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A química da PAIXÃO 

 A paixão, como descrita pela ciência, é um estado fisiológico, com sintomas psíquicos e
físicos, em que há uma intensa atividade cerebral e hormonal muito semelhante à do vício
por uma droga, como a cocaína. O julgamento crítico, o discernimento, e a racionalidade
em relação ao parceiro estão muito reduzidos, especialmente nos primeiros meses." É
assim que a médica Cibele Fabichak, autora de "Sexo, amor, endorfinas e bobagens" (Ed.
Novo Século), define o estado de enlevo que se apossa dos amantes de forma
avassaladora, mas tem prazo para acabar: no máximo quatro anos.  AS TRÊS FASES DO
AMOR: "O que a ciência tem nos mostrado é que o amor, do ponto de vista biológico, tem
três estágios independentes. O primeiro é o desejo ou luxúria, a busca da satisfação
sexual, comandada por hormônios sexuais, principalmente a testosterona, sem uma
elaboração emocional maior. O segundo estágio é o do amor romântico ou paixão, da
atração física e sexual. Esta fase é marcada por uma cascata de substâncias, como
noradrenalina, endorfina, serotonina, e também testosterona, estrógeno e progesterona. O
terceiro estágio é o da construção gradual do vínculo duradouro, o amor propriamente dito.
Nesta fase há a ação do hormônio oxitocina na mulher e vasopressina no homem, os
hormônios do vínculo  A ordem dos fatores: os três estágios do amor geralmente ocorrem
nesta ordem, mas não necessariamente. e não necessariamente com a mesma pessoa. é
possível ter um vínculo muito forte com o marido, mas sentir desejo por um colega de
trabalho e estar apaixonada pelo vizinho.  PAIXÃO: "Vários estudos, tanto americanos
quanto europeus, chegaram à conclusão semelhante: a paixão, esse estado de alteração
mental e física muito característico, dura de 12 a 48 meses. A média é de dois anos. Outros
elementos, não só os químicos, influenciam, claro, como o lado psicológico, as
personalidades, o histórico de relacionamentos, o grau de expectativa que cada um cria, o
tipo de educação, o relacionamento que teve com os pais, a cultura, que é muito
importante."VIVER APAIXONADO: "Para o cérebro, existe um limite da perpetuação disso,
é fisiológico. Por mais que queiramos, o cérebro não consegue manter esse turbilhão de
hormônios por muito mais tempo. É biológico, não tem como. A não ser que perpetue de
forma patológica, transtorno obsessivo-compulsivo, amor patológico."COMO UM
VÍCIO: "Na fase da paixão, algumas substâncias no cérebro se alteram. As endorfinas, a
adrenalina, a noradrenalina e a dopamina aumentam, enquanto a serotonina diminui. Este
equilíbrio de substâncias acontece de forma semelhante no transtorno obsessivo
compulsivo e no vício por drogas, como cocaína. Ou seja, a paixão é um estado
semelhante ao de um vício em uma droga. E está na fronteira com transtornos. Uma linha
de pesquisa italiana está estudando justamente o momento em que a paixão se torna
patológica e salta para o transtorno."CEGUEIRA APAIXONADA:"Essa química cerebral
alterada, esse turbilhão todo, faz com que o sistema límbico, a central das emoções, fique
tão alterado que distorça a visão do parceiro escolhido. Faz com que o apaixonado sinta
uma onda de prazer tão forte cada vez que entra em contato com o eleito que passa a
associar uma coisa à outra. Então, não enxerga defeitos no apaixonado. Pensamentos
obsessivos e de posse sexual são outras características desta fase."TRUQUE DA
NATUREZA: "Quando as alterações hormonais acontecem, a pessoa entende que aquele
ser é uma grande fonte de prazer. Com isso, não vê defeito no outro, cria uma
dependência emocional e isso gera um estado de profunda ligação entre o casal. O grande
objetivo da natureza é, justamente, produzir uma rápida e profunda ligação entre as duas
pessoas para que se reproduzam e mantenham a espécie. É difícil imaginar uma traição
neste momento. "TRAIÇÃO: "Pode acontecer a qualquer momento, desde o primeiro
estágio, em que é possível sentir desejo por diversas pessoas. No pico da paixão, nos
primeiros meses, a infidelidade tem uma possibilidade menor de acontecer porque toda a
química está voltada para fazer com que o indivíduo fique obsessivamente ligado naquele
outro específico. Mas não quer dizer que não ocorra. E claro que, à medida que o vínculo
se desenvolve, a infidelidade pode acontecer. Lembrando que, do ponto de vista biológico,
bem pragmático, a traição pode ter vantagens tanto para homens como para mulheres, no
que tange a chances maiores de reprodução da espécie." ESCOLHAS
BIOLÓGICAS:"Inúmeros elementos fazem parte do grande momento da paixão, tanto
físicos, quanto psicológicos e ambientais. Mas o que a biologia tem nos mostrado é que a
atração, o primeiro contato, passa basicamente pelos cinco sentidos. Isso significa que não
temos controle voluntário e consciente sobre essa escolha. (Pela visão, tato, audição, olfato
e paladar é possível saber, inconscientemente, a compatibilidade genética e do sistema
imunológico, o parceiro mais fértil, entre outras informações fundamentais para a
reprodução da espécie 

9 Trabalho apresentado por:


Rafael C. G. Bassi de Lima – nº: 11José Carlos .S. Loureiro – n°:05

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