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Casos para análise

Caso 1

A aluna, hoje com 18 anos, afirma que bloqueou o homem, mas o assédio continuou em
uma rede social, onde o professor continuou mandando mensagens de teor sexual. Ela
conta que não falou nada sobre o assédio por medo de se prejudicar no curso que faz.
Um dia, ele aproveitou um momento em que ficou sozinho com a estudante próximo ao
bebedouro da quadra da escola e tentou beijá-la... “Ela [a diretora] fez uma acareação,
minha e do professor, colocou a gente frente a frente, sem nenhum responsável por
mim. Ele começou a me agredir verbalmente, gritando comigo e a diretora não falava
nada, quando eu fui me defender, gritando, conforme ele ‘tava’ gritando eu fui mandada
sair da sala”, relata a aluna.

Disponível em < (https://g1.globo.com/ce/ceara/noticia/2019/11/18/seis-casos-de-


violencia-sexual-sao-registrados-em-escolas-de-sobral-neste-ano-no-ceara.ghtml>
acesso 10 fev. 2020.

1) Infrações cometidas: assédio, agressão e maus tratos (coação de menor).

2) Que tipo de encaminhamento o gestor deve dar? Aponte a lei que garante a
proteção às vítimas e a punição aos culpados.
A situação relatada na matéria acima, infelizmente, não representa um caso
isolado na educação. É muito comum que a direção das escolas relativize ou
“abafe” alguns casos de abusos (sexual/psicológico) e de agressões físicas
sofridas dentro do ambiente escolar. O mais indicado nesses casos é que o gestor
da unidade escolar tome algumas medidas, por exemplo: advertir o professor que
cometeu o ato de assédio, acionar a família do educando e o conselho tutelar,
além de órgãos superiores como a supervisão de ensino para que tomem ciência
do ocorrido e dar os devidos encaminhamentos. E independente da ocorrência,
expor o aluno a situações vexatórias, como ocorreu neste caso. As medidas
devem ser tomadas com a total ciência do responsável pelo aluno.
Dentre as leis que poderiam garantir a proteção dos alunos enquanto vítimas,
destacamos alguns artigos do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº
8.069/90), como em seu artigo 5º ao assegurar que “nenhuma criança ou
adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer
atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais”. Mais adiante,
em seu artigo 53º, inciso II, o ECA também assegura aos alunos o “direito de ser
respeitado por seus educadores”.
Caso 2

A agressão do professor Walter da Rocha e Silva, que teve o nariz quebrado por um
pedaço de concreto atirado por um aluno, reacende o debate sobre a violência dentro da
escola. O assunto vem sendo discutido por anos, mas sem que providências concretas
sejam tomadas para resolver o problema.

https://www.jornalcidade.net/rc/violencia-aumenta-em-escolas-e-casos-podem-ser-
denunciada/17940/

1) Infrações cometidas: agressão/maus tratos.

2) Que tipo de encaminhamento o gestor deve dar? Aponte a lei que garante a
proteção às vítimas e a punição aos culpados.
Sabendo da necessidade de se combater a violência dentro das escolas, às
dificuldades e particularidades frente a este tema, um caminho possível a ser
tomado pelo gestor escolar em casos de agressão a professores seria levar em
consideração a importância de se estudar cada caso. E trabalhar com outros
meios, além de comunicar os pais do agressor, já que punições exacerbadas, não
funcionam da maneira esperada e podem fazer com que o aluno se “revolte”
ainda mais. É necessário manter canais de diálogo com estes educandos e meios
que possam proporcionar aos mesmos a participação dentro da escola, de forma
que o mesmo se sinta realmente parte da comunidade escolar como sujeito ativo.
As ações disciplinares não podem afrontar o princípio fundamental e
constitucional, que assegura a todo cidadão, e em especial as crianças e
adolescentes, o direito de "acesso e permanência na escola", conforme previsão
expressa do art.53, inciso I da Lei nº 8.069/90, art.3º, inciso I da Lei nº 9.394/96
e, em especial, do art.206, inciso I da Constituição Federal.
O artigo 67º da Lei de Diretrizes e Bases (Lei n° 9.394/96) em seu inciso VI,
garante a proteção dos educadores ao assegurar lhes condições adequadas de
trabalho.

Caso 3

A Giovana Negri, de 18 anos, diz que no ensino médio, praticamente não teve aula de
química. “A minha aula de química eu tinha artes, foi praticamente o ano inteiro assim
sem aula. Então, foi bem difícil e, assim, nunca ninguém repôs aula”, contou. A
defasagem da Larissa em matemática vem de antes, do ensino fundamental. “Ficava
muito tempo sem professor, muito, muito tempo. Cheguei no meu primeiro ensino
médio foi difícil, porque muitas coisas tinham no fundamental, só que eu não aprendi.
No estado de São Paulo, dados da pesquisa realizada pelo Tribunal de Contas do Estado
(TCE-SP), em 2015, mostram que a média de faltas de docentes na Educação Básica
chega a 30 dias por ano. O número compreende faltas programadas, licenças médicas e
maternidade, além de faltas não justificadas. Segundo o levantamento do TCE, a
prevalência é das licenças médicas, que correspondem, em média, a 60% dos dias de
ausência. Na capital paulista, o número é preocupante: 6 mil educadores faltam por dia.
Esse número representa 10% do total de professores do município. De acordo com a
prefeitura, metade dessas faltas são justificadas por licença médica.

https://gestaoescolar.org.br/conteudo/2234/por-que-os-professores-faltam-tanto

1) Infrações cometidas: não garantir uma educação efetiva e com qualidade.

2) Que tipo de encaminhamento o gestor deve dar? Aponte a lei que garante a
proteção às vítimas e a punição aos culpados.
O Estatuto da Criança e do Adolescente e a Constituição Federal de 1988 em
seus artigos 53° e 205, respectivamente, garantem aos alunos a educação como
direito de todos “visando o pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o
exercício da cidadania e qualificação para o trabalho”. Porém, na prática, este
direito básico fica comprometido quando os professores faltam e não são
substituídos, o que acaba comprometendo o aprendizado dos alunos. Uma
medida importante a ser tomada pelo gestor educacional, e que muito se
assemelha ao caso anterior de agressão a funcionários, diz respeito à necessidade
de se haver comunicação entre a equipe gestora e o corpo docente da unidade
escolar já que muitas vezes o motivo destas faltas é resultado da desmotivação
por parte do professor que o leva a ficar doente.

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