúde > Assistência Intermediária. 

A referida publicação define as atividades principais do Ambulatório


como segue: 

[...]

Consulta Ambulatorial: atendimento dispensado a indivíduos


cuja condição de saúde estável lhes permita comparecer ao
estabelecimento e retornar ao local de origem, realizado por
profissionais de saúde de nível superior, com a finalidade de
fornecer parecer, instrução ou examinar determinada situação,
a fim de decidir sobre um plano de ação ou prescrição
terapêutica dentro da sua área de atuação.

[...]
Assistência Intermediária: conjunto de ações realizadas entre a
internação e o atendimento ambulatorial, para realização de
procedimentos clínicos, cirúrgicos, diagnósticos e terapêuticos,
que requeiram a permanência do paciente em um leito por um
período inferior a 24 horas [...]. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2018
[n. p.], grifos nossos). 

Como característica do Serviço de Ambulatório, sendo setor de um


hospital ou serviço independente, todos os atendimentos, sejam de
consulta médica, sejam consultas de outros profissionais de nível
superior, sejam terapias especiais ou de reabilitação, sejam para
realização de exames e/ou pequenos procedimentos,
possuem horário agendado. 

No Ambulatório, o paciente realiza procedimentos tais como: 

1. consulta com profissionais médicos especializados;


2. consultas com outros profissionais de nível superior;
3. realização de exames;
4. realização de pequenos procedimentos;
5. atendimentos de terapias de reabilitação (fisioterapia,
fonoaudiologia, entre outros). 

SERVIÇO DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA HOSPITALAR  

Figura 5 - Serviço de Urgência e Emergência Hospitalar

Fonte: Freepik (2019). 

Preliminarmente, é necessário realizar um alinhamento nas


terminologias utilizadas na área de saúde para o serviço de Urgência
e Emergência, também denominado de Pronto-Socorro e,
ainda, Pronto Atendimento. 

Independentemente da denominação utilizada, os serviços prestados


nessa unidade possuem as mesmas características. 

A Portaria do Ministério da Saúde nº 354, de 10 de março de 2014,


menciona que: 

[...]
3.1 Os Serviços de Urgência e Emergência fixos podem
funcionar como um serviço de saúde independente ou inserido
em um estabelecimento com internação com maior capacidade
de resolução. 

3.1.1. Os Serviços de Urgência e Emergência devem estar


organizados e estruturados considerando as necessidades da
rede de atenção à saúde existente. 

3.2 Todos os Serviços de Urgência e Emergência, público ou


privado, devem possuir ou estar inseridos em um serviço de
saúde que possua Habilitação ou Licença de Funcionamento,
expedida pelo órgão sanitário competente, de acordo com a
normativa de cada Estado Parte [...]. (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2014, [n. p.], grifos nossos). 

Assim sendo, são algumas características do Serviço de Urgência e


Emergência Hospitalar: 

1. estar preparado para o atendimento de pacientes com uma


equipe multiprofissional (equipe médica, equipe de
enfermagem, profissionais administrativos, entre outros) e
com habilidades para realização do atendimento com rapidez
e qualidade;
2. possuir como especialidades médicas mais comuns de
atendimento: clínica médica, cirurgia geral, ortopedia,
obstetrícia e pediatria;
3. funcionar 24 horas por dia. 

Desta forma, o Serviço de Urgência e Emergência Hospitalar é uma


unidade do hospital em que os pacientes têm um atendimento
imediato, vinculado a uma classificação de risco que priorizará a
prestação do serviço (atendimento). 

Em geral, um paciente busca atendimento em um Serviço de


Urgência e Emergência Hospitalar em ocorrências como: 

1. fratura após um acidente;


2. dor intensa;
3. mal-estar súbito sem causa conhecida;
4. febre alta. 

São exemplos de procedimentos realizados no Serviço de Urgência e


Emergência Hospitalar: 
1. consulta médica em caráter de urgência;
2. sutura após um ferimento;
3. administração de medicamento endovenoso para alívio da
dor;
4. exames subsidiários para diagnóstico. 

SERVIÇO DE INTERNAÇÃO 

O Serviço de Internação é uma área designada para acomodar os


pacientes em tratamento médico-hospitalar (normalmente por um
período igual ou superior a 24 horas) durante a sua permanência na
instituição de saúde. 

A Portaria de Consolidação nº 1, de 28 de setembro de 2017,


menciona ainda que a atividade Internação representa “cuidados ou
tratamentos prestados a um indivíduo, por razões clínicas e/ou
cirúrgicas, que demandem a ocupação de um leito por um período
igual ou superior a 24 horas.” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017, [n.
p.]). 

De acordo com a Resolução do Ministério da Saúde, RDC nº 50, de


21 de fevereiro de 2002, os estabelecimentos assistenciais que
prestam serviços de assistência em regime de internação
possuem atribuições/atividades específicas. Entre elas, podemos
citar: 

[...]

ANEXO

PARTE II. PROGRAMAÇÃO FÍSICO-FUNCIONAL DOS


ESTABELECIMENTOS ASSISTENCIAIS DE SAÚDE

ATRIBUIÇÃO 3: PRESTAÇÃO DE ATENDIMENTO DE


ASSISTÊNCIA À SAÚDE EM REGIME DE INTERNAÇÃO

ATIVIDADES: 

3.1- Internação de pacientes adultos e infantis:

3.1.1- proporcionar condições de internar pacientes, em


ambientes individuais ou coletivos, conforme faixa etária,
patologia, sexo e intensividade de cuidados [...].  (MINISTÉRIO
DA SAÚDE, 2002, [n. p.], grifos nossos). 
Desta forma, o Serviço de Internação pode ter várias subdivisões, de
acordo com a faixa etária, tipo de internação, intensidade de
cuidados. São algumas subdivisões do Serviço de Internação: 

     i.        Unidade de Terapia Intensiva Neonatal;

    ii.        Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica;

   iii.        Unidade de Terapia Intensiva Neonatal;

   iv.        Unidade de Terapia Intensiva Adulto;

    v.        Unidade de Clínica Médica;

   vi.        Unidade de Cirurgia Geral;

  vii.        Unidade de Atenção à Saúde da Mulher;

  viii.      Unidade de Clínica Pediátrica.

Cabe salientar que dentro de cada setor/subdivisão ainda há


acomodações coletivas ou individuais, que são divididas de acordo
com o sexo e a patologia do paciente. 

Por exemplo, no mesmo subsetor de Clínica Médica, em uma


acomodação feminina com dois leitos, não poderão ficar duas
mulheres se uma delas estiver em investigação por dor abdominal e
outra em tratamento clínico por uma doença contagiosa. 

O Serviço de Internação tem a função de acomodar pacientes que


necessitam de assistência/cuidados que não podem ser realizados a
nível ambulatorial. Assim, são exemplos de situações que podem
levar a uma internação: 

1. investigação de alguma doença;


2. tratamento de uma patologia já identificada;
3. recuperação após procedimento cirúrgico.  

SERVIÇO DE CENTRO CIRÚRGICO 

Figura 6 - Serviço de Centro Cirúrgico


Fonte: Freepik (2018). 

Segundo a RDC nº 50, publicada pelo Ministério da Saúde em 21 de


fevereiro de 2002, um Centro Cirúrgico representa a “unidade
destinada ao desenvolvimento de atividades cirúrgicas, bem como à
recuperação pós-anestésica e pós-operatória imediata.”
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002, p. 137). 

O Serviço de Centro Cirúrgico, também chamado de Bloco Cirúrgico,


é uma área do hospital com características especiais. Apresentamos
algumas dessas características: 

1. possui restrição de acesso de pessoas;


2. uso obrigatório de roupas e calçados especiais como propés,
uniforme privativo (jaleco e calça), gorro, máscara etc.;
3. cumprimento rigoroso da lavagem e antissepsia das mãos
(escovação).

São exemplos de procedimentos cirúrgicos comumente realizados no


Serviço de Centro Cirúrgico: 

1. colecistectomia;
2. videoartroscopia do joelho;
3. laparotomia exploradora. 

O Serviço de Centro Cirúrgico geralmente está preparado para


realizar procedimentos de níveis de complexidade variados. A maioria
dos procedimentos costuma ser mais complexo, mas nada impede
que um procedimento de menor complexidade, como a sutura de um
ferimento extenso em uma criança, seja realizado no Serviço de
Centro Cirúrgico, devido à necessidade de anestesia geral, por
exemplo. 

SERVIÇO AUXILIAR DE DIAGNOSE E TERAPIA (SADT)  

Figura 7 - Alguns equipamentos utilizados na realização de exames

Fonte: Freepik (2017). 


O Serviço Auxiliar de Diagnose e Terapia (SADT) é responsável pelo
apoio ao esclarecimento de um diagnóstico ou à realização de
procedimentos terapêuticos. O SADT é composto por vários setores
(ou áreas), dentre os quais destacamos: 

1. Laboratório de Análises Clínicas;


2. Departamento de Imagens (também conhecido como Centro
de Imagens ou Laboratório de Imagens);
3. Laboratório de Anatomia Patológica;
4. Consultórios ambulatoriais para o atendimento dos
profissionais de fisioterapia, fonoaudiologia, nutrição,
psicologia, terapia ocupacional etc. 

O Serviço Auxiliar de Diagnose e Terapia (SADT) também pode ser


chamado de: 

1. Serviço Auxiliar de Diagnóstico e Terapia;


2. Serviço de Apoio Diagnóstico Terapêutico;
3. Serviço de Apoio à Diagnose e Terapia. 

O SADT representa um serviço que pode ser alocado em


áreas/espaços distintos do hospital. Ainda, no caso de internações, o
atendimento ao paciente pode ser realizado no próprio leito
hospitalar, pela execução de uma sessão de fonoaudiologia ou pela
coleta de um exame, por exemplo. 

No SADT, podem ser realizados: 

1. exames de imagens (tomografia, ultrassonografia);


2. exames de análises clínicas (hemograma, cultura de urina);
3. sessões de fisioterapia. 

SERVIÇO DE CENTRO OBSTÉTRICO 

De acordo com a RDC nº 50, publicada pelo Ministério da Saúde em


21 de fevereiro de 2002, o Centro Obstétrico representa uma
“unidade destinada a higienização da parturiente, trabalho de parto,
parto (normal ou cirúrgico) e os primeiros cuidados com os recém-
nascidos.” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002, p. 137).

.
. CARÁTER DO ATENDIMENTO
De acordo com o RTS, Versão 08/2020A, o caráter do atendimento
pode ser: 

1. a)    eletivo;
2. b)    urgência.

CARÁTER ELETIVO 

O caráter de atendimento eletivo “é o atendimento previamente


programado ou agendado.” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020, [n. p.]). 

São exemplos de atendimentos em caráter eletivo: 

1. consulta agendada em ambulatório de especialidades;


2. procedimento cirúrgico agendado;
3. sessão de fonoaudiologia agendada em ambulatório;
4. realização de exame, sob anestesia, agendado. 

CARÁTER DE URGÊNCIA 

Figura 8 - Urgência

Fonte: Freepik (2019). 

O caráter de urgência para um atendimento, como o nome já


menciona, refere-se ao atendimento de um paciente em situação de
urgência. Nesse caso, não há como agendar ou programar, por
exemplo, um atendimento médico, devido à urgência que a situação
requer. 

Segundo oRTS do Ministério da Saúde, o caráter de urgência “é o


atendimento ao indivíduo cuja severidade dos agravos ou lesões
demanda atendimento em tempo hábil e oportuno, não sendo
possível programar ou agendar previamente.” (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2020, [n. p.]). 

A Portaria nº 354, de 10 de março de 2014, do Ministério da Saúde,


que “publica a proposta de Projeto de Resolução ‘Boas Práticas para
Organização e Funcionamento de Serviços de Urgência e
Emergência’”, traz as seguintes definições: 

[...]

2.1 Emergência: Constatação médica de condições de agravo à


saúde que impliquem sofrimento intenso ou risco iminente de
morte, exigindo, portanto, tratamento médico imediato. 

2.2 Urgência: Ocorrência imprevista de agravo à saúde, com ou


sem risco potencial à vida, cujo portador necessita de
assistência médica imediata [...]. (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2014, [n. p.], grifos nossos). 

Uma característica importante do atendimento em caráter de


urgência é que sempre estará vinculado a uma classificação de risco
para estabelecer a prioridade do atendimento/assistência ao
paciente. 

O Ministério da Saúde traz, em sua publicação intitulada


“Acolhimento com Avaliação e Classificação de Risco” (2004), o
entendimento da Classificação de Risco como: 

[...] a determinação de agilidade no atendimento a partir da


análise, sob a óptica de protocolo pré-estabelecido, do grau de
necessidade do usuário, proporcionando atenção centrada no
nível de complexidade e não na ordem de chegada.

[...] um processo dinâmico de identificação dos pacientes que


necessitam de tratamento imediato, de acordo com o potencial
de risco, agravos à saúde ou grau de sofrimento (MINISTÉRIO
DA SAÚDE, 2004, p. 16, grifo nosso). 

Assim, cada instituição deve definir o modelo a ser implantado para a


aplicação da Classificação de Risco. O Ministério da Saúde traz, em
sua publicação intitulada “Acolhimento e Classificação de Risco nos
Serviços de Urgência” (2009), a seguinte orientação: 

A construção de um protocolo de classificação de risco a partir


daqueles existentes e disponíveis nos textos bibliográficos,
porém adaptado ao perfil de cada serviço e ao contexto de sua
inserção na rede de saúde, é uma oportunidade de facilitação
da interação entre a equipe multiprofissional e de valorização
dos trabalhadores da urgência. É também importante que
serviços de uma mesma região desenvolvam critérios de
classificação semelhantes, buscando facilitar o mapeamento e a
construção das redes locais de atendimento.

RESUMO DO CONTEÚDO
Atendimento em saúde pode ser entendido como o serviço prestado
ao paciente por uma instituição de saúde. 

O hospital é um dos estabelecimentos prestadores de serviço aos


usuários do SUS. Os atendimentos realizados por uma instituição
hospitalar podem ter várias classificações, de acordo com a admissão,
o caráter e o motivo do atendimento. 

Os atendimentos prestados em um hospital podem ser classificados


através dos seguintes critérios: 

1. demanda;
2. setor;
3. caráter;
4. modalidade. 

A demanda do atendimento pode ser compreendida como a procura


do paciente por uma instituição de saúde (a demanda também pode
ser considerada como a procedência do paciente). Essa procura pode
ser considerada como Espontânea ou Referenciada: 

1. Demanda Espontânea: o paciente procura diretamente um


hospital de forma não programada;
2. Demanda Referenciada: o paciente é
encaminhado/referenciado de um serviço para uma outra
instituição de saúde para continuidade de seu atendimento. 

O hospital é uma unidade complexa, composta por setores que são


responsáveis por prestar o atendimento de acordo com a
necessidade do paciente. Os setores de atendimento, também
chamados de setores assistenciais, mais comuns em um hospital são: 

1. Serviço de Ambulatório;
2. Serviço de Urgência e Emergência Hospitalar;
3. Serviço de Internação;
4. Serviço Auxiliar de Diagnose e Terapia (SADT);
5. Serviço de Centro Cirúrgico;
6. Serviço de Centro Obstétrico. 

O caráter do atendimento pode ser classificado como: 

1. Caráter eletivo: o atendimento ocorre de forma


programada/agendada;
2. Caráter de urgência: o atendimento, em razão do paciente se
encontrar em condição grave, não permite a sua
programação ou agendamento e deve ser realizado em
tempo hábil. 

A modalidade do atendimento tem como característica a


identificação do regime de atendimento que o procedimento pode
ser realizado. 

Nesse sentido, as modalidades de atendimento são: 

1. Ambulatorial: assistência realizada em regime de não


internação;
2. Hospital-Dia: assistência intermediária entre a internação e
o atendimento ambulatorial, para realização de
procedimentos clínicos, cirúrgicos, diagnósticos e
terapêuticos, que requeiram a permanência do paciente na
Unidade por um período máximo de 12 horas [...].
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017a, [n. p.]);
3. Atenção Domiciliar: ações e serviços prestados de forma
substitutiva ou complementar à internação hospitalar ou
atendimento ambulatorial, caracterizados pelo conjunto de
tratamento de doenças, reabilitação, promoção à saúde e
prevenção, englobando internação e/ou assistência
prestadas em domicílio.” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017 [n.
p.]);
4. Internação Hospitalar: modalidade de atendimento em que o
paciente ocupa um leito hospitalar por período superior a
24horas.” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011, p. 12). 

A internação pode ser classificada em: 


1. Internação Clínica: Internação para tratamento ou
diagnóstico de uma patologia;
2. Internação Cirúrgica: Internação para a realização de um
procedimento cirúrgico;
3. Internação Obstétrica: Internação para realizar o
acompanhamento, diagnóstico, tratamento e/ou intervenção
obstétrica em ambiente hospitalar;
4. Internação Pediátrica: atenção dispensada à criança de 28
dias a 12 anos, em regime de internação” [...]. (MINISTÉRIO
DA SAÚDE, 2017, [n. p.]);
5. Internação Psiquiátrica: Internação relacionada com a
aplicação de princípios da psiquiatria no tratamento de
doentes mentais em ambiente hospitalar. 

Cabe salientar que a UTI é um serviço que pode receber pacientes


oriundos dos vários tipos de internação. Esse serviço realiza
atendimento intensivo com o suporte de aparelhos especiais e
assistência médica e de enfermagem em tempo integral. 

Um mesmo atendimento pode ter várias classificações, conforme


demonstramos a seguir: 

Exemplo 1: 

Espontaneamente, um paciente procura o Serviço de Ambulatório


para a realização de uma consulta agendada.

Exemplo 2: 

Um paciente, de forma voluntária, procurou o Serviço de Urgência e


Emergência Hospitalar e realizou um procedimento de sutura,
recebendo alta hospitalar após concluído o atendimento.

  

Exemplo 3: 

Paciente procurou, espontaneamente, o Serviço de Urgência e


Emergência de uma instituição de saúde, referindo dor torácica
irradiada para o membro superior esquerdo. Após avaliação médica,
foi internado na Unidade de Terapia Intensiva para tratamento
clínico. 

Exemplo 4: 

Paciente admitido no Serviço de Urgência e Emergência Hospitalar,


encaminhado/referenciado por uma UPA, devido à uma fratura
exposta na tíbia direita. Após a admissão hospitalar e avaliação
médica, o paciente foi internado, realizou procedimento cirúrgico e
permaneceu internado no Serviço de Internação Cirúrgica. 

Exemplo 5: 

Um paciente que realizou acompanhamento no ambulatório geral foi


encaminhado, no dia agendado, para um hospital, com a finalidade de
realizar um procedimento cirúrgico de FACECTOMIA C/ IMPLANTE
DE LENTE INTRAOCULAR na unidade de cirurgia ambulatorial. Após
o procedimento, permaneceu em observação por mais 8 horas e
recebeu alta.

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MODALIDADE DO ATENDIMENTO
De acordo com o Manual Técnico Operacional do SIGTAP WEB, a
“Modalidade do Atendimento: identifica o regime de atendimento
onde o procedimento pode ser realizado.” (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2011, p. 12). 
A Portaria de Consolidação nº 1, de 28 de setembro de 2017, do
Ministério da Saúde, no Anexo XVII, que trata da Tabela de
Procedimentos, Medicamentos, Órteses/Próteses e Materiais
Especiais - OPM do Sistema Único de Saúde, classifica as
modalidades do atendimento em: 

1. Ambulatorial;
2. Hospital-Dia;
3. Atenção Domiciliar;
4. Internação Hospitalar.

A modalidade do atendimento é um dos atributos vinculados ao


procedimento, permitindo identificar onde o procedimento pode ser
realizado. 

Para exemplificar, o Quadro 3 apresenta alguns procedimentos e as


correspondentes modalidades do atendimento:  

Quadro 3 - Áreas vinculadas ao Serviço de Ambulatório

Fonte: Elaborado pelo ICSF com dados do Ministério da Saúde/SIGTAP


Competência 01 (2021). 

MODALIDADE DE ATENDIMENTO AMBULATORIAL 


A Portaria nº 356, de 20 de fevereiro de 2002, do Ministério da
Saúde, define a assistência ambulatorial como a “modalidade de
atuação realizada por um ou mais integrantes da equipe de saúde a
pacientes em regime de não internação.” (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2002, [n. p.]). 

Nesse sentido, a assistência ambulatorial é o atendimento que não


necessita de internação hospitalar, podendo ser de caráter de
urgência ou programado (eletivo), por meio de demanda espontânea
ou referenciada. Essa modalidade, geralmente, presta serviços tais
como: consultas, apoio diagnóstico, terapias, cirurgias de pequeno
porte etc. 

As características dos atendimentos se unem e formam novas


classificações, ou seja, complementam-se para identificar, de forma
detalhada, o atendimento do paciente. 
Dessa forma, o atendimento ambulatorial poderá ter outras
classificações. Assim, apresentamos alguns exemplos de
classificações detalhadas do atendimento ambulatorial:

1. atendimento ambulatorial de urgência;


2. atendimento ambulatorial eletivo. 

No ambiente hospitalar, o atendimento ambulatorial em caráter de


urgência é prestado pelo Serviço de Urgência e Emergência
Hospitalar, mediante a realização de uma classificação de risco. São
exemplos de atendimentos ambulatoriais em caráter de urgência: 

1. consulta médica no serviço de Urgência e Emergência


Hospitalar;
2. procedimento de sutura após um ferimento. 

O atendimento ambulatorial eletivo realizado em um hospital é


prestado pelo Serviço de Ambulatório e tem a característica de ser
agendado/programado. São exemplos de atendimentos ambulatoriais
eletivos: 

1. consulta médica agendada no ambulatório de especialidades;


2. sessão de fisioterapia agendada. 

Os serviços hospitalares estão organizados em áreas ou estruturas


internas que trabalham articuladas para realizar o atendimento
assistencial. 

Podemos identificar, no Serviço de Urgência e Emergência


Hospitalar, algumas áreas, tais como: 

1)  Recepção;
2)  Sala de espera;
3)  Sala de acolhimento e classificação de risco;
4)  Sala de atendimento de emergência (também conhecida como
sala de estabilização);
5)   Consultórios;
6)   Sala de observação;
7)   Sala de medicação;
8)   Sala de procedimentos;
9)   Farmácia;
10) Posto de enfermagem.  
 
Figura 9 - Áreas vinculadas ao Serviço de Urgência e Emergência Hospitalar

Fonte: Freepik (2019). 


A seguir, o Quadro 4 apresenta as principais características das áreas
listadas acima: 

Quadro 4 - Áreas vinculadas ao Serviço de Urgência e Emergência Hospitalar


ÁREA CARACTERÍSTICA
1) Recepção Espaço em que são executadas as seguintes tarefas:

1. recepção de pacientes e/ou acompanhantes;


2. cadastramento e/ou atualização das informações do
paciente no sistema de gestão informatizado
integrado;
3. confirmação dos dados do paciente;
4. emissão de Ficha de Atendimento;
5. e)    solicitação de assinatura do paciente e/ou
responsável nos documentos hospitalares.

2) Sala de acolhimento e Espaço destinado à realização da triagem, a partir do


classificação de risco protocolo de classificação de risco adotado pela
instituição de saúde. Nessa ocasião, o profissional realiz
a verificação dos sinais vitais; a coleta de dados (queixa,
duração, breve histórico, uso de medicações etc.); o
exame físico sumário buscando sinais objetivos; exames
quando necessário (eletrocardiograma, verificação da
glicemia) (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014). Em seguida,
profissional encaminha o paciente à sala de espera ou ao
imediato atendimento médico.
3) Sala de espera Espaço em que o paciente aguarda sua chamada para
atendimento.
4) Sala de atendimento  de Espaço destinado à realização do primeiro atendimento
emergência de pacientes que chegam à instituição de saúde em
situação de emergência (exemplos: pacientes
ÁREA CARACTERÍSTICA
transportados até a instituição de saúde em ambulância
paciente com politraumatismo etc.).
5) Consultórios Espaço destinado ao atendimento médico.
6) Sala de observação Espaço em que o paciente permanece em observação
médica, com uso de medicações ou aguardando
internação e/ou transferência para outra instituição de
saúde.
7) Sala de medicação Espaço destinado à administração de medicações
prescritas pelo médico durante o atendimento.
8) Sala de procedimentos Espaço destinado à realização de alguns procedimentos
como suturas, retirada de pontos, imobilizações com
gesso etc.
9) Farmácia Espaço destinado a uma pequena farmácia (vinculada à
Farmácia Central) com materiais e medicamentos que
são utilizados no dia a dia no período de internação.
10) Posto de enfermagem Espaço destinado à equipe de enfermagem para a
preparação de medicações, realização de cuidados,
realização de anotações e checagens, além da
organização do setor e demais atividades da área.

Fonte: ICSF (2021). 


Já no Serviço de Ambulatório, podemos identificar algumas áreas,
tais como 

1)     Recepção;

2)     Sala de espera;

3)     Consultórios;

4)     Sala de pequenos procedimentos;

5)     Sala de procedimentos cirúrgicos (Unidade de Cirurgia


Ambulatorial);

6)     Posto de enfermagem. 

A seguir, o Quadro 5 apresenta as principais características das áreas


listadas acima:  
Quadro 5 -Algumas áreas vinculadas ao Serviço de Ambulatório
ÁREA CARACTERÍSTICA
1)  Recepção Espaço em que são executadas as seguintes
atividades:

1. recepção de pacientes e/ou acompanhantes


com horário marcado;
2. cadastramento e/ou atualização das
informações do paciente no sistema de gestão
informatizado integrado;
3. confirmação dos dados do paciente;
4. emissão de Ficha de Atendimento do
Ambulatório;
5. solicitação de assinatura do paciente (ou
acompanhante) nos documentos.

2)  Sala de espera Espaço em que o paciente aguarda a sua chamada


para o atendimento.
3)  Consultórios Espaço destinado ao Atendimento Médico e de
outros profissionais de saúde.
4)  Sala de pequenos    Espaço destinado à realização de pequenos 
procedimentos procedimentos como troca de imobilização gessada,
curativo etc.
5) Sala de procedimentos Espaço destinado à realização de alguns
cirúrgicos (Unidade de procedimentos cirúrgicos, geralmente, de pequeno
Cirurgia Ambulatorial) porte (quando não há a necessidade de internação
do paciente).
6) Posto de enfermagem Espaço destinado à equipe de enfermagem para a
preparação de medicações, realização de cuidados,
realização de anotações e checagens, além da
organização do setor e demais atividades da área.
 

Fonte: ICSF (2021).   


MODALIDADE DE ATENDIMENTO HOSPITAL-DIA 

De acordo com a Portaria nº 312, de 30 de abril de 2002, que


estabelece a Padronização da Nomenclatura do Censo Hospitalar, o
termo Hospital-Dia representa: “Unidade hospitalar onde os
pacientes recebem cuidados de saúde de forma programada,
permanecendo durante o dia sob cuidados médicos e não
requerendo estadia durante a noite.” (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2002, p. 11). 

Ainda, o Anexo 1, do Anexo XXIVdaPNHOSP, da Portaria de


Consolidação nº 2, de 28 de setembro de 2017, que trata da
modalidade de assistência em regime de hospital-dia, define que:  
[...]
Art. 2º O Regime de Hospital Dia é definido como a assistência
intermediária entre a internação e o atendimento ambulatorial, para
realização de procedimentos clínicos, cirúrgicos, diagnósticos e
terapêuticos, que requeiram a permanência do paciente na Unidade
por um período máximo de 12 horas (Origem: PRT MS/GM 44/2001,
Art. 2º) [...]. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017a, [n. p.], grifo nosso).

 
Também, a referida Portaria determina que para a realização de
procedimentos em regime de Hospital-Dia as instituições devem
cumprir requisitos gerais que abrangem: estrutura física, equipe de
saúde e a garantia de atendimento às possíveis intercorrências e
continuidade do cuidado. 

São exemplos de procedimentos realizados em regime de Hospital-


Dia: 

1. Procedimento cirúrgico de pequeno porte, como por


exemplo vasectomia;
2. Administração de medicamento endovenoso regular com
necessidade de acompanhamento médico. 

MODALIDADE DE ATENDIMENTO ATENÇÃO DOMICILIAR 


A Portaria de Consolidação nº 1, de 28 de setembro de 2017, traz em
seu Anexo XV, publicado em 26 de julho de 2018, a seguinte
definição para Atenção Domiciliar: 

[...] ações e serviços prestados de forma substitutiva ou


complementar à internação hospitalar ou atendimento
ambulatorial, caracterizados pelo conjunto de tratamento de
doenças, reabilitação, promoção à saúde e prevenção,
englobando internação e/ou assistência prestadas em
domicílio.” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017, [n. p.]). 

A modalidade de atendimento Atenção Domiciliar está relacionada,


no âmbito hospitalar, com a Internação Domiciliar. De acordo com o
Manual Técnico Operacional do SIGTAP WEB, a Internação
Domiciliar “é a modalidade de atendimento em que o paciente
permanece no domicílio e recebe os cuidados dos profissionais do
hospital responsável pelo seu acompanhamento.” (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2011, p. 13). 

MODALIDADE DE ATENDIMENTO HOSPITALAR (INTERNAÇÃO) 

Figura 10 - Hospital

Fonte: Freepik (2019).


Segundo o Manual Técnico Operacional do SIGTAP WEB, a
modalidade de atendimento Hospitalar “é a modalidade de
atendimento em que o paciente ocupa um leito hospitalar por
período superior a 24horas.” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011, p. 12). 

Ainda, a Portaria de Consolidação nº 1, de 28 de setembro de 2017,


traz, em seu Anexo XV, publicado em 26 de julho de 2018, que a
atividade Internação representa os [...]” cuidados ou tratamentos
prestados a um indivíduo, por razões clínicas e/ou cirúrgicas, que
demandem a ocupação de um leito por um período igual ou superior
a 24 horas.” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017, [n. p.]).

O Atendimento de Internação é um tipo de serviço prestado pela


instituição de saúde, geralmente com o objetivo de realizar a
investigação de alguma doença, recuperação após procedimentos
cirúrgicos ou tratamento de uma patologia já diagnosticada,
buscando sempre a alta melhorada do paciente.

O Ministério da Saúde traz, em sua publicação intitulada


Programação Arquitetônica de Unidades Funcionais de Saúde (2013,
p. 9), o entendimento das unidades de internações da seguinte
forma: 

As unidades de internação são comumente classificadas pelo


tipo de pacientes que recebem ou pelo grau de complexidade
do atendimento. Em relação aos pacientes, é possível separar as
unidades por faixas etárias, como a de adultos, pediátrica,
berçários, neonatologia e as da terceira idade. Ainda
relativamente aos pacientes, deve haver uma segregação por
sexo e tipo de agravo, como as de clínica médica, clínica
cirúrgica, obstetrícia, queimados e outras. No caso da divisão
por complexidade do atendimento, tem-se as unidades gerais e
as de terapia intensiva e semi-intensiva, que recebem pacientes
que exigem maiores cuidados. Leitos de observação, também
chamados de internação de curta duração, localizados
comumente em emergências, ambulatórios ou hospitais-dia e
que são utilizados para cuidados até 24 horas, não caracterizam
unidades de internação, apesar de exigirem apoio compatível
com o número disponível.

São exemplos de motivos para a internação de um paciente: 

1. investigação e/ou tratamento de alguma patologia que pode


ocasionar risco para o paciente, como infecção urinária,
meningite etc.;
2. realização de procedimento cirúrgico como apendicectomia
(remoção do apêndice), parto cesariano etc.;
3. internação em unidade intensiva para tratamento de um
infarto agudo do miocárdio (IAM) etc.;
4. investigação e/ou tratamento de alguma patologia como dor
abdominal etc. 

Podemos identificar algumas áreas vinculadas ao Atendimento


Hospitalar, tais como: 

1. Recepção;
2. Sala de espera;
3. Posto de enfermagem;
4. Posto médico;
5. Leitos de internação.

A seguir, o Quadro 6 apresenta as principais características das áreas


listadas acima:  

Quadro 6 - Áreas vinculadas ao Atendimento de Internação


ÁREA CARACTERÍSTICA
1)  Recepção Espaço em que são executadas as seguintes tarefas:

1. recepção de pacientes e/ou acompanhantes;


2. cadastramento e/ou atualização das
informações do paciente no sistema de gestão
informatizado integrado;
3. confirmação dos dados do paciente;
4. solicitação de assinatura do paciente (ou
ÁREA CARACTERÍSTICA
acompanhante) nos documentos hospitalares.

2)  Sala de espera Espaço em que o paciente aguarda a sua chamada


para a efetivação da Internação Hospitalar.
3)  Posto de enfermagem Espaço destinado à equipe de enfermagem para a
preparação de medicações, realização de cuidados,
realização de anotações e checagens, além da
organização do setor e demais atividades da área.
4)  Posto médico Espaço destinado à equipe de profissionais médicos
para realização de condutas, análises e reuniões da
equipe multiprofissional de saúde, realização de
anotações e prescrições médicas, além de espaço
para descanso médico.
5) Leitos de internação É a cama numerada e identificada destinada à
internação de um paciente dentro de um hospital,
localizada em um quarto ou enfermaria, que se
constitui no endereço exclusivo de um paciente
durante sua estadia no hospital e que está vinculada
a uma unidade de internação ou serviço
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002, p. 15).

 Fonte: ICSF (2021)   


TIPOS DE INTERNAÇÃO 

A internação hospitalar ainda pode ser classificada, de acordo com a


Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS (2020, p. 71) em: 

1. Internação Clínica;
2. Internação Cirúrgica;
3. Internação Obstétrica;
4. Internação Pediátrica; 
5. Internação Psiquiátrica.

INTERNAÇÃO CLÍNICA 

Figura 11 - Acomodação para internação

 
Fonte: Freepik (2019). 
Na Internação Clínica, o paciente é encaminhado para uma unidade
com enfermarias (também conhecida como bloco de internação) ou
para a UTI para acompanhamento clínico ou diagnóstico de uma
patologia. A Internação Clínica pode acontecer em caráter eletivo ou
caráter de urgência. 

São alguns exemplos de situações que requerem a Internação


Clínica: 

1. dor torácica com necessidade de investigação;


2. pancreatite (inflamação do pâncreas), que pode evoluir para
um procedimento cirúrgico;
3. administração de quimioterapia contínua.    

INTERNAÇÃO CIRÚRGICA 

A Internação Cirúrgica ocorre, como o próprio nome menciona, para


a realização de um procedimento cirúrgico em ambiente hospitalar.
Pode ocorrer em caráter eletivo ou de urgência. 

Nos casos de cirurgia eletiva (programada), após a internação no


Serviço de Internação Cirúrgica o paciente é encaminhado para o
Centro Cirúrgico, com horário agendado, realizando todo o preparo
específico do procedimento com antecedência, de acordo com o
protocolo estabelecido pela instituição de saúde. 

São alguns exemplos de procedimentos cirúrgicos que requerem a


Internação Cirúrgica de carácter eletivo: 

1. procedimento de hernioplastia inguinal agendado;


2. procedimento de colecistectomia agendado;
3. procedimento de gastrectomia agendado. 

Nos casos de cirurgias em caráter de urgência, o paciente é


encaminhado imediatamente à unidade de Centro Cirúrgico, ou em
até 24 horas de sua entrada na instituição de saúde, para a realização
de procedimento cirúrgico, seguindo protocolo de cirurgia da
entidade de saúde. 

São alguns exemplos de situações que requerem a Internação


Cirúrgica em caráter de urgência: 
1. apendicectomia;
2. fraturas e/ou luxações.

INTERNAÇÃO OBSTÉTRICA 

A Internação obstétrica tem a finalidade de realizar o


acompanhamento, diagnóstico, tratamento e/ou intervenção
obstétrica em ambiente hospitalar. A Internação Obstétrica pode
acontecer em caráter eletivo ou caráter de urgência. 

Na Internação Obstétrica de caráter eletivo a paciente é


encaminhada para realizar uma internação hospitalar, com horário
agendado e/ou preestabelecido, visando à realização de um
procedimento, como por exemplo um procedimento de parto
cesariano. 

Já na Internação Obstétrica de caráter de urgência a paciente é


admitida no Serviço de Urgência e Emergência Hospitalar devido a
alguma intercorrência obstétrica, podendo realizar tratamento clínico
obstétrico ou uma intervenção cirúrgica como, por exemplo, a
curetagem pós-abortamento/puerperal.

INTERNAÇÃO PEDIÁTRICA 

No âmbito da Internação Pediátrica, a Portaria de Consolidação nº 2,


de 28 de setembro de 2017, do Ministério da Saúde, traz a seguinte
caracterização: [...] “Entende-se por atendimento pediátrico, para
efeitos da Lei nº 11.104, de 21 de março de 2005, a atenção
dispensada à criança de 28 dias a 12 anos, em regime de internação”
[...]. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017a, [n. p.]). 

A Internação Pediátrica pode ocorrer em caráter eletivo ou de


urgência, e nas seguintes áreas: 

1. Unidade de Terapia Intensiva Neonatal;


2. Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica;
3. Serviço de Internação Pediátrica.

São alguns exemplos de situações que requerem a Internação


Pediátrica: 

1. investigação de dor abdominal intensa;


2. realização de uma cirurgia, por exemplo, correção de
transposição dos grandes vasos da base (criança e
adolescente). 

INTERNAÇÃO PSIQUIÁTRICA 

A Internação psiquiátrica está relacionada com a aplicação de


princípios da psiquiatria no tratamento de doentes mentais em
ambiente hospitalar. 

Para esse tipo de internação, a Portaria de Consolidação nº 3, de 28


de setembro de 2017, do Ministério da Saúde, traz as seguintes
definições: 
[...]
TÍTULO IV
 
DO CONTROLE DAS INTERNAÇÕES PSIQUIÁTRICAS
INVOLUNTÁRIAS (IPI) E VOLUNTÁRIAS (IPV)
 
Art. 64. Os estabelecimentos de saúde, integrantes ou não do Sistema
Único de Saúde, observarão o disposto neste Título para efetuarem as
internações psiquiátricas voluntárias ou involuntárias, conforme o
disposto na Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001. (Origem: PRT
MS/GM 2391/2002, Art. 1º)
 
Art. 65. A internação psiquiátrica somente deverá ocorrer após todas
as tentativas de utilização das demais possibilidades terapêuticas e
esgotados todos os recursos extra-hospitalares disponíveis na rede
assistencial, com a menor duração temporal possível. (Origem: PRT
MS/GM 2391/2002, Art. 2º)
 
Art. 66. Ficam caracterizadas quatro modalidades de internação:
(Origem: PRT MS/GM 2391/2002, Art. 3º)
 
I - Internação Psiquiátrica Involuntária (IPI); (Origem: PRT MS/GM
2391/2002, Art. 3º, I)
 
II - Internação Psiquiátrica Voluntária (IPV), (Origem: PRT MS/GM
2391/2002, Art. 3º, II)
 
III - Internação Psiquiátrica Voluntária que se torna Involuntária (IPVI),
(Origem: PRT MS/GM 2391/2002, Art. 3º, III)
 
IV - Internação Psiquiátrica Compulsória (IPC). (Origem: PRT MS/GM
2391/2002, Art. 3º, IV)
 
§ 1º Internação Psiquiátrica Voluntária é aquela realizada com o
consentimento expresso do paciente. (Origem: PRT MS/GM
2391/2002, Art. 3º, § 1º)
 
§ 2º Internação Psiquiátrica Involuntária é aquela realizada sem o
consentimento expresso do paciente. (Origem: PRT MS/GM
2391/2002, Art. 3º, § 2º)
 
§ 3º A Internação Psiquiátrica Voluntária poderá tornar-se involuntária
quando o paciente internado exprimir sua discordância com a
manutenção da internação. (Origem: PRT MS/GM 2391/2002, Art. 3º,
§ 3º)
 
§ 4º A Internação Psiquiátrica Compulsória é aquela determinada por
medida judicial e não será objeto da presente regulamentação.
(Origem: PRT MS/GM 2391/2002, Art. 3º, § 4º) [...]. (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2017b, [n. p.], grifos da publicação). 
São exemplos de situações que podem acarretar uma Internação
Psiquiátrica: 

1. Tratamento de um estado doentio que oferece risco ao bem-


estar do próprio paciente; 
2. Tratamento de um estado doentio que oferece risco ao bem-
estar das pessoas que convivem com o portador/paciente. 

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