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Curso de Criatividade

Triz – Os conceitos explicados

Os conceitos podem parecer filosóficos demais. Aqui explicamos cada


um deles.
Conceitos
O Triz é composto por 40 conceitos inventivos. Olhando na tabela, eles
podem não ser esclarecedores o suficiente, por isso, temos nesta
apresentação uma explicação mais detalhada sobre cada um deles.

Desfrute!
1 – Segmentação
Dividir o objeto em partes independentes
• Trocar uma central de computador por computadores pessoais;
• Trocar um caminhão grande por um menor mais um trailer;
• Quebrar um projeto em partes menores;
Tornar um objeto fácil de se desmontar
• Móveis modulares;
• Conexões rápidas de tubulação;
Aumentar o grau de fragmentação ou segmentação
• Trocar cortinas por persianas;
• Usar solda em pó ao invés de bastão;
2 – Extração, separação, retirada, segregação
Separar uma parte ou propriedade que interfere do objeto. Separar a
parte (ou propriedade) funcional das demais.
• Colocar o compressor que gera barulho longe do aparelho de ar
condicionado;
• Usar fibra óptica para separar a fonte de luz quente do ambiente a ser
iluminado;
• Usar o latido do cachorro (sem o cachorro) como alarme contra furtos
3 – Qualidade local
Trocar a estrutura do objeto de uniforme para não uniforme; trocar o meio
ambiente de uniforme para não uniforme
• Usar gradiente de pressão ou temperatura, ao invés de temperatura e pressão
constantes;
Fazer com que as partes do objeto estejam em melhores condições de
funcionamento
• Lancheiras com compartimentos para comida fria e quente;
Fazer cada parte do objeto realizar uma função diferente e útil
• Lápis com borracha;
• Martelo com removedor de prego;
4 - Assimetria
Trocar a forma de um objeto de simétrica para assimetrica
• Usar um patamar chato em um eixo;

Se o objeto for assimétrico, aumentar o grau de assimetria


• Mudar de O-rings circulares para O-rings de secção oval para melhorar a
vedação;
• Usar óptica astigmata para misturar cores;
5 – Combinar, integrar, fundir
Deixar bem próximos, ou fundir, componentes parecidos. Montar
componentes similares próximos para realizarem tarefas em paralelo.
• Computadores em rede;
• Processadores em paralelo;

Fazer operações em série funcionarem em paralelo. Trazê-las juntas


no tempo.
• Aparelhos de diagnóstico médico que analisam vários parâmetros do sangue
ao mesmo tempo;
6 – Universalidade, multi-funcionalidade
Fazer uma parte do objeto realizar diversas tarefas. Retirar a
necessidade de outras partes.
• Colocar pasta no cabo da escova de dentes;
• A cadeirinha do carro virar um carrinho de bebê;
• Fazer o líder da reunião escrever a ata e controlar o tempo;
7 – Encaixar um componente em outro maior
Colocar um componente dentro do outro. Colocar ambos dentro de
um terceiro e assim por diante.
• Colheres de medição;
• Caixas de som;

Fazer um componente passar dentro de uma cavidade do outro.


• Antena de rádio;
• Lentes de zoom;
• Cinto de segurança e outras fitas retráteis;
8 – Contrapeso, levitaçao
Para compensar o peso de um objeto, o funda com objetos que
promovam sustentação
• Injetar espuma a componentes pesados que devem flutuar;
• Usar balões de hélio para levantar anúncios;

Faça o objeto interagir com o meio ambiente


• Hidrofolios para reduzir o arrasto hidráulico;
• Criar vórtices para reduzir o arrasto aerodinâmico;
9 – Ação de contenção prévia
Se de uma ação do objeto surgirem efeitos positivos e negativos, os
negativos precisam ser previamente controlados
• Colocar um metal de sacrifício para eliminar corrosão;

Colocar uma tensão no objeto que vai compensar uma tensão


indesejada depois
• Concreto pré-tensionado;
• Usar fitas para evitar que parte do objeto seja pintada;
10 – Ação prévia
Realizar, antes que seja necessária, uma mudança no objeto (total ou
parcial)
• Papel de parede já com cola;
• Esterilizar os aparelhos cirúrgicos antes da cirurgia;

Arrumar os equipamentos de uma forma prática, para que eles


possam ser usados o mais rápido possível
• Set-up rápido em uma célula de manufatura;
• Pit stop de Fórmula 1;
11 – Amortecer previamente, compensar antes

Colocar sistemas de contenção emergenciais para compensar a baixa


confiabilidade do seu sistema
• Paraquedas reserva;
• Freios de emergência nos elevadores;
• Luzes de incêndio;
12 – Equipotencialidade, remover tensão
Quando em um campo potencial, limitar a mudança de posição (como
levantar menos um objeto para evitar a ação da gravidade)
• Usar sistemas de molas para transportar cargas em uma fábrica;
• Várias comportas em canais que ligam dois corpos de água (como o Canal do
Panamá);
13 – Inversão, “fazer de maneira contrária”
Inverter ações usadas para resolver um problema (ao invés de resfriar o
objeto, aqueça-o)
• Trazer a montanha até Maomé e não Maomé até a montanha;
• Para soltar partes travadas, resfriar a parte interna ao invés de aquecer a externa;

Travar partes móveis e soltar partes fixas


• Girar o parafuso ao invés da chave;
• Mover a calçada e deixar as pessoas paradas;

Deixar o processo ou o objeto de cabeça para baixo


• Descarregar containers deixando-os de cabeça pra baixo;
14 – Esfericidade, linhas curvas
Ao invés de usar volumes retos (cúbicos), usar volumes esferoidais
• Colocar arcos em arquitetura para aumentar a resistência do prédio;

Usar roletes, bolas, espirais


• Engrenagens espirais (Nautilus) produzem resistência constante para levantar
cargas;
• Ponta de caneta esférica para melhorar a distribuição da tinta;

Usar movimento curvilíneo para se aproveitar da força centrípeta


• Máquina de secar roupas;
15 – Dinamização, otimização
Projetar o objeto ou processo de maneira que seus parâmetros se
auto ajustem ou possam ser ajustados para condições ótimas
• Comando de válvulas de geometria variável;
• Ajuste da direção, banco e espelhos no carro;
Dividir o objeto em partes com movimento relativo umas às outras
• Teclado “borboleta”;
Se um objeto ou processo é fixo ou inflexível, flexibilizá-lo ou torna-lo
adaptável
• Boroscópio flexível para examinar motores;
16 – Ação parcial ou excessiva
Se 100% da solução para um objeto é extremamente difícil de se
conseguir com um determinado método, talvez usando “um pouco
menos” ou “um pouco mais”, o método se torne mais fácil para se
resolver o problema
• Encher um tanque/garrafa até a boca;
• Usar uma quantidade excessiva e depois disso retirar o excesso;
17 – Mover-se para uma nova dimensão
Mover o objeto no espaço bi ou tridimensional
• Usar infravermelho para mouses tridimensionais;
• Máquinas corte com 5 graus de liberdade podem ser posicionadas melhor no
espaço;
Usar um objeto com vários compartimentos
• Disqueteiras com espaço para 6 CD’s;
• Placas com circuitos elétricos dos dois lados;
Usar “o outro lado” de uma superfície
• Circuitos microeletrônicos híbridos para aumentar a densidade;
18 – Vibração mecânica, oscilação
Causar vibração em um objeto
• Aparelho de barbear com vibração;

Aumentar a frequência de vibração (até mesmo usando ultrassom)


• Sistema ultrassônico de compactação de pós;

Usar a frequência de ressonância de um objeto


• Destruir pedras nos rins usando sua frequência de ressonância induzida por ultrassom;

Usar ressonadores piezoeléctricos ao invés de mecânicos


• Relógios de quartzo;

Combinar ultrassom com ressonadores eletromagnéticos


• Mistura de pós de ligas metálicas;
19 – Ação periódica
Ao invés de usar ação contínua, usar ação periódica ou em pulsos
• Bater em algo com um martelo;
• Trocar uma sirene contínua por um som intermitente;

Se a ação já é periódica, mudar a magnitude, frequência ou fase


• Usar moduladores de frequência;
• Usar uma sirene que muda de amplitude e frequência;

Usar pausas entre impulsos para ocasionar diferentes efeitos


• Respirar após 5 compressões do peito em respiração cardio-pulmonar;
20 – Continuidade de uma ação útil
Trabalhar continuamente. Usar potência total em todas as partes
todo o tempo
• Volantes de inércia guardam energia do motor quando este para, de maneira
que ele possa voltar a trabalhar na potência ótima;
• Fazer a operação gargalo trabalhar sem parar para se manter o melhor ritmo
na fábrica;
Eliminar ações ociosas ou intermitentes
• Usar frete de retorno;
• Quando uma peça da máquina voltar para sua posição inicial, fazer com que
ela realize trabalho útil no movimento;
21 – Fazer mais rápido, avançar de uma vez
Conduzir um processo ou ação (ou parte deles) o mais rápido
possível, preferencialmente atividades perigosas ou destrutivas
• Usar broca de dentista de rápida velocidade para evitar dano ao tecido vivo;
• Cortar plástico mais rápido do que a propagação de calor para evitar
mudanças no seu formato;
22 – Converter dano em benefício
Usar fatores de dano (especialmente do ambiente) para atingir um efeito
positivo
• Usar o calor liberado pelo processo para gerar energia elétrica;
• Reciclar rejeitos para economizar matéria-prima;
Eliminar uma ação danosa usando outra ação possivelmente danosa
• Usar uma mistura de He-O em gás de mergulho para evitar tanto envenenamento
por O à alta pressão, como envenenamento por N, causada quando se usam misturas
de ar.
Amplificar o efeito danoso até que ele não seja mais danoso
• Usar explosões para se apagar incêndios de grandes porporções;
23 – Feedback
Inserir um sistema de feeback para melhorar um processo ou uma
ação
• Controle automático de volume em rádios;
• Sinal de giroscópio para controlar o piloto automático em aeronaves;
• Usar gráficos de controle e outras ferramentas estatísticas para se controlar
processos fabris;

Se já há um sistema de feedback, mudar sua magnitude ou influência


• Mudar a sensibilidade do piloto automático quando próximo ao aeroporto;
24 – Mediador, intermediário
Usar um sistema de carreio ou um processo intermediário
• Usar nano cápsulas para entregar um remédio no organismo;
• Usar um pino guia, para bater com o martelo no prego;

Fundir temporariamente um objeto em outro de maneira que eles


possam facilmente ser separados
• Usar um “descanso” para canecas de cerveja;
• Usar um suporte para evitar que pratos quentes não toquem a mesa;
25 – Self-service, auto-organização
Fazer um objeto servir-se automaticamente através da realização de
funções auxiliares
• Lâmpadas de halogênio regeneram seu filamento uma vez que os gases são
redepositados;
• Um líquido muda de cor quando atinge certa temperatura, eliminando a necessidade
de sensores;
Usar energia, recurso ou substâncias do rejeito
• Usar o calor do processo para gerar energia;
• Usar esterco animal como fertilizante;
• Usar rejeitos para fazer compostagem;
26 – Usar cópias ou representações
Ao invés de usar um objeto caro e frágil, usar cópias baratas
• Usar simuladores computacionais;
• Ver um curso em vídeo ao invés de um curso presencial;
Substituir um objeto por suas representações visuais
• Fazer reconhecimento por satélite ao invés de usar um espião;
• Medir um objeto medindo sua fotografia;
• Usar ultrassom ao invés de exames invasivos;
Se representações visuais já são utilizadas, passe para representações em
infravermelho ou ultravioleta
• Usar imagens infravermelho para avaliar propriedades térmicas;
27 – Objetos baratos e descartáveis
Substitua um objeto caro por vários objetos baratos que contemplam
certas qualidades do objeto caro
• Usar copos de plástico ao invés de copos de vidro;
• Usar papel para recobrir materiais ao invés de ter que lavá-los;
• Usar fraudas descartáveis;
28 – Substituir um sistema mecânico por
outro tipo de sistema
Substituir um sistema mecânico por um sistema sensorial
• Ao invés de usar uma cerca de contenção para um cachorro, use um apito que o irrita toda vez que
ele sair do local onde deveria ficar;
• Usar um gás com cheiro para denunciar um vazamento de um gás ao invés de um sensor mecânico
de vaza mento;
Usar campos elétricos, magnéticos ou eletromagnéticos para interagir com um objeto
• Para misturar dois pós, carregue um com cargas positivas e outro com cargas negativas. Use um
campo elétrico para misturá-los;
Use partículas ativadas por campos
• Como partículas magnéticas;
Usar campos que mudam ao longo do tempo ao invés de campos estáticos
• Antenas modernas são sensíveis a estes tipos de campos;
29 – Pneumática ou hidráulica
Usar partes líquidas ou gasosas em um objeto ao invés de partes
sólidas
• Amortecedores a gel em sapatos;
• Armazenar a energia de um objeto enquanto o desacelera com o uso de um
fluído compressível e em seguida usar esta energia para acelera-lo
novamente.
30 – Membranas flexíveis ou filmes finos
Usar estruturas ocas e filmes finos ao invés de estruturas sólidas
• Usar estruturas infláveis e tendas para acomodar pessoas em eventos;

Isolar o objeto do ambiente utilizando membranas ou filmes finos


• Colocar um filme bipolar (um lado hidrofóbico e o outro hidrofílico) em um
reservatório para evitar evaporação;
31 – Uso de materiais porosos
Tornar o objeto poroso ou usar partes porosas
• Fazer furos em um objeto para reduzir seu peso;

Se o objeto já for poroso, introduzir nos poros uma substância com


uma propriedade útil
• Colocar óleo lubrificante em um material poroso que se desgasta com o
atrito;
• Colocar fluído refrigerante em uma peça porosa que é submetida ao calor
excessivo;
32 – Mudar a cor ou as propriedades ópticas
Mudar a cor de um objeto ou de seu ambiente externo
• Usar iluminação ambiental;
• Usar luzes de segurança numa sala de revelação de fotografias;

Mudar o grau de transparência do objeto


• Máscaras de fotolitografia possuem diferentes níveis de transparência que
dependem do desenho que se quer imprimir;
33 – Homogeneizar
Fazer o objeto interagir com outro objeto de mesma natureza (com as
mesmas propriedades)
• Fazer a embalagem com as mesmas propriedades do conteúdo para evitar
reações indesejadas;
34 – Rejeitar e regenerar, descartar e recuperar

Uma vez que uma parte cumpriu sua função, descarte-a (evaporando,
separando, dissolvendo) ou modifique-a
• Uma cápsula de remédio;
• Estágios em foguetes espaciais;

Use material consumível para manter os componentes com suas


propriedades
• Lâminas auto afiáveis;
• Motores auto ajustáveis;
35 – Mudar propriedades físico-químicas,
alterar parâmetros
Mude o estado físico do material (para um gás, líquido ou sólido)
• Transportar petróleo e gás natural como líquido, para reduzir volume;
Mude a concentração ou consistência
• Sabonete líquido é mais concentrado na hora da utilização, o que o torna mais
econômico e higiênico do que sabonetes em barra;
Mude o grau de flexibilidade
• Vulcanize borrachas para mudar a flexibilidade;
Mude a temperatura
• Mude a temperatura na qual cozinha seus alimentos (o que afeta o gosto, aroma e
consistência;
36 – Transformação de fase
Use fenômenos que acontecem na transição de fase (mudanças de
volume, de absorção/liberação de calor, etc.)
• A água expande quando congela. Na antiguidade, quebravam-se pedras
grandes colocando água sobre elas e deixando-as para congelar a noite. A
expansão fazia com que as pedras rompessem;
• Bombas de calor usam vários ciclos de vaporização/condensação durante seu
funcionamentp;
37 – Expansão térmica
Use a expansão (ou contração) térmica dos materiais
• Usar a dilatação para prender peças, como nos rebites térmicos.;

Se a expansão térmica já está sendo usada, use múltiplos materiais


para se obter uma graduação melhor do fenômeno
• Como em um termostato de folhas;
38 – Oxidação
Troque ar comum por ar enriquecido com oxigênio
• Como em cilindros de mergulho;
Troque o ar enriquecido por oxigênio puro
• Em maçaricos, oxigênio puro é usado para atingir mais temperatura;
• Usa-se atmosfera rica em oxigênio para matar bactérias anaeróbicas e curar mais
rapidamente feridas;
Use oxigênio ionizado
• Em alguns processos de purificação, o ar é ionizado para destruir poluentes;
Troque atmosfera rica em oxigênio por ozônio
• O ozônio pode catalisar diversas reações e pode ser usado em problemas de
purificação;
39 – Usar atmosfera/materiais inertes
Troque a atmosfera usada por uma inerte
• Na lâmpada incandescente, a oxidação do filamento é evitada por uma
atmosfera de argônio;

Acrescente partes neutras, feitas de materal inerte no objeto


• Aumente o volume do sabão em pó acrescentando componentes inertes. Isso
faz com que sua dosagem seja mais fácil;
40 – Materiais compósitos
Mude o material de simples para compósito (feito de múltiplos
materiais)
• Fibra de vidro, kevlar ou fibra de carbono são materiais compósitos que
possuem alta resistência mecânica e baixo peso específico;
• Materiais compósitos, como fibra de vidro, podem permitir uma variedade
maior de formatos;
Bons estudos e ótimos projetos!
Mais informações:

www.fm2s.com.br

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