Você está na página 1de 1

NOTA DE REPÚDIO

A Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados, órgão representativo


da Bancada Feminina, formado pela Coordenadoria dos Direitos da Mulher e
pela Procuradoria da Mulher, vem a público manifestar repúdio e indignação a
mais um ataque aos direitos humanos e ao direito à saúde das meninas e
mulheres, levada a termo por decisão judicial do Tribunal de Santa Catarina
que negou o direito ao aborto legal para uma menina de 10 anos, que foi
estuprada, engravidou e está sendo obrigada a levar a gestação.
De acordo com notícias veiculadas pela imprensa no dia 20 de junho de
2022, a Justiça de Santa Catarina, ao invés de garantir o direito ao aborto previsto
em lei, decidiu obrigar a criança a “aguentar mais um pouquinho” para futura
adoção do bebê.
A referida decisão judicial ignorou o Código Penal que não impõe limite para
o aborto em caso de estupro e segue a diretriz do Ministério da Saúde que diz que
aborto só poderá ser feito até a 20ª semana, sendo que a menina já estava com
22 semanas. Diversas reportagens sobre este chocante caso causaram
indignação nas redes sociais, em virtude de vídeo vazado com trechos das
audiências, onde a juíza principal do caso aparece induzindo a mãe e a menina
estuprada a concluir a gravidez.
Neste sentido, lamentavelmente a decisão viola direitos por questões
subjetivas, ou crenças pessoais, o que não condiz com o papel do Judiciário de
garantir direitos fundamentais pautados na dignidade humana das mulheres e na
garantia de seus direitos de saúde sexual e reprodutiva. Diante do exposto, a
Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados registra seu apoio e solidariedade
à menina catarinense de 10 anos e seus familiares e mantém seu compromisso
de sempre atuar na defesa de mulheres e meninas brasileiras, acionando oss
órgãos competentes para que sejam tomadas as medidas cabíveis.

Brasília, 21 de junho de 2022.

Secretaria da Mulher
Câmara dos Deputados

Você também pode gostar